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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
Ano II n.º 12 Fevereiro/2002

EDITORIAL ÍNDICE

T oda comunidade maçônica de Cabo Frio e circunvizinhanças está de


Pág. 2
 O que a imprensa
parabéns, pelo “III FÓRUM MAÇÔNICO EM CABO FRIO”, ocorrido no noticiou
último dia 10 (domingo) deste mês. O evento transcorreu na mais perfeita  Curiosidades
harmonia, tudo justo e perfeito como deve ser. As Lojas participantes do
Pág. 3
evento enviaram seus palestrantes, além de comparecer também o V.: M.: ou
seu representante.  Frases que marcaram
Pág. 4
Houve bastante interação entre palestrantes e os presentes em geral (IIr.:,
visitantes e cunhadas, já que o evento foi aberto a todos da comunidade), com  Para pensar
todos fazendo perguntas e expressando , mesmo que brevemente, suas  Cantinho da Poesia
opiniões. Pág. 5
O tema “SOCIEDADES SECRETAS” é indubitavelmente fascinante,  Gr. Dic.Enciclopédico de
despertando bastante interesse dos presentes. Maç. e Simbologia
(Nicola Aslan)
No intervalo, houve um ágape maravilhoso, para a satisfação de todos e
 Biblioteca
incremento da CONFRATERNIZAÇÃO, que afinal é um dos objetivos
principais. Pág. 6
 Saúde é coisa séria
Sabemos que elaborar, desenvolver e pôr em prática eventos desta  Pílulas Maçônicas
natureza é sempre difícil, uma vez que na sociedade atual o comodismo e o
desinteresse por coisas ou atitudes que exijam engajamento, sofrem Pág. 7 a 11
resistências e atitudes de desinteresse; E a comunidade maçônica,  Trabalhos Maçônicos
infelizmente, não é uma exceção! Assim, não tivemos o número de IIr.:
presentes, conforme gostaríamos. Mas o engajamento de alguns IIr.: de Lojas Pág. 12
diversas, se comprometendo em ajudar na “arregimentação” de IIr.: para o  Viagem ao nosso interior
próximo FÓRUM já foi um grande alento. E o tema do próximo FÓRUM , por Pág. 13
si só, já exige um maior engajamento de todos: “A MAÇONARIA NO 3º  História pura
MILÊNIO – o que somos e o que queremos ser” (título provisório). É a
oportunidade de todos nós maçons apresentarmos idéias do que desejamos Pág. 14
que a nossa Sublime Ordem seja, para nós individualmente, mas  Biografia do mês
principalmente para a coletividade e para o mundo em geral.
Pág. 15
Até o próximo encontro no IV FÓRUM!.
 Essa é para relaxar
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
Pág. 16
 O nosso planeta
Pág. 17
• Depoimento
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO
BARRADAS, e A... R...L...S... Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ)

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O QUE A IMPRENSA NOTICIOU

MAÇONS CRIAM REDE EM DEFESA DA ÁGUA

Com expressiva participação em vários movimentos ao longo da História, a Maçonaria


entra também na mobilização em favor dos recursos hídricos. A iniciativa foi da Grande Loja
Maçônica do Estado do Espírito Santo que está desenvolvendo um projeto para criação de uma
Rede Maçônica de Recursos Hídricos , Meio Ambiente e Maçonaria com o objetivo de
“promover estudos, informação e integração social de seus membros para este paradigma que é a
sobrevivência do homem aliada ao meio ambiente e ao desenvolvimento, além dos aspectos
voltados aos princípios da Arte Real”, segundo um dos fundadores da rede JOÃO LAGES NETO.

Ele diz que “a participação da Maçonaria ao longo da História foi sempre contundente e ativa,
contribuindo muito para os movimentos que levaram ao crescimento do homem e a sua luta por um
horizonte melhor de vida, na formação das nações e na história de seu povo e na busca da Liberdade,
Igualdade e Fraternidade”.
“No mundo inteiro se faz ouvir um alerta, cada vez mais presente, de modo equânime e
preocupante: a escassez de água, que é, sem qualquer sombra de dúvida, um grande desafio ,
um sério problema a ser superado neste milênio que se inicia para o desenvolvimento das
nações e acima de tudo para a sobrevivência do homem”, afirma Lages.

De acordo com a proposta de constituição da rede “a busca é pela superação do paradigma


do modelo produtivo atual e a criação de um novo modelo de desenvolvimento, um
desenvolvimento sustentável que é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades
(Relatório Brundtland – ONU – 1987)”.
Na mensagem de adesão a rede pede a “união na formação do alicerce da construção do
edifício da humanidade e, como o pedreiro faz na construção de uma casa, empreguemos a
colher para trabalhar a massa de informações e diversidade de opiniões, aprendendo a
reconhecer as diferenças e eliminando as imperfeições; utilizemos o esquadro para que nossas
ações se desenvolvam com equidade e retidão, limitando nossas ações sob a égide da justiça, da
retidão, da imparcialidade em todos os aspectos sociais”.

Publicado no AGUAONLINE.

CURIOSIDADES

MAÇONS CASCAS-GROSSAS

Na Londres do século XVIII, era comum que os Maçons organizassem paradas em que
desfilavam com seus paramentos. Entretanto, em abril de 1747, a Primeira Grande Loja decretou:
“Nenhuma procissão pública de Maçons vestidos com os paramentos da Ordem pode ser feita sem
autorização”.
O que teria alterado um costume tão em voga? Nada mais, nada menos do que as procissões
dos Scald Miserable Masons, ou ao pé da letra, Maçons Miseráveis e Cascas-grossas!

2
O que era esse grupo, se Maçons renegados, descontentes ou apenas gozadores, não se sabe
ao certo. Mas duas paradas anuais organizadas por eles foram parar nas páginas do London Daily
Post, que notificava em 20 de março de 1741:
“Ontem, alguns Francomaçons de mentira marcharam em procissão através de Pall Mall e do Strand,
até perto do Temple Bar. Abrindo, chegaram sujeitos montados em burros, carregando chifres de boi nas
mãos; a seguir, um tocador de tímpano em lombo de burro, com dois barriletes de manteiga, servindo de
tímpanos; a seguir, duas carroças puxadas por burros, carregando os Stewards( mordomos) com diversos
emblemas de sua Ordem; a seguir, veio um coche fúnebre, puxado por seis cavalos, cada um de uma cor e
tamanho diferentes, no qual estavam o Grão-Mestre e os Vigilantes. O cortejo foi seguido por enorme
multidão.
Pararam à frente do Temple Bar, até que os Maçons chegassem, a quem cumprimentaram e que
responderam os cumprimentos de forma tão bem humorada que possivelmente desapontaram o engenhoso
criador da farsa, cujo infortúnio é que, embora tenha algum talento, seus temas são tão mal escolhidos que ele
perde amigos por isso, enquanto pessoas mais sensatas os ganham”.
Um escritor, William Hone (não era Maçom), num anuário chamado Every Day Book,
publicado anualmente, dá uma descrição da procissão de 27 de Abril de 1742. Seu relato da edição
de 1838 foi baseado num impresso, escrito possivelmente por um Maçom a título de gozação, onde
“dois Aprendizes faziam as vezes de Cobridores, vestidos de amarelo...” seguidos por uma orquestra
improvisada, com instrumentos estranhos, “incluindo chifres de vaca... címbalos feitos com latas de chá,
com vidros quebrados dentro... uma frigideira... e um par de baldes”. Atrás, vinham “Aprendizes
esfarrapados, dando o Toque e a Palavra, seguidos pelo Funeral de Hiram...”, de um coche fúnebre,
puxado por seis cavalos devida e funebremente adornados, representando uma Loja de Mestres,
em torno do qual choravam Irmãos bêbados, com seus aventais e as luvas nos bolsos! O impresso
terminava com uma nota final: “Carruagens de cavalheiros ou que não estejam esfarrapadas não serão
admitidas na procissão ou na festança a seguir”!
Pelo visto, é até possível que o famoso Baile dos Horrores, dos carnavais de hoje, tenha origem
Maçônica – ou anti-Maçônica, como queiram...
Quem sabe, os desfiles Maçônicos talvez fossem comuns em nossos tempos se não fosse pela
Ordem dos Maçons Miseráveis e Cascas-grossas!

