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O PESQU I S ADOR

MAÇÔNICO n.º 46–Jan./Fev. 2007


Ano VII

EDITORIAL ÍNDICE

A Ética é um conceito absoluto ou seria uma coisa relativa? Provavelmente, em


Pág. 2 e 3
 Nos Arquivos de Nicola
política (principalmente como ela é praticada nos dias de hoje) a sua importância seja
aslan
relativa.
Mas, para os membros da Ordem Maçônica, ela tem que ser um conceito absoluto. Não Pág. 4
se pode transigir. O maçom tem que ser ético 24h por dia! Se entre profanos é condenável,
entre maçons é execrável manejar créditos morais de que desfruta, para auferir vantagens. É
 Curiosidades
abominável não cooperar e, ainda por cima, criticar o tempo todo.
As virtudes que se deixam arrastar por interesses próprios, não são virtudes efetivas, Pág. 5 e 6
mas arremedo de virtudes.  Para Pensar
A honestidade e a honradez têm que – sempre – suplantar as tentações de se
beneficiar ou beneficiar alguém, através de negociatas indignas ou favorecimentos expúrios. Pág. 7 e 8
Empobrecemos espiritualmente sempre que permitimos que nosso patrimônio ético-
Notícia Relevante
moral seja comprado, roubado, vilipendiado.
Uma das premissas que a Maçonaria afirma é que, como uma Fraternidade, ela deva ser Pág. 10
uma instituição fundamentalmente ética. E ela o é! Lamentavelmente, não podemos afirmar o  Gr. Dic.Enciclopédico de
mesmo de alguns IIr.: maçons. São antiéticos todos aqueles IIr.: que se conduzem com Maç. e Simbologia
amoralidade, não são solidários, não são leais, tripudiam sobre as normas maçônicas em (Nicola Aslan)
detrimento de si próprios ou de “compadres” etc.  Biblioteca
A estes IIr.; relembramos que a Maçonaria, em todas as suas Cartas Magnas afirma:
“Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio Pág. 11
do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da
investigação constante da verdade (...) Proclama que os homens são livres e iguais
 Polindo a Pedra Bruta
 Pílulas Maçônicas
em direitos e que a tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para
que sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um”
Basta que pratiquemos! É simples assim.... Pág. 12 à 14
 História Pura
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
Pág. 15
 Viagem ao nosso interior
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001 Pág. 16 e 17
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:  Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Pág. 18 a 28
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade
de seus autores. • CADERNO DE
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e TRABALHOS – De
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08 Estudos e Pesquisas
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
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NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

O FOGO E AS LUZES NA LITURGIA MAÇÔNICA


(3ª PARTE)
(As Luzes Maiores e Menores; A Disposição das Velas no Rito Escocês Antigo e Aceito)
Nicola Aslan

As Luzes Maiores e Menores


Claro está que, a partir do começo do século XVIII, o cerimonial maçônico nas Lojas especulativas, como na Lojas
operativas que ainda persistiam e que não tinham aceito a liderança da Grande Loja de Londres, diferia de uma para as outras.
Umas passaram a usar as três velas, outras não.
Aquelas que usavam as três velas colocavam-nas de maneiras diferentes, outras passaram a representá-las de várias
maneiras.
Em seu “Masonic Quiz Book”, à pergunta: -“Quais são as três luzes fixas”? William O. Peterson responde:
“Nos livros do século XVIII, as luzes fixas eram as três janelas que sempre se supôs existirem uma no Oriente, uma no
Sul e outra no Ocidente. Elas são ainda usadas conforme o ritual. São usadas para iluminar o homem ou para iluminar o seu
trabalho.
“Nos livros modernos, essas luzes foram omitidas e em seus lugares colocadas as luzes menores (lesser lights).”
Outro autor maçom, o americano E. R. Johnston, escreve em sua obra “Masonry Defined”:
“Na instrução do 1º grau, dissemos que a Loja tinha três “Luzes Menores” simbólicas, uma delas no Oriente, outra no
Ocidente e uma no Sul.
“Não há luzes no Norte, porque o Templo do Rei Salomão, que toda Loja representa, estava colocado tão distante no
Norte da eclíptica que o sol e a lua, na altura daquele meridiano, não poderia emitir raios naquela parte do Norte.
“É por essa razão que nós, maçonicamente, chamamos o Norte de Lugar da Escuridão.
“Este uso simbólico das três luzes menores é muito velho, sendo encontrado nas dissertações mais remotas do último
século (deve tratar-se do século XVIII).
“As três luzes, como os três principais oficiais, e os três principais apoios, referem-se, indubitavelmente, às três
estações do Sol, o qual cresce no Oriente, tem o seu Zênite no Sul e se põe no Ocidente, e este simbolismo da Loja, tão típico
como o universo, deve ser preservado.
“O uso das Luzes em toda as religiões é um antigo costume.
“Existe o candelabro de sete ramos no tabernáculo, e no Templo cinco candelabros dourados na mão direita, como na
mão esquerda.
“Representam elas semprre, simbolicamente, Luzes de Moral, de espiritualidade ou de intelectualidade”.
Nas Lojas inglesas, a interpretação dada às Luzes foi a mais variada possível. Referindo-se às Luzes maiores e
menores, escreve Bernard E. Jones em sua obra “Freemason’s Guide and Compendium”:
“No século XVIII, os “Modernos” (Grande Loja de Londres), desde o início, sempre usaram três grandes velas
colocadas em altos candelabros, como as três grandes luzes...”
Isto confirma a nossa opinião de ter sido introduzida esta prática pelos cabalistas Rosa-Cruzes,cujo cerimonial foi
adotado naquela ocasião pelas Lojas especulativas, principalmente no que se refere às iniciações.
“...com a finalidade, continua Bernard E. Jones, de não apenas representar o curso natural do sol no Oriente, no Zênite,
no Sul e a declinação no Ocidente, mas também para iluminar os homens nos seus trabalhos, e também para representar o sol a
Lua e o Venerável da Loja.
“Os Antigos (Grande Loja de York) diziam – numa apreciação da matéria – que as três grandes Luzes eram o Livro da
Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso, enquanto as três pequenas Luzes são as velas do Venerável e dos Vigilantes.
“Para os Modernos, o Livro da Lei Sagrada, o Esquadro e o Compasso são conhecidos como ornamentos da Loja, sob
cujo nome são muitas vezes chamados.

3
“Provavelmente, no fim do último século (século XVIII) as Lojas Modernas encararam o problema de modo diferente,
aparecendo a Loja de Reconciliação, depois da União, adotando os “Antigos” práticas como as da Grande Luz, e acrescentada a
esta as das três pequenas luzes (luzes menores) que são situadas no Oriente, no Sul e no Ocidente e querem significar o Sol, a
Lua e o Venerável da Loja.
“Nas antigas Lojas, as velas eram colocadas em forma de triângulo, no assoalho da Loja, posição que ainda ocupam
em poucas das antigas Lojas, mas pela maior parte, na atualidade (colocação que data dos fins do século XIX), as velas ficam
ao lado do Mestre (Venerável) e dos dois Vigilantes, onde, três altos candelabros parecem relacionar-se com os três pilares nas
antigas Lojas.
“Aparentemente, parece não existir qualquer razão para que o candelabro seja colocado à direita ou à esquerda do trono,
embora seja mais comum a colocação à direita, sendo colocação à esquerda menos conveniente pelo que concerne o trabalho
com o candidato.
“Nas antigas Lojas francesas havia o hábito de usar 9 candelabros (luzes) apenas no 3º grau, reunidas em três grupos
de três, cada qual em forma triangular.
“Contudo, não é através destas três velas e do hábito de colocá-las de maneiras diferentes que se indicava o grau no
qual a Loja estava trabalhando.
“Nas antigas Lojas, há uma grande diversidade de opiniões quanto à colocação das velas, baseadas nos costumes
associados às mesmas. Por exemplo, na Loja Amor e Honra nº 75, de Falmouth, fundada em 1751, a vela do Oriente fica diante
do Mestre, na entrada da Loja. Na abertura da Loja, o Vigilante aproxima-se da Luz do Venerável com a sua vela, e após
acendê-la, volta, colocando-a no seu lugar, e reassume o seu trono.
“O candidato passa entre a vela e o trono, quando esta está colocada no assoalho.”
E o mesmo autor, em outra parte do seu livro, fornece mais alguns detalhes:
“As velas que brilhavam no século XVIII, nas Lojas eram grossas e pesadas, ornamentadas algumas vezes com
simbólicos relevos de pequenas velas de cera impressas no seu corpo.
“Quando as Lojas não providenciavam para ter as suas próprias velas, um guarda tratava das mesmas, cobrando
tantos pences por vela e por hora quantas fossem necessárias para manter acesas as velas enquanto durasse a sessão da
Loja”.

A Disposição das Velas no Rito Escocês Antigo e Aceito

Vimos como as coisas se passavam nas Lojas inglesas relativamente às velas. Vejamos, agora, como se desenvolveu
nas Lojas francesas este ritualismo. Mencionamos tudo o que se refere às Lojas inglesas porque o uso das velas nelas se
originou; mas não devemos esquecer que o Rito Escocês Antigo e Aceito, se bem que procedente dos Estados Unidos da
América, é um Rito que teve a sua origem na França, recebeu todas as inovações com que este país contribuiu para o
desenvolvimento do cerimonial, da liturgia e da filosofia da Maçonaria e finalmente é ele o desabrochamento completo desta
Maçonaria francesa que se levantou fazendo frente à Maçonaria inglesa, inventando os Altos Graus e que, inexplicavelmente,
chamou de Maçonaria escocesa. Para podermos melhor compreender o Rito Escocês Antigo e Aceito devemos estudar a
Maçonaria francesa e os seus usos e costumes que este Rito encerra.
As Lojas francesas, quando de sua organização, receberam das Lojas inglesas as três velas e o seu sentido cabalístico.
Os franceses se encarregaram de levar as práticas do esoterismo, da cabala e da alquimia às suas últimas conseqüências,
deixando muito atrás os ingleses, mais conservadores. Introduzidos na Maçonaria dos Altos Graus, este elemento ritual recebeu
grandes transformações, como vimos no capítulo anterior.
O Rito Moderno ou Francês, mais filosófico que místico, aboliu definitivamente o uso de velas, mas o Rito Escocês
Antigo e Aceito, dentro do qual, posteriormente, se fundiram todos os ritos escoceses, conservou-o até hoje.
Sabemos que as Lojas francesas adotaram o uso das três velas no grau de Aprendiz, aumentando-as para cinco no de
Companheiro e para nove no grau de Mestre. A disposição usada no grau de Aprendiz era em forma de esquadro. No século
XVIII, a disposição de uma Loja maçônica era muito diferente da atual. Um tapete sobre o qual eram desenhados os símbolos
maçônicos, aberto em qualquer local, transformava-o em Loja maçônica.
Uma estampa do século XVIII, reproduzida na obra de Alice Joly – “Um Mystique Lyonnais et les Secrets de la Franc-
Maçonnerie” –mostra-nos, sem dar lugar a qualquer dúvida, qual era a disposição usada na colocação das velas. O Venerável
Mestre sentado no Oriente, isto é, em frente ao ângulo superior esquerdo do tapete. O trono do Venerável mudou de lugar,
posteriormente, mas aquele ângulo continuou a ter a denominação de Oriente. Diante dele tinha um candelabro sustentando uma
grande vela. A outra estava situada no ângulo superior direito, o Sul. A terceira, diante da qual estava de pé o Primeiro Vigilante,
no ângulo inferior direito, representando o Ocidente.

Obs: continua no próximo número.


