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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 35 – Mar/Abril. 2005
Ano V

EDITORIAL ÍNDICE

D EUS está além da nossa compreensão para ser provada a sua existência. E
Pág. 2
 O que a imprensa noticiou
somente através do conhecimento subjetivo (intuição, insight) podermos compreendê-lo.
Os homens se dividem em dois grupos: os que afirmam e os que negam a existência de Pág. 3
Deus. Ambos se armam de argumentos ponderáveis.  Curiosidades
Essa questão sempre intrigou os pensadores. Normalmente um intelectual se diz ateu, Pág. 4 e 5
isto é, aquele que não crê em Deus. Mas, se partirmos do pressuposto que Deus criou o Para Pensar
homem, não há como nele não acreditar, já que somos produtos de sua criação. Pág. 6
Crendo ou não crendo, seria muito bom poder contar com a segurança de uma Força
Maior (Grande Arquiteto do Universo, para os Maçons), neste mundo tão ameaçador. Grande Dic. Enc. De Mac. E
Simb. Nicola Aslan
Desde o surgimento do homem primitivo, provavelmente ao olhar para as estrelas e para
si próprio, deu-se conta de sua insignificância perante o Universo e nessa hora surgiu a Biblioteca
necessidade de posicionar-se em relação à imensidão dos céus. Pág. 7
Durante a história da humanidade, muitos nomes foram dados à figura de um Criador do  Gr. Dic.Enciclopédico de
Universo, quer seja pelas religiões politeístas, como pelas monoteístas. Maç. e Simbologia (Nicola
Todas trouxeram sempre em seu âmago o homem como produto de um criador e a Aslan)
interminável busca no aperfeiçoamento do espírito até elevar-se ao plano divino, como  Biblioteca
paradigma universal. Nesta ou noutra vida. Pág. 7
A existência do Universo é inquestionável e sua criação sempre aguçará a mente  Polindo a Pedra Bruta
humana, já que antes do surgimento primitivo ele já existia e assim continuará após a  Pílulas Maçônicas
extinção da espécie humana.
Pág. 8 à 16
Qual a melhor definição de Deus ? O Deus “dos homens” chega a ter identidade
humana, na necessidade de identificação com a figura de um criador. Mas o Deus  Trabalhos Maçônicos
“universal”, por outro lado, identifica-se com o mistério e a incompreensão quanto à Pág. 17 e 18
imensidão do Cosmos Universal. Talvez a melhor definição tenha sido dada pelo físico
 História pura
Stephen Hawking, em seu livro “O Universo numa Casca de Noz”: - “Por falta de
compreensão melhor, prefiro acreditar que o Universo estivesse no bolso de DEUS” Pág. 19
 Viagem ao nosso interior
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
Pág. 20
 Biografia do bimestre
O Pesquisador Maçônico Pág. 21
Fundação: Janeiro/2001  O nosso planeta
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: Pág. 22 a 23
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
• Depoimento
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade
de seus autores.
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08 1
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ)
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br
O QUE A IMPRENSA NOTICIOU

CULTURA MAÇÔNICA: AGORA É O X ENCONTRO NACIONAL

Nos dias 21, 22 e 23 de abril, acontecerá na cidade de João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, o X
ENCONTRO NACIONAL DA CULTURA MAÇÔNICA. Presentes deverão estar os Pesquisadores, os Escritores, os
Editores, os Jornalistas. Os formadores de opinião, no mundo maçônico, que se reúnem todo ano. E, agora, em 2005, o
ponto de encontro é João Pessoa. A 2ª cidade mais verde do mundo. Onde o sol nasce primeiro. Oxigênio abundante.
Gentileza de sobra. Ninguém recebe melhor, neste Brasil maçônico, que o Grão-Mestre João Laércio e sua equipe. E é a
Potência – GRANDE ORIENTE DA PARAÍBA – dirigida por esse Grão-Mestre “danado de bom”, que será nossa anfitriã.
Na oportunidade, estará completando 25 anos de fecunda existência.

Publicado no “INFORMABIM” n°134, de 15/01/2005.

Nota do Editor: Quando do fechamento desta edição, o evento já estava ocorrendo. Mesmo assim, continuamos
com a divulgação do evento, por julgarmos que o conhecimento sobre o mesmo é de suma-importância para quem
estuda e pesquisa Maçonaria.

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ASSOCIAÇÃO DA IMPRENSA. MAÇONS NA PRESIDÊNCIA


A Associação Cearense de Imprensa elegeu Zelito Magalhães, seu Presidente, dando-lhe posse em fins do
ano passado. Zelito é jornalista, acadêmico, historiador e escritor, com vários livros publicados. Articulista primoroso.
Maçom dos quadros da Grande Loja Maçônica do Ceará, Potência que publica a revista MOSAICO, da qual este
grande Zelito Magalhães é um dos influentes colaboradores. MOSAICO e Zelito nos dão a honra da companhia na
formação da ABIM.
AIP – Associação da Imprensa de Pernambuco elegeu e empossou no cargo de Presidente o jornalista
FLÁVIO CHAVES, após ter ele presidido, por vários mandatos, a União dos Escritores com elogiável desempenho. O
Irmão FLÁVIO CHAVES pertence à Academia Pernambucana de Letras. Escreve, com freqüência, artigos e livros que
se tornam leitura agradável e cativante. Mestre maçom dos quadros do Grande Oriente Independente de
Pernambuco, onde goza de largo prestígio na Ordem.
Publicado no INFORMABIM Nº 134, DE 15/01/2005.

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2
3
CURIOSIDADES
JUSTIÇA DE CAMBISES
Colaboração do Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

É uma falsa justiça que não hesita em condenar severamente pessoas inocentes de qualquer culpa, não pelo que
elas tenham feito, mas pelo que possam fazer.
Conta-nos Heródoto, que Cambises II, rei da Pérsia nos anos 529 / 522, antes de Cristo, depois de haver sonhado
que o seu irmão mais novo, Smerdis, viria a ser o seu sucessor, condenou-o à morte na suposição de que ele tinha a
intenção de matá-lo para apoderar-se do trono.
A lenda prosperou e foi repetida por Montaigne no terceiro livro dos “Ensaios”. Esta falsa justiça á a base da
sentença que condenou Cristo.
A peça original da sentença encontra-se no Museu do Prado, Espanha. A versão em Português fui encontrar em
Jucid Peixoto do Amaral, “Manual do Magistrado”, Editora Forense, assim:
“No ano dezenove de TTIBÉRIO GASPAR, Imperador Romanode todo o mundo, monarca invencível na
Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo número e cômputo dos Hebreus,
quatro vezes mil cento e oitenta e sete do progênio do Romano Império, no ano setenta e três e na libertação do cativeiro
da Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da
cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo PÔNCIO PILATOS: REGENTE NA Baixa Galiléia HERODES ANTIPAS;
pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magos do Templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL e FRANCHINO CEUTARO;
cônsules romanos da cidade de Jerusalém, QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV
do ano presente – eu, PÔNCIO PILATOS, aqui presidente do Império Romano, dentro do palácio e arqui-residência, julgo,
condeno e sentencio à morte, Joshua, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem
sedicioso, contra a Lei Mosaica, contrário ao Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê
morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres,
não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e rei de ISRAEL, ameaçando com a
ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em
triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de
púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e
que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e
que se conduza Joshua ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo na
cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS
NAZARENUS REX JUDEORUM. Mando também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva,
temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e
Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença, pelas doze tribos
de Israel: RABAIM DANIEL, RABAIM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI. Pelos fariseus: BULLIENIEL,
SIMEÃO, RANOL, BARBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pelos hebreus: MATUMBERTO. Pelo Império Romano e
Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO e AMACIO CHILICIO.
Justiça de Cambises ficou conhecida como uma justiça preventiva de que usam, tantas vezes, os regimes fortes.
Assim como o Imperador Romano proferiu a sentença condenatória, contrariamente à sua convicção.

(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF

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PARA PENSAR
VINGANÇA

“Quem aplica um castigo quando está irritado, não corrige,


vinga-se”. (MONTAIGNE)

Vingança, ação ou efeito de vingar, de tirar desforra, represália, é o último vestígio abandonado pelos costumes
bárbaros que tendem a se apagar do meio dos homens. Há, porém, uma grande diferença entre estes vários termos. A
vingança é um ato malévolo voluntário que visa retribuir uma ofensa real ou imaginária, ato de ódio com a única intenção
de causar mal a outrem. É peculiar às almas mesquinhas. A represália, entretanto, pode ser feita no intuito justo de
reivindicar o respeito aos próprios direitos e a proporção entre os agravos é sempre observada. Quanto à vindita, refere-se
comumente à reação da consciência moral ofendida, que reclama um castigo ao ato moral ou juridicamente vituperável ou
criminoso.
Ele é como foi o duelo, um dos últimos vestígios desses costumes sob os quais se debatia a Humanidade no início da
era cristã. Por isso, a vingança é um indício certo do estado atrasado dos homens que a ela se entregam. Portanto, meus
Irmãos, esse sentimento não deve jamais fazer vibrar o coração de quem se diga e se afirme maçom. Vingar-se, é de tal
modo contrário ao “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se recusa a perdoar, não somente não é maçom, como
não é nem mesmo cristão. A vingança é uma inspiração tanto mais funesta quanto a falsidade e a baixeza são suas
companheiras assíduas; com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão não se vinga quase nunca a céu
aberto. Quando é o mais forte, precipita-se como um animal feroz sobre aquele que chama seu inimigo, quando a visão
deste vem inflamar sua paixão, sua cólera e seu ódio. Mas, o mais freqüentemente, ele reveste uma aparência hipócrita,
em dissimulando, no mais profundo do seu coração, os maus sentimentos que o animam; toma caminhos escusos, segue
na sombra seu inimigo sem desconfiança, e espera o momento propício para atingi-lo sem perigo; esconde-se dele,
espreitando-o sem cessar; arma-lhe emboscadas odiosas e derrama-lhe, chegada a ocasião, o veneno no copo. Quando
seu ódio não vai até esses extremos, ele o ataca, então, em sua honra e em suas afeições; não recua diante da calúnia, e
suas insinuações pérfidas, habilmente semeadas para todos os ventos, vão crescendo pelo caminho. Por isso, quando
aquele que persegue se apresenta nos lugares onde seu sopro envenenado passou, espanta-se de encontrar rostos frios
onde encontrava, outras vezes, rostos amigos e benevolentes; fica estupefato quando mãos que buscavam a sua se
recusam a apertá-la agora; enfim, fica aniquilado quando seus amigos mais caros e seus parentes se desviam e fogem
dele. Ah! O covarde que se vinga assim é cem vezes mais culpável do que aquele que vai direto ao seu inimigo e o insulta
de rosto descoberto.
Todo maçom que pretendesse, hoje, ter ainda o direito de se vingar, seria indigno do figurar por mais tempo na Ordem
que tomou por divisa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade! Mas não, eu não poderia deter-me em semelhante idéia, de
que um membro da grande família maçônica possa no futuro ceder ao impulso da vingança, de outro modo senão para
perdoar.
Amai-vos uns aos outros e sereis felizes. Sobretudo, tomando a tarefa de amar aqueles que nos inspiram indiferença,
ódio e desprezo. O sacrifício que nos obriga a amar aqueles que nos ultrajam e nos perseguem é penoso; mas, é
precisamente isso que nos torna superiores a eles; se nós os odiarmos, como nos odeiam, não valeremos mais do que
eles; o amor nos aproxima de Deus e a vingança e o ódio nos afasta Dele.
Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que deve conduzi-lo a um objetivo,
faz pouco caso das asperezas do caminho e não se deixa jamais desviar um instante do caminho reto; o olhar sem cessar
dirigido para o objetivo, pouco lhe importa que os espinhos do caminho lhe ameacem provocar arranhões; eles o roçam
sem atingi-lo, e, por isso, não prossegue menos no seu curso. Expor seus dias para se vingar de uma injúria, é recuar
diante das provas da vida; é sempre um crime aos olhos do Grande Arquiteto do Universo, e se não estivéssemos iludidos,
como estaríamos por nossos preconceitos, isso seria uma ridícula e suprema loucura aos olhos dos homens.
Lembremo-nos de que seremos perdoados segundo perdoamos a nós mesmos; pelo perdão nos aproximamos da
Divindade, porque a clemência é irmã do poder.
“Amai-vos uns aos outros”, e então ao golpe dado pelo ódio responderemos com um sorriso, e ao ultraje, pelo perdão.
O mundo, sem dúvida, levantará furioso, e nos tratará de covarde; ergamos alto a cabeça, e mostremos, então, que nossa
mão não quer ser cúmplice de um homicídio que autoriza, supostamente, numa falsa aparência de honra, que não é senão
orgulho e amor-próprio.
5
A Maçonaria tem sido acusada, muitas vezes, por seus inimigos gratuitos, de cultivar a vingança. Em Maçonaria a
vingança deve ser tomada em sentido alegórico e não pode ser interpretada em sua acepção vulgar. Aproxima-se mais do
sentido de vindita moral.
O Ritual dos Graus explica e desenvolve o verdadeiro significado da palavra vingança com espírito eminentemente filosófico
e moral, demonstrando que a vingança é uma paixão ruim e desprezível que não pode caber no peito de nenhum Maçom.
Uma das virtudes prescritas na lenda do assassinato do Mestre Hiram, que tanto predispõe e excita o sentimento de
vingança, é precisamente que o Maçom deve apagá-la de sua mente, desterrando-a de seu coração, por grande que possa
ser o agravo ou a injúria recebida.
A impiedosa Inquisição que pelo dominicano Torquemada, que redigiu um código composto de 28 artigos, que durante
trezentos anos “julgou” muitos inocentes cuja culpa principal era a de serem ricos, judeus e mouros, vítimas do fanatismo e
da inveja. Muitos Maçons também foram vítimas da cruel instituição, sendo o primeiro Tomaso Crudeli, em 1739, na cidade
de Florença. Um decreto do Cardeal José Firrao condenava à morte não somente os Maçons, mas também aqueles que
lhes alugassem um local para as suas reuniões. O próprio exagero das penas impediu que fosse posto em prática.
Entre os Maçons condenados pela Inquisição, pode ser lembrado o famoso Cagliostro, em 1789. Condenado à morte
por crime de Maçonaria, em 1791, a sua pena foi comutada em prisão perpétua. Morreu louco na fortaleza de San Leo.
Pelo mesmo crime, foi preso e torturado, em Lisboa, o Maçom John Coustos, que se salvou graças a interferência
diplomática inglesa. Em 1802, Hipólito José da Costa, redator do “Correio Brasiliense”, que conseguiu fugir das masmorras,
em 1805, graças a auxílios maçônicos.
Na Espanha, o “crime de Maçonaria” foi restabelecido pelo General Franco, ocasionando muitas vítimas.
Só uma resposta pode ser dada à calúnias levantadas com tanta má-fé contra a Instituição Maçônica. Se a Maçonaria
mantivesse um único vício, um sentimento induzido ou uma falta de ética em seus ensinamentos, todo o conjunto de suas
doutrinas viria abaixo, como vêm ocorrendo com seus algozes, símbolos do obscurantismo e do fanatismo prepotente.