Extraído de “ O Livros dos Dias, Edição de 1998.

FRASES QUE MARCARAM


“O sábio que não diz o que sabe, é como uma nuvem que passa e não traz chuva”.

Pensamento Árabe.

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“O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e
cultivado, mude seus pensamentos e você mudará seu mundo”.

Norman Vicent Peale

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“A maior felicidade é morar dentro de si mesmo”.

Johann Wolfang Goethe


3
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“Muitas pessoas são educadas o bastante para não falar com a boca cheia, porém não se
preocupam em fazê-lo com a cabeça oca.”

Orson Wells.

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PARA PENSAR Cantinho da Poesia
CRIAR UMA LOJA
Autor: Desconhecido (*)
TERMOS
Passe DE RESPONSABILIDADE
um tempo sozinho todos os dias;

PARA PENSAR
Ângela Christina X. Pinto Para se criar uma Loja
É preciso sete ou mais,
Três malhetes, sete altares,
Como posso cobrar do meu próximo, se Estandartes, alfaias e aventais.
estou em falta com ele?
A ARTE DE CALAR Duas colunas no pórtico
Como posso querer que me ajudem, se E doze nas laterais.
Pedra polida e pedra bruta,
ignoro o porquê das minhas dúvidas?
Espadas, velas e castiçais.
Como posso étemer
"O silêncio o amanhã,
um momento sem sequer
vivificante de O livro da lei no altar,
construir o presente? Bandeiras em belos mastros,
graça, em que a criatura se cala, mas o Esquadro, maço e cinzel,
Como posso pedir que me sigam, se nem sei
espírito
para ondefala".
ir? A régua, o prumo e o compasso.
A trolha, o lápis e os bancos,
Como posso me armar para a luta, se meu As romãs, a corda e o cordel.
inimigo sou em mesma? O mosaico no chão se destaca
Calar sobre sua própria pessoa é
Como posso querer que me curem, se o As estrelas e a lua no céu.
humildade.
remédio está dentro de mim? A música que acalenta,
A água que é o mar de bronze,
E Calar
por quesobremeo debater
defeito nas
dos trevas
outros, daé
O incenso que purifica,
ignorância,
caridade. quando a luz da sabedoria O fogo que o mal consome.
ilumina o meu interior? O neófito para ver a luz
Calar quando a gente está sofrendo, é
E por que aprisionar o meu ego e sufocá-lo Da taça tem que tomar.
heroísmo.
com minhas angústias, se posso libertá-lo e O doce prazer da vida
E o amargo tem que provar.
deixar
Calarque minhado
diante almasofrimento
se eleve ao infinito?
alheio é
A branca é limpa e pura
Por que limitar minhas ações a tempo e
covardia. A preta queima a esperança.
espaço, quando o som de uma música me A esfera no escrutínio secreto
Calar diante da injustiça é fraqueza.
transporta a tempos, lugares e épocas É como a lei da balança.
Calar quando o outro está falando, é
distantes? Uma Loja bem organizada
Trabalha a todo momento
Minhas dúvidas são minhas respostas e
delicadeza. Com a constituição e o estatuto
minha dor é minha consolação. E segue-se o regimento.
Calar quando o outro espera uma palavra,
Meus obstáculos são as minhas vitórias e Um venerável é escolhido
é omissão.
meus mistérios, minha revelação. Para dirigir os trabalhos.
Calar e não falar palavras inúteis é Tem que ser sábio e justo
Para empunhar o seu malho.
prudência. Na lei um orador, dois vig.: atentos,
Calar quando Deus nos fala no coração, é Um secretário que a ata sela
O tesoureiro que é dos metais
silêncio.
Colaboração do Ir.: Alfredo/ M.: M.: (*) E mais um irmão na chancela.
(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08. O grão-mestre convidado
Calar diante do mistério que não
Para fazer a sagração
entendemos, é sabedoria. E ao incensar os quatro cantos
Saúda todos os irmãos.
E na inauguração do templo,
Autor desconhecido
Saúda-se a todos os presentes
E uma festa branca se faz
Convida-se vários Orientes.
Colaboração do Ir.: ALFREDO
ARLS RENASCIMENTO Nº 08. Colaboração: Ir. Francisco José Povoas
(Loja Amizade Fraternal II Nº 12)

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E DESBATANDO A PEDRA BRUTA

SIMBOLOGIA Autor: Armand Bédarride(* título original: LE TRAVAIL


SUR LA PIERRE BRUTE)

LICENÇA– Autorização por escrito que as Lojas Principais tópicos abordados:


concedem a todo Maçom que necessita ausentar-se
do Oriente em que reside. Este documento é tão 1. Desbastando a Pedra Bruta;
2. O Obreiro, Matéria Prima e Instrumento
necessário ou mais que o próprio diploma, porque
de Trabalho;
este último certifica unicamente a qualidade
3. Manuseio das Ferramentas;
maçônica e o Grau que possui o portador, ao passo
4. Higiene Mental;
que a licença, além de fazer constar estas 5. Basta a Tolerância?;
circunstâncias, atesta que o interessado é membro 6. A Benevolência Ativa;
ativo de uma Loja e que se acha em pleno uso de 7. O Vitríolo dos Sábios;
todos os seus direitos. 8. Verdadeira Medicina;
9. Alquimia Espiritual;
***********************/////********************* 10. Entre as Duas Colunas;
11. O Maçom e a Nação;
LILITE- De acordo com o Talmude e outros 12. O Cume da Montanha
livros antigos da tradição judeu-cristã, Lilite foi a
primeira companheira de Adão, também feita de “ Numerosos são os jovens Maçons que não
barro, e que não conseguiu unir-se a Adão porque sabem onde e como completar e estudar em minúcias
não era “o osso de seus ossos e a carne de sua as noções sumárias que recebem em Loja, sobre
carne”. nossos símbolos e tradições, pois os velhos tratados a
Segundo Anatole France, em seu conto filosófico respeito do assunto são raros...
“La Fille de Lilith”, ela deixara o companheiro do “... pretensão é a de ajudá-los em suas
Jardim do Éden no mesmo estado de completa pesquisas, apresentando-lhes um resumo dos
inocência, sem conhecer o fruto da árvore da ensinos dos antigos mestres, tal como os compreendi
Ciência do Bem e do Mal. Ela não participou, ao consultar os documentos e as fontes primitivas da
portanto, da falta do nosso primeiro pai, ficando
Arte Real...
assim isenta do pecado original, escapando por
“... Os símbolos são imutáveis, mas as
isso à maldição do Eterno. Livre da dor, do pecado
interpretações variam, tal é a lei do esoterismo!
e da morte, era também pura e imaculada. Por isso
Deus não a exilou do Jardim das Delícias (Gênesis Outros fá-lo-ão melhor, assim o espero – e que o
23,24). façam de diferentes maneiras! – Isto será muito
Diz porém Mackey, que na crença popular dos proveitoso para os estudos maçônicos, tão caros
hebreus, Lilite era um espectro fêmea, com atavios entre nós.”
elegantes, que secretamente destruía as crianças. A. Bédarride
Fabulosa mulher de Adão, antes de se casar com Tradução por¨Demétrio Pável Bastos
Eva, e pela qual foram gerados os demônios.
Era o grande demônio fêmea dos cabalistas. Diz,
porém, A. Vaz de Mello, que Lilite era o Editora “Instituto Maria”.
complemento de Adão, a sua parte divina. Era a
sua Vida e a própria vida do universo
maravilhoso! Era também a sua Alma-Gêmea.
Para o DEB, trata-se de uma figura demoníaca
feminina, semelhante ao babilônico lilitu , um
demônio da tempestade. Detém-se no deserto
ou em ruínas abandonadas, ou, conforme Jô
18,15, na tenda desolada do malfeitor. A
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SAÚDE É COISA SÉRIA

