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MUNDO

O uso das armas químicas na Primeira Guerra


Mundial

Carta Capital

11 de novembro de 2018

Vômito, asfixia, queimaduras. A partir de 1915, os soldados escondidos nas trincheiras da Primeira Guerra CONFIRA TAMBÉM
Mundial começaram a sentir um novo tipo de sofrimento com o surgimento das armas químicas no campo CHINA CANCELA COMPRA DE
de batalha, que trouxe, além da morte, o terror. PRODUTOS AGRÍCOLAS DOS EUA

Em 22 de abril de 1915 uma nuvem esverdeada pairou sobre o norte de Ypres, na Bélgica, asfixiando cerca de
5.000 soldados franceses. Os alemãs tinham acabado de liberar 168 toneladas de cloro no ar. Esse foi o
começo da guerra de gases na frente ocidental.

“Com o uso de gases, as partes beligerantes pensavam que poderiam romper a estagnação militar e retomar
uma guerra de movimento”, explica Doran Cart, do Museu Nacional da Primeira Guerra Mundial em Kansas
City, nos Estados Unidos.

Leia também: O milagre de Natal da 1ª Guerra

Cientistas e militares se lançaram em uma corrida armamentista. O cloro foi substituído pelo fosgênio, um
agente mais letal, que asfixia suas vítimas várias horas depois da exposição. Mas o mais infame foi o “gás
mostarda”, um líquido oleoso, que tem esse nome por sua cor ocre. Ele foi utilizado pela primeira vez em julho
de 1917 pelos alemães perto de Ypres, mas os franceses correram para fabricá-lo também e carregar sua
artilharia com ele.

“Conhecido como ‘rei dos gases de batalha’, o gás mostarda não era sempre letal, mas provocava
IGREJA CATÓLICA PODE
queimaduras que requeriam longos períodos de cuidados. Também era necessário descontaminar grandes RECONHECER A EXISTÊNCIA DE
áreas depois. Seu uso atrapalhava e desacelerava tudo”, diz Edward Spiers, professor de estudos estratégicos FILHOS DE PADRES E FREIRAS

na Universidade britânica de Leeds e autor de A History of Chemical and Biological Weapons (História das
armas químicas e biológicas, em tradução livre).

Hemorragias pulmonares
FILME ALEMÃO MOSTRA
INFÂNCIA NUM MUNDO DE
Abscessos, irritação ocular severa, hemorragias pulmonares… O gás mostarda é o mais temível se for levado
EXTREMA-DIREITA
em conta que não precisa ser inalado. Ele afeta pelo simples contato e passa facilmente por roupas, couro ou
borracha.

“Gostaria que as pessoas que falam em continuar aquela guerra a qualquer preço pudesse ver os soldados
sofrendo pelo gás mostarda”, afirmava a enfermeira e escritora inglesa Vera Brittain.

Nas trincheiras, os soldados procuravam soluções. Primeiro, usaram tecidos embebidos em água ou urina,
mas eles foram substituídos por máscaras antigás, que transformaram os combatentes em criaturas
estranhas, desumanizadas.

No fim das contas, os novos venenos industrializados deixaram mais feridos que mortos. Estima-se que
foram responsáveis por 90 mil mortes e mais de 1,2 milhão de feridos – de um total de 9,7 milhões de
soldados mortos entre 1914 e 1918.

Além da morte, o gás mostarda semeou o medo na linha de frente, a ponto de se tornar um dos símbolos Nome*
mais sinistros do horror da Primeira Grande Guerra, levando as grandes potências a limitar seu uso.

Durante o conflito, “as armas químicas foram utilizadas principalmente como instrumento de terror. Tiveram
Email*
um papel mais incapacitante que letal”, estima Doran Cart.

“Estas armas deixaram uma profunda cicatriz psicológica, tanto na Europa, quanto nos Estados Unidos”,
argumenta Edward Spiers. Aceito receber comunicações promocionais
e ou informativas de CartaCapital
Em 1925, o Protocolo de Genebra proibiu o uso de armas químicas nos conflitos armados, sem prever
verificações ou sanções. Mas, até hoje, “a arma química como instrumento de terror, como durante a Primeira
Guerra Mundial, continua sendo uma realidade”, disse Doran Cart, referindo-se à Síria de Bashar al-Assad. Inscrever
O regime de Damasco é acusado de ter utilizado armas químicas em várias ocasiões durante o conflite que
atinge a Síria desde 2011 e já deixou mais de 350.000 mortos. Prometemos não utilizar suas informações de contato
para enviar qualquer tipo de SPAM.
A diferença está na forma como essas armas são utilizadas. “Durante a Primeira Guerra Mundial, os gases
foram utilizados em grande escala com fins militares. Hoje, miram deliberadamente em civis”, conclui.

*Leia mais em AFP 

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