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6
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UMA LUZ NOS MISTÉRIOS MAÇÔNICOS
DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN
NEGROS NA MAÇONARIA – Houve, no início, muitas
discussões relativamente à admissão dos pretos nas Lojas
Maçônicas, mas o assunto foi definitivamente resolvido
pela Maçonaria, tendo sido aceito por quase todas as
Potências do mundo que não se estabelecessem
distinções de cor, nação, raça ou ffortuna.
Porém, nos EUA, existem Lojas e Grandes Lojas de
homens de cor que não são reconhecidas pelas Grandes
Lojas de Brancos. O início desse problema maçônico, nos
EUA, foi o seguinte:
Em 1775, Prince Hall e mais treze outros negros foram
iniciados numa Loja militar, organizada num regimento
inglês sob o comando do general Gage. Hall, durante a Um livro fora da mídia (só adquirido diretamento com o
Guerra da Independência, serviu no exército americano, autor ou na GLESP), mas que deveria ser de
mas a Loja militar inglesa concedeu-lhe e aos seus conhecimento de um grande número de Iir.:, uma vez
colegas uma espécie de dispensa para que pudessem que, se não pretende criar (ou “inventar”) nenhum
comparecer às sessões da Loja. assunto que não tenha sido já apresentado por um
Em 1784, a G.: L.: dos “Modernos” concedeu uma carta grande número de autores, mostra nuanças que fogem à
constitutiva à Loja “Africana” nº 459, a qual,
“sensibilidade” da maioria. Isto se deve, com certeza, à
posteriormente, foi classificada sob o nº 370, nela se
grande bagagem maçônica do Irmão Ortega, que tem
filiando, três anos depois, Prince Hall. Esta Loja efetuou
seu último pagamento de capitações em 1797 à G.: .: dos sangue de pesquisador (basta conferir seu curriculum).
“Modernos”, e assim, na época da Unificação, em 1813, foi Destacamos alguns dos principais tópicos abordados pelo
riscada do rol das Lojas da G.: L.: U.: da Inglaterra. livro:
Em 1797, vários negros iniciados em Lojas jurisdicionadas  Os Landemarques não Contrariam o Livre
pelas Grandes Lojas da Inglaterra e da Irlanda formaram Arbítrio?
uma Loja em Filadélfia, com autorização de Prince Hall, e  Os Antigos Mistérios e sua Correlação com a
outra, logo depois, foi constituída em Rhode Island. Um Maçonaria
ano depois da morte de Prince Hall, ou seja, 1808, estas  A Década, Enéada, Otoada e o Setenário
três Lojas formaram a “Grande Loja Africana”.  A Cadeira Maçônica
Atualmente existem Lojas e Grandes Çlojas Prince Hall,  O Simbolismo dos Passos no Templo
como são conhecidas, em quase todos os Estadls da  O Templo e os Antigos Mistérios
América do Norte, no Canadá e na Libéria, embora nunca  Deísmo na Constituição de 1723?
tenham sido reconhecidas pelas Lojas brancas dos EUA e  Uma Visão Particular da Lenda de Hiram
pela G.: L.: U.: da Inglaterra, que as consideram  O Positivismo e a Maçonaria
clandestinas.  Porquê a uulher Não Pode Pertencer à
Segundo os autores ingleses, a cor não é um obstáculo Maçonaria?
para a iniciação nas Constituições inglesas, mas a  O Ritual de Pompas Fúnebres
G.:L.:U.: da Inglaterra não reconhece duas Potências  São João e o Rito Escocês
Maçônicas num mesmo território.  Qual o Motivo da Pouca Freqüência nas Lojas?
Segundo Mackey, depois de alguma hesitação quanto ao
rumo certo a ser tomado, chegaram à conclusão, como
Edições GLESP
eles próprios declararam, “que com o conhecimento que
Telefone do Autor: (11) 6965.4320
tinham da Maçonaria e por serem eles mesmos pessoas
de cor, eram e deviam, por direito, ser livres e
independentes das outras Lojas”.
“Em conseqüência, em 18-6-1827, publicaram um Carlos Alberto dos Santos
protocolo, no qual diziam: ‘Declaramos publicamente que, Editor
a partir deste dia, nos consideramos livres e

7
POLINDO A PEDRA BRUTA

DO PAPEL DO RITUAL
Renato em Cabo Frio.

Com o movimento, as fórmulas criam vida. O movimento é arquetípico.


Os sinais servem para que se monte uma história inteligível; o teatro ritual, para que se mergulhe na
intimidade anagógica do símbolo. O método maçônico apela para as duas diretrizes do nosso fim último.
Os sinais maçônicos constituem uma carta enigmática que cumpre ser interpretada para obter-se uma
grande síntese. E a síntese é possível e deve ser procurada. Cuidado apenas com os escolhos que os há em
grande número e que se apresentam como prata, sendo chumbo. Desse modo devemos estar sempre cônscios de
que a receita deva estar bem prescrita caso contrário em vez de remédio conquistaremos insidiosos venenos que
definham e estiolam.
Ao ritual cabe a linguagem hermética do símbolo que como espéculo deste, apresenta-se como fluída, não
arquivável, altamente libertária, LUZ.

Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
AS LEIS MAÇÔNICAS

A Maçonaria se norteia por princípios imutáveis que constituem o seu Estatuto, formado principalmente pelos
“Landmarks” , que são as leis escritas mais antigas da Maçonaria e foram estabelecidas por Albert G. Mackey (N. E.:
são os mais usados no Brasil – num total de 25, existindo outras diferentes classificações). São considerados
“eternos e imutáveis”, segundo diz o de número 25, que proíbe quaisquer acréscimos, retiradas ou modificações. A
segunda grande base legal da Maçonaria é a “Constituição de Anderson”, que foi organizada pelo Ir.: Ver. Anderson,
por determinação da Grande Loja da Inglaterra. Lançou o Ir.: Anderson suas pesquisas em 1921, lendo documentos e
livros antigos de várias Lojas e, por fim, procedendo a uma reestruturação das antigas Constituições Góticas,
formulando, então, a Constituição que logo recebeu o seu nome e foi promulgada em janeiro de 1723, tornando-se, a
partir daí, o mais importante documento legal da Ordem Maçônica.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

8
Trabalhos maçônicos

PORQUE DERAM O PODER A QUEM JAMAIS SOUBE OU SABERÁ USÁ-LO?


Ir.: Weber Verrasquim

“As constituições das mais variadas e inúmeras Obediências/Potências que existem no mundo diferem de forma
irrelevante quanto ao poder que é conferido aos Grão-Mestres. Elas têm mais ou menos a mesma redação, e esse poder é
quase absoluto no papel. Porém, se um Grão-Mestre entender, e para isso ele terá que ter uma sensibilidade muito
especial, a Maçonaria não é um país, não é uma empresa comercial que gera empregos, não remunera os seus adeptos
pelos seus serviços, não é uma religião com dogmas, e que nenhum Maçom depende dela para viver, ou seja ele poderá
deixar a Ordem no momento em que bem entender e lhe convier.
Ela é antes de mais nada, uma escola de vida, com um profundo teor filosófico mais voltada para o Maçom em si e dentro
dela nada se consegue, impondo, perseguindo, ou alterando os caminhos já traçados, porque o relacionamento humano na
Ordem é diferente, ele é especial, extrapola os raciocínios aplicados aos paradigmas aplicados à outras organizações.
O poder de um Grão-Mestre deriva mais de seu carisma, personalidade, bondade, empatia, compreensão, enfim de
uma série de qualidades que caracterizam um homem sábio e um verdadeiro líder tendo ainda a perspicácia de saber que
estará liderando outros lideres.
Onde quer que haja uma Obediência/Potência haverá um Sereníssimo, um Poderoso, ou até como algumas
Obediências/Potências assim os chamam de Soberano ou Eminente, o qual deverá ser obedecido e respeitado como tal.
No Brasil onde existe até Grão-Mestre de Grão-Mestres, se computarmos as inúmeras Obediências/Potências da
Maçonaria Tradicional e as Mistas, contaremos cerca de 70 (setenta) Grão-Mestres no momento, dirigindo suas jurisdições.
Várias perguntas nos ocorrem quando, assustados, deparamos com este elevado número de líderes que dirigem a
Maçonaria brasileira.
Por exemplo: "Como são estes seres que estão exercendo este poder? Foram todos eleitos normalmente? Eleições
livres? Eram as melhores opções para seu grêmio? Como se comportaram com relação aos seus adversários durante o
período eleitoral? São todos dignos do poder em que foram investidos? Representam realmente as suas Obediências? O
poder, uma vez empossados subiu-lhes à cabeça? Embriagou-os? São liberais e democratas ou são autocratas? O seu
povo maçônico está satisfeito com o seu desempenho? São inventores de procedimentos ritualísticos, atropelam os
poderes executivos, legislativos e judiciários, perseguem seus oponentes? Governam por decreto ou pela vontade do povo
maçônico? Lideram pela humildade e pelo coração ou são prepotentes e tiranos?"
Se por um lado, considerarmos este alto número de mandatários, existem aqueles que no momento de sua escolha
eram as melhores opções, e uma vez eleitos e empossados se tornaram ainda melhores, se caracterizando por serem
magnânimos, compreensivos, bons políticos, verdadeiros pais, bondosos, tolerantes sem ser permissivos, por serem bons
ritualistas, por conhecerem a história da Ordem, dos ritos, respeitando-os em toda a sua essência, e também por
conhecerem a Constituição de sua Obediência / Potência sem macula-la e sem passar por cima dela. A estes rendemos
nossas homenagens e nossa admiração, porque se superaram, entenderam que a sua missão, é mais humana, mais

