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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
Ano II n.º 13 Março/2002

EDITORIAL ÍNDICE

A Pág. 2
Globalização é a palavra da moda, assim como está,  O que a imprensa
infelizmente, em evidência a palavra terrorismo. noticiou
Assistimos estupefatos à escalada crescente da violência mundo Pág. 3
afora, sem falar na “quase guerra civil” que vivem muitas de nossas
 Curiosidades
cidades. Quaisquer formas de violência são execráveis, mas o
terrorismo é brutal! O massacre de inocentes através de atentados é Pág. 4
apenas o ponto final de um processo que tem início na formação de  Para pensar
fanáticos desprovidos de qualquer sentimento humano ou princípio
ético. Pág. 5
 Frases que marcaram
As “justificativas” para tal nível de agressões são as mais diversas,
obviamente: subjugação econômica e política, por interesses Pág. 6
“camuflados”(petróleo, por exemplo) e até mesmo a intolerância  Gr. Dic.Enciclopédico de
religiosa... Mas aí está o cerne (sempre) da questão: INTOLERÂNCIA. Maç. e Simbologia
(Nicola Aslan)
Falta amor verdadeiro!  Biblioteca
As desigualdades sempre existiram e vão continuar existindo. Mas Pág. 7
se pretendermos viver num mundo melhor, devemos encontrar meios
 Saúde é coisa séria
de superar essas imensas desigualdades e injustiças do mundo
 Pílulas Maçônicas
hodierno, sejam meios econômicos ou políticos devendo, contudo,
serem sempre meios civilizados. Pág. 8 à 13
 Trabalhos Maçônicos
Através da barbárie e da intolerância, que se espalha mundo afora,
NÃO ENCONTRAREMOS O CAMINHO! Pág. 13
Se para muitos pode ser uma utopia, não custa nada reforçarmos a  Viagem ao nosso interior
máxima de nossa querida Ordem:LIBERDADE, IGUALDADE E Pág. 14
FRATERNIDADE.  História pura
Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 15
 Biografia do mês

Pág. 16
 O nosso planeta
Pág. 17 à 19
• Depoimento
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO
BARRADAS, e A... R...L...S... Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ) e-mail: carlosalberto@alohanet.com.br

1
O QUE A IMPRENSA NOTICIOU

ESPIÕES DE CRISTO

O mineiro Serafim Lanna tem três diplomas universitários e fala quatro idiomas, mas
trabalha vendendo queijo numa feira e mora numa favela da Grande São Paulo. Um de seus
colegas é o filósofo e teólogo Remy Felisaz, que sobrevive de bicos de marcenaria. Eles se
encontram nessas condições não por falta de oportunidades profissionais. Ao contrário, atingiram
o auge da carreira. Os dois fazem parte das Fraternidades de Foucauld, uma ordem católica pouco
conhecida que surgiu na Argélia em 1933.
Existem atualmente 1800 membros da congregação espalhados pelo mundo e trinta deles
estão no Brasil. Como os demais integrantes da comunidade, Serafim e Remy são uma espécie de
agente secreto de Cristo. Esses religiosos acreditam que a maneira mais eficiente de pregar a
palavra de Deus é agindo no anonimato. Por isso, aboliram o uso da batina e costumam infiltrar-se
em favelas e empresas. Preferem não revelar sua condição religiosa (pode ser que exista um aí, a
seu lado!). “Entramos no dia-a-dia das pessoas comuns, compartilhamos seus problemas e
tentamos ajudá-las com conselhos, nunca por meio de sermões”, explica o colombiano Andrés
Mejia, que vive numa favela em Salvador e é um “irmãozinho de Foucauld”, a maneira como
ficaram conhecidos os seguidores dessa ordem católica bastante peculiar.
A sede da congregação encontra-se na cidade de Bruxelas, na Bélgica. Lá, vive o prior, a
figura principal na hierarquia da ordem. Todo ano, os missionários espalhados pelo mundo têm a
obrigação de enviar pelo menos uma carta ao prior, em que relatam suas experiências. Além de se
infiltrarem nas comunidades pobres, os “irmãozinhos” fazem trabalhos braçais para se manter fiéis
ao voto de pobreza. O colombiano Mejia já foi agricultor, faxineiro, vendedor de picolé e
carregador de engradado de cerveja. Muitas vezes eles precisam esconder sua boa formação para
conseguir um emprego desse tipo. Ao tentar uma vaga de faxineiro numa fábrica de automóveis,
Serafim Lanna mentiu dizendo que tinha completado apenas o curso primário. Nem assim
conseguiu a vaga. O teste psicotécnico acusou que seu nível de conhecimento era bem mais alto, e
ele foi reprovado. “Só quando passei a escrever com a mão esquerda, para piorar a letra, é que
consegui uma nova colocação”, conta.
Esses religiosos se inspiram na figura do ex-militar francês Charles de Foucauld, que viveu
entre 1858 e 1916. Aos 32 anos de idade, Foucauld aposentou a farda, mudou-se para a África e
passou a pregar o catolicismo no meio dos povos nômades do Deserto do Saara.
“Mesmo morando no mais pobre dos conventos, jamais conseguiria ser pobre como os
pobres”, escreveu certa vez. Foucauld morreu quando tentava proteger mulheres e crianças
durante um ataque de mercenários. Essa condição de mártir é uma das justificativas do processo
de canonização que está em curso no Vaticano.
A transformação do pregador do deserto em santo é vista também como um reconhecimento
ao silencioso trabalho de seus seguidores, que pregam o Evangelho mundo afora sem o alarde nem
a pompa dos sacerdotes católicos.

Publicado na REVISTA VEJA, de 23/05/2001.

2
CURIOSIDADES

O DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM

Nos dias 20,21 e 22 de fevereiro de 1994, realizou-se em Washington, EUA, a Reunião Anual
dos Grãos-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte (EUA, CANADÁ e MÉXICO).
Na ocasião, estiveram presentes como Obediências Co-Irmãs (Sister Jurisdictions), a Grande
Loja Unida da Inglaterra, a Grande Loja Nacional Francesa, a Grande Loja Regular da Grécia, a
Grande Loja Regular da Itália, o Grande Oriente da Itália, a Grande Loja Regular de Portugal, a
Grande Loja das Filipinas, a Grande Loja do Irã, no exílio; além do Grande Oriente do Brasil, com
uma delegação chefiada por seu Grão-Mestre Francisco Murilo Pinto, que ali estava como
observador.
Ao encerramento dos trabalhos, o Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Ir.
Fernando Paes Coelho Teixeira, apresentou uma sugestão encampada pelos Grãos-Mestres de
todas as Grandes Lojas dos Estados Unidos e mais o México e Canadá, no sentido de fixar o dia 22
de Fevereiro com o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, a ser comemorado por todas as
Obediências reconhecidas, o que foi totalmente aprovado.
E por quê 22 de fevereiro?
Porque foi no dia 22 de fevereiro de 1732, em Bridges Creek, na Virginia(EUA), que nasceu
GEORGE WASHINGTON, o principal artífice da Independência dos Estados Unidos. Nascido
pouco depois do início da Maçonaria nos Estados Unidos – o que ocorreu em 23 de Abril de 1730,
no Estado de Massachussets – Washington foi iniciado a 4 de novembro de 1753, na “Loja
Fredericksburg nº 4”, de Fredericksburg, no Estado da Virginia; elevado ao grau de Companheiro
em 1753, e exaltado a Mestre em 4 de Agosto de 1754.
Em 1787, reunia-se, em Filadélfia, a Assembléia Constituinte, para redigir a Constituição
Federal; e Washington, que era um dos delegados da Virgínia, foi eleito, por unanimidade, para
presidi-la. E, depois de aprovada a Constituição, havendo a necessidade de se proceder à eleição
de um presidente, figura nova na política norte-americana, Washington, pelo seu passado, pela sua
liderança, e pelo prestígio internacional de que desfrutava, era o candidato lógico e foi eleito por
unanimidade, embora desejasse retornar à vida privada e dedicar-se às suas propriedades.
Como Presidente da República norte-americana, nunca olvidou a sua formação maçônica: ao
assumir o seu primeiro mandato, em abril de 1789, prestou o seu juramento constitucional sobre a
Bíblia da “Loja Alexandria nº 22”, da qual fora Venerável Mestre em 1788; em 18 de setembro de
1783, como Grão-Mestre pro-tempore da Grande Loja de Maryland, colocou a primeira pedra do
Capitólio – o Congresso norte-americano – apresentando-se com todos os seus paramentos e
insígnias de alto mandatário Maçom. Falecido em 14 de dezembro de 1799, seu sepultamento
ocorreu no dia 18, em sua propriedade de Mount Vernon, numa cerimônia fúnebre Maçônica,
dirigida pelo Reverendo James Muir, capelão da “Loja Alexandria nº 22”, e pelo Dr. Elisha C. Dick,
Venerável Mestre da mesma Oficina.
Como se vê, a criação do DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM representou uma
homenagem mais do que justa a um grande maçom, além de também ser historicamente
pertinente.

