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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 9 Outubro/2001

EDITORIAL ÍNDICE

É Pág. 2
normal que, para facilitar a compreensão do processo histórico da  O que a imprensa
humanidade, tomemos por base alguns acontecimentos de grande noticiou
importância, que podem variar, mas que, via de regra, a partir dos mesmos
Pág. 3
foram alterados substancialmente as relações mundiais.
 Curiosidades
Assim, consideramos como Idade Antiga o período que foi de 300 a.C. até
Pág. 4
476 d.C. (o fim do Império Romano). Em 476, inicia-se a Idade Média, que irá
até 1453 (Tomada de Constantinopla pelos turcos). De 1453 até 1789  Para pensar
(Revolução Francesa), temos a Idade Moderna. Em 1789, o mundo ingressa na  Cantinho da Poesia
Idade Contemporânea. Pág. 5
A partir dos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, com os ataques  Gr. Dic.Enciclopédico de
terroristas aos EUA, com certeza, entramos numa nova idade mundial, que Maç. e Simbologia
ainda não tem nome, mas que acabou de chegar com carga máxima de (Nicola Aslan)
transformações profundas, que irão marcar a vida de cada ser humano em  Biblioteca
todo o mundo. Pág. 6
 Saúde é coisa séria
Assistimos, todos, neste fatídico 11 de setembro, a algo nunca antes
 Pílulas Maçônicas
acontecido e de onde derivará uma guerra globalizada contra um inimigo
sem face; uma guerra que não se sabe como acabará. É um acontecimento Pág. 7, 8,9,10,11, 12
histórico que tende a ser tão importante como os já citados acima.
 Trabalhos Maçônicos
Apesar de que governos do mundo inteiro, incluindo os da Rússia, China,
Cuba, Líbia e até mesmo Yasser Arafat, demonstraram sua consternação e sua Pág. 13
solidariedade. A repercussão foi tão séria que nenhum grupo extremista quis  Frases que marcaram
assumir a responsabilidade . Pág. 14
De todo modo, se os símbolos do poder norte-americano foram atingidos,  Viagem ao nosso interior
a estátua da liberdade permaneceu de pé. Em meio à tragédia sem Pág. 15
procedentes, isso pode ser um bom indício. Pode significar também, que a  História pura
partir de agora a guerra se dará entre os que defendem a liberdade, a
democracia e a prosperidade, e os que defendem o terror, o narcotráfico, os Pág. 16
Bin Laden, os Saddan Hussein, as Farcs, a violência, o desrespeito à vida  Biografia do mês
como meio de dominação. Não haverá meio-termo!
Pág. 17
É preciso ter esperança!
 Essa é para relaxar
Carlos Alberto dos Santos M...M...
Pág. 18
 O nosso planeta
O Pesquisador Maçônico Pág. 19
• Depoimento
Fundação: Janeiro/2001
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO
BARRADAS, e A... R...L...S... Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ)

1
O QUE A IMPRENSA NOTICIOU

ESTUFA MORTAL

Um estudo publicado pela respeitada revista “Science” mostra os danos da poluição


ambiental sobre a saúde dos habitantes de quatro das maiores cidades do mundo – Nova York,
Cidade do México, Santiago e São Paulo. Os números são elevados, e derrubam a lógica dos
argumentos do governo americano para se negar a assinar o Protocolo de Kioto.
O governo Bush recusa o compromisso de baixar as emissões de dióxido de carbono em
5,2% até 2012, alegando que tal redução causaria depressão e desemprego. A pesquisa da
“Science” revela, porém, que o crescimento desenfreado ameaça os próprios americanos: a
poluição da atmosfera terrestre tem um custo em vidas.
Ao comparar os índices de emissão de gases poluentes com as causas de internação
hospitalar e de óbitos, os pesquisadores comprovaram que uma redução de 10% das emissões
evitaria, de imediato, perto de 64 mil mortes e 65 mil casos de doenças crônicas respiratórias. Além
de atacar o pulmão, derivados de gases poluentes, como o monóxido de carbono, ligam-se às
células sanguíneas, levando ao entupimento de artérias, infartos e derrames.
Responsáveis por 34% das emissões poluentes do mundo, os Estados Unidos são os
maiores poluidores do planeta. As nações industrializadas abrigam 20% da população mundial,
mas produzem 80% dos gases poluentes.
No ritmo atual, em 2020 os Estados Unidos estarão queimando 3,2 bilhões de toneladas de
petróleo, o dobro da União Européia.
A equação Mundial é tenebrosa: se a economia global crescer, em média, 3% ao ano no
século XXI, ficará quatro vezes maior até 2100. Nessa projeção, tida como conservadora, o nível de
gás carbônico na atmosfera, vilão do efeito estufa e da saúde de multidões urbanas, terá crescido
no século em 320%. Tamanha expansão elevará em até 4,6 graus Celcius a temperatura média do
planeta.
Em termos de vidas humanas, a conta é sinistra: se 10% de emissões de gases
correspondem a 64 mil mortes, 320% a mais seriam uma sentença fatal para dois milhões de
pessoas. É difícil aceitar que a necessidade de energia justifique uma moratória ambiental.
Os danos da poluição à saúde do mundo mostram que os ambientalistas não exageram
quando chamam o Protocolo de Kioto de plano salva-vidas.

“O Globo”, de 26 de Agosto de 2001.

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ANTICONCEPCIONAL PARA FREIRAS

Freiras católicas podem usar métodos contraceptivos, como pílulas anticoncepcionais, se


estiverem correndo risco de serem violentadas, disse o presidente da subcomissão de família e
vida na Conferência Episcopal Espanhola, monsenhor Juan Antonio Reig, em entrevista publicada
no mês de Agosto no jornal “El Mundo”. A Igreja Católica condena o uso de pílulas
anticoncepcionais, mas, segundo Reig, “as religiosas estão autorizadas a tomar anticoncepcionais
porque atuam em defesa de sua condição de religiosas”. Para o monsenhor, a ingestão de pílula,
nesse caso, não teria objetivo contraceptivo, mas de defesa própria. Reig referiu-se especificamente
a missionárias enviadas a países do Terceiro Mundo. Ele não quis comentar se qualquer mulher
correndo o mesmo risco poderia agir de forma igual.

Publicado no “O Globo”.

2
CURIOSIDADES
Um Caso Evidente de DESIGUALDADE na Maçonaria:

A expressão “Grande Arquiteto do Universo”, na Maçonaria inglesa, só é usada no 1º Grau.


No 2º, é substituída pela de “grande Geômetra” e no 3º, pela de “Altíssimo”, o que embora não
altere o sentido religioso, parece atribuir-lhe categoria mais elevada (ou mais aristocrática), à
medida que aumenta o prestígio dos graus.

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CALENDÁRIOS MAÇÔNICOS

Para medir a passagem dos anos, é necessário ter um ponto de referência. Para o mundo
cristão, essa referência é o nascimento de Jesus, sendo as datas posteriores abreviadas A.D. (Anno
Domini, ano do Senhor).
Para os árabes, é Hégira, a fuga de Maomé de Medina (622 a. C.).
Os judeus, por sua vez, começam a contar os anos a partir da data da criação do mundo, 3760
a.C., segundo eles.
Muitas são essas referências em Maçonaria. Vejamos:
ANNO BENEFACIONIS (A.B.), o ano da Bênção de Abraão pelo Alto Sacerdote
Melquizedeque. É usado na Ordem de Sumos Sacerdotes. Somam-se 1913 ao ano cristão. Este ano
seria 3914. A.B.
ANNO DEPOSITIONIS (A.Dep.), o ano do depósito, usado pelos Reais e Seletos Mestres, dos
Graus Crípticos do Rito de York americano. Obtem-se somando 1000 ao ano cristão. Este ano seria
o ano 3001. A.D.
ANNO INVENTIONIS (A.I), o ano da descoberta, usado pelos Maçons do Real Arco. Somam-
se 530 ao ano cristão. Este ano seria o ano 2531 A.I.
ANNO LUCIS (A.L. ou V.L.), o ano da Luz, a suposta data da criação do mundo, usado
largamente nos Graus Simbólicos. Somam-se 4000 ao ano cristão. Este ano seria o ano 6001 A.L. ou
V.L.
ANNO MUNDI (A.M.), o ano do mundo, usado no Rito Escocês americano. Assemelha-se ao
calendário hebreu (Anno Hebraico), exceto por não começar em setembro. Somam-se 3760 ao ano
cristão. Este ano seria 5761 A.M.
ANNO ORDINIS (A.O.) , o ano da Ordem,usado pelos Cavaleiros Templários, do Rito de
York, designando o ano em que foi fundada a Ordem dos Templários, 1118 A.D. Ao contrário dos
anteriores, para determina-lo, diminui-se 1118 do ano cristão. Este ano seria 883 A. O.

