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Tributário
Profº. Gabriel de Araujo Sandri
Infração tributária
Conceito operacional
Infração = ilícito administrativo tributário
Violação de uma norma de conduta prevista no
ordenamento jurídico
Inobservância de um dever jurídico tributário
Obrigação principal (art. 113, §1º., do CTN)
Dever instrumental/formal tributário (art. 113, §2º., do CTN)
“É a violação das normas jurídicas que
estabelecem as obrigações tributárias” (Héctor
Villegas)
Relaciona-se com o objeto da obrigação
tributária, pelo seu descumprimento
Elisão
Confunde-se com o planejamento tributário
Práticas de atos lícitos como conditio sine qua non de
validade
Opção lícita pela conduta menos onerosa
Evasão
Típica fraude fiscal
Atuam meios ilícitos (falsidade)
“[...] na fraude, opera-se a distorção da realidade
econômica no instante em que ou depois que ela já se
manifestou sob a forma jurídica descrita na lei como
pressuposto de incidência. Ao passo que, pela elisão, o
agente atua sobre a mesma realidade antes que ela se
exteriorize, revestindo-a da forma alternativa não
descrita na lei como pressuposto de incidência”
(Antônio Roberto Sampaio Dória)
Contrabando e descaminho
Contrabando
Importar ou exportar mercadoria proibida
Não é um crime propriamente tributário
Descaminho
[...] iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria
É, grosso modo, crime de sonegação (ou fraude) fiscal
Especificamente relacionada a operações aduaneiras
Separação legal
Atualmente, os crimes de contrabando e
descaminho foram separados em tipos diversos
Lei nº. 13.008, de 26/06/2014
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
ou pelo consumo de mercadoria
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos
Redação atual
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
I. pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos
em lei;
o navegação de cabotagem: a realizada entre portos ou pontos
do território brasileiro, utilizando a via marítima ou esta e as
vias navegáveis interiores (art. 2º., inc. IX, da Lei nº.
9.432/97)
o navegação interior: a realizada em hidrovias interiores, em
percurso nacional ou internacional (art. 2º., inc. X, da Lei nº.
9.432/97)
II. pratica fato assimilado, em lei especial, a
descaminho;
o Art 39. Será considerado contrabando a saída de
mercadorias da Zona Franca sem a autorização legal
expedida pelas autoridades competentes (Decreto-Lei
nº. 288/67)
Decreto-Lei nº. 399/68
Art 2º O Ministro da Fazenda estabelecerá medidas
especiais de contrôle fiscal para o desembaraço aduaneiro,
a circulação, a posse e o consumo de fumo, charuto,
cigarrilha e cigarro de procedência estrangeira.
Art 3º Ficam incursos nas penas previstas no artigo 334 do
Código Penal os que, em infração às medidas a serem
baixadas na forma do artigo anterior adquirirem,
transportarem, venderem, expuserem à venda, tiverem em
depósito, possuirem ou consumirem qualquer dos produtos
nêle mencionados.
III. vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de
introdução clandestina no território nacional ou de
importação fraudulenta por parte de outrem;
Primeira parte
Praticado pelo próprio agente do descaminho
O crime deixa de ser instantâneo e passa a ser permanente
Possibilidade de prisão em flagrante
Segunda parte
Caso especial de receptação
Princípio da especialidade
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência
estrangeira, desacompanhada de documentação
legal ou acompanhada de documentos que sabe
serem falsos.
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais,
para os efeitos deste artigo, qualquer forma
de comércio irregular ou clandestino de
mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido
em residências.
Pode ser demonstrado pela quantidade de
mercadoria apreendida
§ 3º - A pena aplica-se em dobro se o crime de
descaminho é praticado em transporte aéreo,
marítimo ou fluvial.
Classificação do descaminho
Crime comum
No que diz respeito ao sujeito ativo
Equivale ao sujeito passivo da obrigação tributária
Crime próprio
Quanto ao sujeito passivo
Estado (Administração Pública)
Doloso
Comissivo (fraude)
Ou comissivo por omissão / omissivo impróprio
Iludir o pagamento por sonegação de informações
Unissubsistente ou Plurissubsistente
Dependendo, do caso concreto, da possibilidade
ou não de fracionamento do iter crminis
Admite a forma tentada
“Tanto na forma de exportação quanto na de
importação, o crime se consuma quer o
agente evite a barreira alfandegária,
atravessando clandestinamente a linha de
fronteira, quer o agente passe através das
citadas barreiras, iludindo o pagamento dos
encargos respectivos” (Edgard Magalhães
Noronha)
Exportação
A consumação requer a ultrapassagem da linha de
fronteira, quando termina a zona fiscal, em caso
de exportação “formal”
Do contrário, limitar-se-á à tentativa
Importação
A consumação também requer a ultrapassagem
da linha de fronteira, quando termina a zona
fiscal, em caso de importação “formal”
Do contrário, limitar-se-á à tentativa
Zona Primária
compreende a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua,
ocupada pelos portos alfandegados; a área terrestre ocupada pelos
aeroportos alfandegados; e a área adjacente aos portos de fronteira
alfandegados.
Zona Secundária
compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas
as águas territoriais e o espaço aéreo.
Crime formal
Difere-se do art. 1º. apenas porque a sua
configuração não exige a efetiva ocorrência do
resultado desejado pelo agente, vale dizer, a
supressão ou a redução do tributo, embora
esse resultado tenha sido desejado.
Não pagamento de tributo
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de
tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de
obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos
Seria constitucional a lei definir como crime um
situação que a rigor configura simplesmente uma
dívida?