(4ª Parte)
(Regras Litúrgicas e Simbolismo; Como devem ser acesas as velas nas Lojas)

4
N.R.: Artigo inédito. Para maiores esclarecimentos, ler explicações na edição de nº 39.

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CURIOSIDADES
A CEMITERADA
Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

Já proclamei necessária a leitura de “Um Defeito de Cor” de Ana Maria Gonçalves, um romance da
história da escravidão no Brasil, sob a ótica de uma negra cativa nascida livre em Daomé no ano de 1810. Os
escritos foram encontrados por acaso com D. Clara, uma zeladora da Igreja do Sacramento na Ilha de Itaparica –
BA. Fascinante registro.
Do meio para o final do livro, um repasse pelas revoltas regenciais, os anos rebeldes de instabilidade
política balançando entre federalismo e separatismo. A época situava-se entre 1831 e 1840. Com a tomada de
Belém (Grão-Pará), a Cabanagem, sob inspiração do socialismo utópico que leva Eduardo Angelin a proclamar a
república do Pará separada do resto do país. O Levante dos Malês, escravos libertos de origem muçulmana que
pretendiam uma Bahia “só de africanos”. A Sabinada desenhando uma república Bahiense. A Balaiada no
Maranhão com os escravos de Cosme, chefe de um quilombo e Manoel Francisco dos Anjos (o Balaio), contra o
governo conservador. Os Farroupilhas fundando a República do Rio Grande em Piratini presidida por Bento
Gonçalves. A revolta se estende até Santa Catarina com a República Juliana com significativa colaboração de
maçons (Garibaldi e Canabarro). A maioridade decretada de D. Pedro II, em 1840. Desencorajamento do
coronelismo (patente de coronel comprada à Guarda Nacional) que só se extingue com a República de 1889.
Um relato velado da escrava: a igreja estimulava muitas superstições no combate aos cemitérios. Todos
os fiéis queriam ser enterrados no território santo, ou seja, dentro das igrejas e quanto mais perto do altar
melhor. Estariam mais perto de Deus e mais suscetíveis às orações dos fiéis. O que não sabiam é que este
procedimento fazia muito mal à saúde, em virtude do mau cheiro dos corpos em decomposição. O ar infecto
causava doenças à população. A igreja não abdicava das esmolas por estes sepultamentos, quase sempre em
covas comuns. Covas particulares eram caras e se transformavam em jazigos perpétuos de famílias. Os mortos
começaram a ser enterrados em volta da igreja, pelo lado de fora ou no adro, também considerados terreno
sagrado, embora menos nobre. Neste local ficavam escravos e pobres que não podiam pagar as
“esmolas”exigidas pelos padres e que nem sempre podiam ser enterrados como deviam, a sete palmos,
ameaçando mais ainda a saúde pública. O miasma espalhava-se pelas casas vizinhas à igreja. Novos hábitos
deveriam ser adotados. Médicos e vereadores da capital tinham conseguido aprovar uma lei, com idéias
européias: os mortos tinham que ser enterrados em lugares próprios, afastados do centro da cidade. Eram os
primeiros cemitérios surgindo no Brasil. A sociedade alegava que isto era um desprestígio ao morto e a família
fazia o possível para evitar. Por fim, inaugurar-se-ia um cemitério de acordo com a lei. O centro da cidade ficou
em polvorosa contra essa inauguração do Cemitério do Campo Santo. As igrejas dobravam os sinos chamando
os fiéis a marcharem contra a profanação dos enterros. Juntaram-se aos fiéis as irmandades, tanto de brancos
quanto de pretos. Estavam já concentradas na Praça do Palácio milhares de pessoas. Os padres vestiam roupas
cerimoniais carregando cruzes, bandeiras, dosséis, pálios, estandartes e um documento contra o cemitério.
Um abaixo assinado de pessoas importantes pedindo que a lei fosse suspensa. O presidente da província,
cedendo às pressões, adia a aplicação da lei. O povo resolveu ir até o cemitério para protestar, para festejar a
vitória e mostrar aos hereges que a vontade de Deus tinha prevalecido. Os cemiteristas reagem armados de
paus e pedras e pregam o benefício em se manter os mortos longe dos vivos. Os fiéis gritavam: “morra o
cemitério”! Kehinde, já com cerca de trinta anos de idade, próspera manufatureira de charutos, pagou pela
curiosidade e foi presa na multidão como perturbadora da ordem pública. Como recurso, dirige suas preces a
Oludumaré (Deus Supremo) e suas três divindades: Ogum, Obarixá e Oduá, revivendo a língua eve-fon utilizada
nos cultos de sua terra: o mesmo céu do Brasil e seus querubins.

(*)Membro da Academia Maçônica de Letras do DF

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7
PARA PENSAR 1
OS IIR.: BRIGAM?

Ir.: Charles Evaldo Boller / M.:M.: (*)

Existe uma sociedade onde as pessoas se tratam por IIrm.: É uma sociedade onde existe o IIrm.: que raramente
aparece, um outro que age mais, outro menos, existe o tímido, o retraído, o mais adiantado, o noviço cheio de sonhos, o
comumente exaltado e o de ânimo calmo qual ovelha no pasto. Mas todos eles são IIrm.: e eles se amam em ação; com vontade,
sabedoria e inteligência.
Significa que por se autodenominarem IIrm.: e se amarem profundamente eles nunca brigam? É claro que não! Estes
IIrm.: debatem sim! Porque não! Eles podem disputar, afinal são seres humanos inteligentes, livres e de bons costumes. E é
regra todos os verdadeiros IIrm.: se desentenderem no plano das idéias! A querela, quando motivada para o bem, para
estabelecer limites e promover o progresso é uma atitude positiva - mesmo que os meios não sejam lá muito satisfatórios, os
IIrm.: que assim agem estão lutando para que prevaleça o bem comum. E ação assim é sinônimo de amor; de amor fraterno. O
mesmo amor que grandes iniciados intuíram como a única solução de todos os problemas da humanidade. E toda ação assim
dirigida resulta em mudanças com objetivo e não simplesmente mudar pela mudança.
O 'amor ação' não é o 'amor sentimento' com que aquele é normalmente confundido. É o amor alicerçado na vontade.
Quando alguém está cheio de intenção, mas não faz o propósito ser acompanhado de ação, obtém resultado nulo. De outra
forma, quando este soma intenção e ação, o resultado é aflorar sua vontade. E vontade é sinônimo de amor porque resulta em
ação, o 'amor ação'. E assim, vontade é força. E onde existe ação entre seres humanos, encontra-se disputa. É por isto que
verdadeiros IIrm.: brigam, mas só o fazem por amor e não por vaidade. Daí a necessidade de equilibrar a vontade com sabedoria
e inteligência. Um não existe sem os outros dois.
O destempero entre IIrm.: aflora sempre? Não! Os IIrm.: convivem em um ambiente com limites claros e definidos,
numa sociedade caracterizada por padrões preestabelecidos e onde todos são responsáveis. Na maioria das vezes eles elogiam
e apóiam, haja vista o elogio ser uma necessidade essencial nos relacionamentos saudáveis. Os verdadeiros IIrm.: desenvolvem
a humildade, que é outra expressão do amor, pois significa que são autênticos, sem arrogância, pretensão ou orgulho.
Em seu progresso pessoal desenvolvem autocontrole; sustentam as escolhas que fazem; dão atenção aos seus IIrm.:;
apreciam e incentivam os outros IIrm.:; são honestos e livres de engano; visam satisfazer as necessidades dos outros, não fazem
necessariamente o que o outro deseja, isto seria escravidão, mas o que o outro Irm.: precisa, o que é convertido em liderança;
existe ocasião em que o verdadeiro Irm.: põem de lado sua própria vontade e necessidade apenas para defender um bem maior
para seus IIrm.:; e acima de tudo, o verdadeiro Irm.: perdoa. Mesmo prejudicado o verdadeiro Irm.: desiste do ressentimento.
Tudo isto o tempo, o treinamento constante, a convivência freqüente desenvolve nestes que são verdadeiros IIrm.:. Explicar isto
em palavras é muito difícil, senão impossível, daí a necessidade da convivência freqüente e rotineira.
No passado alguém disse que o G.: A.: D.: U.: só está onde as pessoas se tratam como IIrm.: e se amam uns aos
outros. Hoje os verdadeiros IIrm.: que praticam o 'amor ação' tudo fazem para que a divindade em cada um esteja presente de
fato em todos os momentos de suas vidas. Assim são os verdadeiros IIrm.: MMaç.:.
__._,_.___
N.: E.: (1) Artigo enviado, por e-mail, pelo Ir.: Ronaldo Costa (ARLS “Antônio Monteiro Martins 139” / GLMERJ).

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PARA PENSAR 2
TAREFA DE SÍSIFO
Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

Numa tomada de consciência podemos ver que a procura da Habitação Divina pode nos remeter ao mito de Sísifo.
O caminho é único, mas espiritual. Estaremos sempre retomando esforços para alcançá-lo cada vez que a pedra rolar
abismo abaixo.É uma tarefa incessante, um suplício que recomeça sempre, um castigo que não pára. Sísifo é um
personagem da mitologia grega que, segundo algumas lendas, seria o rei de Corinto (antiga Ephira) e filho de Eólo (rei da
Tessália), o deus dos ventos, e de Enarete. Casou-se com Mérope, filha de Atlas. Segundo outras, seria o pai de Ulisses e
filho de Autólico que, exercendo o poder com tirania, dava os piores exemplos de corrupção e avareza. Sísifo teria sido
condenado, no reino das sombras, a pagar pelos seus crimes na Terra, fazendo rolar uma enorme pedra até o alto da
montanha; antes de atingir o cimo, a pedra desce de novo à base da montanha, ao ponto de partida, tendo Sísifo que outra
vez, empurrá-la morro acima.
Sísifo foi o mais astuto e audacioso dos mortais por haver conseguido, por duas vezes, livrar-se de Tânato (a
Morte). Quando Zeus raptou Egina, filha do deus-rio Asopo, foi visto por Sísifo, que em troca de uma fonte de água fresca
em Corinto, concedida por Asopo, guardou a história. Na troca livrou-se de Tânato. De outra feita, diante do assédio da
Morte, pediu à mulher que não lhe prestasse as devidas honras fúnebres. Chegando ao Hades sem os paramentos dos
mortos, Plutão perguntou-lhe o motivo de tamanho sacrilégio. O esperto filho de Eólo, mentirosamente, culpou a esposa de
impiedade e, às custas de súplicas, conseguiu ´permissão para voltar rapidamente à Terra a fim de castigar severamente a
companheira. Chegando ao seu reino não mais se preocupou em cumprir a palavra empenhada com Plutão e viveu até
idade avançada. Zeus, cansado da espera pela sua volta, manda Tânato buscá-lo em definitivo e os deuses o castigaram
impiedosamente, condenando-o, pela sua harmatia (falta grave cometida) a rolar o bloco de pedra morro acima. O resto já
se sabe.
Daí a expressão “Trabalho de Sísifo”, um trabalho pertinaz, de força e coragem. E, também, conforme opção
idiossincrática, tarefas que envolvam esforços inúteis.
O significado, parece-me, não reside em terminar a tarefa, mas, nas experiências obtidas no caminho tantas vezes
percorrido com essa “pedra”. São experiências de força, energia e fé. Uma situação universalmente humana.
A história de Sísifo foi narrada por Homero na Odisséia. Também foi narrada em drama pelos três grandes
escritores da tragédia da Ática: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Nesta visão do mito, o escopo da lenda não é, pois, alcançar definitivamente o cimo da montanha, a athanasia
(vida imortal), mas sim, o empenho em percorrer o caminho e a coragem de poder sempre recomeçar, outra vez, do
princípio. Importante é estar no caminho, seguir caminhando. Seguir buscando. Sem se deter em nenhum “palácio”, por
magnífico que seja, sem se deter em nenhum conceito, por mais perfeito que seja. O que enriquece a alma humana é Deus
– o Grande Arquiteto do Universo – que está acima da montanha, além de tudo (o Ain Soph, na Árvore das Sephirot). No
mais é seguir caminhando, à espera da surpresa eterna. A busca incessante da Habitação Divina – A Morada de Deus.
Cada uma dessas decidas (involução) e cada subida (evolução) com a pedra, comportam um sentido simbólico. A
pedra dificilmente cairá duas vezes no mesmo lugar e nesta recondução cíclica, não há separação, mas um perpétuo ir e
vir. Nada é definitivo entre o alto e o baixo da montanha. A Vida sem atingir um “topo”, sem coroamento, não é completa,
não está terminada. Sísifo morreu na velhice, sendo pai de Glauco e avô de Belerofonte.

(*)Membro da academia Maçônica de Letras do Distrito Federal e do Clube Epistolar Real Arco do Templo.