Extraído do “Livro dos Dias”, edição 1998.

3
PARA PENSAR CANTINHO DA POESIA
AS TRÊS PENEIRAS
Autor desconhecido AMAR É SER FELIZ
Passe um tempo sozinho todos os dias; Autor: Hermann Hesse
Conta-se que um dia um amigo foi procurar
Sócrates, oPARA PENSAR
célebre filósofo grego, desejando
contar-lhe uma coisa sobre a vida de um Quanto mais envelhecia,
outro amigo comum. Quanto mais insípidas me pareciam
_ Quero contar-te algo sobre o nosso amigo As pequenas satisfações que a vida me
Andréas que Avai
ARTE DE CALAR
deixar-te boquiaberto ; dava,
_ Espera, interrompeu o filósofo. – Passaste Tanto mais claramente compreendia
o que vais me dizer pelas três peneiras? Onde eu deveria procurar a fonte
_ “Três peneiras”? – indagou o interlocutor;
"O silêncio é um momento vivificante de Das alegrias da vida.
_ Primeira peneira: “A COISA QUE ME
graça, em que
CONTARÁS a criatura se cala, mas o
É VERDADEIRA?”
Eu assim
_ espírito creio, pois me foi contada por Aprendi que ser amado não é nada,
fala". Enquanto amar é tudo.
alguém de confiança, diz o amigo.
_ Bem! Alguém te disse? – Vejamos a
segunda
Calar sobre peneira:
sua “A COISA
própria pessoaQUEé O dinheiro não era nada,
PRETENDES CONTAR-ME É BOA?” O poder não era nada.
humildade.
O outro hesitou, titubeou e respondeu:
Calarexatamente...
_ Não sobre o defeito dos outros, é Vi tanta gente que tinha dinheiro e
_ Sócrates
caridade.continua sua inquirição: poder,
_ Isso começa a me esclarecer. Verifiquemos E mesmo assim era infeliz.
a Calar
terceiraquando
peneira,a que
gente
é a está
provasofrendo,
final: “ Oé
QUE TINHAS INTENÇÃO DE CONTAR-
heroísmo.
ME É DE UTILIDADE TANTO PARA
A beleza não era nada.
CalarCOMO
MIM diante PARA
do sofrimento
NOSSO alheioAMIGOé Vi homens e mulheres belos,
ANDREAS,
covardia. E PARA TI MESMO?” Infelizes, apesar de sua beleza.
_ Não, não é não.
Calar diante da injustiça é fraqueza.
_ Então, caro amigo, disse Sócrates, a coisa Também a saúde não contava tanto
Calar
que quandocontar-me
pretendias o outro nãoestáé certamente
falando, é assim.
verdadeira,
delicadeza. nem boa, nem útil. Assim Cada um tem a saúde que sente.
sendo, não tenho intenção de conhecê-la e
Calar quando
aconselho-te nãoomais
outroprocurar
espera uma palavra,
veiculá-la. Havia doentes cheios de vontade de
é omissão. viver
A cada dia nós somos alvos de pessoas com
Calar e não falar palavras inúteis é E havia sadios que definhavam
o grande desejo de contar-nos coisas a
prudência.
respeito dos outros. angustiados
Devemos procurar Pelo medo de sofrer.
Calar quando Deusfazer o teste
nos fala das trêsé
no coração,
peneiras gregas:
silêncio.
1. É VERDADE? A felicidade é amor, só isto.
Calar 2. diante
É BOM? do mistério que não
3. É ÚTIL? Feliz é quem sabe amar.
entendemos, é sabedoria.
Caso negativo, devemos simplesmente Feliz é quem pode amar muito.
evitar que sejamos parte integrante nas Mas amar e desejar não é a mesma coisa.
bisbilhotices eAutor
nosdesconhecido
mexericos de pessoas
O amor é o desejo que atingiu a
ávidas de novidades sobre a vida alheia.
sabedoria.
Colaboração: Ir.: Francisco
Colaboração José
do Ir.: Povoas/ M.:M.:
ALFREDO O amor não quer possuir.
(MembroARLS
da ARLS AMIZADE FRATERNAL
RENASCIMENTO Nº 08. II) O amor quer somente amar.

4
GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E O PRÍNCIPE
Autor: Nicolau Maquiavel
SIMBOLOGIA
Livro em formato eletrônico (a ser
adquirido por e-mail ou disquete), clássico,
escrito no século XV, e que desde então
EXOTÉRICO – Palavra de origem grega,
provoca discussões. Para a Maçonaria, é um
eksoterikós, isto é, exterior, que era aplicada,
exemplo perfeito de uma prática politicamente
em filosofia, a certos discípulos que
incorreta, contra a sua filosofia. Mas é
esperavam ser iniciados, a certas doutrinas
necessário que o conheçamos, para que
superficiais, mais facilmente acessíveis, e a
possamos identificar comportamentos baseados
certas obras de uma forma popular que
nele- e que o combatamos.
tornavam a leitura fácil, por oposição aos
Alguns dos principais capítulos:
discípulos, às doutrinas e às obras esotéricas. Tão Grande Nome Nenhum Elogio
Em ocultismo, dá-se o nome de Alcança; O “Cinquecento”; Doutrina e
exotérico, por oposição à ciência esotérica, ao Expressão Literária; A Arquitetura de O
ensino que é permitido divulgar a todos. É o Príncipe; Um Canto se Eleva Sobre a Pêra e o
lado manifesto de um ensinamento, ou o Ferro; Vida, Obra, Paixão e Morte; O Príncipe
sentido exterior, vulgar, ou trivial dos Niccolò Mchavelli ao Magnífico Lorenzo de
símbolos. Médici – De Quantas Espécies são os
Pretende-se que Pitágoras dividia os Principados e de Quantos modos são
seus discípulos em duas categorias: exotéricos Conquistados; Dos Principados Hereditários;
e esotéricos. Os primeiros eram postulantes, Dos Principados Mistos; Porque o Reino de
esperando que numerosas provas lhes Dario, Ocupado por Alexandre, não se Rebelou
abrissem o acesso à escola. Platão teve uma contra seus Sucessores; De Como Governar
dupla filosofia, uma das quais era acessível à Cidades ou Principados que se Regiam por Leis
todos e exposta sob a forma dos diálogos que Próprias; Dos Principados Novos que são
conhecemos. Conquistados Mercê de Armas Próprias e
Também Aristóteles dividiu as suas Valor; Dos Que Ascendem ao Principado pelo
Crime; Do |Principado Civil;Como se Devem
obras em exotéricas e esotéricas. Esta
Medir as Forças de Todos os Principados;Dos
distinção não se refere nem às questões nem
Principados Eclesiásticos;Das Várias Espécies
às soluções que lhes são dadas, mas à forma e
de Milícias e dos Soldados Mercenários; Das
aos processos de exposição. Nas obras
Tropas Auxiliares, Mistas e Nacionais;Das
exotéricas só se dão os argumentos mais
Obrigações do Príncipe em Relação às Tropas;
claros e mais facilmente inteligíveis da
Das Coisas pelas Quais os homens são
discussão; nas obras esotéricas. Abordam-se
Louvados ou Vituperados; Da Liberdade e da
os argumentos mais obscuros e decisivos.
Parcimônia; Da Crueldade e da Piedade, e se é
Também os alquimistas utilizaram os Melhor ser Amado do Que Temido ou ao
dois métodos de ensino. Quando ensinavam Contrário; Etc.
que os metais se transmutam de uma forma
ou de outra, davam uma verdade exotérica,
Editora “Livraria Maçônica Paulo Fuchs”.
mas da qual o sentido esotérico ou simbólico
era evolução.
5
SAÚDE É COISA SÉRIA
VATICANO ACEITA TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS DE ANIMAIS PARA O HOMEM