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“Ad Universi Terrarum Orbis Summi Architecti Gloriam”.

3
PARA PENSAR

Um garoto vivia só com seu pai, ambos tinham uma relação extraordinária e muito
especial. O jovem pertencia à equipe de futebol americano da escola; normalmente não tinha
oportunidade de jogar; bom... quase nunca, mesmo assim seu pai permanecia sempre nas grades
fazendo companhia. O jovem era o mais baixo da classe quando começou o 2º grau e insistia em
participar na equipe de futebol do Colégio; seu pai sempre orientava e explicava claramente que
ele não tinha que jogar futebol se não quisesse realmente. Mas o garoto amava jogar futebol e não
faltava a nenhum treino ou jogo. Estava decidido a dar o melhor de si e se sentia comprometido.
Durante a sua vida no 2º grau chamavam ele de “esquenta banco”, porque vivia sentado como
reserva... seu pai com espírito lutador, sempre estava nas grades, dando companhia, palavras de
consolo e o melhor apoio que algum filho podia esperar!!!
Quando começou a universidade, tentou entrar na equipe de futebol; todos estavam certos
que não conseguiria, mas venceu a todos, entrando na equipe. O treinador lhe deu a notícia,
admitindo que o tinha aceito porque ele demonstrava jogar de corpo e alma em cada um dos
treinos e, ao mesmo tempo, dava a toda a equipe um grande entusiasmo. A notícia encheu seu
coração por completo, correu ao telefone mais perto e ligou para seu pai, que compartilhou com
ele a emoção.
Enviava ao pai todas as semanas as entradas para assistir aos jogos da universidade. O
jovem atleta era muito persistente, nunca faltou em nenhum treino e jogo durante os 4 anos da
universidade e também nunca teve a chance de participar em nenhum jogo.
Era a final da temporada e justo alguns minutos antes de começar o primeiro jogo das
eliminatórias, o treinador lhe entregou um telegrama. O jovem pegou e logo depois de ler ficou em
silêncio... respirou fundo e, tremendo, disse ao treinador: - Meu pai morreu esta manhã. Existe
algum problema se eu faltar ao jogo de hoje? O treinador o abraçou e disse: - Fica o resto da
semana de folga, filho, e nem se preocupe em vir no sábado.
Chegou o sábado e o jogo não estava bom, quando a equipe tinha 10 pontos de
desvantagem, o jovem entrou no vestiário, colocou o uniforme em silêncio e correu até o treinador
e sua equipe, que ficaram impressionados ao ver seu companheiro regressando.
- Treinador, por favor, deixa eu jogar... eu tenho que jogar hoje... implorou o jovem.
O treinador não queria escutá-lo. De nenhuma maneira poderia deixar que seu pior
jogador, entrasse no final das eliminatórias. Mas o jovem insistiu tanto, que finalmente o treinador,
sentindo pena, deixou: - OK, filho, pode entrar, o campo é todo seu.
Minutos depois, o treinador, a equipe e o público não podiam acreditar no que estavam
vendo. O pequeno desconhecido, que nunca tinha participado em nenhum jogo, estava sendo
brilhante, ninguém podia detê-lo no campo, corria facilmente como uma estrela. Sua equipe
começou a fazer pontos até empatar o jogo. Nos últimos segundos do jogo o rapaz interceptou um
passe e correu todo o campo até ganhar com um touchdown. As pessoas que estavam nas grades
gritavam emocionadas e sua equipe o levou carregado por todo o campo. Finalmente, quando
tudo terminou, o treinador notou que o jovem estava sentado quieto e só numa esquina.
Aproximou-se e disse: - Garoto, não posso acreditar... esteve fantástico!!! Conte-me como
conseguiu?!!
O rapaz olhou para o treinador e disse: - O senhor sabe que meu pai morreu..., mas sabia
que ele era cego??? O jovem fez uma pausa e tratou de sorrir...

4
- Meu pai assistiu a todos os meus jogos, mas hoje era a primeira vez que ele podia me ver
jogando... e eu quis mostrar a ele que podia fazê-lo.

Portanto lembrem-se:
Sempre existe alguém que:
Está muito orgulhoso de você.
Pensa em você.
Se importa contigo.
Sente saudade de você.
Quer falar com você.
Gostaria de estar a teu lado.
Espera que não esteja com problemas.
Está agradecido pelo apoio que você tem dado.
Gostaria de segurar em sua mão.
Espera que todos os seus objetivos resultem bem.
Quer te ver feliz.
Deseja que procure a felicidade.
Quer te dar um presente.
Quer te abraçar.
Pensa que você é um presente.
Admira tua força.
Te considera um tesouro.
Aprecia sua amizade.
Deseja que saibas que sempre estará disposto a te escutar.
Deseja compartilhar contigo seus sonhos.
Necessita seu apoio.
Acredita em você.
Quer ser seu amigo.
E ama você!
Autor desconhecido.

FRASES QUE MARCARAM

“Eu que me queixava de não ter sapatos, encontrei um homem que não tinha pés”.

Provérbio Chinês.

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“Quando somos vencidos pelo sofrimento ele nos mata. Quando o assumimos, ele nos transforma
num ser melhor”.

Padre Mustafá.

*********************************************************************
“Deus está nos detalhes”.

Mies Van Der Rohe.

*********************************************************************

5
“Um amigo é alguém que sabe a canção de seu coração e pode cantá-la quando você tiver
esquecido a letra.”

Autor desconhecido.

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E A MAÇONARIA ENTREABERTA

SIMBOLOGIA Autor: Luís Nandin de Carvalho (G.: M.: G.: L.: Portugal)

Principais tópicos abordados:


JAKIN– Nome dado à Coluna colocada à
direita no Pórtico do Templo de Salomão e
significa firme, estável, reto. É também o nome A Maçonaria entreaberta (deveres do
do terceiro filho de Simeão, filho de Jacó e pai Maçom; Maçons Regulares e Irregulares;
Obediências Maçônicas Regulares e
dos jakinitas.
Irregulares; O Reconhecimento Maçônico;
Segundo A Gedalge: “No Templo Maçônico a
Riscos e Desvios Maçônicos; A Cooperação
Coluna J.: é geralmente vermelha, estando em relação Possível com os Maçons; A Essência da
com o enxofre( um dos três princípios da Alquimia); Cultura Maçônica; A Maçonaria, Escola do
ela está também em relação com o “cão da Armênia” Escol; Importância da Iniciação;Legitimidade
do hermetismo e o esperma macho da “Pedra”. É da Grande Loja Legal e Regular;
junto dela que os Aprendizes (do Rito Francês) e que Entreabertura, Secretismo e Sociedade; O
os Companheiros (do Rito Escocês) recebem o seu Direito de ser Maçom; A Crise da Casa do
“salário”. Sino (À Guisa de Introdução; Quais
Landmarks; O Golpe; Fase de Intimidação;
Referindo-se a esta Coluna do Templo de
Fase do Cerco; Fase do Assalto; O Refluxo; A
Salomão, Mackey escreve: “Jachin (Iod, Caph, Desmontagem; Conclusão); A Maçonaria
Iod, Nun),chamada Ichin por Dudley e vários Feminina (Porque não podem as mulheres
outros escritores, que rejeitam os pontos (na escrita ingressar na Maçonaria; O que é a
hebraica). É o nome do pilar colocado à mão direita, Maçonaria; A Condição masculina e
fazendo frente ao Oriente (isto é, ao Sul), onde fica feminina; A Maçonaria no Feminino);
na entrada do Templo do Rei Salomão. Deriva de Entrevistas; Para uma idiossincrasia
duas palavras hebraicas, Iod, He – Jah, “Deus”, e Maçônica Portuguesa; As Responsabilidades
Iachin (Iod, Caph, Iod, Nun), “estabelecerá”.
dos Veneráveis Mestres das Lojas; Endereços
na Internet); Pranchas (Os Desafios da
Significa, portanto, “Deus estabelecerá”, sendo
Maçonaria para o Terceiro Milênio; Grande
chamado, freqüentemente, o “pilar do
Loja Regular de Portugal; VI Aniversário da
estabelecimento”. GLRP)

***********************/////*********************

JAKINITAS- O terceiro filho de Simeão, filho Livro importado de Portugal e à venda na


Livraria Maçônica Paulo Fuchs.
de Jacó, chamado Jakin, foi o Pai dos jakinitas,
que formaram a vigésima primeira família das
vinte e quatro famílias sacerdotais dos judeus
(Gen, XLVI, 10). Significa “homens justos”.