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NOTÍCIA RELEVANTE 1

Transferiu-se para o Oriente Eterno, no dia 23 de Janeiro, aos 73 anos de idade, o Historiador e professor catedrático
português, Antônio Henrique Rodrigo de Oliveira Marques. Internado no Hospital de Santa Maria para uma intervenção ao
coração agendada, sobreveio-lhe uma parada cardíaca que o levou a um coma sem recuperação. Maçom ligado ao GOL –
Grande Oriente Lusitano. Foi iniciado durante o período da clandestinidade (1973). Desempenhou ação de relevo na
Maçonaria, sendo eleito Grão-Mestre Adjunto nesta Obediência (1984-86) e Soberano Grande Comendador do Supremo
Conselho do Grau 33 (1991-94).
Debaixo da perseguição salazarista e por ter se solidarizado com a rebelião estudantil de 1962, Oliveira Marques foi
expulso do ensino e do país, tendo partido para o exílio nos EUA, voltando somente em 1970. Foi readmitido na
universidade após a revolução de 1974.
O número total das suas obras literárias ultrapassa 60 volumes. A colaboração, com artigos, em revistas, dicionário e
enciclopédias ultrapassa a mil. Proferiu numerosas conferências em universidades da Europa, Estados Unidos, Brasil e
Argentina. Destaque-se da Maçonaria as seguintes obras: História da Maçonaria em Portugal, 3 vol. Publicados; A
Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo; e Dicionário de Maçonaria Portuguesa.
O livro mais famoso de Oliveira Marques é a História de Portugal, que atingiu 13 edições em língua portuguesa e foi
traduzido para inglês, francês, japonês, castelhano e polaco; em versão abreviada para português, francês, inglês, chinês,
romeno, alemão e italiano.
“Foi um grande Maçom e ajudou imenso a Maçonaria, onde assumiu funções de grão-mestre adjunto, diretor da biblioteca
e do arquivo (...). É extraordinário o seu legado, a sua coragem cívica, a sua capacidade de trabalho como historiador,
tendo sido o que mais publicou em Portugal, a quem pedi, recentemente, que continuasse a fazer a Grande História da
Maçonaria”.
(António Reis – Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano)

“Era um homem com uma capacidade de organização absolutamente excepcional que sabia como organizar e transmitir o
pensamento numa linguagem apreensível por toda a gente. Desde que, muito jovem, fez um estudo sobre filatelia com o
qual ganhou um premio, tem sido um exemplo de organização por toda a sua carreira... Em tudo o que fez revelou
qualidades raras”.
(Rosado Fernandes - Faculdade de Letras)

“Trouxe à historiografia portuguesa o tratamento de temas inéditos, nomeadamente, a Liga Hanseática e a vida quotidiana.
Suscitou muitas vocações de medievalistas, tendo tido um papel crucial de formador de muitos investigadores, atualmente,
a trabalhar nas universidades portuguesas (...). A Biblioteca Nacional possui a maior colecção de cartazes do País, o que é
um legado da sua passagem por esta casa”.
(Jorge Couto – Diretor da Biblioteca Nacional de Portugal)

“Para não esquecer os historiadores que todas as semanas nos lembram que o drama português é estar no continente
europeu e não no americano. Perante eles ainda vamos ter saudades do "positivismo" de Oliveira Marques.”
( Diário de Notícias- Pt)

Para os Irmãos que gostam de ler, e, principalmente, obras maçônicas, ao garimparem em livrarias e “sebos”, não se
esqueçam deste nome que dignificou ainda mais a Maçonaria em Portugal e no mundo.

Colaboração do Ir.: Paulo Roberto Marinho


11
Por pesquisa em diversos sites portugueses.

NOTÍCIA RELEVANTE 2

“LA FRANC-MAÇONNERIE AU BRÉSIL”


(de Henri Médioni)
Ir.: Ítalo Aslan / M.:M.:

Finalmente, chega até nós a interessante obra de Henri Médioni, “La Franc-Maçonnerie au Brésil”, editada por
Éditions Dualpha, 2006.
Dizemos “finalmente” porque já tínhamos conhecimento de que ela já estava em gestação, por informação do
próprio autor. Dizemos, ainda, “interessante” porque, resultado de uma pesquisa séria e trabalhosa, Henri Médioni disseca
a Maçonaria Brasileira com a intimidade de um cirurgião habilidoso que foi buscar em autores brasileiros consagrados,
como Frederico Guilherme Costa (“Questões Controvertidas da Arte Real,” Editora “A Trolha”), “A Trolha na Universidade”,
Editora “A Trolha”), José Castellani (“A Cadeia Partida”, Editora “A Trolha”) e Ubyrajara de Souza Filho (“Rito de
Schroeder, sua Introdução no Brasil”), bem como em revistas de divulgação periódicas como “A Verdade”, “A Trolha” e o
“O Malho”, os dados sobre esse emaranhado e complexo tecido em que se constitui a Maçonaria em nosso país. O próprio
Informativo Cultural “O Pesquisador Maçônico” e o seu editor, Carlos Alberto dos Santos (“A Mulher e a Maçonaria”),
contribuíram nas informações que o livro contém.
É claro que Médioni não escreveu para o público brasileiro. Mas o “francófilo” que se dispuser a ler a sua obra terá
certamente à sua disposição uma excelente fonte de informação, pois o autor organizou o seu trabalho de maneira muito
agradável e com bastante conteúdo para o seu leitor, além de despertar a curiosidade de se conhecer a visão e o enfoque
que um intelectual europeu tem sobre a Maçonaria no Brasil.
Henri Médioni quis fazer uma obra bastante abrangente, dentro do que foi possível, num volume de cerca de 340
páginas. Inicia ele, então, seu trabalho, dando-nos breves noções da história do Brasil, desde o seu descobrimento até a
era contemporânea, passando pelo período colonial, pelos reinados de D.Pedro I e D. Pedro II e culminando com o período
republicano propriamente dito. Relembra-nos os primórdios da Maçonaria Especulativa na Inglaterra, com a formação da
Grande Loja de Londres em 1717, e as várias adesões de nobres, intelectuais e místicos que acorreram à nova instituição.
Narra-nos o início da Maçonaria Brasileira, em sua fase de gestação, e na formação definitiva da Ordem no Brasil, com
todo o seu envolvimento na política da época, como a Independência, a Libertação dos Escravos, a Proclamação da
República, a Questão Religiosa etc, etc. Fala-nos, com riqueza de informações, sobre as grandes cisões ocorridas na
Maçonaria Brasileira, em especial a de 1973, com a formação da atual COMAB (Confederação Maçônica do Brasil),
parecendo-nos, no entanto, ter havido necessidade de um pouco mais de enfoque na cisão de 1927, a de Mário Behring,
que deu origem, posteriormente, à Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB). Não deixou de discorrer,
também, sobre a participação da mulher na Maçonaria Brasileira, em suas várias Lojas mistas e femininas pelo país afora.
Discorre sobre os principais Ritos e Rituais praticados, a relação entre a Maçonaria Brasileira e as grandes correntes
filosóficas, religiosas e sociais. Por fim, encerra sua obra com vários anexos interessantes e de importância para o estudo
da Maçonaria Brasileira.
12
Enfim, vale a pena ler esta obra de nosso autor Henri Médioni. Havíamos dito, inicialmente, que ele não escrevera
para o público brasileiro. Mas acabamos chegando à conclusão que talvez houvesse a intenção, quem sabe, de que ela
fosse lida por aqui pelo estudioso, maçom ou não, tanto pela riqueza de informações, como também por ter tido ele, o
autor, muito cuidado e paciência com o nosso leitor, permitindo que ele a conheça no original, sem a interferência de
tradutores, pois a linguagem e o vocabulário usados estão bem acessíveis àqueles que não têm o francês como cotidiano
de leitura. E qualquer escorregão, nada que um dicionário ao lado não possa resolver.
Insisto: vale a pena conferir.

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Dr. R enatoF igueiredode Oliveira


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13
14
GRANDE DICIONÁRIO ENC. DE BIBLIOTECA
A LINGUAGEM PERDIDA DO SIMBOLISMO”
MAÇONARIA E SIMBOLOGIA Harold Bayley

NICOLA ASLAN

TRIÂNGULO TRÍPLICE– O tríplice triângulo é a


trindade filosófica: geração, destruição e
regeneração, como na Trimurti hindu Brahma é o
criador, Vichnu o conservador e Civa o destruidor.
Segundo Mackey:

“O Pentalfa, ou triângulo de Pitágoras, é


usualmente chamado também de tríplice triângulo,
porque três triângulos são formados pela Se você gosta de pesquisar a origem das coisas,
intercessão de seus lados. Há, porém, uma outra principalmente das palavras símbolos e emblemas, este
variedade de tríplice triângulo, mais propriamente é um livro imperdível, pois o autor dá uma ênfase numa
intitulado com esta denominação, como na forma escala global e de difusão do mito, da lenda e do
anexa. simbolismo (TUDO A VER COM A MAÇONARIA!).
É familiar aos Cavaleiros Templários como a forma Para um melhor conhecimento prévio,
da jóia usada pelo Prelado de sua Ordem. Como reproduzimos o texto da contra-capa do livro:
“Símbolos e Emblemas têm sido usados como marcas
toda transformação do triângulo, é o Símbolo da
registradas, marcas d’água e com fins decorativos há
Divindade; mas, como o Grau de Cavaleiro
muitos séculos. A origem de muitos desses símbolos está
Templário, pertence exclusivamente à Maçonaria encoberta pelo segredo das seitas místicas medievais e
Cristã, o Tríplice Triângulo alude então ao mistério por culturas muito mais antigas de todo o mundo.
da Trindade. O autor passou muitos anos reunindo esse
No Grau de Cavaleiro do Oriente do REAA, diz-se imenso conhecimento de tantas e tão diferentes áreas
que o Símbolo também se refere à tríplice fascinantes, que tornaram esse livro uma obra
essência da Divindade; mas o Simbolismo torna-se indispensável. Em alguns casos, as ilustrações são
ainda mais místico, supondo-se que representa o rudimentares, mas isso se deve ao fato de Bayley estar
número sagrado 81, cada lado dos três triângulos mostrando o estágio mais antigo dos símbolos ou ao fato
sendo equivalente a 9, que, além disso, é o de o artista que as recriou não ter sido muito hábil no seu
quadrado de 3, o número mais sagrado em ofício, embora as informações que o autor traz sejam
insuperáveis.
Maçonaria.
Bayley conhece profundamente mitologia,
No vigésimo segundo Grau do REAA, ou o de folclore, textos religiosos e contos de fadas de todo o
“Grão-Mestre de todas as Lojas Simbólicas”, diz-se mundo, e mostra claramente de que modo e por que
que o número 81 se refere à Tríplice Aliança com cada um desses símbolos foi usado. Como se isto não
Deus, simbolizada por um tríplice triângulo que bastasse, ele tem uma habilidade surpreendente para se
teria sido visto por Salomão quando consagrou o referir às histórias, mostrando como culturas diferentes
Templo... usaram histórias semelhantes para condensar num único
A trimurti, ou tríplice triângulo dos hindus, tem traço o mesmo tema. Às vezes, ele não sabe explicar
forma diferente, consistindo em três triângulos como essas culturas e histórias se interligaram, mas o
concêntricos. No centro está o nome sagrado modo como ele se reporta a cada história é brilhante.
trilítero, AUM. O triângulo interior simboliza Por tudo isso, A Linguagem Perdida do
Simbolismo é um tesouro inestimável tanto para
Brahma, Vichnu e Civa; o do Meio, Criação,
pesquisadores quanto para todos aqueles que se
Conservação e Destruição; o Exterior, Terra, Água interessam por história e religião.
e Ar. EDITORA CULTRIX
São Paulo/SP – 2005

Carlos Alberto dos Santos

15
polind o a pe dr a brut a

AMÓS

AMÓS – capítulo 7, versículos 7 – 8 ). Segundo a Bíblia Católica , Edição Pastoral, editada após o
Concílio Vaticano II, aprovada pela CNBB).

(Terceira Visão) – Isto me mostrou o senhor JAVÉ: JAVÉ estava sobre um muro e, na
mão, tinha um prumo. E JAVÉ me disse: “O que é que você está vendo, Amós”? Eu
respondi:”Um prumo”. E ele me disse:” Vou tirar o nível do meu povo Israel. Não o
perdoarei mais.

Texto muito mais inteligível do que outros de outras versões do Livro Sagrado.
Para a consideração dos irmãos.

Cabo Frio, 21 de novembro de 2006.


