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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 47–Março/Abril 2007
Ano VII

EDITORIAL ÍNDICE

O tempo é um excelente remédio para curarmos muitos dos males de nossa


Pág. 2 e 3
 Nos Arquivos de Nicola
alma, para superar infortúnios, calúnias e injúrias, superarmos a dor de amores desfeitos,
Aslan
amizades rompidas e – muitas vezes – até dificuldades financeiras. Sim, porquanto na
esteira da volatilidade de nossas vidas (e do tempo), saber esperar torna-se, quase sempre, Pág. 4 a 7
imperioso.
Mas como, nesta vida hodierna que nos empurra quotidianamente para uma enorme
 Curiosidades
competição (por trabalho, por uma boa alimentação, pelo direito de melhor educar nossos
filhos e netos, por segurança e até por espaço físico), superarmos nossa ignorância, nossos Pág. 8 e 9
rancores, insatisfações, nossas necessidades prementes de sobrevivência (física ou  Para Pensar
societária)? Como superarmos a quebra do estado de harmonia, acarretada pelos conflitos
diários? Pág. 10
Primeiramente, temos que ter consciência que, ao longo desta caminhada que
Para Pensar II
chamamos vida, os conflitos, divergências, atritos e desilusões com as pessoas que nos
cercam, é um processo absolutamente natural. Todos – em maior ou menor escala – Pág. 11
teremos que passar por isso. Então, tomarmos consciência desta realidade, sem nos  Gr. Dic.Enciclopédico de
fazermos de vítimas do “mundo cruel”, já é um bom começo. Maç. e Simbologia
Saber esperar o momento adequado para revertermos estes quadros que se nos (Nicola Aslan)
apresenta a vida, é primordial. Requer muito esforço e raciocínio inteligente. Esforço para  Biblioteca
conseguirmos controlar nossos impulsos irracionais, que aparecem imediatamente nos
momentos conflitantes e que querem forçar-nos a agir cegamente; e raciocínio inteligente Pág. 12
(sabedoria) para discernir quando uma dada situação não nos é momentaneamente
favorável e que seria imprudente e ineficaz tentar reações naquele momento, onde as partes
 Polindo a Pedra Bruta
 Pílulas Maçônicas
– na defesa de seus próprios interesses- tornam-se, na maioria das vezes, irascíveis.
É de fundamental importância, entretanto, a espera pelo momento adequado. A
tolerância, não pode ser confundida com passividade nem subserviência; mas sim como o Pág. 13 à 17
fortalecimento de novas energias e conceitos, para uma decisão positiva e construtiva.  História Pura
Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 18
 Viagem ao nosso interior
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001 Pág. 19
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:  Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Pág. 22 à 30
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade
de seus autores. • CADERNO DE
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e TRABALHOS – De
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08 Estudos e Pesquisas
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
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NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

O FOGO E AS LUZES NA LITURGIA MAÇÔNICA


(4ª PARTE)
(Regras Litúrgicas)
Nicola Aslan

Regras Litúrgicas

Os candelabros, que remontam à mais alta antiguidade, eram ordinariamente compostos de três partes: o pedestal, que
é geralmente em trípode, o fuste e o disco, que sustentava a lâmpada ou os braços destinados a receber diversas lâmpadas.
Os candelabros maçônicos podem ter, na base, um triângulo eqüilátero dentro do qual estarão o esquadro e o
compasso.
É um erro substituir as velas litúrgicas por lâmpadas elétricas. O simbolismo não permite substituições em matéria de
liturgia. A própria Igreja proscreve a iluminação moderna, não somente como substituto dos círios litúrgicos, mas ainda como
substituto do óleo de oliva na lâmpada mística.
Monsenhor Kieffer, citado por Jules Boucher, diz mesmo, em seu “Compêndio de Liturgia Sagrada”, que nem mesmo se
poderia colocar uma iluminação desse gênero a mais e ao lado dos círios colocados sobre os degraus do altar.
Por que esta exigência que, à primeira vista, parece descabida? O bispo C.W. Leadbeater explica-o perfeitamente em
sua obra “A Vida Oculta na Maçonaria”. Diz ele, e parece responder à nossa interrogação:
“Compreende-se muito pouco o significado do fogo nas cerimônias eclesiásticas e maçônicas. Uma vela acesa com
intento religioso equivale a uma oração, e atrai sempre do alto um fluxo de energia... As luzes elétricas, que algumas Lojas usam
em substituição das velas, não produzem o mesmo efeito, pois dão luz, mas não fogo e, portanto, o seu resultado é deficiente.
Contudo, a luz elétrica é admissível para a Estrela Flamígera e a Estrela da Iniciação, cujo simbolismo se contraem à luz”.
A Igreja é muito exigente a respeito do simbolismo das velas. Além de proibir a luz elétrica entre as velas
litúrgicas do altar, proíbe-a também para os círios que devem arder diante do tabernáculo ou diante das relíquias dos santos.
Dois círios, pelo menos, devem arder no altar durante a missa. Os círios litúrgicos devem ser feitos de cera de abelha: a vela de
estearina é proibida, exceto para os círios acessórios.
A Maçonaria, sem ser religião, transformou-se aos poucos numa religião laica, a ponto de ter sido chamada pelo
matemático Lagrange de uma “religião abortada” . É que ela possui dogmas, como a crença no G:. A:. D:. U:. e a imortalidade da
alma, doutrina, moral, ritual, culto etc., tudo o que as outras religiões possuem, menos o espírito de tolerância que a Maçonaria
prega. Por isso ela pode satisfazer plenamente a quem estiver à procura de uma religião. A Maçonaria, pois, introduziu na liturgia
todas as tradições da antiguidade, muitas das quais tirou da própria Igreja Católica, como o simbolismo da fogo, no que ele
representa de mais transcendente, através da lâmpada mística, do turíbulo e das três velas que, simbolicamente, iluminam o
Templo.
Mas, enquanto a Igreja continua ministrando as suas instruções litúrgicas, ao mesmo tempo que impõe o estudo
profundo das coisas que lhe dizem respeito, através dos seus seminários, os Maçons parecem ter esquecido a necessidade de
tais estudos. O resultado é muitas vezes presenciarmos coisas que vão até o grotesco.
Vimos como os antigos mantinham certas praxes para que o fogo pudesse permanecer sempre puro. As Lojas
maçônicas podem perfeitamente conservar esta tradição. As velas, por exemplo, não devem ser acesas com isqueiros, ou
fósforos de enxofre, ou quaisquer outras substâncias que produzam mau cheiro e fumaça com fuligem. O melhor seria acender
as três velas com uma vela intermediária e transmitir o “fogo” com o seu auxílio, para que a chama possa ser “pura”, assim como
o deve ser a vela.
A par das precauções que é preciso tomar para acender as velas, necessário se torna tomar outras quando se tratar de
apagá-las. Nunca se deve soprar a chama. Segundo Jules Boucher, ela deve ser amassada com o malhete, mas pode também
ser extinta com um apagador de velas.
2
Estas prescrições parecem estranhas, mas tem a sua razão de ser. Para os persas, nada havia de mais precioso que o
fogo e nada representava melhor a divindade. Até mesmo o fogo comum e ordinário era objeto de culto entre os guebros que, em
hipótese alguma, nele soprariam com a boca por medo de infectá-lo.
Quando a Maçonaria adotou o simbolismo e as práticas das religiões antigas em seus vários ritos – principalmente o
Rito Escocês Antigo e Aceito, o mais rico e o mais suntuoso de todos – tinha as suas razões. Acreditavam os seus pré-homens
que o cerimonial e a liturgia tinham por finalidade tornar a Loja e os Obreiros presentes, canais de energia continuamente
emanada do G:. A:. D:. U:.. As velas, pois, dentro de um Templo maçônico, não são um mero detalhe do Ritual. Para aqueles
que as instituíram, elas simbolizam o Fogo Sagrado, símbolo do Gr.. Arq:. Do Universo.
A liturgia maçônica, na origem muito simples, foi se complicando e, como já dissemos, foi calcando-se sobre a liturgia
católica.
A Maçonaria tem no seu cerimonial o costume de receber os altos dignitários com estrelas, isto é, com velas e também
espadas. Trata-se de um costume antiqüíssimo, existente entre os romanos, e adotado pela Igreja cristã primitiva.
Em sua obra “Origine du Culte Chrétien”, Monsenhor L. Duchesne afirma que, quando o Papa, acompanhado pelos
seus diáconos, se dirigia da sacristia para o altar, era precedido por sub-diáconos, um dos quais balançava o ostensório, e por
sete acólitos portando círios.
“Suspeito, acrescenta ele, em nota à página 163, que deve haver uma relação entre o costume de levar assim velas
diante do papa e do livro dos Evangelhos, em certos momentos, e as velas que figuravam entre as insígnias dos mais altos
dignitários do Império Romano, nas “Notitia dignitatum Imperii”.
O eminente liturgista católico não revela, porém, em que consistem as suas suspeitas. Não assim, todavia, o simbolista
Maçom Jules Boucher:
“Quando um visitante eminente, um dignitário, é introduzido no Templo, precede-o o Mestre de Cerimônias que porta
uma “Estrela”. Trata-se aí de uma tradição que é encontrada muito longe, na antiguidade. Não é para alumiar o visitante, que o
fazem preceder com uma tocha. É para representar a “luz” que ele representa.”
Obs: continua no próximo número.
(5ª e Última Parte): (Como Devem Ser Acesas as Velas nas Lojas)
N.R.: Artigo inédito. Para maiores esclarecimentos, ler explicações na edição de nº 39.

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CURIOSIDADES
INICIAÇÃO DO PRÍNCIPE RUSSO PIERRE BEZUKHOV
Ir.: Manoel José Maia Sobrinho(*)

No livro “Guerra e Paz”, escrito de 1863 a 1869, por Leon Nikolaievich Tolstoi (1828 a 1910), Edição do Círculo do Livro,
página 393 a 402, abrangendo o período da História Russa de 1.805 a 1.825, com ênfase para a época das Guerras
Napoleônicas, encontramos uma descrição sucinta de uma Iniciação, conforme trechos copiados a seguir. Considerando-se o
início da História da Maçonaria em 1717, este é um dos exemplos mais antigos de referência sobre a nossa Ordem, pois o livro
foi publicado em 1870, há mais de 133 anos e depois de 153 anos da publicação da Constituição de Anderson. Nele há uma
referência ao trecho do Livro da Lei, lido na abertura dos trabalhos em Loja: O Evangelho segundo João, Capítulo I, versículo 1.
Também há uma exigência: a crença em Deus. As palavras e expressões sublinhadas o foram por mim, para lembrar e comparar
os usos e costumes dos rituais atuais e antigos.