**********************///////***********************

LIMITE - Linha ou superfície de demarcação


entre espaços determinados. Também termo,
confins, extremo, meta, fim. O termo vem do
latim limes, limitis. Limes é o caminho entre

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SAÚDE É COISA SÉRIA
SONO
Aproximadamente metade da população não tem uma boa noite de sono. E outras passam algumas
noites sem sono ocasionalmente. Entretanto, dormir bem não é um luxo, é uma necessidade. A deprivação
do sono atrapalha a memória, tempo de reação e alerta. Adultos necessitam de 8 horas de sono e
adolescentes 9 horas e 15 minutos. Algumas dicas podem ajudar. Procure manter um horário pré-
determinado para dormir e não durma até tarde nos fins de semana. Não beba nem coma muito antes do
horário de dormir. Coma refeições leves cerca de duas horas antes. Evite cafeína e nicotina. Um quarto
levemente frio é o ideal para dormir, pois fica parecido com a temperatura do corpo durante o sono. É
melhor dormir com vários cobertores do que deixar o aquecedor ligado. Mantenha os pés e as mãos
quentes, pois isso induz ao sono rapidamente. Se for do tipo que sua durante a noite, use roupas leves e
somente um lençol, e se necessário use ar condicionado ou ventilador. Use um aparelho para controlar a
umidade do ar. Sinais de irritação pelo ar seco são dor de garganta, sangramento nasal e garganta seca.
Durma somente durante a noite. Se trabalha durante a noite, mantenha a janela fechada durante o dia. O
silêncio é muito importante. Se for necessário, use tampões de ouvido ou uma fonte de barulho constante
como um ventilador para mascarar um barulho que não se pode controlar, como uma rua barulhenta.
Vidros duplos e cortinas pesadas também ajudam a filtrar o som. Tenha uma boa cama, confortável e
ortopédica. Vá deitar quando estiver cansado e desligue as luzes. Se não adormecer em 15 minutos, levante
e faça outras coisas, voltando para a cama somente quando estiver cansado. Tomar banho quente antes de
dormir ajuda, pois relaxa os músculos. Não confie em pílulas para dormir. Fale com seu médico, tenha
certeza que não interagem com outros remédios ou com alguma doença. Se usar e se sentir tonto ou
sonolento durante o dia, fale com seu médico para mudar a dose ou parar de tomá-las.

Colaboração do Ir.: Wagner Buono/M.: M.:

PÍLULAS MAÇÔNICAS

IRONIA DO DESTINO

É realmente irônico que o ditador Mussolini que moveu furiosa perseguição à Maçonaria na
Itália, prendendo, matando maçons e fechando Lojas, durante o período do FACISMO, naquele país,
tenha recebido, de seu pai, na pia batismal, o nome de BENITO JUAREZ Mussolini, em homenagem
ao grande líder e libertador do México e maçom convicto e dedicado.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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TRABALHOS MAÇÔNICOS
TIRADENTES ... MAÇOM?
Ir.: ÍTALO ASLAN / M.: M.: (*)

A época em que viveu Joaquim José da Silva Xavier, o nosso Tiradentes, foi marcada por
movimentos libertários em todo mundo, principalmente, mais próximo de nós, nas Américas de um
modo geral.
As idéias dos filósofos iluministas do século XVIII vicejaram pelo mundo. Voltaire (“Despotismo
Esclarecido”), Montesquieu (“O Espírito das Leis”) e Rousseau ( “Contrato Social”) mexiam com os anseios
de liberdade dos povos.
As idéias, os livros e as sociedades intelectuais, bem como a Maçonaria (a essa altura já
disseminada em boa parte do mundo civilizado de então) espalhavam os conceitos de justiça, de
liberdade e igualdade. Havia um anseio de libertação do autoritarismo e dos desmandos, não só dos
governos estabelecidos sob a chancela do “Direito Divino”, como também do braço forte da Igreja.
Tiradentes era uma pessoa simples, sem muitos dotes intelectuais, mas intensamente ativa e
entusiasta das novas idéias de liberdade que chegavam trazidas por aqueles que voltavam de estudos
nas grandes universidades européias, a saber : José Álvares Maciel, José Pereira Ribeiro, Domingos
Vital Barbosa, José Mariano Leal, Joaquim José Maia etc.
Era um mazombo (palavra depreciativa, designando o filho de português nascido no Brasil) e por
sê-lo não inspirava confiança à Coroa, condição que o fez amargar o posto de alferes por muito tempo,
sem dar-lhe chance de promoção.
Mas, afinal, era ele maçom? Muitos autores menos cuidadosos com suas pesquisas e fontes o
asseguram com veemência, e colocam como palavras suas frases encontradas com frequência no dia a
dia do maçom e dos rituais.
Mas, a bem da verdade e com a força das pesquisas de historiadores maçons de renome, nada de
concreto foi encontrado que dê ao nosso “patrono cívico” a condição de maçom.
Seria bom que assim fosse. Nós gostamos de enumerar os nomes daqueles que algum bem
trouxeram à humanidade, seja no campo das ciências ou das artes, seja na história, como responsáveis
pela libertação de povos, ou como condutores de nações em seus cargos mais importantes. Mas,
lamentavelmente, no caso do nosso Tiradentes, nada existe que prove ter ele passado pelo ritual de
Iniciação numa determinada Loja, numa data certa.
Ao contrário desses Irmãos mais laudatórios com referência a Tiradentes, outros existem que se
acautelam em fazer tal afirmação, buscando provas e confirmações irrefutáveis de que ele tenha sido
maçom.
Tudo começou com a insinuação do Frei Raimundo da Anunciação Penaforte de que José Álvares
Maciel, a pouco chegado da Europa onde estudara filosofia, química e metalurgia, havia “passado pela
fornalha da Franco-Maçonaria”. Também sobre a condição de maçom de Maciel não existem provas, até
hoje.
O primeiro escritor brasileiro a falar da participação de maçons na Conjuração Mineira foi
Joaquim Felício dos Santos em suas “Memórias do Distrito Diamantino”, publicadas em 1868, onde
afirma: “Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros livres”; uma afirmação sem provas, apenas
por ouvir dizer.
E essas afirmações tomaram escopo de verdade, haja vista que outros escritores acreditaram e
reafirmaram as palavras de Felício dos Santos, dando cunho de verdadeiro àquilo foi dito nada que
comprovasse.
Até bem pouco tempo, autores de renome continuavam a espalhar o que se iniciou com Felício
dos Santos. Não convém citá-los , mas apontamos os nomes de escritores contemporâneos que se
preocupam com a importância da documentação comprobatória de qualquer escrito e que sabem que,
sem esse cuidado, mistifica-se e, de certa forma, ridiculariza-se a história da Ordem, ou, na melhor das
hipóteses, dá-se a cara a tapas. Eis alguns deles, todos Irmãos: João Alberto de Carvalho (do Oriente de
Minas Gerais), José Castellani, Frederico Guilherme Costa (ambos da Loja de Pesquisas do GOB),
Nicola Aslan etc.

9
Enquanto não se esclarece definitivamente esse fato, vamos assistindo ainda alguns Irmãos, dos
mais modestos àqueles de maior envergadura, afirmarem, felizes da vida e cheios de orgulho, que
Tiradentes era Maçom, como aconteceu recentemente no Senado da República, em comemoração ao
Dia do Maçom, o pronunciamento de um Grão-Mestre que, em meio à citação dos nomes de vários
maçons ilustres, repetiu a famosa frase de Tiradentes:”Dez vidas eu daria se as tivesse...” . No discurso ele
não afirmou com todas as letras que Tiradentes era maçom, mas insinuou, deixou no ar, para os menos
avisados, que ele era. Por que não? Dá “status”.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

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RIACHUELO: UMA VISÃO HISTÓRICA E ATUAL

Parte II (final)
Ir.: Humberto Bertola de Almeida (*)

Ciente da situação de estrangulamento logístico em que o Paraguai se encontraria dentro em


