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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 42–Maio/junho 2006
Ano VI

EDITORIAL ÍNDICE

Pág. 2 a 4
A  Nos Arquivos de Nicola
aslan
Verdade – o verdadeiro segredo da Maçonaria – só será alcançada Pág. 5 e 6
quando, após uma vida inteira de esforços contínuos e de lutas, alcançarmos aquela
Curiosidades
certeza de que nossos ideais não foram em vão.
Pág. 7
Mas ... e a tão almejada felicidade? A Maçonaria ensina-nos a compreender a
 Para Pensar
dualidade das coisas, do ser e não-ser. E, até por compreendermos esta dualidade, Pág. 8 a 10
não nos é lícito aceitar que posições opostas, opiniões contrárias, nos transformem
 Notícia Relevante
em adversários hostis e ferrenhos inimigos. Defendamos nossas opiniões, sem
sermos agressivos com os que emitem opiniões contrárias às nossas e isto,
lamentavelmente, é observado a miúde, também dentro da Ordem. Pág. 11

Afinal, para que serve a tolerância?  Gr. Dic.Enciclopédico de


A desunião, a falta de fraternidade, torna inimigos os Irmãos, transforma o amor Maç. e Simbologia
em ódio, a paz em guerra, gerando retrocesso; e transforma a felicidade em dor e (Nicola Aslan)
 Biblioteca
infelicidade.
Não devemos, outrossim, jamais usar o semelhante como apoio para
Pág. 12
progredirrmos e alcançarmos a felicidade e nosso progresso moral, mas somente
nos espelharmos nos bons e justos para tal empreendimento.  Polindo a Pedra Bruta
Para que haja felicidade há que prevalecer equilíbrio entre a razão e a intuição;  Pílulas Maçônicas
há que haver em nós, harmonia e paz de espírito, pois uma pessoa em conflito
interior jamais conseguirá a felicidade pretendida (* Sócrates já afirmava que “a Pág. 13 e 14
felicidade é a harmonia interior do homem”).  História Pura

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Carlos Alberto dos Santos/ M...M...  Viagem ao nosso interior

Pág. 16
O Pesquisador Maçônico
 Depoimento
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: Pág. 17 à 30
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.: • CADERNO DE
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J TRABALHOS – De
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade Estudos e Pesquisas
de seus autores.
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE NICOLA ASLAN


Oito de junho é o dia do aniversário de nascimento do maçonólogo Nicola Aslan. Nasceu no ano de 1906. Cem
anos, portanto, transcorreram desde o seu natalício.
Para que não passe desapercebido essa data, resolvemos utilizar um serviço disponível nos Correios que permite a
impressão, sob encomenda, de selos comemorativos. E assim o faremos. Será disponibilizada uma determinada
quantidade que poderá ser adquirida por um preço ainda a ser fixado.
Esses selos poderão ser utilizados em postagens normais ou simplesmente guardados como lembrança do
centenário de nascimento de um importante escritor, pesquisador e estudioso da Arte Real e que muito contribuiu, como há
de se reconhecer, para o desenvolvimento do estudo da Maçonaria em nossa Pátria.
Na expectativa de que seja do agrado dos Irmãos, leitores e amigos d“O PESQUISADOR MAÇÔNICO”, colocamo-
nos à disposição dos que se interessarem em adquirir esses SELOS COMEMORATIVOS DO CENTENÁRIO DE NICOLA
ASLAN (*).
Ainda por conta desse centenário que estamos comemorando, apresentamos aos queridos leitores alguns dados
biográficos desse escritor.
(*)Contatos com:
• Carlos Alberto dos Santos (22) 2645.5059 / 9911.2798

ESBOÇO DE UMA BIOGRAFIA DE NICOLA ASLAN

Introdução

Nicola Aslan constituiu-se, sem qualquer contestação, em um dos mais prolíferos escritores maçônicos brasileiros.
Brasileiro sim, pois, apesar de ter nascido na Grécia e conservado a nacionalidade italiana de seus pais, chegou ao Brasil
com 23 anos de idade, tendo falecido aos 74 anos, meio século, portanto, de um período de vida laboriosa e produtiva
neste país, onde educou seus filhos e conheceu os netos.
Aos 50 anos de idade entrou para a Maçonaria. Em 24 anos de intensa atividade dentro da Ordem, deixou vários
livros publicados. Percorreu várias Lojas fazendo conferências, pronunciando palestras, recebendo vários títulos
honoríficos e diplomas, tendo ocupado a cadeira nº 6 da Academia Maçônica de Letras, no Rio de Janeiro, da qual foi
também fundador. Ocupou vários cargos importantes nas administrações das Lojas a que pertenceu, bem como na Alta
Administração da Obediência, em funções ligadas à cultura e ao ensino.

“Curriculum” Profano

Nicola Aslan, filho de Pedro Aslan e Josefina Carneri Aslan, nasceu a 8 de junho de 1906, na Ilha de Chio,
Arquipélago do Mar Egeu, na Grécia, então sob o domínio turco, tendo sido, posteriormente, em 1912, conquistada pela
Grécia.
Por força do “Direito das Capitulações”, então em vigor entre a Turquia e determinadas nações européias, foi
possível manter a nacionalidade italiana dos pais. De origem católica romana, viveu os primeiros anos de sua vida junto a
seguidores grego-ortodoxos numa região onde a religião prevalecia sobre as nacionalidades.