CUIDADOS COM O SOL

Evite tomar sol entre 11h e 17h, horário de verão, o sol em excesso pode ser muito prejudicial ao
organismo, provocando desde queimaduras, manchas e alergias até câncer de pele. Mas o sol na
medida certa pode ser bom para o tratamento de doenças de pele, como a dermatite e a seborréia.
Outra boa dica para se proteger do sol é refrescar-se na sombra de um guarda-sol, de uma barraca ou
de uma árvore. Não se esqueça de passar um protetor solar adequado para o seu tipo de pele e de
tomar bastante líquido. Mesmo nos dias nublados use sempre filtro solar. Proteja sua pele em todas as
atividades ao ar livre. Cuidados especiais devem ser tomados com crianças de até seis meses de idade:
nada de sol sem protetor solar e muita sombra para eles. Crianças de mais de seis meses devem
respeitar e utilizar filtro solar 15 ou mais em todo corpo. Fique atento aos sintomas de câncer de pele:
calombos brilhantes, avermelhados, castanhos, rosados ou de várias cores. Pintas pretas ou castanhas
que aumentam de tamanho. Manchas ou feridas que coçam ou sangram. Trabalhos recentes e de
diversas instituições científicas mostram que é o UVA, e não o UVB, que está mais relacionado ao
aparecimento do melanoma, o mais temível dos cânceres de pele, além do envelhecimento precoce. Isto
significa que, em condições normais de exposição ao sol ou nas sessões de bronzeamento artificial, a
radiação UVA pode ser tão mutagênica, carcinogênica e imunodepressora quanto à radiação UVB.
Atualmente quase todos os laboratórios vêm desenvolvendo filtros solares com proteção UVA além da
UVB, sendo a nossa recomendação à utilização dos filtros com esta dupla proteção.

Colaboração do Ir.: Wagner Buono/M.: M.:

PÍLULAS MAÇÔNICAS

NATIVIDADE E EPIFANIA

São dois acontecimentos bíblicos que se referem, respectivamente, ao nascimento e ao batismo


de Jesus. As datas destes acontecimentos são controvertidas, em razão da falta de coincidência dos
próprios textos que deles tratam a Bíblia, escritos pelos evangelistas Mateus (2,1), Lucas (2,8), Marcos
(1,9) e João (1,29).
Não obstante, a falta de documentação que permita a exatidão das datas dos acontecimentos,
fixou-se o dia 25 de dezembro para Natividade (natal) e o 6 de janeiro para a Epifania (batismo).

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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TRABALHOS MAÇÔNICOS
SINDICÂNCIA
Ir.: ÍTALO ASLAN / M.: M.: (*)

É desnecessário falar da importância que a sindicância tem no processo de admissão de um profano à


nossa Ordem.
É o início de tudo. Na verdade, estamos sempre sindicando. Qual o maçom que, imbuído da grandeza
da Instituição, não deseja aumentá-la mais e mais, garimpando à sua volta possíveis candidatos? O colega de
trabalho, o companheiro de clube, o vizinho etc, são, sem o saberem, alvo de sua atenção.
Por sinal, consideramos esta ser a parte mais importante e rigorosa de uma sindicância. Quando um
Irmão toma a decisão de submeter ao crivo da Loja o nome de um profano é porque ele já está sindicado e o
proponente, ou padrinho, como se queira, já o aprovou e, de certa forma, se responsabiliza por quem está
apresentando.
Se for consciente da importância desse ato, o proponente terá cumprido a sua parte, sem no entanto
poder garantir que ganhará mais um Irmão. Dizemos isso porque ocorre muitas vezes a recusa do convite,
por várias razões. Apesar de preencher todas as condições e qualidades, o profano declina do chamado.
Acontece com freqüência, infelizmente.
Mas, ao que nós queremos nos reportar mesmo, é às sindicâncias propriamente ditas, àquelas visitas à
residência do proposto, às conversas com ele e sua esposa, às sondagens acerca de seu comportamento à sua
volta, com seus vizinhos, com seus colegas de trabalho, no comércio, evidentemente quando possível. E
essas sindicâncias deverão ser feitas por quem não conhece o profano, por quem não tem qualquer vínculo
com ele e que terá a obrigação e a grande responsabilidade de investigar e vasculhar a sua vida. Este,
reputamos, não é um trabalho fácil e do qual se queira livrar-se rapidamente, com enfado. Achamos que
deve ser delegado a quem realmente estiver em condições de fazê-lo.
Cada sindicante que bater à porta do profano estará representando a Instituição. Ele terá que ter,
permitam-nos a expressão, a cara da Maçonaria. Deverá conhecê-la profundamente em todas as suas
nuances; a sua história, a sua filosofia, o seu ideal, os deus objetivos. Deverá estar em condições de
responder às dúvidas que porventura surgirem por parte do entrevistado, e talvez de sua esposa.
Deverá também trazer para os IIr.: do Quadro da Loja, que afinal são os que realmente decidirão sobre
sua admissão ou não, um perfil, o mais exato que se puder, do candidato. Constatadas as suas condições
morais, terá o candidato instrução suficiente para alcançar o jeito maçônico de transmitir os seus
ensinamentos? E os seus conceitos sobre política e religião, como são? Não que sejam decisivos para a sua
aquisição, mas se constituem instrumentos de avaliação de sua intelectualidade, de sua filosofia de vida, de
suas tendências. Evidentemente que se aproveitará a ocasião para informar-lhe da proibição de se discutir
nas reuniões os conceitos político-partidários e religioso-dogmáticos.
Para que não haja desconfortos futuros, as suas condições financeiras deverão ser objetos de atenção
dos sindicantes, informando ao proposto que algumas despesas deverão ser objeto de atenção dos
sindicantes, informando ao proposto que algumas despesas serão necessárias ao longo de sua vida
maçônica, indagando dele se as mesmas poderiam ser motivos de problemas domésticos.
E a última, mas não a menor, talvez uma das mais importantes, seria fazer ver ao candidato que o dia
de reunião da semana deverá ser reservado assiduamente para o compromisso com a Loja.
Enfim, não há maçom que não tenha passado pelo trâmite das sindicâncias. Mas há sindicâncias e
sindicâncias. O ato de pinçar um cidadão do mundo profano determina o êxito ou o fracasso de uma Oficina.
Há que haver uma preocupação perene na qualidade desse chamamento. Dele depende o
desempenho dessa Universal Escola para Adultos no aprimoramento moral e intelectual dos seus
componentes, no desenvolvimento do espírito de fraternidade e tolerância de seus membros, na filosofia da
prática da solidariedade, porque está lá em nossos rituais de Iniciação: “ o que em um profano seria uma
qualidade rara, para o maçom não passa de um cumprimento elementar de um dever”.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08


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RIACHUELO: UMA VISÃO HISTÓRICA E ATUAL

Parte I
Ir.: Humberto Bertola de Almeida (*)