O Vaticano anunciou formalmente, no dia 26/09, que aceitará o transplante de órgãos, tecidos e células de
animais para o homem e informou, através de um comunicado, as razões éticas dessa decisão.
A posição do Vaticano foi anunciada atendendo a um pedido do Conselho da Europa, que solicitou a
opinião de todas as religiões sobre o assunto.
O vice-presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Elio Sgreccia resumiu a posição da
Igreja Católica em relação aos polêmicos temas da bioética e do uso de animais em uma entrevista coletiva, da
qual também participaram vários especialistas, entre eles Emanuel Cozzi, do Departamento de Cirurgia da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e Maria Luisa Lavitrano, coordenadora dos projetos de transplantes
com animais na Itália.. Diz Sgreccia:
“É importante sublinhar que se trata de um tema que tem que ser abordado com a máxima cautela”,
explicou o monsenhor. “Deus colocou os animais e outras criaturas a serviço do homem, para que ele possa,
também através deles, conseguir um desenvolvimento total”, considerou
Os cientistas do Vaticano aproveitaram para advertir sobre as implicações desse tipo de intervenção, pouco
conhecida até agora.
“Ainda estamos em uma fase preliminar e deveremos realizar pesquisas clínicas a respeito”, disse
Sgreccia, sobre o uso de animais em benefício do homem.
O número de transplantes de órgãos, tecidos e células de animais, principalmente porcos, para os
homens está crescendo, mesmo ainda em fase experimental. No entanto, o Vaticano se opõe à
realização desse tipo de transplante em crianças, “que não podem dar autorização com conhecimento
de causa”. Mas, no caso de menores, a cirurgia seria permitida diante de risco de vida.

Artigo extraído da FRANCE PRESS.

PÍLULAS MAÇÔNICAS
NOMES SIMBÓLICOS

Já foi muito usado, embora pouco utilizado hoje em dia, na Maçonaria, mais particularmente no
Rito Adoniramita, conceder aos seus obreiros, no ato de suas consagrações, um nome simbólico, pelo
qual passavam, a partir dali, a serem maçonicamente tratados. Este costume foi praticado nos
primórdios da Maçonaria no Brasil, quando D. Pedro I se celebrisou com o nome de “Guatimozin” e
Gonçalves Ledo com o de “Diderot”. Dizia o Ritual do Rito Adoniramita, no momento do batismo: “E
para que de profano nada mais vos reste, eu vos batizo com o nome histórico de ...” Daquele momento
em diante, aquele novo irmão, assina o livro de presença e passa a ser reconhecido em Loja, por seu
nome simbólico. Os nomes adotados eram, de preferência, de personalidades célebres, históricos,
militares, maçons notáveis, vivos ou falecidos, etc. Via de regra, a escolha era feita pelo padrinho ou
pelo próprio neófito. A justificativa para tal prática era o fato de que, “um novo nascimento reclama
uma nova denominação, que, cada vez que usada, lembrará ao novo maçom, o seu renascimento, ou
seja, a sua cerimônia de iniciação”.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

6
TRABALHOS MAÇÔNICOS

A FRATERNIDADE ROSACRUZ (6ª PARTE)


Ir.: ÍTALO ASLAN / M.: M.: (*)

O Período em que viveram os Rosacruzes

O Renascimento

Os rosacruzes viveram numa época de intensas e profundas mudanças na civilização


ocidental. O marco histórico da conquista do Império Romano do Oriente pelos turcos otomanos
em 1453 definiu o fim de uma era e o início de outra.
Os longos anos de duração da Idade Média fizeram fermentar uma necessidade de
transformação. Esse período de pleno e total domínio da Igreja, caracterizado pelo teocentrismo, só
fez aumentar o fosso entre as classes dominantes e o povo. A cultura estava restrita aos mosteiros.
Começaram a surgir novas idéias e a relação de Deus com o homem passou a sofrer modificações.
Novas preocupações surgiram no âmbito da cultura. A literatura, as ciências e as artes tomaram
um impulso nunca visto até então.
Homens da envergadura de William Shakespeare, Nicolau Maquiavel, Luiz de Camões,
Miguel de Cervantes, Thomas Morus etc., expuseram os seus pensamentos em suas obras e neles
estava centrado o homem, com toda a complexidade que o envolve. Todos eles fazem parte da
história do Renascimento Literário, de profundo espírito crítico. O antropocentrismo substituía o
teocentrismo. A fé era substituída pela razão.
As obras das civilizações greco-romanas inspiraram esse movimento e a relação homem-
natureza foi readquirindo a sua importância.
Hans Holbein, Albrecht Düres (alemães), Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo e Rafael
(italianos) mostraram a beleza de seus sentimentos e procuraram o conhecimento perfeito do
movimento do corpo, observando a natureza.
A ciência acompanhava essa transformação. Os fenômenos da natureza eram observados e,
através da razão, explicados, reproduzindo-os experimentalmente, como recomendava Francis
Bacon. Surgia a ciência experimental. Nicolau Copérnico, Miguel Servet, Ambroise Paré etc., cada
um em seu território, vasculhavam a natureza e desenhavam os meandros das várias ciências,
apesar da funesta vigilância da Inquisição.
A facilidade na impressão de livros, depois do advento da descoberta de Johann Gutemberg,
possibilitou a divulgação das idéias.
Foi um período fértil que marcou a transformação de uma época. Era o Renascimento.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

Continua no próximo número...

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7
A MAÇONARIA E O CONTÍNUO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA NAÇÃO
BRASILEIRA ( 1ª Parte)
Ir.: José Coutinho Neto/ C.: M.: (*)

“Enquanto a verdadeira Fraternidade não envolver com suas diáfanas e doces sedas a
humanidade, a independência/liberdade terá que ser reafirmada, com muito suor e até mesmo
com sangue, a cada minuto de nossas efêmeras vidas”.
José Coutinho Neto

