PROFESSOR:
Francisco Valdece Ferreira de Sousa.
f_valdece@hotmail.com
Aula 01
Teoria Geral do Direito Processual do Trabalho.
03. PRETENSÃO.
—> É o desejo de uma pessoa submeter ao seu interesse o interesse de terceiro.
04. DA DEMANDA.
—> É o ato de vir ao judiciário pedir a tutela jurisdicional.
06. JURISDIÇÃO
—> É o PODER mediante o qual o ESTADO soluciona litígios.
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Duas são as espécies de jurisdição: contenciosa e voluntária, restando certo
que esta última é de difícil ocorrência na seara justrabalhista.
08. HETEROCOMPOSIÇÃO.
08.1- Arbitragem
- Nos dissídios individuais - Comissão de conciliação.
- Nos dissídios coletivos - MT, MPT e ou terceiros interessados.
08. 2- Jurisdição (Direito Processual Trabalhista)
- Dissídios individuais.
- Dissídios coletivos.
09. DO PROCESSO.
O processo é uma série de atos interligados e coordenados ao objetivo de
produzir a tutela jurisdicional justa, a serem realizados no exercício de poderes ou
faculdades ou em cumprimento a deveres ou ônus. Os atos interligados em seu
conjunto, são o procedimento.
O processo é o meio de solução dos conflitos e o instrumento público previsto
em lei, por meio do qual o Estado exerce a jurisdição, dirimindo conflitos de interesse,
aplicando o direito ao caso concreto, dando a cada um o que é seu por direito, e
impondo coercitivamente o cumprimento da decisão.
O procedimento é o aspecto extrínseco do processo pelo qual se instaura,
desenvolve-se e termina. É o caminho percorrido pelo processo, a forma pelo qual se
exterioriza.
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V - Do contraditório e da ampla defesa - assegura a todos o contraditório e
a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
VI - Do duplo grau de jurisdição - possibilita o controle dos atos jurisdicionais
dos órgãos judiciais inferiores pelos órgãos judiciais superiores e também a
possibilidade de o cidadão poder recorrer contra um provimento jurisdicional
desfavorável.
VII - Da motivação das decisões judiciais - Fundamentação.
VIII - Da publicidade - CF/88, art. 93, IX que assim dispõe: “todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões…”
IX - Da vedação da prova ilícita - CF/88, art. 5º., LVI - São inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
X - Da duração razoável do processo - CF/88, Artº. 5º, LXXVIII: A todos, no
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Aula 02
Princípios Orientadores do Direito Processual do Trabalho.
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“Direito Processual do Trabalho é o ramo das ciências jurídicas que dita normas
instrumentais para atuação do Juiz e das partes, em todos os procedimentos
concernentes à matéria do trabalho.”
Luigi de Litala.
“Direito Processual do Trabalho é o complexo de princípios e normas legais que
regula: a) o processo; b) as atividades das partes; c) o órgão jurisdicional e seus
agentes.”
Eduardo Gabriel Saad.
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VIII – SUBSIDIARIEDADE:
Aplicação do CPC e da Lei de Execução Fiscal no Processo do Trabalho.
IX - FUNÇÃO SOCIAL DO PROCESSO DO TRABALHO:
Caráter alimentar das parcelas trabalhistas.
X – CONCENTRAÇÃO:
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias.
XI - IMEDIATIDADE E IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ:
O juiz que instrui um processo deve julgá-lo.
XII – PROTEÇÃO:
O Juiz só deve declarar a nulidade de um ato quando não for possível
suprir sua falta.
XIII - DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
XIV - LEALDADE PROCESSUAL(?)
XV - AMPLA DEFESA
XVI - ESTABILIDADE DA LIDE
O empregado não pode modificar seu pedido após apresentação da defesa.
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A aplicação subsidiária só será efetivada em caso de omissão da CLT e ou
das leis processuais ditas extravagantes.
Necessário ainda que a regra a ser aplicada seja compatível com os
princípios que regem o processo do trabalho, máxime no que tange ao acesso do
trabalhador à Justiça.