.
Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08).
Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
SALMO 133

• A leitura do Salmo 133 somente é usada no Brasil. Geralmente, nos outros países, o que
se lê são os versículos 1,2,3,4 e 5 do Capítulo 1, do Evangelho Segundo São João: “No
princípio era o Verbo e o Verbo era DEUS. ELE estava no princípio junto de DEUS. Tudo
foi feito por ELE e, sem ELE, nada foi feito. NELE havia a vida e a vida era a Luz dos
Homens. A Luz resplandescente nas trevas e as trevas não a compreenderam”.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS E DE INSTRUÇÃO RENASCIMENTO N º 08

Nota do Editor: “In Memoriam”

16
17
HISTÓRIA PURA
O BRASIL DE PORTUGAL...
Carlos Mário Alexandrino da Silva (*)

Num livro intitulado "Brasil 500 anos com os marranos e cristãos novos" são feitas
referências a alguns documentos que mencionam a palavra "brasil" já utilizada muito tempo antes da sua descoberta
"oficial" por Pedro Álvares Cabral. Essa obra é da autoria da historiadora brasileira Raquel de Souza. Eis um dos trechos
que dele destacamos:"Em 12 de fevereiro de 1343 (através de provas concretas da Expedição do Capitão da Real
Armada Portuguesa Sancho Brandão)El-Rei D. Diniz, certificava ao Papa Clemente VI a nova das terras magníficas,
habitadas por homens nus, opulenta em árvores de tinta vermelha", nas ilhas do Ocidente - conforme documentos
secretos do Vaticano,publicados pelo erudito jesuíta Manoel Fialho.
Acrescenta a autora que também foi enviado ao Papa o mapa da região, constando nele inscrita a menção
"Insulas do Brasil ou de Brandan", que segundo Cabral, era como o Brasil se tornara conhecido na antiguidade. Com
efeito, mais de vinte mapas mostram , em lugares diferentes, a ilha Hy Brazil, também chamada de São Brandão. Essa
ilha mitológica dizia-se que tinha a capacidade de se afastar quando as embarcações dela tentavam aproximar-se,o que
explica o motivo por que a sua localização mudava de mapa para mapa. Hy Brazil teria sido descoberta e colonizada por
São Brandão,monge irlandês que partira para o mar no ano 565 d.C, contando então 105 anos de idade. Ele fora em
busca de um local retirado para dedicar-se inteiramente à meditação, ao culto de Deus.Uma poesia do século XIV,
localizada em bibliotecas da Europa, reza o seguinte: "He looked as a spanhwk his eyen him need not hs colours for
to dye, with brasil; no with grain of Portugal." que, na tradução para português, de Maria da Glória de Vasconcellos,
nos revela o que embaixo transcrevemos e que é, indiscutivelmente, muito elucidativo:
"Ele olhou com os olhos de falcão
agora com Brasil não faltam;
para Portugal cores para tingir
sem sementes. (*) tradução literal para o Português de Maria da Glória Vasconcelos.

"No "Magagion" do ano de 1376, (R. of Taliensen, XII, 144), consta "...and Brazil of Portugal" . Portanto, essa era
a expressão inglesa para definir essa área das terras da grande placa continental sul-americana que os portugueses
colonizaram mais tarde : "... o Brasil de Portugal!". Raquel de Souza cita ainda navegadores que deixaram referências
escritas sobre a existência do Brasil: Em 1375, um cartógrafo de Maiorca foi enviado ao Vaticano pelo rei Carlos V, da
França, com a missão de copiar, corrigir e ampliar o mapa português original, de acordo com alterações
feitas entre 1343 e 1375. Essa carta geográfica encontra-se na Biblioteca Nacional
de Paris (vide Etnografia, 11, 132.c.XVI) podendo nela ser vista a ilha de Brasil, sua formação e localização geográfica na
América do Sul. No British Museum, em Londres, encontra-se o mapa-múndi de Ranuulf Nyggeder, datado de1360, onde
consta já inscrita essa "Ilha do Brazil". Sua posição é idêntica à do mapa do rei de França, Carlos V. O Brasil também é
mencionado em outras três cartas geográficas: a de Andreia Bianco; a de Beccharioe a de Nicolo Zeno.
No século XIV, os planisférios dos cartógrafos Solleri, Mediceu Branco e Pinelli já mostravam uma ilha Brasil, situada
sempre a ocidente do arquipélago dos Açores.
O renomado historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda era de opinião que a origem de tal nome é uma
lenda céltica que fazia referência a uma "terra de delícias" envolvida em nuvens. Mas a primeira carta geográfica onde
aparecem referências inequívocas ao Brasil real é o mapa de Cantino, no qual se podem ver papagaios, florestas e o
contorno do litoral brasileiro - terra de Pindorama, como era denominada pelos índios - , desde o norte ao sudeste.
Um cartógrafo português, cuja traição foi descoberta tardiamente mas punida com a pena capital e seu
sobrenome e o de todos os seus descendentes condenado ao perpétuo olvido, tê-lo- ia vendido em 1502 ao espião italiano
Alberto Cantino, o qual o enviou secretamente ao seu senhor, o duque de Ferrara, que por esse documento pagou uma
soma muito avultada. Oficialmente, porém, as únicas viagens de espanhóis e portugueses ao Brasil até aquele ano haviam
sido as de Vicente Pinzón, ao estuário do Amazonas, e a de Pedro Álvares "Cabral" (que apenas por concessão real
assim era chamado pois não sendo ele filho primogênito, na verdade o direito consuetudinário a tal não autorizava nesse
tempo) até onde hoje é a Bahia.
Como explicar, então, esse minucioso desenho do litoral brasileiro desde Cabo Frio até ao Amazonas?!
Conseqüentemente, já existia então um conhecimento seguro da configuração litorânea dessas terras a este do Atlântico.
Além de 4 000 quilômetros do litoral brasileiro, aparecem nesse mapa a Flórida, a Terra Nova (hoje Canadá) e a
Groenlândia.
Historiadores portugueses dos nossos dias como Luciano Pereira da Silva e Jorge Couto são de opinião que o
judeu sefaradic converso Duarte Pacheco Pereira, o mesmo que tinha sido negociador do Tratado de Tordesilhas e autor
18
do "Esmeraldo de Situ Orbis"(1505) deixou indícios de que estivera no Brasil cuja costa do Maranhão e a foz do rio
Amazonas teria visitado quatro anos após a assinatura do pré-citado tratado, ou seja, em 1498. Ele (que foi
um dos capitães da expedição comandada por Pedro Álvares Cabral) teria recebido a incumbência real de explorar a Ilha
do Brasil identificando suas coordenadas astronômicas.
No "Esmeraldo do Situ Orbis", Pacheco afirma que "é achada e navegada uma tão grande terra firme com muitas
grandes ilhas adjacentes a ela que se estende a setenta graus de ladeza da linha equinocial, contra o pólo ártico". Entre
essa versão e o fato guardavam rigoroso sigilo os sucessores dos monges cavaleiros Templários, ou melhor, os cavaleiros
da Ordem de Cristo, financiadores e patrocinadores dessas expedições que deram sumiço aos documentos
comprometedores.
A eles se ficou, afinal,devendo, sob o comando do grão-mestre Infante D.Henrique, a grande gesta ultramarina
lusitana, em sua épica arrancada. Por isso, as caravelas e as naus exibiam em suas velas redondas a Cruz dita "de Cristo",
símbolo da extinta Ordem primeva... cujos sobreviventes da grande queima da Inquisição que, sob a acusação de heresia,
em Paris, assassinou 500 monges cavaleiros num só dia; portadores de uma parte do tesouro da Ordem, teriam eles sido
acolhidos e protegidos pelo genial rei D.Diniz que providenciou a criação danova face da instituição, alojando-a no Castelo
de Tomar, com o beneplácito do Papa de Roma a quem o monarca português devia obediência.
Um outro personagem que não pode nem deve ser esquecido no meio deste imbróglio ainda não esclarecido, é o
célebre Mestre João... Se Pero Vaz de Caminha foi o cronista da célebre CARTA, Mestre João foi o cartógrafo e o
primeiro a descrever a navegação, por meio de instrumentos, e a dizer onde estava o Brasil. Ao crepúsculo de 1º de Maio
de 1500,sob a luz bruxuleante de uma candeia, ele pegou a pena e redigiu o seu relato,breve e conciso, que viria a ser a
única prova da sua participação na aventura.... A certidão de nascimento do Brasil,escrita por Pero Vaz de Caminha,
ficaria perdida até Fevereiro de 1773, ano em que foi redescoberta pelo guarda-mor da Torre do Tombo, José Seabra da
Silva. Mas a carta de Mestre João, essa, só seria encontrada em1843 pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de
Varnhagem, também no meio da papelada imensa da Torre do Tombo.
Desde essa altura iniciou-se uma pesquisa polêmica em torno desse tal Mestre João... Quem fora ele? Por que
escreveu essa carta em espanhol e não em português? Seu nome era João ou Juan?Seria ele um tal mestre João
Menelau citado em outras crônicas quinhentistas? O historiador português Sousa Viterbo chegou à conclusão de que
Mestre João era Joam Farás, bacharel em artes e medicina, físico e cirurgião particular do rei D. Manoel I, O Venturoso.
Esse Joam Farás era um judeu converso natural da Galíza, em Espanha, e crê-se que tenha se fixado em Portugal por
volta de 1485, tendo sido o tradutor do livro De Situ Orbis (Uma Descrição do Mundo)escrito em latim clássico, no século I
d.C., pelo geógrafo romano Pompônio Mela, nascido na Península Ibérica. Foi devido a essa tradução que Sousa Viterbo
conseguiu identificar Mestre João, também astrônomo e D. Manoel que diariamente queria saber o que lhe revelavam os
astros...
Mas, qual é, afinal, a relação existente entre esse Mestre João e a "descoberta" do Brasil? É que ele, na tal carta
que enviou ao rei D. Manoel, escreveu o seguinte: " Mande Vossa Alteza trazer um mapa- múndi que tem Pero Vaz
Bisagudo e por aí poderá V.Sª ver o sítio desta terra; mas aquele mapa-múndi não certifica se esta terra é habitada ou
não; é mapa antigo e ali achará Vossa Alteza escrita também a (fortaleza da) Mina".
O historiador português Carlos Malheiro Dias, em 1921, descobriu em velhos documentos um Pero Vaz da Cunha
" d´alcunha Bisagudo, capitão- mor da armada de vinte galés enviadas "com muita e luzidia gente, assim d´armas como
oficiais, para a construção da fortaleza da Mina". Embora Bisagudo haja realmente existido, ignora-se que mapa era esse
ao qual o Mestre João se referiu, sabendo-se apenas que a cartografia da época mostrava usualmente dezenas de ilhas
misteriosas e lendárias, sendo uma dessas, havida como uma espécie de "paraíso perdido", chamada de Hy Brasil., que já
aparecera noutros mapas importantes como os atrás destacados, um dos quais do genovês Andréa Bianco, em 1448, e
ainda outros como o do médico e astrônomo florentino Paolo Toscanelli, em 1474 - que inspirou Colombo, ao que parece
também judeu português, Colon, e não genovês, a buscar as Índias pela rota do oeste. O mapa do almirante turco Piri Reis,
idem, e no primeiro globo idealizado, em 1484, pelo alemão Martim Behaim, outro judeu, como quase todos eles o eram, o
Brazil não foi esquecido...
Em Outubro de 1969, em Viena de Áustria, aonde nos deslocáramos em visita oficial,a convite do governo federal
e da Prefeitura Municipal da capital austríaca, tivemos a companhia do então jovem catedrático Prof. Doutor Günther
Hamann, ao tempo diretor do Centro de Estudos Históricos da Universidade de Viena, que acabara de editar a sua
monumental obra, em alemão, jamais traduzida para a língua portuguesa, dedicada aos Descobrimentos Ibéricos e em
particular aos dos Portugueses que aquele renomado historiador admirava em particular chegando ao ponto de considerar
que esses feitos só encontraram paralelo na recente conquista da Lua por astronautas da NASA e que se alguma vez seu
país viesse a ser de novo anexado por uma potência estrangeira, a nacionalidade que ele desejaria adotar seria... a
Portuguesa. O Prof. Hamann referiu-se-nos também à redescoberta do Brasil observando que esse feito de Cabral
simbolizara somente a oficialização política do que já fora descoberto de fato, vários anos antes, por navegadores
lusitanos... Destacou a política de "segredo" que então se praticava e a espionagem que genoveses e
espanhóis tinham organizado em Lisboa.
19
Esse volumoso e inédito Tratado sobre os descobrimentos ibéricos, editado pelo CEH da Universidade de Viena,
jamais, que nos conste, foi traduzido para português ou espanhol e demandara dez anos de
pesquisas apuradas que lhe renderam enorme prestigio internacional, a ponto de haver sido convidado para se deslocar à
cidade do México e a Moscovo para proferir conferências a respeito do conteúdo da sua monumental obra que... apesar de
contemplada, simbolicamente, em Portugal, com o Prêmio Camões, salvo erro, nos idos da década de1970, não lhe
mereceu um convite para visitar o PAÍS COM O QUAL ELE SONHAVA ...apesar da informação que fizemos à chegada a
Lisboa, para o então ministro das Colônias Dr. Joaquim Moreira da Silva Cunha.Pela primeira vez divulga-se com este
modesto apontamento, o prospecto que o Prof. Hamann nos deu quando jantamos juntos na
véspera da nossa partida da Áustria. Recordamo-nos que, então, ele nos manifestou o desejo que o animava de algum dia
lecionar na Universidade de Luanda, agora Universidade Agostinho Neto...