(Início do trecho copiado).... Atravessaram o portão da casa onde estava a loja maçônica, subiram por uma escada escura e
entraram num pequeno vestíbulo iluminado, onde retiraram as peliças, sem o auxílio dos empregados. Dali, passaram para outra
sala. Apareceu na porta um homem usando estranhas vestimentas. Wilarski foi ao seu encontro, disse-lhe em voz baixa algumas
palavras em francês e dirigiu-se depois para um pequeno armário onde Pierre viu trajes como antes nunca vira. Tomando um
lenço desse armário, Wilarski vendou-lhe os olhos, amarrando-o atrás, deixando algumas mechas de cabelo presas. Depois,
abraçou-o e tomando-o pela mão, conduziu-o. Os cabelos presos ao nó incomodavam Pierre que fazia caretas de dor e sorria
envergonhado. Com seu enorme corpo, de braços pendentes, rosto crispado e sorridente, ele seguia Wilarski com passos
inseguros e tímidos. Depois de uns dez passos, Wilarski parou.Aconteça o que acontecer – disse – o senhor deve suportar tudo
com coragem, se está firmemente decidido a entrar para nossa confraria. (Pierre sacudiu afirmativamente a cabeça). Quando
ouvir baterem à porta, retire a venda. Desejo-lhe coragem e felicidade. Apertou-lhe a mão e saiu. Ficando só, Pierre continuou a
sorrir. Uma ou duas vezes sacudiu os ombros, levou a mão aos olhos como se fosse retirar o lenço , mas tornou a baixá-la. Os
cinco minutos que passou de olhos vendados pareceram-lhe uma hora. Os braços estavam entorpecidos, as pernas se
dobravam, sentia-se cansado. Experimentava as mais complexas e variadas sensações. Sentia medo do que poderia acontecer-
lhe, mas ainda mais de demonstrar medo. Estava curioso para ver o que iriam fazer com ele e o que lhe seria revelado. Alegrava-
se sobretudo pela aproximação do momento em que tomaria o caminho da renovação e da virtude ativa com que sonhara desde
o seu encontro com Ossip Alexeievitch.Pancadas violentas soaram na porta. Pierre tirou a venda dos olhos e olhou em torno.
Através da profunda escuridão vislumbrou uma lamparina acesa e alguma coisa branca. Pierre aproximou-se e viu que ela
estava colocada sobre uma mesa negra, ao lado de um livro aberto. Esse livro era o Evangelho. O objeto branco no qual brilhava
a lamparina, era um crânio humano, com as órbitas vazias e com dentes. Depois de ler as palavras do Evangelho: “ No princípio
era o Verbo e o Verbo estava em Deus...”, Pierre fez a volta da mesa e viu uma grande caixa aberta, cheia com alguma coisa.Era
um esquife repleto de ossaturas. O que via não o surpreendeu. Esperando começar uma vida nova, inteiramente diferente da
antiga, preparava-se para coisas extraordinárias, mais extraordinárias ainda do que as que estava vendo. O crânio, o esquife, o
Evangelho, tudo isso esperava e ainda mais. Esforçava-se por despertar seu fervor e examinava tudo o que havia em redor.
“Deus, a morte, o amor, a fraternidade humana”, repetia-se, associando a estas palavras imagens confusas, porém,
reconfortantes. A porta abriu-se e alguém entrou.Um homem baixo apareceu na semi-obscuridade à qual Pierre já se habituara.
Passando da luz para a sombra, o homem parou. Depois, aproximou-se lentamente da mesa e sobre ela pousou suas pequenas
mãos, com luvas de couro.Esse homenzinho usava um avental de couro branco que lhe cobria o peito e uma parte das pernas.
No pescoço trazia uma espécie de colar de onde partiam folhos brancos que emolduravam seu rosto comprido e alumiado de
baixo.Por que veio aqui? – perguntou o recém-chegado, voltando-se para o lado onde Pierre fizera um leve ruído. – Não acredita
nas verdades da luz e não vê esta luz! Então, por que veio aqui? O que deseja de nós? Sabedoria? Virtude? Luz?Quando a
porta se abrira e o desconhecido apareceu, Pierre sentiu o mesmo temor e respeito que em criança diante do confessionário.
Estava só com um homem completamente estranho pela vida cotidiana e próximo pela fraternidade humana. Com o coração
batendo forte, quase sem respiração, Pierre aproximou-se do mestre-de-cerimônias (como é chamado na maçonaria o irmão que
prepara o postulante para entrar na confraria). Tendo se aproximado, reconheceu-o. Era Smolianinov. Foi desagradável para
Pierre reconhecer o recém-chegado, que não passava de um irmão e virtuoso guia. Demorou muito tempo sem conseguir
articular uma única palavra. O mestre-de-cerimônias teve de repetir a pergunta.
Sim... eu... eu... procuro a renovação – pronunciou com grande esforço.
Bem – disse Smolianinov continuando a falar com segurança e rapidez. Tem alguma idéia dos meios pelos quais nossa santa
ordem o ajudará a atingir a sua finalidade?
Eu... eu espero... ser guiado... auxiliado... para minha regeneração – disse Pierre com voz trêmula e com grande dificuldade de
expressão, causada por sua falta de hábito de exprimir em russo idéias abstratas.
Que idéia faz da maçonaria? Vejo na maçonaria a fraternidade e igualdade dos homens, com finalidades virtuosas – respondeu
Pierre envergonhado de estar empregando palavras tão pouco condizentes com a solenidade do momento. Vejo nela...Bem –
disse apressado Smolianinov, que parecia satisfeito com a resposta.
4
– Procurou na religião os meios de atingir seu objetivo?
– Não, eu a considerava errada e não a seguia – disse Pierre em voz tão baixa que o mestre-de- cerimônias foi obrigado
a pedir-lhe para repetir.
– – Eu era ateu – disse Pierre.
– Procurava a verdade para se conformar com as leis da vida, por conseguinte, procurava a virtude e a sabedoria, não é?
– tornou a perguntar o mestre-de-cerimônias, depois de um curto silêncio.
– Sim, sim – confirmou Pierre.O mestre-de-cerimônias tossiu, cruzou as mãos enluvadas sobre o peito e começou: Agora
devo revelar-lhe a finalidade essencial de nossa ordem. Se coincidir com a sua, o senhor terá imensas vantagens em
entrar nela. O objetivo principal, que é ao mesmo tempo a base da nossa ordem e que nenhuma força humana poderá
destruir, é a conservação e transmissão à posteridade de um segredo importante... que nos vem dos mais remotos
séculos, dos primeiros homens e do qual depende, talvez, o destino do gênero humano. Mas este segredo é de tal
natureza que só pode ser conhecido e aproveitado por aqueles que estiverem preparados por uma longa e
perseverante purificação de si próprio. Poucos são os homens que podem esperar serem logo iniciados. Por esta razão,
temos um segundo objetivo que consiste na preparação dos nossos adeptos, na medida do possível, para que
regenerem seus corações, purifiquem e esclareçam seus pensamentos por meios que nos foram transmitidos por
homens trabalharam na pesquisa desse segredo e que procuram tornar seus semelhantes aptos a recebê-los. Em
terceiro lugar, purificando e corrigindo nossos adeptos, esforçando-nos por corrigir toda a humanidade, oferecendo-lhes
exemplos de piedade e virtude. Empregamos assim todos nossos esforços em combater o mal que reina no mundo.
Reflita sobre isso, eu voltarei – disse afastando-se da sala.
– Combater o mal que reina no mundo... – repetiu Pierre e imaginou sua futura atividade neste domínio. Via-se na
presença de pessoas iguais a ele, quinze dias atrás e, mentalmente, fazia-lhes um discurso edificante. Imaginava
homens pervertidos e infelizes aos quais ajudaria com palavras e ações. Vítimas , que salvaria de seus opressores. Das
três finalidades enumeradas pelo mestre-de-cerimônias, esta – aperfeiçoamento do gênero humano – era a que mais
lhe agradava. O grave segredo, mencionado pelo mestre-de-cerimônias, não lhe parecia essencial, apesar de excitar
sua curiosidade. A Segunda finalidade: purificação e aperfeiçoamento de si mesmo, preocupava-o muito pouco, pois,
com alegria, sentia-se inteiramente corrigido dos antigos vícios e pronto a fazer o bem. Ao fim de meia hora, o mestre-
de-cerimônias voltou para lhe revelar as sete virtudes correspondentes aos sete degraus do Templo de Salomão, que
devem ser cultivadas por cada maçom. Essas virtudes eram: 1º - a discrição, o respeito pelo segredo da ordem; 2º -
obediência aos altos dignitários da ordem; 3º - pureza de costumes; 4º - amor à humanidade; 5º - coragem; 6º -
generosidade; 7º - amor à morte.
– Meditando sempre sobre a morte – disse-lhe o mestre-de-cerimônias – procure não mais ver nela uma implacável
inimiga, mas uma amiga que lhe liberta desta vida de misérias a alma fatigada com seus esforços virtuosos, levando-a
para um lugar de recompensa e repouso.
– “Deve ser assim”, pensou Pierre quando o mestre-de-cerimônias tornou a sair, deixando-o só com suas meditações.
“Deve ser assim, mas ainda sou tão fraco que amo minha vida, cujo sentido estou começando agora a perceber.” As
cinco outras virtudes que recordava contando-as nos dedos, Pierre sentiu-as dentro de si: coragem, generosidade,
pureza de costumes, amor à humanidade e, principalmente obediência. Não as considerava como virtudes, mas como
uma felicidade. (Sentia-se feliz em ver-se desembaraçado de seu livre arbítrio e em submeter-se à vontade daquele ou
daqueles que possuíam a verdade absoluta.) Esquecera-se da sétima virtude, não conseguia lembrar-se dela.
– Nesta terceira vez, o mestre-de-cerimônias ficou menos tempo ausente. Perguntou a Pierre se sua resolução
continuava firme e se estava decidido a submeter-se a todas as exigências que lhe fizessem.
– Estou pronto para tudo – respondeu Pierre.
– Ainda devo preveni-lo que nossa ordem não ensina sua doutrina apenas com palavras, mas por outros meios que
atuam sobre aquele que procura sabedoria e virtude, que são talvez mais inconvenientes do que a explicação verbal.
Este exemplo, pela decoração, que o senhor viu, deve ter esclarecido seu coração, se ele for sincero, melhor do que as
palavras. Quando continuar sua iniciação, verá um método de ensino análogo. Nossa ordem imita as sociedades
antigas que revelaram a doutrina por meio de hieroglifos. O hieroglifo – continuou – é a figuração de uma coisa que não
foi submetida aos sentidos e que possui qualidades análogas ao objeto que simboliza.
– Pierre sabia perfeitamente o que era um hieroglifo, mas não ousou dizê-lo. Escutava em silêncio, sentindo que as
provas iriam começar.Se está decidido, devo proceder à sua iniciação – disse o mestre-de-cerimônias aproximando-se
de Pierre. – Como prova de generosidade, devo pedir-lhe que me entregue todos os objetos de valor que traz consigo.
– Mas eu não trouxe nada – disse Pierre, supondo que lhe exigiam tudo o que possuía.O que traz consigo: relógio,
dinheiro, anéis...Pierre entregou, precipitadamente, a carteira, o relógio e demorou para conseguir tirar a aliança de seu
grande dedo. Quando isto foi feito, o mestre-de-cerimônias disse:
– Como prova de obediência, peço-lhe que se dispa.

5
Pierre retirou a casaca, o colete e o sapato esquerdo, obedecendo às indicações do mestre-de- cerimônias. Este abriu-lhe o peito
da camisa, do lado esquerdo, depois abaixando-se, puxou para cima a perna esquerda da calça. Pierre quis retirar o sapato
direito e arregaçar as calças, para poupar trabalho ao outro, mas o maçom disse que isto não era necessário e deu-lhe um
chinelo para que calçasse no esquerdo, embora, contra sua vontade, um sorriso infantil de constrangimento, dúvida e
zombaria de si próprio surgisse no rosto de Pierre. Conserva-se de pé na frente do maçom com os braços pendentes, as
pernas afastadas, esperando novas ordens.
- Como prova de sinceridade, peço-lhe que me revele sua principal fraqueza.
- Minha principal fraqueza! Mas eu tinha tantas – respondeu Pierre.
- Aquela que, mais que as outras, o afastava do caminho da virtude.
Pierre calou-se, indeciso.
“O vinho? A gula? A preguiça? A ociosidade? A cólera? O ódio? As mulheres?”, pensava examinando seus defeitos,
comparando-os sem saber qual era o mais forte.
- As mulheres – disse com voz fraca, quase imperceptível.
Depois dessa resposta, o maçom ficou muito tempo sem se mover, nem falar. Por fim aproximou-se de Pierre, tomou o lenço que
estava colocado sobre a mesa e vendou-lhe os olhos.
- Digo-lhe pela última vez: concentre toda a atenção em si mesmo. Submeta seus sentidos e procure a felicidade, não nas
paixões, mas em seu coração. A fonte da felicidade não está fora de nós, mas dentro de nós...
Pierre já começava a sentir em si esta fonte vivificante de felicidade que inundava sua alma de alegria e fervor.
Pouco tempo depois, vieram buscar Pierre no templo escuro. Desta vez já não era o mestre-de-cerimônias, mas seu padrinho
Wilanski, a quem ele reconheceu pela voz. Fez-lhe novas perguntas sobre a firmeza da sua decisão.
Pierre respondeu-lhe:
- Sim, sim, eu aceito – com um sorriso radioso de criança.
Com o largo peito descoberto, caminhando tímida e desajeitadamente com um pé descalço, Pierre seguia Wilarski, que apoiava
uma espada contra seu peito nu. Por entre corredores e dando inúmeras voltas, conduziram-no até a porta da loja. Wilarski
tossiu, responderam-lhe com pancadas de martelo e a porta abriu-se. Uma voz grossa perguntou a Pierre (com olhos ainda
vendados) quem era ele, onde e quando havia nascido, etc. Novamente reconduziram-no para fora, sem retirar-lhe a venda
dos olhos. Enquanto caminhava, falavam-lhe por meio de alegorias, nas dificuldades da sua viagem, na pureza da
amizade, no Eterno Arquiteto do Universo, na coragem com a qual devia afrontar as dores e os perigos. Durante o trajeto,
Pierre notou que às vezes o designava por aquele que procura, aquele que sofre, aquele que pede, dando pancadas
diferentes com o martelo e com as espadas. Como o dirigissem para um objeto, notou certa hesitação entre seus guias.
Percebia que os que o cercavam discutiam em voz baixa. Um deles insistia para que o fizessem passar sobre um tapete.
Em seguida, tomaram-lhe a mão direita, pousaram-na sobre alguma coisa, ordenaram-lhe que com a esquerda apoiasse
um compasso sobre seu seio esquerdo, repetindo o juramento de fidelidade às regras da ordem, que eram lidas por
alguém. Em seguida apagaram as velas, acenderam álcool (o que Pierre reconheceu pelo odor), dizendo-lhe que iria ver a
pequena luz. Retiraram-lhe a venda e, como num sonho, através da fraca claridade das chamas de álcool, Pierre viu várias
pessoas usando o mesmo avental que o mestre-de-cerimônias que, de pé, na sua frente, apontavam espadas contra seu
peito. Entre elas havia um homem com uma camisa ensangüentada. Vendo isso Pierre atirou-se contra as espadas,
desejando ser por elas trespassado. Mas as espadas se afastaram e tornaram a colocar-lhe a venda.
- Agora já viu a pequena luz – disse uma voz.
Tornaram a acender as velas, disseram-lhe que ia ver a grande luz, tornaram a retirar-lhe a venda, e mais de dez vozes
repetiram ao mesmo tempo: Sic transit gloria mundi.
Acalmando-se lentamente, Pierre examinou a sala onde se encontrava e as pessoas presentes. Em redor de uma grande mesa
coberta de negro, havia doze homens sentados, todos vestidos da mesma maneira, como os que vira antes. Reconheceu
alguns que encontrara em sociedade. O lugar do Presidente era ocupado por um jovem que ele não conhecia e que trazia
ao pescoço uma condecoração especial. À sua direita estava o abade italiano que Pierre encontrara dois anos antes em
casa de Ana Pavlovna. Havia ainda um alto dignitário e um preceptor suíço que trabalhara, há tempos, com os Kuraguin.
Todos conservavam-se num silêncio solene, ouvindo as palavras do presidente, que tinha um martelo nas mãos. Uma
estrela de fogo estava incrustada na parede. De um dos lados da mesa havia um pequeno tapete coberto de figuras
simbólicas. Do outro lado, uma espécie de altar, com um evangelho e um crânio. Em volta da mesa, havia sete grandes
candelabros, como nas igrejas. Dois irmãos conduziram Pierre ao altar. Dobrando-lhe os joelhos ordenaram-lhe que se
estendesse no chão, pois iria se prostar diante das portas do templo.
- Antes ele deve receber a colher de pedreiro – disse um deles em voz baixa.
- Mas não, por favor – respondeu um outro.

6
Sem obedecer, Pierre olhou para todos com olhos espantados de míope, sentindo-se, subitamente, assaltado pelas antigas
dúvidas. “Onde estou? O que é que estou fazendo? Será que estão zombando de mim? Não me lembrarei disto com
vergonha?” Mas estas dúvidas não demoraram muito. Olhou para as fisionomias sérias dos homens que o cercavam,
recordou-se de tudo por que já passara e compreendeu que era impossível voltar atrás. Horrorizou-se de ter duvidado,
procurou renovar seu antigo fervor e prosternou-se às portas do templo. Sentiu-se empolgado por um fervor ainda maior.
Ficou estirado algum tempo, depois convidaram-no a levantar-se, vestiram-lhe o mesmo avental de couro branco usado
pelos outros, puseram-lhe nas mãos uma colher de pedreiro, três pares de luvas e o grão-mestre dirigiu-lhe a palavra.
Disse-lhe que ele deveria esforçar-se em manter sempre a brancura desse avental que simbolizava a firmeza e a pureza.
Quanto à colher de pedreiro, ela deveria servir para purificar seu coração dos vícios e aplainar, com indulgência, o caminho
do coração do próximo. Disse que ele não deveria conhecer a significação do primeiro par de luvas de homem, mas que
deveria conservá-las. O segundo par deveria usar nas reuniões e, finalmente, quanto ao terceiro, que era um par de luvas
femininas, explicou:
- Caro irmão, estas luvas femininas também lhe pertencem. Ofereça-as à mulher que respeitar acima de todas as outras. Com
este presente, provará a pureza de seu coração àquela que escolher como digna companheira – acrescentou, depois de
uma pausa.
- Mas, tenha cuidado, caro irmão, para que estas luvas não sejam usadas por mão impuras.
Enquanto o grão-mestre pronunciava essas palavras, Pierre teve a impressão que ele estava confuso. Pierre ficou ainda mais
confuso, corou e sentiu seus olhos cheios de lágrimas. Parecia uma criança olhando inquieto para todos. Houve um silêncio
constrangido.
Esse silêncio foi rompido por um dos irmãos que conduziu Pierre para o tapete e leu num caderno, a explicação de todas as
figuras que estavam ali representadas: o sol, a lua o martelo, as três janelas, etc. Depois indicaram-lhe seu lugar,
mostraram-lhe os signos da loja, ensinaram-lhe a palavra de passe e, finalmente, permitiram que se sentasse. O grão-
mestre começou a ler o regulamento. Era muito longo e Pierre, alegre, emocionado e perturbado, foi incapaz de
compreender a leitura. Só conseguiu reter as últimas palavras:
“Em nossos templos não conhecemos outros graus”, lia o grão-mestre, “a não ser os que separam a virtude do vício. Cuide para
não estabelecer diferenças que possam romper a igualdade. Voe em socorro de seu irmão, qualquer que seja, reconduza o
que extraviar, levante o que cair e não alimente rancores, nem ódios, procure atiçar a chama da virtude. Divida sua
felicidade com o próximo e que a inveja nunca perturbe esse prazer puro. Perdoe ao inimigo, só se vingue dele, fazendo-
lhe o bem. Cumprindo assim a lei suprema, encontrará sua antiga grandeza perdida”, terminou, erguendo-se e abraçando
Pierre.
Com os olhos cheios de lágrimas de alegria, Pierre olhava para todos, sem saber o que responder às felicitações e aos
conhecidos que queriam reatar relações com ele. Não desejava reconhecer ninguém. Em todas essas pessoas via irmãos
com os quais desejava, impacientemente, começar a trabalhar.
O grão-mestre deu uma pancada com o martelo, todos voltaram para seus lugares e um dos irmãos leu o regulamento sobre a
necessidade de humilhação.
O grão-mestre propôs que fosse cumprido o último dever e um alto dignitário que exercia as funções de tesoureiro, fez a volta
dos assistentes. Pierre teve vontade de inscrever, na folha de esmolas, todo o dinheiro que trazia consigo, mas receando
dar com isso prova de orgulho, assinou a mesma quantia que os outros.
A sessão estava terminada. Entrando em casa, Pierre tinha a impressão de voltar de uma longa viagem que durara dezenas de
anos, durante a qual ele se transformara inteiramente e rompera com o antigo gênero de vida e com seus velhos hábitos.
(Fim do trecho copiado).

Nota: trecho extraído do livro “Guerra e Paz” – Obra de Leon Nikolaievich Tolstoi.