9
fraterna que penalizadora tornando-se desta forma mais bons. Estes homens, além de sábios, as vezes são tão úteis para
a Ordem, por serem lideres natos que o seu próprio povo os reelegem, sem que os mesmos queiram que isso aconteça.
É porem com tristeza quando aqueles Maçons mais maduros, mais livres, sem compromisso com a política de seu Grão-
Mestre, conhecedores a fundo da situação de sua Obediência/Potência, e que sabem que o conhecimento e a obrigação de
manter nossa Ordem intacta é muito maior que o poder temporal de seus Grão-Mestres, pois os poderes do Conhecimento
poderão ser transmitidos e divididos com quer seja, sendo que ninguém os tirará de si, começam a perceber que o líder não
era bem aquele modelo que se esperava dele, ou por incompetência, ou porque o poder tomou conta de sua mente.
Sentem o fato, e se sentem impotentes para, pelo menos no início protestar, pois quando isso acontece, já foram
tomadas todas as providências camufladas em forma de atos ou decretos para abortar todo e qualquer movimento de
protesto, ou de vozes livres que se levantam, afogando desta forma os pensamentos e a liberdade especialmente dos livres
pensadores democráticos, que um dia acreditaram no seu Grão-Mestre. “Quereis conhecer um homem? Dai-lhe o poder e
o conhecerás”. Começarão as perseguições para quem não “rezar pela cartilha” dos mesmos, começarão as mudanças, as
alterações nocivas e grosseiras nos rituais, inventando-se procedimentos ritualísticos, que não fazem parte daquele rito,
desrespeito e agressão aos ritos minoritários adotados pela Obediência/Potência, perseguição aos que começarem a
levantar-se contra opressão, enfim, uma série de alterações sem razão de ser, passam a ser a Verdade daqueles Grão-
Mestres. O povo maçônico estarrecido, triste, impotente terá que se subjugar, em parte por sua própria culpa, já que não
percebe que a nossa Ordem é no final de um raciocínio lógico e coerente, uma conspiração contra si própria, pois se rende
a pequenas divindades, aceitando-as, sem discuti-las, desviando assim por comodidade, o olhar da própria Realidade. E, o
poder destas mentes despóticas advém justamente por não aplicarmos uma das armas que a Maçonaria tanto nos ensina,
a eficiência da Dialética bem como o direito que as próprias constituições conferem aos seus Irmãos, que aliás a maioria
dos Maçons desconhecem.
Basta que se observe com neutralidade o mecanismo do processo em que o poder toma conta da mente de um Chefe. No
caso da Ordem ele não para a fim de analisar e entender que ele está e não é o Grão-Mestre. É um cargo eletivo. Ele passa.
Ele está Grão-Mestre e, ainda diríamos pejorativamente, de plantão. Será um dia substituído A Ordem fica e ele se irá. Se, o
Irmão que ocupa este cargo, não for bom, não for humilde, seguro de si, justo, ele não terá uma segunda chance de sê-lo.
O poder as vezes inebria aquele que se julga tê-lo com as prerrogativas que as constituições maçônicas aparentemente
lhe conferem. Não se enganem, as constituições são apenas modelos, são muito mais referenciais que absolutistas conforme
estão no papel. O verdadeiro poder está no coração e não somente na razão, muito embora terá que haver um equilíbrio entre
ambos. Não se pode esquecer, que a nossa vida é muito breve. O Grão-Mestre não poderá esquecer que é um mortal.
Deve portanto, não perder um minuto sequer de sua vida, aproveitar qualquer momento para ser bom, ser Sábio e não
envolver-se em situações pessoais e se achar que é o Messias, que é o Soberano, que é o Salvador da Ordem. Ele deverá
se submeter a uma autocrítica diária e constante. Ele não poderá esquecer que é o dirigente de todos, mesmo daqueles
Irmãos que ele não gosta, ou que reciprocamente não gostam dele.
Deverá confiar nos seus secretários, auxiliares e colaboradores não lhes tirando a autoridade que lhes foi dada. Se ele
esquecer disso tudo porque a vaidade, a ganância, a sede de poder forem maior que ele, pobre Obediência/Potência, a sua,
durante aquela gestão, ou gestões, porque este tipo psicológico de mandatário gosta de se perpetuar até quando for possível e
quando não puder mais, então deixar títeres em seu lugar e continuar dirigindo a sua Obediência/Potência por trás dos bastidores.
Uma vez estabelecidos e fortalecidos os grilhões, ele desfrutará do poder que tanto almejou.
Funcionando juntamente com seus lacaios ou seguidores fanáticos, alguns, até inocentes úteis que são aqueles que
gostam e sempre gostaram de estar ao lado ou ao redor do poder, para desfrutar de suas benesses tal qual as hienas e
chacais que esperam os restos das carcaças que os leões deixam para trás, reinarão até quando puderem para festejar o
sabor de uma falsa liderança, e de um poder nocivo.
Esta é uma das razões pelas quais esvaziam-se as Lojas. e também uma das razões pelas quais muitos honrados
Irmãos se afastam da Ordem.
Se não bastasse o exposto acima ainda para atravancar cada vez mais os principais objetivos da Maçonaria, surgiram
os enfadonhos e nada fraternos “ Tratados de Mutuo Reconhecimento ”, onde uma Obediência/Potência geralmente
menor, se dobra às imposições feitas pela maior. Quando a termos internacionais, o estrago ainda é muito maior, pois
implica em ingerência nos interesses da Nação da Obediência / Potência menor.
Claro exemplo do que afirmamos, são as Obediências/Potências do Brasil, atreladas a interesses da Maçonaria da
Inglaterra e dos E.U. A.
Por força de tais tratados, brasileiros mal informados, desconhecem brasileiros como IIr∴ Maçons, para reconhecerem
estrangeiros que nada têm em comum com os mais altos interesses da nossa Pátria.
Hoje, se bem que ainda bem fraca, existe uma conscientização sobre tais assuntos, entre alguns acadêmicos de
poucas academias maçônicas integradas por maçons das diversas Obediências/Potências, porque também uma grande
parte das academias maçônicas, erroneamente, são compostas apenas por maçons de uma determinada
Obediência/Potência – Segregação pura, irracional, ilógica e não compatível com a primordial condição para ser um
acadêmico: Ser de fato livre-pensador; de ser fato e de direito um verdadeiro maçom que, como construtor social que é,
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tem o direito de considerar todos os demais maçons espalhados pela superfície da terra, independentemente de
Landmarks, Tratados e outras pieguices próprias dos que possuem inferior cultura, como seus verdadeiros IIr∴.
AGRIPPA

(Agrippa era místico por natureza, preferia Platão a Aristóteles e estudava os filósofos neoplatônicos – Plotino, Jâmblico,
Porfírio e Próclus)
Ir.: Mário Name

O Século XVI foi considerado o "Século Hermético". Os dois grandes ocultistas daquele século, Cornélio Agrippa e
Paracelso não eram "Iniciados" no sentido esotérico da palavra, ambos foram eruditos errantes, mais do que filósofos. Dos dois,
Paracelso é a maior inteligência.
Agrippa, cujo verdadeiro nome seria Henry Cornelis, ou Henrique Cornélio, nasceu em Colônia (Alemanha), em 1486, foi
um célebre médico, mago e alquimista e que, por seu grande talento e inteligência, mereceu a alcunha de Trimegisto do seu
tempo, como Hermes Trimegisto dos gregos (de quem falamos anteriormente), enaltecido pelos seus colegas alquimistas e
ocultistas em geral como o senhor dos segredos do universo.
Segundo Henry Morley, um dos seus primeiros biógrafos, Agrippa teria vindo de uma família nobre de nome Von
Nettesheim, sobrenome do fundador da cidade de Colônia e este seria, também, o nome de uma aldeia perto desta cidade. De
qualquer maneira, sabe-se que seus pais tinham recursos suficientes para ele estudar na recém-criada Universidade de Colônia.
Agrippa era místico por natureza, preferia Platão a Aristóteles e estudava os filósofos neoplatônicos – Plotino, Jâmblico,
Porfírio e Próclus. Tinha algo em comum com este último, pois Próclus fora um jovem grego rico e de boa aparência que
pretendia tornar-se advogado. Entretanto, dedicou toda sua vida ao estudo da filosofia – foi o último grande seguidor de Platão.
Próclus afirmava que, numa espécie de loucura divina, a consciência de um indivíduo pode saltar direto para o Uno no coração
de todas as coisas, formando um só bloco. Agrippa se deixou influenciar profundamente por essas idéias que, aliás, encontrou o
mesmo sentido na Kabalah, cuja maior parte, o Zoar (Livro da Criação), elaborado e redigido pelo judeu espanhol Moises de
Leon, por volta de 1280 da nossa era. Tanto Próclus como a Kabalah, falam de uma série de "emanações" que se originam na
divindade suprema, e de um caminho complexo que o candidato à Iniciação tem de seguir para se aproximar da divindade.
Agrippa se entusiasmou bastante com toda essa teoria mas não tinha tendências para a filosofia e para o espiritualismo.
Na verdade, ele era apenas um renascentista dinâmico, aventureiro e profundamente curioso. Tinha dentro de si o desejo da
revelação mística mas não possuía propensão esotérica.
Sua vida é basicamente trágica. Viveu um período de muita turbulência e agitação, quando na verdade precisava apenas
de paz e tranqüilidade.
Agrippa ainda não tinha vinte anos de idade quando já causava impressão em Colônia. Era um poliglota e tinha uma
cultura invejável. Lia tudo, sobre todos os temas.
A tipografia havia sido inventada pouco antes do seu nascimento. Foi escolhido secretário da corte do rei de Roma e
Germânia, Maximiliano I e parecia iniciar uma brilhante carreira. Mas a corte da sagrada Roma não seria o lugar ideal para um
erudito como ele; Maximiliano usou-o como espião em Paris quando ele tinha apenas vinte anos de idade.
Na Universidade de Paris estabeleceu contato com alguns ocultistas e filósofos, pessoas com quem tinha alguma
afinidade. Agrippa estava, na verdade, fascinado com a Kabalah, não apenas com os aspectos místicos, mas com as doutrinas
"mágicas", especialmente a ciência dos números, conhecida como gematria. A gematria, segundo os melhores dicionaristas, é
um sistema criptográfico (do grego: kryptós – escondido, oculto, secreto) que consiste em atribuir valores numéricos às letras.
No hebraico, todas as letras têm valor numérico. As letras de uma palavra são somadas e qualquer outra palavra que
apresentasse uma soma igual era logo associada à primeira. Assim, se um praticante da gematria desejasse saber se uma
determinada moça lhe daria uma boa esposa, bastaria somar as letras do seu nome: se o total fosse igual ao da palavra
"prostituta" ou "perdulária", pior para ela.
Até Lutero e seus inimigos gastaram muito tempo transformando os nomes dos adversários em epitetos carregados de
insultos, com a ajuda da gematria.
De qualquer maneira, a exposição que fez na Universidade de Dole sobre os segredos da gematria resultou para Agrippa
muitos admiradores, uma graduação como Doutor em Divindades e uma boa remuneração como professor. Ele acabou por se
apaixonar pelo esoterismo e desenvolveu seu trabalho sob a proteção de Margareth de Ghent, filha de Maximiliano; chegou,
inclusive, a escrever um ensaio intitulado A Magnanimidade das Mulheres, para lisonjeá-la.
Mas o interesse pela Kabalah lhe arranjou também inimigos dentre os monges retrógrados da época, quando um frade
franciscano o denunciou do púlpito num dia em que Margareth se encontrava na igreja entre os fiéis. Mais uma vez, esgotou-se a
sorte de Agrippa e ele voltou para a Inglaterra.
Nessa época, ele já havia escrito sua mais importante obra On Occult Philosophy, obra publicada em 3 volumes, embora
ainda tivesse que esperar quase vinte anos para publicá-la. Para um homem de apenas 24 anos, foi um trabalho notável. Logo
no início ele afirma claramente que a magia nada tem a ver com a feitiçaria ou com o diabo, mas com vários dons ocultos como
profecia, intuição e outros.
Um dos capítulos (63º), já falava da medicina psicossomática que conhecemos hoje, dizia ele:

