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A Lei de Improbidade Administrativa (LIA) foi substancialmente alterada pela Lei n° 14.230/21.
Desta forma, diante da Reforma de 2021 da LIA, em matéria de sanções pela prática de ato de
improbidade administrativa, é correto afirmar que
a) as sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade, exceto quando
concluírem pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria.
b) as sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as
sanções aplicadas nos termos da LIA
c) os atos do órgão de controle interno ou externo não poderão ser considerados pelo juiz quando
tiverem servido de fundamento para a conduta do agente público.
d) a aplicação das sanções previstas na LIA dependerá da aprovação ou rejeição das contas pelo
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
e) a aplicação das sanções previstas na LIA independerá da efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público, no que tange às condutas previstas nos artigos 9°, 10° e 11º da citada Lei.
Art. 21 [...] § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser
compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta Lei.
No início do ano de 2023, João, Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, dolosamente, exerceu
atividade de consultoria e assessoramento, recebendo remuneração de dez mil reais, para o
contribuinte José, cuja declaração do imposto de renda de pessoa física estava retida em malha
fiscal, pois ocorrem diferenças de informações entre aquilo que foi informado pelo contribuinte e
as demais informações constantes na base de dados da RFB. É evidente que José tinha interesse
suscetível de ser atingido por ação ou omissão decorrente das atribuições do citado agente público,
durante sua atividade funcional, haja vista que o próprio João faria a posterior análise das
informações e documentos a serem apresentados pelo contribuinte, e ambos tinham
conhecimento de tal fato.
No caso em tela, consoante dispõe a Lei nº 8.429/92, com as alterações introduzidas pela Lei nº
14.230/21, em tese
a) João e José não podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa, diante da
expressa revogação do tipo que capitulava a conduta narrada como ato improbo.
b) João e José podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa que importou
enriquecimento ilícito, entre cujas sanções está o pagamento de multa civil equivalente ao valor do
acréscimo patrimonial
c) João e José podem ser responsabilizados por ato de improbidade administrativa que atentou
contra os princípios da Administração Pública, entre cujas sanções está o pagamento de multa civil
de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente
d) apenas José, na qualidade de contribuinte, praticou ato de improbidade, e João pode ser
responsabilizado por falta funcional.
e) apenas João, na qualidade de agente público, praticou ato de improbidade, e José pode ser
responsabilizado por dano moral coletivo.
Art. 9º [...] VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria
ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;
Em outubro de 2022, José, presidente da autarquia estadual Delta, no exercício da função, de forma
dolosa, percebeu vantagem econômica direta, consistente em propina no valor de vinte mil reais, para
facilitar a locação de bem imóvel de seu primo João, que concorreu dolosamente para o ato ilícito, pela
autarquia em que ocupa cargo de gestão, por preço superior ao valor de mercado.
No caso em tela, foi cometido ato de improbidade administrativa por:
a) José e João, que estão sujeitos, entre outras, à sanção de suspensão dos direitos políticos até catorze
anos
b) José, que está sujeito, entre outras, à sanção de suspensão dos direitos políticos até oito anos;
c) José, na qualidade de agente público, mas não por João, que é particular e deve responder no âmbito
da responsabilidade civil;
d) João, pois concorreu e se beneficiou do ato ímprobo, e está sujeito, entre outras, à sanção de
pagamento de multa civil equivalente ao triplo do valor do acréscimo patrimonial;
e) José e João, que estão sujeitos, entre outras, à proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual sejam sócios majoritários, pelo prazo não superior a oito anos.
Perda dos Perda da Suspensão dos Multa Proibição de
bens função d. políticos contratar / receber
benef.
EI
LE
AP
Perda dos bens Perda da função Suspensão dos d. Multa Proibição de contratar /
políticos receber benef.
EI X X Até 14 anos Equiv. acréscimo Até 14 anos
Perda dos bens Perda da função Suspensão dos d. Multa Proibição de contratar /
políticos receber benef.