Água pura é mais saúde


(*)Membro da Loja “Templários do Millenium” (GOP / COMAB), do Or.: de Bauru (SP)

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7
PARA PENSAR 1
“O BRASIL NÃO TEM POVO”

Maria Lúcia Victor Barbosa (*)

Em 1881, em sua obra, L’esclavage au Brésil, Louis Couty afirmou:


“O Brasil não tem povo”, pois, “em nenhuma parte se acharão massas de eleitores sabendo pensar e votar,
capazes de impor ao governo uma direção definida”.
Cento e vinte e seis anos se passaram desde que Couty apontou o triste fato: “O Brasil não tem povo”. Mas, será
que já tem, apesar das mudanças ocorridas?
Como é impossível analisar num pequeno artigo mais de um século de história, tomo como marco importante o
processo de industrialização, iniciado nos governos de Getúlio Vargas e JK, que desembocou no atual perfil do Brasil
urbano e em parte modernizado. Persistem, é verdade, os contrastes sociais. Predominam na pirâmide social os mais
pobres. Mas, bem diferente do século em que Couty nos visitou agora temos classes médias e uma elite econômica.
Mesmo assim, perdura nosso subdesenvolvimento político que, associado ao vácuo de valores que hoje se observa, leva a
indagar se Couty continua ou não tendo razão. Afinal, são eleitos e reeleitos notórios bandidos, trambiqueiros, mentirosos,
tanto para o Poder Legislativo quanto para o Executivo e, em muitos casos, não se distingue entre desembargadores,
juízes, advogados, políticos, bicheiros e qualquer tipo de marginal. Isto pode significar que são poucos os eleitores que
sabem pensar e votar, sendo ao mesmo tempo incapazes de impor ao governo uma direção definida.
A péssima escolha de nossos representantes pode ainda refletir uma profunda identificação popular com seus
eleitos no que eles têm de pior, o que indicaria que não temos povo, mas plebe. Ao mesmo tempo, há muita ignorância
relativa aos candidatos no que concerne às suas trajetórias políticas, demonstração de que conhecimento e informação
não são coisas idênticas, pois não faltam, ainda que filtradas, informações sobre o festival de falcatruas prodigalizado por
quem deveria dar o bom exemplo.
Paradoxalmente isso acontece apesar da profusão de ONGs, centrais sindicais, associações de artistas e de
intelectuais, dos chamados movimentos sociais, enfim, de tantas entidades que vão das associações de moradores à OAB,
à ABI, à UNE, à CNBB e muitas outras, agora denominadas de redes sociais que alguns imaginam ser fontes de
conscientização, civismo e solidariedade.
Portanto, as redes sociais que sempre existiram, mas que com a complexidade urbana aliada à velocidade dos
meios de transporte e comunicação (Internet e telefonia celular entre as mais recentes e notáveis revoluções da
comunicação) se multiplicaram, não produzem necessariamente o cidadão cônscio, o indivíduo capaz de otimizar seu livre
arbítrio, o ator que interfere em seu tempo. Novas “comunidades” nem sempre são atestados de “novo cidadão” solidário.
Na diversidade do mundo atual onde os grupos “primários” como a família são trocados por grupos “secundários”,
estes podem também abrigar redes, por exemplo, de criminosos, de terroristas, de narcotraficantes que possuem um tipo
de solidariedade, de aprendizado e de projetos comuns, mas que estão bem longe do homem naturalmente bom de
Rousseau ou do revolucionário “para si” de Karl Marx, que o conteúdo do termo rede social quer ressuscitar.

8
Conferir à humanidade de hoje virtudes excelsas que ela jamais possuiu, é tão falso quanto o dilema indivíduo x
sociedade, pois o que existe é uma interação entre o ser humano e seu ambiente sócio-cultural.
Finalmente, se mudanças sempre estão ocorrendo, pois a vida é dinâmica, por trás das transformações materiais,
valorativas e comportamentais certas essências humanas nunca mudam e a humanidade como um todo permanece
ignorante, crédula e facilmente manipulável.
No nosso caso, apesar das redes sociais prevalece o “mesmismo” de que falou Roberto Campos e uma
acachapante e piorada passividade que tudo aceita como natural e politicamente correto. E continuamos, como, aliás,
acontece com todos os povos, tangidos por poderes mais altos e ocultos em bastidores inacessíveis ao vulgo.
Concluindo, apesar das redes sociais o homem continua, como disse Henry Louis Mencken, “o caipira par
excellence, um ingênuo incomparável, o bobo da corte cósmica. Ele é crônica e inevitavelmente tapeado, não apenas pelos
outros animais e pelas artimanhas da natureza, mas também (e mais particularmente) por si mesmo – por seu
incomparável talento para pesquisar e adotar o que é falso, e por negar ou desmentir o que é verdadeiro”. No nosso caso,
isso muito se acentua e de certo modo explica, entre outras causas históricas e culturais aqui não abordadas, porque o
Brasil não tem povo.
(*)Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br

_.___
N.: E.: (1) Artigo retirado dos arquivos cedidos pelo Ir.: Coré (Jornal “O Reunificador”)

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PARA PENSAR 2
DEUS-MÃE
Eliana Matos(*)

Por mais que eu tivesse a intenção de escrever, jamais poderia descrever, na sua totalidade, a Energia de Deus Mãe... mas
gostaria de tentar, no meu ponto de vista, externar uma pequena parte do que se estuda dela e do que eu sinto.
Onde cabe Deus Mãe? Em que seria diferente de Deus Pai? Seria seu complemento? Complemento de Deus???
Em uma pequena estória, simbólica, vamos tentar esclarecer Deus Mãe. E essa estória não encerra, em absoluto, toda a
questão sobre o assunto, mas seria tão somente uma das maneiras de tentar “entender” Deus Mãe, de voltarmos a dar a Ela um
significado especial, de fazer com que nosso mental compreenda o que poderia ser Ela e nos dê a oportunidade de senti-La.
“Quando Deus Pai, a FONTE, “resolveu” criar o Universo, desejou que isso fosse feito. De Si emanou o início, o princípio, a
vontade, a ordem. Para que houvesse a criação, além do desejo, era preciso a manifestação a concretização.
Deus Mãe então “gerou”, manifestou, trouxe à forma e concretizou. Deus Mãe é o Grande Útero Cósmico, onde tudo é gerado e
também manifestado. Ela não só gera, manifesta, mas também concretiza. Nela, a Energia de Deus Mãe nos gera, nos abarca, nos
mantém.
Não há “cabo-de-guerra” para se defender Deus Pai nem Deus Mãe. Isso é risível!!!! Absurdo. Mas realmente a Energia de
Deus Mãe é maravilhosa e digna de ser sentida e convidada conscientemente a participar de nossa vida. Um resgate.
Os atributos de manutenção de nossa vida são femininos: Abundância, Prosperidade, Comida, Hospedagem, Moradia, Saúde,
Paz... E Vida também é feminino.
O próprio planeta que nos abriga é feminino: Gaia, a Terra. E é a Lua que intervém nas marés, afetando todo o resto...
Por muitos e muitos séculos a Energia de Deus Mãe foi desacreditada, mesmo desrespeitada, em total desacordo com o que
acontecia no mais antigamente, quando haviam ouvidos para ouvi-La, quando havia sacerdotisas e sacerdotes preparados para iniciar
os Adeptos nos caminhos dos grandes mistérios... da Mãe.
Em todas as culturas há Mães que representam a Energia de Deus Mãe: Ísis, Kwan Yin, Kali Ma, Shakti, Deusa, Yemanjá,
Búfalo Branco, Madonas Negras, Mãe Maria e em todas elas a energia da Mãe foi reconhecida... até chegar um determinado período
em que essa Energia foi “abafada” e era até mesmo perigoso falar dela, com tantas fogueiras acesas por aí, o que pode ter ocasionado
inclusive um registro em nós de “perigo”. Mas este período se finda... podemos novamente falar de Deus Mãe sem receio. E podemos
interagir com Ela! Podemos renovar esta conexão.
É realmente um novo e grande período abençoado.
E como funciona este fracionamento da Energia da Mãe, em diversas outras Mães? Em Mãe Maria, em Nossa Senhora das
Graças, em Nossa Senhora Desatadora de Nós, Yemanjá etc? Elas são sub-divisões da Energia da Mãe! Especialidade. São energias
que falam ao nosso coração, em um determinado tom, som e cor, que nos tocam e fazem nosso coração se alegrar! E a alegria é um
grande atributo de ligação a Deus. Deus Pai e Mãe.
No mês das mães – amadas mães físicas – também podemos comemorar a nossa ligação com a Energia de Deus Mãe.
Deixo um texto lindo que expressa a Energia da Mãe:
“Canta, festeja, dança, faze musica e amor, tudo na minha presença, porque meu é o êxtase do espírito e a alegria na
Terra. Minha única lei é amar a todos.
Meu é o segredo que franqueia a porta do nascimento, meu é o mistério da vida que é o Caldeirão de Hécate, ventre da
imortalidade. Dou a conhecer o espírito da criação e, além da morte, apaziguo e reúno os que partiram antes.
Eu, que sou a beleza da Terra verde e da branca lua entre as estrelas e o mistério das águas, quero que a tua alma se
levante e venha para mim. Porque eu sou a alma da natureza que dá vida ao universo.
Desde o princípio tenho estado contigo e sou aquela que é encontrada no extremo do desejo.”
(Texto extraído do livro: Cura Psíquica com Guias Espirituais
de Diane Stein – Editora Pensamento)

(*)Mestra em Maestria Cósmica e colunista da Revista “Namastê”.

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. DE BIBLIOTECA
NAS CANTEIRAS DA “ARTE REAL”
MAÇONARIA E SIMBOLOGIA Antônio do Carmo Ferreira

NICOLA ASLAN

MORTOS (CULTO)– O culto dos mortos teve origem na


mais remota antiguidade, e com ele trouxe a arquitetura, e
dessa arquitetura surgiu a própria religião organizada.
Inicialmente, procurou-se apenas preservar os restos dos
mortos da profanação dos animais, surgindo então o
túmulo rudimentar sobre o qual o sacerdote primitivo
oferecia sacrifícios às divindades a ao próprio morto para
apaziguá-los. A evolução natural levou à construção de
um abrigo por cima do túmulo-altar, a fim de proteger o
sacerdote das intempéries, constituindo-se desta forma o
primeiro “Templo”. Difícil comentar qualquer trabalho (nem precisa
Na Grécia, porém, o culto da Morte era realizado em
ser um livro, uma plaqueta...) do Ir.: Antônio Ferreira do
subterrâneos, nascendo, diz Paul Naudon, a partir do dia
Carmo, sem demonstrar que somos um admirador deste
em que a caverna foi considerada como contendo as
sombras dos falecidos e das divindades infernais. Tratou-
maçom incansável (mais de 40 anos de Ordem Maçônica,
se, então, de tornar propícias as Potências invisíveis e o fundador da ABIM – Associação Brasileira de Imprensa
Ritualismo religioso acrescentou a conjuração à adoração maçônica, Grão-Mestre do GOÍPE em mais de duas
e a invocação à evocação. Foi também nos antros que se ocasiões etc.).
realizaram as consultas oraculares das divindades, que Defende a Maçonaria mais envolvida com a
tanta importância tiveram na civilização greco-romana. sociedade, mais participativa e propugna sempre por uma
Os árabes da Palestina, e principalmente os ampla divulgação desta “Arte Real”, para que muitos mais
seminômades, gostavam de sepultar os seus mortos ao a conheçam e muitos mais a amem, como nós a
lado do túmulo de um grande chefe ou de um antepassado amamos.
venerado, que, na sombra de um carvalho, muitas vezes “Canteiras”, aí como sinônimo de “canteiros”,
se torna o alvo de verdadeiras romarias. simboliza o lugar de trabalho maçônico. E hoje em dia,
Arqueólogos sustentam que, inicialmente, entre os com uma Maçonaria Simbólica, nossas “canteiras” são
israelitas, os mortos eram considerados como uma intelectuais, filosóficas, de formação moral do ser
espécie de semideuses e venerados como heróis, seja humano, desejosos que devemos ser da melhoria da raça
como deuses mesmo. Alegam a favor de sua tese o uso humana.
do termo elohim (ser divino), com o qual a pitonisa de E, nessas “Canteiras” você encontrará artigos –
Endor indica o fantasma de Samuel, e os presentes alguns já publicados pelo nosso informativo - como:
fúnebres que se lhes fazia em vestes, armas, utensílios, • Palavras aos que estão em ângulo reto e não
enfeites, comidas e bebidas. O povo atribuía aos mortos
“fervem” aos 90 graus;
uma espécie de existência superior e também um
conhecimento superior. • Mestre Maçom do 3º Grau;
Porém a teologia oficial sempre combateu essas idéias e • Aspectos pedagógicos da sociabilidade;
a teoria de que os mortos tenham sido considerados como • A Maçonaria aqui, agora;
deuses, entre os israelitas, é insustentável. • Nossa Independência veio do Aerópago;
Da mesma forma que nos collegia fabrorum romanos os • O 1º Cardeal brasileiro e a Maçonaria;
mortos eram objeto de profundo respeito e homenagens; • Iluminando os caminhos do bem;
as corporações e confrarias medievais tributavam-lhes um • Família e maçonaria;
enterro ao qual, em se tratando de um mestre da confraria, • Aprendendo até com a violência
todos deviam comparecer, mulheres, Companheiros e
• Etc.
Aprendizes. Numa confraria medieval o “pano mortuário”
EDITORA ARTEGRAFI
era indispensável, e devia servir aos enterros.
Recife - 2007
Quando um mestre da confraria falecia, um certo número
de Companheiros era designado para o velório. Muitas
vezes a corporação parava de trabalhar. O corpo do
defunto era levado ao cemitério nos ombros pelos Carlos Alberto dos Santos
confrades em trajes domingueiros e revestidos das Editor
insígnias da corporação.
Estes costumes foram continuados na Maçonaria e no

11
polindo a pedra bruta

Rebuscando – sobre as cores das Lojas Simbólicas, azuis, de São João.


Enciclopédia de la Francomasoneria – Albert Gallatin Mackey - Editorial Grijalbo 1981, volume IV, pág. 1360,
verbete “El color rojo”, 4º parágrafo: “A cor vermelha nos graus superiores da Maçonaria é tão predominante como a cor
azul nos graus inferiores”.
Verbete azul, pág. 189: “Esta é enfaticamente a cor da Maçonaria”. Seguindo: “É portanto a única cor, com exceção
do branco, que deveria usar-se na Loja de um Mestre. Os adornos e decorações de qualquer outra cor são altamente
inapropriados”.
Do livro de Albert Pike “O Pórtico e a Câmara do Meio” (tratado sobre o R.:E.:A.:A.:), Editora Landmark – São
Paulo – 2002; pág. 25: “ Todas as mesas, os altares, os assentos e o revestimento do Altar dos Juramentos são cobertos com
tecido azul celeste; e cortinas em frente das mesas dos três Dignitários do comprimento até o piso. Em cada lado da cortina
do V.:M.: está bordado um E.: em carmesim ou pintado; em cada lado da cortina do 1º Vigilante, um N.: e em cada lado da
cortina do 2º Vigilante, um prumo”.
Pág. 26: “As paredes da Loja deverão ser decoradas do teto ao piso com cortinas azul celeste . Isto deve, pelo
menos, ser o caso do Oriente”.
Do “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Nicola Aslan; Editora Artenova – Volume I,
1974- pág. 147 - Verbete “Azul” : “O cerúleo, isto é, o azul cor do céu, foi adotado como uma das cores da Maçonaria
Simbólica, sendo a outra o branco”.
O “Simbólica Maçônica” – Jules Boucher – Editora “O Pensamento” – 9ª Edição (1993), pág. 213, consigna:
Sobre os Graus do Escocismo e as Cores.
O Escocismo divide-se em quatro grandes grupos:
Maçonaria Branca (Supremo Conselho).
Maçonaria Negra (Areópagos de Kadosch)
Maçonaria Vermelha (Capítulos Rosa Cruz)
Maçonaria azul ( Lojas Simbólicas).
Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08)..