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Aos 4 anos de idade passou a freqüentar uma escola dirigida pelos “Frères des Écoles Chretiennes”, Lassalistas
franceses, magistério dos mais sérios e competentes.
Seus pais, ambos cirurgiões dentistas, transferiram-se para Constantinopla em busca de melhores condições de
trabalho e clientela, ficando Nicola Aslan e seu irmão Noel, sob os cuidados do avô paterno. O navio em que embarcaram
foi um dos últimos a atravessar o Estreito de Dardanelos, em 1914, um pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial.
Residindo, pais e filhos, em dois países inimigos e sem qualquer contato entre eles, só conseguiram se reunir
novamente após o término da guerra em 1918. O reencontro aconteceu em 1919.
Esse período de guerra se constituiu numa fase de muitas dificuldades e provações ocasionadas pelo longo conflito,
numa ilha sitiada pelo inimigo e constantemente bombardeada por terra, mar e ar.
Chegando a Constantinopla aos 13 anos de idade, estudou em outro colégio dirigido pelos padres Lassalistas
franceses. Após algum tempo, seu pai os matricula, a ele e o irmão, numa escola de língua italiana, a “Reggio Scuole
Médio Italiano” onde conseguiu chegar até o 2º ano técnico de um curso de contabilidade. Não conseguiu concluir o 3º e
último ano, pois novos problemas obrigam-no a voltar para o colégio dos Lassalistas.
A Primeira Grande Guerra terminara, mas desenvolvia-se a guerra greco-turca e a conseqüente ocupação de
Constantinopla pelos turcos, até então em mãos da forças aliadas vencedoras da Guerra Mundial. As autoridades turcas
exigiram então que os padres Lassalistas retirassem o crucifixo das salas de aula, o que não foi aceito, tendo sido, por este
motivo, os estabelecimentos de ensino fechados pelas forças de ocupação.
Em conseqüência da situação política da época, e das dificuldades financeira da família, aos 17 anos e meio inicia
sua vida de bancário, empregando-se no “Crédit Lyonnais”. Dois anos mais tarde entra para o “Banque Impériale
Ottomane” .
A esta altura já falava o grego, o francês, o italiano, o inglês e o turco. Dotado de aptidões literárias, chegou a
publicar vários artigos em alguns pequenos jornais locais. Possuía um pendor muito acentuado para a letras e,
particularmente, pela História, a cujo o estudo se dedicou com verdadeira paixão, desde a idade de 9 anos, tendo sempre
se distinguido nessas 2 disciplinas. Praticamente autodidata, sempre que lhe foi possível adquiria livros e lia
incansavelmente.
Residia em Ankara, a nova capital da Turquia, parecendo ter a vida sob controle, um magnífico salário e um futuro
promissor, quando a “Lei dos 60/100” (equivalente à Lei dos 2/3 daqui) fez com que perdesse o emprego. No novo regime,
somente turcos muçulmanos podiam ter alguma chance. Resolveu então emigrar, chegando ao Brasil em 1929, em plena
crise, em conseqüência do colapso da Bolsa de Nova York. A fim de poder sobreviver numa terra da qual nem o idioma
conhecia, exerceu várias atividades em escritórios comerciais, dando lições de francês e, mais tarde, até de português.
Finalmente, dedicou-se ao ramo de representações comerciais. Aqui, além de aprender o português, familiarizou-se,
através de leituras, com o espanhol. Em 1941, casou-se com D. Guiomar Barroso Aslan, nascendo 2 filhos dessa união.

“Curriculum” Maçônico

Iniciado em 31/8/1956 na Loja Evolução nº 2, de Niterói, jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado do Rio de
Janeiro e, posteriormente, Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro. Foi elevado em 30/11/1956 e exaltado em
1/3/l957, tendo ocupado vários cargos nas administrações das Lojas, bem como fazendo parte de várias Comissões.
Filiou-se à Loja Libertação nº 19 (Niterói), onde seguiu sua carreira maçônica.
Foi nomeado Instrutor da “Escola Hiram” da Grande Loja da Guanabara, tendo então se filiado à Loja Rei Salomão
nº 41, da mesma Potência. Em 1965, apresentou a tese “Nossa posição em face do Concílio Vaticano II”, a pedido do
Grão-Mestre Irmão Álvaro Palmeira. Em 1966, por autorização expressa do Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja do
Estado do Rio de Janeiro, jurisdição a que pertencia a Loja Libertação, da qual continuou sendo membro, foi nomeado
Membro Honorário da Loja Henrique Valadares do Grande Oriente do Brasil.
Seguem-se outros fatos que marcaram a vida do autor:
- 1966: nomeado Diretor do Departamento de Propaganda Maçônica e Cultura do Grande Oriente do Brasil;
- 1967: Grande Secretário Geral de Cultura e Orientação do GOB; Membro do Conselho Federal da Ordem;
Membro da Comissão do Mérito Maçônico; Membro da Comissão de Cultura do Conselho Federal da Ordem;
- 1968: Membro da Comissão de Liturgia do GOB; Membro da Comissão Especial para Revisão dos Rituais
Escoceses em uso; Assessor da Comissão de Assuntos de Relações Maçônicas da Soberana Congregação
da Ordem;
- 1969: Presidente da Comissão de Instalação dos Veneráveis eleitos no Estado do Rio de Janeiro;
- 1970: Grande Secretário de Inspeção de Liturgia e Ritualística do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro
(GOERJ);Grande Secretário e Membro do Conselho Estadual da Ordem;
- 1971: Membro da Comissão de Cultura da Grande Secretaria Geral de Cultura e Orientação do Grande
Oriente do Brasil (GOB); nomeado responsável por qualquer secretaria do GOERJ, no impedimento do seu
titular ou adjunto;
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Recebeu vários títulos, medalhas e diplomas de Membro Honorário de várias Lojas ao longo de sua vida maçônica.
Participou, em 1973, da fundação do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro (GOIRJ), jurisdicionado à
Confederação Maçônica do Brasil (COMAB), Potência surgida de uma cisão no GOB em conseqüência de
desentendimentos na eleição para o Grão-Mestrado naquele ano.
Em 1974, mudou-se para a cidade de Cabo Frio (RJ), onde continuou a trabalhar intensamente em suas obras
maçônicas, concluindo várias delas.
Em 1977, fundou nessa mesma cidade a Loja “REGENERAÇÃO E ORDEM” jurisdicionada ao GOIRJ (COMAB).
Faleceu em 2 de maio de 1980, aos 74 anos incompletos, no exercício do veneralato dessa Loja que fundou.
Por solicitação dos maçons do Oriente de Cabo Frio, a Câmara Municipal da Cidade aprovou a consignação do seu
nome a uma importante rua em um dos bairros mais valorizados da cidade, rua esta situada ao lado do prédio da Prefeitura
local.