Para os maçons, um dos deveres básicos é a aquisição permanente de novos conhecimentos,


pois é através da constante aprendizagem que um cidadão ascende à liderança; assim, nada
melhor que o exemplo dos fatos históricos de nossa nação, para nos fornecer os subsídios
necessários à compreensão da cultura nacional. É notório que o entendimento do passado é a
maneira mais segura para inferirmos o futuro!
Para a nação brasileira, a batalha naval do Riachuelo representou o cume de sua glória naval: a
partir daquela vitória, nosso país – então detentor da terceira maior marinha de guerra do mundo
– não teve mais sua hegemonia militar e política contestada no Hemisfério Sul até quando, em
1894, teve sua Esquadra de Alto Mar destruída numa guerra fratricida: a Revolta da Armada que,
ocorrendo concomitantemente com a Revolta Federalista do Rio Grande do Sul, ceifou a maioria
de seus navios e grande parte da oficialidade naval. Por pertinente, cabe citar que o Marechal
Floriano Peixoto, então Presidente da novel República dos Estados Unidos do Brasil, só conseguiu
vencer as duas revoltas, graças ao auxílio dos Estados Unidos da América do Norte, que lhe
forneceu de pronto, dezenas de unidades navais e os armamentos necessários; as necessidades de
pessoal foram supridas pelos que, dentro da Marinha, não simpatizavam com a Monarquia.
Desde antes do descobrimento do Novo Mundo, já Portugal e Espanha eram rivais no mar.
Coube a Portugal, no decorrer do Renascimento Europeu (século XV), amealhar os conhecimentos
básicos e desenvolver as técnicas necessárias que lhe permitiram realizar os descobrimentos que
deslocariam o centro econômico e político da Civilização Ocidental, do Mediterrâneo para o
Atlântico; coube à Espanha descobrir e apossar-se da maior parte do continente americano,
tornando-se dona de riquíssimo império; tal rivalidade foi transplantada para as novas terras, com
Portugal cobiçando o ouro e a prata dos Andes e os espanhóis ansiando por engolir as fontes
lusitanas de especiarias. No século XIX, as colônias espanholas e portuguesas tornaram-se
politicamente independentes de suas metrópoles, porém herdaram-lhe os ranços: o antagonismo
mútuo, que se tornou atávico no decorrer do século e do qual decorreu a política imperial de
incentivo à desagregação do antigo Vice Reinado Espanhol do Prata (formado pelo que seria a
Confederação Argentina, o Uruguai, o Paraguai, parte da Bolívia e a quase todo o Chile), bem
como o desejo que o território argentino se estruturasse como uma confederação de províncias
frouxamente unidas, ao invés de um país unitário. Tais políticas tornaram-se objetivos
permanentes do Império do Brasil, que se opunha sistematicamente ao surgimento de uma grande
potência no Hemisfério Sul. A guerra contra o Paraguai, ao lado dos motivos específicos e
imediatos que lhe deram partida, teve suas origens primeiras quando D. João VI, cedendo aos
desejos de sua mulher, Carlota Joaquina (aliás da Casa Real Espanhola) determinou a invasão da
“Banda Oriental do Vice-Reinado do Prata” (atual Uruguai); a catástrofe paraguaia foi, na verdade,
o último evento de uma seqüência de campanhas militares na região do Rio da Prata, que se
prolongou de 1816 até 1870. Tais campanhas obrigaram ao Império do Brasil manter sempre uma
esquadra excelentemente adestrada, garantindo nossa posição frente aos demais países do
continente sul-americano e permitindo, por conseqüência, a manutenção da união do território
brasileiro – numa época quando quase não haviam estradas, o Brasil era um arquipélago de
culturas afins, frouxamente unidas pela língua e religião comuns – a ligação entre cada uma dessas
“ilhas culturais” era feita, tão somente, pelo mar!
O “ pomo da discórdia” da guerra do Paraguai foi a invasão da República Uruguaia pelo Brasil,
em decorrência da perseguição, pelo governo uruguaio, dos brasileiros residentes e proprietários
de terras no país oriental – não se pode esquecer que o Uruguai fora uma província do Brasil de
1816 a 1828 e tinha importante parcela da população formada por naturais do Brasil – tal situação
era inaceitável ao governo paraguaio, que buscava, nesse argumento, uma saída para o mar e,
conseqüentemente, a liberdade de comércio internacional.
9
A 10 de novembro de 1864, o Paraguai rompeu hostilidades contra o Brasil, após longa e
cansativa esgrima diplomática, mantida entre os quatro países que se envolveriam na guerra
(Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Logo após, em 23 de dezembro de 1864, o Paraguai invade
o Brasil em direção ao norte (Mato Grosso); a 29 de março de 1865 o Paraguai declara guerra à
Confederação Argentina, após Buenos Aires haver-lhe negado permissão para transitar pelas
províncias de Corrientes e Entre Rios, para atacar o Rio Grande do Sul. A 13 de abril, o exército
Paraguaio ocupa a cidade Argentina de Corrientes. A 1º de maio de 1865 é assinado o tratado da
“Tríplice Aliança”, que uniu Brasil Argentina e Uruguai contra o Paraguai.
Caso a Argentina tivesse permitido ao Paraguai movimentar seu exército através do território
platino, a Confederação Argentina permaneceria neutra e o Paraguai continuaria a manter seu
comércio com o resto do mundo, a menos que o Brasil bloqueasse o estuário do Prata e, em
conseqüência, entrasse em guerra com a Argentina, pois o rio Paraná, única via de acesso ao
Paraguai, era aberto à navegação de qualquer país inocente, até a cidade de Corrientes, na fronteira
sul do Paraguai. Em resumo: ou lutaríamos contra o Paraguai e a Argentina, ou o Paraguai
guerrearia contra a Argentina e o Brasil!

(*) Ir.: pertencente ao quadro da ARLS PIONEIROS DO CABO, Nº 1821

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PARATY, A MAÇONARIA E UMA NOVA TENTATIVA AINDA MAIS


CONTROVERTIDA, DE INICIAR O ALFERES TIRADENTES.

Frederico Guilherme Costa (*)

Não é possível precisar a data da fundação de Paraty. Todavia, ao findar o século XVI, já
havia um pequeno núcleo, criado pelos paulistas de São Vicente, em uma elevação da Praia do
Pontal.
Em 1630, no local onde hoje se localiza a cidade, está registrada uma doação de terras feita
por Maria Jacone de Melo, com a condição de que fosse construída uma igreja para Nossa Senhora
dos Remédios.
O povoado, situado numa planície entre os Rios Perequê-Açu e Mateus Nunes, logo
prosperou em função do seu porto e do caminho que cruzava a Serra do Mar pela antiga trilha dos
índios guaianás.
Paraty foi elevada a Vila e separada de Angra dos Reis no ano de 1660. No início do século
XVIII, quando as Minas Gerais começaram a produzir para a Metrópole portuguesa, era pelo
caminho de Paraty que os valores chegavam, por mar, até o porto do Rio de Janeiro para embarque
para Portugal.
Era grande a preocupação com os descaminhos do ouro. Apesar da intensa fiscalização na
estrada e da construção de fortes na Baía de Paraty, a fim de evitar as ações dos piratas, o governo
português resolveu construir um novo caminho, inaugurado também no início do século XVIII,
que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro, através do Vale do Paraíba.
Esta solução desestruturou o comércio dos tropeiros em Paraty até que, no século XIX, com o
café plantado no Vale do Paraíba, passou a ser escoado pela velha trilha dos guaianás e pelo seu porto.
Particularmente interessa para os maçons, as esquinas da Rua do Comércio com a Rua da
Cadeia e na Rua Dona Geralda com a Rua da Ferraria, um detalhe formado por três cunhais de
pedra, formando um triângulo imaginário, demonstrando a presença da Maçonaria na cidade,
estabelecida em 1823.
Fundada a Loja de Paraty, conhecida até hoje com o nome, supostamente o mesmo, de
UNIÃO E BELEZA, logo destacou-se politicamente e ainda deixou marcas de sua influência na
decoração geométrica, presente nos cunhais e sob as cimalhas de várias fachadas, como nos dois
sobrados entre a Rua da Praia e Ferraria e nos três sobrados da Rua Dona Geralda, em frente à
Praça da Matriz, esquina com a Rua da Capela.

