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RESUMO
Direito Administrativo

Improbidade Administrativa
Considerações iniciais: conceitos e alteração legislativa

A Lei 14.230/2021 (nova Lei de Improbidade Administrativa – LIA) fez diversas


alterações na Lei 8.429/92: publicação e entrada em vigor ocorreu em 26/10/2021.

Consideram-se atos de improbidade administrativa apenas condutas dolosas,


com a finalidade ilícita.

Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito


tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei (enriquecimento ilícito, dano ao erário e violação
de princípio), não bastando a voluntariedade do agente.

Vejamos como o tema foi abordado em provas:

A comprovação de conduta dolosa do agente é exigida para a responsabilização,


conforme a Lei de Improbidade Administrativa vigente, inexistindo, portanto, a
modalidade culposa de improbidade.
A voluntariedade da conduta do agente não é condição suficiente para a
tipificação do ato de improbidade.

A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade culposa do ato


de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso
XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em relação à eficácia da coisa
julgada; nem tampouco durante o processo de execução das penas e seus incidentes.
(STF, Info 1065, agosto/2022)

Explicando: Antes da Lei 14.230/2021 era punível também a conduta culposa. A


alteração legislativa (apenas doloso) não retroage para beneficiar o réu. O que isso quer
dizer? Quer dizer que se, por exemplo, o indivíduo tenha sido condenado por ato
culposo, agora não será absolvido pela alteração legislativa – pois vigora no direito
administrativo o princípio do tempus regit actum – isso se ainda não tiver havido o
trânsito em julgado da decisão!

Entenda: Incide a Lei nº 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade


administrativa culposos praticados na vigência da Lei nº 8.429/1992, desde que não
exista condenação transitada em julgado. (STF, Info 1065, agosto/2022)

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Ato de improbidade CULPOSO cometido ANTES da Lei nº 14.230/2021 (que só prevê


modalidade dolosa)
NÃO TRANSITOU EM JULGADO TRANSITOU EM JULGADO
APLICA nova lei. NÃO aplica nova lei.
Ou seja, não vai alterar a execução da
decisão condenatória por ato culposo,
Ou seja, vai ser absolvido, eis que não se nem interferir na penalidade que o
pune mais ato de improbidade culposo. indivíduo está cumprindo, eis que vigora
o princípio do tempus regit actum no
direito administrativo.

Vejamos como o tema foi abordado em provas:

No ano de 2018, João concedeu benefício fiscal sem observar as formalidades


legais, tendo sido posteriormente comprovado dano ao patrimônio público e
evidenciado não existir qualquer dolo por parte de João. O processo para a apuração da
conduta de João está em curso, não tendo havido, ainda, sentença condenatória.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa
(LIA), a CF e a jurisprudência do STF, é correto afirmar que João deverá ser absolvido no
processo de apuração da conduta, pois a conduta descrita, embora tenha causado
prejuízo ao erário, deixou de ser punível na modalidade culposa após as alterações da
LIA.

O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem


comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de
improbidade administrativa. (Com a mudança operada pela Lei nº 14.230/2021, exige-
se dolo + elemento subjetivo especial (“dolo específico”) para configurar a conduta
ímproba).

A ação de improbidade administrativa possui natureza cível (não é uma ação


penal). O ato de improbidade administrativa não é crime.

O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 (8 anos) é irretroativo,


aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei. (STF, Info 1065,
agosto/2022).

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SUJEITO ATIVO X PASSIVO

→ A quem se aplica a lei de improbidade administrativa:

As disposições da lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.

SUJEITO PASSIVO DO ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Órgãos da Administração direta
Ex.: União, Estados, DF, Municípios.
Entidades da Administração indireta
Ex.: autarquias, fundações, associações públicas, empresas públicas, sociedades de
economia mista.
Entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de entes públicos ou governamentais
Ex.: entidades do terceiro setor (organizações sociais, OSCIP etc.), entidades
sindicais, entre outros.
Entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse
caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos
Ex.: sociedades de propósito específico, criadas para gerir parcerias público-privadas
(art. 9º da Lei nº 11.079/2004).
A Lei de Improbidade Administrativa, aplica-se aos atos praticados contra o
patrimônio de entidade privada cujo funcionamento seja custeado pelo poder
público.

SUJEITO ATIVO DO ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


SUJEITO ATIVO é a pessoa física ou jurídica que:
• pratica dolosamente o ato de improbidade administrativa;
• induz ou concorre dolosamente para a sua prática.