PÍLULAS MAÇÔNICAS
GOTEIRA

• Na Maçonaria Operativa, era usada a palavra “cowan”, de origem escocesa que, segundo alguns autores,
significava “o pedreiro que após cumprir seu tempo de serviço, não era, por algum motivo, admitido na
Fraternidade, ou seja, na Loja”. Era considerado “o pedreiro sem palavra”, “alguém que constrói sem
cimento”. Mais tarde, o termo passou a significar “importuno”, “curioso”, “intruso”.
• Diz uma antiga lenda que os maçons daquele tempo, costumavam castigar os indesejáveis intrusos que
ousavam conhecer seus segredos e sinais, amarrando-os às calhas dos telhados, para que a água os
encharcasse. Daí que quando um profano se aproximava dos locais maçônicos, os maçons alertavam
com a expressão “chove”, se era homem; ou “neva”, se era mulher.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS E DE INSTRUÇÃO RENASCIMENTO N º 08

Nota do Editor: “In Memoriam”

12
13
HISTÓRIA PURA
A MAÇONARIA RUSSA
Eugênio Teschelakow

Esta matéria está dedicada à memória


de René Guénon (1886-1951).

O czar Alexandre I, maçom, havendo liderado a heróica gesta empreendida contra o seu irmão maçônico Napoleão
I,1 a quem derrotou com o exército conduzido pelo marechal de campo Mikhail Kutuzov, também eminente franco-maçom, com
base em um relatório sobre as atividades dos maçons russos elaborado pelo tenente general e senador Igor Kushelev (Grão-
Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica Ástréa), decidiu proibir a Maçonaria na Rússia mediante o “ukase” 2 de 1° de agosto de
1822, perante a surpresa geral de todo o mundo.
O que foi que aconteceu até lá?
A maçonaria contemporânea nasceu no dia de São João (24 de junho) de 1717 no salão de refeições da Taberna O
Ganso Grelhado instalado no primeiro andar da Catedral de São Paulo em Londres, quando quatro Lojas decidiram vir a público
para constituir a Grande Loja de Londres, anos depois, da Inglaterra.
Vamos destacar algumas características desse processo, já que se refletiriam posteriormente no desenvolvimento da
maçonaria russa.
a) A Ordem (Instituição, Ciência ou Sociedade) como também é conhecida a Maçonaria entre os maçons,
obviamente já existia antes de 1717. Assim, alguns historiadores afirmam que o imperador russo Pedro I
“O Grande” foi iniciado na Maçonaria, antes dessa data, pelo arquiteto Christopher Wren,3 restaurador da
citada Catedral londrinense. Outros dizem que o seu ingresso foi num navio militar inglês, o que era muito
comum na época. Conforme afirma o escritor inglês Jasper Ridley (que não é maçom) Pedro I, após a sua
volta a Rússia em 1698, mandou o seu ministro de confiança, o suíço François Lefort, que fundasse a
primeira loja maçônica russa em São Petesburgo e que se fizesse Mestre dela. .4
b) As Constituições Maçônicas de 1723, redigidas pelo reverendo James Anderson e aprovadas pela Grande
Loja da Inglaterra, estabeleceram as normas e diretrizes da Instituição que vigoram ainda hoje, quais são:
– “Um maçom nunca será um ateu estúpido, nem tampouco um libertino irreligioso”. Conseqüentemente deve acreditar
em Deus e na imortalidade da alma.5 A Maçonaria russa sempre foi, e atualmente também o é, profundamente
religiosa, como prova o fato de que o metropolita Filareto, certamente a personalidade moral, intelectual e espiritual
mais importante que tenha dado o alto clero russo, militou ativamente na Ordem, como veremos mais adiante.
– “As discussões de ordem religiosa e política estão rigorosamente proibidas em Loja... Um maçom nunca deverá se
envolver em motins e conspirações contra a paz e bem-estar das nações”. Desde o início, a Grande Loja da Inglaterra
foi dirigida pelo mais alto nível da Coroa Britânica, fato que se mantém até os nossos dias, sendo o atual Grão-Mestre o
Duque de Kent. Este exemplo se repassaria para a toda a aristocracia européia, como por exemplo: o rei da Prússia
Frederico II, O Grande, considerado Grão-Mestre e Protetor universal da Maçonaria; o imperador do Brasil Dom Pedro
I; o rei da Suécia quem, até hoje, é o presidente da Maçonaria Sueca; Napoleão I e todos os seus irmãos; Fernando II,
rei do Portugal; Leopoldo I, rei da Bélgica; os reis da Itália Vítor Manuel II e Vítor Manuel III; Estanislao Poniatovsky, rei
da Polônia; e outros. Escreve Jean Palou que existiriam evidências de que o rei Luís XVI (guilhotinado durante a
Revolução Francesa) e seus irmãos, futuros reis Carlos X e Luís XVIII, foram recebidos franco-maçons na Loja “Les
Frères Unis”, constituída “ad-hoc” em Versalhes. No continente americano, sem nobres, porém ocupando o mais alto
nível sócio-econômico e político, destacados maçons tais quais George Washington, Benjamin Franklin, Francisco
Miranda, Bolívar, San Martin, O’ Higgins, Artigas, José Bonifácio de Andrade, Gonçalves Ledo, Padre Hidalgo, Benito
Juarez e José Martí, participaram ativamente da construção dos seus países. A Rússia não podia ficar à parte dessa
tendência e foi assim como a maioria das elites de São Petesburgo, Kiev e Moscou participaram da Ordem. O
historiador Nicolai Riasanovsky, citado por Richard L. Rhoda6 afirma que durante o reinado de Catarina II, “A Grande”,
chegou-se aos 2.500 membros repartidos em mais de cem lojas de todo o país. Conforme a revista alemã “O Globo”,
existiam 145 lojas maçônicas no ano 1787, o que colocava a Rússia dentre as principais potências maçônicas do
mundo na época.
– “As Lojas estarão exclusivamente constituídas por homens”. Desde o início do seu reinado Catarina II, que governou a
Rússia por 34 anos (1762-1796), mantinha uma ativa correspondência com Voltaire e se entusiasmava com os
princípios pedagógicos de Rousseau, consentiu o crescimento da Maçonaria. Todavia, vários fatos perturbaram esse
relacionamento: a aberta simpatia pela Ordem manifestada pelo seu marido e rival Pedro III; o ingresso em 1777 à
Instituição -por convite do rei da Suécia Gustavo III - do seu filho e inimigo político o Grande Duque Paulo; a influência
na maçonaria do seu outro inimigo político o rei Frederico “O Grande”; o desmascaramento do pseudomaçom e
14
charlatão Cagliostro numa sessão espírita realizada nos salões do príncipe Gagarin - o que motivou a Catarina
escrever três comedias satíricas: “O xamã siberiano”, “O fabulador” e “O alucinado”.7 e, finalmente, as maliciosas
acusações do abade Barruel no sentido de que a Maçonaria teria realizado a Revolução Francesa (o que é
absolutamente falso, conforme Castellani, Assis Carvalho, Palou e outros), influenciaram negativamente no ânimo da
imperatriz que, a princípio, não proibiu os trabalhos nas Lojas, mas deu a entender aos nobres que já não aprovava que
pertencessem a elas. Porém, o que mais incomodava a Catarina II era que não podia ser membro da Ordem pela sua
condição de mulher; fato que também desgostava às demais mulheres importantes da época. Anos mais tarde, a
esposa de Napoleão I, Josefina, resolveu o dilema filiando-se a uma Loja de Adoção (de mulheres; considerada
irregular pela Grande Loja da Inglaterra), chegando a presidir em 1805 a Loja Imperial de Franco-Cavaleiros, de
Estrasburgo, cuja Grã-Mestra era a Madame de Dietrich, esposa do prefeito da cidade em cuja casa foi cantada a
Marselhesa pela primeira vez em 1792. Por outro lado, o embaixador sueco na Rússia, Conde Stedingk, escreveu que
“Catarina sentia uma feminina repulsão contra a Maçonaria”.
c) Contrariamente ao que supõe a maioria das pessoas, a Maçonaria não é unívoca; isto quer dizer que existem
diversas obediências maçônicas, muitas às vezes enfrentando-se entre si e que praticam, por sua vez, distintos
rituais durante os seus trabalhos em Loja. Estamos, pois, longe de uma única organização, com um único ritual e
sob uma única liderança; por tanto não existe, nem nunca existiu um suposto governo maçônico universal. Estas
divisões na Ordem refletiram-se na Inglaterra da segunda metade do século XVIII quando coexistiam duas
Potências igualmente regulares: a dos “Modernos” cujo Grão-Mestre era o Duque de Kent (que mais tarde seria o
pai da rainha Vitória) e a dos “Antigos”, à frente da qual estava o Duque de Sussex. Foi em 1813 quando os dois
irmãos conseguiram unificar ambas as Obediências, ficando à frente o Duque de Sussex e ocupando o cargo até a
sua morte em 1843. Na Rússia, a principal influência foi o sistema inglês e o seu maior impulsor foi o senador e
conselheiro particular da imperatriz, Ivan P. Yelaguin (1725-1794) que em 28 de fevereiro de 1772 foi eleito Grão-
Mestre Provincial do Império Russo (sob os auspícios da Grande Loja da Inglaterra). O seu rival era o “Sistema
Zinnendorf” ou sueco, que chegou à Rússia via Berlim através de George Reichell, diretor da Escola Militar e que
somente admitia nobres nas suas lojas. Já vimos que a este rito pertenceu o Grande Duque Paulo e teve muita
repercussão pelo agregado (além dos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre da denominada Maçonaria
simbólica ou azul) dos chamados Graus Templários ou Cavaleirescos, de marcantes características místico-
cristãs.8Em 1776 ambas as Obediências se unificaram tomando o nome de Grande Loja Nacional. Deve-se levar
em conta que no século XVIII cada um quis forjar o seu próprio sistema maçônico, desde logo incorporando
sempre à Maçonaria simbólica (de unicamente três graus), como pode ver-se nos rituais herméticos, cabalísticos e
filosóficos e nas Ordens de Cavalaria.
Sem prejuízo do acima escrito sobre Pedro, “O Grande”, está documentado que a Maçonaria na Rússia aparece em
1731 quando o capitão John Phillips é designado Grão-Mestre Provincial da Rússia pela Grande Loja de Inglaterra. Em 1740 o
mesmo título é outorgado ao futuro marechal prussiano James Keith, quem começou a atrair para a Ordem a jovens oficiais das
melhores famílias russas. Um papel de destaque tiveram o professor Johan Eugen Schwarz, diretor do Instituto Pedagógico da
Universidade de São Petesburgo e Nicolai I. Novikov (1744-1816), fundador do jornalismo russo. Ambos homens eram muito
ilustrados e não somente trabalharam ativamente a favor da Maçonaria como também influíram poderosamente na vida
intelectual da sociedade russa. Todavia, isto não impediu que fosse ordenada a prisão de Novikov, o confisco dos bens de
Mikhail Kutuzov e a clausura da atividade maçônica em 1794 por ordem imperial. Quando o czar Paulo I chegou ao poder em
1796, liberou a Novikov e outros maçons, porém oficialmente não revogou a proibição, talvez porque ele tinha se proclamado em
16 de dezembro de 1798 Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros de Malta, uma ordem que era rival dos altos graus maçônicos
Templários. A Maçonaria foi autorizada novamente pelo czar Alexandre I em 1805 por influencia de Ivan Boeber, membro da
Academia Imperial de Ciências. Segundo Jasper Ridley, Alexandre I teria dito a Boeber: “O que me conta a respeito dessa
Instituição está me sugerindo que não somente outorgue a minha proteção como que inclusive eu próprio deveria solicitar ser
admitido entre os franco-maçons”.
Daí em mais, novamente se fundaram numerosas lojas nas quais ingressaram o Grande Duque Constantino (irmão de
Alexandre I), o conde Estanislao Potocki, o conde Ivan Vorontzov (Venerável Mestre da Loja do Silêncio na qual também se
iniciaram Sumarkov, o príncipe Alexandre de Württemberg, Alexandre Marischkin e outros membros da Corte). À Loja
Palestina pertenceu Alexandre Ypsilanti, quem se destacou na luta contra os turcos pela libertação da Grécia. Também devem
mencionar-se neste período o conde Roman Vorezov, tenente general Melissino, príncipe Nicolai Trubetzkoy, príncipe
Gagarin, príncipe Dolgorouky, príncipe Golitzin, Nevitzky, Scherbatov, Mamonov e o príncipe Dashkov. O conde Alexandre
Suvorov (1729-1800), herói militar que lutou na guerra contra os turcos, foi membro da Loja Aux Trois Etoiles de São Petesburgo
e depois da Loja Zu den deir Kronen. O escritor e estadista Alexandre S. Griboyedov (1745-1813) foi membro da Loja Amigos
Unidos em 1816. O herói das guerras contra Napoleão I, marechal de campo Mikhail I. Kutuzov (1745-1813) foi iniciado na Loja
Zu den deir Schusseln (de Ratisbona); logo foi membro da Loja Trois Drapeau (de Moscou) e depois se filiou à Loja Dying Sphinx
(de São Petesburgo), alcançando o sétimo grau do sistema maçônico sueco. Também deve citar-se o famoso compositor
Dimitry S. Bortnyansky (1751-1825) autor de muitas músicas tanto religiosas quanto maçônicas.
Em 1810 o Ministério da Polícia exigiu aos dirigentes da Maçonaria uma cópia das Constituições e rituais. Em 1812,
após uma análise destes documentos, as autoridades constataram o alto patriotismo e o claro apoio à investidura do Imperador
que professavam os maçons russos. No entanto, após a derrota de Napoleão I em 1814, 571 franco-maçons russos, incluindo 62
15
generais e 150 coronéis, confraternizaram maçônicamente com os seus irmãos franceses em Paris. Ao regressar a Rússia,
segundo alguns autores, traziam consigo a semente contra o regime absolutista. O prestigioso investigador maçônico Boris
Telepneff escreveu que existiam provas conclusivas de elementos perigosos infiltrados em algumas lojas russas. A mesma
opinião teve o maçom Chefe da Polícia, IgorKushelev, quem recomendou que, ou as lojas deviam ficar sob controle do governo
ou deviam ser fechadas. Como já fora referido, o czar optou por proibir a Maçonaria, sentenciando –no meu particular entender e
a título meramente especulativo- a sorte da monarquia russa um século depois, quando o comunismo tomou o poder em 1917 e
assassinou a toda a Família Imperial. Esta idéia se baseia na seguinte tese: se a Maçonaria não tivesse sido proscrita e, se em
vez de assumir o reinado Nicolai I (o reacionário irmão de Alexandre I) o teria feito o maçom Constantino (o esposo da
“Constituição”, como diziam os soldados) assumindo o caracter de protetor da Maçonaria Russa e estabelecendo uma monarquia
constitucional, talvez a dinastia dos Romanov teria sido preservada e outro houvesse sido o destino do país.
A historiadora russa Tatiana Bakunin, citada por Jean-François Var e por Valerian Obolensky, reunindo provas
documentais tratou de reconstruir a lista completa de membros da Maçonaria russa desde os seus inícios até 1822. Ela estima o
seu número em 4.000 ou 5.000 pessoas, tendo registrado documentalmente uma lista de 3.267 nomes, incluídos quatro
metropolitas (prelados de metrópole), entre eles Filareto, dois arcebispos, cinco arciprestes e três arcimandritas (abades de
mosteiro).
Em dezembro de 1825 teve lugar uma revolta contra as autoridades que depois seria conhecida como a “Revolução
Dezembrista”. Alguns dezembristas eram maçons, como o coronel Batenkov, que foi deportado à Sibéria por 30 anos, porém a
maioria não. Tal o caso do maior poeta russo Alexandre Pushkin, iniciado na Loja Oviedo em 4 de maio de 1821 sob o rito
escocês.12 Todavia, os seus poemas lhe valeram o exílio, como o dedicado a Chaadaev, que finaliza dizendo: “And on the ruins
of autocracy / Will inscribe our names”. É interessante salientar que esta Loja Oviedo não foi clausurada pelo “ukase” de
Alexandre I porque se aceitou que a sua jurisdição pertencia à Maçonaria da Romênia.
O czar Nicolai I confirmou, em 21 de abril de 1826, o decreto proibindo a Franco-Maçonaria, ficando restrita ao âmbito
clerical e intelectual. Inicia-se para a Maçonaria russa uma longa noite onde é muito difícil rastrear o funcionamento de lojas
neste período, que está registrado pelo escritor Aléxis Pissensky (1821-1883) em seu romance “O Maçom”. Segundo Telepneff,
sempre houve lojas em Kiev, Poltava, Odessa e outras cidades do interior.
Particularmente interessante resulta a postura do escritor Leon Tolstoi. Lembremos que em seu romance “Guerra e
Paz” o conde Pierre Bezukhov é aceito na Maçonaria, cuja cerimônia ritualística está descrita com todos os detalhes, sem por
isso revelar qualquer segredo maçônico. O Venerável Mestre da Loja lê a Pierre umas palavras de boas-vindas, cuja parte
principal diz: “Em nossos templos, não conhecemos outros graus salvo os que estão entre o vicio e a virtude. Cuida em não criar
uma diferença que possa perturbar a igualdade. Socorre aos irmãos, quaisquer que eles sejam. Levanta o que cair e não
alimenta jamais algum sentimento de cólera ou de ódio contra um irmão. Sê benevolente e afável; provoca em todos os corações
o fogo da Virtude. Divide tua felicidade com teu próximo e que a inveja não perturbe jamais esse prazer puro. Perdoa a teu
inimigo; não te vingues nunca, a não ser refazendo o bem. Cumprindo assim a lei suprema, encontrarás os traços da grandeza
antiga que tinhas perdido”. (Guerra e Paz, parte V cap. IV Ed. Ediouro, Rio de Janeiro). A época na qual se desenvolve esta
história é nas vésperas das guerras contra Napoleão. Alguns autores dizem que Tolstoi, para descrever o ritual de iniciação,
baseou-se nos documentos seqüestrados pela polícia quando da clausura das Lojas em 1822. Outros afirmam que ele mesmo
foi maçom (como o seu parente conde general Alexandre Ostermann Tolstoi, que se sobressaiu na batalha de Borodino contra
as tropas napoleônicas) e por isso pôde escrever tão detalhadamente sobre o assunto. Todavia, apesar de que Tolstoi figure
como ilustre maçom nas listas de algumas Lojas (como por exemplo, dos Estados Unidos), entendemos que não o foi. Nesse
sentido, o historiador especializado na biografia de Tolstoi, Walter Moss, da Eastern Michigan University nos enviou uma
correspondência via correio eletrônico dizendo que: “ No, (he was not a mason), but he was interested in it when he was writing
War and Peace because freemasonry attracted many intellectuals in the 1805-1820 period when the novel is primarily set...and
(Tolstoi) wrote to his wife when he was working on it in 1866 that the Masons were all imbeciles”.
Um capítulo especial merece o relacionamento da Maçonaria russa com a Igreja. Nesse ponto, vamos seguir
principalmente a opinião de Jean-François Var, historiador maçom e Diácono da Igreja Ortodoxa da França. Diz este autor que
não há nem pode existir uma posição oficial, única e unânime da Igreja Ortodoxa perante a Maçonaria como tampouco frente às
demais questões colocadas no mundo, pois a Igreja Ortodoxa, diferentemente da Igreja Católica Romana, não está constituída
unitariamente. Qualquer definição dogmática deve provir de um concílio ecumênico e só foram realizados sete, entre os anos 325
e 787. Obviamente, neles nunca houve um pronunciamento sobre a Maçonaria. Logo depois veio o cisma de 1054 que dividiu a
Cristandade em um Oriente Ortodoxo e um Ocidente Católico. A Igreja Russa, subordinada à Constantinopla, ficou independente
em 1448, declarando-se autocéfala e elegendo o seu primeiro metropolita: o de Moscou. Assim nasceu a idéia de que a “primeira
Roma” era herética, a segunda (Constantinopla) tinha caído nas mãos dos turcos, então Deus havia suscitado uma “terceira
Roma”: Moscou, e um novo imperador para defender a verdadeira Fé. Foi quando os príncipes moscovitas assumiram o título de
“czar” (César em russo) e consideraram que tinham legítimos direitos a assumir como próprio o símbolo da Águia Bicéfala (tão
caro ao simbolismo dos últimos altos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria). Em 1589 a Igreja se transformou em
patriarcado e a Pentarquia Ortodoxa ficou assim constituída: Constantinopla, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Moscou. A
Maçonaria que se desenvolveu nos quatro primeiros territórios sofreu, na sua dupla condição de maçônica e cristã, a
perseguição por parte da dominação turco-otomana. Na Ortodoxia Russa, ao contrário, achou um campo fértil para sua
expansão, sobretudo a partir de 1776.