Obras Publicadas

Segue-se abaixo a relação de suas obras que vieram a público, em ordem cronológica de edição:

- História da Maçonaria, Cronologia, Documentos (Ensaio) (1959);


- Estudos Maçônicos sobre Simbolismo (1969);
- Landmarques e Outros Problemas Maçônicos (1972);
- Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros (1973);
- O Enigma da Gênese da Maçonaria Especulativa (estudo publicado pela Revista Eclesiástica Brasileira)
(1973);
- Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia (4 vol.) (1974/1976);
- Biografia de Joaquim Gonçalves Ledo (Subsídios) (2 vol.) (1973);
- Comentários ao Ritual do Aprendiz-Maçom (1977);
- O Livro do Cavaleiro Rosa-Cruz (1977)
- Instruções para Loja de Perfeição (o Grau 4º);
- Instruções para Loja de Perfeição (Graus 5º ao 14º);
- Instruções para Capítulos (Graus 15º ao 18º);
- Instruções para Conselhos de Kadosh (Graus 19º ao 30º);
- Uma Radioscopia da Maçonaria (1979);
- Maçonaria Operativa (1979);
- História Geral da Maçonaria – Período Operativo (1979);
- História Geral da Maçonaria (Fastos da Maçonaria Brasileira) (1979);

Nicola Aslan escreveu e publicou ainda vários artigos em revistas e boletins maçônicos, entre os quais destacam-se:

- Boletim dos Corpos Filosóficos da Maçonaria Escocesa do Estado do Rio de Janeiro;


- Boletim da Águia Branca e Negra;
- Boletim do Supremo Conselho para o Rito Escocês Antigo e Aceito do Rio de Janeiro.

Novos Tempos - Serviços & Contabilidade Ltda.

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Direção Ir ∴ Wilson
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Santos - Loja Adonai 1377 -
GOERJ
CURIOSIDADES

DOCUMENTO HISTÓRICO
Carta do Ir:. Harry Truman, Ex-Presidente dos EUA, ao Papa Pio XII (Cardeal Pacelli)

Washington, D.C.

Estimado Sr. Pacelli

Como batista e como chefe do Executivo da maior e mais poderosa nação do mundo, na qual todos me chamam
simplesmente “SR. TRUMAN”, não posso dirigir-me ao senhor como “SUA SANTIDADE”, título pertencente a Deus.
Nós, nos Estados Unidos, consideramos todos os homens iguais perante Deus, e nos dirigimos a eles pelos seus
verdadeiros nomes. Por isso mesmo é que me dirijo ao senhor simplesmente “SR. PACELLI”.
O povo que me elegeu seu chefe executivo é uma nação democrática, amiga da paz. Portanto, o meu dever é procurar a
cooperação daqueles que realmente tenham dado provas de desejar a paz e trabalhar para consegui-la; não dos que gritam paz
e fomentam a guerra. Não acredito que o senhor, nem a sua igreja, se encontre entre os que verdadeiramente procurem a paz e
trabalhem para ela. Em primeiro lugar, nossos antepassados, fundadores desta grande nação, conhecendo, pela história
passada, a natureza de vossa igreja, amante da política e da guerra, assentaram como princípio de nosso governo: não permitir
vossa intromissão em nossos assuntos de governo. Aprenderam bem essa lição com a história européia; e, por isso, estamos
convencidos que nossa democracia durará enquanto não aceitarmos vossa intromissão, como fizeram os governos da Europa,
que enredastes com vossas doutrinas e intrigas políticas. Tomas Jefferson, um dos mais sábios deste país, disse isto mesmo
quando declarou: “ A história não nos demonstra nenhum exemplo de algum povo manejado pelo clero que tenha um governo
civil e livre”. Por isso é o senhor a última pessoa no mundo que pode ensinar-me a forma de dirigir o meu povo pelo caminho da
paz. Para refrescar a sua memória, vou lembrar-lhe alguns fatos: foi vosso predecessor no Vaticano, Papa Pio XI, o iniciador de
toda a agressão fascista com os tratados lateranenses , realizados com Mussolini em 1929. Este foi o princípio da traição à
civilização cristã.
Foi aí o começo dos horrores caídos sobre a Europa e o Mundo, de cujas conseqüências estamos sofrendo agora. Um
notável escritor e historiador de meu país, Lewis Munford (que não é comunista nem odeia os católicos), escreveu o seguinte em
seu livro FAITH FOR LIVING, livro que se publicou em 1940: “A traição do mundo cristão se efetuou claramente em 1929, com a
concordata que se realizou entre Mussolini e o Papa”.
Diz mais: “Desafortunadamente, os propósitos do fascismo estão em profundo conflito com os de uma República Livre,
como é a dos Estados Unidos. Neste trabalho a Igreja Católica... foi sua aliada, uma potente aliada, das forças de destruição”.
Nessa época, muito poucos dos que vivemos nos Estados Unidos, conheciam a verdadeira natureza do fascismo, como o
senhor e o Papa Pio XI conheciam, pois foram os senhores que fomentaram e aliaram sua igreja a ele (fascismo). O senhor
mesmo foi especialmente preparado, como jovem sacerdote, diplomata da igreja, para o propósito específico de ajudar a
Alemanha a preparar-se para a Guerra Mundial.
O senhor e o Kaiser, na Suíça, urdiram intrigas contra os aliados durante a Primeira Guerra Mundial. O senhor esteve 12
anos na Alemanha, onde tomou parte na subida de Hitler ao poder, tendo feito acordo com ele e o execrado Von Papen, um
segundo papa que ajudou Hitler a tomar o poder, cuja firma, como a de Eugenio (Cardeal) Pacelli, juntamente com a do Hitler,
consta da concordata com o Vaticano, assinada em 1933. Ninguém jamais acreditará que o senhor ignorasse o complot que
Hitler e seus nazis estavam preparando contra nós. O próprio biógrafo católico disse que o senhor, durante esses anos, era “o
homem mais bem informado do Reich”.
Depois da assinatura da concordata, pelo senhor e Von Papen, e de salpicar água benta a Hitler, dando-lhe a “impressão”
de que ressuscitava, Von Papen, que conseguiu escapar à forca de Nuremberg, se jactavam da seguinte forma: “o terceiro Reich
é o primeiro poder que não somente reconhece, como põe em prática os altos princípios do papado”. Vossos cardeais e bispos
benziam em Roma as armas de guerra dos soldados enviados contra os indefesos etíopes. Vosso cardeal Schuster, de Milão,
proclamou o roubo da Etiópia como uma cruzada santa, “para levar em triunfo à Etiópia a cruz de Cristo”. E, no entanto, chama o
senhor e sua igreja “A Igreja de Deus”, e pretende que eu, como chefe de um estado civil, admita o senhor como superior a mim
e ao povo dos Estados Unidos. O senhor fala com palavras melosas sobre justiça. Ao mesmo tempo faz soar os tambores para
outra guerra, talvez mais terrível que as duas últimas, contra a Rússia, que nos ajudou a derrotar Hitler e Mussolini. O senhor
está incitando os Estados Unidos para que, quanto antes, declare guerra à Rússia, usando os mesmos métodos usados por
Hitler e Mussolini para solidificar seus detestáveis e diabólicos regimes. O senhor que ver desperdiçado o nosso dinheiro e enviar
os nossos jovens a uma morte horrível sobre os cadáveres de Hitler e Mussolini, terminar a luta que eles começaram com a
ajuda do senhor e a quem nós derrotamos. Sim, os Estados Unidos desejam a paz; porque, de todas as nações, só nós ficamos
com alguma prosperidade e decência.
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Somos o baluarte das liberdades democráticas protestantes. Se nós, ou a Inglaterra protestante, nos debilitássemos, a
vossa CULTURA CATÓLICA teria uma oportunidade de governar outra vez o mundo, fazendo-o retroceder à Idade Média. Se
perdêssemos ou nos enfraquecêssemos com a guerra que provoca contra a Rússia, o senhor facilmente procuraria uma aliança
com ela. Seu predecessor, o Papa Pio XI, declarou publicamente que ele faria pacto “COM O DIABO MESMO” se conviesse aos
interesses de sua igreja. Portanto, senhor Pacelli, é meu dever como chefe deste país predominantemente protestante, rechaçar
suas aventuras à guisa de aliança de pacto para a paz. “Aqueles que comem no prato em que o diabo está comendo, devem
usar uma colher muito larga”. Continuarei a procurar a paz como bom batista, conservando os honrados princípios protestantes
que fizeram poderosa nossa nação e trabalhando por eles.