No final de 1770 e início de 1780, estamos no auge da opressão da Coroa Portuguesa sobre os
moradores da Colônia e concomitantemente temos a iniciação na Arte Real dos protagonistas da
Inconfidência Mineira – Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga,
Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho), José Álvares Maciel (o padrinho da iniciação de Tiradentes),
Francisco de Paula Freire, Padre Rolim, o Ir.: , se o assim podemos chamar, que traiu a causa – Joaquim
Silvério dos Reis e contrastando o Imortal e Imaculado, na afirmação dos princípios Maçônicos,
Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes.
“Se dez vidas tivesse dez vidas daria para salvar todos os meus IIr.:”.
Esta foi a declaração de Joaquim José da Silva Xavier, quando da acareação entre todos os
Inconfidentes. Todos aqueles irmãos estavam exaustos e alquebrados em suas auto-estimas, após três
longos anos jogados nas masmorras capitaneadas pelos exploradores portugueses, e durante a
acareação só conseguiram acusar uns aos outros, mas o Grande Irmão Tiradentes se manteve firme e
chegou às últimas conseqüências para afirmar os objetivos Maçônicos:
“Para que nos reunimos aqui?
Para combater o despotismo, a ignorância, os preconceitos
E os erros. Para glorificar a verdade e a justiça. Para promover
O bem estar da Pátria e da Humanidade, levantando templos
À virtude e cavando masmorras ao vício”.
Não cabe à Maçonaria se deter diante de uma batalha perdida, o único efeito esperado é o
fortalecimento dos irmãos para novas batalhas que teremos de travar até atingirmos o nosso ideal.
E temos a Conjuração Carioca de 1794 com clara influência Maçônica.
E mais uma, nove anos após as prisões dos conjurados de Vila Rica, um novo foco rebelde, dessa vez
os ideais de independência manifestam-se na Bahia. A Inconfidência Baiana ou Conjuração dos
Alfaiates, toma uma dimensão igualitária, unindo num só bloco – pela primeira vez no Brasil – a luta
pela autonomia política e contra a injustiça social.
Em 1798 foi fundada em Salvador a sociedade Cavaleiros da Luz que deve sua existência à presença
de Dupetit-Thouars, que ali chegou no navio Lê Diligent, em 1791, sob o pretexto de pesquisas
científicas, mas que era claramente um agente revolucionário e maçônico. Sua atividade foi prosseguida
por Larcher, chegado em 1797, e que influenciou diretamente a inteligência da conspiração de 1798.
Nesta batalha, quarenta e nove pessoas receberam ordem de prisão e seis foram condenadas à morte,
pela forca, seguida de esquartejamento. Mais uma batalha perdida e mais uma vez vemos os nossos
predecessores se revitalizarem em seus ideais e continuarem a caminhada.
Em 1812, reiniciaram-se as atividades no Rio de Janeiro, com a fundação da Loja Distintiva (em
Niterói), da qual faziam parte o padre Belchior Pinheiro de Oliveira e o jornalista Luís Augusto May.
Pode-se datar de 1815 a fundação definitiva e indiscutível da Maçonaria no Rio de Janeiro, com a nova
Loja “Comércio e Artes”, em que se integraram os membros da antiga “Reunião”. Filiou-se ao Grande
Oriente Lusitano. Contudo, um alvará de 30 de março de 1815 fulminou o funcionamento das
sociedades secretas, provocando a abjuração de vários antigos membros.
Em 1821, a agitação pela independência deu azo à reativação da Ordem no Rio de Janeiro. O Clube
Recreativo e Cultural da Guarda Velha, chefiado por Joaquim Gonçalves Ledo e fechado por Vilanova
Portugal, tinha caráter Maçônico. Em 1822, três Lojas, a “Comércio e Artes”, a “União e Tranqüilidade”
e a “Esperança de Niterói”, estabeleceram o Grande Oriente do Brasiliano ou Grande Oriente do
Brasil. A elas se junta, possivelmente, a “Nove de Janeiro”, sucessora do Clube da Resistência, de José
Joaquim da Rocha e frei Sampaio.
(*) Membro da ARLS OBREIROS DE MACAÉ Nº 2075

8
Continua no próximo número.

O TRIÂNGULO EQUILÁTERO
Ir.: Anthero Barradas/ M.: M.: (*)

O Triângulo Eqüilátero por ser a figura geométrica mais perfeita, resume todo o
simbolismo maçônico, adornando jóias e compondo vários aspectos dos Templos, em geral. E é
por sua perfeição que o Triângulo Eqüilátero ocupa o Lugar Maior na ornamentação de uma Loja.
O Triângulo Eqüilátero figura nas Lojas de duas maneiras: uma contendo em seu centro a
letra hebraica IOD e fica à frente do docel, com a denominação de DELTA SAGRADO; A segunda,
contendo em seu centro um olho humano, é o DELTA LUMINOSO, situado sobre o trono do
Venerável Mestre.
Por ser o Triângulo Eqüilátero a figura perfeita da geometria, estabeleceu a tradição
maçônica a sua identidade com a Divindade.
O Triângulo Eqüilátero por si só expressa, numa Loja, a presença de Deus. Nos Templos
Maçônicos orientais ele é apresentado com sua superfície lisa, sem nenhuma figuração. Em
compensação, em outros Templos o Triângulo Eqüilátero é enriquecido com radiações,
composições com a letra “G” ou com o “IOD” hebraico, mais o sol, a lua etc. O mais comum,
porém, é o DELTA centralizado com o olho humano.
O DELTA LUMINOSO, sobre o docel, e o LIVRO SAGRADO, que deve estar aberto sobre o
Altar dos Juramentos, irradiam a presença Divina, em uma Loja.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

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O QUE É A MAÇONARIA

Extraído de: “history of Masonry” (REBOLD)

“O verdadeiro objetivo da Maçonaria pode resumir-se nestas poucas palavras: desfazer nos
homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e
nacionalidade, aniquilar o fanatismo e a superstição, extirpar os ódios de raça e com eles, o açoite
da guerra; em uma palavra chegar pelo livre e pacífico progresso, a uma fórmula e modelo de
eterna e universal justiça, segundo a qual, todo o ser humano possa desenvolver livremente as
faculdades de que esteja cotado e possa vir a concorrer cordialmente e com todas as forças para a
comum felicidade dos seres humanos, de sorte que a humanidade venha a ser uma só família de
irmãos unidos pelo afeto, cultura e trabalho”.

Colaboração do Ir.: Anthero Barradas /M.: M.:(*)

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº08

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9
ALAN KARDEC E A MAÇONARIA
Juarez Duarte Ferreira/ M.: M.:

A história registra lutas maçônico-espíritas em defesa dos direitos e da liberdade. Em alguns


momentos, adeptos do Espiritismo e obreiros da Maçonaria se deram as mãos para perseguir um
objetivo comum, como ocorreu no Brasil do final do século passado, por ocasião das perseguições
político-religiosas a ambas as doutrinas. Em inúmeras outras ocasiões, espíritas e maçons se
uniram em Lojas e Centros pela defesa da Verdade. O traço de união mais forte entre as duas
doutrinas talvez seja a luta que desenvolvem para eliminar a mediocridade humana, mediocridade
essa muito bem definida por Ingenieros no seu livro “O Homem Medíocre”.
A história da Maçonaria e do Espiritismo tem traços e raízes muito parecidas, cujo
desdobramento forneceria material de análise e estudo. O início do relacionamento entre essas
duas doutrinas pode ser creditado à publicação, na Revista Espírita, de material colhido na
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas sobre o assunto, após a manifestação mediúnica de
personagens importantes da Maçonaria, destacando-se a figura de Jacques deMolay.
A data é 19 de fevereiro de 1864. O local é a Sala de reuniões da Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas, na capital francesa. O Espírito de Gutemberg havia dissertado, através do
médium Leymarie, sobre a revolução estabelecida com a criação da imprensa. De suas palavras
entre outros pontos, dois se destacaram: a Maçonaria e a Arquitetura. Gutemberg se referiu à
Ordem Maçônica de forma enfática, afirmando que a Maçonaria é a idéia escrita, inteligente,
pertencente a todos os homens unidos por um símbolo, tomando Hiram por patrono e
constituindo essa franco-maçonaria tão atacada, que levou em si o germe da liberdade. Ela soube
semear seus monumentos e os símbolos do passado no mundo inteiro, substituindo a teocracia das
primeiras civilizações pela democracia, esta lei da liberdade.
Por outro lado Kardec e os demais membros da Sociedade permaneceram atentos às
manifestações dos Espíritos. A mensagem seguinte veio assinada por Jacques deMolay, expoente
da tradição Maçônica, chefe da famosa Ordem dos Templários que morreu queimado
injustamente por decisão do Rei Felipe, o Belo, de França, a 19 de março de 1814, ao lado de seu
amigo Geoffrey de Charnay e de 37 outros membros da Ordem.
A mensagem de Jacques deMolay está recheada de revelações e uma delas diz respeito às
duas vezes que derramou seu sangue na praça pública de Paris. Ou seja, teve ele ali duas vidas
sacrificadas na luta pela liberdade. Vamos, pois, ao relato do antigo templário: “Meu caro irmão
em doutrina ( o Espírito se dirige a um maçom espírita presente), venho com felicidade responder
ao benévolo apelo que fazes aos Espíritos que amaram e fundaram as instituições Maçônicas.
Para cimentar esta instituição generosa, duas vezes derramei o meu sangue, caros irmãos, seria
preciso derramá-lo mais uma vez? Direi feliz: não! Já foi dito: quanto mais sangue, mais
despotismo e mais carrascos!
Uma sociedade de irmãos, de amigos, de homens cheios de boa vontade, que só desejam uma
coisa, conhecer a verdade para fazer o bem. As Instituições Maçônicas foram para a sociedade um
encaminhamento à felicidade. Numa época em que toda idéia liberal era considerada um crime, os
homens necessitavam de uma força que, inteiramente submissa às leis, não fossem menos
emancipada por suas crenças, por suas instituições e pela unidade do seu ensino. Nessa época a
religião ainda era, não mãe consoladora, mas força despótica que, pela voz de seus ministros,
ordenava, feria, fazia tudo se curvar à sua vontade; era um assunto de pavor para quem quisesse,
como livre pensador, agir e dar aos homens sofredores alguma coragem e ao infeliz, algum consolo
moral. Unidos pelo coração, pela fortuna e pela caridade, nossos templos foram os únicos altares
onde não se havia desconhecido o verdadeiro Deus, onde o homem podia dizer-se homem, onde a
criança podia esperar encontrar, mais tarde, um protetor e o abandonado amigo.