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A fantasia, ou poder de imaginação, tem o poder de governar as paixões da alma, quando estas estão relacionadas com
apreensões sensuais.
Ou seja, "quando minhas paixões se encontram estreitamente ligadas a coisas materiais, ao invés de idéias, a imaginação
começa a desempenhar função importante em meus sentimentos. Uma leve depressão faz o ânimo cair vertiginosamente e
torno-me vítima de um vai e vem de emoções".
É extraordinário que isso tenha sido escrito em 1510, pois esta frase não só reconhece que os seres humanos são vítimas
de auto-sugestão como, também, que essa situação afeta diretamente o corpo. Sempre está presente na literatura do
hermetismo a idéia de que o corpo do homem depende mais de sua vontade do que ele consegue imaginar.
Agrippa assinala ainda que os amantes podem viver uma união tão forte que um chega a sentir a doença do outro. As
pessoas podem morrer de tristeza quando não tiverem controle sobre sua própria vontade. Estas teorias correspondem à
moderna concepção de que a depressão nervosa pode levar também à depressão do sistema imunológico que, por sua vez,
provoca vários tipos de doenças, dentre as quais o câncer, doenças auto-imunes etc.
As doutrinas de Agrippa são comparáveis à afirmativa de Paracelso, sete anos mais novo do que ele, para quem:
É possível que meu espírito (...), através apenas de uma vontade ardente, e desprovido de uma espada, seja capaz de ferir
ou matar outras pessoas.
Essas concepções também encontram respaldo na moderna parapsicologia através das hiperestesias diretas e indiretas do
pensamento. As palavras sobre gematria e correspondências, podem parecer absurdas ou não, mas estamos nos referindo aqui
a homens que foram magos (dotados), por serem considerados xamãs, que eram possuidores de poderes sobrenaturais. Xamã
é a religião de certos povos da Ásia baseada na crença de que os espíritos maus ou bons, são dirigidos por essa classe
sacerdotal.
O grande legado de Agrippa à Maçonaria foi, sem dúvida, a Estrela Flamejante ou Flamígera, que, na Alquimia, era o
símbolo intermediário entre a Pequena e a Grande Obra (transformação dos metais em prata e ouro).Esta Estrela foi introduzida
na Maçonaria somente em 1736, através no Barão de Tschoudy, na França.
Na verdade, são abundantes as histórias sobre os poderes mágicos de Agrippa e Paracelso. Embora a moderna
Parapsicologia explique uma série de fenômenos antes considerados ocultos, todas essas histórias aconteceram em um período
longínquo e a maioria delas sempre vinha acompanhada de uma conotação fantástica.
Todas as histórias de Agrippa que chegaram até os dias atuais, são de cunho sensacionalista. Numa delas, conta-se que
ele pagava estalajadeiros (pessoa que cuidava das estalagens) com moedas de ouro aparentemente verdadeiras, mas que
depois se transformavam em conchas. Noutra diz-se que ele possuía um cão negro doméstico e que, um dia, receando estar por
demais preso às garras do Diabo, ordenou que o animal o deixasse, e o cão saiu correndo e foi afogar-se num rio próximo.
Uma das histórias mais conhecidas e enigmáticas, Agrippa saiu um dia e deixou a chave de sua sala de trabalho com a
esposa. Um estudante que se hospedava com eles implorou à mulher até que ela cedeu e entregou-lhe a chave. O rapaz entrou
na sala e viu sobre a mesa o livro de fórmulas mágicas. Pôs-se então a ler e, pouco depois, apareceu um demônio e perguntou
por que fora invocado. Assustadíssimo, o moço começou a gaguejar, e o demônio apertou-lhe a garganta até estrangulá-lo. Ao
voltar para casa, Agrippa viu que seria acusado de assassinato, de modo que fez aparecer de novo o demônio e ordenou-lhe que
devolvesse a vida ao rapaz, pelo menos por um curto período de tempo. O estudante, novamente vivo e com boa saúde,
caminhou para cima e para baixo no mercado várias vezes e, de repente, sofreu um colapso e morreu de ataque cardíaco.
Todavia, realizando um exame mais apurado, revelou-se que o moço fora mesmo estrangulado e Agrippa teve de fugir da
cidade.
Essas histórias fantásticas fazem parte da vida de Agrippa, embora esta última reflita com exatidão o azar que o perseguiu
a vida toda. Enviuvou duas vezes, e a terceira mulher significou para ele um desastre, deixando-o emocionalmente abalado e
com as finanças arruinadas.
Visceralmente anticlerical, Agrippa sofreu muito com a ignorância dos monges. Seus conflitos com o clero o expulsaram de
muitas cidades onde poderia ter esperanças de se fixar e levar uma vida pacífica.
Em épocas diferentes, ensinou teologia em Colônia, Ocultismo em Pavia e se tornou advogado público em Metz, onde, ao
defender uma camponesa acusada de feitiçaria, levou-o a um confronto com o inquisidor e ele teve novamente de sair da cidade.
Finalmente, ao se sentir perseguido em todos os lugares onde fixava residência, planejou uma vida doméstica tranqüila e
de estudos. Era um verdadeiro místico, e, a certa altura, começou a sentir que magia era perda de tempo e que só valia a pena
estudar teologia.
Em 1530 publicou, na Antuérpia, seu livro On the Vanity of Sciences and Arts (Sobre as Vaidades das Ciências e das
Artes), livro estranho e niilista, cuja tese principal é a de que o conhecimento só traz ao homem a desilusão e o reconhecimento
do pouco que sabe. Na verdade, a única coisa que deu certo para ele foi o estudo da teologia e das Sagradas Escrituras. No fim
da vida ele se tornou um infeliz, a vida lhe tinha pregado muitas peças e duros golpes. Sua segunda mulher morrera de peste
bubônica na Antuérpia. O livro sobre a inutilidade da ciência ofendeu seu protetor, Carlos V, que o havia nomeado como cronista
da história e o nosso homem foi preso como herege.
A publicação de Ocult Philisophy (Filosofia Oculta) só fez piorar a situação, pois parecia um total retrocesso em relação a
tudo que ele afirmara no livro publicado anteriormente, de maneira que, agora, era tido como uma pessoa incoerente.
De volta a Colônia, conflitou-se com a Inquisição; foi à França, acabou por fazer uns comentários ásperos sobre a falecida
rainha-mãe e novamente foi encarcerado.

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Morreu em Grenoble, em 1535, antes de completar 50 anos de idade, exaurido, derrotado e odiado pela metade dos
monges europeus.
Foi um triste fim para o discípulo de Plotino e Próclus, cujo maior desejo fora o de uma vida de meditação e filosofia, mas
cujo temperamento ousado e impaciente acabou por fazer dele um judeu errante.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O RITO MODERNO OU FRANCÊS
Ir.: Antônio Onias Neto (*)

Muito se critica e pouco se conhece a respeito do Rito Moderno ou Francês.