16
Constitui um fato de grande importância que Filareto pertencera à Maçonaria. Como metropolita de Moscou ocupava a
sede mais elevada da Igreja Russa; teria sido Patriarca se esse titulo não houvesse sido suprimido por Pedro I. Ocupou o cargo
brilhantemente durante 40 anos. Foi filólogo, especialista nos Padres da Igreja (sobretudo gregos), conhecedor da escola
espiritual francesa do século XVIII, de Fénelon (prestigioso escritor e arcebispo católico de Cambrai) e renovara na Rússia os
estudos eclesiásticos. Realizou a tradução da Bíblia para o idioma russo (de 1816 a 1820) patrocinado pela Sociedade Bíblica na
qual colaboraram muitos maçons ilustres. Tudo isto sugere que houve na Rússia uma verdadeira interação e quase uma
simbiose entre a Maçonaria e a religião, o melhor ainda, a Igreja mesma. E se, como vimos, a Maçonaria foi proibida em duas
ocasiões, foram por motivos políticos nos quais a Igreja não teve nada a ver. Infelizmente, em 1822 finalizou uma época
excepcional que foi testemunha deste raro fenômeno: um movimento espiritual (a maçonaria) vindo do exterior tinha logrado que
a alma nacional russa voltasse às suas raízes já quase esquecidas. Se existiu tal harmonia entre a Maçonaria e a Ortodoxia
russas, talvez fosse pelo caráter místico dessa Maçonaria e a que o próprio Cristianismo Ortodoxo seja místico por natureza.
Por estas razões as igrejas ortodoxas nunca condenaram, seja em conjunto, seja individualmente, a Maçonaria. O
Patriarca Atenágoras I foi maçom grau 33° diferenciando-se dos pontífices da Igreja Católica Romana que sim o fizeram várias
vezes desde que o Papa Clemente XII ditou a Bula “In eminenti” em 28 de abril de 1738 proibindo aos católicos se filiarem à
Maçonaria sob pena de excomunhão; norma do direito canônico que surpreendentemente continua vigorando em pleno século
XXI conforme declaração do Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (ex Inquisição), Cardeal Joseph Ratzinger,
ratificada pelo Papa João Paulo II em 26 de novembro de 1983, e nunca revogada até hoje.
Chegamos agora nos inícios do século XX. Em 1906 destacavam-se em São Petesburgo a Loja Estrela Polar e em
Moscou a Loja Renovação. Esta Maçonaria estava composta por intelectuais, burgueses, liberais, cientistas, escritores, militares,
clérigos, alguns nobres etc. Uma das lojas estava constituída unicamente por oficiais de idéias liberais e outra exclusivamente
por deputados (KaDets). Antes da revolução bolchevique de 1917, existiam trinta Oficinas que logo depois desapareceram
perseguidas pelo comunismo. Leon Trotsky chamou a Maçonaria de “uma concepção ideológica burguesa contrária aos
interesses da ditadura do proletariado que tende a estabelecer um Estado dentro do Estado”. Nesta mesma linha, o IV
Congresso da Internacional Comunista declarou: “A Maçonaria é o engano mais infame que lhe faz ao proletariado uma
burguesia inclinada para o radicalismo. Temos a necessidade de combatê-la até o extremo”. Com efeito, a Maçonaria russa foi
exterminada totalmente durante a ditadura comunista. E pensar que houve quem acreditasse que a Maçonaria fosse a
vanguarda internacional do bolchevismo! Nada mais errado: esse comunismo torturou e assassinou mais maçons do que todas a
perseguições realizadas pela Inquisição contra membros da Ordem. O escritor Valerian Obolensky apresenta uma extensa lista
de maçons russos que conseguiram fugir ao exterior após a revolução comunista,15 entre eles: príncipe Vladimir Obolensky;
príncipe Vladimir Bariatinsk; Peter Bark (último Ministro da Fazenda do czar Nicolai II); Ossip Bernstein, maestro internacional
de xadrez; príncipes Paul e Peter Dolgoroukov (executados no exterior por comunistas russos); Grande Duque Alexandre
(Sandro) Romanov; Marc Chagall (artista); Alexandre Davidoff (descendente dos “dezembristas” Trubetzkoy e Davidoff);
Alexandre Naumov (Ministro da Agricultura do czar Nicolai II); Kristof Kafián (músico, presenciou a clausura da ultima Loja
russa em Paris em 1971; disse “estamos cansados”); príncipe Grigory Lvov; e outros. Resulta um paradoxo que hoje em dia os
comunistas russos responsabilizem à Maçonaria do colapso da antiga União Soviética, acusando a Gorbatchov e a Yeltsin de
serem maçons.
Como todo o mundo sabe o comunismo implodiu no final dos anos oitenta e então, pouco a pouco, começaram a surgir
as oficinas maçônicas nos países que tinham vivido sob a Cortina de Ferro. No dia de São João do ano 1995, no edifício do
Sindicato de Professores de Moscou, sob os auspícios da Grande Loja Nacional da França, procedeu-se a reinstalação da
Grande Loja da Rússia, após 173 anos de proibição governamental. Os maçons russos presentes eram cientistas, oficiais do
Exercito e da Marinha, jornalistas, escritores, homens de negócios e acadêmicos, representando, como seus colegas ingleses
em 1717 as quatro Lojas fundadoras: “Harmonia” e “Nova Ástréia” de Moscou; “Gamaioun” de São Petesburgo y “Lotus” de
Voronezh. A “tenida” (em espanhol: reunião de maçons) foi presidida pelo Grão-Mestre da França Claude Charbounniaud e logo
em seguida foi eleito Grão-Mestre Georgy Dergachov, pessoa muito ligada às autoridades da Igreja Ortodoxa Russa pela sua
condição de Professor de Filosofia Religiosa da Universidade de Moscou. Como Grão Secretário foi eleito Vladimir Djangurian.
A Grande Loja da Rússia é, com seus onze fusos horários, a maior jurisdição territorial maçônica do mundo e está reconhecida,
entre outras, pelas Grandes Lojas de Portugal, Nova Iorque, Alemanha, Áustria, Hungria e França. Em 6 de julho de 1996 foi
instalado em Moscou o Supremo Conselho de Soberanos Grandes Inspetores-Gerais do Grau 33° do Rito Escocês Antigo e
Aceito, estando presentes os Soberanos Grandes Comendadores da Bélgica, Brasil, Turquia, Polônia, Romênia e Irã no exílio.
Como primeiro Soberano Grande Comendador de Rússia foi instalado Vítor Kouznetsov, 33°.
Finalmente, no ano do ressurgimento da Ordem em Rússia, quem visitou a imponente Catedral de Kazan, com sua
fachada similar à Basílica de São Pedro no Vaticano, pôde apreciar em seu interior uma sala destinada à exibição de objetos
maçônicos. Eram mais de cem artigos entre livros, estandartes, malhetes e aventais. Nenhum lugar simboliza melhor a
Maçonaria russa do que a Catedral de Kazan: em sua cripta, o General Kutuzov, pai da Pátria, havendo servido lealmente ao
seu Imperador, descansa no Oriente eterno junto as três Luzes que guiaram a sua vida: A Rússia, a Igreja e a Maçonaria.

NOTAS E BIBLIOGRAFIA
(*)Artigo revisado e corrigido pelo Ir.: ANTONIO AGUIAR DE SALES: Venerável Mestre da A.:R.:B.:L.:S.: LIBERDADE n. 1
da Grande Loja Maçônica da Bahia, Brasil.

17
(1)Jean Palou, escritor e maçom, pertencente à corrente Tradicional do pensador metafísico René Guénon, em seu livro
“A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática”, Ed. Pensamento, São Paulo, conclui que Napoleão I fora iniciado na
maçonaria quando era tenente de artilharia em Itália e teria pertencido à Loja egípcia de Hermes e também ao Rito
Escocês Retificado da Obediência do Grande Oriente de França.
(2)Ukase: decreto imperial em idioma russo. Por incrível coincidência, nesse mesmo ano de 1822 (25 de outubro) outro
imperador maçom, o brasileiro Dom Pedro I quem, apesar de ter o grau 33° e ser Grão Mestre do Grande Oriente Brasílico,
também proibiu a Maçonaria no seu país.
(3)History of Russian Freemasonry, de Dennis Stocks, da Barron Barnett Lodge, em Casebook, documento publicado em
Internet, junho de 1977; http://ripper.wildnet.co.uk/russianfm.html ( novo url);
(4)Los Masones, de Jasper Ridley, Ed. Vergara, Buenos Aires.; A respeito de Alexandre I, este autor afirma que o czar foi
nomeado Grão Mestre de honra da Maçonaria da Polônia durante um banquete maçônico celebrado em Varsóvia em
1815. A Grande Loja da Rússia, na sua página em Internet (versão em russo) diz apenas que existem evidencias de que
Alexandre I teria pertencido à Ordem.;
(5)As Constituições de Anderson e Pérolas Maçônicas V2, Ed. A Trolha, Londrina.;
(6)Russian Freemasonry: a new dawn, de Richard L. Rhoda, da Maine Lodge of Research AL 5981, documento publicado
em Internet, junho de 1996; http://members.aol.com/houltonme/rus.htm;
(7)Los Masones ante la Historia, de Eugen Lennhoff, Ed. Diana, México;
(8)John J. Robinson, que não é maçom, em seu livro Nascidos em sangue, afirma que a Maçonaria é a continuação da
Ordem dos Cavaleiros Templários.

(*)Texto enviado pelo Ir.: RONALDO COSTA.

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18

Direção Ir ∴ Wilson Santos - Loja Adonai 1377 - GOERJ


Viagem ao nosso interior
PAZ E ESPADA
D. Villela

Jesus foi chamado o príncipe da paz e no sermão da montanha enalteceu”os que são brandos, porque eles
herdarão a Terra”, e os “pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5: 5 e 9). Noutra passagem,
contudo, afirmou categoricamente: “Não penseis que eu tenha vindo trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a
espada”; - porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha e o homem terá por inimigos os de sua própria
casa” (Mateus 10: 34 a 36).
Deve-se notar que não existe contradição, pois no primeiro caso trata-se de uma condição íntima de harmonia e
segurança, que resulta da vivência das leis divinas, ao passo que a segunda afirmativa se refere aos choques de opinião
que a Boa Nova fatalmente irá suscitar. Sabia o Mestre que sua mensagem não seria bem recebida pela ignorância e o
egoísmo ainda predominante entre os homens, devendo sofrer incompreensões e perseguições, que de fato ocorreram,
colocando por vezes amigos e até membros de uma mesma família em campos opostos.
A propósito, é interessante observar que a ação do Cristianismo como força renovadora foi dificultada e, por fim,
quase anulada, não pela hostilidade de eventuais adversários, mas pelo progressivo esquecimento de seus princípios
básicos que são a consciência de nossa dimensão espiritual e a prática do bem. Atingido esse ponto não mais se verificava
a divisão a que Jesus se referiu, pois os cristãos em grande maioria, inclusive os seus chefes, estavam de acordo em
identificar religião com prática externa, voltando-se à situação de hipocrisia e indiferença moral severamente combatida
pelo Mestre.
A oposição que qualquer idéia nova enfrenta no campo social é sempre proporcional à sua importância e às
mudanças que acarreta. Dessa forma, propostas pueris, utópicas ou que se possam enquadrar no modelo acomodatício
acima referido são acolhidas com tranqüilidade e até aplauso, ao passo que tentativas de renovação, com base na reforma
íntima dos seguidores são, invariavelmente, mal recebidas pelo numeroso contingente satisfeito com a ilusão e o menor
esforço.
Esse fenômeno foi igualmente observado quando do surgimento da Doutrina Espírita, que mais uma vez, vinha
proclamar a necessidade de aplicação, na vida pessoal, da mensagem cristã, que é eminentemente comportamental.
O Espiritismo, assim, desde seu aparecimento, também não veio trazer a paz da inércia mas a espada dos
confrontos de opinião e atitude, cabendo-nos perseverar nesse bom combate que se trava, em primeiro lugar, em nosso
íntimo, refletindo-se, depois, no mundo exterior, onde o Evangelho deverá ser vivido em escala sempre maior até sua
definitiva implantação na humanidade.