breve, o Marechal Solano Lopes, Presidente daquele país, decidiu jogar o futuro numa só cartada,
planejando a destruição da esquadra brasileira que arrolhava o rio Paraná e vedava o acesso da
esquadra paraguaia ao Prata e, por conseguinte, proibindo-lhe o contato com navios ingleses que
abasteciam o Paraguai. A Marinha Inglesa era, na época, maior que todas as demais marinhas do
mundo reunidas e, mesmo para o Brasil de então, seria temerária uma oposição frontal à Inglaterra!
A esquadra paraguaia, sob o comando do Capitão de Fragata Meza, e composta por quatorze
unidades (oito navios a vapor e seis chatas rebocadas, cada uma chata com um canhão de grosso
calibre, em rodízio de 360 graus), suspendeu da Fortaleza de Humaitá na noite de 10 de junho de
1865, descendo o rio Paraguai e, na manhã de 11 de junho, desfilou em frente à cidade de
Corrientes, já então ocupada pelo Exército Paraguaio, e que se situa abaixo de onde o rio Paraguai
desemboca no rio Paraná; a esquadra brasileira estava fundeada há aproximadamente cinco milhas
(cerca de nove quilômetros) abaixo de Corrientes; ela era composta por nove navios de guerra a
vapor, mas não dispunha de reforços de chatas e desconhecia que Solano Lopes havia mandado
artilhar as barrancas da margem esquerda do rio Paraná na altura da foz de um riachinho sem
nome (em espanhol, Riachuelo). A intenção do comandante paraguaio era descer o rio Paraná e,
antes que a esquadra brasileira suspendesse, abordar cada navio brasileiro com uma chata e um
navio de guerra; assim, os brasileiros se veriam imobilizados, sujeitos à artilharia da barranca e
atacados pelos dois bordos; dessa forma, seriam fatalmente destruídos.
Pouco depois das oito horas da manhã do dia 11, a corveta Mearim, que patrulhava o rio
Paraná acima do Riachuelo, iça o sinal de “inimigo à vista” e o chefe da Divisão Francisco Manoel
Barroso, comandante da força brasileira, em seguida, ordena o içamento dos seguintes sinais nos
mastros de seu navio capitânea: despertar fogos – safa geral para o combate – suspender – bater o
inimigo o mais perto possível – o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever. Nessas alturas, a
esquadra paraguaia já desfilava em frente à brasileira, sob o fogo do Jujuy (navio paraguaio com o
mesmo nome de uma província Argentina), imobilizando-o.
A luta se dá num trecho estreito e difícil do rio Paraná, pouco acima de uma ampla bacia (a
cancha de Lagraña) que daria a Barroso espaço suficiente para manobrar livremente; mesmo
assim, o comandante brasileiro gira seus navios em peão e desce o rio Paraná em perseguição à
esquadra paraguaia. A descrição das manobras táticas que compuseram o conjunto da batalha não
seria viável fazermos aqui, pois implicaria na necessidade de conhecimentos técnicos que fogem ao
alcance dos leitores. Todavia, cabe dizer que o grande herói de Riachuelo foi, sem dúvida, o
Comandante da Força Brasileira, Chefe de Divisão (posto correspondente na atualidade ao de
Capitão de Mar-e-Guerra) Francisco Manoel Barroso, oficial de nacionalidade portuguesa que
servia, desde jovem, à Marinha Brasileira. Seu oportunismo tático excepcional, ao utilizar-se da
proa da fragata Amazonas, seu navio capitânea, manobrando-a a favor da corrente para abalroar
sucessivamente quatro navios paraguaios e seis chatas, pondo-os todos a pique, decidiu a refrega.
10
À tarde daquele domingo, 11 de junho de 1865, os quatro navios paraguaios que ainda
podiam se deslocar, fugiram rio acima; persegue-os os navios brasileiros Beberibe e Araguari, até a
altura da cidade de Corrientes, porém não mais além, devido à aproximação do crepúsculo e à
vizinhança dos canhões da fortaleza de Humaitá, a maior do Paraguai.
O sacrifício de duzentos e quarenta e sete brasileiros, entre eles o Marinheiro Marcílio Dias e
o Guarda-Marinha Greenhalg, não foi em vão;a partir de então, os restos da Marinha Paraguaia,
sem peças de reposição, internaram-se no rio Paraguai e não foram mais motivo de preocupação
séria. A vitória dos aliados sobre o Paraguai seria apenas uma questão de tempo, pois
gradualmente a economia do Paraguai foi-se estrangulando por isolamento comercial, e o gênio do
Duque de Caxias fez o restante.
Na atualidade, quando o Poder Militar e, especificamente a capacidade de retaliação a nível
global, é prerrogativa de um único país - os EUA – a sociedade brasileira assiste ao processo de
sucateamento do poder combatente de nossas Forças Armadas; tal atitude, que parece não ser
prerrogativa de parte da elite pensante deste país, fragiliza o poder econômico e, por
conseqüência, os poderes políticos, militar e, muito importante, o psicológico da Nação; tal atitude,
repito, decorre da visão canhestra de dois tipos de pessoas: as que, confundindo as atitudes
pessoais adotadas num passado recente por uns poucos, com a Doutrina e a História Militar do
país, não esquecem jamais e não perdoam nunca, reciclando diuturnamente um ódio às Forças
Armadas enquanto Instituições Permanentes da Nação – o que nos causa espanto e, de certa
forma, temos do contágio social; e as que, tendo como deus o dinheiro e como doutrina a
dissolução das milhares de culturas distintas que fazem este planeta tão intrigante, visam
transformar as nações em apenas uma Cultura, as filosofias e teologias em apenas uma Verdade e
todos os seres humanos em apenas uma multidão de consumidores.
No final, quem sabe, os louros da vitória serão buscados nas cinzas dos holocaustos.

(*) Ir.: pertencente ao quadro da ARLS PIONEIROS DO CABO, Nº 1821

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UMA VISÃO RECENTE DA CIDADE DE PARATY E A MAÇONARIA


Frederico Guilherme Costa (*)

Tenho-me preocupado muito com o tema Paraty e a Maçonaria. Em artigo publicado no


informativo “O PELICANO” (set/out/nov de 1995), dizia que não era possível precisar a data da
fundação de Paraty, mas que ao findar o século XVI já havia um pequeno núcleo, criado pelos paulistas
de São Vicente, em uma elevação perto da Praia do Pontal.
Informei também, que Paraty foi elevada a vila e separada de Angra dos Reis no ano de 1660, sendo
que no início do século XVIII, quando as Minas das Gerais começaram a produzir para a metrópole
portuguesa, era pelo caminho de Paraty que os valores chegavam, por mar, até o porto do Rio de Janeiro,
onde eram embarcados para Portugal, pois era grande a preocupação com os descaminhos do ouro.
Com relação à Maçonaria, destaquei, naquele artigo, as esquinas da Rua do Comércio...
Finalmente, foi esclarecido que a Loja de Paraty, conhecida até hoje com o nome, supostamente o
mesmo de “União e Beleza”, logo destacou-se politicamente e ainda deixou marcas da sua influência na
decoração geométrica presente nos cunhais...
O objetivo daquele artigo era derrubar a absurda hipótese do Tiradentes ter sido iniciado( sic) em
Paraty, quando de suas viagens ao Rio de Janeiro, pois a Loja Maçônica da cidade de Paraty só foi
fundada em 1823, 31 anos depois da morte do Alferes. Ainda que prevaleça o entendimento de que a
Loja Maçônica instalou-se em 1834, apenas ratifica a impossibilidade da descabida iniciação do Alferes
na citada Loja.
Posteriormente, em 1997, em visita àquela cidade tive acesso a uma publicação oficial, com apoio
cultural da Secretaria de Turismo e Cultura de Paraty e da Associação Comercial e Industrial de Paraty
intitulada “CIDADE HISTÓRICA E ARQUITETURA COLONIAL”, onde se informa que a cidade teria
sido construída por maçons no século XVI, tendo um formato geométrico e por isso apelidada de
“cidade dentro do esquadro”.