Uma das mais infantis acusações (?) ou afirmativas gratuitas que se faz sobre o Rito é ser ele ATEU.
É lamentável que Maçons, que deveriam conhecer um pouco de filosofia e teoria do conhecimento, façam confusão
entre ateísmo e agnosticismo.
O Rito Moderno, por saber que a atitude filosófica da Maçonaria é a pesquisa constante da Verdade, e por outro lado,
ao ver que a Verdade, para que seja considerada em todo o seu sentido, deve ser absoluta e infinita, abraça a corrente de
pensamento que reconhece a impossibilidade do conhecimento racional do Absoluto pelo homem em sua finitude e
relatividade, ou seja, o AGNOSTICISMO.. Afirmando assim uma posição de humildade perante o Absoluto. O que deveria
ser característica de todo Maçom.
Acrescente-se mais que o Gnosticismo, como teoria da possibilidade do conhecimento (não confundir com os
chamados “Gnósticos” do início da Era Cristã), afirma que é possível conhecer o Absoluto.
Ora, o Ateísmo, ao afirmar categoricamente a inexistência de Deus, pertence à corrente gnóstica, posto que, nessa
assertiva, mostra ser possível conhecer o Absoluto ao afirmar sua inexistência, donde podemos concluir que o ateu jamais
será agnóstico e o agnóstico não pode ser ateu, pois suas teorias da possibilidade do conhecimento se chocam frontalmente.
Por outro lado, há religiões, como o Budismo, que, em sua origem, toma uma posição agnóstica, não se preocupando
em explicar o Absoluto, reconhecendo a impossibilidade de defini-lo.
Desta forma, o Rito Moderno acolhe em seu seio, sem nenhum constrangimento, Irmãos das mais diversas profissões
religiosas e filosóficas, posto que, mesmo sendo ele agnóstico, não impõe aos seus membros o agnosticismo, mas exige
deles uma posição relativa quanto à possibilidade de que outros Irmãos, que abraçam outra filosofia, estejam certos. Ora,
quem é dono da Verdade não tem necessidade de pesquisá-la ou procurá-la.
Outra afirmativa que se faz sobre o Rito Moderno é a sua anti-religiosidade, o que não passa de outra confusão, que
os dicionários, se consultados, ajudariam a esclarecer.
O prefixo “anti” quer dizer “contra”. O que melhor caberia para o Rito é o prefixo “a”, que significa “inexistência”,
“privação”; e é empregado no sentido de eqüidistância entre o “a favor” e o “contra”.A Maçonaria é eqüidistante das
religiões, não é uma seita religiosa, e os Irmãos que assim a tornam são, evidentemente, ou aqueles que procuram
desvirtuá-la, ou aqueles que insatisfeitos com suas religiões procuram na Maçonaria uma nova religião ou a compensação
para as suas frustrações místicas.
E, é baseado na eqüidistância perante as religiões que o Rito Moderno não adota a obrigatoriedade da existência da
Bíblia no Triângulo dos Compromissos (Altar dos Juramentos para os outros ritos).
Os defensores da colocação da Bíblia alegam que deve haver um “livro da lei revelada”. Ora, a Bíblia só passou a ser
adotada em algumas Lojas a partir de 1740; antes disso Anderson e os demais maçons aceitavam a obrigação do “Livro da
Lei”, Lei Maçônica, Lei Moral. Acrescente-se, ainda, que existem religiões, tais como a Umbanda, o Candomblé, a
Pajelança, e outras, com diversos adeptos entre nós, que não possuem um livro da lei revelada, cuja tradição é oral.
Perguntamos, que livro religioso se colocaria na presença de tais Irmãos?
Vemos constantemente Irmãos Judeus e Muçulmanos, quando Iniciados e em suas Elevações e Exaltações,
compelidos a jurarem sobre a Bíblia Cristã, em tradução Católica ou Protestante, numa autêntica violação de suas
consciências e dos princípios maçônicos, ou... numa prova de que tais juramentos são falsos.
Nosso “Livro da Lei” são os princípios da Sublime Ordem, quando muito as Constituições das Obediências às quais
pertença as Lojas, onde constam tais princípios, ou ainda, as Constituições de Anderson, em sua redação original, que deu
origem à institucionalização da Moderna Maçonaria.
Aproveitamos para transcrever o artigo primeiro da Constituição de Anderson, que é bastante claro a respeito do assunto:
• “Um Maçom é obrigado, por sua Condição, a obedecer a Lei Moral; e se compreende bem a Arte,
não será jamais um Ateu estúpido, nem um Libertino irreligioso. Mas se bem que nos Tempos Antigos,
os Maçons fossem obrigados em cada País a ser da Religião, qualquer que fosse, desse País ou dessa
Nação, contudo é considerado mais conveniente de somente os sujeitar àquela Religião sobre a qual
todos os homens estão de acordo, deixando a cada um suas próprias opiniões; isto é, serem homens de
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bem e leais, ou homens de honra e probidade, quaisquer que sejam as denominações ou confissões
que os possam distinguir; pelo que a Maçonaria se torna Centro de União, e meio de firmar uma
Amizade sincera entre as pessoas quer teriam ficado perpetuamente distanciadas”.
No entanto, nos trabalhos em Loja se admite a existência de um Livro da Lei Sagrada, em cumprimento ao Tratado
de Amizade e Reconhecimento existente entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Unida da Inglaterra.
Após a leitura deste texto, muito pouco se poderá acrescentar a respeito, além de que há religiões que não permitem
ao homem se ajoelhar perante seu semelhante, como exigem alguns ritos, o que não é permitido no Rito Moderno.
Mais uma vez o Rito prova, com sua atitude, ser eqüidistante e respeitar a religião de todos os Irmãos.
Bom seria que os Irmãos, que se intitulam religiosos, estudassem um pouco a história e o conteúdo de outras
religiões além das nossas, saindo de uma posição sectária, proibida pela Ordem.
Outra “terrível” acusação que se faz ao Rito é não invocar e tampouco adorar o “Grande Arquiteto do Universo”, tendo
inclusive evitado o uso do seu nome nos Rituais.
Ora, meus Irmãos, por mais boa vontade de que possamos estar imbuídos, jamais deixaremos de invocar as
entidades religiosas a que estamos ligados dentro de termos e Rituais próprios de nossa religião, e, estaremos, desta
forma, sempre ferindo e violando as crenças e as formas de adoração de outros Irmãos.
Deixemos as adorações e as invocações para fazê-las em nossas Igrejas, nossas Sinagogas, nossas Mesquitas,
nossos Templos religiosos, nossos Centros, nossos Terreiros, nossas Casas, e evitemos fazê-la em Loja, onde temos a
obrigação de não forçar qualquer Irmão a repetir fórmulas com as quais sua consciência não possa concordar.
Quanto ao não uso do nome do Grande Arquiteto do Universo nos Rituais, só começou a ocorrer a partir da
Convenção de 1877, por conclusão do relator da proposta de exclusão do seu uso nos Rituais do Grande Oriente de
França, e, é bom lembrar que este Irmão relator era um religioso, o Pastor Protestante Frederico Desmons.
Este foi o grande motivo para que a Grande Loja Unida da Inglaterra rompesse relações com o Grande Oriente de
França. No entanto, o Grande Oriente da Bélgica, desde 1872, vedara a invocação e a inclusão do termo Grande Arquiteto
do Universo nos seus Rituais, e nem por isso a Potência inglesa rompera relações com os belgas.
O principal fundamento para a exclusão do nome do Grande Arquiteto do Universo dos Rituais é ter os Irmãos, como
se pode observar, utilizado dia a dia o símbolo do Princípio Criador, da Energia Inteligente, do Ente Supremo, do mesmo
modo que se vulgarizou o termo Deus, particularizando-o, conforme sua religião e não como símbolo de todas as
concepções que se tenham do que é a Origem do Universo.
Antes de encerrar essas breves considerações gerais sobre o Rito Moderno ou Francês, não poderíamos esquecer o
problema dos “Landmarks”.
O que são “Landmarks”? O próprio nome o diz: são macas de terras, limites, lindeiros, e como tal devemos considerá-
los, jamais como dogmas.
Lembremo-nos: NA MAÇONARIA NÃO EXISTEM DOGMAS, EXISTEM PRINCÍPIOS.
No Brasil, existe uma verdadeira psicose pelos “Landmarks” de Mackey, e, no entanto, quando a Maçonaria veio para
a nossa Pátria, eles sequer existiam, tendo aparecido apenas em 1858.
Meus Irmãos fica a pergunta: quem deu poderes, que entidade inspirou ao nosso Irmão Mackey para firmar dogmas
dentro da Sublime Ordem? Particularmente um deles: o 25º, que não permite qualquer alteração, ferindo o princípio da
investigação constante da Verdade, da evolução, da pesquisa, de se afirmar progressista: nada pode mudar a partir dele, é
o dogma da imutabilidade, da não evolução, da infalibilidade Papal.
É evidente que o Rito Moderno, dentro desses termos, não poderia aceitar os “Landmarks” de nosso querido Irmão,
que pretendeu impedir um dos fundamentos da Maçonaria: A LIBERDADE.
Meus Irmãos, diversos são os “Landmarks” mais conhecidos, como os de Findel, de Lecerff, de Pound, de Macket, de
Grant, que chegam a 54, e muitos outros. Qual deles é o Profeta da Maçonaria que recebeu inspiração divina para que se
afirme ser a sua catalogação a correta?
Qual Congresso Maçônico mundial concluiu serem estes ou aqueles os “Landmarks” aceitos universalmente?
Deverão os “Landmarks”, mesmo que universais, estacionarem no tempo e no espaço?
Apenas como lembrança, devemos citar que muitos dos nossos Irmãos de outros Ritos e de outras Obediências
concordam plenamente conosco na tese que abraçamos sobre os “Landmarks”.
Conclamamos aos Irmãos de todos os Ritos e de todas as Obediências: devemos nos preocupar com aquilo que
nos une, e, relegar a segundo plano o que nos separa (*grifo do Editor). Lembremo-nos de Anderson.
Este é o fito primordial do Rito Moderno quando dá origem à instituição de um “Grande Oriente”: admitir a diversidade
dos Ritos, unindo, numa mesma Obediência, Irmãos das mais diversas posições filosóficas, num verdadeiro Universalismo,
pois este é o princípio fundamental da Sublime Ordem.
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LIBERDADE, IGUALDADE FRATERNIDADE!!!!!

Nota do Editor: texto extraído da Revista “EGRÉGORA”, de Agosto/outubro de 2004.


O TRABALHO MAÇÔNICO
Ir.: Valfredo Melo e Souza/ MI(*)

Hoje verifico com certa satisfação uma estatística que aponta cerca de duzentos trabalhos maçônicos nossos
(Traçados Arquitetônicos), publicados em cerca de cinqüenta Revistas, Jornais, Boletins e Informativos, na imprensa
profana e imprensa maçônica (das três Grandes Potências Simbólicas do Brasil) e dos diversos Corpos Litúrgicos.
Mas o que é Trabalho Maçônico? Lato Sensu, são os escritos e discursos conhecidos por Peças de Arquitetura.
Caracteriza-se desta forma pela educação e instrução do adepto a fim de que ele possa manifestar o seu desenvolvimento
intelectual e moral, revelado em progressos maçônicos. É o que se espera. O estreito contato com os Irmãos mais
instruídos, neste mister, é de vital importância.
Assim toda obra, exercício, ocupação e atividade do Maçom dedicado à Instituição, na Loja ou fora dela, é um
Trabalho Maçônico. Por isso, somos chamados de Obreiros. Obreiros da Arte Real. O Maçom deve ter sempre uma vida
laboriosa.
Temos a idéia que o trabalho foi imposto ao homem como punição pelo pecado da desobediência, quando ainda
habitava o Paraíso Terrestre, como se registra na História Sagrada. Na sanção aplicada pelo Supremo Criador dos
Mundos, o homem é alijado das doçuras do Éden e deverá obter o pão de cada dia (símbolo do alimento para o corpo) com
o suor de seu rosto.
Conformado com a decisão da Justiça Celeste, o homem procurou transformar o instrumento do castigo 0 trabalho –
em algo sublime e dignificante. Sem humilhação. Por isto é tão bom o trabalho.
Em Maçonaria, o trabalho é uma tônica que fundamenta a Sublime Ordem. Desde os seus primórdios.O trabalho
maçônico é, de fato, um dever ancestral.
Nascida das corporações operativas – as guildas – dedicadas à construção e restauração de templos católicos, de
palácios reais, edifícios públicos, a Ordem primava pelos sagrados princípios da lisura, da retidão de caráter e de esmero
ao trabalho. Paralelamente, cultivava o trabalho espiritual e o intelectual, que os mantinha unidos e fortes. Era assim a
Maçonaria Operativa na visão e no respeito ao mundo. Este é ainda o perfil do Maçom de hoje. Sem proselitismo. Com
patriotismo.
Evolui a humanidade numa velocidade impressionante, caracterizada por uma síntese entre tecnologia, comércio e
criatividade. Passou por várias crises e sofreu influências. Crise de adaptação tecnológica: o mundo virtual. Intelectuais, às
vezes amadores da Arte Real, estão ávidos por difundir os princípios da Maçonaria. Zumbis da Internet. Maçonaria
Cósmica. Globalização. Imperialismo. De onde vindes meu Irmão? Venho de um espaço virtual, onde convivo com bits e
bytes. É o Catecismo Cibernético.
Amplia-se neste aspecto, a Maçonaria Especulativa surgida em 1717, voltada também para a construção do templo
espiritual de seus seguidores, sem deixar de acompanhar e participar desse processo evolutivo.Todavia, o trabalho
maçônico é uma imposição de nossas próprias origens. A máxima “construir templos à virtude, cavar masmorras ao vício” é
ainda nosso apanágio. Um trabalho constante para o aprimoramento da humanidade. Some-se a isto, o trabalho externo,
material, traduzido na dedicação à Ordem, intermediado pelas Oficinas. É o exercício dedicado das funções administrativas
para as quais somos eleitos ou nomeados. É o trabalho em Loja durante as reuniões, com seriedade. O trabalho nas obras
de filantropia.
Este trabalho (esterno) é mostrado, também, no desempenho das funções profanas (fora do templo) onde devemos
ser modelos de conduta.
Assim, o trabalho maçônico não pode se restringir a fazer alguma coisa quando se está investido de algum cargo ou
para ser notado. Isto é vaidade, sem conteúdo formativo.
Desvencilhados dos defeitos e das paixões, estaremos aptos à restauração moral da Humanidade, trabalho
preponderante da Maçonaria. Ao trabalho!