Importante destacar que juristas de renome, a exemplo de Manoel Antônio
Teixeira Filho e Pedro Paulo Teixeira Manus, só admitem a aplicação do CPC nos
caso de omissão da legislação processual trabalhista, exigindo, ainda, que a regra a
ser aplicada seja compatível com os princípios justrabalhistas.
Aula 03
Da Organização da Justiça do Trabalho.
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I - Conceito - Segundo preceitua o artigo 127 da CF/88, o MP é a instituição
permanente e essencial à função jurisdicional, sendo de responsabilidade dos seus
integrantes promover a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
II - Princípios do MP - São princípios do Ministério Púbico a unidade (Os
membros pertencem a um só órgão), a indivisibilidade (Seus membros podem ser
substituídos uns pelos outros, na forma da lei) e a independência funcional.
O Ministério Público do Trabalho integra o Ministério Público da União, e todos
os seus membros gozam das mesmas garantias da magistratura, a saber:
vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de subsídio.
III - O Procurador do trabalho tem a prerrogativa de sentar ao lado do Juiz
do Trabalho nas audiências trabalhistas, sob o argumento de que, seja atuando como
Fiscal da Lei, seja atuando como parte, estará sempre defendendo o interesse público.
Cumpre anotar, por oportuno, que grande parte dos doutrinadores entende
que essa prerrogativa só é aceitável quando o Procurador do Trabalho estiver atuando
como Fiscal da Lei, pois na condição de autor deverá ocupar a posição destinada ao
advogado que patrocina os interesses do Autor.
IV - Da competência dos integrantes do MPT - Segundo preceito contido no
artigo 83 da Lei Complementar 75/93, compete aos Procuradores do Trabalho o
exercício das atribuições a seguir elencadas:
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VIII - promover outras ações, nelas incluído o mandado de injunção sempre
que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania, quando difusos os interesses a serem protegidos;
IX - promover ação visando ao cancelamento de naturalização, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
X - promover a responsabilidade dos executores ou agentes do estado de defesa
ou do estado de sítio, pelos ilícitos cometidos no período de sua duração;
XI - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas,
incluídos os relativos às terras por elas tradicionalmente habitadas, propondo as
ações cabíveis;
XII - propor ação civil coletiva para defesa de interesses individuais
homogêneos;
XIII - propor ações de responsabilidade do fornecedor de produtos e serviços;
XIV - promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções
institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis, especialmente quanto:
a) ao Estado de Direito e às instituições democráticas;
b) à ordem econômica e financeira;
c) à ordem social;
d) ao patrimônio cultural brasileiro;
e) à manifestação de pensamento, de criação, de expressão ou de
informação;
f) à probidade administrativa;
g) ao meio ambiente;
XV - manifestar-se em qualquer fase dos processos, acolhendo solicitação do
juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse em causa que
justifique a intervenção;
XVI - (Vetado);
XVII - propor as ações cabíveis para:
a) perda ou suspensão de direitos políticos, nos casos previstos na
Constituição Federal;
b) declaração de nulidade de atos ou contratos geradores do endividamento
externo da União, de suas autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público Federal, ou com repercussão direta ou indireta em suas finanças;
c) dissolução compulsória de associações, inclusive de partidos políticos, nos
casos previstos na Constituição Federal;
d) cancelamento de concessão ou de permissão, nos casos previstos na
Constituição Federal;
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e) declaração de nulidade de cláusula contratual que contrarie direito do
consumidor;
XVIII - representar;
a) ao órgão judicial competente para quebra de sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal, bem como manifestar-se
sobre representação a ele dirigida para os mesmos fins;
b) ao Congresso Nacional, visando ao exercício das competências deste ou de
qualquer de suas Casas ou comissões;
c) ao Tribunal de Contas da União, visando ao exercício das competências
deste;
d) ao órgão judicial competente, visando à aplicação de penalidade por
infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem
prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XIX - promover a responsabilidade:
a) da autoridade competente, pelo não exercício das incumbências,
constitucional e legalmente impostas ao Poder Público da União, em defesa do meio
ambiente, de sua preservação e de sua recuperação;
b) de pessoas físicas ou jurídicas, em razão da prática de atividade lesiva ao
meio ambiente, tendo em vista a aplicação de sanções penais e a reparação dos danos
causados;
XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa
lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis.