10
No sobrado da prefeitura podemos constatar que o segundo andar foi construído
posteriormente em função do estilo do primeiro pavimento com as típicas portas comerciais e
verga curva em cantaria, destoando do sobrado com uma sacada de ferro e janelas em verga reta
com vidros decorados.
A influência maçônica, caso se deseje interpretá-la, está presente na base de cantaria do
cunhal que, provavelmente, formava, no passado, com o das outras esquinas mencionadas, um
triângulo imaginário. Objetivamente, entretanto, encontramos no segundo andar dois sofás de
palhinha que pertenceram à Loja original de Paraty, com os encostos em marroquim vermelho,
dentro de triângulos encimados por uma estrela.
Torna-se oportuno esclarecer que mais uma vez foi levantada a hipótese do Tiradentes
maçom (sic), desta vez “iniciado” em Paraty, quando de suas viagens ao Rio de Janeiro. Acontece
que, como vimos, a Loja Maçônica de Paraty só foi fundada em 1823, 32 anos depois da morte do
Alferes.
Admitindo-se um núcleo maçônico, totalmente improvável em função da rigorosa repressão
das tropas portuguesas, Tiradentes não tinha porque utilizar a trilha dos guaianás porque, quando
nasceu, em 1748, o caminho das Minas Gerais para o Rio de janeiro já era feito através do Vale do
Paraíba.
Mais grave ainda se torna este equivocado entendimento quando verificamos que é apenas
em 1762 que Joaquim José começa a trabalhar como muleteiro, para em 1767 dedicar-se ao
comércio, dois anos antes de ingressar no serviço militar, na unidade dos dragões de Vila Rica.
A sentença lavrada por Vasconcelos Coutinho condena o Tiradentes, “ o primeiro a conceber
o abominável intento de conduzir os mineiros a uma rebelião”, a ter o seu corpo dividido em
quatro quartos e pregados em postes, ou seja: através do Vale do Paraíba, como o sítio da Varginha
e das Cebolas, “onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores
povoações, até que o tempo também os consuma”.
A Maçonaria não houve na Conjuração Mineira, o movimento não foi maçônico, nem
poderia ser, em função de não existir Lojas à época. Tiradentes jamais foi Iniciado, sob qualquer
circunstância, na Instituição, muito menos em Paraty.
Insisto: a Maçonaria brasileira não precisa Iniciar Tiradentes; basta aceitar o mito, criado
pelos republicanos, que deslumbrou e continuará a deslumbrar o espírito libertário da nação
brasileira.
(*) publicado no informativo “O PELICANO” (set./out./nov. de 1995)

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REUNIÃO DE FERRAMENTAS

Autor desconhecido(*)

Contam que numa Oficina de Pedreiros houve uma vez uma estranha Assembléia. Foi uma
reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
_ Um Martelo assumiu a presidência e outros dois exerciam cargos estratégicos. Um sentou-
se no Ocidente e o outro no Sul.
Os participantes lhes notificaram que teriam de renunciar. A Causa? – Faziam demasiado
barulho e, além do mais, passavam todo o tempo golpeando.
Os martelos sabiamente reconheceram seus erros, mas pediram com certa humildade que o
Compasso também renunciasse, pois dava muitas voltas como se fosse ponteiro de relógio, às
vezes, deixando os demais irritados.
O Compasso acatou com uma condição: a de que fosse expulso o Esquadro que,
preguiçosamente, repousava sobre o ALMANAQUE DE ENSINAMENTOS DA ARTE, o qual eles
denominavam “LIVRO DA SABEDORIA”.
O Esquadro nem permitiu que a Assembléia se manifestasse, logo renunciou, exigindo,
porém, que a Régua e o Prumo não tivessem acento naquela reunião e argumentou: A Régua tem
por hábito medir os outros segundo a sua medida, como se fora a única perfeita.
11
O Prumo se equilibra verticalmente no Cordão e passa a exigir que os demais sejam capazes
de praticar tal acrobacia.
A discussão se acalorava. Naquele momento entrou na Oficina um grupo de Pedreiros,
juntou todas aquelas ferramentas e misturaram às outras que não participavam daquela inflamada
reunião, como : Cinzel, Alavanca, Trolha, Nível, etc..., trouxeram até a Corda e a Bacia para
lavarem as mãos, Lápis e Tabua de Traçar.
Confirmada a justeza e a disposição dos Pedreiros, iniciaram, então, os trabalhos de
construtores e, com o apoio daquela mistura de ferramentas, ergueram um fino e belíssimo
edifício.
Quando os Pedreiros concluíram a obra e a Oficina ficou novamente só com as ferramentas, a
Assembléia reativou a discussão. Foi então que o Compasso, com a devida permissão do
Esquadro, tomou a palavra e disse: “SENHORES, FICOU DEMONSTRADO QUE TODOS NÓS
TEMOS DEFEITOS E NÃO SOMOS OS ÚNICOS NECESSÁRIOS À CONSTRUÇÃO, SENÃO
AQUELES HOMENS NÃO TERIAM TRAZIDO COM ELES TANTA GENTE PARA NOS
AJUDAR. ACONTECE QUE OS PEDREIROS TRABALHARAM COM NOSSAS
QUALIDADES, COM NOSSOS PONTOS FORTES E POSITIVOS, ASSIM NÃO PENSEMOS
MAIS EM NOSSOS PONTOS FRACOS E NEGATIVOS, CONCENTREMO-NOS DE HOJE EM
DIANTE EM NOSSOS PONTOS VALIOSOS.”
A Assembléia entendeu que os Martelos eram fortes e barulhentos porém tinham capacidade
para quebrarem as asperezas da PEDRA BRUTA e, consequentemente, ajudavam o Cinzel a dar
polimento e beleza no material. Que o Compasso formava círculos para orientar o Centro da
circunferência trabalhada, mostrando limites e proporções a serem observados. Que o Esquadro
era indispensável porque media os quatro cantos da obra, formando os mais diversos ângulos com
perfeição nos encontros das linhas retas, traçadas pela Régua, visando solidez e segurança na
amarração. Que a Régua media com absoluta convicção, traçando planos no comprimento, na
largura e na altura, tendo em vista evitar desperdício de material, oferecendo exatidão nas
distâncias desejadas. Que o Prumo, em sintonia com o Nível e o Cordão, orientavam os
construtores a buscarem o equilíbrio vertical e horizontal do edifício, dando-lhe garantia de não
entorná-lo. Que a Corda servia para levantar peças pesadas a serem colocadas sobre as Colunas.
Que a Bacia era usada para limpar a ARGAMASSA que sujava as mãos dos Pedreiros, para
pegarem o Lápis e conferir na Tábua de traçar o esboço guia da construção.
Festejaram então a TOLERÂNCIA, como ouviram calados a opinião em viva voz de cada
um. Por isso, se congregaram e se consagraram colegas e irmãs em potencialidade.
Agora já com a participação das demais ferramentas, que antes não faziam parte da
Assembléia, sentiram-se então como uma EQUIPE capaz de trabalhar com perfeição, a depender
da habilidade do Pedreiro que venha a utilizá-la.
Harmonicamente estabeleceram normas que facilitassem o trabalho árduo de aprenderem a se
respeitar, de se tratarem fraternalmente, pois descobriram que sem união não levariam avante o que
liam todas as semanas no LIVRO DA SABEDORIA, além de correrem o risco de fecharem a Oficina.
Resolveram, então, reformá-la, acataram novos sócios, deram patentes aos mais antigos e
fisicamente arrumaram uma sala para reunião, onde colocaram bancos, cadeiras e mesas, puseram
mosaico no centro, onde colocaram o LIVRO DA SABEDORIA, e um sozinho lia para os demais
ouvirem, determinaram os lugares onde cada um pudesse sentar de modo que todos os presentes
ficassem sempre de frente um para o outro, olhando para o referido Livro. Tiveram ainda o
cuidado de retelhar o prédio para evitar GOTEIRAS.
Quando uma pessoa busca defeitos em outra a situação torna-se tensa e negativa; ao
contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes e positivos dos outros, florescem os
melhores resultados ou as melhores conquistas humanas.
Fortalece sem sombra de dúvida a sociedade da qual faz parte.
É FÁCIL ENCONTRAR DEFEITOS, QUALQUER UM PODE FAZÊ-LO;MAS ENCONTRAR
QUALIDADES...ISTO É PARA SÁBIOS...