11
Como pesquisador e historiador não pude concordar com a idéia de que este nosso magnífico
patrimônio histórico do século XVI tivesse sido fundado pela Maçonaria, pois esta só é mencionada no
território brasileiro, em caráter emergencial e irregular, na Bahia, com a ‘CAVALEIROS DA LUZ”, em
julho de 1797. Consequentemente, não poderia ter fundado a cidade de Paraty no século XVI. Se o
critério fosse o da regularidade, teríamos de tratar da Loja ‘REUNIÃO”, fundada em 1801, 4 anos ainda
mais à frente da Loja baiana. Novo artigo foi enviado para ser publicado na nossa coluna na revista
maçônica “A Trolha”. Esclarecendo estes aspectos históricos.
No mês de maio de 2000, “navegava” na Internet quando me deparei com o “site”
http://www.terra.com.br/parati/maçonaria.htm da Loja “União e Beleza Nº 88 de Paraty, fundada em
05 de agosto de 1983. Apaixonado por Paraty e pela Maçonaria, logo “mergulhei” naquela página.
Qual não foi a minha surpresa ao encontrar as seguintes considerações do ilustre presidente do
Instituto Histórico e Artístico de Paraty, Diuner José de Mello, aparentemente endossadas pela
prestigiosa Loja União e Beleza:
“LUVAS NEGRAS SE REUNIAM NO CEMITÉRIO INDÍGENA”.
Na pesquisa oral, Diuner ouviu de moradores antigos a versão narrada por um escravo chamado
Sebastião (pessoa a quem o pesquisador conheceu quando era criança) de que homens trajados de
preto e usando luvas negras se reuniam na Toca do Caçununga.
Pesquisando, descobrimos que os membros do Clube dos Luvas Negras, que eram os justiceiros
da Maçonaria (sic) e encarregados de julgar os irmãos faltosos, se reuniam em lugares ermos, de
preferência nos cemitérios onde os defuntos não poderiam testemunhar nada. Curiosamente, na década
de 70, num trabalho de arqueologia, descobriu-se que a Toca do Caçununga, uma gruta de pedra
afastada da cidade, que é um sambaqui, era um cemitério indígena.
E faz uma revelação surpreendente: consta que Silvio Romero, o grande historiador brasileiro,
que foi Juiz de Direito em Paraty, era membro do Clube das Luvas Negras, talvez como presidente.
Sabe-se que nos escombros da casa onde ele morou foram encontrados um avental de Maçom, as luvas
negras e a espada”.
Vamos por partes:
Parece temerário, associar a Maçonaria a uma suposta sociedade promotora de “justiçamentos”
em nome da Arte Real. Este tipo de entendimento tem sido utilizado pelos inimigos tradicionais da
Maçonaria.
O eminente historiador, presidente do Instituto Histórico e Artístico de Paraty, não desconhece,
com certeza, os argumentos condenatórios à Maçonaria promovidos, desde a sua fundação moderna,
justamente pela forma simbólica do seu “juramento”, muito parecido com aquele exigido pelo Direito
Inglês pelos idos dos séculos XVII e XVIII: O perjuro deveria ter queimadas as entranhas, atiradas ao
mar, etc.
Tenho como acertado que Sílvio Romero foi um brilhante historiador, mas da literatura brasileira.
Igualmente filósofo, sociólogo e grande polemista. Deste modo, ponho, academicamente, em dúvida,
que este brasileiro maior, nascido em Lagarto, SE, em 1851 e falecido no Rio de Janeiro, em 1914,
pudesse ter sido membro do tal Clube das Luvas Negras, cujos membros se reuniam no cemitério
indígena para assassinar os perjuros da Maçonaria!
Uma afirmação de tal envergadura não estará, evidentemente, desprovida do necessário suporte
heurístico. Certamente o ilustre presidente do Instituto Histórico e Artístico de Paraty reuniu outras
evidências, além do depoimento, igualmente importante, de um ex-escravo.
Sendo profano, o pesquisador não está obrigado a saber a cor das luvas de um maçom, mas o obreiro
da Arte Real achará no mínimo estranho associar a espada e o avental a um par de luvas negras.
Não tenho conhecimento até a presente data da qualidade maçônica de Silvio Romero. Gostaria
de tê-la como certa, o que de sobremodo engrandeceria a nossa Instituição. Do mesmo modo, enquanto
pesquisador da Maçonaria, especialmente no século XIX, jamais ouvi falar nesta sociedade.
Compreendo que uma sociedade de assassinos não nos legaria testamento por escrito, mas é desejável
que novas fontes além das citadas sejam apresentadas.
Faço estas considerações dentro do rigor acadêmico. Meu objetivo, que não passará
desapercebido pelo autor das considerações aqui discutidas, é contribuir com a Loja União e Beleza na
conscientização de que o verdadeiro historiador está permanentemente acumulando informações,
enriquecendo-as com novas fontes, cabendo aos que se dedicam ao estudo sério da historiografia
maçônica repudiar tudo aquilo que pareça incoerente.

12
Por mais tentador que possa parecer é preciso resistir à idéia de romancear o tema, que deve ser
tratado de maneira séria pelos que verdadeiramente admiram a Maçonaria. Esquecido, este importante
detalhe, permitiremos que num momento futuro, uma vez lidas as nossas declarações, possa se colocar
em dúvida a própria Instituição.

(*) publicado na Internet (agosto/2000)

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CÓDIGO MAÇÔNICO

1. Adora o Grande Arquiteto do Universo;


2. O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas boas obras;
3. Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possamos aparecer, de um momento
para outro, perante o Supremo Arquiteto;
4. Não sejas fácil em ceder à cólera, pois a ira é sinal de fraqueza;
5. Escuta sempre a voz de tua consciência;
6. Detesta a avareza, porque quem ama demasiado as riquezas nenhum fruto tirará;
7. Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado conduz à morte;
8. Faze o bem pelo próprio bem;
9. Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu lado;
10. Não te envergonhes do teu Destino; pensa que este não te honra nem te degrada. O modo como
desempenhas tua missão é que te enaltece ou amesquinha perante os homens;
11. Lê, medita, observa e imita, reflete e trabalha; ocupa-te sempre do bem-estar de teus irmãos e
trabalharás para ti mesmo;
12. Contenta-te com tudo e com todos;
13. Não julgues superficialmente as ações de teus irmãos e não censures ninguém. O julgamento
pertence ao Grande Arquiteto, porque só Ele pode sondar os corações das criaturas;
14. Sê, entre os profanos, franco sem rudeza, superior sem orgulho,, humilde sem baixeza; entre os
irmãos, firme sem obstinação, severo sem ser inflexível e submisso sem ser servil;
15. Justo e valoroso, defenderás o oprimido, protegerás a inocência, não exaltando jamais os
serviços prestados;
16. Exato observador dos homens e das coisas, somente atenderás ao mérito pessoal, seja qual for a
camada social, posição e fortuna a que pertençam;
17. Se o Grande Arquiteto te dá um filho, agradece, mas cuida sempre do tesouro que te confiou. Sê
para essa criança a imagem da Providência. Faz com que até 12 anos tenha temor de ti; até 20 anos
te ame, e até a morte te respeite. Até aos 12 anos, sê o mestre; até os 20, seu pai espiritual, e até a
morte, seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do que belas maneiras; que te deva
retidão esclarecida e não frívola elegância. Faze-o um homem mais honesto do que hábil;
18. Ama a teu próximo como a ti mesmo;
19. Não faças o mal, embora não esperes o bem;
20. Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus, porém não ofendas a ninguém;
21. Sê o amparo dos aflitos; cada suspiro que a tua dureza provocar, são outras tantas maldições
que cairão sobre a tua cabeça;
22. Com o faminto reparte o teu pão, aos pobres e forasteiros dê hospitalidade;
23. Veste os nus, mesmo em prejuízo do teu corpo;
24. Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro, auxilia-o sempre; a sua pessoa deverá ser sagrada
para ti;
25. Não lisonjeies nunca o teu irmão; isso corresponde a uma traição, e se te lisonjearem, receia que
te corrompam;
26. Respeita as mulheres, não abuses jamais da sua debilidade e muito menos penses em desonrá-
las;
27. Fala moderadamente com os pequenos, prudentemente com os grandes, sinceramente com os
teus iguais e amigos, docemente com os que sofrem, mas sempre de acordo com a tua consciência e
os princípios de sã moral;
13
28. O coração dos justos está onde se pratica a virtude e o dos tolos onde se festeja a vaidade;
29. Não prometas nunca com intenção de não cumprir, pois ninguém é obrigado a prometer, mas
prometendo, deve cumprir;
30. Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada, do que uma esmola com
humilhação para quem a recebe;
31. Suporta tudo com paciente resignação e tem sempre confiança no futuro;
32. Faze do teu corpo um templo, do teu coração um altar e do teu espírito um apóstolo do Amor,
da Verdade e da Justiça;
33. Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma no sentido de poderes
estar em contato com o SUPREMO ARQUITETO DO UNIVERSO.

Colaboração do Ir.: Anthero Barradas( M.: M.: da ARLS RENASCIMENTO Nº 08)

Viagem ao nosso interior


AMAR OS INIMIGOS
D. Villela

O relacionamento humano, embora a presença milenar da religião, sempre foi governado


pelo egoísmo como o atestam, mesmo em nossos dias, as desigualdades sociais, os choques de
interesses e os numerosos focos de luta armada.
Em meio a esse quadro difícil é inegável, por outro lado, o avanço do bem, expresso no
repúdio à discriminação e ao preconceito, no aperfeiçoamento das leis, que antes consagravam
abusos, e no crescente apoio que recebem as iniciativas e organizações voltadas para a
solidariedade e a proteção ao meio ambiente.
Afirmando a nossa filiação divina a mensagem religiosa acrescenta que somos todos irmãos,
preconizando, assim, o amor como norma de conduta e garantia de nossa felicidade, na vida
espiritual, após a morte, e também aqui na Terra, o que a realidade cotidiana parece desmentir.
Jesus resumiu em dois princípios – o amor a Deus e ao próximo – esse roteiro que a
Espiritualidade Superior trouxe aos homens, através das diferentes escolas de fé, desdobrando-o
para o nosso entendimento com seus comentários e exemplificação pessoal inesquecíveis e
afirmando, ainda, que a noção de próximo, incluía, igualmente, os nossos inimigos.
O amor aos inimigos sempre foi visto como algo extremamente difícil, parecendo, mesmo,
um contra-senso, a quem se detenha na observação superficial do dia-a-dia, onde o revide
constitui quase uma regra e encontramos, com frequência, atitudes de confronto, exclusão e
agressão. A verdade, contudo, é que o mal chama a atenção e envenena a existência ao passo que o
bem felicita em silêncio, proporcionando alegria, paz e renovação de forças a quantos procuram
vivenciá-lo.
A Doutrina Espírita veio mostrar como entender aquelas palavras do Mestre, esclarecendo
que amar os inimigos não significa sentir por eles o mesmo que sentimos pelos amigos o que, aliás,
nem seria natural mas sim que devemos desejar e fazer a eles somente o bem, o que será sempre
possível.
Têm, assim, absoluta validade as recomendações evangélicas “... fazei o bem aos que vos
odeiam e orai pelos que vos perseguem...” (Mateus, 5:43 e 44) pois envolver nossos desafetos em
pensamentos de paz e equilíbrio rompe o circuito de vibrações hostis que comumente se estabelece
entre os inimigos perturbando-os gravemente, e prepara o caminho para a convivência fraterna
que mais tarde – e fatalmente – se estabelecerá entre eles e nós.