15
(*) Pertence à Academia Maçônica de Letras do DF

A CRENÇA EM DEUS

Deus existe?
Ir.: Omar Cartes

Esta pergunta é uma das tantas incógnitas sobre as quais o homem tem-se debruçado ao longo da sua existência.
A historia nos ensina que não tem existido nenhum povo que não acreditasse na existência de um Ser Supremo,
criador de todo o que existe. Mas, por outro lado, sempre tem havido pessoas que, possuidoras de um espírito livre-
pensador ou liberal, ou por falta de interesse no tema, dizem não acreditar em Deus. Estas pessoas, denominadas de
ateus, têm apoiado seu descrédito em Deus no conhecimento cientifico argumentando que somente acreditam naquilo que
pode ser demonstrado cientificamente.
Justamente a ciência foi considerada, até um passado muito recente, como uma das mais fortes inimigas das crenças
religiosas que insistiam em manter os povos dentro da maior escuridão. Os grandes cientistas da humanidade, como
Newton, Laplace e Galileu, descobriram leis da física e da astronomia causando admiração dentre seus contemporâneos e
nestas leis descobertas por eles é dispensada a hipótese de Deus. A autoestima do homem chega a níveis insuportáveis
com a descoberta destas leis, somente que ele esquece que descobrir algo existente é diferente de criar algo que nunca
existiu; e isto é justamente a diferença entre Deus e o homem. A Igreja contra ataca condenando os cientistas que
ameaçam rebelar-se da sua tutoria absolutista, mas não consegue evitar o avanço do racionalismo empírico, alimentado
pela insaciável fome de saber. Longe estavam cientistas e religiosos de imaginar que seus caminhos tendiam a se
encontrar. Nos últimos anos o conhecimento cientifico avançou com longos passos liderado pelos surpreendentes
descobrimentos da mecânica quântica e da teoria da relatividade. Surge a nova física, das partículas elementares, a
astrofísica, a biologia molecular. Desenvolve-se a ciência espacial com suas viagens e satélites, entre os quais o IRAS
(Infrared Astronomic Satellite) que entre Janeiro e Novembro de 1983 inundou os computadores da NASA com dados
sobre a distribuição do calor no céu. Os cientistas começam a ficar fascinados ante a constatação da harmonia, equilíbrio e
beleza do Universo. Tudo parece ter sido montado para que, da profundeza abissal de um oceano de energia primordial, o
vácuo quântico, devessem surgir as partículas elementares, depois a matéria ordenada e, finalmente, a matéria complexa
que é a vida.
Desde quando existe o Universo? Como ele foi criado? Que existia antes da existência temporal do Universo? Nos
não sabemos e, provavelmente, nunca chegaremos a desenvolver um conhecimento que permita responder estas
perguntas.
Hoje em dia é admitido que faz uns 13 bilhões de anos houve uma expansão violenta, conhecida como Big Bang,
quando toda a massa do Universo, que estava concentrada num volume menor que um átomo, expandiu-se em poucos
segundos com uma velocidade inflacionaria, maior que a da luz até atingir a dimensão atual. Formaram-se a grandes
estrelas vermelhas, as galáxias, as estrelas , os planetas; combinou-se o hidrogênio com o oxigênio formando-se a água,
etc. etc. Inúmeros fatores foram acionados para convergir até a formação do ambiente no qual, futuramente, existiria a vida.
Já falamos da admiração dos cientistas frente a perfeição do Universo. Tudo está relacionado com tudo e da forma
mais exata. Por exemplo, a forma gravitacional que atrai todos os corpos e que não varia nem um milésimo por cento,
porque se assim fosse todo o sistema eclodiria. Se a interação nuclear forte, aquela que mantém a coesão dos núcleos
atômicos, fosse 1% maior, o hidrogênio não poderia existir e, sem hidrogênio, não teríamos água. E sem água não
teríamos vida. Se a força eletromotriz que confere coesão aos átomos e moléculas e permite as ligações químicas, fosse
aumentada, estaria descartada a possibilidade da cadeia ADN e, assim, a produção e reprodução da vida. (ADN, acido
desoxirribonucleico, que possuem as células e que por médio dele, características específicas são transmitidas de célula
mãe para célula filha). Tudo se articula, tudo se relaciona, cada elemento por diminuto que ele possa parecer, tem uma
função tão importante no sistema que, sem ele, tudo o processo eterno se interrompe.
O homem tem capacidade para construir obras gigantescas (para ele) de engenharia, máquinas e tantos outros
elementos que são necessários para a nossa vida quotidiana. Mas a capacidade do homem é uma capacidade limitada e
isto é tão verdadeiro que ele não consegue construir duas coisas exatamente iguais; isto, para ele, é tecnicamente
impossível. E tanto é assim, que o projetista de uma máquina aplica uma tolerância a todas as medidas, para mais ou para
menos, dentro das quais ela poderá ficar; por exemplo, uma dimensão de 28 mm com uma tolerância de +/- 0.13 mm,
significa que a peça, sendo construída, poderá ficar entre 27,87 mm e 28,13 mm e será considerada como uma peça boa.
Porque existe essa tolerância? Porque a tecnologia de hoje não consegue fazer um conjunto de peças que todas elas
tenham 28,00 mm. Você já imaginou esta mesma tolerância aplicada na constante universal de gravitação ou no
movimento dos astros? O homem, com a sua inteligência, tem descoberto algumas das leis que regem parte do Universo
mas nunca, evidentemente, chegou a criar ou modificar uma destas leis. O homem só investiga sistemas existentes e não
16
tem capacidade para criar a matéria, o átomo, a célula. E ainda bem que ele não tem essa capacidade porque se assim
fosse, ele já haveria acabado com a vida em nosso planeta e, provavelmente, também com o universo.
Stanley Miller, em 1953, demonstrou que a descarga elétrica, em determinadas condições, poderia formar moléculas
complexas análogas as formadas pelos seres vivos. São os aminoácidos, que podem formar proteínas-moléculas gigantes
que resultam da combinação de 100 a 3.000 moléculas de aminoácidos. Aminoácido é um ácido orgânico em que parte do
hidrogênio não ácido foi substituído por um ou mais radicais aminados (NH2); ou quaisquer acido assim constituído que se
obtém pela hidrólise de uma proteína; as proteínas são formadas de um número variável de aminoácidos. Esta combinação
é realizada pelos seres vivos através de um processo denominado síntese de proteínas. Esta experiência de Miller utilizava
vapor de água, metano, amônia. hidrogênio e descargas elétricas. Como poderiam, no inicio dos tempos, ter-se combinado
os aminoácidos sem ter estes elementos mencionados e, o mais importante, se não havia seres vivos para tal ?
Todos os seres vivos precisam de alimentos, portanto a primeira forma de vida, teria sido capaz de fabricá-los. Um
organismo que é capaz de produzir seu próprio alimento é chamado de antótrofo; todas as plantas clorofiladas e certas
bactérias são antótrofas. A maioria dos seres antótrofos usam a energia solar para formar alimentos e algumas bactérias
usam energia obtida em reações químicas.
Um organismo heterótrofo é incapaz de fabricar seu próprio alimento; precisa recorrer a uma fonte externa para obte-
lo. Todos os animais são heterótrofos, a maioria das bactérias e outros protistas, como o bolor e o cogumelo, também são.
Protista é um pequeníssimo ser de características de vida; ainda que não bem diferenciadas, parecem comuns aos animais
e as plantas (Haeckel, biólogo). Esta hipótese supõe que a forma mais primitiva de vida desenvolveu-se de substâncias
inanimadas e que isto ocorreu há bilhões de anos. A duvida que surge é de onde os heterótrofos conseguiam alimentos se
não havia autótrofos para produzi-los. Este e outros problemas tem sido estudados por cientistas, obtendo-se alguns
resultados parciais, mais permanecendo muitas dúvidas e, especialmente, a criação do primeiro elemento, quando ainda
nada existia.
Os mais reticentes em aceitar a presença divina no inicio da criação, argumentam que a vida veio a existir por acaso
inicialmente, e pelo processo de evolução depois. Na idéia deles, nunca existiu um Criador, um Deus. Espontaneamente
elementares componentes químicos viriam a combinar-se nas quantidades certas, sob a correta pressão, temperatura e
tempo. E estes acontecimentos casuais repetiram-se milhões de vezes. Mas, de onde viriam ou quem haveria criado esses
primeiros componentes químicos elementares e as condições de pressão, temperatura e tempo?.
Mas vamos a desconsiderar estas dúvidas e continuar com a análise de estes eventos acontecerem pelo acaso. Se
eu deixar cair no chão uma caneta tipo Bic, ela irá ficar em diferentes posições que eu poderei identificar conforme os graus
de um ângulo de 360 graus. Depois de milhares de vezes, a caneta terá ficado em cada um dos 360 graus pelo menos uma
vez; de uma coisa podemos ter certeza: a caneta nunca vai ficar em pé, equilibrada na sua ponta. Para chegar a esta
conclusão estamos usando a Teoria de Probabilidades e a sua irmã gêmea a Estatística. A Teoria de Probabilidades data
do início do século 17, mas foi sistematizada somente entre os anos 20 e 30 deste século. A elaboração da Teoria de
Probabilidades tornou precisos os conceitos de probabilidades dando-lhes sólida fundamentação matemática, e seu estudo
forma parte do currículo de quase todas as disciplinas universitárias, assim como na pesquisa e em todas as áreas da
engenharia. Chama-se espaço amostral ou espaço das possibilidades do conjunto de todos os resultados possíveis de
ocorrer em um experimento sujeito as leis do acaso. Dentre deles teremos o próprio espaço amostral (evento certo de
ocorrer) e o conjunto vazio (evento impossível de ocorrer). Os expertos em Calculo de Probabilidades descartam como
impossível de acontecer tudo evento que tenha 1 em 10 elevado a 50 vezes de probabilidades de ocorrer. Isto significa que
se eu lançar a caneta 10 elevado a 50 vezes e ela não ficar em pé, não adianta quantas vezes mais eu lançar a caneta,
que esse evento não irá a acontecer.
Voltando a teoria que a vida teria sido formada pelo acaso, temos primeiro que formar uma molécula simples de
proteína. Só que os evolucionistas admitem que a probabilidade de os átomos e as moléculas apropriadas se combinarem
para formar uma única molécula simples é de 1 em 10 elevado a 113, isto é, um 1 seguido de 113 zeros. Mas, muito mais
do que uma simples molécula de proteína é necessária para a vida. São necessárias uma 2.000 diferentes proteínas
apenas para uma única célula manter a sua atividade e a sua possibilidade que todas elas ocorram ao esmo, por acaso,
espontaneamente, é 1 em 10 elevado a 40.000.
Conclusão: A ciência está cooperando com a religião no sentido de reforçar a crença em Deus. Louis Pasteur
escreveu: Pouca ciência afasta de Deus; muita, a Ele reconduz. Erraram as jerarquias da Igreja quando condenaram a
Galileu e queimaram a Servet. Mas, como eles poderiam prever que a ciência procura a mesma Verdade que eles? Se
tivessem tido essa clarividência, a humanidade estaria hoje num estágio bem mais avançado.

Bibliografia:
• O homem em busca de Deus. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
• A vida - Qual a sua origem. Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.
• Cálculo de Probabilidades Seymour Lipschultz. Editora McGraw Hill
• Enciclopédia Mirador

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• Comentários de Leonardo Boff e Luis Pinguelli Rosa do livro "Deus e a Ciência" de Jean Guitton, publicados no
Suplemento Cultura do Estado de São Paulo de 13 de Junho de 1992.