Vosso sinceramente

HARRY S. TRUMAN

(*)(Tradução livre de “The Converted Catholic”)

Este é um documento que não podemos garantir autenticidade. É bem provável que seja apócrifo. Colocamo-lo aqui
como uma curiosidade. Antigo que é, papel já amarelado pelo tempo, estava guardado NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN.
Seguem abaixo alguns dados sobre os personagens envolvidos nessa “carta”, dados esses coletados na “Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda (Mirador Internacional):
Pio XI (Achille Ratti): Pontificado de 16-02-1922 a 10-02-1939. Coroado a 12-02-1922. Antigo arcebispo de Milão. Diretor da
Biblioteca Ambrosiana, de Milão. Encíclica sobre Cristo-Rei (Quas Primas, 1925); sobre a questão social, comemorando 40
anos da Rerum Novarum (Quadragesimo anno, 15-05-1931); contra o abuso do fascismo (Non abbiamo bisogno, 1931); contra
o nazismo (Mit brennender Sorge, 1937) e contra o comunismo (Divini Redemptoris, 1937). Condenou a Action Française,
movimento reacionário francês em 1927. Assinou com o governo italiano o Tratado de Latrão, resolvendo a “questão romana”,
e estabelecendo o Estado do Vaticano (11-02-1929). Organizou a Ação Católica no mundo inteiro pela encíclica Ubi arcano Dei
(1922). Organizou a Rádio-Vaticano (1931) e a Academia Pontifícia de Ciências (1936).
Pio XII (Eugenio Pacelli): Pontificado de 02-03-1939 a 09-10-1958. Coroado a 12-03-1939. Antigo núncio e enviado diplomático
a vários países.Profundo conhecedor dos problemas internacionais. Pronunciou vários discursos sobre a questão social,
entre eles: alocução comemorativa do 50º aniversário da Rerum Novarum (01-06-1941); os Ementos Fundamentais da Vida
Social (25-12-1941); Religião e Ordem Econômica (aos operários: l4-05-1953); Encíclica Summi Pontificatus (20-10-1939); apelo
pela paz; Mystici Corporis Christi (29-06-1943), sobre o corpo místico do Cristo e união do homem com Ele; Divino Afflante
Spiritu (30-09-43), sobre o estudo da Escritura Sagrada); Orientalis Ecclesiae(09-04-1944), sobre a unidade da fé; Mediator Dei
(20-11.1947, sobre a liturgia; In Multiplicis Curis (24-10-1948), sobre a paz na Palestina. Criação da hierarquia chinesa e
nomeação de um cardeal chinês. Canonização de S. João de Brito, missionário jesuíta que esteve no Brasil (1947).
Harry S. Truman: Eleito na chapa de Franklin D. Roosevelt, em 1945, como vice- presidente. Com a morte de Roosevelt, em 12-
04-1945, assumiu a presidência. Coube a ele a grave decisão do lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e
Nagasaki, com a conseqüente rendição japonesa, assinada a bordo do couraçado Missouri, ao largo de Tóquio, em 02-09-
1945. Em 1948 elegeu-se presidente. Em seu governo acontece a guerra da Coréia.
Eis aí, caríssimos Irmãos e Leitores, alguns pouquíssimos dados sobre esses 3 homens citados na “carta” do sr.
Truman. O mundo moderno e contemporâneo conhece de sobejo a história da Igreja Católica Romana, bem como a dos
Estados Unidos da América. A história do mundo nos mostra as “preocupações” que esses 2 Estados, o do Vaticano e o do
EUA, sempre tiveram com a Humanidade. Seria monótono estar aqui relembrando o que aconteceu de desumano na época
das Cruzadas e da Inquisição, bem como o que está acontecendo agora na política externa americana. A empáfia e a soberba
dos americanos não mudam nunca. E sempre com as desculpas de uma boa causa. E as “bombinhas” de nosso Irmão
Truman ?... Seria melhor que não fosse!

Ítalo Aslan:.

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PARA PENSAR
A LUTA DE TIRADENTES
Rodrigo Constantino (*)

"A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus." (Platão)