14
Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1768 (16/02/2002)

HISTÓRIA PURA

ANTIGOS MISTÉRIOS, MODERNAS MISTIFICAÇÕES

Em que pese todos os esforços de historiadores como José Castellani, Kurt Prober, Francisco
de Assis Carvalho e tantos outros, ainda que cento e tantos anos se tenham passado desde a
publicação do livro History of Freemasonry, de Robert Freke Gould e da fundação da Loja Quator
Coronati, muitos de nós ainda têm a vista voltada para o passado, quando a Maçonaria ainda não
conhecia a sua própria história.
O ranço das afirmações alucinadas ainda encontra eco em muita prancha de arquitetura
ingênua.
Por isso, vale a pena ler o que diz a respeito de uma das maiores balelas Maçônicas (a dos
Antigos Mistérios Pagãos) a conceituada Coil’s Encyclopedia:
“Tanto quanto se sabe, a Francomaçonaria não tem nem nunca teve qualquer conexão com os Antigos
Mistérios. Essa teoria parece ter sido defendida algumas vezes por seus devotos, excessivamente
imaginativos, e outras vezes por seus inimigos, desejosos de provocar resistência religiosa ou ideológica na
sociedade. Tanto uns como outros ignoram completamente a história da Maçonaria e, naturalmente, nada
sabem de definido sobre os tais Antigos Mistérios.
Essa teoria começou no final do século XVIII, atingiu seu ápice em meados do século XIX e tornou-se
obsoleta no início do século XX. Albert Pike foi talvez o último escritor importante a adotá-la, chegando a
afirmar categoricamente, em seu livro MORAL E DOGMA, que a Maçonaria descendia dos Antigos
Mistérios.
Acontece que, na mesma época em que ele escrevia, a escola inglesa de historiografia realística estava
colocando a investigação no lugar da imaginação, o fato no lugar da fantasia – e, por volta de 1885 havia
demonstrado que os maçons eram de outra origem.
Fica difícil entender como qualquer pessoa capaz de pensar possa olhar o trabalho dos antigos maçons,
notavelmente práticos, e supor que aqueles construtores pudessem ser místicos, sonhadores, alquimistas,
ocultistas, etc.
Ao contrário, eles eram homens práticos, de músculos fortes e boa cabeça, construtores cujas obras
chegaram a dezenas de metros de altura e têm resistido à passagem dos séculos. Isso não foi feito por
necromancia ou abracadabras.
A verdadeira origem da Maçonaria permaneceu insuspeita durante os cento e cinquenta anos,
aproximadamente, em que a escola dos Antigos Mistérios estava na moda. A teoria dos Antigos Mistérios
como origem da Maçonaria carece de lógica analítica. Os escritores estavam procurando por temas
sensacionalistas e acabaram por encontrá-los. Faltou senso de valores, de proporção e de verdade. Todos os
que escreveram a respeito começaram explicando o enorme segredo que envolvia os Mistérios, explanando a
falta de conhecimentos contemporâneos com o argumento de que, praticamente, todos os filósofos e escritores
da antiguidade eram Iniciados nos Mistérios e que, por isso, tinham seus lábios selados pelos juramentos de
segredo que lhes eram impostos. Esses escritores chegavam mesmo a citar declarações dadas pelos antigos
autores de que gostariam de revelar mais, porém não podiam fazê-lo. Os Maçons, é claro, podiam entender
perfeitamente tais restrições e, dessa forma, foram condicionados ao engodo que se seguiu.
Acontece que o entusiasmo desses escritores modernos aumentou progressivamente com seu discurso
e, esquecendo aparentemente de que o assunto era um segredo impenetrável, começaram a revelar, diante dos
olhos arregalados de leitores impressionáveis, o drama, os rituais, os segredos e as cerimônias dos mais
diversos tipos de mistérios antigos – mas sem a mínima preocupação de separá-los por lugar ou no tempo.
Uma coisa deve transparecer a qualquer estudante de Maçonaria: mesmo as investigações mais
minuciosas falharam em revelar como eram as cerimônias maçônicas no século XVII ou muita coisa sobre
elas durante a primeira parte do século XVIII. Ainda assim, querem que acreditemos em boatos do que
seriam as cerimônias de sociedades de dois ou três mil anos atrás!!”.
15
Extraído de “O LIVRO DOS DIAS” (EDIÇÃO 1998)

BIOGRAFIA DO MÊS

ALBUQUERQUE (Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, Visconde de)

Nasce em Pernambuco, no dia 21 de Agosto de 1797.


Com 10 anos de idade, assenta praça no Exército, servindo no Regimento de Artilharia,
sendo promovido a Segundo Tenente em 5/03/1813 - portanto, aos 16 anos.
Em 1816, partiu para a África na qualidade de Ajudante de Ordens do Governador e
Capitão-General do Moçambique José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, sendo
promovido a major em 20 de Abril de 1819.
Quando rebenta a revolução que proclamou a independência do Brasil (1822), Holanda
Cavalcanti parte para Pernambuco, sendo designado para servir no Batalhão do Príncipe Regente.
Em 1826, foi eleito deputado pela Província de Pernambuco à Assembléia Geral ( é reeleito
sucessivamente como representante da Província).
Em 20/03/1827, foi promovido a Tenente-Coronel.
No 3º Gabinete da Regência Permanente Trina, Holanda Cavalcanti ocupou as Pastas do
Império e da Fazenda (1832).
Em substituição a José Bonifácio, Holanda Cavalcanti é eleito (em 03/12/1837) Grão-Mestre
do Grande Oriente do Brasil.
Em 07/02/1838, foi eleito Senador pela Província de Pernambuco. Em 13/05/1840, Holanda
Cavalcanti propõe no Senado a proclamação da maioridade de D. Pedro II.
No primeiro gabinete do Segundo Reinado, liberal, chamado “Ministério da Maioridade”,
Holanda Cavalcanti ocupa a pasta da Marinha(24/07/1840).
O Gabinete liberal, no qual Holanda Cavalcanti era Ministro da Marinha, é substituído pelo
Gabinete Conservador de Cândido José de Araújo Viana, Grão-Mestre do Grande Oriente
Brasileiro (23/03/1841).
Em 1841 ainda, foi reeleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.
No 4º Gabinete do 2º Reinado, liberal, Holanda Cavalcanti substitui no Ministério da
Marinha a Jerônimo Francisco Coelho (23/05/1844).
No 5º Gabinete, também liberal, Holanda Cavalcanti ocupa a Pasta da Marinha e,
interinamente, a da Guerra (26/05/1845).
No 6º Gabinete, liberal, ocupou a Pasta da Fazenda e, interinamente, da Marinha.
Em 1846, Cândido José de Araújo Viana, Grão-Mestre do Grande Oriente Brasileiro, amigo
pessoal do Grão-Mestre Cavalcanti, renuncia ao seu cargo no Grande Oriente do Passeio, filiando-
se ao Grande Oriente do Brasil.
Em 1847, foi reeleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.Foi substituído no cargo de
Grão-Mestre, em 09/09/1850, pelo Visconde de Abrantes.
Foi agraciado pelo Imperador com o título de Visconde de Albuquerque (02/12/1854).
Faleceu no Rio de Janeiro em 14 de Abril de 1863.