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Vários séculos se passaram e cada um juntou algumas flores à coroa Maçônica. Foram
mártires, homens letrados, legisladores, que aumentaram a sua glória, tornando-se seus
defensores e conservadores. No século dezenove o Espiritismo vem, com seu facho luminoso, dar a
mão aos comendadores, aos rosacruzes e com voz trovejante lhes diz: ‘vamos, meus irmãos; eu sou
verdadeiramente a voz que se faz ouvir no Oriente e à qual o Ocidente responde: glória, honra,
vitória aos filhos dos homens!’ Ainda alguns dias e o Espiritismo terá transposto o muro que
separa a maioria da parede do templo dos segredos: e, nesse dia, a sociedade verá florescer no seu
seio a mais bela flor espírita que, deixando suas pétalas caírem, dará uma semente regeneradora
da verdadeira liberdade. O Espiritismo fez progressos, mas no dia em que tiver dado a mão à
Maçonaria, todas as dificuldades estarão vencidas, todo obstáculo retirado, a verdade estará
esclarecida e o maior progresso moral será realizado e terá transposto os primeiros degraus do
trono, onde em breve deverá reinar”.
Na mesma reunião, manifestou-se o Espírito do francês Vaucanson, o qual, quando de sua
última encarnação, havia desenvolvido um tear que tomou seu nome e fora maçom atuante. Sua
mensagem destaca o valor da Maçonaria, conforme segue: “A Maçonaria, contra a qual tanto
gritaram, contra a qual a igreja romana não teve bastante anátemas, e que, nem por isto, deixou
de sobreviver, a Maçonaria abriu de par as portas de seus templos ao culto emancipador da idéia.
Em seu seio todas as questões mais sérias foram levantadas e antes que o espiritismo tivesse
aparecido, os veneráveis e os grão-mestres sabiam e professavam que a alma é imortal e que os
mundos visível e invisível se intercomunicam. É aí, nos santuários onde os profanos não são
admitidos, que os Swedenborg, os Pasqualis, os Saint-Martin obtiveram resultados fulminantes; é
aí, aonde a grande Sofia, essa etérea inspiradora veio ensinar aos primogênitos da humanidade,
os dogmas emancipadores; e aí, onde, antes dos vossos médiuns contemporâneos, precursores da
vossa mediunidade, grandes desconhecidos, tinham evocado e feito aparecerem os sábios da
antiguidade e dos primeiros séculos desta era. O Espiritismo encontrará no seio das Lojas
Maçônicas numerosa falange compacta de crentes, não crentes efêmeros, mas sérios, resolutos e
inabaláveis em sua fé”.
O Espiritismo realiza todas as aspirações generosas e caridosas da Maçonaria; sanciona as
crença que esta professa, dando provas irrecusáveis da imortalidade da alma.
Os pensadores maçons são unânimes em afirmar que Maçonaria não é uma religião ! E já
aqui encontramos o primeiro ponto de contato com o Espiritismo: boa parte dos pensadores
espíritas afirmam o mesmo: o Espiritismo não é religião e sim ciência, filosofia e religião, de acordo
com seu codificador Allan Kardec. Para o Espiritismo, o pensamento é o meio pelo qual o ser
estabelece comunhão com o Supremo Arquiteto do Universo.
A questão dos símbolos, porém, parece dividir espíritas e maçons, pois sua interpretação é
que os símbolos são nocivos quando prende o ser a ele, quando acorrenta o pensamento do
homem, impedindo-o de voar, subir, crescer. Quando isso acontece, o indivíduo se torna escravo
dos símbolos e não senhor deles. Foi baseado em religiões envelhecidas e na certeza da
importância da razão para o desenvolvimento do homem, que o Espiritismo se expressou
contrário à ritualística e à simbologia. Esses dois elementos serviram a muitas religiões para
dominar o homem. Ao estabelecerem a necessidade de certos símbolos para chegar a Deus, tais
religiões castraram a razão do homem, aprisionando-o ao rito e ao símbolo. Quando o homem não
se sente capaz de superar os símbolos, de soltar-se de qualquer dependência deles, para alçar vôos
mais altos; quando qualquer elemento simbólico pode se pôr na condição de condutor do homem;
quando, enfim, os símbolos não têm outra função senão a de prender o pensamento da criatura,
servindo aos desígnios de dominação, estes símbolos devem ser eliminados e o homem posto em
liberdade. Liberdade, sim, pois, sem liberdade o homem não é homem, mas objeto.
Os símbolos são, para a Maçonaria, a concentração de conhecimento, ética e moral. Segundo
esta Instituição, eles só têm sentido e valor se relembram seus compromissos no campo social e nos
aspectos mais íntimos do ser.

11
Ao funcionar como centro de conhecimento, eles executam aquilo que o Cristo disse:
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Eles libertam e garantem a liberdade quando
são estudados em seu sentido profundo. Não têm em si, evidentemente, poder de libertar, mas têm
a função de lembrar que o caminho da liberdade está na forma como se comportam os homens,
ética e moralmente, e na direção que estabelecem para a vida.
Assim como os Espíritas nos seus redutos, os maçons nos templos colhem benefícios de
variada ordem. E um aspecto nos parece importante para destaque. A prática continuada dos ritos
e a presença permanente frente aos símbolos podem levar muitos a desenvolverem em si mesmos
um comportamento mecanicista e por isso mesmo perigoso. Expliquemos: depois de um certo
tempo, o rito e o símbolo passam a não ter mais participação do raciocínio, senão esporadicamente.
E, quando isso ocorre, em presença deles o homem agirá como aquelas pessoas que oram
simplesmente com os lábios, e não com o pensamento. E o perigo é esquecer a função dos símbolos
e ritos, deixando-se embalar nas suas formas exteriores, apenas.
Semelhante perigo correm os espíritas, também, porque eles aprendem a usar a razão
constantemente, mas podem deixar de fazê-lo e assumir postura mecânica dentro dos seus centros
quando os valores internos não mais os levarem a pensar.
Assim concluímos que: o não uso de símbolos e rituais nos centros espíritas não fere a
doutrina maçônica, porque é uma questão de opção dos espíritas, que agem em perfeita coerência
com os preceitos de Allan Kardec. Por sua vez, o rito e os símbolos na Maçonaria não se
contrapõem aos espíritas, pois são coisas distintas na forma mas unas na essência. Cada doutrina,
em seu campo específico de atuação, deve se manter qual se apresenta, incólume a interferências.
Fraternas, porém, quanto à convivência.
A Maçonaria e o Espiritismo são Instituições guardiães e disseminadoras do conhecimento,
profundamente comprometidas com a moral e a ética. Historicamente, a sua luta é contra o homem
medíocre, esse animal domesticado de Jose Ingenieros. O homem medíocre é este ser cabisbaixo,
honesto por conveniência, “desprovido de asas e penacho, incapaz de voar até um píncaro, ou de
lutar contra um rebanho. Sua vida é uma completa cumplicidade com a vida alheia”.
A mediocridade é a pior das chagas sociais. É ela que permite a permanência indefinida da
injustiça; é ela que possibilita a instalação da miséria e da fome. Os homens medíocres “seguem o
caminho que menores resistências oferece, nadam a favor de toda corrente e variam com elas; no
seu rodar, águas abaixo, não há mérito, mas simples incapacidade de nadar águas acima. Crescem,
porque sabem adaptar-se à hipocrisia social”.
Espiritismo e Maçonaria lutam contra esta domesticidade servil, que às vezes teima em
instalar-se em seu próprio reduto, através dos parasitas de toda sorte, que farejam oportunidades e
vestem a capa da humildade. Muitas vezes, em convívio com propósitos sadios destas duas
doutrinas, a mediocridade se instala e se adapta, ganha cargos e finge ser profunda, mas como erva
daninha dificulta o crescimento do homem de caráter. Jose Ingeniero finaliza, dizendo que a função
do “homem medíocre é a paciência imitativa; a do homem superior é a imaginação criadora”.