§ 1º Será assegurada a participação do Ministério Público da União, como
instituição observadora, na forma e nas condições estabelecidas em ato do
Procurador-Geral da República, em qualquer órgão da administração pública direta,
indireta ou fundacional da União, que tenha atribuições correlatas às funções da
Instituição.
§ 2º A lei assegurará a participação do Ministério Público da União nos órgãos
colegiados estatais, federais ou do Distrito Federal, constituídos para defesa de
direitos e interesses relacionados com as funções da Instituição.
Inquérito Civil Público.
Processo investigativo do qual poderá resultar na celebração de um TAC
ou no ajuizamento de Ação Civil Pública.
TAC - Termo de Ajuste de Conduta.
Acordo que o(a) empregador(a) faltoso celebra com o MPT admitindo o erro
apontado no inquérito Civil Público, e, concomitantemente, assumindo o
compromisso de corrigir tais erros sob pena de pagar uma indenização no valor
estipulado no TAC.
Aula 04
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Formas de solução dos conflitos trabalhistas
03. Da arbitragem.
A arbitragem é uma forma de solução de conflito que se dá pelo ingresso de
terceira pessoa (árbitro) escolhida de comum acordo pelas partes, que irá solucionar
o conflito de forma definitiva.
Na seara dos conflitos trabalhistas a Constituição Federal autoriza a utilização
da arbitragem para solução dos conflitos coletivos de trabalho, se assim
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convencionarem as partes, não existindo previsão de arbitragem nos conflitos
individuais trabalhistas.
A doutrina e a jurisprudência não têm admitido a arbitragem como forma de
solução dos conflitos individuais com os seguintes argumentos: a) o trabalhador tem
acesso amplo e irrestrito ao Judiciário Trabalhista; b) irrenunciabilidade do crédito
trabalhista; c) hipossuficiência do trabalhador; d) o estado de subordinação inerente
ao contrato de trabalho impede que o trabalhador manifeste sua vontade ao aderir a
uma cláusula compromissória.
DA JURISDIÇÃO
01. Da lide.
O conflito de interesses, nas lições de Carnelutti, denomina-se lide, que é o
conflito de interesse qualificado por uma pretensão resistida.
02. Da pretensão.
É a exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio. A
pretensão é um ato, não um poder; algo que alguém faz, mas não que alguém tem. A
pretensão pode ser deduzida tanto por quem tem quanto por quem não tem o direito.
Pode ser fundada ou infundada. Em última análise, pode haver pretensão sem direito,
e, de igual forma, direito sem pretensão.
03. Da demanda.
Demanda é o ato de comparecer perante o Poder Judiciário postulando a tutela
jurisdicional em relação à pretensão do postulante. O demandante (Autor, Acionante,
Reclamante) coloca sua pretensão diante do juiz para que ele a aprecie, e, ao final,
prolate decisão acolhendo-a ou rejeitando-a.
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• É admissível, contudo, a desistência do recurso independen-temente da
vontade do recorrido.
• A desistência da ação só surte efeito após ser homologada por sentença.
• Quando tem como objeto direitos pessoais, a exemplo da reintegração,
são intransferíveis.
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Existem controvérsias quanto a competência para conhecer e julgar as
relações de trabalho que configuram relação de consumo. Para uns, a competência é
da Justiça Comum. Para outros, uma vez existente a relação de trabalho, ainda que
inserida no bojo de uma relação de consumo, a competência será da Justiça do
Trabalho.
• Competência quanto ao servidor público. Relação estatutária.
O STF definiu que a competência para dirimir as controvérsias entre os órgãos
públicos e seus servidores é da Justiça Comum, decisão que alimenta o
inconformismo dos doutrinadores que dizem não fazer sentido que a Justiça do
Trabalho seja competente para apreciar as lides relativas aos contratos celetistas e o
seja em relação aos estatutários.