16
O NOSSO PLANETA
MENSAGEM DO DIRETOR GERAL DA UNESCO POR OCASIÃO DO DIA MUNDIAL DA
ÁGUA (22 de março de 2002)

Um dos desafios mais graves que o mundo de hoje enfrenta é a crise de água que se avizinha:
de fato, no século passado a demanda mundial por este precioso elemento se multiplicou por mais
que seis, enquanto a população do planeta triplicou. Se não melhorarmos a gestão dos recursos
hídricos e dos ecossistemas afins, em 2025 dois terços da humanidade sofrerão penúria de água,
grave ou moderada.
A UNESCO tem desempenhado uma função decisiva na promoção do tema do Dia Mundial da
Água deste ano, que é “Água para o Desenvolvimento”. Com a criação do Programa Hidrológico
Internacional, em 1975, liderou as iniciativas destinadas a proporcionar uma base científica que
permitiria avaliar os recurso hídricos mundiais e elaborar princípios éticos e sócio-econômicos
pelos quais se guiarão as práticas de ordenamento e aproveitamento dos recursos hídricos,
especialmente em zonas áridas.
A UNESCO atua em estreita colaboração com outras organizações do sistema das Nações
Unidas. Por exemplo, acolhe a Secretaria do Programa Mundial de Avaliação dos Recursos
Hídricos. Mediante uma ação orquestrada, da qual participam 23 organismos do sistema das
Nações Unidas, o Programa elaborará o Informe Mundial sobre a Água, previsto para março de
2003 em Kyoto (Japão). Pela primeira vez, as autoridades dos países, as organizações não
governamentais e os simples cidadãos terão acesso, assim, a um balanço periódico da situação
mundial e regional.
A UNESCO também tem apoiado a causa comum da Cruz Verde Internacional, que preside
Mijail Gorbachov, em torno de um grande projeto, “Água para a Paz”, cujo objetivo é que os
encarregados de tomar decisões, assim como os especialistas e estudantes em hidrologia, adquiram
as habilidades de negociação necessárias para impedir que o problema da água gere conflitos
internacionais. Juntos, devemos fazer tudo o que está ao nosso alcance para que, no século XXI, a
água seja fonte de paz e não de guerras.
Mediante a elaboração de princípios e métodos que possibilitem uma ordenação eficiente e
ética deste recurso e respeitem, ao mesmo tempo, os ecossistemas afins, acercamo-nos mais da
meta do desenvolvimento sustentável. Como forma de destacar este potencial, atualmente a
UNESCO está colocando em marcha um grande projeto centrado na bacia do rio Volga e no mar
Cáspio.
Representantes de 39 províncias e repúblicas da Federação da Rússia elaboraram, junto com os
cinco grandes programas da UNESCO, um plano interdisciplinar de desenvolvimento que permite
atender de maneira equilibrada às necessidades hidrológicas, ecológicas e sócio-econômicas da
bacia. Este exemplo excepcional de enfoque integral será apresentado na Cúpula Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável que se reunirá em Johannesburgo (África do Sul) em agosto de 2002.
Sustenta-se na convicção de que somente combinando os princípios científicos e éticos com
práticas racionais do ponto de vista social, poderemos legar às futuras gerações um mundo que
tenha sabido fazer da água um recurso duradouro.
Provavelmente, a água é o único recurso natural que é importante para todos os aspectos da
civilização, desde o desenvolvimento agrícola e industrial até os valores culturais e religiosos
arraigados na sociedade. A vida no planeta começou com a água e esse nexo, entre a vida e a água,
segue intacto. De fato, ao longo da história da humanidade a necessidade e a demanda da água
têm sido um motor de desenvolvimento social, econômico e cultural. Não é exagerado afirmar que
se há uma crise de água também haverá uma crise de desenvolvimento. Daí a oportunidade de ter
escolhido o tema “Água para o Desenvolvimento” para o Dia Mundial da Água deste ano.

Artigo escrito por Koichiro Matsuura

17
Fonte: Revista Digital Água Online

18
DEPOIMENTO
IMPERIALISMO, NACIONALISMO... PATRIOTISMO
Ladislau Fuchs/ M.: M.: (*)

Meus manos, vou botar uma "lenhazinha" na fogueira...


Procurar colocar as coisas nos seus devidos lugares, maçonicamente. Que meus comentários
provoquem muita discussão - e cheguemos a um senso comum. Maçônico.
Não vou ter a falsa humildade de pedir desculpas pelo tamanho da mensagem, nem pelo conteúdo
e nem pelo que alguns podem entender como "desabafo". Não é desabafo.
Não posso pedir desculpas pois, quando ingressei na nossa Ordem, assumi o compromisso de ser
franco, aberto, tolerante, leal, afetuoso e justo com meus IIr.·.. Assumi um compromisso com a luta da
Maçonaria pelo humanismo. Eu estaria falhando com a Ordem Maçônica que enxergo e com meu amor
fraternal se não escrevesse o que virá nas próximas linhas.
Estou cansado de nacionalismo ignorante e xenófobo.
Nós, brasileiros, somos herdeiros de um país espoliado, roubado (nem colonizado foi, até a vinda de
D. João, o Covarde - fugiu de Napoleão com o rabo entre as pernas, sei que vocês também leram Paulo
Setúbal -, filho de D. Maria, a Louca), saqueado deslavadamente durante trezentos e oitenta e nove anos e
meio pelo país imperialista e obtuso que Portugal foi desde os fins do século 15 até os fins do século 19.
Imperialismo explorador somente comparável com o da Espanha, na época. Mas, pelo menos,
nossos vizinhos de língua castelhana tiveram a hombridade de se levantar em armas por sua liberdade.
Liderados por nossos IIr.·. Bolivar, O'Higgins e outros IIr.·. tão importantes quanto eles.
Nós, nem isso... ficamos esperando o partido de Gonçalves Lêdo se fortalecer e fazer isso por nós. E
desperdiçamos 67 anos.
Não obtivemos nossa independência em 1822, pois o filho do rei, depois do problema intestinal de 7
de setembro, continuou aqui, imperando. Convenhamos, nossa Independência aconteceu mesmo, em 1889.
Agora, manos, comparemos a situação atual das antigas colônias portuguesas e espanholas com as
antigas colônias inglesas. Comparemos o Brasil com os Estados Unidos? Ambos os países têm
praticamente a mesma idade... Comparemos a Argentina com a Austrália? Comparemos o Peru com
o Canadá? O Chile com Hong-Kong (isso veio depois, de fato)?
A diferença na forma de colonização é imensa e seguramente fez as diferenças no desenvolvimento
desses dois grupos de países: os de colonização latina e os de colonização britânica.
Concordo, os ingleses trocaram os pés pelas mãos na África do Sul, na Palestina e na Índia, por
exemplo. Ninguém é perfeito.
Os Estados Unidos, assim como nós, foram escravagistas até o final do século 19. E precisaram de
uma guerra civil sangrenta para acabar com a escravidão.
Nas duas guerras mundiais, mesmo não tendo seu território atacado, entraram na guerra e
perderam muitos milhares de homens em combate para defender os países europeus dos tacos das
botas alemãs. Algum de nós pode argumentar que foi com interesses imperialistas escusos, tal como
muitos só vêm interesses imperialistas escusos hoje.
Quantos americanos e canadenses e australianos morreram por um punhado de povos de países
pequenos, do tamanho de Pernambuco?
Quantos de nós sabemos que a maioria de nossos pracinhas, na Itália, morreu em acidentes com
seus jipes nas estradas sinuosas sobre os penhascos das montanhas italianas? A maioria não morreu
lutando, não. Precisamos conhecer a verdadeira História do Brasil.
Eu servi o exército em 1965, como soldado ordenança do General Amauri Kruel, no QG do II
Exército, quando tropas brasileiras iam e voltavam da Faixa de Gaza com a boininha azul das forças de
paz da ONU. Conversei com dezenas de voluntários, desde sargentos até primeiros-tenentes: estes não
tinham a menor idéia de onde ficava o mar Mediterrâneo, muito menos a Faixa de Gaza, e menos ainda
o que estava acontecendo e por que as forças da ONU estavam lá. Só o que sabiam era que o soldo seria
de aproximadamente 3 vezes o seu soldo aqui. Foram eles que me disseram isso, não fui eu quem
deduziu. Conversei com oficiais, de capitão para cima (eram apenas um punhado), estes já tinham
idéia. Mas nenhum foi por idealismo. Assim como nossos pracinhas não foram para a guerra na Itália
por idealismo. Foram por imperialismo?