(*)Colaboração: Ir.; MELO da ARLS UNIÃO DE CABO FRIO.


12
Viagem ao nosso interior

A CASA DE MEU PAI...


D. Villela

Na antiguidade não se possuía noção de grandeza do Universo, o que é bem ilustrado pelo
relato bíblico da Criação: nosso planeta e a vida que nele se desenvolve constituem os elementos
centrais, aparecendo o Sol, as estrelas e demais corpos celestes como simples acessórios. Mentes
privilegiadas que alcançaram, na época, uma compreensão algo melhor da realidade foram
sempre casos isolados, permanecendo a imensa maioria estranha a qualquer cogitação nesse
terreno. O que importava era o dia-a-dia difícil, a ser vivido sobre uma Terra supostamente imóvel
em torno da qual tudo parecia girar.
Muito tempo se passou até que o desenvolvimento da inteligência e a invenção de novos
instrumentos de observação levassem, na época do Renascimento (séculos XIV e XV), a uma
mudança nessa concepção, conhecida e aceita, diga-se de passagem, apenas por uma elite culta, de
vez que parte expressiva da população se compunha ainda de analfabetos.
Surgida em pleno século XIX, a Doutrina Espírita beneficiou-se do progresso alcançado pela
Ciência, abordando, desde logo e com rigor lógico, os grandes temas da Criação e da vida, tendo,
inclusive, os Espíritos Superiores encarregados da nova revelação se adiantado ao conhecimento
científico em vários pontos, dentre os quais a existência de planetas ao redor de outras estrelas, a
exemplo do que ocorre em nosso sistema solar, fato somente comprovado pela Astronomia no
final do século passado. Esclareceram, igualmente, que a vida não é patrimônio exclusivo de nosso
orbe mas espalha-se, vitoriosa, pela grandeza sideral exaltando em toda parte o amor, a sabedoria
e o poder divinos.
Progressivamente os novos conhecimentos chegaram aos livros escolares onde os jovens
passaram a adquirir informações corretas sobre a vastidão do Universo bem como sobre as
dimensões singelas de nossa residência planetária. Na verdade os dados revelados pela ciência,
nos domínios do micro e do macrocosmo, escapam completamente à nossa percepção comum, que
permite conceber ou imaginar um salão de 150 metros quadrados, uma caminhada de 4
quilômetros ou um percurso, de automóvel, de 400 quilômetros mas... as dimensões atômicas, que
correspondem a uma subdivisão do milímetro representada por uma fração de numerador 1
tendo como denominador também a unidade, seguida de 15 zeros, ou as distâncias entre os astros,
medidas em anos-luz (um ano-luz tem mais de 9 trilhões de quilômetros), certamente nada
significam para nós em termos de experiência direta.
Jesus, nosso Governador Espiritual, que possuía noção perfeita de todos esses fatos, preferiu
referir-se ao cosmos como “ a Casa de Meu Pai”, lar da grande família universal à qual – estamos
aprendendo isto – todos pertencemos na condição de irmãos.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1768 (16/02/2002)

13
HISTÓRIA PURA

KNIGHTS OF PYTHIAS

Origem das mais curiosas é a da sociedade secreta “Knights of Pythias ( Cavaleiros de Pítias),
existente nos Estados Unidos. Ela deve a sua existência a uma peça teatral intitulada Damom and
Pythias, escrita há mais de um século por John Banin.
Eis a história, como a encontramos descrita por Albert Lantoine..
Em 1846, residia em Washington, o maçom Justus H. Rathmore, funcionário público, homem
bastante estimado, que aproveitava as suas horas de folga para, com um grupo de amigos,
organizar representações teatrais.
Um dia, resolveram encenar a peça de John Banin, Damon and Pythias.
Justus H. Rathbone era um verdadeiro maçom, um desses maçons que não se satisfazem
apenas em comparecer à Loja e sim daqueles para os quais o simbolismo aparece como uma língua
rica e repleta de encantadores mistérios. J.H. Rathbone, impressionou-se com o entrecho da peça,
em que os dois filósofos Damon e Pythias componentes do Instituto Pitagórico de Dórica, fazem
propaganda dos ensinamentos daquela instituição.
Aquele Instituto não se limitava a um papel inteiramente especulativo; ele pretendia influir
na moralidade pública, e preparava os seus adeptos com iniciações sucessivas, a fim de que
dirigissem a sua existência e como conseqüência, a da humanidade, no caminho da sabedoria.
Os componentes do Instituto dividiam-se em dois grupos: exotéricos ou noviços que
permaneciam no átrio do templo, e exotéricos, aqueles que, pelo saber e pela graça divina, haviam
conseguido alcançar as chaves e que entravam no Templo.
J.H. Rathbone concitou os seus seis companheiros a seguirem na vida real, os papéis que
desempenharam na peça, caminhando pela estrada da sabedoria, devotando-se à prática do bem.
Assim nasceu em Washington, mais uma sociedade secreta: The Knights of Pythias.
J.H. Rathbone organizou um ritual para disciplinar as inteligências, impondo-lhes, por uma
série de provas, as fases a que era preciso ascender para atingir a Verdade.
Vários funcionários aceitaram a pregação de Rathbone, e ingressaram na sociedade, que
tomou grande impulso com a adesão de J.K. Plaut, figura importante, membro do Parlamento e
que aceitou um cargo na direção, com o título de Grande Chanceler da Ordem.
Julgaram ser imprescindível a criação de uniformes, de insígnias e exageraram. Houve
abundância de graus, de títulos para exaltar os cérebros. Não satisfeitos, criaram uma seção
militar, denominada Uniform Rank, que realizou um desfile na cidade de Cincinatti e causou
assombro com os seus suntuosos uniformes e pareceu aos espectadores a mais pomposa parada
que já havia sido presenciada na América.
Em 1868, os Cavaleiros de Pítias, já eram 3.000. Vários Estados Norte-Americanos
franquearam o seu território para a propaganda da nova sociedade secreta, que teve rápido surto
de progresso.
O aparato dos templos, as reuniões sigilosas, a correção no procedimento imposto aos seus
membros, davam prestígio à instituição e atraíam novos adeptos.
Em 1895 já contava com o elevado número de 450.000 componentes. Era poderosa não só
pela quantidade de seus membros como pela qualidade deles e pelos recursos de que dispunha.
Um fato fortaleceu ainda mais a instituição: em 1936, Franklin Roosevelt, grande maçom,
grau 33º, presidente dos EUA, ingressou na sociedade The Knights of Pythias, que assim viu
consolidado o seu prestígio.

Extraído do livro “Sociedades Secretas”, de A. Tenório de Albuquerque.