CONCLUSÃO

Espiritismo e Maçonaria são doutrinas cujas pernas se apóiam na terra e os braços se


estendem ao universo. A Fraternidade Branca dos Maçons é a representação dos seres invisíveis
dos Espíritas. A Maçonaria deseja formar o caráter do homem não apenas para sua existência
transitória terrena; deseja-o integrado nesse universo esplendoroso da multiplicidade de
formas, seres, vidas e ideais.
Nesta mesma trilha segue o Espiritismo. E o conhecimento é a grande mola desta tarefa.
Por isso, as duas doutrinas neles se estribam. Leon Denis, sábio francês, espírita e maçom, dizia:
“SABER É O SUPREMO BEM DE TODOS; OS MALES PROVÊM DA IGNORÂNCIA”

Colaboração do Ir.: Carlos Alberto dos Santos/ M.: M.:,


12
FRASES QUE MARCARAM

“Eu proporia que substituíssem todos os capítulos da Constituição, decretando:


Art. Único: Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara.”

CAPISTRANO DE ABREU (1853-1927)

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“Não tem um só símbolo que não seja a aplicação de alguma verdade transcendente. Não
possui um só mistério que não cubra a prática de alguma verdade”.
PADRE JOÃO DE SANTA BÁRBARA

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“A coisa mais nobre que podemos experimentar é o mistério. Ele é a emoção fundamental,
paralela ao berço da verdadeira ciência. Aquele que não conhece, que não mais pode
cogitar, que não mais sente admiração, está praticamente morto”.

ALBERT EINSTEIN

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“Se és nomeado para uma função à qual estão associadas honrarias, faz com que nomeiem
contigo teu rival, para evitar rebeliões. A ele, as honrarias. A ti, os benefícios”.

CARDEAL JULES MAZARIN

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“A política é uma constante batalha entre fazer a coisa certa e manter-se no cargo”.
JOHN F. KENNEDY

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“O demônio sabe até citar a Bíblia em seu proveito”.

WILLIAM SHAKESPEARE

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“Não conspira quem nada ambiciona”

SÓFOCLES

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“Se um homem começa com certezas, terminará com dúvidas; se começa com dúvidas,
terminará com certezas”.

FRANCIS BACON( 1561-1626)


13
Viagem ao nosso interior

MUITAS VIDAS
D. Villela

Chama-se encarnação a união temporária do espírito imortal a um corpo perecível para


mais um período de experiência e aprendizagem no mundo material. Este estágio educativo se
inicia na concepção e se encerra com a morte e, por se repetir inúmeras vezes, é também chamado
de reencarnação.
Trata-se de conceito muito antigo, presente em religiões orientais milênios antes da Era
Cristã, havendo, no entanto, certa imprecisão, pois aceitava-se, então, a metempsicose, isto é, a
possibilidade de seres humanos renascerem em corpos de animais, o que sabemos atualmente ser
impossível. Em nossa época, pesquisadores sem qualquer vínculo com o Espiritismo, alguns deles
ligados a universidades, produziram trabalhos valiosos onde se patenteia a realidade das vidas
sucessivas.
Conhecida e aceita por eminentes trabalhadores dos primeiros tempos do Cristianismo, a
tese reencarnacionista passou, mais tarde, a ser negada pelos dirigentes cristãos, assim
permanecendo até hoje, o que torna difícil oferecer explicações para as desigualdades e injustiças
freqüentes na trajetória humana e perfeitamente compreensíveis à luz dos conceitos de
reencarnação, causa e efeito e progresso. Sem eles, os sofrimentos, por exemplo, seriam testes –
embora tão aleatoriamente aplicados – para que se merecesse a felicidade na vida espiritual. Além
disso, pessoas profundamente diferentes em inteligência e, sobretudo, em moralidade,
desfrutariam de benefícios idênticos e eternos após a morte porque o sacrifício de Jesus teria
resgatado seus pecados, colocando-as em estado de pureza ante as leis divinas. Fala-se, por isso, no
sacrifício vicário (palavra que significa substituto) de Jesus que, segundo essa concepção, expiou
nossas faltas sofrendo em nosso lugar.
O Mestre conhecia perfeitamente a reencarnação e, em várias ocasiões, se refere a ele em
Seus ensinos, afirmando, certa feita, a Nicodemos, ser necessário “nascer de novo” (João, 3:3), ou
declarando explicitamente que João Batista era o profeta Elias “que havia de vir” (Mateus, 17: 10 a
13).
Dificuldade, ou facilidade, que, independentemente do que tínhamos feito se apresentem
em nossa existência, têm origem em nosso passado reencarnatório, constituindo sempre
oportunidade valiosa para a conquista de valores espirituais.
A noção consoladora de que uma justiça perfeita, associada à misericórdia, governa nossas
vidas, encontra explicação clara na Doutrina Espírita com a qual ficamos sabendo que alegria e paz
representam invariavelmente a colheita, feliz, da semeadura do bem.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1733( 16/06/2001).

14
HISTÓRIA PURA
A REVOLTA DA CHIBATA
Ir.: Walter Ribeiro da Silva/ M.: I.: (*)

Antes do vexame da “Batalha dos Toninhos”, em Gibraltar, a Marinha Brasileira viveu,


durante o turbulento governo do Marechal Hermes da Fonseca, uma séria rebelião interna, de
conseqüências trágicas, que passou para a história com o nome de “REVOLTA DA CHIBATA”.
Resultou num dos episódios mais infames da repressão a militares brasileiros rebeldes.

O QUÊ:

A “Revolta da Chibata”, como o próprio nome indica, foi um movimento que eclodiu na
Marinha brasileira em protesto contra os castigos corporais a que eram submetidos os marinheiros.
Contrastando com a “aristocracia” dos oficiais, o recrutamento dos marinheiros era forçado e feito
entre “indivíduos de má conduta” que deveriam “ser corrigidos”.
Embora um decreto assinado no primeiro dia da República tivesse banido o açoite, um novo
decreto, firmado por Rui Barbosa em abril de 1890, por pressão dos oficiais, restabeleceu as “penas
disciplinares” – que incluíam o “bolo” (palmatória) e a prisão a ferro, na solitária, a pão e água.