EI X X Até 14 anos Equiv. acréscimo Até 14 anos
Art. 9º [...] VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;
Carlos, empregado da empresa pública federal Alfa, no exercício da função, percebeu vantagem
econômica direta, consistente no pagamento de sessenta mil reais, para facilitar a locação de bem
móvel, pela empresa pública Alfa, por preço superior ao valor de mercado. Agindo em conluio com
o particular André, proprietário do imóvel alugado, Carlos usou de seu emprego público para
viabilizar a contratação superfaturada e, em troca, recebeu a mencionada propina. Os fatos foram
noticiados ao Ministério Público Federal que instaurou inquérito civil e, finda a investigação,
conseguiu obter provas de todo o esquema ilícito.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.429/92 e a jurisprudência, assinale a afirmativa correta.
a) Carlos deve ser responsabilizado pela prática de ato de improbidade administrativa, diante do
dano ao erário, mas André não se sujeita às sanções previstas na lei de improbidade, eis que não é
agente público.
b) Carlos deve ser responsabilizado pela prática de ato de improbidade administrativa,
independentemente do dano ao erário, e está sujeito a sanções como perda da função pública e
cassação dos direitos políticos.
c) André apenas deve ser responsabilizado por ato de improbidade administrativa, caso seja
comprovado o dano efetivo ao erário, e, Carlos, deve ser responsabilizado por improbidade,
independentemente do dano ao erário.
d) Carlos e André devem ser responsabilizados pela prática de ato de improbidade administrativa, o
primeiro na qualidade de agente público e, o segundo, como particular que concorreu e se
beneficiou do ato ilícito
e) Carlos e André não podem ser responsabilizados pela prática de ato de improbidade
administrativa porque não são considerados servidores públicos, pois o primeiro é empregado da
administração indireta e, o segundo, é particular.
João, servidor público municipal ocupante de cargo de provimento efetivo, no exercício da função
de vigia de uma repartição pública, permitiu que Pedro, seu amigo de infância, ali ingressasse e
subtraísse diversos bens de elevado valor. Os bens foram vendidos e Pedro ficou com a
integralidade do montante arrecadado.
Considerando a tipologia da Lei nº 8.429/1992, é correto afirmar que:
a) Pedro responderá por dano ao patrimônio público, e João, por violação aos princípios regentes
da atividade estatal;
b) Pedro responderá por dano ao patrimônio público, e João, por enriquecimento ilícito;
c) João responderá por dano ao patrimônio público, e Pedro, por enriquecimento ilícito;
d) João e Pedro responderão por dano ao patrimônio público
e) João e Pedro responderão por enriquecimento ilícito.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente:
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
O Oficial do Ministério Público Fernando recebeu vantagem econômica direta, consistente em vinte
mil reais em espécie, para omitir ato de ofício e providência a que estava obrigado a fazer no
exercício da função. Ao cumprir diligência intimatória, Fernando aceitou receber a citada propina
de Fernanda, pessoa que deveria ser intimada e, em troca, lançou certidão informando que não a
intimou por não tê-la localizado.
No caso em tela, conforme estabelecido na Lei nº 8.429/92:
a) Fernando cometeu ato de improbidade administrativa, na qualidade de agente público, mas
Fernanda não, por se tratar de particular que responde com base no direito privado;
b) Fernando e Fernanda não cometeram ato de improbidade administrativa, eis que não houve
prejuízo ou dano ao erário, mas o primeiro deve ser responsabilizado por falta funcional;
c) Fernando deve responder por crime de responsabilidade, na qualidade de agente público que
auferiu vantagem indevida, e Fernanda deve ser responsabilizada na esfera cível;
d) Fernando e Fernanda cometeram ato de improbidade administrativa, o primeiro na qualidade de
agente público, e a segunda como particular que concorreu e se beneficiou do ato
e) Fernando e Fernanda não cometeram ato de improbidade administrativa por falta de adequação
típica, mas ambos deverão responder com a reparação pelo dano moral sofrido pelo poder público
de forma difusa.
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.
Art. 9º X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir
ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
Pedro, servidor público do Município Beta, foi acusado, pelo referido Município, de ter violado o
seu dever legal de sigilo. O polo passivo da relação processual foi igualmente ocupado por José,
particular que o teria concorrido e se beneficiado da quebra de sigilo. O Juiz de Direito, ao proferir
a sua sentença, decidiu inexistir qualquer prova de que Pedro praticara o ato ilícito. Por outro lado,
as provas em relação a José eram irrefutáveis, pois ele efetivamente teve acesso à informação
sigilosa.
Considerando que a sentença foi proferida no âmbito de uma ação civil por ato de improbidade
administrativa, o Juiz de Direito deve:
a) absolver Pedro e condenar José;
b) condenar Pedro e absolver José;
c) absolver Pedro e José
d) condenar Pedro e José;
e) encaminhar os autos ao Ministério Público.
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.