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1. CONCEITO
2. CLASSIFICAÇÃO
1 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 559.
2 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 559.
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Segundo a doutrina clássica, a intervenção de terceiros pode ser:
3 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 560.
4 PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva, 2022 p. 349
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Segundo destaca Carlos Henrique Bezerra Leite, considerando a
omissão no Processo do Trabalho a respeito da intervenção de terceiros, pode-se
usar de forma subsidiária o Código de Processo Civil, claro, tomando as devidas
cautelas e adaptações. O CPC dedica o Título III do Livro II da Parte Geral (arts.
119 a 138) à intervenção de terceiros, abrangendo a assistência, a denunciação da
lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica e o amicus curiae.5
LEITE adverte que “o rol das intervenções de terceiro previsto no referido
Título III do Livro II da Parte Geral do CPC não é taxativo, porquanto existem outras
modalidades de intervenção de terceiros dispersas no próprio Código, como, por
exemplo, as previstas nos arts. 338 e 339 (quando o réu alega ilegitimidade passiva
e indica outra parte para compor o polo passivo da relação processual); no art. 343,
§§ 3º e 4º (que admite a intervenção de terceiros na reconvenção); nos arts. 674 a
681 (embargos de terceiro); nos arts. 682 a 686 (oposição) etc.” 6
Existem posições divergentes, tanto no entendimento doutrinário quanto
jurisprudencial, sobre a aplicação da intervenção de terceiro no âmbito do processo
do trabalho. Tais divergências, que já existiam antes da EC n. 45/2004, se
avolumaram em função da ampliação da competência da Justiça do Trabalho
trazida por esta Emenda Constitucional.7
Segundo Leone Pereira existem duas correntes, no Direito Processual do
Trabalho, que discutem o cabimento ou a incompatibilidade da intervenção de
terceiros na Justiça do Trabalho.
A primeira corrente, denominada pelo autor como Teoria Tradicional,
posiciona-se pela incompatibilidade da aplicação da intervenção de terceiro no
Direito Processual do Trabalho. Esta teoria traz como fundamentos: 8
a) incompetência da Justiça do Trabalho: a admissão de um terceiro no
procedimento comum trabalhista pode acarretar na situação
processual de litígio entre sujeitos com a mesma força nos pólos
opostos do processo (por exemplo: dois empregados ou duas pessoas
5 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São Paulo:
Saraiva 2022 - p 560
6 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São Paulo:
Saraiva 2022 - p 560
7 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 560.
8 PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva, 2022 p. 352
e 353.
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físicas prestadoras de serviços) o que desnatura a ideia tradicional de
hipossuficiência em um dos pólos da relação processual trabalhista;
b) a Justiça do Trabalho não possui competência em razão da pessoa. A
entrada de terceiro na lide pode trazer situações em que a Justiça do
Trabalho iria processar e julgar ações envolvendo terceiro alheio à
relação processual entre empregado e empregador;
c) incompatibilidade com os princípios da celeridade, informalidade,
oralidade e simplicidade que vigoram no Processo do Trabalho;
d) incompatibilidade com o princípio da economia processual, por trazer
complicadores ao processo em andamento;
e) desvirtua o papel da Justiça do Trabalho, que é a efetivação da
prestação jurisdicional trabalhista, focada na entrega das verbas
trabalhistas, de natureza alimentar, com caráter urgencial. Portanto,
incompatível com a complexidade oriunda da intervenção;
f) obriga o reclamante a litigar contra quem não pretende;
9 PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva, 2022 p. 353
e 354.
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f) pacificação de conflitos que envolvam direta ou indiretamente a
alguma relação de trabalho;
g) observância dos ideários de justiça e equidade;
h) fixação da responsabilidade trabalhista do terceiro, garantindo a
satisfação do crédito trabalhista, e consequentemente maior
efetividade da jurisdição trabalhista;
i) o cancelamento da Orientação Jurisprudencial n. 227 da SDI-1 do
TST, que trazia em sua redação a incompatibilidade da denunciação
da lide com o Processo do Trabalho;
j) o Enunciado n. 68 da 1a Jornada de Direito Material e Processual da
Justiça do Trabalho. Os juristas participantes da jornada, através da
aprovação do Enunciado n. 68, admitiram a intervenção de terceiros
no processo do trabalho, conforme expresso no citado enunciado:
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS.
I – Admissibilidade da intervenção de terceiros nos Processos submetidos à
jurisdição da Justiça do Trabalho.
II – Nos processos que envolvem crédito de natureza privilegiada, a
compatibilidade da intervenção de terceiros está subordinada ao interesse
do autor, delimitado pela utilidade do provimento final.
III – Admitida a denunciação da lide, é possível à decisão judicial
estabelecer a condenação do denunciado como corresponsável.