(*)Texto enviado em Dezembro de 2004, pela Ir.: Maryamim, através do site maçônico
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20
Viagem ao nosso interior
RIQUEZAS
D. Villela

Há milênios as sociedades humanas convivem com fortes desníveis econômicos entre os seus integrantes,
configurando a existência de ricos e pobres. Tais desigualdades refletem, em parte, nossas diferenças pessoais em termos
de inteligência e capacidade de trabalho, mas evidenciam, sobretudo, a presença do egoísmo e da astúcia em nosso
relacionamento.
Na tradição cristã, tem variado a maneira de se considerar os bens materiais. Durante largo período, com base na
interpretação literal de algumas passagens do Evangelho – por exemplo, aquela em que Jesus afirma ser mais fácil um
camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus (Lucas, 18:25) -, a riqueza foi tida como
causa de perdição para seus possuidores, o que, se verdadeiro, constituiria uma falha do Criador que, ao concedê-la a
alguns de seus filhos, estaria, simultaneamente, condenando-os a sofrimentos cruéis após a morte.
Deve-se lembrar, por outro lado, que apesar dessa visão negativa acerca da posse terrena, a organização cristã
tornou-se progressivamente rica e poderosa, com templos suntuosos e cerimonial caracterizado por ostensivo luxo.
Posteriormente, sobretudo com os teólogos da reforma protestante no século XVI, modificou-se radicalmente essa
opinião, perdendo o dinheiro o seu caráter pecaminoso e passando mesmo a ser visto como uma bênção de Deus.
A Doutrina Espírita reconhece que operosidade ou indolência, equilíbrio ou irreflexão acarretam, inevitavelmente,
diferenças quanto a obtenção e conservação de patrimônios materiais, esclarecendo, no entanto, que numa sociedade
organizada segundo as leis de amor e justiça a ninguém deve faltar o necessário como, infelizmente, ainda ocorre na
atualidade e em grande escala. Ela situa a riqueza como uma prova, isto é, um tipo de experiência que a individualidade
vivencia na Terra, com vistas ao seu aprimoramento moral e intelectual. Na verdade o dinheiro em volume maior, oriundo
de herança ou fruto do próprio trabalho, permanece com o homem durante a sua existência corpórea, sendo deixado por
ocasião da morte quando seu usuário defronta, na espiritualidade, as conseqüências do bom ou mau uso daqueles
recursos dos quais, na realidade, foi apenas administrador temporário.
A riqueza deve multiplicar o trabalho e fomentar o progresso, ambos leis divinas, generalizando-se,
modernamente, a idéia de que ela possui uma dimensão social, o que leva grandes empresas e organizações financeiras,
cada vez mais, a apoiar ou mesmo elaborar programas de apoio à cultura ou à erradicação da pobreza, estes, sobretudo,
através da capacitação social.
Jesus possuía amigos e seguidores entre pessoas de todas as classes sociais e quando Zaqueu, rico e ambicioso,
mas infeliz, decidiu, ante o contato com o Mestre, dar novo rumo à sua vida – fazendo vultosa doação aos pobres e
devolvendo o que adquirira de modo fraudulento, mas conservando ainda parcela expressiva de sues bens -, ouviu de
Jesus a afirmativa inesquecível: “A salvação entrou hoje nesta casa”. (Lucas, 19:9).

Publicado no Boletim SEI, nº1779.

Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO


Gilberto de Souza Jotta
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21
DEPOIMENTO
MORAL MAÇÔNICA
Ir.: Carmo Capozzi (*)

A capacidade fundamental da inteligência humana, da qual dependem todas as outras, é o dom de discernir o essencial
do acidental, o importante do irrelevante.
Esse discernimento consiste num feliz ajuste entre o foco da atenção e a estrutura do objeto considerado, seja ele uma
coisa ou ente, um problema, uma afirmação ou um estado de coisas. O homem inteligente vai direto ao nexo central que o
objeto, por si mesmo, oferece à sua visão, enquanto o sonso ou negligente fica saltando em vão de um ângulo a outro, ou, o que
é pior, se apega ferozmente a certas perspectivas costumeiras, deformando o objeto para que se amolde a seus hábitos mentais
e crendo apreender uma essência quando não capta senão uma ilusão auto-projetiva.
Sem o discernimento do essencial, a inteligência humana não é propriamente inteligência, é apenas um sistema de
reações adquiridas e cacoetes pavlovianos, não muito diferente do de um pato, galo ou peru.
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui.
Entre outros conceitos elementares de nossa Ordem, na quarta instrução de Aprendiz Maçom define-se o que é a
Maçonaria, realçando seus atributos fundamentais, bem como são indicados, em síntese, os Deveres do Maçom. Na seqüência
da instrução, resume-se o essencial da iniciação maçônica, evidenciando algumas de suas significações morais, em
complementação ao tema principal dessa lição, que é, sem sombra de dúvidas, a MORAL MAÇÔNICA.
Em Loja e fora dela falamos constantemente sobre moral, ética, dever, virtude, vício, sobre o bem e o mal e conceitos
afins, pressupondo que todos tenham a mesma compreensão dessas idéias. Raramente paramos para refletir, de maneira
crítica, sobre tais valores, a fim de estabelecer um conhecimento mais preciso e claro sobre eles, de forma a ter validade e
entendimento gerais, entre todos nós.
A primeira Constituição Maçônica, aquela de 1721, publica em Londres em 1723, no seu primeiro artigo, já estabelecia
que "Um Maçom é obrigado, por sua Condição, a obedecer à Lei moral;" Portanto, esse é o primeiro dever do Maçom, dever
esse que precede a todos os outros e decorre, logicamente, do pressuposto de uma Ordem Superior e Inteligente, da qual temos
consciência e atribuímos à sabedoria do G.'. A.'. D.'. U.'..
Moral é algo que diz respeito exclusivamente ao homem, enquanto ser livre e inteligente e, portanto, com capacidade
para escolher entre esta ou aquela conduta, e agir conforme sua vontade. Não há moral entre os seres inferiores, pois estes,
quando agem, o fazem em razão de sua natureza, sem interferência de juízo de valor. O leão que abate sua presa não age moral
ou imoralmente, simplesmente segue sua natureza felina, para atender a uma necessidade vital.
A idéia de Moral implica, portanto, em noções de bem e de mal, de dever, de obrigação, de responsabilidade, enfim, de
valores humanos que são necessários à vida em grupo. O fato moral se distingue de todos os outros fatos, porque comporta a
enumeração do que deve ser, enquanto os outros fatos significam simplesmente o que é. Em outras palavras, o exemplo do leão
que abate sua presa é meramente um fato natural: é o que é, não cabendo qualquer discussão se deveria ser assim ou assado,
porque não tem expressão moral nenhuma. Ao contrário, o homem predador poderá merecer a reprovação do grupo ou mesmo
de sua própria consciência, se agiu contrariamente às regras de comportamento adotadas pelo grupo, ou seja, se agiu em
oposição ao que deveria ser. Aqui estamos diante de um fato moral, pois está em questão o que é o bem e o que é o mal, frente
a uma decisão voluntária do homem.
Resumidamente, é preciso ter presente que o bem é o que nos faz realizar a perfeição de nossa natureza, quer dizer,
atingir o fim último de nossa natureza, e que o mal é o que nos desvia desta perfeição, fim último de nossa natureza. Desde
pequenos, aprendemos que os homens têm dupla natureza: uma material e outra imaterial. Temos nosso corpo físico e também
nossa inteligência, razão ou espírito. Daí, logicamente, se conclui que a busca do bem ou da realização de nossa natureza deve
ser travada levando-se em conta esses dois aspectos, evitando-se, por outro lado, tudo que comprometa ou desvie dessa
perfeição. Para alcançar a perfeição de nossa natureza, quer física, quer espiritual, será necessário desenvolver nossas virtudes
físicas e espirituais, procurando afastar de nós o seu contrário, a que damos o nome de vício.
Segundo Aristóteles, há duas espécies de virtude: uma intelectual e outra moral. A primeira, via de regra, adquire-se e
cresce em nós graças ao ensino. Por isso requer experiência e tempo dedicado à instrução. A virtude moral, por outro lado, é
adquirida como resultado de uma prática constante, ou seja, do hábito. É interessante notar que a palavra grega "éthos" , que
significa "hábito", deu origem também à palavra ética, que significa moral.
E aqui nós chegamos a um ponto fundamental para compreender o valor da Maçonaria, de seus métodos de ensino e
de sua Moral. Se a virtude moral não se adquire pela instrução, pelo aprendizado teórico, mas sim pela prática de atos virtuosos,
todo o esforço da Ordem deve estar direcionado para criar, desenvolver, conservar e aprimorar os hábitos que conduzam a essa
virtude moral. Todos nós nascemos com aptidão para desenvolver hábitos, bons ou maus. A Maçonaria oferece ao iniciado um
método apropriado para desenvolver sua auto-disciplina, a partir da reiteração ritualística constante, exaltando os valores
superiores que devem guiar o homem em suas relações consigo mesmo e com os seus semelhantes. A própria dinâmica de uma
sessão maçônica acaba por desenvolver a tolerância de seus participantes, fazendo com que aprendam a ouvir e somente falar

22
nos momentos oportunos. A prática de ações e gestos ritualísticos são exercícios simbólicos que trazem para a consciência a
natureza de hábitos que, muitas vezes, não foram devidamente considerados por nós.
O respeito à ordem estabelecida, a obediência aos poderes legítimos, o exercício do poder com justiça e moderação, a
fraternidade e igualdade que justifica o símbolo universal da Loja, a caridade que é lembrada no tronco de solidariedade, a
perseverança na busca de uma verdade inatingível e, mesmo assim, cativante, tudo isso é meio para gerar hábitos morais,
dando-lhes a consistência da vontade dirigida. Enfim, a Maçonaria não quer apenas um bom homem, prestativo e útil à
sociedade. Ela quer construir, antes de tudo, uma consciência do Bom e do Justo, para que a manifestação exterior da bondade
tenha uma causa superior, em harmonia com a natureza última do ser humano. É por isso que o maçom, nos dizeres de suas
instruções de aprendiz, deverá cumprir todos os seus deveres porque tem a Fé, que lhe dá coragem; a Perseverança, que vence
os obstáculos; o Devotamento, que o leva a fazer o Bem, mesmo com risco de sua vida, sem esperar outra recompensa, que a
tranqüilidade de consciência.
A virtude maior da Maçonaria, pode-se dizer, é sua especial maneira de formar hábitos, reiterando exaustivamente
mensagens que, muito embora escritas com as mesmas palavras, jamais esgotam o seu rico conteúdo, o qual evolui em
compreensão à medida que nós mesmos evoluímos em nossos conhecimentos e experiências de vida. Sob esse processo
peculiar e orientando-o a cada passo está a Lei Moral, porque a Maçonaria tem em vista o desenvolvimento harmonioso de toda
vida humana, no plano individual e social, em busca da tão decantada fraternidade universal.
A Maçonaria não é Religião
A Maçonaria não é uma seita.
A Maçonaria não sustenta dogmas.
A Maçonaria não pretende substituir-se à religião de cada um.
A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as suas
controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento - o seu fundamento.
A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os outros nada
tenham a censurar-lhe.
Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único diretor da tua consciência".
Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara: "Aqui ninguém te interpelará pela tua
crença, nem te injuriará por ela".
Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e a tua sinceridade dão-te o
direito de seres aqui o único na tua crença. Se estás errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela
livremente.
Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância absoluta em relação às crenças alheias, no
elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos as homens de boa vontade, sob a bandeira da
Fraternidade.
No seio da Maçonaria, os homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizarem- se e, numa atmosfera de
paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.
A Maçonaria é sempre a mãe carinhosa no meio das lutas fratricidas.
A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em choque.
A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar as ódios religiosos quando desencadeados.
Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre si mesmo e a supressão dos
maus instintos.
É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e, como tal, abandonado à sua
sorte, depois de julgado maçonicamente.
A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos os cultos para glorificarem,
em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal;
na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral, a Justiça Imanente.
A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.
A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os sentimentos dissidentes.
Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos pela
maioria dominante no Estado.
A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por motivo de crença, não sejam
tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda em opressão ou tirania.
A Maçonaria não tolera a hipocrisia.
A Maçonaria condena o fanatismo, a obsessão religiosa e carolice.
A Maçonaria combate sem tréguas a intolerância.
Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus, espiritas ou
livres-pensadores.
N.E.: Material enviado pelo nosso Ir.: RONALDO COSTA, por e-mail.