No dia 21 de Abril é celebrado o feriado de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier transformou-se em mártir
devido ao seu enforcamento em 1792 por causa da sua participação na Inconfidência Mineira, movimento de
independência inspirado na revolução americana de 1776. O atual momento brasileiro é oportuno para refletirmos sobre a
lição de Tiradentes.
Entre as principais causas internas da tentativa separatista, está o declínio da produção de ouro em Minas Gerais.
Estava cada vez mais penoso atender às exigências impostas pela coroa portuguesa, que para piorar a situação, aumentou
os impostos através da chamada “derrama”. Tal como nos Estados Unidos, onde o aumento de impostos pela metrópole
britânica foi insuportável e levou à posterior independência da colônia, a medida portuguesa incitou a revolta popular no
Brasil. Tiradentes era um dos ícones deste grito pela liberdade de uma colônia cansada de ser explorada. Infelizmente, o
desfecho aqui não foi similar ao americano.
A Inconfidência Mineira foi desmantelada antes mesmo de mostrar suas garras. Informantes delataram os planos
dos rebeldes para o governo, levando à prisão alguns conspiradores. Tiradentes foi julgado e condenado à forca. Chegava
ao fim a luta pela liberdade, que mal começara.
Em A Marcha da Insensatez, a historiadora Barbara Tuchman descreve inúmeros casos de abusos das autoridades,
sedentas por mais poder, que levaram a conseqüências catastróficas. A reação popular por conta de aumento de impostos
não é algo novo. Roboão, rei de Israel, sucedeu a seu pai Salomão em 930 a.C. As dez tribos do norte se relatavam
descontentes com as pesadas taxações impostas já no tempo do rei Salomão. Roboão foi procurado por uma delegação
que solicitou o abrandamento da ríspida servidão imposta, dizendo que, em troca, haveriam de servi-lo como súditos fiéis.
Roboão não aceitou a proposta, endurecendo ainda mais com as tribos. Estava declarada a guerra. As lutas prolongadas
enfraqueceram os dois Estados, encorajando regiões vassalas conquistadas por Davi a reconquistar sua independência,
além de abrir caminho para a invasão dos egípcios. As tribos jamais se reunificaram, acabando sob o domínio dos assírios,
em 722 a.C. A insensatez de um governante, alimentada pela ganância por mais extorsão, abriu uma cicatriz de 2.800 anos
no povo judeu.
O feriado de Tiradentes poderia estimular uma reflexão maior por parte do povo brasileiro. A passividade de um
povo aturdido com tanta falta de vergonha por parte dos donos do poder, que avançam cada vez mais com sua volúpia
para cima das liberdades individuais, é inadmissível. Brasília concentra um poder hoje que faria a coroa portuguesa morrer
de inveja. Decisões sobre os mínimos detalhes individuais são tomadas de forma centralizada. A corrupção é tremenda,
alimentada pela hipertrofia estatal e pela impunidade. Os abusos dos políticos que controlam este Estado inchado
transformam, na prática, cidadãos em súditos. Entretanto, tais escravos não só aceitam passivamente tamanha exploração,
como votam em partidos que pregam o aumento deste indecente poder estatal. Tiradentes deve estar se revirando no
túmulo, por ter seu nome associado a uma data de comemoração em um país que vai na contramão do que ele desejava.
Não custa lembrar que a tal “derrama” jogou os impostos para um quinto do ouro produzido. Atualmente, o governo
toma na marra quase 40% de tudo que é produzido. Nem mesmo o dobro da carga, ainda por cima utilizada para o
“mensalão” de Ali Babá e seus quarenta ladrões, gera revolta. Pelo contrário. O povo mantém em alta a aprovação do
presidente responsável por este seqüestro dos bens privados.
Dizem que cada povo tem o governo que merece. Mas o povo é formado por muitos indivíduos. Alguns são vítimas
dessa escolha popular. Tiradentes sem dúvida não merecia o governo que tinha, e lutou para mudá-lo. A pergunta então é:
será que esse povo que coloca no poder um corrupto defensor de mais Estado merece celebrar um feriado em
homenagem a Tiradentes? Aguardemos a resposta nas próximas eleições.

(*)Economista

N. R.: Publicado no site www.diegocasagrande.com.br

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NOTÍCIA RELEVANTE I
Atendendo o que determina o ATO N° 349-2004/2007, de 18 de maio de 2.006
E.’.V.’., do Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, que
considerando os últimos acontecimentos ocorridos em São Paulo, envolvendo
os presidiários, a sociedade e as autoridades no que tange à segurança pública
e que a Maçonaria, em sua tradição, teve grandes feitos em prol da sociedade,
nossa Aug.’. e Resp.’.Loj.’.Simb.’.Arnaldo Alexandre Pereira, n° 636, em Sessão
de Grau 1 – Apr.’.M.’., em sua Ordem do Dia, fez leitura do trabalho sobre o
tema “Segurança Pública” desenvolvido pelo Ir.’.Valdemar Sansão, fundador,
obreiro e Venerável Mestre desta Oficina.

SEGURANÇA PÚBLICA
Hoje, o grande pecado de
nossa Sublime
Instituição não é covardia; é o comodismo!

Nós estamos profundamente convencidos que só se corrige o que se critica; de que criticar é um dever; e de que o
progresso é obra dos dissidentes. Por conseguinte temos o direito de julgar as coisas que nos afetam, segundo o nosso
modo de ver, e de darmos a nossa opinião a respeito.
Mas nós também nunca perdemos de vista que tudo neste mundo é relativo, e que “quin e dit, consent “ (quem
cala, consente).
Não queremos ser absolutamente, no seio da nossa Sublime Instituição, um grupo de insurretos dispostos a
endireitar o mundo a ferro e fogo – mas Cavaleiros da Idéia, que saem a campo, armado, não de uma clava, mas de um
argumento; não para cruzar ferros, mas para raciocinar; não para contundir, mas para convencer.
Foi com estas idéias que resolvemos exercer o direito da crítica: - às idéias, não aos indivíduos.
Mas, tanto quanto nos for possível, dentro da falibilidade das coisas humanas, procuraremos manter sempre uma
nobreza de atitude – digna daqueles para quem escrevemos, vivenciando o “agora” de olhos bem abertos nesta caminhada
desenfreada que não nos dá tempo de pensar.
Não nos move de forma alguma a preocupação de sermos os mentores dos dirigentes de nossa Obediência nem de
nossos IIr.’.; entramos na luta com a maior boa vontade, ambicionando tão somente ser prestimosos e dedicados colaboradores.
Num momento histórico, como o que atravessamos, em que a capacidade social de um povo se mede e se avalia
pela sua organização policial - o Estado de São Paulo, que é o mais opulento do Brasil, não pode cruzar os braços
indiferente à luta, que nos chegam e confiar a defesa do patrimônio da sociedade aos azares do destino.
Estamos convencidos de que verbas astronômicas são gastas em segurança pública. E, entretanto, é hoje uma
convicção generalizada, tanto no mundo policial, como no mundo civil, que a segurança que nos é oferecida não
corresponde às nossas necessidades, e que estamos completamente indefesos.
Compreende-se facilmente que a instituição policial que destaca, põe em relevo, fortalece aquilo que há de nobre,
heróico, e de sublime no barro comum – tem que exercer forçosamente uma influência salutar sobre o desenvolvimento
dos indivíduos e da sociedade.
Se essa influência, que se fez sentir nas sociedades cultas do “primeiro mundo” é um meio valioso de
aperfeiçoamento, em nosso Estado de São Paulo será, com mais forte razão, um fator poderoso de formação e de
transformação de nossa sociedade.
A necessidade, pois, de construirmos uma polícia que corresponda às nossas legítimas aspirações de
desenvolvimento e de progresso, está acima de qualquer discussão.
O horror que tomou conta da cidade, nestes dias, fez-nos sentir impotentes, tal a enormidade do problema. O
habitante de uma grande cidade como São Paulo, já vive num clima de medo e angústia igual ao que teria de enfrentar
num campo de batalha ou em plena selva.
São Paulo é a capital do medo: o homem se encolhe e se sufoca na cidade, assalta-se a toda a hora, a todo o
momento, em todo lugar. O paulistano está caminhando para uma verdadeira psicose do pavor. Já não é possível que se
continue a ver, ouvir ou ler nos órgãos de comunicações, todos os dias, casos de assassinatos para roubarem uns míseros
reais. A possibilidade de uma moça estudar à noite, e voltar sozinha para casa, sem o risco de um eminente estupro,
devido à enorme incidência dos crimes de natureza sexual é nula.
Muitos cidadãos não mais se preocupam em queixar-se à polícia quando assaltados. Relatou-me um agente policial que
fazia uma “campana” no Bairro da Barra Funda, à espera de prender um “infrator da ordem”, foi assaltado por dois outros ladrões