14
BIOGRAFIA DO MÊS
QUINTINO BOCAIÚVA

Nasce no Rio de Janeiro em 04/12/1836, Quintino Antônio Ferreira de Souza, sendo filho de
Quintino Ferreira de Souza e de D. Maria Candelária Moreno de Souza, natural de Buenos Aires.
Desejando tornar-se advogado, Quintino matricula-se no Curso de Humanidades anexo à
Faculdade de Direito de S. Paulo, em 1851.
Participa como colaborador no jornal acadêmico O Acaiaba e também com Ferreira Viana, na
folha A Honra. E por essa época, impelido por um forte sentimento nativista, troca os seus nomes
portugueses Antônio Ferreira de Souza pelo de Bocaiúva, nome que designa uma espécie de coqueiro
do Brasil.
Em 1852, aos 16 anos, Bocaiúva compões os seus primeiros versos, escritos em espanhol e que
são publicados na revista O Acaiaba.
Em 1858, aparece o seu primeiro trabalho literário com o título de “Estudos Críticos e
Literários”.
Em 25/03/1860, sob a orientação de Quintino Bocaiúva e de Saldanha Marinho, reaparece o
Diário do Rio de Janeiro, no seu quadragésimo ano de existência, com um programa voltado para os
supremos anseios da Nação.
Foi iniciado na Maçonaria, em 1861, pela Loja América, jurisdicionada ao Grande Oriente
Brasileiro, denominado “do Passeio”. Mais tarde, em 1864, filiou-se à Loja Comércio, do Rio de Janeiro,
jurisdicionada ao Grande Oriente do Vale dos Beneditinos, cujo Grão-Mestre era Joaquim Saldanha
Marinho. Tendo sido fundada a Loja Segredo, da mesma jurisdição, cujo fim essencial era a
propaganda da obra de libertação dos escravos, Bocaiúva passa a figurar no seu quadro. Por três vezes
consecutivas, Quintino foi investido do mandato de Venerável.
Em 1865, Quintino Bocaiúva torna-se diretor do Diário do Rio de Janeiro. Este periódico circulou
desde lº de junho de 1821 a 31 de outubro de 1878.
Em 03/12/1870, Quintino Bocaiúva redige o famoso Manifesto do Partido Republicano, que
rememora os erros do regime monárquico e que foi publicado pela República.
Liberal e democrático, quando neste ano se verificou a cisão do Partido Liberal, juntamente com
Saldanha Marinho, Bocaiúva funda o Partido Republicano, revelando o maior tirocínio na sua direção.
Quintino era ao mesmo tempo um dos maiores propagandistas da abolição e da república. Escrevendo
artigos cada vez mais veementes e inflamados, advogando a necessidade da extinção da escravatura e
da instituição do regime republicano.
Em 28/02/1874, sendo o órgão republicano, A República, obrigado a cessar as suas atividades,
Bocaiúva passa a trabalhar em O Cruzeiro e, pouco depois, no jornal O Globo.
Em 01/10/1884, é fundado O País, que teve Quintino Bocaiúva como redator chefe. Neste jornal,
Quintino prosseguiu a sua campanha contra as instituições imperiais, sempre com a mesma elegância,
equilíbrio e serenidade.
Em 11/11/1889, ligado ao movimento republicano e tomando parte da conspiração que
derrubaria o Império, Quintino recebe a incumbência de organizar, como achasse melhor, o futuro
ministério a ser chefiado por Deodoro da Fonseca. Todos os escolhidos para o primeiro Gabinete
republicano foram maçons.
Depois da proclamação da República, Quintino Bocaiúva ocupa no Governo Provisório, a pasta
das Relações Exteriores.
Em 25/05/1890, o Generalíssimo Deodoro da Fonseca confere a Quintino Bocaiúva e aos demais
ministros civis de seu Gabinete as honras de General de Brigada do Exército Nacional, em atenção aos
serviços por eles prestados à Pátria.
Em 15/11/1890, foi eleito Senador por 9 anos. Foi membro da Assembléia Constituinte,
convocada por Deodoro para esse dia. Ao deixar o governo, Bocaiúva volta à direção de O País.
Em 12/12/1891, renunciou ao mandato de Senador Federal. E é eleito , em 21/08/1892, Senador
pelo Estado do Rio de Janeiro.É eleito Grão-Mestre Adjunto Lugar Tenente Sob.: Gr.: Com.: , do GOB,
em 1897, em substituição ao Dr. Fernando Luís Osório, filho do Marquês do Erval, falecido em
26/11/1896.

15
Quintino Bocaiúva faleceu em 11/07/1812.

ESSA É PARA RELAXAR

ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO

Um tipo chamado Jorge resolveu festejar o aniversário do casamento com a mulher. O


Jorge, conhecido por trabalhar até altas horas da noite, lá tirou o dia para jantar num restaurante
com a mulher. Depois da refeição a mulher vira-se para ele e diz que quer ir a uma discoteca.
Vão para a discoteca e à porta o porteiro vira-se para o Jorge e diz: Oi, meu!! Tas bom
Jorge???
A mulher fica chateada e pergunta-lhe donde é que ele conhecia o porteiro. Responde-lhe o
marido: Sabes... foi um amigo de infância...!!
Chegados ao bar, vira-se o barman: Oi, Jorge! Tudo bem??? A mulher fica fula mas o Jorge
lá lhe diz que andou com o rapaz no Ultramar...
Vão para a pista de dança e, a certa altura, houve-se o DJ: Esta é para o nosso grande amigo
Jorge!!!! A mulher sai porta fora com o Jorge atrás dela... metem-se num táxi e a mulher começa a
barafustar com ele: Seu depravado... Seu mentiroso... Volta-se o taxista para trás: Oh Jorge!!!
Queres que ponha a puta na rua???

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TESTE DA CIA

Vários candidatos europeus fizeram baterias de testes: raciocínio, tecnologias, armas,


idiomas,defesa pessoal, uso de armas letais.
Depois de tudo isso, sobraram 3 candidatos: um alemão, um francês e um português. A
última prova seria a de moral. A CIA precisava de alguém com uma moral de ferro, para realizar
qualquer tarefa.
Chamaram o alemão e lhe entregaram uma arma com duas balas apenas. Ele deveria entrar
no quarto fechado em frente e matar a pessoa que estivesse lá, fosse quem fosse.
O alemão pegou a arma, entrou chutando a porta do quarto, apontou para a pessoa que
estava lá e... não atirou. Saiu do quarto e disse:
- Hans não pode atirar na pessoa. A pessoa é Frida, esposa de Hans. E Hans ama muito
Frida, não vai matar ela. Então o alemão foi desclassificado.
Veio o francês. Pegou a arma, entrou no quarto chutando a porta e apontou para a pessoa
que estava lá. Também não atirou. Saiu do quarto e disse:
- Pierre não pode matar. A mulher é Dominique, esposa de Pierre. Casamos agora e amo
muito minha doce Dominique. Então o francês foi desclassificado.
Veio o português. Pegou a arma e entrou chutando a porta do quarto. Dois tiros foram
ouvidos. Silêncio. De repente, barulho de pancadas, coisas quebrando, gritos. Minutos depois sai o
Manuel do quarto, todo machucado, exausto, e diz: por que os gajos não me avisaram que as balas
eram de festim? Tive que matar a minha Maria à porradas.