Publicado no Boletim SEI, nº1800.

Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO


Gilberto de Souza Jotta
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19
DEPOIMENTO
TRIBUTO A UM PATRIOTA: Dr. ENÉAS
Ir.: Marcos Coimbra (*)

Amado por uns, nem tanto por outros, mas respeitado por todos os brasileiros que amam sua Pátria. Pelas suas atitudes,
discursos e idéias, ele provocava polêmicas e paixões. Porém, ninguém, em sã consciência, pode negar sua cultura universal, sua
inteligência acima do normal, sua postura ética e moral inatacável, sua coragem física e intelectual, sua honestidade pessoal, sua
generosidade, até em demasia, e, acima de tudo, seu incomensurável amor à Pátria.
O Dr. Enéas não era um político, na acepção vulgar do termo. Ele estava político, mas, na realidade, era um emérito
professor, um educador de mão cheia e um cardiologista de escol. Formado em Medicina, possuía o mestrado em cardiologia. Seu
amor pelo conhecimento, levou-o a fazer ainda cursos superiores em ciências exatas (matemática, física) na UERJ. Um dos seus
passatempos prediletos era o estudo de idiomas estrangeiros, de Teoria Geral do Estado e Filosofia, além de ser um brilhante mestre
na língua portuguesa. Era um cientista, adepto da ciência política.
Foi um verdadeiro gênio na comunicação de massas. Quem conseguiria, sempre com poucos segundos no horário eleitoral
gratuito (e apenas com isto), sem apoio de grupos empresariais ou financeiros, sob ataque permanente da mídia amestrada, obter a 3ª
votação para a presidência da república em 1994, ultrapassando figuras expressivas da política nacional, como Leonel Brizola, Orestes
Quércia e outros? Em 2002 obteve a maior votação já conseguida por um candidato a deputado federal (mais de 1.500 mil votos).
Assim, catapultou mais cinco deputados federais em São Paulo, sendo traído por quatro deles menos de um ano após a posse. Orador
de massas conquistava a população com sua franqueza, criatividade e contundência. Debatedor invicto, lembrava o grande polemista
governador Carlos Lacerda.
Não era adepto da práxis política tradicional, nem ambicionava o poder como fim. Sempre se preocupou em elaborar e
apresentar Projetos Nacionais, objetivando alcançar o Bem-Comum. Tivemos a honra de participar destes trabalhos em companhia de
ilustres companheiros e colegas a quem deixamos de nomear para não cometer a injustiça da omissão. Após treze anos de convivência
constante conosco e com outros colegas economistas, era capaz de discutir Economia em profundidade com interlocutores de peso.
Aprendia facilmente, pois era um excepcional mestre, tendo ministrado 65 cursos de pós-graduação na área da eletrocardiografia para
dezenas de milhares de médicos.
Entrou para a vida pública motivado pela indignação com o caos já vivenciado por nossa Pátria em 1989. Movido pelo
idealismo fundou o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional). Sua postura nacionalista em defesa da Soberania e da
independência econômica do Brasil atraiu o ódio do sistema financeiro internacional (os chamados “donos do mundo”) que, através de
seus representantes na mídia amestrada, procurava desqualificá-lo de diversas maneiras. Todas as denúncias caíram, mas voltavam a
ser veiculadas para erodir sua imagem. A maioria dos entrevistadores era declaradamente hostil a ele, em virtude de sua posição de
confronto com o sistema, principalmente quando foi candidato a presidente. Esta tendência amainou-se em 2002, quando desistiu da
candidatura à presidência e mais ainda agora, a partir do conhecimento público da grave enfermidade que o atacou. Na medida em que
representava menos risco ao “status quo” passou a ser menos maltratado pelos sicários do capital internacional.
Apesar de ter sido alcunhado de autoritário e outros absurdos, era, no trato pessoal, extremamente educado, lhano,
democrático, atencioso e generoso. Quase sempre se sacrificava para atender às inúmeras demandas que lhe eram trazidas
freqüentemente por diversas pessoas, próximas ou não. Sua postura em relação à imprensa era apenas uma reação natural de defesa,
tendo em vista as desagradáveis experiências sofridas. Como todo ser humano possuía seus defeitos. Seus adversários já exploraram
exaustivamente qualquer vislumbre deles, portanto não serão objeto de análise neste espaço. Somos amigos do Dr. Enéas e, para nós,
amigos não possuem defeitos.
Agradecemos ao Grande Arquiteto do Universo pelo privilégio de tê-lo conhecido e com ele ter trabalhado em prol do Brasil.
Era um brasileiro ímpar, patriota como poucos, incorruptível aos cantos das sereias que representam os interesses daqueles que nos
dominam. Perdemos um verdadeiro líder, um excepcional nacionalista, cuja ausência terrena será muito sentida por todos os brasileiros
verdadeiramente amantes da nossa Terra. Mas temos a certeza de que seus ideais permanecerão vivos na mente e na ação de nosso
povo, inspirando nossa luta para recuperar a dignidade perdida
(*)Membro de Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES)
N.E.: Material retirado do Site SAMAÚMA ONLINE, do Ir.: Tibério Sá Maia

20
GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO
FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
(e-mail:goirjgm@yahoo.com.Br) - G∴O∴I∴R∴J∴ 33 Trinta Anos de Fundação

NOTÍCIAS DO GOIRJ
Palavra do Grão Mestre do G...O...I...R...J... (Triênio 2005-2008)
HELITON GOMES TEIXEIRA
No dia 24 de junho de 2005 recebemos a grande responsabilidade de darmos
seqüência aos 31 anos de sucesso da nossa querida e amada Potência Maçônica que como
podem observar percorreu todo esse período com destaque e principalmente com o cumprimento
de nossa missão precípua que é tornar feliz a humanidade pela tolerância, pelo aperfeiçoamento
do homem, pelo respeito as leis e as autoridade constituídas, pela crença do G...A...D...U....
Das metas traçadas; faltando ainda um ano para o término no nosso governo:

1 - ADMINISTRAÇÃO
1-1) Informatização das rotinas e procedimentos das secretarias – Já implantados, inclusive com a
compra de novos computadores e etc;

1.2) Aperfeiçoamento do sistema de identificação dos Irs... – Implantado com sucesso;


1.3) Elaboração de metas e objetivos para grandes secretarias e reuniões periódicas para análises e cumprimentos – Implantadas inclusive
reuniões nas Lojas da Obediência dando conta do trabalho e recolhendo sugestões.
Todas as METAS foram implantadas com sucesso, desde a aquisição de modernos equipamentos, até as modificações da parte física
das secretarias, bem como móveis e utensílios;
2 – RITUALISTICA
2-1) Manter em estoques rituais dos graus simbólicos à disposição das Lojas;
2-2) Incentivar e incrementar a participação de Ir... do GOIRJ e de POTÊNCIAS, regulares a promover instruções e palestras constantes;
2-3) Incentivar os órgãos de assessoramento ritualístico;
2-4) Apoiar, incentivar e incrementar as ordens paramaçônicas, tais como BETHEL e CAPÍTULO DEMOLAY;
2-5) Apoiar, incentivar e incrementar o crescimento dos graus filosóficos;
Também cumpridas as METAS, inclusive com sessão de instalações tanto de secretarias, bem como Templos para o trabalho dos
graus Filosóficos, DEMOLAY e FILHAS DE JÓ (BETHEL);
3 – FINANÇAS
3-1) Elaborar em conjunto com órgãos competentes, um melhor ordenamento mensal das receitas e despesas da potência;
3-2) Criação e reavaliação de fontes de receitas alternativas para o GOIRJ;
Perfeitamente cumpridas, mostrando inclusive a viabilidade financeira e econômica da instituição com transparência total na prestação
de contas, se necessário, diária, através da Internet;
4 – PATRIMÔNIO
4-1) Elaborar um plano de estudo do melhor aproveitamento do espaço de nossa sede;
4-2) Criar e executar um plano de conservação e manutenção da nossa sede;
4-3) Estudar a viabilidade de alternativas para mudança da sede;
Visivelmente cumpridas, com reformas e um grande investimento em mão de obra e material, sem custo adicional para nenhuma loja
jurisdicionada, com exceção do 3º item que até o momento não pudemos viabilizar;
5 – DESENVOLVIMENTO
5-1) Incentivo à criação de novas lojas, sem redução de quadro de Irs... e de lojas existentes;
5-2) Manter e incrementar o relacionamento de mútua convivência com as potencias regulares;
5-3) Incrementar o relacionamento mais dinâmico e atuante entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) da Potência;
Consideramos esse item no principal e efetivo crescimento da GOIRJ, pois conseguimos colocar em funcionamento 03 (três) Lojas já
existentes que estavam adormecidas, como a fundação de outras 8 (oito) Lojas.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE OBREIROS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006= 37,79%; Dezembro de 2006-Abril de 2007= 58,90%;Julho de 2005-Dezembro de 2007(projeção com novas
Lojas)= 162,40%.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE LOJAS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006=43,47%; Julho de 2005-Abril de 2007= 43,47%; Julho de 2005-Dezembro de 2007(Com instalação de novas
Lojas)=73,91%.
Assim sendo, nesses 33 anos, número tão expressivo e importante na nossa filosofia maçônica, parabenizamos, desde os Grão-Mestres, Grão-
Mestres Adjuntos, Veneráveis Mestres, Vigilantes e todos os Irmãos, componentes de todas as Lojas jurisdicionadas, desde a nº 01
(LIBERTADORES) até a nº39 (HELIÓPOLIS), inclusive às diversas outras que estão em fase de instalação.
Parabéns a todos, e agradecimentos fraternais e sinceros pelo trabalho, apoio e presteza que sempre emprestaram ao Grão-Mestrado.
Fraternalmente,
HÉLITON GOMES TEIXEIRA
Grão-Mestre
21
GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO
FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
e-mail:goirjgm@yahoo.com.br G∴O∴I∴R∴J∴ 33 Trinta Anos de Fundação

NOTÍCIAS DO GOIRJ

GOIRJ Comemora 33 Anos de Fundação

Com uma belíssima cerimônia e uma festa excelente, os IIr.: do quadro do GOIRJ, assim como diversos
II.: visitantes, puderam comemorar os 33 anos de fundação deste Grande Oriente Independente do Rio de
Janeiro.
Sua história começa, quando diversos Maçons fundaram a Loja “Libertadores”, fato este ocorrido em
12 de setembro de l973 (foi instalada em 8 de dezembro do mesmo ano).
Por ATHOS VIEIRA DE ANDRADE, Grão-Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais e Presidente do
Colégio de Grãos-Mestres da Maçonaria Brasileira, foi a Loja “Libertadores” adotada por aquela Potência.
Em seguida, mais duas Lojas foram fundadas: A “Luz da Razão” e “Independência ou Morte”,
dando assim condições para a criação do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro, já que o Grande
Oriente de Minas Gerais, desligara as três Lojas para que fosse fundada a nova Potência.
No dia 24 de maio de 1974, na sede dessas Lojas, sob a Presidência do Maçom ROMULADO
SANTOS COSTA, foi fundado o “Grande Oriente Estadual Autônomo, Independente e Soberano do Rio
de Janeiro”.
Na mesma reunião, foi distribuída a minuta dos estatutos desse novo Grande Oriente e suspensos os
trabalhos para que os presentes, dele pudessem inteirar-se; reiniciados os mesmos, após discussão, foram os
estatutos aprovados. Ficou consignado, em resumo: Potência Maçônica de direitos privados, autônoma, podendo
filiar-se a outras organizações confederadas. Segue-se por uma constituição própria, posteriormente promulgada
no cartório de registro civil.
Por esta ocasião, foi escolhido e eleito como o primeiro Grão-Mestre provisório, PAULO RODARTE
DE FARIAS MACHADO, cuja posse solene ocorreu no dia 26 de julho.
O GOIRJ cresce quali / quantitativamente em termos exponenciais, com a preocupação de dar
regularidade a si mesmo, às Lojas filiadas e aos obreiros, tanto pela Origem quanto pelo Princípio.
É regular de origem, pois foi adotado inicialmente, com a primeira Loja fundada – a “Libertadores” -,
pelo “Grande Oriente de Minas Gerais”; é maçonaria Regular perante grande número de Grandes Lojas e
Grandes Orientes de outros Estados Internacionais, e seus membros foram iniciados regularmente.
O GOIRJ tem poderes Autônomos, Independentes, Soberanos e Jurisdicionais sobre as Lojas Filiadas, e
é o único a Governar os três Graus Simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
O Palácio Maçônico do GOIRJ ocupa na Rua Teotônio de Brito, 360- Olaria / TJ (SEDE PRÓPRIA),
1.435m2 no 1º andar, compreendendo Hall – com 170m2 -, salas de Depto. Feminino – 40m2 -, Capítulo
DeMolay – 20m2 -, Capítulo Bethel “Susie Holmes” – 20m2 -, Gabinete do Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto
– 30m2 -, conjunto de salas para Grandes Secretários – 80m 2 -, cantina – 95m2 -, três Templos Sagrados, a saber:
Templo GINO GAUDIOSO – 140m2- Templo Ir.; JOACIR PERDIGÃO – 115m2 – e Templo Ir.: PEDRO
CORREIA PORTO – 95m2 -, salão de festas – 330m2, além de banheiros, Câmara de Reflexão e 17 salas para
secretarias das Lojas que aqui funcionam, com um total de 300m2.
A aquisição desse precioso patrimônio foi feito através da compra por preço simbólico do nosso 2º
Grão-Mestre ISAÍAS DE SOUZA MACIEL, a quem muito agradecemos, pois só assim, com certeza, pudemos
alcançar tamanho sucesso, nesses 33 anos!