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CADERNO DE
TRABALHOS

AMAZÔNIA: PREOCUPAÇÃO CONSTANTE


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Ítalo Aslan/M.:M.:

A Reportagem do Jornal do Brasil

No finalzinho do mês de janeiro deste ano, o Jornal do Brasil, com o título de “Governo vai alugar a selva
amazônica”, elaborou uma série de reportagens denunciando a intenção do governo brasileiro de “assinar os primeiros
contratos de concessão à iniciativa privada da gestão e exploração econômica de florestas”. São 11 florestas, 10 delas
localizadas no Pará e uma em Rondônia, totalizando cerca de 13 milhões de hectares (130.000 km2), aproximadamente
3% da área da Amazônia entregues à gestão da iniciativa privada.
Ainda segundo a reportagem, o BNDES criará duas linhas de crédito que financiarão atividades nos distritos
florestais e concessões de manejo florestal, que gerarão, espera o governo, a receita anual de R$ 187 milhões com
cobrança de taxas pelo uso do recurso florestal, arrecadando R$ 1,9 bilhão ao ano em tributos.
Na Câmara, a Comissão da Amazônia convidará o Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM) para debater o
assunto. Este órgão elaborou um “Relatório de Situação” com a colaboração do Sistema Brasileiro de Inteligência,
vinculado à Agência Brasileira de Informações (Abin). O citado relatório demonstra uma preocupação com relação à
soberania nacional na região, considerando-a ameaçada, reafirmando as suspeitas de que “ONGs e entidades
estrangeiras estão tomando a região”. Deputados componentes da citada “Comissão da Amazônia” pretendem convidar,
além do GTAM, os representantes da Abin e do Ministério da Defesa. A reportagem divulgada pelo JB foi destaque na
imprensa de alguns países vizinhos que realçaram a preocupação e inquietação dos serviços de inteligência das Forças
Armadas brasileiras com a presença de militares e organizações norte-americanas na região. Os jornalistas estrangeiros
(argentinos e chilenos) não conseguiram entender a pouca repercussão que houve na mídia brasileira de tão importante
risco para a soberania do país.
Na verdade, essa situação já vem sendo alinhavada há algum tempo por aqueles que não perdem a esperança de
fazer deste país um grande negócio. Em 2000, precisamente em 19/7/2000, o governo federal permitiu a possibilidade de
uma internacionalização indireta, com a promulgação da Lei 9.985 que concede a “gerência ambiental de áreas do território
nacional”. A Sociedade Rural Brasileira, através de seu diretor-jurídico, considera, com essa Lei, o surgimento de uma
condição inconstitucional: “a de que o poder público possa transferir a uma organização não-governamental, nacional ou
internacional, funções exclusivas suas que são sustentáculos da própria soberania sobre tal área”.

O que é a Amazônia?

Mas, afinal, o que é a Amazônia? Qual a sua extensão? O que possui ela para despertar a ambição e os
“cuidados” dos abnegados protetores da humanidade?
Segundo o General Luiz Gonzaga Shöereder Lessa, ex-Comandante Militar da Amazônia, “ela se constitui no
maior Banco Genético Mundial. Possui 1/5 da água doce do mundo, a qual será objeto de guerras para o seu controle no
3º milênio, 1/3 das florestas do Planeta e 1/20 de toda a superfície da Terra. A Amazônia brasileira possui 11.428 km de
fronteiras, 1020 km de litoral, 23.000 km de rios navegáveis e a maior bacia hidrográfica do mundo e 30% da
biodiversidade mundial. Possui 3 fusos horários e se situa em 2 hemisférios”. A quantidade de línguas faladas nessa região
é de aproximadamente 240.
Constituem a Amazônia, além de parte do Brasil, partes da Colômbia, da Venezuela, do Peru, da Bolívia, do
Equador, a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa.
Dentro do Brasil, a Amazônia compreende os Estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia.
Para fins de planejamento, o governo brasileiro, através da Lei nº 5173, de 27/11/1966, criou a denominada
“Amazônia Legal”, cujos limites alcançaram o norte do Mato Grosso, o norte de Tocantins e o oeste do Maranhão,
perfazendo um total de aproximadamente 5 milhões de km2, cerca de 60% do território nacional. O objetivo foi o de levar
os benefícios do planejamento e de suas verbas para esses outros estados incluídos.
Constitui-se, também, na região mais rica do mundo, abrigando as maiores reservas minerais do planeta. Segundo
o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o seu subsolo contém imensas jazidas de ouro e diamantes, além
de petróleo, gás natural, bauxita, cassiterita, manganês, ferro, caulim e outros recursos minerais.

As Inúmeras Investidas

Por conta dessa imensa riqueza, a Amazônia tem sido alvo, desde há muito tempo, mais precisamente desde
1853, de várias tentativas de internacionalização. A 1ª ocorreu nesse ano citado quando foi justificada essa intenção com o
hilário argumento de que “por estar o Pará mais próximo de Nova York do que do Rio de Janeiro, e por serem os
transportes para o norte mais fáceis, dever-se-ia internacionalizar a navegação em toda a bacia”.
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Uma das últimas, recentíssima, pois aconteceu em outubro passado, todos devem se lembrar, veio do México
através do secretário do Meio Ambiente britânico que lá se encontrava numa reunião com os governos dos 20 países mais
poluidores do mundo. Esse secretário divulgou então um plano, “que conta com o aval do Primeiro Ministro Tony Blair, para
transformar a floresta amazônica em uma grande área privada”. Disse ele também que “a proposta visa proteger a
floresta”.
Seguem outras declarações de líderes mundiais que não se conformam em ver uma riqueza praticamente
inesgotável nas mãos de “povos irresponsáveis e incompetentes”:
- em 1981, o Conselho Mundial das Igrejas declarou que “a Amazônia é patrimônio da humanidade, e que sua
posse por países é meramente circunstancial”;
- em 1983, Margareth Thatcher “aconselhou as nações carentes de dinheiro a venderem seus territórios e
fábricas”;
- em 1984, o Vice-Presidente Al Gore, dos EUA, declarou que “a Amazônia não é deles, é de todos nós”. Hoje, em
debates, ele e Bush sugerem a troca de florestas tropicais por dívidas dos países que a possuem;
- em 1985, o presidente Mitterrand, da França, declarou: “o Brasil deve aceitar soberania relativa sobre a
Amazônia”;
- Mikhail Gorbachev declarou: “O Brasil deve delegar parte dos seus direitos sobre a Amazônia”.
- o Primeiro Ministro inglês Major asseverou: “A Amazônia pode ensejar operações diretas sobre ela”;
- o General Patrick Hugles, dos EUA, também disse: “Caso o Brasil, no uso da Amazônia, puser em risco o meio
ambiente nos EUA, estamos prontos para interromper”.
E estão mesmo, todos sabemos disso. Veio-me a lembrança, agora, de repente, o título da música de Jorge
Aragão “O Iraque é Aqui”. Eles já estão preparados. Podem fazê-lo, a qualquer momento, quando bem entenderem.
Dinheiro não é problema. E nós? Estamos preparados para recebê-los num confronto direto? Claro que não. Somente a
diplomacia e o patriotismo de nossos governantes e Forças Armadas poderão diminuir o risco da posse imediata de uma
região que eles argumentam ser da humanidade. Claro que é da humanidade, mas está em território brasileiro.
Conservêmo-la.

Você já matou seu Brasileiro Hoje?

Para justificar essas inúmeras insinuações e tornar factível uma possível intervenção na região, acirraram-se as
acusações ao governo brasileiro de completo desleixo com relação à preservação da mata e do meio ambiente da
Amazônia. Não faltou, então, intensa propaganda desmoralizadora que procurava colocar o brasileiro, desde o governo,
culpado maior, até o cidadão comum, como responsável pela “situação de abandono”, segundo a ótica deles, daquela
imensa região. Na Inglaterra, Holanda e Bélgica, chegou-se à insensatez de automóveis portarem adesivos com os
dizeres: “Você já matou seu brasileiro hoje?”. Ou a frase impressa em toalhas descartáveis de uma rede de lanchonetes
nos EUA: “Lute pelas florestas: queime um brasileiro!”.

Palavras do Profº Cristóvão Buarque

Lembrei-me agora (ah, quantas lembranças!) do nosso Cristóvão Buarque, Professor e ex-Reitor da Universidade
de Brasília, Senador da República, ex-Governador do Distrito Federal, ex-Ministro da Educação, candidato à Presidência
da República nessas últimas eleições etc, quando, durante um debate nos EUA, foi questionado por um jovem norte-
americano acerca da internacionalização da Amazônia “em sua visão de humanista e não de brasileiro”, exigiu o jovem. Eis
um resumo da resposta do Profº Cristóvão Buarque: “Como humanista, eu penso que a Amazônia, em caso de risco de
degradação ambiental, deve ser internacionalizada, bem como tudo que possui importância para a humanidade, bem
assim as reservas de petróleo, mineral tão importante para o bem estar da raça humana quanto a Amazônia. Os ricos não
têm o direito de queimar e exterminar esse imenso e vital patrimônio da humanidade. Na mesma linha deviam ser
internacionalizados o capital financeiro dos países ricos, bem como Nova York, sede das Nações Unidas, e os arsenais
atômicos dos EUA. Eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas provocando uma destruição milhares de
vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Internacionalizemos as crianças, tratando-as
todas como patrimônio da humanidade, não importando o país onde nasceram, pois merecem cuidados do mundo inteiro,
ainda mais do que merece a Amazônia. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo, mas enquanto
o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa”.
Este é um resumo que, como tal, dá para se ter uma idéia da grandiosidade da resposta. Vale a pena lê-la na
íntegra. Ela foi, na ocasião, publicada no New York Time, Washington Post, Today e nos maiores jornais da Europa e
Japão. No Brasil ela não foi publicada.

O Projeto Calha Norte


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Durante o período dos governos militares, foi elaborado o denominado Projeto Calha Norte cuja intenção era a de
ocupar “sob o enfoque do desenvolvimento e segurança”, a região norte das calhas dos rios Solimões e Amazonas, uma
região que compreendia uma faixa de 160 km de largura nos limites do Brasil com a Guiana Francesa, o Suriname, a
Guiana, Venezuela e Colômbia, numa extensão de 6,5 mil km de fronteira, representando cerca de 1,2 milhão de km2, ¼
da Amazônia Legal, quase 15% da área total do país. Ele constituiria a presença militar do Brasil naquela região, apesar
das intenções imperialistas, segundo alguns estudiosos, pois havia planos de se estender o poderio militar do Brasil para
além do território nacional.
Esse Projeto surgiu das teorias geopolíticas do General Golbery do Couto e Silva, autor do livro “Geopolítica do
Brasil”, escrito em 1966. O General Golbery tornou-se, posteriormente, em 1974, no governo Geisel, chefe da Casa Civil da
Presidência, tendo dele se exonerado em 1981.

O Efetivo Militar na Região

A aparência de abandono ajudou a aumentar a cobiça sobre aquela região. Até bem pouco tempo, o efetivo militar
naquele local era em torno de 25000 homens, em sua quase totalidade pertencentes ao Exército. Houve sempre, ao longo
dos anos, até um passado recente, por parte dos governos brasileiros, uma preocupação com relação à segurança do
espaço amazônico. Em fins do século XIX, contenciosos com a França e a Inglaterra com relação às suas possessões no
norte da América do Sul, levaram o governo da época a deslocar contingentes para o local.
Mas o teatro de operações amazônico não se coaduna com o emprego da centralização de grandes unidades, de
grandes efetivos. O controle mais eficiente daquele território se faz com o emprego de núcleos populacionais e vias de
acesso.

A Defesa da Amazônia

De qualquer maneira, a Amazônia e a sua integridade como pertencente ao território brasileiro está sob os
cuidados e preocupação permanentes de várias entidades nacionais.
Segundo o General Carlos de Meira Matos, conceituado geopolítico brasileiro, pertencente à Academia de História
Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) e sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), é de se realçar a
declaração conjunta de dois ecocientistas, Patrick Moore (um dos fundadores do Green Peace) e Phillip Stolt, citado por
Barry Wigmore, no New York Post de 09/7/2000, que consideram falsas teses divulgadas nos EUA e Europa sobre “os
perigos ambientais para a humanidade provenientes da devastação da floresta amazônica”. Recordam com suas
constatações: “o movimento para salvar a floresta amazônica é incorreto. Na melhor hipótese, o movimento
desencaminhou-se. Na pior das hipóteses, ele é uma fraude. Todos os segmentos dos salvadores da floresta amazônica
estão baseados numa falsa ciência. Estão simplesmente errados. Nós encontramos a floresta amazônica, mais de 90%
dela intacta. Voamos sobre toda a sua extensão e contatamos com todas as autoridades. Estudamos as fotos de satélites
em toda a área”.
Uma verdadeira cruzada em defesa de nossa Amazônia está formada e atuando. Palestras e informações são
divulgadas em todo o território nacional. Clubes Militares, Academias e Associações estão empenhados neste desiderato.
A Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) já citados,
a Escola Superior de Guerra (ESG), o Centro de Estudos Estratégicos Brasileiros (CEBRES), o Clube Militar, Encontros de
Oficiais da Reserva do Brasil (ENOREX), Campanha Nacional de Defesa da Amazônia (CNDDA), Movimento em Defesa
da Economia Nacional (MODECON), Associação de Engenheiros da Petrobrás (AEPET), a Associação Democrática
Nacional, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Grupo Guararapes etc, etc. Todas essas entidades nos dão, enfim,
a sensação de existirem, e não serem poucos, os brasileiros preocupados com a integridade e segurança de nosso
território.