Aula 05
DOS ATOS E FATOS PROCESSUAIS
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Limites temporais - serão praticados nos dias úteis, entre 6h00m e 20h00m,
contudo, sendo necessário e mediante autorização expressa do juiz, poderão ser
praticados fora do limite retrocitado.
Forma - os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta,
datilografados, digitados ou mediante o uso de carimbo - CLT, art. 771.
Documentação - todos os atos serão documentados.
Preclusão - é a perda do direito de se praticar uma faculdade processual.
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Por força da Lei nº. 13.467/2017, computar-se-ão apenas e tão somente os
dias úteis.
Os prazos processuais são contínuos, entretanto, por força do que dispõe o art
775 da CLT, há possibilidade de suspensão e interrupção dos prazos.
Na suspensão, a contagem é paralisado pelo tempo correspondente ao fato
determinante, retomando-se a contagem do da paralisação.
Na interrupção, a contagem é inutilizada, recomeçando a ser feita quando
cessar a causa determinante da paralisação.
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pela variação acumulada do INPC pelo IBGE, no período de 01 de agosto de 2016 a
31de julho de 2017.
—> No Recurso Ordinário (RO)……………. R$ 9.189,00
—> No Recurso de Revista (RR) ou Recurso Especial (RE)….… R$ 19.378,00
Esses valores serão de observância obrigatória a partir de 1º de agosto de 2017.
Com o advento da Lei 13.467/2017 o recolhimento do depósito recursal sofreu
as seguintes modificações:
I- deverá ser realizado mediante Guia de Depósito Judicial (Antes era feito
depósito em guia de FGTS, n conta vinculada do trabalhador) e será corrigido pelos
mesmos índices da poupança;
II- poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial;
III- será reduzidos pela metade para entidade sem fins lucrativos,
empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e
empresas de pequeno porte;
IV- Os beneficiários da justiça gratuita, entidades filantrópicas e empresas em
recuperação judicial são isentos de depósito recursal.
Aula 06
Da prescrição e das nulidades no Direito processual do Trabalho.
01. Da prescrição.
Segundo Pontes de Miranda, “a prescrição é a exceção, que alguém tem, contra
o que não exerceu, durante certo tempo que alguma regra jurídica fixa, sua pretensão
ou ação”.
Dispõe o Código Civil: “Art. 189 - Violado o direito, nasce para o titular a
pretensão, a qual se extingue pela prescrição, nos prazos a que aludem os artigos
205 e 206”.
Carlos Roberto Gonçalves leciona que “hoje predomina o entendimento na
moderna doutrina, de que a prescrição extingue a pretensão, que é a exige cia de
subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. Extinta a pretensão, não há
ação, eis que a prescrição extingue a pretensão e atinge de igual forma a ação”.
A prescrição trabalhista está prevista no art. 7º, XXIX, da CF/88.
02. Da decadência.
A decadência consiste na perda do direito em razão da inércia de seu titular.
Rodolfo Pamplona e Pablo Stolze ensinam que a decadência “consiste na
perda efetiva de um direito potestativo, pela falta de seu exercício, no período de tempo
determinado em lei ou pela vontade das próprias partes. Sendo, literalmente, a
extinção do direito é também chamada, em sentido estrito, consoante já se disse, de
caducidade, não remanescendo qualquer sombra de direito em favor do titular, que não
terá como exercer mais, de forma alguma, o direito caduco”.
No processo do trabalho, três prazos decadenciais típicos:
I- 30 dias para instauração do inquérito judicial para apuração de falta grave;
II- 02 anos para propor ação rescisória;
III- 120 dias para propor mandado de segurança.
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03. Prescrição X Decadência.
I - A prescrição extingue a pretensão e por via oblíqua o direito, enquanto a
decadência extingue o direito e por via oblíqua a pretensão;
II - O prazo decadencial pode ser fixado por lei ou pela vontade das partes
(contrato), os prazos prescricionais, por sua vez, são fixados exclusivamente por lei;
III - O prazo decadencial corre contra todos, enquanto o prazo prescricional
pode não correr contra algumas pessoas, a exemplo dos incapazes;
IV - A prescrição, uma vez consumada, pode ser objeto de renúncia, a
decadência é irrenunciável.