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ignorantes de sua qualificação profissional. O agente perdeu o dinheiro, o relógio, algemas, a arma, o celular e até o modesto e
velho Passat de sua propriedade, que usava no trabalho, devido a precariedade de recursos com que conta a polícia paulista.
São Paulo e outros grandes centros – podem ser tomados como exemplo dos índices de criminalidade impune que
assola todo o país, já que os costumes estão dissolvidos e as consciências em debandada, os caracteres corrompidos, e
ninguém crê na honestidade dos homens públicos, é preciso que surjam líderes que venham ao nosso auxílio, que nos
mostrem que existem outras opções, que temos condições e dever de lutar pelos nossos ideais e direitos.
Afirmam determinados autores que, basta surgir uma grande crise para que apareçam grandes líderes. Neste
momento estamos em crise. Que estamos esperando? Que os líderes surjam, esquecendo que também nós podemos sê-
lo? Acaso não estamos sendo enganados, manipulados, usados a bel prazer, no afã do “deixa fazer” fazendo o mesmo
que nós, ou seja, nada? Não será também que os líderes estão o tempo todo por ai, gritando e nos mostrando que alguma
coisa não está certa? Será que perdemos a capacidade de discernir? De realmente querer ouvir e analisar o que estão
dizendo através da mídia? Ou vamos preferir continuar procurando a “verdade, a justiça, o ideal mais sublime”, no interior
de nossas Oficinas e discutindo o “sexo dos anjos” no “Copo d’água”?
Não. Vamos juntos nos indignar, procurar, lutar, não aceitar o que não serve, repudiar o errado, sair dos grilhões que
nos impuseram e aceitar o desafio que a humanidade nos destinou. Todas as gerações enfrentaram crises e as resolveram
sob a pena de serem destruídas; deixemos de ser platéia e de querer como os antigos romanos somente “pão e circo”.
Ouçamos nossos líderes e também a nós, aprendamos com as gerações passadas, porque, se não fizermos algo, estaremos
condenando as futuras gerações a se tornarem robôs, simples peças substituíveis de uma máquina não humana.
O temor ao desconhecido sempre conteve o homem na sua marcha de anseio para a realização de novas esperanças.
O ideal consiste em desenvolver a capacidade de sentir, de agir e de pensar . Segundo conceitos inquestionáveis de
justiça quanto ao certo e ao errado e da certeza sobre a verdade, o bem e o mal, visando assim a eliminação do conflito
mental, das angústias e frustrações.
O sucesso só poderá acontecer através de um amadurecimento e crescimento interior.
Perdermos nossa individualidade, vontade, anseios e ideais?
No momento em que suprimirmos do ser humano, os conflitos, estaremos irremediavelmente condenando-o a ser
máquina, que nada sente, que não precisa pensar, decidir, escolher, e então tudo estará pronto. Não seremos mais
necessários, ninguém precisará de nós, nem nós mesmos... E o que foi o resultado de milhares de anos de evolução,
estará perdido para sempre, tendo o mesmo destino que as denominadas espécies inferiores: comer, beber, dormir,
procriar, e nada mais...?
“Ser ou não Ser” - continua sendo uma importante indagação. Será preferível continuar ainda a buscar o prazer
sem importar-se com as coisas que nos rodeiam?
Será que todos não temos uma parcela de culpa? Se a sociedade continuar operando de maneira que age não terá
sido esta a opção que lhe oferecemos?
Não nos esqueçamos que o momento para agir é agora... Amanhã, talvez seja tarde demais. O vazio existencial já
está se alojando. Que o futuro não reserve ao homem dos próximos decênios, somente viver por viver. Porque se isto
acontecer não haverá ninguém para ser culpado, a não ser nós e nossa “omissão”.
A Maçonaria é uma escola de trabalho, de exemplo, de sacrifício e de patriotismo.
O maçom verdadeiro é uma das criações mais perfeitas do espírito humano, por que nele se exige e se obtém o
abandono dos mesquinhos interesses individuais, em nome dos grandes interesses coletivos; nele se exige e se obtém
que a entidade “Homem”, de ordinário tão pessoal e tão egoísta, se transfigure na abstração “dever”; nele se exige e se
obtém o sacrifício do primeiro e do maior de todos os bens que é a vida, em nome do Principio Superior de Pátria e a Glória
do Grande Arquiteto do Universo.
Gostaria de viver ainda, momentos em que os homens se unissem para o que há de melhor e de mais profundo neles
mesmos, num clima de afinidade, de tolerância e de serenidade.
Isso sim justificaria nosso ideal de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.
Rogamos, finalmente, ao Supremo Arquiteto do Universo que ilumine, proteja e abençoe a todos Irmãos, Lojas,
Obediências e que, igualmente nos inspire e ajude a conquistarmos tão nobres objetivos.
Sejam os senhores quem forem : Autoridades civis ou militares, políticos, religiosos ou presidiários, digam-nos por
quê tantas guerras, lutas, maldades? Por quê as mais belas idéias são combatidas, destruídas ou mal aplicadas? Digam-
nos os que lerem este trabalho sem dar de ombros... Sois homens livres e de bons costumes? Se assim se nomearem,
lhes diremos: “Como tal não os reconhecemos”!