A CNBB engajada

Fechando esta enumeração, não podemos deixar de citar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que
escolheu a Amazônia como tema da Campanha da Fraternidade de 2007. O lançamento da Campanha está marcado para
o início de abril e, segundo palavras do Secretário Geral da CNBB, Dom Odilo Pedro Scherer, “A idéia é trazer a Amazônia
mais para dentro dos corações de todos os brasileiros e despertar iniciativas e ações eficazes de valorização e defesa
daquela vasta e ameaçada região, antes que seja tarde demais”.
Apesar desta importante adesão, chega-nos a recentíssima, e de certa forma preocupante, informação que a
CNBB divulgou texto no qual o papa Bento XVI, referindo-se à Amazônia, “fala naquele território como bem comum”. Seria

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o caso de Dom Odilo explicar direitinho ao papa, se ele ainda não se interessou em entender, a idéia central da Campanha
da Fraternidade deste ano: “valorização e defesa daquela vasta e ameaçada região”.
De qualquer maneira, são civis, militares, religiosos, cidadãos comuns, enfim, compelidos na defesa da Amazônia.
Este artigo já estava dado por encerrado (se bem que o assunto Amazônia não pode ser esgotado em tão poucas
linhas), quando lemos no JB, de 25/2/2007, as lúcidas palavras do jornalista Mauro Santayana, em sua coluna “Coisas da
Política”, no texto “O Patrimônio Comum”: “O tempo é curto. Os dominadores não podem viver sem cruzadas. A nova
investida contra o islã está sendo frustrada pelas derrotas sucessivas no Iraque e no Afeganistão. A cruzada pela
recolonização do Brasil, que se organiza, tendo a Amazônia como pretexto, e o etanol como meio, exige a ação urgente do
povo brasileiro”. Só para pensar!
Reportando-nos ao início deste artigo, o Congresso Nacional, como um todo, deverá se pronunciar. É o momento
de nossos representantes saberem de nossas angústias e apreensões com relação a essa “concessão de gestão e
exploração econômicas de florestas públicas”. Fale com eles! Endereços: www.camara.gov .br e www.senado. gov .br.

Fontes Consultadas

l. Jornal do Brasil, de 31/1/2007 e 25/2/2007.


2. Panorama das Línguas Indígenas da Amazônia; Sobre os Conceitos de Amazônia e de
Línguas Amazônicas.
3. Calha Norte: Além das Fronteiras.
4. As Várias Faces da Amazônia: Migrações, Deslocamentos e Mobilidade Social na
Região Norte.
5. Internacionalização à Vista?
6. Amazônia: Interesse Nacional.
7. Governo inglês divulga plano para privatizar a Amazônia.
8. Amazônia e seus desafios
9. Brasil começa a premiar sustentabilidade da Amazônia.
10. CNBB faz campanha pela Amazônia

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APRENDENDO (até) COM A VIOLÊNCIA
Ir.: Antônio do Carmo Ferreira (*)

Tive a oportunidade de ler, em algum desses informativos que me chegam às mãos, a respeito de macacos que
adquirem o costume de invadir milharais e comer os grãos, nas espigas, verdinhos, antes de amadurecerem. Diz mais o
informativo que um deles, atento e rápido no aviso, fica distante do grupo, em ponto de destaque, para anunciar a chegada
de humanos.
Uma colega de turma, na Faculdade de Economia, a Bartira, revelava-se antropóloga e me falava muito sobre esta
sua sabença. Certa vez me disse ela que restos de crânio de homens primitivos, encontrados em pesquisas, traziam
vestígio de que eles teriam sido alvo fáceis de animais carnívoros que os atacavam, pulando em suas costas. O homem
primitivo habitava cavernas. Ao sair, era facilmente atacado pelas feras que ficavam em lugares estratégicos sobre a pedra
que orlava o acesso à caverna. A defesa da vida teria sido cuidada com a presença de tribais, vigiando permanentemente
aqueles lugares, espantando os animais e ou, mediante alguma convenção, anunciando a sua presença.
Os sentinelas nos quartéis militares, acredito terem função similar. Estão ali no topo da guarita, para anunciar a
presença do elemento desconhecido ou de movimentos estranhos. Eles zelam por tesouros, sejam materiais, sejam mais
que isto, como a vida dos companheiros.
A violência tem levado o homem, em sua trajetória, ao exercício desta função. O serviço de segurança particular,
hoje em dia, é uma atividade muito requisitada. A sua prática tem sido cada vez mais crescente e solicitada, dado que a
violência não tem respeitado sequer os momentos mais sagrados, como festinhas de crianças, reuniões filantrópicas, cultos
religiosos e semelhantes.
Outro dia, a imprensa foi farta em noticiar que bandidos armados adentraram um Templo e mataram um maçom
em plena reunião, além de humilharem os demais presentes. E que houve invasão de uma igreja na hora de um
casamento, levando os meliantes as jóias e pertences dos fiéis que assistiam a cerimônia.
Então, entendo que, no mundo da Maçonaria, este é um tempo de não se dispensar a presença do Irmão Cobridor
Externo em todas as sessões, em seu lugar, conforme o rito, enquanto os trabalhos estiverem sendo realizados. “Nosso
cerimonial é um tesouro inestimável”, lembra-nos sempre o ritualista Guilherme Ribeiro em suas instruções, e dos nossos
segredos nem precisa falar, conquanto todos nós estamos cônscios da responsabilidade de sua guarda, pois são bens que
os devemos ter na mais alta conta e por cujo zelo juramos. O inesquecível Xico Trolha, através do seu livro “Cargos em
Loja”, fala assim: “A verificação de cobertura do Templo é uma cerimônia ritualística imprescindível... não tendo nexo a sua
omissão. Muitas Lojas, infelizmente, não possuem o cargo de Cobridor Externo, sob a alegação estapafúrdia de que o
Templo possui um Zelador... Isto é bobagem grossa...Ou uma Loja funciona ritualisticamente bem, com todos os seus
Oficiais e todo o cerimonial apropriado às Sessões Ritualísticas, ou perde a sua qualificação maçônica, transformando-se
num simples clubinho de amigos”.
Embora saibamos que o Cobridor Externo não é um policial nem um segurança particular dos Irmãos, contudo ele,
além de sua função maçônica, ajudará bastante na prevenção. Atentos ao que aconselha a sabedoria popular e ao que
sabemos de ciência própria é “prevenir do que remediar”.
A arte de viver não é fácil. Ao contrário, é muito difícil. Em tudo o homem precisa adequar-se ao espírito do tempo,
à “circunstância” a que se reporta o ensino orteguiano. Até da violência, teremos que retirar a aprendizagem para o melhor
viver. A violência é decerto uma das “dores do mundo”, e o cancioneiro popular acentua que “ao sofrer, a dor vai
ensinando a gente”.

(*) Presidente da ABIM

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O COMANDO DE UMA LOJA MAÇÔNICA (ENSAIO)
Ir.: Valdemar Sansão

“A verdade é que na grande maioria das vezes você sabe o que é certo fazer.
A parte difícil é fazer. (General Norman Schwarzkopf).