19
Se alguém disser que os americanos, canadenses, australianos, etc., foram para a guerra na Europa por
imperialismo, replico que nossas forças foram para Faixa de Gaza por uns trocadinhos a mais na poupança.
Então paremos de choramingar contra o "imperialismo" americano, pois temos o teto de vidro:
lembremo-nos do que o Brasil e seus "hermanos" fizeram com o hoje pobre Paraguai. Lembremo-nos de
que foi uma carnificina. E o Paraguai, que era um país de qualidade de vida bastante boa se comparada
com os outros países de nossa América Latina, virou um cemitério a céu aberto, ensangüentado, cheio
de viúvas e órfãos. É uma mancha negra na história deste país.
Quem somos nós para ficar repetindo, moto perpétuo, as mesmas ladainhas contra os Estados
Unidos? Ou contra qualquer país que seja?
Sejamos realistas, recolhamo-nos à nossa insignificância e, em vez de gastar energias arengando,
arregacemos as mangas para fazer deste um país à altura dos primeiros do mundo.
Essa arenga e indolência me faz lembrar o Jeca Tatu de Monteiro Lobato: lembram-se, ele (o Jeca
Tatu) se queixava de que em sua terrinha não brotava nada. É o que nós fazemos, reclamamos de que o
país não tem jeito, e arengamos invejosamente contra os países que estão à frente. Quando foi perguntado
ao Jeca Tatu por que ele não plantava para ver se nascia algo, ele respondeu - aahhhh, plantando, dáááá.
O que é que estamos plantando? Sejamos honestos conosco mesmos: estamos plantando palavras
no vento. Somos os cães que ladram ao ver as caravanas passarem. Será que ficamos esbravejando no
conforto de nosso lar, pertinho do trópico de Capricórnio, esperando que, perto do círculo polar Ártico,
alguém ouça e entenda, reconheça e obedeça? Não, meus IIr.·., esbravejamos apenas para dar a
impressão de que somos importantes e de que estamos fazendo alguma coisa. Pois sabemos muito bem
que só fazemos barulho, sem resultado prático nenhum.
Vamos tirar a fantasia e fazer alguma coisa séria em vez de esbravejar? Uma dúzia de nós, vistamos
nossos melhores ternos e marquemos uma reunião com o Cônsul americano. Vamos dar, transmitir
nossa visão. Ao mesmo tempo, chamemos a correspondente local da CNN e consigamos com que ela
nos entreviste. Descubramos quando os homens públicos de nosso país vêm à nossa cidade e os
esperemos no aeroporto - arranjemos uma reunião e façamos uma sabatina em cada um deles.
Eu acho que ficar mandando e-mails para os parentes, amigos e IIr.·. de nosso caderno de endereços,
criticando terceiros, é inócuo e hipócrita. Estamos insatisfeitos? Telefonemos para esses terceiros e os
critiquemos cara-a-cara. Mandemos uma carta, um fax e tenhamos a coragem de colocar em letras de
forma nosso nome completo, endereço, telefone e RG. E digamos o que achamos que eles devem fazer.
Criticar, somente, não vale nada: temos que recomendar e exigir. Ou parabenizar quando for o caso.
Eu tenho seriíssimas restrições à atuação de nosso presidente nos assuntos internos do país mas,
que eu saiba, é o único, até hoje, que tem tido a coragem de enfrentar o governo americano, brigar com
a Bombardier canadense e ir in loco puxar as orelhas dos dignitários europeus.
Não percamos tempo arengando e esbravejando contra qualquer país que seja. Os que lêem ficam
dizendo "É, é mesmo..." e não passa disso. Caiamos na real.
Vamos parar com isso e vamos trabalhar. Desperdiçamos 80% de nosso tempo Maçônico, se não
mais, com leituras solenes de atas, com instruções que fazem todos quase dormir, discutimos durante
20 minutos para onde vai o resultado da Bolsa de Beneficência ou como será a churrascada daqui a
duas semanas, mas já o fazemos com os olhos no relógio, e depois corremos para a pizzaria. E não
temos tempo para discutir o que e como devemos fazer com a grande responsabilidade que o legado de
Anderson, MacKey e os outros nos deixaram.
Nossos AApr.·. e CComp.·. têm que fazer trabalhinhos de 10 minutos porque o Ven.·.Mest.·. pediu
para não passar de 2 páginas. E ainda têm que fazê-lo em pé, até parece que é para eles ficarem
cansados, desconfortáveis e terminar logo. Precisamos parar de fazer teatrinho e começar a fazer
verdadeira Maçonaria.
Precisamos levar nosso País a sério, nossa Maçonaria a sério, a nós mesmos a sério. Com as armas
intelectuais e éticas que a maçonaria nos afia (não nos dá, pois nos seleciona por esse critério também), temos
obrigação de fazer mais do que as obras de beneficência que fazemos. Está bem, são muito nobres e louváveis,
mas nem isso fazemos direito: o Rotary, o Lions e Fundação Abrinq fazem muito melhor do que nós.
Manos, temos que ter aspirações mais altas que a sonolenta mesmice em que estamos mergulhados.
Quem já não leu Anderson, MacKey, Pike? O que está escrito lá: que devemos fazer liturgia e
ritualística? Ou nos dão tarefas mais sérias? Esses homens nos deram o caminho – precisamos seguí-lo.
Faço um desafio: leiamos, todos os que inda não o fizeram, o livro Ética para o Novo Milênio do
atual Dalai Lama. Ele não é maçom mas o livro é profundamente maçônico. Ele nos dá a dica do que

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devemos fazer. É claro e objetivo. Leiam-no com carinho e encontrem o que ele vê, cristalinamente, que
deve ser feito. Ele só não sabe por quem.
Ao ler o livro, tenho certeza de que cada um de vocês vai receber um enorme golpe de malhete bem no
meio da testa- e em seguida virá uma luz brilhante: p... m... (naquele instante, eu não consegui usar expressão
menos chula), é isso mesmo... E só a Maçonaria tem condições de fazer isso... Nenhuma outra
organização...
Meus Irmãos, nunca vamos conseguir nada se ficarmos discutindo se a Bolsa de Benef.·. pode ser
carregada 5cm acima ou 5cm abaixo da cintura do avental. Tampouco conseguiremos fazer nada
reunidos na pizzaria.
Agora vou contar um segredo que mantive desde que comecei esta mensagem: não gosto nem um
pouquinho da liderança que os Estados Unidos estão alcançando, pois ainda não são um país preparado para
isso. Ainda existem muitos problemas internos sérios demais para eles resolverem e se tornarem aquele povo
de espírito maçônico unânime que Jefferson, Washington, Revere e outros começaram a construir. Os Estados
Unidos ainda são muito inexperientes e com pouquíssima, quase nenhuma visão histórica e sociológica
do mundo. Assim, todos corremos o risco de eles continuarem como hoje, fazendo trapalhadas. São um
país que levará pelo menos mais 300 ou 400 anos para amadurecer e estar em condições de ser o
"prático" (sim esse que orienta os navios nos portos) para os outros países para angras seguras.
Eu confiaria muito mais na Inglaterra, hoje mais sábia, menos confusa, mais ética e mas humanista.
Hoje ela não seria imperialista, procuraria dar exemplos mais corretos e edificantes e ajuda na medida
certa. Provavelmente vocês devem ter percebido, como eu, que nas semanas que sucederam o terrível
11 de setembro, foi o Tony Blair quem voou para todos os lados, procurando colocar as cabeças
confusas dos americanos no lugar - inclusive a do presidente Bush - que estava totalmente zonzo. Se
não fosse Blair, que depois teve a ajuda do Chirac, os Estados Unidos teriam feito um montão de
asneiras. O homem que salvou o mundo de uma confusão enorme foi o Blair.
Os Estados Unidos definitivamente estão muito verdes ainda para assumir essa liderança. São um
filhote de elefante numa loja de cristais. Não são maus, têm boas intenções, mas muitas vezes fazem um
estrago enorme.
Não, meus manos, os Estados Unidos não são imperialistas. São imaturos e desastrados, isto sim.
Não existe imperialismo americano. Ponto.
O que existe é uma globalização inexorável, na qual os papéis ainda estão começando a ser
distribuídos, mas isto é outro assunto, para outra discussão, talvez mais longa ainda.
O que o Presidente Bush quis dizer é simplesmente o que ele disse. Não vamos, com um
nacionalismo de porta de botequim, mudar o significado. A mensagem foi: quem não está a favor da
liberdade e dos direitos humanos, está contra. Ele foi claro, nas palavras e no contexto no qual ele as
incluiu. Li os discursos e as entrevistas na íntegra. Ouvi diversos na TV, ao vivo, sem tradutores -
tradutor não deixa você ouvir o que está sendo dito, traduz menos da metade e ainda traduz errado.
Não há margem a interpretações diferentes. Precisamos todos escutar e ler atentamente o que as
pessoas dizem e não, a posteriori, o que os outros querem dar a impressão de que elas disseram. Nossos
meios de comunicação são bastante culpados por nossa desinformação. Mas os maiores culpados
somos nós mesmos. Tiremos o tapa-olho. Tiremos a cenoura da orelha.
Lembram-se da busca incessante da verdade a partir do 2º Grau? Pois é.
Manos, vamos reler Anderson, MacKey, Pike, Nicola Aslan, por exemplo. Eles nos dão claras
orientações sobre o que os povos precisam que a Maçonaria faça, por seu projeto de existência e por ser
mais capaz do que qualquer outra organização. As regras do jogo nos foram dadas por Anderson e os
outros, e acho que a grande dica está no que o Dalai Lama escreveu. E não escreveu sobre religião, não:
foi sobre ética, tolerância e humanismo.
A grande dica do Dalai Lama é maçônica demais para deixarmos o bonde passar.
Arregacemos as mangas que, se nós o fizermos, nossos Sereníssimos, Eminentes e Soberanos nos seguirão.
Objetividade, meus Irmãos. Podemos fazer maravilhas unidos pelos nossos laços de fraternidade.
A História está esperando que façamos o que devemos fazer.
Uma das piores coisas que podemos ser é nacionalistas - isto é ignorante, cego, surdo, intolerante,
destruidor, retrógrado, xenófobo: temos que ser patriotas, pois o patriotismo é atento, solidário,
unificador, amoroso, construtivo.
Como cidadãos do mundo, nossa Pátria não é só o Brasil, mas todo o planeta Terra.
Um carinhoso T.·.F.·.A.·. e, como diz meu querido Irmão Clóvis Cortez,

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Abraços d’alma.

(*)Membro da ARLS Luzes do Sul 505 – GLESP; e


Diretor da LIVRARIA MAÇÔNICA PAULO FUCHS

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