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CADERNO DE
TRABALHOS

23
PROPONDO FUTUROS IRMÃOS

Ítalo Aslan/M.:M.:

É um dever e uma obrigação fazê-lo. Confesso que não consigo entender quando ouço um Irmão dizer que nunca
apresentou qualquer profano à Ordem. E o que mais intriga é que essa afirmação soa como querendo passar uma atitude
prudente da parte dele, de demonstração de seu cuidado e zelo para com a Instituição. Se nos dispusermos a ouvi-lo,
tentará persuadir-nos de que são justificadas as suas preocupações e que não propõe porque não quer se arriscar a trazer
um profano que pode ser pernicioso à Maçonaria. Pode ser até que esse Irmão se considere o protótipo do Maçom e que
um possível proposto seu certamente não seria como ele e, portanto, não propõe. Deixa aos outros Irmãos essa
incumbência, pois não quer se arriscar a errar. Concluímos que, se depender dele, a Maçonaria estará fadado a
simplesmente desaparecer.
Há que se propor. Há que se procurar. Todos devem estar entendendo, evidentemente, que a escolha e a
conseqüente proposta recairão sobre alguém que possa pertencer à Fraternidade e compartilhar dos seus benefícios que
são a busca perene e constante de um aperfeiçoamento e da evolução moral e espiritual.
Alguém pode se aperfeiçoar e melhorar espiritual e moralmente fora da Maçonaria? Claro que pode... Também
pode. Tentemos trazê-lo então para nós. Todos que já fazemos parte dessa Instituição consideramos que ela tem um jeito
especial de ensinar e aprimorar. Quando o Venerável Mestre pergunta “onde encontraremos os ensinamentos de moral”,
ouve como resposta “na Maçonaria, Venerável Mestre, porque aqui se ensina a moral mais pura e mais propícia à
formação do caráter do homem, quer considerando sob o ponto de vista social, quer sob o individual”. Pronto.
Consideramos nós que é a Maçonaria uma escola de moral, com todos os benefícios que essa ensinança traz ao seu
adepto.
Outra pergunta: e por que não trazer profanos, por que não propor? Será que se esgotaram os dignos de
pertencerem à Maçonaria? Devemos buscar e propor, insisto. Certamente saberemos escolher. Poderá ser, quem sabe,
um colega de trabalho; ou um cliente que tenha o perfil procurado, ou um vizinho, talvez. Eles existem, estão à nossa volta
e são muitos. Às vezes, não os vemos, carentes que poderemos estar da predisposição de procurar.
É claro que este discurso todo envolve a certeza que essa procura está sendo feita por um MAÇOM que, como tal,
não deve fazer uso de interesses mesquinhos nessa triagem. O diretor da empresa, o seu gerente do banco, aquele
cliente, o companheiro das “peladas” de fim de semana... Será que servem? Podem até servirem, se preencherem as
condições, por que não? Mas se houver interesses inconfessáveis, por favor, é melhor não propor. Se não puder ajudar, é
melhor não atrapalhar. Essa situação é mais perniciosa do que aquela do Irmão que se gaba de nunca ter proposto
alguém. Esses tipos de aquisições não são interessantes para a Ordem, pelo contrário, denigrem a sua imagem e
contribuem para o esvaziamento das Lojas por razões que não são difíceis de imaginar.
Concluído. A escolha está feita. O proposto preenche as condições que são consideradas essenciais para ser um
bom Maçom, para permanecer na Ordem, para receber os benefícios morais e espirituais que a sua doutrina “prodigaliza
aos bons obreiros” e, o mais importante, para ser mais um colaborador na construção do edifício social da Humanidade.
Mais outras perguntas: ele, o proposto, conhece a Maçonaria? Ele e sua esposa já ouviram falar dela? O casal
sabe a finalidade e a proposta da Ordem? É interessante e bom, no contexto geral, que a família permaneça ignorante,
possivelmente já sabedora do véu de mistérios que envolvem a Maçonaria, cujos detratores se encarregaram de
disseminar ao longo dos séculos?
O Conselho de Decanos da Loja, os seus Mestres Instalados, pode resolver essa situação. É saudável, é maduro
fazer com que o profano e a companheira conheçam aonde ele entrará, os seus membros, a sua história, a sua finalidade.
Considero que seja. Permitam que façam perguntas, estimule-os a tal. Os Mestres da Loja não deverão ter receio em
respondê-las. Serão, certamente, perguntas de caráter exotérico, sem qualquer risco, para sossego dos puristas e
ortodoxos, em se revelar os decantados segredos da Ordem, muitas vezes feitos com exagero por pura infantilidade, com
propósitos de valorizar a condição do “já Maçom”, em detrimento do “calouro” que, por ainda não pertencer, sente-se meio
receoso frente ao desconhecido. E se, por acaso, um profano mais “esperto” fizer alguma pergunta de caráter esotérico,
mais restrito aos ensinamentos dos graus, os Mestres da Loja saberão dissimular.
Poderão ocorrer duas situações, como conseqüência: a) o profano, ou proposto, estará mais seguro e confiante,
bem como sua família, no passo que dará. Terá certeza dos seus propósitos e se é aquilo que realmente ele deseja; b) o
profano desistirá completamente, verificando que ali não é “a sua praia”, evitando assim mais perda de tempo e futuros
problemas para a Loja. Insistir na sua aquiescência, procurá-lo, tentar persuadi-lo me parece temerário.
Portanto, e finalizando, vamos propor. Busquemos. Eles estão à nossa volta. Basta saber encontrá-los. Feitas
conscientemente e com sabedoria, as aquisições serão benéficas e as Lojas e a Maçonaria se enriquecerão com “obreiros
úteis e dedicados”.
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FREQUÊNCIA NAS LOJAS MAÇÔNICAS
Ir.: Antônio do Carmo Ferreira (*)

Estatísticas da ciência de todos apontam São Paulo como a região, onde se situa a maior quantidade de Lojas
Maçônicas e de Maçons do Brasil.
Mercê destas circunstâncias, é que tenho conversado com o maçonólogo RAIMUNDO RODRIGUES, que exerce o
magistério maçônico naquela Unidade da Federação, a respeito das possíveis dificuldades que a Ordem porventura venha
tendo naquele Estado.
O professor RAIMUNDO RODRIGUES, que já presenteou os maçons brasileiros com excelentes compêndios, em
especial, nos campos da Filosofia e da História da Ordem, com o mais alto grau de credibilidade, é claríssimo em suas
respostas.
Para o sábio mestre Rodrigues, os principais problemas de lá são os mesmos de toda a Maçonaria brasileira:
deserção e baixa freqüência.
Ele entende que o iniciado abandona a Arte Real porque teria sido atingido por três males: dois de nascimento e
um de crescimento.
O mal escolhido (o candidato foi iniciado por ser amigo do proponente e não por ter vocação; segue-se uma
sindicância imperfeita). O mal iniciado (cerimônia com passagens bisonhas; gracejos; visita a lugares estranhos). E o mal
instruído (pobreza didática do instrutor; falta de leitura dos clássicos maçônicos; acesso a invencionices e achismos).
Este último item (precariedade de instrução) se agrava com a pressa na concessão de “aumento de salário”.
Ensinar, diz o respeitável mestre Rodrigues, “é transmitir conhecimento”. E as sessões de Aprendiz e Companheiro são de
instruções. Dispensar interstício é, assim, por demais prejudicial à formação do Iniciado maçom.
Desejamos ainda acrescentar, em relação à freqüência, que ela tem uma forte vertente: as motivações. O maçom
deve ir à Loja por amor e não por obrigação. O Venerável tem que ser um líder, que entusiasma seus obreiros.
Ademais a Loja tem que ter projetos (metas e meios) em que, não só quanto à formação de seus quadros, mas
também referente à sua ação filantrópica, na sua execução todos se envolvam.
A monotonia é cansativa e estressante. Mas a reinvenção é animadora e cativante. A Maçonaria não é o ócio. É o
fascínio da lapidação do principal produto do Criador – o homem, tornado-o um “construtor social”.
A recomendação das Sagradas Escrituras é de que, em cada dia, precisamos renascer. Pois a vida é ação. É
trabalho. Quem se entranhou de Maçonaria sabe o quanto ela é superior dentre todas as organizações humanas.
Lutar pela permanência dos Irmãos, freqüentes e em atividade, no seio da Fraternidade, é uma missão relevante
do maçom. Deixar de fazê-lo, alerta o ritual do 1º Grau, é “mais do que uma infidelidade. É um perjúrio”.

(*) Presidente da ABIM e Grão-Mestre do GOÍPE.

RUA JONAS GARCIA, 161 CENTRO – CABO FRIO

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A CADEIA DE UNIÃO
Ir.: Ubirajara de Souza Gomes (*)
Jaime Lopez Dalmau, Maçonólogo e conferencista, no seu trabalho intitulado A História Mística da Maçonaria, propõe,
através de brilhante exposição, que a Maçonaria teria conseguido reunir através do tempo procedimento retirados de todos os
ramos do conhecimento humano e de todas as matizes esotéricas e filosóficas. É como se a Maçonaria fosse uma espécie de
colcha de retalhos e que os retalhos fossem as contribuições oriundas das outras instituições, como os mistérios de Ceres, como
os Mistérios Egípcios, os Rosacrucianos, dos Alquimistas, dos Essênios etc...
Um dos procedimentos que têm a nítida influencia da Teoria do Magnetismo Animal de Mesmer, o Mesmerismo, que
tem grande utilidade na Maçonaria, é a Cadeia de União. A Cadeia de União é um recurso de alto valor esotérico e espiritual e
pouco usado, lamentavelmente. Os Maçons pouco sabem a respeito dela; e a prova disso é o fato de fazerem-na tão pouco. A
Cadeia de União é um poderosíssimo instrumento místico e que deve ser estudado e exercitado com constância para que
possamos, no aperfeiçoamento da sua prática, colher os seus imensuráveis efeitos benéficos. É também conhecida como
Cadeia Magnética e desenvolvê-la é fazer nascer uma corrente de idéias, ou melhor, uma Força-Pensamento, que submeta
vontades. Para realização de uma Cadeia de União são necessários, além do exercício constante, algumas condições especiais
que facilitam o seu desenvolvimento, que são:
1 – Um ambiente propício – Um Templo consagrado, devidamente incensado, com a iluminação adequada, (damos
preferência a uma penumbra) e devidamente harmonizado com uma Coluna de Harmonia bem selecionada e no volume ideal.
2 – Os Irmãos predispostos – Os Irmãos que irão participar do exercício devem estar paramentados e revestidos com
as suas insígnias. As indumentárias serão, obviamente, a roupa preta e as suas mentes devem estar abertas e predispostas.
Todos devem estar descansados e harmonizados com o conjunto.
3 – A força pensamento certa – Durante a Cadeia de União os Irmãos vão unir os esforços das suas mentes para
emitirem um desejo, que chamamos “força pensamento” com determinada finalidade. Para tanto, este objetivo deve ser
previamente anunciado, ser aceito e ardentemente desejado por todos que irão participar.
A Cadeia de União deve ser efetuada ao redor do Livro da Lei, com o mesmo aberto no versículo inerente ao Grau da
Sessão que se realizou e com o Esquadro e o Compasso maçonicamente dispostos. As velas do Altar dos Juramentos devem
estar acesas e todos os Irmãos estarão descontraídos e concentrados. Pode-se fazer exercícios respiratórios para aumentar o
potencial de concentração. Os contatos entre os Irmãos (dos pés e das mãos) devem ser firmes e contínuos, evitando-se que em
qualquer ponto da Cadeia de União haja interrupção da Corrente Magnética. O conjunto das mãos entrelaçadas forma na prática
uma figura da Corda dos 81.
Nós e os pés, na posição adequada, formam uma verdadeira Orla dentada. Desta forma, os Irmãos, durante o exercício
da Cadeia de União, criam estes dois símbolos importantes do Templo, cujo significado diz respeito diretamente ao objetivo da
mesma. Jaime Pusch, no seu Livro “A B C do Aprendiz”, diz que a Cadeia de União permite, através das mãos entrelaçadas, que
os Irmão funcionem com baterias ligadas em série e que as mais fracas, ou as menos carregadas, são fortalecidas pelas mais
vigorosas. O conjunto todo amplia suas forças para aplicação em questão. Diz ainda, “que a Cadeia de União é um Círculo
transferidor de energias vitais”. Nós completemos que além de transferidor é amplificador dessas energias. Como vimos, a
transmissão da Palavra Semestral é apenas uma das utilidades de menor importância dentro do leque de possibilidades que a
prática da Cadeia de União oferece aos Maçons. È conveniente que salientemos aqui, arrefecer os ânimos de crítica destrutiva,
que não estamos dizendo que a Palavra Semestral não é importante. Quando a Cadeia de União tem por objetivo a transmissão
da Palavra Semestral, somente dela participam os Irmãos do Quadro de Obreiros da Loja. Se por outro lado ela é destinada a
transmissão de Força de Pensamento, pode dela participar qualquer Irmão de qualquer Loja ou Grau, melhor ainda será a
participação desses Irmãos se eles tiverem conhecimento e poder de concentração.
Na segunda hipótese, o Venerável Mestre substitui a Palavra Semestral, por expressões ou palavra que expresse a
força de pensamento proposta e que tenha por si mesma um alto conteúdo. Com conteúdo: Sabedoria, União, Força, Felicidade,
Saúde, Alegria, Feliz Natal, Próspero Ano Novo, Sucesso, Venceremos etc... Sem conteúdo: Mesa, carro, rua, cadeira etc... O
exercício constante da Cadeia de União fortalece a Loja, harmoniza e une os seu obreiros. Apenas com menção e para
conhecimento dos Irmãos, damos notícias de um processo que é praticado, possivelmente por elementos ligados à hoste da
magia negra, mas que não desconhecem o poder do procedimento anteriormente descrito, que é a Corrente de L..., que se
resume num simulacro da Cadeia de União, só que utilizado para a pratica do mal.
A ritualística do Rito Schöeder exige ao final de cada Sessão a realização da Cadeia de União.

Obs. O material acima veio parar em minhas mãos há mais de 10 anos e desconheço quem escreveu as informações
acima, mas vem ao encontro de tudo a que eu sempre quis escrever.

.(*)Membro da Loja “Portal da Luz nº16 – GOIRJ.

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O CÁLIX BENTO
Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

Na explicação analítica de Karl Gustav Jung, o Santo Graal – a poção da imortalidade – simboliza a plenitude que
os homens sempre buscaram, mas a procura deste Cálice Bento exige condições de vida interior, raramente reunidas. As
atividades exteriores impedem a contemplação que seria necessária e desviam o desejo do homem. O Graal está perto
porém não é visto; é o drama da cegueira diante das realidades espirituais, tanto mais intensas quanto mais se crê na
sinceridade da busca. Das tradicionais “Folias de Reis”, norte de Minas Gerais, um canto de fé que, “Oh Deus salve o
Oratório / onde Ele faz a morada / lá onde mora o Cálix Bento / e a hóstia consagrada”. São cantigas populares de
escravos, de homens simples, que se abandonam nos braços da fé, alucinam-se, iluminam-se e são capazes de ver Deus,
numa visão mágica que os impelem a ajudar o próximo.
Os iniciados nos augustos mistérios têm chance de começar esta procura ao se abrirem as portas da Jerusalém
Celeste como templo simbólico da Razão. Aí se iniciam, na verdade, os estudos filosóficos nas sociedades esotéricas. A
perfeição humana se conquista por uma transformação radical do espírito e do coração.
É preciso mais longe que Lancelote, mais do que Percival, para chegar-se à transparência de Galahad – a
imagem de Jesus Cristo. A história da cavalaria medieval, época que envolve uma série de camadas de culturas – bretã,
cristã e greco-romana – nos conta que, depois da crucificação de Cristo, o Santo Graal desapareceu e foi uma das
gloriosas missões dos Cavaleiros da Távola Redonda, descobri-lo, revelá-lo à luz do Conhecimento. Muitos dos cavaleiros
puseram-se em febril procura. Primeiro foi Sir Percival que, no meio da jornada, cedeu aos prazeres dos sentidos: gula,
amor e poderio e esses deleites terrenos transformaram-se em pó e cegaram-lhe a visão das coisas celestiais. Depois foi a
vez de Sir Gouwain, mais telúrico que urânico, encontrou no caminho um grupo de belas e levianas jovens: canto, dança,
vinho, o tempo todo com elas, até que uma rajada de vento as arrebata. O cavaleiro seguinte é Sir Bors, dotado de
elevado sentimento nobre, mas se deixa aprisionar em cárcere a favor da causa de seu ideal; e só na prisão consegue, por
beneplácido celeste, uma tênue visão do Graal. Segue-se Sir Lancelote na busca da “esplêndida visão”. Nobre também,
mas não sem mácula. Depois de incontáveis obstáculos e ascensão de degraus, avista o Cálice Bento, porém, como Sir
Bors, à grande distância, e, envolto em pesado véu. De todos os cavaleiros que buscaram o Cálice Sagrado, um somente
consegue uma visão mais próxima e seu resplendor: é o jovem e bravo Sir Galahad, que se une a Sir Percival por algum
tempo. Depois segue sozinho e completa a laboriosa jornada, através dos rios, dos vales e sobre perigosos precipícios e
gargantas, sempre para cima e para o alto, na direção da “visão esplêndida”. A cada vez que atravessa uma ponte ela se
desvanece no ar. Não há possibilidade de retorno para os que estão decididos a encontrar o Graal. Finalmente ele o
descobre.
De todos os mortais, somente Sir Galahad foi capaz de passear os olhos na contemplação – enquanto vivo – no
Santo Graal. Foi o prêmio por ter transformado sua conduta em uma vida sem mácula, dedicada a um nobre fim. Galahad
sempre se conduziu com disciplina, observando os preceitos básicos da Ordem dos guerreiros: fidelidade à palavra,
obediência à Igreja, generosidade, proteção e assistência aos necessitados.
Este é o fio condutor das várias lendas do Santo Graal na versão do poeta inglês Alfred Tennyson (1809 – 1892).

(*)Membro da Academia Maçônica de Letras do DF.

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
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Periodontia e Endodotia –

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Tel: (22) 2647.2164
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Tel: (22) 2643.3504
(tarde)
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SECRETÁRIO DE UMA LOJA MAÇÔNICA
Ir.: Valdemar Sansão

O Ir∴ Secretário é o elo que liga a Loja e as Grandes Secretarias, dependendo o sucesso de uma
Oficina do bom desempenho de suas funções.