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Quanto aos argumentos que a celeridade é impactada, aduz que cabe ao
juiz do trabalho avaliar o custo-benefício da intervenção de terceiros e indeferi-la
quando não traga benefícios aos litigantes, resguardando a celeridade para que não
sejam gerados complicadores desnecessários ao processo.
Destaca ainda que a intervenção de terceiros no Processo do Trabalho
pode ser benéfica no sentido de assegurar a garantia de solvabilidade do crédito
trabalhista, pois fixa a responsabilidade do terceiro, dando maior efetividade da
jurisdição trabalhista.12
Leone Pereira defende que a compatibilidade ou incompatibilidade da
intervenção de terceiro ao Direito Processual do Trabalho deve ser analisada de
acordo com o caso concreto. Aduz que “não é possível adotar um entendimento
fechado, favorável ou desfavorável sobre o tema.” 13
4. MODALIDADES
12 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2016, p.
421-427, apud PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva,
2022 p. 355.
13 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2016, p.
421-427, apud PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva,
2022 p. 355 e 356.
14 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2016, p.
421-427, apud PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva,
2022 p. 355 e 356.
15 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 11. ed. São Paulo: LTr, 2016, p.
421-427, apud PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva,
2022 p. 355 e 356.
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precisamente no Título III. No presente trabalho apresentaremos duas delas que
consideramos de importante relevância no processo do trabalho.
4.1 Assistência
16 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 560.
17 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 562.
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Quanto aos efeitos do trânsito em julgado da sentença de processo no
qual interveio um assistente, conforme previsto no art. 123 do CPC, este não poderá
intentar em novo processo discutir a justiça da decisão, salvo se puder alegar e
provar alguma das hipóteses previstas nos incisos I e II do citado artigo:
18 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 562.
19 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 563
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Verifica-se pelas hipóteses que admitem a denunciação à lide, que este
instituto visa a economia processual através da solução de duas pendências
judiciais em um só processo. Na primeira pendência judicial, resolve-se o litígio
entre as partes originais. Na outra, em caso de condenação do denunciante, será
julgado seu direito ao ressarcimento por parte do terceiro, dispensando outro
processo judicial.20
Insta salientar que o denunciante deve requerer a citação do denunciado
na petição inicial, se for autor; ou na contestação, se for réu. O denunciado poderá
assumir a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos
à petição inicial. Após isso, proceder-se-á à citação do réu. 21
Conforme depreende-se das lições de Carlos Henrique Bezerra Leite, a
partir da EC 45/2004 passou-se a ampliar as hipóteses de denunciação da lide no
processo do trabalho, pois sabidamente esta emenda constitucional estendeu a
competência material da Justiça do Trabalho para, além de processar e julgar as
ações oriundas da relação de trabalho, também processar e julgar outras
controvérsias decorrente da relação de trabalho. 22
José Roberto Freire Pimenta citado por Carlos Henrique Bezerra Leite,
destaca que:
20 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 568
21 LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito Processual do Trabalho, 20 edição. São
Paulo: Saraiva 2022 - p 568
22 PEREIRA, Leone - Manual do Processo do Trabalho, 7 edição. São Paulo: Saraiva, 2022 p.
354.
23 PIMENTA, José Roberto Freire. A nova competência da Justiça do Trabalho para lides não
decorrentes da relação de emprego: aspectos processuais e procedimentais. Rev. TST,
Brasília, vol. 71, n º 1, jan/abr 2005, p. 130. apud LEITE, Carlos Henrique Bezerra - Curso de Direito
Processual do Trabalho, 20 edição. São Paulo: Saraiva 2022 - p 571.
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5. POSICIONAMENTO DO JUDICIÁRIO - JURISPRUDÊNCIAS
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extinção do processo sem resolução do mérito " (RO-4345-
13.2012.5.02.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 18/09/2020).
Embora seja cediço que o C. TST houve por bem revogar a OJ nº 227 da
SBDI-1, que estatuía a incompatibilidade da denunciação da lide nesta
Justiça especializada, certo é que o referido instituto, assim como as
demais hipóteses de intervenção de terceiros, na Justiça do Trabalho
é admissível, mas com ressalvas, relativamente ao que se dá na
processualística comum. Essa restrição tem relação com a
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especificidade da competência material da Justiça do Trabalho, que se
limita às 'ações oriundas da relação de trabalho' (inciso I do art. 114 da
CR/88) e às demais matérias elencadas nos incisos 11 a IX do mesmo
dispositivo constitucional, e que não se estendem às questões afetas à
relação jurídica de natureza civil havida entre os reclamados. Agravo não
provido.
(Ag-AIRR-282-30.2014.5.15.0026, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto
Cesar Leite de Carvalho, DEJT 18/02/2022).
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REFERÊNCIAS
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