Valdemar Sansão
Venerável Mestre
ARLS.’.Arnaldo Alexandre Pereira, n° 636 (GLESP)

Direito à Segurança - Todo cidadão tem direito à segurança individual, definida pela constituição. Os crimes
inafiançáveis são a prática do racismo, da tortura, o tráfico de drogas, o terrorismo e os crimes definidos como
hediondos, além da ação de grupos armados, civis ou militares,
10
contra a ordem constitucional e o estado democrático.
Notícia Relevante II
UMA LOJA NA ILHA

Ir.: Antônio do Carmo Ferreira (*)

O Prefeito Municipal da Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, transferiu, por Lei, para o domínio do GOÍPE, um
terreno, sob a condição de ali serem construídos uma praça, uma escola e edificado um Templo Maçônico. O terreno fica
na parte central da Ilha, onde se iniciam as principais avenidas.
Por iniciativa maçônica, a praça será denominada Conselheiro João Alfredo, que possuiu engenho de açúcar perto
dali, e foi Presidente do Conselho de Ministros no fim do 2º Império, além de ter sido eleito Grão-Mestre do GOB. A escola,
destinada ao ensino profissionalizante, ganhará o nome de Vigário Tenório, maçom, que participou da Revolução de 1817,
motivo pelo qual foi preso e enforcado, sendo suas mãos expostas na cidade de Goiana e a cabeça, na Ilha.
O Templo pertencerá à Loja ACÁCIA DE ITAMARACÁ. As paredes já se encontram a dois metros de altura. E sua
inauguração esta prevista para 20 de Agosto do ano em curso, homenagem ao “Dia do Maçom”.
O Governo do Estado de Pernambuco tem anunciado, reiteradas vezes, que o seu projeto é fazer da Ilha um dos
mais sólidos “pólos turísticos do País”. A Ilha de Itamaracá merece esta distinção. E a MAÇONARIA chega antes, para
testemunhar e contribuir com a elaboração da história desse novo tempo.

(*) Grão-Mestre do Grande Oriente Independente de Pernambuco e Presidente da ABIM.

N.E.: Publicado no INFORMABIM 165, de 30/04/2006.

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OLIVEIRA– Árvore em grande veneração entre os povos


antigos e que possui várias significações simbólicas.
• “Em um sentido secundário, a oliveira é o símbolo
da paz e da vitória; mas, em seu sentido primário,
como todas as outras plantas sagradas da
antiguidade, era símbolo da ressurreição e da
imortalidade. Por esta razão, nos Antigos Mistérios,
era o análogo da Acácia da Maçonaria”.
A Oliveira é o símbolo da Paz, da Caridade, da Abundância,
da Fecundidade, da Felicidade e da recompensa da
Fidelidade. A Oliveira foi adotada como símbolo da Paz,
porque, segundo se diz, o seu azeite é muito útil de vários Este é o segundo livro deste maçom dedicado e estudioso. E
modos, em todas as artes manuais, que florescem em que relata e reflete seus conhecimento na linha do que CARL
tempos de paz. Tampouco deve ser esquecido o poder G. YUNG chamou de “insight”, ou seja, é o conhecimento pela
curativo que ele possui, razão pela qual é um dos elementos reflexão, pelo “sentimento” da Verdade, que é a busca de todo
sagrados da liturgia entre muitos povos. Iniciado.
A Maçonaria concede à Oliveira um lugar destacado entre os É o fruto –usando suas próprias palavras – de longos anos de
seus emblemas e nos Altos Graus o simbolismo apresenta o reflexão e meditação, da observação atenta sobre o fascinante
Mestre recebendo a Iniciação sob a oliveira e o louro. A comportamento humano, de sua vivência e militância política,
Oliveira é também o símbolo da esperança e da fruição dos religiosa e mística, da leitura minuciosa de inúmeros livros
sucessos. sobre todos os credos religiosos, correntes filosóficas e político-
ideológicas.
ONZE - o número onze foi considerado particularmente Como é um fruto de sua vivência, daquilo em que acredita para
misterioso, porque nele reúne o 5 e o 6, números do viver sinceramente, deixa claro nesta obra não ter havido
Microcosmos e do Macrocosmos, como também o 4 e o 7, o nenhuma preocupação em querer passar lições de moralidade
3 e o 8, o 2 e o 9 e o 1 e o 10. ou comportamento ético. E isto é de fundamental importância,
Oswald Wirth (Le Livre du Maitre) apresenta o 11 na estrela posto que o tema é “sensível”, possibilitando – quando não
de seis pontas no centro da qual está colocada a de cinco havendo o devido equilíbrio de quem o coloca em discussão –
pontas, dizendo: interpretações arrogantes de “donos da verdade”.
• “5 e 6 – A estrela central é a do gênio humano, da Ao contrário, o autor apela muito mais para os gestos bons, de
inteligência aplicada, servido por órgãos de ternura, de respeito, solidariedade, amor, compaixão e tantos
percepção e da ação. Colocada no coração do outros, que fazem parte da natureza humana e precisam ser
mundo em grande (Macrocosmos), este astro realçados em nossa vida.
torna-se o que se poderia chamar de Grande E, na atual crise de ética e moralidade – isto é indiscutível – por
Estrela Flamígera. Trata-se, em outros termos, do que atravessamos (mundialmente), nada mais oportuno e atual
homem de posse do máximo de seus meios de do que uma reflexão sobre o tema em tela, posto que graves
realização e dispondo da Força executiva”. crises, conflitos e profundas transformações, que abalam e
Oswald Wirth atribui aos outros pares o valor iniciático que corroem as bases até mesmo de instituições milenares – e a
eles tiram do tríplice ternário e da Árvore dos Sefirot: Maçonaria não é exceção, lamentavelmente .
• “4 e 7 – Fazem resultar a potência 11 de uma O Amor e a Compaixão – virtudes tão fora de moda neste
vontade enérgica, inabalavelmente fixa e positiva: mundo deslealmente competitivo – precisam ser reaprendidas e
4, associado ao discernimento que, colocando cada praticadas.
qual no seu lugar, sabe dirigir com tato e E a Maçonaria precisa convocar seus Obreiros para participar
comandar, estabelecendo ao mesmo tempo a de u projeto utópico e revolucionário (esta é a visão do escritor,
harmonia, 7. que corroboramos): a construção da Humanidade Ideal, o
• “3 e 8 –visam à judiciosa aplicação do poder, Homem perfeito do futuro, o Templo Ideal.
agindo de 11, graças à qual se desenvolve e Leiam o livro e façam suas próprias reflexões. E, se estiverem
mantém-se. É a inteligência: 3, asasegurando a de acordo, unamo-nos numa grande Cadeia de União, para
boa administração: 8. mudarmos nossos destinos para melhor.
• “2 e 9 – Fazem remontar a força iniciática: 11 à PRELLUS EDITORA
radiação da Sabedoria: 2, acumulada sobre a Rio de Janeiro – 2006.
Prancheta a traçar: 9. O Iniciado conspira
concentrando as irradiações difusas: influencia Carlos Alberto dos Santos