As pessoas física e jurídica podem ser sancionadas pela prática de ato de improbidade
administrativa.

TERCEIRO é a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo agente público, induziu
ou concorreu dolosamente para a prática do ato de improbidade.
Desse modo, o papel do terceiro no ato de improbidade pode ser o de:

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• induzir (instigar, estimular) o agente público a praticar o ato de improbidade;


• concorrer para o ato de improbidade (auxiliar o agente público a praticar).

→ Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de


direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à
pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos,
caso em que responderão nos limites da sua participação.

→ As sanções da Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade


administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de
que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 (Lei anticorrupção).

Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às sanções da
LIA, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
O ímprobo também está sujeito às sanções éticas (Decreto 1.171/94).

Em provas, o tema foi abordado da seguinte forma:

A transitoriedade do vínculo entre o agente causador do dano e a pessoa jurídica


lesada não impede a incidência das regras da Lei de Improbidade Administrativa.
O ato ilícito que já tenha sido sancionado com base na Lei n.º 12.846/2013
impossibilita a aplicação das penalidades da Lei de Improbidade Administrativa.

Legitimidade para propor a ação e o acordo de não persecução cível

A Lei de Improbidade Administrativa prevê legitimidade exclusiva do Ministério


Público para propor ação de improbidade e para celebrar acordo de não persecução
cível, porém, o STF entendeu pela INCONSTITUCIONALIDADE dos artigos (17 e 17-B) sem
redução de texto, fixando o seguinte: Os entes públicos que sofreram prejuízos em
razão de atos de improbidade também estão autorizados, de forma concorrente com
o Ministério Público, a propor ação e a celebrar acordos de não persecução civil em
relação a esses atos. (Informativo 1066, STF).

Em resumo, tem legitimidade para propor ação de improbidade ou acordo de


não persecução civil:
a) Ministério Público; e
b) Pessoa Jurídica interessada (que foi lesionada pelo ato ímprobo).

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Competência e procedimento

A ação de improbidade administrativa deverá ser proposta perante o foro do local


onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada.

A propositura da ação prevenirá a competência do juízo para todas as ações


posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
A petição inicial observará o seguinte:
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios
mínimos que demonstrem a ocorrência de enriquecimento ilícito, dano ao erário ou
violação de princípio e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente
fundamentada;
II - será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios
suficientes da veracidade dos fatos e do dolo imputado ou com razões fundamentadas
da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
vigente.

CUIDADO: O art. 21, §4°, da Lei está SUPENSO por decisão liminar em controle de
constitucionalidade pelo STF: ADI 7236, Liminar proferida em 27/12/2022:
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão
colegiada, impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os
fundamentos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal). (SUSPENSO)
Para o relator da ADI 7236, a independência de instâncias exige tratamentos sancionatórios
diferenciados entre os ilícitos em geral (civis, penais e político-administrativos) e os atos de
improbidade administrativa.

Recursos

Contra decisão que não receba a petição inicial da ação de improbidade cabe
APELAÇÃO para o autor (Informativo 574).

Contra a sentença que Contra a sentença que Em caso de REJEIÇÃO


REJEITA a inicial da ação RECEBE a inicial da ação apenas para alguns réus
de improbidade de improbidade

caberá APELAÇÃO. caberá AGRAVO DE caberá AGRAVO DE


INSTRUMENTO. INSTRUMENTO

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Art. 16, §9º, LIA

Tipos de Atos de Improbidade Administrativa

• Art. 9º. Enriquecimento ilícito (agente se beneficiou): rol exemplificativo;


• Art. 10. Lesão ao erário (alguém se beneficiou): rol exemplificativo;
• Art. 11. Contra os princípios da administração pública (subsidiariedade): rol
taxativo.

Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no


exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no
âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos


representará ao Ministério Público competente, para as providências necessárias.

Observe como o assunto foi abordado em provas:

A Lei n.º 14.230/2021 revogou a seção que tratava dos atos de improbidade
administrativa decorrentes da concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
ou tributário.
Obs.: Apesar de ter sido revogado, permanece sendo ato de improbidade
administrativa, mas na modalidade “que causa prejuízo ao erário”.

A tipificação dos atos de improbidade por ofensa a princípios da administração


pública não é exemplificativa.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Constitui ato de improbidade administrativa importando em ENRIQUECIMENTO


ILÍCITO auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de
emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º da Lei.