Para o bom desempenho das funções, cabe aos Obreiros terem a real noção de
suas características e atribuições para que possam bem realizar os seus
respectivos Cargos.
Sendo a Loja Maç∴ a representação do Universo, deve funcionar de forma
“Justa e Perfeita” para a honra e glória do Grande Arquiteto do Universo, e tal
funcionamento depende do dedicado e correto desempenho de seus OObr∴ em
cada função e atribuição, sendo de primordial importância o fiel cumprimento dos
deveres do Secretário da Loja.
O Secretário da Loja não é eleito como os demais integrantes da Administração.
É cargo de confiança do Venerável, de sua livre escolha e indicação, e com ele
deve manter estrita sintonia.
Cargo administrativo de maior responsabilidade o de Secretário deve ter por
qualidades e competência, a assiduidade, a responsabilidade, a discrição,
organização, bons conhecimentos de informática, entre outras, e, para bem
cumprir seu juramento feito no momento de sua Posse: “deve registrar em ata,
com imparcialidade e clareza, todas as ocorrências dos trabalhos de sua
Loja”
O Ir∴ Secretário tem como principal atribuição representar a memória da Loja,
sendo este o motivo pelo qual a sua Jóia do Cargo se caracteriza pela
representação simbólica de “duas penas cruzadas, pendentes de uma fita larga”, indicando que deve assegurar a tradição da
Ordem e da Oficina, com o registro de todos os fatos presentes e passados. A Secretaria representa a estrutura de sustentação
de uma Loja e o Secretário não pode se permitir esquecimentos, atrasos, enganos e omissões. Para tanto, o Secretário, em
razão de suas atribuições e atividades, deve ter facilidades no trato de assuntos administrativos, ser objetivo na redação,
conhecer a legislação da Obediência, o tratamento maçônico, dispor de métodos de arquivo e escrituração dos livros necessários
à administração da Loja.
Segundo nossas leis e normas, o Secretário ocupa assento no Oriente, adquirindo com isso o direito de solicitar a palavra
diretamente ao Venerável Mestre, podendo permanecer sentado enquanto faz a leitura do balaústre e do expediente.
Balaústre – Em Maçonaria, balaústre é a ata redigida pelo Secretário, em qualquer Sessão Maçônica; como os pilares que
sustentam uma travessa, faixa, ou corrimão, o balaústre maçônico, junto com outros, sustenta a história da Oficina, ou da
Obediência, pois cada ata é uma verdadeira reportagem dos acontecimentos, o que constitui um registro histórico
importantíssimo. O balaústre ajuda, também, a entender (subir), seguramente, os lances mais importantes da existência da Loja,
ou da Obediência.
Das Sessões que a Loja realizar, será lavrada Ata, em transcrições de pensamentos. Limitando-se a registrar o que ocorreu
durante os trabalhos e após lida, sua redação será discutida, votada e assinada por quem de direito, na primeira Sessão seguinte
do mesmo grau.
Dentre as suas funções decorrentes do cargo, incumbe ao Ir∴ Secretário
a) preparar a Ordem do Dia juntamente com o Ven∴M∴ de tal forma que a Sessão transcorra dentro do tempo previsto,
cuidando sempre para que os procedimentos ritualísticos sejam desenvolvidos conforme prescrevem nossos Rituais.
b) – redigir os Balaústres (Atas dos Trabalhos) lendo-os e assinando-os, depois de devidamente aprovados na Sessão
seguinte. As Sessões das Lojas são: Ordinárias, Extraordinárias ou Magnas. Destaca-se que inexiste Sessão denominada”
Sessão Econômica”;
c) - receber a correspondência da Loja, ler o expediente em Sessão, lançando nos documentos o destino dado pelo
Ven∴, comunicar aos interessados eventuais decisões e deliberações;
d) – Fazer pontualmente todas as comunicações devidas à Grande Loja e manter em dia e em ordem os livros e registros
a seu cargo. (O Secretário da Loja, ao assumir a função deverá verificar, inicialmente, como se processavam as atividades e
encargos da Secretaria, da Administração anterior se, a organização estiver satisfatória, dará continuidade a mesma.
Comunicará qualquer deficiência encontrada para equacionar soluções e evitar responsabilidades). Verificará a existência dos
seguintes LIVROS OBRIGATÓRIOS: De Atas de Reuniões para cada grau, separadamente; de Rejeições ; de Punições; de
Eliminações; de Presença Obreiros do Quadro; de Presença Visitantes; de Cadastro de seus Obreiros (com todos os
dados e datas pessoais e maçônicos necessários;

28
e)– Comunicar à Grande Secretaria Geral e ao Delegado Regional e Distrital, com l5 dias de antecedência, sobre as
Sessões Magnas a serem realizadas na Loja e expedir os convites para as Sessões de relevância da Loja (Iniciação,
Elevação, Exaltação, Posse, Regularização, Filiação etc), quando determinado pelo Venerável;
f)– enviar ao seu Adjunto ou ao Venerável os documentos necessários quando por qualquer motivo estiver impedido de
temporariamente exercer suas atribuições;
g) – assistir a verificação dos escrutínios secretos e da Bolsa das Propostas e Informações. Na conferência da Bolsa
PProp∴ IInf∴ o Orador e o Secretário sobem os degraus do Trono, saúdam o Ven∴M∴ e, postando-se à frente do Altar,
ficam ladeando o Mestre de Cerimônias, durante a conferência da Bolsa e, sem qualquer Sinal, voltam para seus lugares.
Esclarecimento: 1. Andam até o Altar, sobem os degraus, saúdam o Ven∴M∴ e se postam à Ordem; 2. Terminada a
conferência desarmam o Sinal que já é a Saudação ao Ven∴M∴ e retornam aos seus lugares; 3. Retorno feito sem cruzar o
Eixo da Loja; 4. Ao sentar não fazem a Saudação.
h)– expedir certidões e certificados acerca de serviços e Atas aos Obreiros que solicitarem, tendo o cuidado de verificar
se tal solicitação encontra-se em dia com a Tesouraria;
i)– comunicar ao Tesoureiro aumento de Salário e Elevações de Grau e dele requisitar, com visto do Venerável, o que for
necessário;
j)– inventariar os papéis e documentos da Secretaria, sendo responsabilizado por eventual extravio, devendo permitir a
saída de papéis e documentos apenas por ordem escrita e firmada pelo Venerável Mestre;
k)– fazer as comunicações acerca das eleições às Grandes Secretarias;
l)– organizar protocolos sobre os registros de eventuais Profanos propostos para admissão em Loja e de seus
respectivos proponentes, bem como registrar eventuais incidentes no decorrer do procedimento;
m) – organizar e remeter nas épocas previstas em nossas normas à GLESP o Quadro Integral dos Obreiros;
n) – comunicar à Grande Secretaria de Administração a rejeição de Profanos ou regularizandos. Se REJEITADO o
Candidato após publicação da proposta em Boletim Informativo, enviar à Grande Secretaria Geral solicitação de Rejeição de
Profano (Pedido “D”). Registrar a Rejeição em livro próprio;
Caso haja desistência do Candidato, ou por parte do proponente, ou da Loja, e desde que os motivos não sejam desabonadores,
deverá ser solicitado o CANCELAMENTO do Processo, devendo para isso, ser envidada à Grande Secretaria Geral prancha
específica relatando os motivos de tal solicitação.
o)– traçar os Diplomas de Mestre, Certificados de Graus, “Quite-Placet” e “Placet ex-Ofício” e enviá-los à Grande
Secretaria de Administração para serem registrados;
p)– comunicar à Grande Secretaria as propostas de Iniciação e o Pecúlio Maçônico, bem como eventuais falecimentos
de Irmãos, acompanhados dos respectivos documentos. Quando do falecimento de Irmão, a Loja deverá tomar a seguinte
providência: Enviar à Grande Secretaria Geral, prancha informando o fato, solicitando o pagamento do pecúlio, anexando cópia
do atestado de óbito;
q)– na ausência ou inexistência de Bibliotecário na Of∴, zelar pela Biblioteca da Loja;
r) – Todos os FORMULÁRIOS envidados à Grande Secretaria deverão ser em ORIGINAIS, não reproduzindo cópias para
preenchimento.

Outras atribuições determinadas por cada Potência. 1. Toda a Loja Maçônica da Jurisdição da GLESP tem o dever de dar
conhecimento a Loja do “Boletim Informativo” e a revista “A Verdade” são os órgãos oficiais de divulgação maçônicas da Grande
Loja Maçônica do Estado de São Paulo. Todo Ato ou Decreto do Grão Mestre deve ser lido em sua integra pelo Ir ∴Orador,
durante o Expediente, estando todos de pé, sem estar à Ordem. Considerando o grande número de candidatos à Iniciação,
Filiação, Regularização e Placetados, recomenda-se que eles sejam lidos em duas reuniões ou ainda que o Ir ∴ Secretário,
selecione criteriosamente, os que devem ser lidos em Loja. Neste caso, o Boletim Informativo deve ficar fixado na Secretaria da
Loja para qualquer Ir∴ do Quadro que queira ter conhecimento de sua integra possa fazê-lo facilmente;
2. Nos dias em que a Grande Loja estiver reunida é proibido o trabalho de Lojas, Sessão Magna ou Normal;
Exaltação – A Exaltação se dará após o cumprimento do interstício de 05 meses. Após a Exaltação, enviar à Grande Secretaria
Geral o protocolo do placet, a fim de que seja providenciada a identidade de Mestre. Ministradas as instruções de Mestre Maçom,
requerer junto a Grande Secretaria Geral por meio de prancha, o Diploma de Mestre.
Cadeia de União – Na formação da Cadeia de União o Ir∴Secretário coloca-se à esquerda do Venerável Mestre.
Assim, o Secretário é o responsável pela História da Maçonaria, dependendo a sua regular documentação do correto registro das
ocorrências em Loja, sendo portanto absolutamente necessária a fiel reprodução dos assuntos relevantes ocorridos nas
Sessões.
Seu símbolo dentre os existentes em Loja é a Lua, haja a vista não possuir luz própria, dependendo da luz dos outros Irmãos
para brilhar, sendo este o motivo de ser conhecido como o “fotógrafo da Reunião”, certo que a posição da Lua em Loja (direita
ou esquerda do Venerável) dependerá da posição do Secretário prevista por cada Rito.
Valdemar Sansão
vsansao@uol.com.br

Fonte de Consulta: Manual do Secretário de Loja –GLESP.


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UMA PALAVRA SOBRE A VIRTUDE

Ir.: Robson Rodrigues (*)

A virtude tem origem na Grécia, com a palavra areté. Para o latim ela foi traduzida como virtus, que é sua
raiz em português.
Segundo Nicola Abbagnano, em seu Dicionário de Filosofia, virtude “designa uma capacidade qualquer ou
excelência, seja qual for a coisa ou o ser a que pertença”. Ele reduz a três seus significados específicos: 1º - capacidade ou
potência em geral; 2º - capacidade própria do homem; 3º - capacidade de natureza moral, própria do homem.
Estamos diante do primeiro significado quando nos referimos à potência ou característica de um ser ou objeto
qualquer, como um animal, uma planta, o ar, a água, a terra.
O segundo significado refere-se à capacidade própria do homem, adquirida por alguma forma de aprendizado.
Assim, dizemos que uma pessoa é dotada da virtude de cantar, escrever ou se expressar bem.
O terceiro significado – que aqui mais no interessa -- refere-se também a uma capacidade adquirida e própria do
homem, só que no aspecto moral. Contudo, para que seja efetivamente considerada uma virtude, tal capacidade deve ser
positiva e não pode prescindir da habitualidade. Nesse sentido, temos como virtude uma capacidade positiva, de natureza
moral, adquirida através do hábito. Em última análise, podemos dizer que virtude é o costume (mores = moral) de praticar
e repetir atos bons.
O conceito de virtude como hábito é devido a Aristóteles. Para ele, não existem virtudes inatas, mas todas elas se
adquirem pela repetição dos atos, que termina por gerar o costume.
Para a Maçonaria a virtude nada mais é que a disposição habitual da alma que nos induz à prática do bem.
A doutrina maçônica sempre combateu os vícios e exaltou as virtudes, como qualidades que devem ornar o
caráter de todo ser humano e, muito mais, do Maçom, que busca o aperfeiçoamento moral e espiritual.
A virtude sempre foi um traço de caráter valorizado socialmente. Por isso, a sua aquisição nunca foi algo simples.
Sempre demandou esforço e dedicação.
Hoje, no entanto, numa época marcada por grandes transformações, inversão de valores e avanço tecnológico, o
cultivo das virtudes tem sido uma raridade no comportamento humano. Valoriza-se muito mais o ter, o poder, o dinheiro, o
sucesso – como fontes de uma pretensa felicidade – em detrimento daquilo que é digno, honroso, justo, honesto, fiel e
verdadeiro.
Uma das questões fundamentais que se coloca então é: como incentivar o cultivo e a prática das virtudes em uma
sociedade de consumo, de disputas nem sempre honestas, cujo lema principal é o “salve-se quem puder”? E ainda: é
possível desenvolver virtudes em pessoas com um desenvolvimento psicológico-moral já avançado?
Em primeiro lugar é preciso considerar que, para a Maçonaria, o mal é o lado fraco da natureza humana, tendo os
Maçons por dever constantemente combatê-lo, nunca sacrificando sua dignidade e manchando sua moral em troca dos
apetites e desejos meramente transitórios da vida terrena. A Maçonaria recusa-se a aceitar que o mal possa afinal vencer o
bem. Para ela, o Maçom deve procurar galgar níveis de perfeição cada vez mais elevados, pela eliminação das asperezas
do seu espírito, das paixões vulgares que entorpecem e aviltam a dignidade do homem comum, para que, através da força
do bom exemplo e da prática das virtudes, possa contribuir para a modificação daqueles que como ele percorrem a estrada
da vida. Portanto, é principalmente pelo exemplo que a Maçonaria recomenda a divulgação de sua doutrina e incentiva o
cultivo e a prática das virtudes.
De outra parte, é sempre o desejo de acertar e ser feliz que move o homem, e não o contrário, como pode à
primeira vista transparecer. Ninguém erra deliberadamente, porque quer, mas pensando, querendo e procurando, de
alguma forma, acertar. Contudo, segundo um dos provérbios atribuídos ao Rei Salomão “há caminhos que ao homem
parecem o bem, mas cujo fim é a morte”.
A história humana registra hoje um elevado desenvolvimento do homem no campo das concepções espiritualistas.
A Maçonaria e sua filosofia, por sua vez, nos auxiliam a discernir o bem do mal, entre aquilo que é bom daquilo que é ruim
e apontam para o Caminho da Virtude, do Bem, que nos leva a desenvolver a compaixão, o altruísmo e a dispensar em
todos os momentos da vida tão-somente gestos de bondade e amor para com aqueles que nos rodeiam.
Assim, se para o homem comum desenvolver ou não as virtudes, em qualquer momento, ainda é uma questão de
opção, de escolha, para o Maçom é, antes de tudo, um dever que o obriga, independentemente do estádio psicológico-
moral em que se encontre.
De uma forma ou de outra, todos somos convocados a trilhar o Caminho das Virtudes. Uns tendo a opção, o livre-
arbítrio, a escolha; outros, o imperativo do dever.

N.:E.: Artigo extraído do livro “Maçonaria e Virtude – O Ideal Ético em Dezoito virtudes (obra do autor)
(*) Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes

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Laboratório Indústria e Comércio Ltda.

Análise de água, produtos


químicos de processos e para
tratamento de águas industriais
JAVS – Assessoria Contábil
Escritório Contábil
(Biocidas, dispersantes, anti-
incrustantes, inibidores de
corrosão, alcalinizantes,
floculantes, etc.) José Augusto Vieira dos Santos
TC – CRCRJ 28.476-2
Ildo Aranha de Souza
Diretor

Praça Porto Rocha, 37 - sala 109 – Centro – Cabo Frio - RJ Praça Tiradentes 115, São Bento, Cabo Frio, RJ CEP. 28.906-290
Cep: 28.905-250 - Tel/fax: (22) 2643.2633
(22) 2647.2931 Fax: (22) 2647.4285
e-mail: labolagos@uol.com.br
e-mail: javs@levendula.com.br

O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

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