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HISTÓRIA PURA
A MULHER NA MAÇONARIA – O Caso da Hounourable Mrs. Aldworth
Ir.: Nicola Aslan (In memorian)

A Hon. Elisaberte St. Leger, filha do Visconde Lord Doneraile of Doneraile Court, do Condado de Cork, na Irlanda,
nasceu em 1693, casando-se em 1713 com Richard Aldworth Esq., de Newmarket Court, também no Condado de Cork. A
Iniciação, na qual recebeu os graus de Aprendiz e Companheiro da Maçonaria Irlandesa, realizou-se por volta de 1710,
quando ainda solteira.
Desse acontecimento existem, porém, várias versões, a mais autêntica das quais é, ao que parece, a de Cork,
publicada sob a autoridade da família, em 1811, e posteriormente republicada em Londres.
Por esta versão, o pai da “Lady Freemason”, Visconde de Doneraile, tinha o costume de abrir a Loja e realizar, em
companhia de seus filhos e de alguns amigos, as cerimônias comuns, em sua mansão de Doneraile Court. E foi durante
uma dessas reuniões que teve lugar a ocorrência em apreço.
A Loja reunia-se numa sala separada das outras, como era costume naqueles tempos primitivos da Maçonaria
Especulativa. Sem muito pensar, desejando saber o que se passava naquela sala trancada, a jovem dama resolveu
satisfazer a sua curiosidade. Armando-se de uma tesoura, como ela depois contou à mãe do informante, removeu um
pedaço de tijolo e colocou-se de maneira a ter uma completa visão de tudo o que ocorria no quarto vizinho. Desta forma,
presenciou os trabalhos da Loja, nos dois primeiros graus.
A um certo momento, notou que os Irmãos estavam prestes a se separarem, tomando consciência da dificuldade e
do perigo da situação em que sua curiosidade a colocara. Começou então a pensar de que maneira poderia retirar-se sem
levantar suspeitas, mas vendo a dificuldade tornou-se nervosa e agitada, e quase desmaiou. Recobrou-se, porém,
completamente, diante da necessidade de retirar-se o mais rapidamente possível. Mas quando ia fazê-lo, tropeçou, no
escuro, contra alguma coisa, cadeira ou móvel, derrubando-o.
No meio do silêncio, o barulho foi estrondoso. O Cobridor que estava no vestíbulo, ou no corredor onde se abriam as
portas da sala em que funcionava a Loja e do quarto onde se encontrava a Hon. Miss St. Leger, dando o alarme, abriu
violentamente a porta, e, com uma luz em uma das mãos e a espada desembainhada na outra, apareceu diante da
apavorada e desfalecida jovem.
Logo se juntaram ao Cobridor os outros membros da Loja presentes, e, felizmente, graças ao pronto aparecimento do
seu irmão, ou de seu pai, Lord Doneraile, segundo lhe foi assegurado, e a intervenção de outros membros mais serenos, a
sua vida não seria sacrificada pelo que era, então, considerado um crime.
O primeiro cuidado de Sua Senhoria, o Visconde, foi de reanimar a infeliz dama sem alarmar a casa, procurando ouvi-
la sobre o que tinha ocorrido. Porém, vários dos membros presentes ficaram furiosos com o seu procedimento indiscreto.
Deixando-a sob a guarda do Cobridor e de um dos membros da Loja, no quarto onde foi encontrada, os demais
reuniram-se para deliberar sobre o que se deveria fazer em tais circunstâncias. Por mais de duas horas a jovem dama teve
de ouvir a irritada discussão que se seguiu, e sua morte deliberadamente proposta e aprovada. No fim da discussão, o bom
senso da maioria conseguiu acalmar, de certo modo, os sentimentos de ira e irritação do resto dos membros. Depois de
grande debate e várias propostas, ficou decidido que lhe fosse dada a opção de submeter-se à prova maçônica do maior
dos graus que ela havia presenciado, o de Companheiro, e que se ela recusasse, os Irmãos da Loja deviam ser novamente
consultados.
Exausta e aterrorizada pela violência do debate, que ela não podia evitar de ouvir, em parte, através da parede, Miss
St. Leger aceitou com a alegria que se pode imaginar, e sem hesitação, o oferecimento que lhe era feito. Foi então iniciada
incontinenti.
Outras versões desse acontecimento apareceram, como era de se esperar. Uma delas, muito diferente, foi publicada
no Freemason’s Quarterly Review”, de 1839 (p. 322), e, pouco depois, também pelo Standard de Cork, de 29 de maio de
1839.
19
De acordo com esta nova versão, a Senhora Aldworth tinha muita curiosidade relativamente aos mistérios da
Maçonaria, e se determinou a descobri-los. Assim tornou-se amiga da proprietária de uma hospedaria de Cork, na qual
uma Loja costumava reunir-se, e com sua conivência escondeu-se na caixa de um relógio que estava colocado na sala da
Loja. Foi, porém, incapaz de agüentar a falta de conforto do seu esconderijo, e traiu-se por um grito. Descoberta pelos
membros da Loja, foi imediatamente iniciada.
Observou-se, de acordo com esta versão, que aquela senhora já estava casada, antes de ser iniciada.
Depois do seu casamento, a Senhora Aldworth parece ter mantido a sua ligação com a Ordem. Tem-se dela um
retrato representando-a com vestuário maçônico, e seu avental e jóias ainda existem. Também consta que ela foi
Venerável de sua Loja.
Em “La Franc-Maçonnerie”, Jean Palou escreve a seu respeito:
• “Em 1744, o Dr. Dassigny publicou em Dublin um “Inquérito sério e imparcial sobre a causa da
decadência atual da Maçonaria no Reino da Irlanda”, seguido dos “Regulamentos Gerais da Grande Loja
da Irlanda”. Entre os signatários desse documento, encontram-se três mulhdres e entre elas Lady
Elizabete Aldworth. Sabemos que esta mulher fazia parte da Grande Loja da Irlanda desde o dia 24 de
junho de 1741” (p.272).

N.E.: Texto extraído do Livro “A MAÇONARIA OPERATIVA”, de Nicola Aslan; Editora Aurora; Rio de Janeiro

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Viagem ao nosso interior
VIDA ORGÂNICA
D. Villela

No âmbito de nossa civilização ocidental, o século XIX caracterizou-se por vigoroso desenvolvimento
intelectual. Novos ramos da Ciência surgiram no seu decorrer enquanto outros, como a Física e a Química,
experimentaram notáveis avanços. Esta última, por exemplo, demonstrou a existência de algumas dezenas de
elementos simples – oxigênio, hidrogênio, carbono, cloro etc – que, combinando-se em proporções diversas, davam
origem a toda imensa variedade de corpos existentes na natureza, fossem eles minerais, vegetais ou animais.
Nesse mesmo período, enquanto se sucediam as descobertas científicas e se multiplicavam suas aplicações
na melhoria constante das condições de vida, as concepções religiosas exibiam lamentável estagnação, mantendo-se
ainda presas à interpretação literal dos textos bíblicos, apesar de sua feição simbólica e de terem sido elaborados
numa época em que não havia preocupação com a coerência e o rigor das narrativas.
Ciosos de sua autoridade sobre as consciências, os chefes religiosos encaravam com temor e desconfiança
o trabalho científico, considerando-o perigoso para a fé e chegando mesmo, em alguns casos, a hostilizar seus
autores, como ocorreu com Charles Darwin ao publicar, em 1859, sua teoria sobre a evolução, que contrariava a tese
da Criação em seis dias, constante da Bíblia. Baseando-se nos dados positivos da observação, Darwin mostrou que
os seres atuais descendem de espécies anteriores, algumas já extintas, através de modificações sucessivas, com
vistas à sua melhor adaptação ao ambiente, na luta pela sobrevivência.
A intolerância arrogante dos líderes religiosos, bem como a fragilidade de suas teses, deram margem a que
pessoas dotadas de senso crítico se afastassem da religião, pondo em dúvida as idéias de Deus e da vida espiritual,
ou mesmo negando-as completamente, tornando-se materialistas.
É interessante lembrar, a propósito, que em 1857, dois anos antes da obra de Darwin “O Livro dos Espíritos”
afirmava a realidade da evolução esclarecendo, contudo, que ela não se restringia à forma física, mas ocorria
igualmente com o princípio espiritual, presente em todas as expressões da vida material.
A Doutrina Espírita nunca receou o progresso da Ciência, que jamais desmentiu qualquer de seus princípios.
Por outro lado, ela é capaz de absorver quaisquer novas conquistas da inteligência, analisando o seu emprego à luz
da realidade espiritual. Temas como aborto ou eutanásia, clonagem e congelamento de embriões são abordados com
segurança pelo Espiritismo, que analisa igualmente suas implicações no campo moral.
Assim, quando o homem descobre os mecanismos genéticos pelos quais a semente pequenina se
transforma no carvalho gigantesco, e uma célula-ovo dá origem ao corpo humano com toda a sua complexidade, ou
demonstra que o movimento de nutação realizado pelo eixo terrestre tem um ciclo de 18 anos e 8 meses, ensina-nos
a Doutrina a ver aí progressiva revelação e o poder de Deus, cujo amor soberano tudo dispôs para que, por nossos
próprios esforços, mediante conquistas sucessivas nos campos do conhecimento e da virtude, caminhemos para a
meta comum, estabelecida desde o princípio por sua infinita bondade para todos os seus filhos: a felicidade.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1797

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BIOGRAFIA DO bimestre
VIGÁRIO BARTOLOMEU – O PADRE MAÇOM

Filho de maçom, sacerdote, político e maçom. Humanista. Bartolomeu da Rocha Fagundes, nasceu a 8 de
setembro de 1815, em Vila Flor, depois município de Canguaretama, na província do Rio Grande do Norte. Ainda na
adolescência, veio com os pais residir na cidade de Natal em virtude de transferência do Cartório gerido por seu pai,
tabelião Bartolomeu da Rocha Fagundes (o velho). Concluído o curso primário, o jovem Bartolomeu foi para Olinda,
Pernambuco, para estudar no grandioso seminário local.
Olinda era centro de elevada cultura humanística. Inegavelmente era fonte de cultura do nordeste. Para lá migraram
grandes nomes do cenário nacional.
O percurso entre Natal e Olinda, em “lombo de mula” levava cerca de uma semana, atravessando praias, areias,
dunas e demais óbices inerentes à região, com pernoites, às vezes, em precários acampamentos artesanalmente
montados. Viagem feita, pelo menos, duas vezes ao ano, pelo seminarista.
Correm os anos e em 1839 o jovem Bartolomeu recebe as ordens de presbítero pelas mãos do bispo diocesano de
Olinda e segue para a sua paróquia natal (Vila Flor), onde reza a sua primeira missa. Mas foi na Paróquia de Nossa
Senhora da Apresentação, em Natal, que exerceu seu magistério, onde a 20 de novembro de 1843 foi nomeado Vigário
Colado, após aprovação em concurso. Aí trabalhou, lutou e envelheceu, no ministério sagrado.
Na política, pertenceu ao Partido Liberal; exerceu o mandato de deputado provincial por quatro biênios. Como 6º
Vice-Presidente da Província do Rio Grande do Norte, assumiu, por pequeno período, o Governo.
Foi presidente, em 1856, da Comissão de Socorros, na epidemia da cólera morbus.
Militou no Jornal O Liberal do Norte (O Liberal) onde defendeu assuntos relativos à reforma eleitoral, à independência
do poder espiritual e do poder civil (Igreja e Estado). A oposição era veemente através do Partido Conservador.
Os movimentos políticos vinham sendo planejados e discutidos dentro das Lojas Maçônicas e estimulado pelos seus
membros. Olinda era um vulcão político. Uma caixa de ressonância do território nacional. Explode a chamada “Questão
Religiosa”, envolvendo, entre outros, o bispo de Olinda, D. Vital, jovem e impulsivo. O Vigário já era filiado à Maçonaria pela
Loja Conciliação, de Recife. Depois se filiou à Loja Natalense, após seu reerguimento (1845). Foi suspenso das ordens
sacras. Com a fusão, mais tarde, das Lojas “Sigilo Natalense” e “Fortaleza e União”, na Loja 21 de Março, o Vigário
Bartolomeu tornou-se Benemérito e foi Venerável Mestre em sucessivas eleições, até que, no último mandato (1877)
passou para o Oriente Eterno, em pleno exercício das funções. Morreu suspenso das “Ordens” religiosas mas com o
primeiro Malhete de sua Loja na mão.
Bartolomeu da Rocha Fagundes – o Vigário Bartolomeu – abrigou ao longo da vida duas importantes e paradoxais
comendas: a de Cavaleiro da Ordem de Cristo outorgada pelo Trono Imperial (influenciada pela Santa Sé) e a de Cavaleiro
Kadosch, conquistada ao atingir o Grau 30 da Maçonaria, o último dos Graus Filosóficos, através de uma iniciação.
Comendas originárias de Ordens completamente diferentes, porém com características comuns de merecimento: o
desprendimento do agraciado para se dedicar inteiramente à defesa dos indefesos – ainda que esses fossem reis ou
vagabundos; por profundo amor à Pátria. Amor à humanidade. Por imaculada honra e absoluta discrição; suprema lealdade
(até para os desleais). Combate sem tréguas aos usurpadores dos direitos mínimos do povo (os direitos fundamentais do
homem). Imenso amor à Liberdade.
Vigário Bartolomeu Fagundes! És honra e glória da nacionalidade brasileira.
Justas homenagens se prestam até hoje, Brasil afora. Em Brasília DF, em época tão conturbada nos meios
maçônicos, foi fundada em 02/11/1979, a Loja Vigário Bartolomeu Fagundes (nº 16) do Grande Oriente do Distrito Federal,
hoje sob nº 2312, Federada ao Grande Oriente do Brasil. A data da fundação é coincidente com a de seu óbito (02 de
novembro), para bem gravar nos corações de seus obreiros, a homenagem.