INSTALAÇÃO E POSSE

Hoje, não se concebe um Irmão assumir o cargo de Mestre da Loja desconhecendo pontos fundamentais de uma Maçonaria
renovada, da Maçonaria contemporânea.
O Venerável é a primeira Luz, o Guia Espiritual e o Presidente da Loja Simbólica. Ele deve ter estudado a ciência
maçônica e desempenhado os postos e dignidades inferiores. É necessário que possua um conhecimento profundo do homem e
da sociedade, além de um caráter firme, mas razoável. Suas atribuições e deveres acham-se definidos e detalhados com
precisão, de acordo com o Rito e a Constituição da Potência de sua jurisdição.
Para ser o Venerável de uma Oficina Maçônica, e por conseguinte tornar-se o guia dos Irmãos de sua Loja, o
candidato deve possuir, entre outros os seguintes predicados:
1 – Sentir-se Maçom, de preferência a qualquer outra formação doutrinária;
2 – Não ser indiscreto, injusto ou indiferente (não deixe para amanhã o que pode fazer hoje);
3 – Não estar despido de entusiasmo de espírito (Não peça auxilio de outrem em tudo o que puder fazer sozinho);
4 - Não ser indisciplinado, intolerante, inconformado e irascível (seja afável; cauteloso e comedido; embora fervoroso, o
seu espírito será aberto e agirá sempre com correção);
5 - Não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante;
6 - Ser estudioso e não superficial (deverá estudar os Rituais, o seu desenvolvimento, a parte objetiva e filosófica);
7 - Não alardear e abusar de sua inteligência;
8 - Não se comprazer em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência;
9 – Não pedir, suplicar ou de qualquer forma desejar posições;
10 – Não deixar transparecer nunca a sua ira, seu desapontamento e sua desaprovação (Se quiser ter bons
relacionamentos, deve fixar a mente nas boas qualidades de seus Irmãos. Jamais reclamar de nenhum deles);
Esta não é a enumeração de todas as qualidades que distinguem o Venerável Mestre, mas todo aquele que se esforce
em possuí-las, está no caminho que conduz a todas as outras.
Há sem dúvida um Sinal infalível: o verdadeiro candidato para o posto de guia de seus Irmãos é o Maçom que não
pede o cargo; não o cobiça e que, aspirando essa exaltação como um ideal, não se julga merecedor dela. Sentir-se sem mérito
para um posto de preeminência é apreciar a dignidade do cargo e começar a ser merecedor do mesmo.
Na condição de dirigente e guia espiritual deve manter na Loja a harmonia desejada, sendo o Mestre dos Mestres,
pronto a aconselhar e servir, mantendo a União e a Paz, não só com os membros do Quadro, mas com as Lojas co-irmãs e a
Administração da Potência.
O Venerável Mestre deve representar entre os Irmãos da Loja, a Sabedoria que concebe, e seu papel é de jamais
perder de vista a meta traçada (planejamento semanal, mensal e anual) e evitar extravios na procura da Verdade.
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Procurará fazer abstração de suas preferências pessoais tendo em conta os sentimentos dos Irmãos da Loja, falando
sempre e agindo em seu nome. Desta forma, será ajudado na sua difícil e espinhosa missão, pois sem a simpatia e o apoio da
Oficina, ser-lhe-á impossível desempenhar e cumprir as funções que lhe foram confiadas.
Terá o cuidado para que um Irmão carecendo de amparo, jamais se afaste, desiludido, da porta da Loja. E, sobretudo,
será para seus Irmãos um modelo de prudência, veracidade, cortesia e amor. Quando alguns recursos estão ficando escassos,
encontram-se novos recursos para as mesmas necessidades. Peça e receberá!
A escolha para Venerável é relevante que caia em Irmão esclarecido, conhecedor da Arte Real e que tenha franquia
entre os Irmãos, pessoa estimada que seja ao mesmo tempo, propenso a ser um líder.
O Irmão percebe quando o Venerável Mestre o aprecia o que ele fez e vice-versa. O apreço, faz com que todos queiram
ser melhores a cada dia mais.
O Venerável Mestre aprende a manter a tranqüilidade. Aprende a retirar sua concentração do que não quer para a sua
Loja e da carga emocional que essas coisas (negativas) envolvem. Fixa a sua atenção apenas no que deseja vivenciar.
O ideal seria que, especificamente para o cargo de Venerável Mestre, não houvesse disputa entre os Irmãos, e sim um
consenso, uma unanimidade harmônica, dando assim ao primeiro mandatário, reforço de uma base de sustentação que lhe
possibilita exercer o cargo em toda sua plenitude e liderança.
Um Mestre Maçom pode ser considerado apto a ser o Venerável Mestre, se demonstrar liderança, humildade,
simplicidade, simpatia, calma, tranqüilidade, tolerância e serenidade. Excelente será se aliadas às virtudes citadas, seja ótimo
administrador. Pesa no conceito dos Obreiros da Loja que o escolhido entenda de ritualística e liturgia e que na esfera
administrativa tenha razoáveis conhecimentos. Em sua preparação para as funções deve procurar conhecer as Constituições de
Anderson, e a legislação de sua Obediência – Constituição, Regulamento Geral, Código Penal e Eleitoral, e, o Regimento Interno
(Estatuto) de sua própria Loja. Deverá estudar os Rituais, o seu desenvolvimento, a parte objetiva e filosófica.
Um candidato ao cargo de Venerável Mestre, bem preparado para seu desempenho, terá, sem dúvida, um mandato
eficiente, tranqüilo e sobretudo inquestionável. Saberá exercer plenamente suas funções com altivez, e gozará do prestígio e da
acolhida de todos.
A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial que, no dia da congregação, é considerada como uma
Carta Constitutiva. O “triunvirato” formado pelo Venerável Mestre e os dois Vigilantes assume o aspecto oficial e firma-se atuando
como “Carta Constitutiva”, ou seja, a permissão de constituir a Loja. Essa permissão obviamente emana do Grão-mestre que,
após a eleição dos membros da Loja, “consagra” a Diretoria eleita, aprovando-a.
O Grão-mestre é o “Primeiro Malhete”, portanto, onde for, terá a autoridade de empunhá-lo, mormente dentro
de um Templo por ocasião da abertura dos trabalhos.
Há Lojas que destinam a poltrona, da direita do Trono para uso exclusivo do Grã-mestre, o que está errado, porque a
poltrona a ele destinada é a do centro, a denominada “Cadeira de Salomão”.
O Grão-mestre ocupará, sempre, o lugar principal; à sua direita ficará o Venerável Mestre da Loja. Se o Grão-mestre
achar por bem determinar que o Venerável Mestre presida a sessão, devolver-lhe-á o malhete, mas permanecerá na Cadeira
Central.
A presença do Grão-mestre em qualquer reunião constitui um grande privilégio para os maçons, pois o comando
supremo sempre dá segurança, garantindo a ordem e o bom sucesso de qualquer empreendimento.
No Trono há três poltronas, a do centro destinada ao Venerável e as laterais aos Vigilantes; a trilogia é um corpo único;
os Vigilantes “se deslocam”, um para o Sul e o outro para o Norte, mas “permanecem” no Trono do Oriente. Sob o aspecto físico,
as vagas passam a ser ocupadas, uma pelo ex-Venerável (ou Delegado) e a outra por uma Dignidade presente.
O Venerável só se legitima como tal, a partir de sua instalação, consoante o ritual adequado de passagem do malhete.
A transmissão do malhete por mero escrutínio eleitoral não confere a qualidade de Venerável ou de Grão-mestre ou de qualquer
outra função.
Sabemos que a figura de um Venerável não se confunde com a de um presidente, chefe coordenador ou mentor de
qualquer entidade. Nem tampouco os Vigilantes se equiparam a Vice-presidentes.
A obrigatoriedade de a direção de uma Loja ser ministrada por um Venerável Mestre e dois Vigilantes obedece ao
princípio espiritual da Organização, pois nada poderá ser executado por uma só pessoa, com exclusão do Grão-mestre.
Se os Veneráveis Mestres tivessem as mesmas prerrogativas de um Grão-mestre, este teria diminuído a sua
autoridade. Assim, mesmo, o Grão-mestre, por “necessidade” espiritual, de certo modo, abre mão de sua prerrogativa e
“nomeia”, “sponte sua” (de sua própria iniciativa), os dois Grandes Vigilantes, para constituir o seu Grupo Administrativo nos
moldes hierárquicos de uma simples Loja. É por esse motivo que a Organização presidida pelo Grão-mestre denomina-se
Grande Loja.
Para os Maçons, Deus é o Grande Arquiteto do Universo (porque construiu o Universo e tudo o que ele contém), nome
sempre presente nos documentos e nos trabalhos maçônicos.
O Maçom tem fé em Deus, em Sua bondade, em Sua justiça e em Sua sabedoria; sabe que nada ocorre sem Sua
permissão e se submete, em todas as coisas, à Sua vontade. Nos extremos lances de sua vida é Nele em quem deposita
confiança.
O Universo criado pelo Grande Arquiteto (Deus) é Energia. Se você perguntar para um físico quântico o que
compõe o Universo, ele lhe dirá que é Energia. Peça-lhe para descrever o que é Energia e ele lhe dirá que: é algo que jamais
pode ser criado ou destruído, sempre foi e sempre será, é tudo que existe e tudo que já existiu.
31
Então peça a um Maçom para descrever Deus e ele lhe fará a mesma descrição de Energia: é Alguém que jamais
pode ser criado ou destruído, sempre foi e sempre será, é tudo que existe e tudo que já existiu a Quem rendemos sincero culto,
como Ente Supremo e Grande Arquiteto dos Mundos.
Aquele que foi escolhido para GUIA DE SEUS IRMÃOS, diga a si mesmo :”Meu Deus, Vós me enviastes um novo
encargo, dai-me a força de cumpri-lo segundo a Vossa santa vontade”. Que assim seja!

Valdemar Sansão
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32
MAÇONARIA E POLÍTICA

Ir.: Robson Rodrigues (*)

A Maçonaria é uma Instituição de cunho eminentemente político e por isso teve uma participação decisiva na
maioria dos movimentos libertários que varreram o mundo nos últimos trezentos anos.
Os Maçons dos séculos XVIII, XIX e mesmo início do século XX souberam perceber a perspectiva política implícita
nos princípios, postulados e ideais maçônicos. O que mudou: a Maçonaria, os Maçons ou o contexto histórico, político e
social?
Hoje, enquanto, de um lado, há aqueles que vêem a Maçonaria como uma Instituição anacrônica e destituída de
sentido prático, de outro, muitos, ainda, respaldados na própria legislação maçônica, rejeitam o seu envolvimento com as
querelas político-partidárias do mundo profano. De fato, o que à Maçonaria não cabe, enquanto Instituição, é envolver-se
em política partidária ou qualquer forma de sectarismo, até mesmo por respeito à liberdade de consciência de cada um dos
seus membros.
Não é verdade, todavia, que a Maçonaria hoje esteja vivendo, apenas, das glórias do passado, como muitos insistem
em alardear. Houve, sim, um arrefecimento das lutas libertárias nas últimas décadas e do envolvimento político da Ordem,
principalmente no continente latino-americano, em face dos vários governos totalitários que se assenhorearam do poder e
nele se mantiveram pela força. Apesar disso, no Brasil, como em várias partes do mundo, ela tem tido uma forte atividade
política, embora não tão influente nem tão divulgada como no passado, como deixam claro José Castellani, em “A Ação
Secreta da Maçonaria na Política Mundial” e o Sereníssimo Grão-Mestre, Waldemar Zveiter, da Grande Loja do Estado do
Rio de Janeiro, em seu livro “Maçonaria e Ação Política”. Assim mesmo, muito mais pela ação isolada dos seus membros
que propriamente da sua ação como Instituição.
Por outro lado, como observa Leon Zeldis “a intervenção da Ordem na vida pública de um país, é um fator variável,
que depende tanto dos antecedentes sociais e locais históricos, como das personalidades envolvidas”. “Tanto que na
França – continua ele – e na Itália, a Ordem tem tido sempre uma atitude ativista na política, especialmente no que se
refere ao Grande Oriente. Nos países anglo-saxões, a Ordem se abstém de toda atividade, que possa ser interpretada
como política”.1
Antes as grandes questões nacionais eram discutidas, analisadas e decididas em nossos Templos, porque a
Maçonaria tinha em seus quadros representantes políticos que ocupavam cargos de relevância nas esferas política e
administrativa do Estado. Além disso, no passado, ela exercia um fascínio especial sobre as pessoas e foi com isso que
conseguiu atrair “os homens mais inteligentes de cada época e de cada sociedade. Daí não é de estranhar que os
signatários da Declaração de Independência americana, ou que os líderes da Revolução Francesa, fossem maçons.
Tampouco podemos ignorar o fato de que o nosso primeiro Presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, fosse
Maçom”. 2
Para o mesmo José Castellani, contudo, “a Maçonaria vive uma crise sem precedentes; ela perdeu grande parte de
sua influência política por falta de representatividade de seus dirigentes”.3
A nossa falta de representatividade também é apontada pelo Poderoso Irm.: Eduardo Gomes de Souza, Grão
Mestre Adjunto do GOERJ. Para ele, “hoje os Maçons já não possuem mais os poderes decisórios, não ocupam mais os
principais postos de relevância nas Administrações Públicas nacionais, regionais e locais. Nossos Irmãos no passado
possuíam o poder e a vontade de implantar ou orientar suas decisões através das bases fixadas nas Lojas Maçônicas.
Hoje já não possuímos mais Irmãos que detenham esse poder”.4
A par disso, não tem faltado quem aponte para a necessidade da eleição de candidatos maçons para cargos
políticos, os quais dariam a necessária representatividade à Ordem no mundo profano.
Mas, embora do ponto de vista legal não haja nenhum óbice, nem sempre são bem vistos, em épocas eleitorais,
aqueles que se aproveitam da Instituição – Maçons ou não -- sem um projeto claro e em consonância com os ideais
maçônicos e, muitas vezes, tão-somente com o fito de angariar votos para a sua candidatura.
É importante observar, no entanto, que, para ter representatividade, a Maçonaria nunca elegeu candidatos a
qualquer cargo político. Mesmo Jânio Quadros, no caso do Brasil, o último Maçom Presidente da República, não foi eleito
pela Ordem, e sim pelo conjunto das forças que o apoiaram à época, dentre as quais evidentemente estavam muitos
Maçons. Só recentemente é que alguns candidatos maçons, aproveitando a lacuna existente, têm procurado se colocar
1
ZELDIS, Leon, Estudos Maçônicos – História, Simbolismo, Filosofia, Editora Maçônica “A Trolha!, pág. 176.
2
SOBREIRA, César Malta, in “Maçonaria & Poder II”, Editora Maçônica “A Trolha”, Coletânea 7, pág. 75.
3
Revista Época, edição nº 241, dezembro de 2002.
4
Jornal “Três Pontos”, Dezembro de 2006.
33
como porta-vozes da Maçonaria ou candidatos da mesma. Chegou-se mesmo a criar a máxima: “Maçom vota em Maçom”,
o que é bastante discutível, em vista do princípio da liberdade absoluta de consciência, apregoado pela Maçonaria desde o
início da sua fase especulativa. À luz desse princípio, o Maçom vota segundo os ditames da sua consciência, que é e deve
sempre ser livre.
Por outro lado, não deve ser desconsiderado que já existe um número considerável de Maçons que exercem cargos
políticos, tanto no âmbito federal, como estadual e municipal e nem por isso a Maçonaria detém a propalada
representatividade que dela tem sido requerida.
Assim, é importante ficar claro que, antes, a representatividade exercida pela Maçonaria no mundo profano não era
em função da eleição política de membros dos seus quadros, mas estes que, imbuídos do espírito da doutrina maçônica e
no exercício pleno das suas cidadanias, lutaram, ao mesmo tempo, como Maçons e homens públicos, que eram.
Hoje vivemos um momento histórico, político e social bastante diferente daquele vivido por nossos antecessores. A
Maçonaria já não é capaz de atrair a nata política e intelectual da sociedade, dispersa agora em inúmeras organizações
pelo mundo afora. Portanto, sua ação política deve ser repensada.
Tem sido bastante sentida a falta de discussões em Loja envolvendo grandes temas de interesse nacional e
internacional, tais como a erradicação da miséria, a eliminação das armas atômicas, as questões ambientais que assolam o
planeta e podem tornar inviável a vida na terra, dentre tantos outros. As Lojas têm um papel de suma importância na
formação do Maçom e da comunidade na qual está inserida. A mesma importância detêm as Obediências para incentivar e
possibilitar essa discussão, não só nas Lojas, mas principalmente com outras Instituições e organizações afins, unindo
esforços em torno de objetivos comuns, viabilizando proposições e projetos.
O que deve ser evitada é a redução da perspectiva política e social da Maçonaria a meros trabalhos assistencialistas,
com a distribuição de alimentos, remédios e agasalhos aos mais necessitados. Não que isto deixe de ser importante ou
deva deixar de ser feito. Uma coisa é a solidariedade maçônica -- que é um dever. Outra, bastante distinta, é acreditar que
o trabalho maçônico se esgota através dessas ações ou “em intermináveis elóquios místicos”, segundo Castellani.5

(*) Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes

Laboratório Indústria e Comércio Ltda.

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O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

5
CASTELLANI, José, “A Ação Secreta da Maçonaria na Políticaq Mundial”, Editora Landmark, pág. 160.

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