16
O NOSSO PLANETA
O CUSTO SOCIAL DA ÁGUA

O eixo fundamental da localização dos conglomerados humanos foi sempre a água. Às


margens dos cursos d’água abundantes e de boa qualidade, desenvolveram-se os assentamentos
através da história.
Mas esses mananciais de vida converteram-se em lugares de descarga de lixos, animais mortos
e resíduos líquidos e sólidos das atividades urbanas, industriais e agrícolas. A falta de uma cultura
da água e a ausência de uma administração racional do recurso – que levasse em conta as reservas
necessárias para as futuras gerações – reduziram a quantidade de água e destruíram sua
qualidade.
O processo que agora começa – de recuperar o deteriorado – tem um custo muito maior do que
o que seria necessário para prevenir o dano. Está em voga, agora, uma proposta promovida pela
tecnocracia: que o usuário pague um “preço real” pela água que consome que, por sua vez, reflita
os grandes investimentos necessários para recuperar os recursos hídricos, oferecer água potável e
trata-la para seu reuso.
Mas não é possível que os custos econômicos e ambientais limitem a atenção às necessidades
cada vez maiores de uma população pobre, que ainda não conta com os serviços de água e
saneamento.
O custo da água deve levar em conta variáveis complexas, do tipo sociológico e antropológico,
ausentes nas análises econômico-financeiras. A privatização dos serviços de água, quer dizer, uma
maior participação do setor privado na construção, operação e manutenção, deve partir do
princípio de que a venda da água a famílias de menos recursos não poderá acontecer.
Ainda assim, deve-se considerar que a ineficiência na operação e na manutenção geram perdas
de cerca de 40% nos sistemas de água potável e percentagens ainda maiores nos de água para
irrigação. Melhorar a operação e a manutenção dos sistemas, terminar as obras não concluídas,
otimizar as existentes antes de investir em novas obras, e consolidar os organismos responsáveis
pelos serviços é mais urgente do que aumentar as taxas de água de uma população em crise
econômica.
A eficiência na cobrança é um problema atual e, lastimosamente, quem está em melhores
condições de pagar nem sempre dá o exemplo. Os investimentos necessários devem se pagar de
acordo com a capacidade de cada comunidade, através de subsídios cruzados, de maneira que os
que já desfrutam dos benefícios dêem um aporte que torne menos onerosa a solução que os
marginalizados pedem.
E se o subsídio dentro do mesmo setor de água não é suficiente, outros setores mais
beneficiados devem participar: o industrial, o agrícola, o pecuário, o portuário e de comunicações,
de turismo e de energia elétrica.
A meta da OMS não será possível se não se assegurar um fácil acesso a adequados serviços de
água potável e saneamento para todos, independentemente do que cada um possa pagar.
Uma promoção agressiva do uso adequado dos recursos hídricos tem que mobilizar a
participação ativa e contínua de uma população educada. Em favelas, cinturões de miséria,
comunidades jovens e bairros pobres das Américas, os pobres pagam até 20 vezes mais por menos
água de pior qualidade. Algumas pequenas comunidades, a juzante de grandes centros urbanos,
utilizam para sua sobrevivência águas contaminadas; enquanto os cursos d1água disponíveis
diminuem pelo uso e abuso nas grandes cidades, indústrias e complexos agrícolas e pecuários de
alto rendimento.
Estes são exemplos de um manejo irracional de água que há que se reverter com urgência para
garantir o desenvolvimento sustentável, a redução da pobreza e a paz social de nossos povos.

Artigo escrito por JÚLIO BURBANO

17
Fonte: Revista Digital Água Online

18
DEPOIMENTO
QUANTO CUSTA SER CAXIAS
Gen. Ex. GLEUBER VIEIRA (*)

Caxias. Assim foi chamado Luís Alves de Lima e Silva quando, no Maranhão, pacificou a
Balaiada. Duque de Caxias foi a titulação que recebeu quando retornou da Campanha da Triplica
Aliança. Por três vezes presidente do Conselho de Ministros, presidente de duas províncias e senador
do Império, Caxias, marechal do Exército Brasileiro, não foi um personagem eventual e transitório em
nossa História. Honrado cidadão, notável chefe militar e acatado estadista, transcendeu todos os títulos
justamente recebidos. Personificou o Pacificador e Unificador da Pátria. Encarnou o herói do Império.
Projetou sua luminosa presença à República por nascer.
Praticou coragem e prudência revestidas de bondade. Galvanizou pelo exemplo. Austero e simples,
inspirou e demonstrou lealdade, desprendimento, disciplina e responsabilidade. Sua espada invencível
brilhou na altivez da autoridade que não constrange, na temperança que permeia graves decisões e na
disposição férrea para, fiel a si mesmo, não transigir com a disciplina. Conclamou e corrigiu, compreendeu,
orientou e perdoou. Chefiou, liderou e conquistou sem possuir, desviando-se das luzes do sucesso e do
poder que seduzem o homem comum. Seus ensinamentos sobrevivem para os cidadãos de todos os
tempos.
Sua obra persiste no caldeamento e unificação do contexto nacional heterogêneo. Inspira
competentes quadros profissionais e acompanha a família militar nas movimentações constantes, na
rusticidade e nos sacrifícios da vida castrense. Ainda presente, Caxias vibra com a excelência do
trabalho dessa gente, da ativa e da reserva, que não desveste a farda, mantendo a lealdade em todos os
sentidos, a camaradagem e o espírito de cumprimento de missão. Seus soldados representam todos os
segmentos sociais, preservam o respeito e a admiração dos brasileiros pelo Exército.
O soldado sabe quanto custa ser uma Caxias, que, por força de lei e dever de ofício, se
necessário, dispõe da própria vida para sobrepor os interesses maiores da Pátria às pequenas vontades
e ambições pessoais. Custa exercitar lealdade, ética, espírito público, dignidade e amor incondicional ao
Brasil, virtudes tão escassas nos dias que correm. Custa testemunhar as distorções e caricaturas que
apresentam da hierarquia e da disciplina, para acobertar irresponsabilidade ou omissão. Custa admitir
que reivindicações e críticas se façam sob o anonimato, escondendo a verdadeira face, como que
festejando a rebeldia agressiva. Custa ser Caxias quando se assiste à perversa inversão de valores em
um regime de liberdades no qual só os direitos existiriam e os deveres seriam postergados; quando há
quem maximize e orquestre defeitos alheios, mascarando e justificando suas próprias intenções e
vilanias; quando se vê a tentativa de degradação da justiça e as ameaças às estruturas constituídas.
Custa, ainda, ver os valores que você preserva, constante e irresponsavelmente apresentados como
apanágio de alguns cidadãos que falsamente se arrogam progressistas, patriotas e desprendidos, mas
que, em verdade, comercializam e barganham ardilosas e escusas pretensões; acobertam-se em
conveniências pessoais, escondidos em títulos, valendo-se até da investidura da autoridade que
exercem. Custa ser Caxias quando presenciamos nossa Instituição, responsável constitucionalmente
pela garantia da lei e da ordem, ser atingida pelos que têm o dever de fiscalizar o cumprimento dos
preceitos legais, sob a busca insensata de efeitos de mídia. Custa ser Caxias quando vemos o uso
arbitrário da informação de interesse público, que denuncia, apura, julga e condena pessoas e
instituições à sombra de um maniqueísmo cego, negando, em nome de um passado recente, o espírito
de pacificação que, inspirado em nosso patrono, se propôs à Nação. Custa ser Caxias, sim, quando a
violência pode ameaçar a segurança e a paz social, enaltecer e favorecer ladinos, entronizar espertos e
constranger virtuosos cidadãos. Porque a violência manifesta-se, muitas vezes, sem o desembainhar de
sabres Ela vem sob a cobertura de causas nobres, em cujo abrigo muitos pregam e praticam a agressão à
lei e à ordem constituída, ao arrepio dos interesses nacionais. Vem, ainda, no abuso da força, na
utilização da palavra que dilapida e injuria, na deletéria corrupção dos padrões éticos, na destruição
dos laços sagrados de cultura, nacionalidade e tradição, na cômoda atitude da ignorância
contemplativa e não comprometedora que perverte e anestesia a sociedade.
Para ser Caxias é necessário, realmente, amar a Pátria brasileira, estar moralmente amparado,
corajosamente disposto e fraternalmente envolvido com o próximo e com a sociedade. Porque é preciso

19
zelar e manter, com honradez e dignidade, em sua esfera de atribuições, a ordem, a segurança e a paz –
obrigação de todos.
(*) Comandante do Exército. (*) Ordem do Dia,lida em 25/08/2001

20
O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

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