De acordo com a LIA, é conduta que gera enriquecimento ilícito utilizar, em obra
ou serviço particular, qualquer bem móvel, de propriedade ou à disposição de

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qualquer das entidades referidas no art. 1º da Lei, bem como o trabalho de servidores,
de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades. (cuidado para não
confundir: isso não é hipótese de peculato)

Também é conduta que gera enriquecimento ilícito: usar, em proveito próprio,


bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei.

Em prova, o tema foi abordado da seguinte forma:

Utilizar, em serviço particular, terceiros contratados pelo órgão público ao qual o


agente é vinculado caracteriza ato de improbidade administrativa.

Adquirir, dolosamente, para si ou para outrem, no exercício de mandato, de cargo,


de emprego ou de função pública, e em razão deles, bens de qualquer natureza, cujo
valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público,
assegurada a demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação
dada pela Lei nº 14.230/2021)

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Qualquer conduta que enseja perda patrimonial, desvio, apropriação,


malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dos sujeitos passivos.

Ato que causa prejuízo ao erário Ato que atenta contra princípio
Frustrar a licitude de processo licitatório ou de Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter
processo seletivo para celebração de concorrencial de concurso público, de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, chamamento ou de procedimento licitatório, com
ou dispensá-los indevidamente, acarretando vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou
perda patrimonial efetiva; (Redação dada indireto, ou de terceiros; (Redação dada pela Lei
pela Lei nº 14.230/2021) nº 14.230/2021)

O STJ entendia que a dispensa indevida de licitação gerava dano in re ipsa ao


erário, porém, com a nova redação da LIA é necessário comprovar perda patrimonial
efetiva para enquadrar o ato/omissão que frustre a licitude do processo licitatório ou
de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativo.

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Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não


implicar perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado
o enriquecimento sem causa das entidades referidas no art. 1º da Lei.

A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará


improbidade administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa
finalidade.

Observa a seguinte afirmativa em prova:

Não obstante a independência entre as instâncias civil, penal e administrativa, em


caso de lesão ao patrimônio público em decorrência de ato de improbidade, a reparação
do dano deverá deduzir o ressarcimento já efetuado nas demais instâncias que tiverem
por objeto os mesmos fatos.

Agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz


respeito à conservação do patrimônio público. (Redação dada pela Lei nº 14.230/2021)

Ato que gera enriquecimento ilícito Ato que causa prejuízo ao erário
Utilizar, em obra ou serviço particular, Permitir que se utilize, em obra ou serviço
qualquer bem móvel, de propriedade ou particular, veículos, máquinas,
à disposição de qualquer das entidades equipamentos ou material de qualquer
referidas no art. 1º desta Lei, bem como natureza, de propriedade ou à disposição
o trabalho de servidores, de empregados de qualquer das entidades mencionadas
ou de terceiros contratados por essas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho
entidades; de servidor público, empregados ou
terceiros contratados por essas
entidades.
PRÓPRIO DE OUTREM

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da


Administração Pública

Considerando a hipótese de que servidor público civil do Poder Executivo federal


tenha usado, em benefício de terceiros, informação privilegiada que deveria manter em

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segredo, obtida no âmbito interno de seu serviço, tal conduta configura ato
improbidade que atenta contra os princípios da Administração pública.

Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada


pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade
administrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional
do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra
pessoa ou entidade. (art. 11, §1°) (Redação dada pela Lei nº 14.230/2021)

Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da


administração pública revelar, antes da divulgação oficial, teor de medida econômica
capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Não causou prejuízo, mas


Recebeu vantagem Ajudou alguém a receber
violou princípios
enriquecimento ilícito prejuízo ao erário ato contra os princípios

Como já era consolidado na jurisprudência do STJ, os atos ímprobos lesivos a princípios


exigem conduta DOLOSA, excluída a culpa. A Lei nº 14.230/2021 deixa expresso esse
entendimento ao dispor que “constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade (...)” (art. 11, caput).

A configuração de ato de improbidade contrário a princípio da administração


pública independe de prova de dano ao erário ou enriquecimento ilícito do agente.

Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público,


de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício
próprio, direto ou indireto, ou de terceiros.

Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha
das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades. (Redação dada pela Lei nº
14.230/2021)

Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por parte


dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo com
finalidade ilícita por parte do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230/2021)

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Lembrando da súmula vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou


parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

Responsabilidade Sucessória

A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na


hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de
cisão societária.

Foi incluído o art. 8º-A para ampliar a responsabilidade sucessória das pessoas jurídicas.
Haverá responsabilidade também na hipótese de “alteração contratual, de
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária”. Nestes casos, “a
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano
causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais
sanções previstas na lei decorrentes de atos e de fatos ocorridos ANTES da data da fusão
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude,
devidamente comprovados”.

Notificação/Designação

A notificação dos réus é FASE PRÉVIA E OBRIGATÓRIA nos procedimentos


previstos para as ações que visem à condenação por atos de improbidade
administrativa. Somente após a apresentação da defesa prévia é que o juiz analisará a
viabilidade da ação e, recebendo-a, mandará citar o réu.

O procedimento administrativo cabe à administração pública, mas a Lei de


Improbidade permite ao Ministério Público designar um representante do órgão para
acompanhar esse procedimento. (art. 20, p.ú.)

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente


para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de
improbidade, SEM PREJUÍZO de representar também ao Ministério Público. (art. 14 e
22)

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Não é permitida a aplicação da decisão coordenada no âmbito do processo


administrativo quando este tratar de licitações e quando estiverem envolvidas
autoridades de poderes distintos. (L9784, Art. 49-A. § 6º)

Medidas assecuratórias/Preventivas
Vejamos como uma hipótese de medida assecuratória foi cobrada em prova:

A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente


público do exercício do cargo, do emprego ou da função, SEM PREJUÍZO DA
REMUNERAÇÃO, quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar
a iminente prática de novos ilícitos. (Art. 19, § 1º)

Sanções
Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e
das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato. (art. 12)

CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO LESÃO/PREJUÍZO AO ERÁRIO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

-Perda dos bens ou valores -Perda dos bens ou valores - Pagamento de multa civil de
acrescidos ilicitamente ao acrescidos ilicitamente ao até 24x o valor da
patrimônio, patrimônio, se concorrer esta remuneração percebida pelo
circunstância, agente e
- Perda da função pública,
suspensão dos direitos - Perda da função pública, - Proibição de contratar com o
políticos até 14 anos, suspensão dos direitos poder público ou de receber
pagamento de multa civil políticos até 12 anos, benefícios ou incentivos fiscais
equivalente ao valor do pagamento de multa civil ou creditícios, direta ou
acréscimo patrimonial e equivalente ao valor do dano indiretamente, ainda que por
e intermédio de pessoa jurídica
-Proibição de contratar com o da qual seja sócio majoritário,
poder público ou de receber - Proibição de contratar com pelo prazo não superior a 4
benefícios ou incentivos o poder público ou de receber anos.
fiscais ou creditícios, direta benefícios ou incentivos

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ou indiretamente, ainda que fiscais ou creditícios, direta


por intermédio de pessoa ou indiretamente, ainda que
jurídica da qual seja sócio por intermédio de pessoa
majoritário, pelo prazo não jurídica da qual seja sócio
superior a 14 anos. majoritário, pelo prazo não
superior a 12 anos.

Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às


sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Sobre o assunto, caiu em prova:

Na hipótese de prática de ato de improbidade administrativa que cause violação


dos princípios da Administração Pública, entre as penas previstas: Não haverá suspensão
dos direitos políticos.

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de


declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. O agente
público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou
que a prestar falsa, será punido com a PENA DE DEMISSÃO, a bem do serviço público,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis. (art. 13, § 3º)

A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA e a SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS só se


efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. (art. 20).

CUIDADO: A Lei prevê que “Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos
direitos políticos, computar-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre a decisão
colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória” (art. 12, §10), porém, o STF
SUSPENDEU a eficácia dessa previsão (ADI 7236, Liminar proferida em 27/12/2022). Ou seja,
entende atualmente o STF que a contagem será a partir do trânsito em julgado, não
computando o tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado.