QUANDO:

No dia 16 de novembro de 1910, um dia após a posse do Presidente Hermes da Fonseca, toda
tripulação do encouraçado Minas Gerais foi convocada para assistir a punição ao marinheiro
Marcelino Rodrigues Menezes, que ferira um cabo. As 250 chibatadas, aplicadas ao rufar dos
tambores, foram aplicadas pelo comandante João Batista das Neves, conhecido pelo prazer com
que chicoteava seus subalternos.
Seis semanas mais tarde, sob a chefia do marinheiro João Cândido, a tripulação do Minas
Gerais se rebelou.Os amotinados tomaram o navio e mataram o comandante Neves. Os
encouraçados São Paulo, Deodoro e Bahia aderiram ao movimento e neles, dois outros oficiais foram
assassinados – mais de 2000 homens, sob a liderança de João Cândido, chamado de “Almirante
Negro’ – exigiam o fim da chibata, o aumento dos soldos e melhor alimentação a bordo.

COMO A CRISE FOI CONTORNADA:

Reunidos no Congresso e no Palácio do Catete, o Presidente, seus assessores e os influentes


Pinheiro Machado e Rui Barbosa, concordara com as exigências dos rebeldes e prometeram anistiá-los.

QUAIS OS DESDOBRAMENTOS DA CRISE:

No dia 25 de novembro, os amotinados arriaram as bandeiras rubras da revolta e o episódio


parecia encerrado. Porém, em 28 de novembro, um outro decreto presidencial permitiu ao
Ministro da Marinha expulsar da corporação os principais envolvidos no movimento. No dia 10 de
dezembro, os fuzileiros navais alojados na Ilha das Cobras, se revoltaram. Para evitar a repressão,
os marinheiros dos encouraçados Minas Gerais, Bahia e São Paulo bombardearam os próprios
companheiros. Não foi o bastante: alarmado com a onda de conspirações, o governo deflagrou
uma repressão sangrenta ao levante. E aproveitou a oportunidade para prender 69 marinheiros já
anistiados, que haviam participado da revolta da chibata (embora eles não tivessem nada a ver
com a revolta da Ilha das Cobras). Muitos foram fuzilados sumariamente. João Cândido foi posto
numa cela minúscula, na qual 17 prisioneiros morreram asfixiados depois que cal virgem
misturada à água, foi jogada dentro do cubículo. Após 18 meses numa masmorra subterrânea, o
15
“Almirante Negro” foi internado num hospício por três médicos da Marinha, apesar de os
psiquiatras do Hospital de Alienados afirmarem que ele não era louco.
Ainda assim, a sorte de João Cândido foi melhor que a de outros 250 marinheiros presos:
junto com 250 ladrões, 120 cafetões e 44 meretrizes, eles foram enfiados no cargueiro “Satélite” e
mandados para o Acre.
O “navio da morte” zarpou do Rio de Janeiro no dia 24 de dezembro de 1910. No dia 1º de
janeiro de 1911, nove marinheiros foram fuzilados a bordo e seus corpos jogados no mar. Dos que
chegaram ao Acre (onde, ironicamente, João Cândido lutara, em 1904, no bando do caudilho
Plácido de Castro), 200 foram incorporados à Comissão Rondon, que instalava linhas telegráficas
na região, e os demais ficaram abandonados às margens do Rio Madeira, para trabalhar junto com
os seringueiros. Eram quase todos negros e mulatos.
Quanto a João Cândido Felisberto (o “Almirante Negro”), libertado em 1914, morreu de
câncer, na mais completa miséria, numa favela do Rio de Janeiro, em dezembro de 1969.

(*) Artigo publicado no informativo “O COMPASSO”, de novembro de 2000.

BIOGRAFIA DO MÊS
CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE (General Tomás)

Nasceu em Iço, Estado do Ceará, em 24/07/1855, sendo filho do comerciante Tomás Antônio
Cavalcanti de Albuquerque e D. Maria José Cavalcanti.
Assentou praça, em 22/06/1872, no 14º Batalhão de Infantaria, sediado no Ceará. Seis anos
mais tarde (1878), matriculou-se na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro; foi
promovido a 2º Tenente de Artilharia em 30/07/1881.
No ano de 1885, foi Iniciado na Maçonaria, onde exerceu todos os cargos de sua Loja.
Em 22/02/1888, foi promovido a Primeiro Tenente; por serviços relevantes, foi promovido a
Capitão em 1890; Quatro anos após (1894) foi promovido a Major, por merecimento.
Participou ativamente das campanhas da Abolição e da Proclamação da República,
formando sempre ao lado dos maiores batalhadores; foi eleito Deputado Estadual pelo Ceará,
sendo reeleito para várias legislaturas. Sua atuação como parlamentar foi sempre brilhante,
estando sempre na defesa intransigente da Constituição e das Leis. Tornando-se notável pelas
seguintes campanhas: Liberdade Religiosa; Separação da Igreja do Estado; Extinção da
representação diplomática junto ao Vaticano; Secularização dos cemitérios afim de fazer cessar a
odiosa discriminação religiosa que separava os indivíduos até depois de sua morte; contra o ensino
religioso obrigatório; contra a intolerância em qualquer setor e principalmente contra a intolerância
clericalista a qual ele afirmava ser a mais violenta das intolerâncias.
Foi nomeado membro efetivo do Conselho Geral da Ordem (1907-1922); Prestou
compromisso de 1º Vig.: da Pod.: Assembléia Geral do GOB, em 11/09/1911, assumindo a
presidência que exerceu interinamente durante vários meses; Pelo Ato nº 207, foi nomeado para
exercer interinamente o cargo de Gr.: Secr.: Geral da Ordem, função que desempenhou durante
vários meses; neste mesmo ano(1911), recebe o título de Filiando Livre da Loja Redenção e é
elevado aos graus 31, 32, e 33.
Após ser promovido a coronel em 1913, foi promovido a General de Brigada, em 1918.Em
27/06/1919, foi eleito para substituir, em caráter interino, o Dr. Nilo Peçanha, Grão-Mestre do
GOB, sendo eleito para o cargo de Grão-Mestre pelo período de 1919 a 1922, logo após a renúncia
ao cargo, pelo Dr. Nilo Peçanha, em função da campanha deste à Presidência da República.
Passou o cargo de Grão-Mestre ao Dr. Mário Behring, eleito para o cargo, em 28/06/1922,
sendo-lhe concedido, um mês depois, o cargo de Grão-Mestre Geral Honorário.

16
Dr. Tomás Cavalcanti faleceu em 16/05/1938, no Rio de janeiro, sendo sepultado no
cemitério São João Batista.
O Supremo Conselho do Brasil conferiu-lhe, post mortem, o título de Sob.: Gr.: Com.:
Honorário

.ESSA É PARA RELAXAR


UM TRABALHO PARA SÁBIOS

Contam que numa carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia. Foi uma reunião de
ferramentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que
renunciar. A causa? Fazia barulho demais e, além disso, passava todo o tempo golpeando.
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que
ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia
que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou,
com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo sua medida,
como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o
martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, uma rústica madeira se converteu num fino
móvel.
Quando as ferramentas ficaram novamente a sós, a assembléia reativou a discussão. Foi
então que o serrote tomou a palavra e disse: “senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas
o carpinteiro trabalha com as nossas qualidades, com nossos pontos fortes. Assim, proponho um
trato, não vamos ressaltar nossos pontos fracos e vamos passar a valorizar os nossos pontos
fortes”.
A assembléia aprovou a proposta, todos tinham entendido que se o martelo era barulhento,
também era forte; se o parafuso dava voltas, também unia e dava força; se a lixa era áspera, era
também especial para limar e afinar asperezas; e se o metro sempre media os outros, era também
preciso e exato. E que todas essas habilidades eram necessárias para o trabalho em conjunto.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela
oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa
busca defeitos na outra, sempre encontra algo para criticar, desta forma o clima torna-se tenso e
negativo: ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes uns dos outros, as
melhores conquistas humanas florescem.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo. Mas trabalhar atentando para as
qualidades... isto é para os Sábios! (Autor desconhecido)

Colaboração do Ir.: ALFREDO (ARLS RENASCIMENTO)

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Ele se casou com a loura mais gostosa do pedaço. Na noite de núpcias, já na cama, parte para cima
daquele monumento sem perda de tempo. Ela, no entanto, coloca as duas mãos no peito dele,
freando seu ímpeto, e diz:
_ Tenho de confessar uma coisa: não sou virgem.
E ele irritado:
_ E isso lá são horas de se falar em horóscopo?