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09. Prescrição do dano moral decorrente da relação de trabalho.
A prescrição do direito a reparação do dano moral decorrente da relação de
trabalho é a do Código Civil e o prazo é de 10 (Dez) anos, haja vista tratar-se de
reparação de índole constitucional-civil, além do que, a natureza da reparação refere-
se a um dano pessoal.
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Nulidade absoluta ou ato nulo/insanável: será considerado nulo quando
praticado em desacordo com as normas de ordem pública. Neste caso, a nulidade
deverá ser declarada de ofício pelo magistrado ou poderá ser alegada em qualquer
tempo ou grau de jurisdição pelas partes. O juiz poderá de ofício, declarar nulidades
decorrentes da incompetência em razão da mataria ou por falta de pressupostos
processuais e condições da ação (CPC, art. 267, IV e VI e § 3º.).
Nulidade relativa ou ato anulável/sanável: será considerado como anulável
quando houver desrespeito a uma norma dispositiva. Geralmente essas normas
dispositivas tratam dos interesses das partes e sua violação acarreta um vício de
menor gravidade. Neste caso, o ato processual somente poderá ser anulado mediante
provocação da parte interessada, não podendo o magistrado agir de ofício. Assim, não
havendo provocação da parte interessada, o ato será convalidado, passando a ser
válido.
Ato inexistente: o ato será considerado inexistente quando lhe faltar alguma
característica essencial para sua formação no mundo jurídico. Esses atos não
produzem efeitos no mundo jurídico. Contém um vício tão acentuado, que não
chegam a produzir efeitos.
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- Também conhecido como princípio da economia processual, visa aproveitar
ao m máximo a relação jurídica processual, renovando os atos processuais
defeituosos, sem necessidade de extinção prematura do processo.
V - Princípio do aproveitamento dos atos praticados (CLT, art. 798).
- A declaração de nulidade não pode estender-se nem retroagir aos atos
validamente praticados.
VI - Princípio do interesse (CLT, art. 796).
- Somente terá interesse de postular a nulidade a parte que foi prejudicada,
mas que não deu causa a ela os processuais defeituosos, sem necessidade de extinção
prematura do processo.
1. Introdução e conceito.
A audiência trabalhista é considerada por alguns operadores do direito como
sendo uma audiência trabalhosa, sendo mais complexa do que a audiência cível. Não
sei se é mais ou menos trabalhosa, mas a trabalhista requer o conhecimento de
algumas particularidades para que não haja imperícia na forma de condução do
trabalho pelo advogado do reclamante, ou mesmo pelo advogado da reclamada.
No presente texto seu objetivo é de uma espécie de compendio de alguns
principais temas da audiência, não tem função, no entanto, de esgotamento do tema.
Nas palavras do jurista Gerson Shiguemori “o temo audiência provém do latim
audientia, que significa também audição, que no Direito podemos entender como
sendo a realização de ato solene determinado por Juízes de Direito, para produção
de prova em processo judicial, aplicável na primeira instância, pois nos Tribunais
denomina-se sessão”.
2. Atraso em audiência.
Se extrai da legislação trabalhista que o atraso de 15 minutos previsto pelo
artigo 815 é apenas para o juiz, de modo que se uma das partes litigantes não
comparecer ao horário marcado será considerada revel, no caso da reclamada, ou
haverá extinção sem resolução de mérito no caso da ausência do reclamante.
Segundo a OJSBDI1 n. 245, “inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de
comparecimento da parte à audiência.”
3. Poder de polícia.
Cumpre mencionar que no que diz respeito ao poder de polícia é o juiz quem
cabe “ordenar medidas para a manutenção do respeito por parte dos espectadores,
inclusive requisitando a força pública, se necessário, fazendo prender e autuar os
desobedientes, evacuar a sala, interromper os trabalhos...” (Bezerra Leite).
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Este poder do juiz é também chamado de poder de polícia processual. Segundo
o artigo 360 da CPC ao exercer o poder de polícia o juiz deve tratar com urbanidade
as partes ou qualquer pessoa que participe do processo. Importante salientar
também, que segundo o inciso V do mesmo artigo todos os requerimentos
apresentados em audiência devem ser registrados em ata, com exatidão.