CF, Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

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CF, Art. 37, § 4º:


Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

A aplicação das sanções previstas nesta lei INDEPENDE da aprovação ou rejeição


das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. (art.
21, II)

ATENÇÃO: Art. 17-B°, §3° da Lei está SUPENSO por decisão liminar em controle de
constitucionalidade pelo STF: ADI 7236, Liminar proferida em 27/12/2022:
Art. 17-B (ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL) [...] § 3º Para fins de apuração do valor do dano
a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que se
manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noventa) dias.
(SUSPENSO)
A Lei exige a manifestação do Tribunal de Contas competente, no prazo de 90 dias, para o cálculo
do ressarcimento em caso de acordo de não persecução cível com o Ministério Público. Para o
relator da ADI 7236, entre outros pontos, a medida condiciona o exercício da atividade-fim do
Ministério Público à atuação da Corte de Contas, em possível interferência na autonomia
funcional do MP, por isso foi suspenso.

Durante a fase de instrução processual de determinada ação civil pública por


improbidade administrativa, um réu, servidor público, foi afastado de suas funções por
determinação judicial, para resguardar a instrução processual. Sobreveio julgamento de
procedência dos pedidos e o réu foi, então, condenado à perda da função pública.
Tendo o caso em tela como referência. A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA SÓ PODERÁ SER
EFETIVADA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA. (art. 20)

ATENÇÃO: O que acontece se a decisão pela perda da função transitar em julgado e o agente
público ocupar cargo diferente daquele que ocupava no momento da prática do ato ímprobo?
Art. 12, §1° da Lei está SUPENSO por decisão liminar em controle de constitucionalidade pelo
STF: ADI 7236, Liminar proferida em 27/12/2022:
Art. 12, § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos incisos I e II do caput deste
artigo, atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público ou
político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o
magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la
aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da infração.
(SUSPENSO)
Entendeu o relator da ADI 7236 que a defesa da probidade administrativa impõe a perda da
função pública independentemente do cargo ocupado no momento da condenação. Além

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disso, ele considerou que a medida pode eximir determinados agentes da sanção por meio da
troca de função ou no caso de demora no julgamento da causa.

É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até quarenta salários-


mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou
em conta-corrente.

Prazos

Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8
(oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações
permanentes, do dia em que cessou a permanência.

Prescrição Intercorrente

Prescrição intercorrente é aquela que ocorre durante o processo judicial em virtude


da demora em se prolatar uma decisão pondo fim à causa

O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a


requerimento da parte interessada, RECONHECER A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
da pretensão sancionadora e DECRETÁ-LA DE IMEDIATO, caso, entre os marcos
interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º do artigo 23.

A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração de atos


de improbidade administrativa SUSPENDE O CURSO DO PRAZO PRESCRICIONAL. Essa
suspensão dura até o inquérito ou processo ser concluído. Ocorre que se o inquérito
ou processo demorar MAIS QUE 180 DIAS para ser concluído, o prazo prescricional
volta a correr.

A suspensão do prazo prescricional não poderá ser superior a 180 dias.

Causas interruptivas prescricionais:

I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;

II - pela publicação da sentença condenatória;

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III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional


Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de
improcedência;

IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que


confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência;

V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma


acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência.

Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr DO DIA DA INTERRUPÇÃO,


pela metade do prazo previsto no caput deste artigo.

A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos


os que concorreram para a prática do ato de improbidade

Dolo

Considerando a hipótese de que, no seu exercício profissional, determinado


servidor público tenha utilizado, para fins de interesse particular, os serviços de
servidor subordinado a ele. Tal conduta do superior hierárquico configurará ato de
improbidade administrativa apenas se tiver sido PRATICADA DE FORMA DOLOSA.

Entendimento Jurisprudencial

Por força do art. 5º, XXXVI, da CF/88, a revogação da modalidade culposa do ato
de improbidade administrativa, promovida pela Lei 14.230/2021, é irretroativa, de
modo que os seus efeitos não têm incidência em relação à eficácia da coisa julgada, nem
durante o processo de execução das penas e seus incidentes.

Incide a Lei 14.230/2021 em relação aos atos de improbidade administrativa


culposos praticados na vigência da Lei 8.429/92, desde que não exista condenação
transitada em julgado, cabendo ao juízo competente o exame da ocorrência de
eventual dolo por parte do agente.

Os prazos prescricionais previstos na Lei 14.230/2021 não retroagem, sendo


aplicáveis a partir da publicação do novo texto legal (26.10.2021).