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17
Eu nunca tive relações sexuais com a minha mulher antes de casar. E você?

_ Não sei. Como é mesmo o nome dela?

18
O NOSSO PLANETA

DERRETER OS GLACIAIS PARA OBTER ÁGUA?

Os habitantes do Paquistão atingidos pela seca estão desesperados por água suficiente para
que os oficiais examinem a possibilidade de derreter geleiras.
Com chuvas bem abaixo do normal e reservatórios com menos do que a metade da média, o
governo militar do General Pervez Musharraf pediu ao escritório nacional do clima para verificar a
possibilidade de derreter geleiras nas montanhas do norte.
“Não terminamos nosso estudo ainda, mas até agora, achamos que sim, na prática talvez isso
possa ser feito, aspergindo (spray) carbono preto na neve, nas geleiras”, disse Qamar-Uz-Zamam
Chaudhry, diretor geral do escritório de meteorologia. “Eles absorverão mais radiação e a neve
derretida poderá aumentar 10 ou 15 %.
Entretanto, Chaudhry deixou claro que ele vê potenciais perigos inesperados em acelerar a
média de derretimento dos glaciais, que têm sido uma fonte de água principal para o país árido a
cada primavera e verão, por milhares de anos.
“Há muitos outros fatores que requerem ainda mais estudos detalhados e profundos, antes
de levar a cabo tal atividade, porque há muito prejuízo ambiental nisso”, disse ele em uma
entrevista com a Televisão Reuters. Ele disse que acelerar o derretimento dos glaciais nas
montanhas do Himalaia, Hindu Kush e Karakoram poderia possivelmente desestabilizar as
geleiras, bloquear rios e causar inundações. “Por isso, agora é prematuro dizer qualquer coisa final
sobre o assunto”, disse ele.

Publicado no boletim “FONTE D’ÁGUA”, de Abril de 2001.

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DESCOBERTA A MAIS ANTIGA CIDADE DAS AMÉRICAS

Na mesma época em que os habitantes do antigo Egito construíam suas pirâmides, a


população do que é hoje o Peru, erguia estruturas gigantes de pedras maciças em Caral, metrópole
que existiu há 4.600 anos. Os restos da cidade, descobertos em 1905, somente agora foram
amplamente estudados por arqueólogos americanos e peruanos. A conclusão é surpreendente:
Caral provavelmente foi o berço da civilização nas Américas.
Cientistas do Field Museum. Em Chicago, da Universidade Northern Illinois, ambos dos
EUA, e da Universidade da San Marcos, em Lima, Peru, publicaram na revista” Science” os
resultados da avaliação. A pesquisa revelou que a cidade teve seu auge no ano de 2.627 a.C. Isso
significa que o desenvolvimento da vida urbana e da arquitetura monumental nas Américas
surgiu cerca de 800 anos antes do suposto.
Caral, portanto, ergueu-se centenas de anos antes de grandes civilizações do Novo Mundo
como a Inca (século XIII), a Asteca (século XV) e a Maia (século IV). Localizada 200 quilômetros ao
norte de Lima, no coração do Vale Supe, Caral caracteriza-se pela existência de uma zona central,
com seis construções ao redor de uma grande praça.
_ É um dos lugares mais emocionantes que já vi. A maior ironia é que o apogeu dessa
civilização aconteceu dois mil anos antes de Cristo. Pouca coisa deve ter ocorrido neste local após o
fim de Caral _ explica Jonathan Haas, do Field Museum, que trabalhou no projeto juntamente com
a sua mulher, Winifred Creamer, e com a arqueóloga peruana Ruth Solis.
Segundo os cientistas, Caral existiu na mesma época em que as pirâmides do Egito. A cidade
também foi erguida na mesma época do surgimento de civilizações complexas como as de
Mesopotâmia, China e talvez Índia.

19
Fonte : Jornal “O GLOBO”.

20
DEPOIMENTO
O CAPELO E O CHAPÉU DE PALHA

Celso Brant (*)

Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso aconselhou, há dias, a quem não estiver
satisfeito com seu governo “procurar o caminho da roça”, na verdade não fez mais do que repetir o
profundo desprezo que a elite brasileira tem pelo povo. Só se pode falar em nação quando povo e
elite caminham na mesma direção, quando se sentem participantes de um destino comum.
O maior problema do Brasil é ser um país sem elite ou, dizendo melhor, cuja elite está
desvinculada da realidade nacional. Nada tem a ver com sua gente, com a realidade do dia-a-dia e
muito menos com o seu destino. Ao lado dessa elite sem raízes na terra, temos um povo
extraordinariamente dotado e capaz.
Na verdade, tudo o que de grande aconteceu no Brasil é obra de seu povo. Inclusive a maior
de todas as nossas realizações, que é a unidade nacional.
Mesmo no período colonial, quando Portugal havia concordado em ceder Pernambuco à
Holanda para conservar a Índia, o povo não aceitou a divisão do Brasil, lutando até expulsar o
invasor holandês.
Todos os nossos grandes heróis foram gente simples, como é o caso de Tiradentes, a figura
mais importante da luta de libertação nacional. A Inconfidência Mineira foi obra de grandes
intelectuais, de extraordinários poetas e pensadores. Durante um curto período de 45 anos, Vila
Rica concentrou, em seu seio, a maior floração cultural da América em todos os tempos. Mas sua
figura política mais importante, o que mais bem interpretou o anseio da libertação nacional, foi
Tiradentes, que era um homem simples.
Se tivesse sido vitoriosa a Inconfidência, o poder teria ficado com os fulgurantes intelectuais.
Derrotada, a culpa recaiu sobre o representante do povo, que corajosamente assumiu a sua
responsabilidade e pagou, na forca, o crime de sonhar com uma pátria livre e soberana.
FHC se orgulha de seu título de professor universitário e de sociólogo. A universidade, no
Brasil, é um símbolo de mediocridade e alienação. Até hoje, não teve nenhuma participação no
processo político nacional. As únicas universidades que tiveram influência sobre o nosso destino
político foram duas estrangeiras, a de Coimbra e a de Montpelier, onde estudaram alguns dos mais
importantes inconfidentes.
E com relação aos nossos sociólogos, nada têm a ver com o Brasil. Preocupados em repetir,
como papagaios, as lições dos professores do Primeiro Mundo, ainda não chegaram, sequer, a ser
apresentados à realidade brasileira. O próprio FHC simboliza bem o que é o sociólogo brasileiro:
um instrumento a serviço das nações hegemônicas, a cujos préstimos sempre colocaram, de forma
obediente e servil, a sua descolorida e camaleônica inteligência.
Ao ser guindado ao poder, o nosso pseudo-intelectual revelou o verdadeiro estofo do seu
caráter, mandando esquecer tudo o que havia dito e escrito, tornando-se, ao trair a sua pátria, o
verdugo do seu povo e o vendilhão da soberania nacional.
Ao invés de cuidar dos graves e angustiantes problemas de sua gente, FHC, durante todo o
seu reinado, marcado pela traição e pela corrupção, preferiu colecionar títulos de professor honoris
causa das universidades estrangeiras. Para nós, teria sido preferível que o Brasil, nestes longos e
infelizes anos, tivesse à frente de seu destino um homem cuja cabeça fosse coberta, não por um
sofisticado capelo, mas por um simples e humilde chapéu de palha.

(*) Escritor, economista e Secretário do Trabalho de Minas Gerais.


Trabalho extraído do boletim APADDI, de 06/10/2001.
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O PESQUISADOR
MAÇÔNICO
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