Fonte: Colaboração do Ir.: Valfredo Melo e Souza – MI (Academia Maçônica de Letras do DF)

22
O Nosso Planeta
CHINA ADMITE QUE 360 MILHÕES BEBEM ÁGUA POLUÍDA NO PAÍS

Autoridades em Pequim (China) afirmaram que 360 milhões de chineses na zona rural estão bebendo água
poluída. O governo admite também que mais de 70% dos rios e lagos do país estão contaminados. A notícia é mais um
sinal de que o governo do Partido Comunista enfrenta dificuldades para encontrar um equilíbrio entre o acelerado
desenvolvimento econômico e o impacto ambiental.
Os canais chineses estão desaparecendo. As águas dos rios se escurecem com dejetos industriais e esgoto sem
tratamento. O total de pessoas ameaçadas pela água que consomem representa um terço da população das áreas rurais.
Arsênico – o diário oficial “China Daily” afirma que 2 milhões de pessoas já contraíram doenças, entre elas
câncer, provocadas pela alta concentração de arsênico na água. A situação também é complicada nas cidades. Nelas, a
principal fonte de água são os lençóis subterrâneos.
Uma pesquisa recente, porém, mostrou que 95% das amostras analisadas estavam poluídas, algumas delas com
esgoto. Um funcionário da organização governamental responsável pela preservação ambiental disse abertamente que a
crise é resultado de políticas equivocadas e má administração pública.
As autoridades encarregadas de limpar a poluição resultante de décadas de crescimento econômico enfrentam
agora a oposição de indústrias poluidoras e governos locais. A atual liderança do Partido Comunista em Pequim já
enfatizou a necessidade de preservar o meio ambiente no país, mas os últimos dados sobre poluição da água revelam o
tamanho dos estragos até agora.

Fonte: AMBIENTEBRASIL, de 24/03/05

Laboratório Indústria e Comércio Ltda.

Análise de água, produtos


químicos de processos e para
tratamento de águas industriais
JAVS – Assessoria Contábil
Escritório Contábil
(Biocidas, dispersantes, anti-
incrustantes, inibidores de
corrosão, alcalinizantes,
floculantes, etc.) José Augusto Vieira dos Santos
TC – CRCRJ 28.476-2
Ildo Aranha de Souza
Diretor

Praça Porto Rocha, 37 - sala 109 – Centro – Cabo Frio - RJ Praça Tiradentes 115, São Bento, Cabo Frio, RJ CEP. 28.906-290
Cep: 28.905-250 - Tel/fax: (22) 2643.4878
(22) 2647.2931 Fax: (22) 2647.4285
e-mail: labolagos@uol.com.br
e-mail: javs@levendula.com.br

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

23
DEPOIMENTO
MAÇONARIA – IGREJA CATÓLICA

Ir.: Ítalo Aslan / M.: M.:

O VATICANO

Nesses últimos dias a imprensa deu grande destaque acerca da morte de um papa e da escolha de um outro que o
sucederia.
Roma, ou melhor, o “Stato della Città del Vaticano” se tornou o foco das atenções do mundo. Encravada na capital italiana,
esse Estado, o menor do mundo, com menos de 1000 habitantes e uma área de 0,44 km 2 , é a sede da Igreja Católica e
residência oficial do papa. Foi o que permaneceu dos antigos estados pontifícios, quando da unificação da Itália no século XIX.
Sua economia se mantém através de donativos, investimentos e turismo. Seu acervo em obras de arte é riquíssimo e seus
museus são visitados por milhares de turistas. Afrescos de Rafael e Miguel Ângelo, bem como de outros grandes artistas do
Renascimento, podem ser apreciados nesses museus e em suas capelas e igrejas.
A soberania da Santa Sé (órgão supremo da Igreja Católica) foi admitida pela Itália em 1929, com a assinatura do Tratado
de Latrão entre o ditador Benito Mussolini e o papa Pio XI. Por esse documento, o Vaticano foi indenizado pelas perdas
territoriais quando da unificação da Itália e o catolicismo passou a ser a religião oficial da Itália, permanecendo até 1978 como tal.

MAÇONARIA

Com relação à nossa Ordem, não tem sido dos mais tranqüilos o relacionamento com a Igreja Católica, como todos
sabemos sobejamente.
Com toda essa movimentação ocorrida para a escolha do novo papa, é natural que surgisse uma esperança nos corações
dos maçons, esperança de reaproximação, esperança de convívio e entendimento mútuo, expectativa de verem diminuídos,
quiçá desaparecidos, os impedimentos de católicos professantes entrarem para a Ordem, bem como para tranqüilidade de suas
esposas e filhos, freqüentadores da Igreja, e que, com certeza, já ouviram nas homilias dominicais as condenações à Maçonaria.
Essas condenações, que já se arrastam por mais de 260 anos, foram iniciadas oficialmente, também como todos sabemos,
em 1738 com a Constituição Apostólica “In Eminenti”, promulgada pelo papa Clemente XII, aos 86 anos de idade, cego e
semiparalítico, que sentenciava com a excomunhão todo aquele que “ousar ou presumir entrar, sob qualquer pretexto, debaixo
de qualquer cor, nas sociedades de franco-maçons, propagá-las, sustentá-las, recebê-las em suas casas,... ser nelas inscrito ou
agregado etc,etc”.
Foram centenas de documentos como esse, ao longo de 2 séculos e meio, que conturbaram o relacionamento entre as
duas instituições que têm, em comum, interesses espirituais altamente relevantes.
É natural, portanto, repetimos, que a mudança do responsável pelos destinos de uma organização que se pretende ser a
condutora e orientadora do entendimento espiritual de mais de 1 bilhão de seguidores, venha a se constituir também numa
mudança de posição.
Igreja Católica e Maçonaria sempre caminharam em sentidos e direções paralelos. Esta nasceu daquela. Mas, como
irmãos separados, continuam condenados, como as paralelas, a não se encontrarem, pelo menos até o momento.
Houve época em que as esperanças foram maiores!

O CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II

O papa João XXIII teve um pontificado relativamente curto, de 1958 a 1963. No entanto, surgiu com ele a idéia de um novo
Concílio Ecumênico, o denominado Concílio Ecumênico Vaticano II, iniciado em 1962 e concluído em 1965, já tendo como chefe
da Igreja o papa Paulo VI (1963 – 1978).
Esse Concílio caracterizou-se por uma grande renovação e modernização da Igreja perante os problemas do mundo
contemporâneo. Com ele renovou-se a Igreja porque exortava a tolerância para com as diversas religiões não-católicas e não-
cristãs; condenava qualquer tipo de discriminação, fosse ela racial, de casta, de cor ou religiosa; lamentava, com pesar, as
perseguições e genocídios do povo judeu, de tão recente lembrança; referia-se às outras grandes religiões, como o Hinduísmo, o
Budismo e o Islamismo, numa demonstração de boa vontade para com elas. Enfim, um conceito verdadeiramente ecumênico,
como bem define a palavra grega oikoumenikós , com o sentido “universal”, derivada de outra de mesma raiz, oikouméne ,
significando “terra habitada”.
Sobre a liberdade religiosa expõe textualmente o Concílio: “a) cada um tem o direito à liberdade religiosa; está
fundamentado na dignidade da pessoa humana o fato de cada um poder agir de acordo com os ditames da própria consciência,
livre de qualquer coação, especialmente no campo religioso, em particular e em público, como indivíduo ou em grupo; b) toda
comunidade religiosa tem o direito de livre exercício público da religião, conforme as suas normas etc., etc.”
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OS CÓDIGOS DE DIREITO CANÔNICO

Os ventos que sopravam eram favoráveis e traziam esperanças. Logo após a promulgação do Concílio Ecumênico
Vaticano II em 1965, foi criada uma comissão de Cardeais com o propósito de estudar e rever o Código de Direito Canônico
promulgado em 1917, no pontificado de Bento XV (1914-1922). Este Código de 1917 continha os famigerados cânones nºs 684,
2335 e outros tantos, “carinhosamente” dedicados aos maçons, que excomungavam-nos, condenavam livros, proibiam-nos de
receber eucaristia, impedia-se de contrair núpcias com maçons, privavam-nos de missa exequial, impediam-nos de ser padrinhos
de batizados e de confirmação etc., etc.
Grande expectativa se formou, portanto, ao longo dos anos de revisão do código. No mundo, atos de boa vontade de parte
a parte aconteciam. Maçons eram permitidos, pelos Bispos de vários países, freqüentarem as Igrejas Católicas; numerosos
católicos praticantes recebiam a Iniciação Maçônica; contactos entre autoridades católicas e maçônicas aconteciam em vários
lugares; prelados visitavam Lojas Maçônicas, faziam palestras e articulavam parcerias com os maçons no apoio a comunidades
carentes; Bispos intercediam em Congregações Gerais do Concílio, reclamando a necessidade de reaproximação.
Finalmente, em 1983, surge o novo Código de Direito Canônico. Foram ratificados alguns cânones do Código de 1917.
Alteraram-se, porém, outros. Agora se lia a referência a“católicos inscritos em associações que verdadeiramente conspiram
contra a Igreja”. Surgia, portanto, uma razoável diferença com relação às declarações anteriores do Santo Ofício que proibiam e
condenavam a participação de católicos em qualquer tipo de Maçonaria, sem distinção.
Ah! Que bom! Que alívio!
Quem, de sã consciência, dentro de uma Loja Maçônica, se “atreveria” a “maquinar” ou “conspirar” contra a Igreja Católica?
Não tardou muito, sentimos uma ducha de água fria esmorecer os nossos ânimos. Em 26/11/83, um dia antes do Novo
Código de Direito Canônico entrar em vigor, o Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Joseph
Ratzinger, faz publicar uma carta que, entre outras coisas, afirma: “Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a
respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja
e, por isso, permanece proibido a inscrição nela”. Continuando, desfere o golpe de misericórdia nas esperanças de católicos,
maçons e católicos-maçons, ou maçons-católicos, como queiram: “Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em
estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”
O Cardeal Joseph Ratzinger, o então Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, é agora Bento XVI, o novo
chefe de Estado desse pequeno e poderoso “Stato della Città del Vaticano”. Escolheu o nome de Bento, o mesmo do Sumo
Pontífice de 1917, na ocasião Bento XV, e deu continuidade à seqüência. Um mau presságio!
Em entrevista ao Jornal do Brasil de 24/4/2005, a vaticanista , o Amanda Portfield, da Florida State University, afirma: “Não
podemos dizer ao certo como Ratzinger vai ser ou agir. Seu cargo e sua pessoa religiosa mudaram. Agora que não é mais o
guardião da doutrina como antes, ele está mais livre para expressar humanidade e, quem sabe, chegar ao coração dos fiéis. Na
mesma reportagem do Jornal do Brasil, o teólogo James Wiseman, da Catholic University of América, diz: “Praticamente não
havia questões de doutrina das quais os dois (Ratzinger e Woytyla) discordassem. O que acontecia é que o alemão tinha o dever
de ser mais duro. Suas opiniões não vão mudar de repente. O que vai mudar é o tom em que ele as profere”
Enfim, restam-nos a Fé, a Esperança e a Caridade, as virtudes teologais com as quais o maçom tem contacto tão logo é
Iniciado e que se encontram devidamente representadas no Painel Simbólico da Loja de Aprendiz. Restam-nos, mais uma vez,
esperar.

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