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Discente: Gisele Tomaz Reis Sousa Matrícula: 2019.1.24.

060 Turma: T1
9°resumo, Texto 19: A era da guerra total in A era dos extremos: o breve século XX por Eric
Hobsbawn
Artistas de toda a arte espalhados por todo canto do mundo viam a guerra mundial como o
fim de um mundo, e não foram os únicos. Não foi o fim da humanidade, embora houvesse
momentos no curso dos 31 anos de conflito mundial entre a declaração de guerra austríaca a
Sérvia e a rendição incondicional do Japão em que o fim de considerável parcela da raça
humana não pareceu tão distante. A humanidade sobreviveu. Contudo o grande edifício da
civilização do século XX desmoronou na guerra mundial. Não há como compreender o
século XX sem as guerras mundiais, esse século foi marcado por elas.
A história do século XX, e mais precisamente a sua era inicial de colapso e catástrofe devem
começar com a guerra dos 31 anos. Paz significava antes de 1914, era compreensível haja
visto que até 1914 não havia dito grande guerra fazia um século, quer dizer, uma guerra que
envolvesse todas as grandes potências. Não houveram em absoluto guerras mundiais. Entre
1815 e 1914 nenhuma grande potência combateu outra fora de sua região imediata, embora
expedições de potências imperiais contra inimigos do ultramar fossem comuns.
Tudo isso mudou em 1914. A primeira guerra mundial envolveu todas as grandes potências, e
na verdade todos os estados europeus, com exceção da Espanha, os países baixos e a Suíça.
Embora a ação militar fora da Europa não fosse muito significativa a guerra naval foi global.
A Primeira Guerra Mundial começou como uma guerra essencialmente europeia entre a
Tríplice Aliança (Aliados): França, Grã-Bretanha e Rússia e as Potências Centrais;
Alemanha, Áustria-Hungria e Itália. O Japão entrou quase de imediato do lado dos aliados,
afim de tomar posições alemãs, e mais importante com a saída da Rússia em 1917 rumo à
revolução (através do Tratado de Brest-Litowski), os EUA entra na guerra também do lado
dos aliados, e sua intervenção seria decisiva.
Os alemães então viram-se diante de uma guerra de 2 frentes. O plano alemão era liquidar a
França rapidamente e depois partir com igual rapidez para a Rússia no Oriente antes que o
império do Czar pudesse pôr em ação efetiva todo o peso de seu enorme potencial militar
humano. O plano quase deu certo, mas não inteiramente (em 1940, com a Segunda Guerra
Mundial, o plano viria a dar certo). Essa era a Frente Ocidental que se tornou uma máquina
de massacre provavelmente sem precedentes na história da guerra. A Primeira Guerra
Mundial foi uma guerra em que houveram milhões de mortos, cujos soldados viviam em
condições insalubres com e como ratos. Devido a algumas batalhas travadas e perdidas pelos
franceses, na memória dos mesmos que travaram a maior parte das batalhas da Primeira
Grande Guerra na Frente Ocidental esta tenha permanecido como a Grande Guerra, mais
terrível e mais traumática que a Segunda Guerra Mundial.
Por outro lado, a Frente Oriental continuava em movimento. Apesar de ocasionais
contraofensivas russa ficou claro que as Potências Centrais tinham o domínio. Os aliados
apesar de ocuparem a Grécia, não fizeram progresso até o colapso das Potências Centrais em
1918. Sem vitória no Ocidente nenhum dos dois lados podia vencer a guerra. A guerra naval
também estava empatada. Os dois lados tentaram vencer pela tecnologia. Os alemães sempre
fortes em química, levaram o gás venenoso ao campo de batalha. Os britânicos pioneiros nos
veículos blindado de esteira fizeram uso dos tanques. Ambos os lados também usaram
aeroplanes.
A única arma tecnológica que teve um efeito importante na guerra 1914-1918 foi o
submarino, pois os dois lados incapazes de derrotar os soldados um do outro, decidiram matar
de fome os seus adversários. Em 1917 os EUA entram na guerra com seus recursos
ilimitados. O Tratado de Versalhes finalizou oficialmente a Primeira Guerra Mundial.
Alemanha chamou tal tratado feito pelas grandes potências vitoriosas (aliados) de imposição.
A Primeira Guerra Mundial foi travada pelas principais potências como uma guerra de tudo
ou nada, uma guerra que só podia ser vencida ou perdida por inteiro porque foi uma guerra
tipicamente travada em torno de objetivos específicos e limitados. Só um objetivo contava
naquela guerra: a vitória total. Era um objetivo absurdo que trouxe prejuízos tanto para os
vencedores quanto para os vencidos.

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