Teses fixadas pelo STF:

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1) É necessária a comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos


atos de improbidade administrativa, exigindo-se — nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA — a
presença do elemento subjetivo — DOLO;

2) A norma benéfica da Lei 14.230/2021 — revogação da modalidade


culposa do ato de improbidade administrativa —, é IRRETROATIVA, em
virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo incidência em
relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das
penas e seus incidentes;

3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa


culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém SEM CONDENAÇÃO
TRANSITADA EM JULGADO, em virtude da revogação expressa do texto anterior;
devendo o juízo competente analisar eventual dolo por parte do agente;

4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO,


aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei (Info 1065).

É incompatível com a Constituição Federal norma de Constituição estadual que


disponha sobre nova hipótese de foro por prerrogativa de função, em especial relativo
a ações destinadas a processar e julgar atos de improbidade administrativa. (Info 1002).

Improbidade administrativa. Delação premiada e acordo de leniência. Institutos


restritos à esfera penal. Inaplicabilidade das Leis nº. 8.884/1994e 9.807/1999 no
âmbito da ação de improbidade administrativa. Expressa vedação de transação e
acordo, art. 17, § 1º, da Lei n. 8.429/1992." (Informativo STJ n.º 674)

Segundo tese firmada pelo STF, são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao


erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei n.º 8.429/1992.) (Info 910)

Pessoa jurídica pode figurar no polo passivo de ações de improbidade


administrativa, ainda que sem a presença dos sócios, podendo ser responsabilizada
com seu patrimônio pela prática de ato ímprobo. (STJ, 2018)

DOLO ESPECÍFICO que configura ato de improbidade (Info 736).

Art. 1°, §8° da Lei está SUPENSO por decisão liminar em controle de constitucionalidade pelo
STF: ADI 7236, Liminar proferida em 27/12/2022:
Art. 1°, §8° Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência
interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não
venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
do Poder Judiciário. (SUSPENSO)

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Em eventual ação de improbidade administrativa hipoteticamente decorrente da


realização de pagamentos indevidos na construção do hospital, poderá figurar no polo
passivo da ação APENAS o gestor responsável pela contratação, uma vez que, segundo
jurisprudência do STJ, nas ações de improbidade administrativa, não há litisconsórcio
passivo necessário entre o agente público e terceiros beneficiados com o ato ímprobo.
(Info 714).

Ação de improbidade administrativa interposta contra ministro de Estado deve


ser processada e julgada em instância ordinária. (O foro especial por prerrogativa de
função previsto na Constituição Federal em relação às infrações penais comuns NÃO É
EXTENSÍVEL ÀS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ((Info 901) Não havendo
prerrogativa de função, ação de improbidade interposta contra ministro de Estado deve
ser processada e julgada em instância ordinária)

O STF fixou a seguinte tese para fins de repercussão geral: São imprescritíveis as
ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei
de Improbidade Administrativa (O Tribunal fez uma “exigência” a mais que não está
explícita no art. 37, § 5º da CF/88. O Supremo afirmou que somente são imprescritíveis
as ações de ressarcimento envolvendo atos de improbidade administrativa praticados
DOLOSAMENTE.)

Entendimento STF: PARTICULAR SOZINHO não pratica improbidade. Precisa haver


conluio com o agente público.

Entendimento STJ: ESTAGIÁRIO que atua no serviço público também está sujeito
à responsabilização da LIA.

Súmula 634-STJ: Ao PARTICULAR aplica-se o mesmo regime prescricional previsto


na lei de improbidade administrativa para os AGENTES PÚBLICOS.

Súmula 651-STJ: Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a


pena de demissão em razão da prática de improbidade administrativa,
INDEPENDENTEMENTE DE PRÉVIA CONDENAÇÃO, por autoridade judicial, à perda da
função pública.

Súmula 634-STJ: Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na


lei de improbidade administrativa para os agentes públicos.

A contratação de servidores públicos temporários sem concurso público, mas


baseada em legislação local, não configura a improbidade administrativa prevista no
art. 11 da Lei n. 8.429/1992, por estar ausente o elemento subjetivo (dolo), necessário
para a configuração do ato de improbidade violador dos princípios da administração
pública. (Informativo 736, STJ)

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ATENÇÃO: Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de
suas fundações, serão responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995
(Lei dos Partidos Políticos).
Em decisão liminar (proferida em 27/12/2022) em controle de constitucionalidade, na ADI 7236,
o STF deu interpretação conforme para o art. 23-C, entendendo que os atos descritos no art.
poderão ser responsabilizados nos termos da Lei 9.096/1995, mas sem prejuízo da incidência
da Lei de Improbidade Administrativa.

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