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representantes”. Apesar do que não é aconselhável a atuação sem advogado, no
intuito de preservar os direitos do trabalhador ou mesmo do empresário.
Também é necessário que o preposto seja funcionário da empresa, além de ser
conhecedor dos fatos, salvo se foi empregador doméstico ou se o empregador for micro
ou pequena empresa, conforme artigo 54 da Lei complementar 132/2006 e súmula
377 do TST.
Ademais, segundo Bezerra Leite, “alguns julgados admitem que o advogado
empregado atue, simultaneamente, como preposto do réu, o que nos parece válido,
uma vez que o causídico, na relação jurídica estabelecida com o cliente, está obrigado
a manter o sigilo profissional, o que torna incompatível o exercício concomitante das
duas funções.”
Segundo o código de ética da OAB, em seu artigo 25 prescreve que “é defeso
ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e
preposto do empregador ou cliente.”
No caso do reclamante se ausentar na primeira audiência haverá o julgamento
sem mérito da causa, podendo ele entrar com nova ação. Porém, se a ação for extinta
por suas vezes sem resolução do mérito ocorrerá a perempção temporária, assim o
reclamante terá duas opções: reiterar o mesmos pedidos feitos da propositura ou,
aguardar seis meses e, assim, poderá propor a ação contendo novos pedidos.
Segundo Gerson Shiguemori “alguns juízes aplicam a revelia e confissão à
reclamada que encontra-se com seu preposto ausente, mesmo com advogado
presente e munido de procuração, podendo a ausência ser elidida por atestado
médico, que comprove a impossibilidade de locomoção do empregador ou preposto,
no dia da audiência, conforme súmula 122 do TST.”
6. Dos protestos.
Com relação a este tema, de suma importância para a boa condução da
audiência trabalhista, pode se dizer que é cabível toda vez que o advogado entende
que alguma discussão versada em audiência deverá ser formalmente consignada em
ata de audiência visando posteriormente conseguir a nulidade de algum ato
prejudicial a parte, em acordo ao artigo 795 e 794 da CLT.
É importante também salientar uma técnica jurídica para o caso de o juiz
indeferir o pedido de consignação dos protestos em ata. Segundo Gerson Shiguemori,
“É possível o protesto por escrito, vez que o artigo 795 da CLTprevê a manifestação
da parte a primeira vez que tiverem que falar em audiência ou nos autos, sendo este
último por escrito e ainda incondicionado a negativa do magistrado em constar na
ata de audiência.”
7. Das testemunha.
Neste tópico, a escolha deste texto é por salientar alguns pontos específicos,
sem que seja de suma importância outros.
O texto normativo prescreve que as testemunhas comparecerão a audiência
sem previa intimação, porém se o juiz intimar a parte para juntar o rol de
testemunhas há possibilidade de a oitiva da testemunha em audiência seja impedida
por esse motivo.
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Quanto mais, em caso da ausência de da testemunha em audiência poderá a
parte requerer a remarcação da audiência, no mais das vezes, condicionado ao prévio
envio de carta convite.
Segundo Shiguemori, “A parte poderá requerer ainda que a testemunha seja
intimada por Mandado Judicial, devendo neste caso oferecer o rol previamente, ou
mesmo no dia da audiência em caso de aditamento, podendo o Juiz determinar que
sejam as testemunhas intimadas na forma do artigo 305 da Consolidação das Normas
da Corregedoria do TRT da 2 Região.”
No início da fala da testemunha, o advogado da parte contrária terá a
oportunidade de contraditar. Nesta etapa o advogado tentará mostrar para o juiz que
aquela testemunha não serve, ou não será imparcial em seu depoimento.
Por exemplo, se a testemunha é amiga intima de uma das partes. Será
perguntado para testemunha se ela tem algum interesse na causa. Se caso for
constatado que ela tem um preferido será indeferida sua oitiva, sem prejuízo de
consignar protesto a fim de buscar a nulidade do ato em eventual Recurso Ordinário.
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