12
POLINDO A PEDRA BRUTA
DA INTOLERÃNCIA À TOLERÂNCIA

TOLERÂNCIA MAÇÔNICA, expressão largamente usada mas que muitas vezes exige muito tempo para ter o seu
conceito devidamente explicado, mormente quando se procura descartar a conotação de “liberalidade” que pode conter o
termo.
Nossos léxicos registram “tolerância” com significado abrangente, porém os dicionários ingleses admitem 2 termos,
com significados mais restritos que veremos a seguir.
A maçonaria operativa, protecionista, era obviamente intolerante em relação a todos aqueles que não lhe eram
filiados.
No período de formalização da Ordem, já contando com homens de diversas tendências ideológicas acobertados
sob suas asas de proteção régio-eclesiástica, a intransigência, a intolerância religiosa campeava pelo mundo “civilizado”.
A língua inglesa admite os vocábulos: tolerance e toleration.
O primeiro termo é a tolerância em sentido lato; o segundo, contempla o significado: “admissão das diferenças de
opinião religiosa sem discriminação”. O momento histórico exigia da Ordem fraternal essa tomada de posição ideológica.
Assim, “toleration” deve ser a grafia usada pelos tradutores dos antigos documentos.

Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08).


Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
O TETO DA LOJA

O hábito de estrelar o teto das Lojas é facultativo e tem sua origem no Egito antigo, sendo
o exemplo mais marcante o magnífico Templo de Luxor.
Uma vez em se adotando tal uso, devem ser representados, além do Sol e da Lua, mais os
planetas Mercúrio, Júpiter e Saturno; e as estrelas Arturos, Spica (de Virgem), Aldebaran,
Fomalhaut e Regulus, as constelações de Orion, Ursa Maior, Hiadas e Plêiades.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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14
HISTÓRIA PURA
SIMÓN BOLIVAR
Ir.: Elmer E. Rogers

A consciência de liberdade da América Latina se volta para a pequena e bonita cidade de Bolívar, no Missouri em
5 de julho de 1948. Lá uma imponente estátua de bronze de Simón Bolívar, o Libertador estava sendo inaugurada. A
escultura foi presente da Venezuela. Nela a vida, o caráter e realizações do George Washington de seis países da América
do Sul estavam sendo devidamente homenageados em discursos do Presidente Harry S. Truman, Presidente Rômulo de
Fel da Venezuela, e do Governador de Missouri, Philip M. Donnelly, e na presença de Sr. Gonzalo Carnevali, Embaixador
venezuelano, outros notáveis e milhares de cidadãos americanos.
A vida do maçom Simón Bolívar apresenta um sem número de episódios de aventura e tragédia, glória e derrota.
Nós aqui apresentamos um breve esboço de sua história esperando que nossos leitores não só possam aprender com as
200 batalhas que ele lutou movendo suas tropas em terrenos extremamente desfavoráveis debaixo de um sol equatorial ou
de severo frio Andino, mas principalmente com seus ideais de liberdade que o levaram a livrar seis nações sul americanas
da opressão espanhola. Para as seis repúblicas Venezuela, Colômbia, Panamá, Equador, Bolívia e Peru, sua habilidade
militar e sua visão de estadista foram fundamentais para o estabelecimento de princípios de relações Pan-americanas.
Nascido nobre e rico em Caracas, a 24 de julho de 1783, Simón Bolívar abandonou a vida luxuosa de coisas materiais e a
posição social para dedicar-se a sua causa. Ele morreu na pobreza.
O pai do Libertador era Juan Vicente Bolívar o y Ponte, e sua mãe era Maria de la Concepcion Palacios y Blanco.
Ambos eram de famílias nobres e ambos morreram antes de ele completasse quinze anos de idade. Depois de adquirir
uma educação liberal em casa, ministrada por professores particulares, Simón foi enviado para a Europa com dezessete
anos sob a orientação de um de seus professores.
Simón Rodriguez, um notável filósofo que foi reconhecido como tal entre os estudiosos de Europa e que era
suspeito de tendências radicais já que era simpático aos ensinamentos dos filósofos franceses do século XVIII, os quais
eram tidos como detestáveis pela maioria das pessoas finas da Espanha, França, Itália e a classe dominante de sua terra
natal - a classe exploradora. Com uma renda de $20,000/ ano - uma renda grande para aquele período - e, aos dezoito
anos, casado com uma rica mulher de dezesseis anos, Simón era o alvo das atenções dos grandes e ilustres da Europa,
muitos dos quais ele tratava com desdém. Sua esposa morreu de febre amarela menos que um ano depois de seu
casamento, e Bolívar já avançado em seus estudos começou a cansar-se da Europa.
Enquanto em Madrid, foi apresentado aos Rei e Rainha de Espanha, uma condescendência ao jovem rico e de
sangue nobre da Colônia praticada por Vossas Majestades em nome da etiqueta social. Como era costume em pessoas de
sua posição social, Bolívar foi recebido em audiência pelo Papa. Nessa ocasião, Simón recusou-se a praticar um antigo
costume da Santa Sé, e sempre esperado nessas audiências, o ato de beijar os pés. O Embaixador da Espanha
perguntou-lhe o por quê, Bolívar simplesmente respondeu que o respeito que ele tinha pelo Sumo Pontífice não podia ser
medido por um ato de servilismo.
Bolívar viu e refletiu muito sobre a degradação e até fome existente entre a população mais pobre de Roma e nas
cidades maiores da França, Espanha e Itália onde a cultura Romana, em grande parte predominou, tendo ele observado
que as mesmas condições também se repetiam em seu próprio país.
Alguns dias após sua audiência com o Papa, Bolívar subiu ao Monte Aventim e depois de profunda meditação,
percebeu o mal que aquela aristocracia reinante vinha fazendo ao povo e tomou a decisão que ia mudar totalmente o rumo
de sua vida. Naquele momento ele prometeu a si mesmo e perante a Deus, dedicar-se completamente a livrar seu país do
poder opressivo da Espanha.
Bolívar tinha passado muito tempo em Paris e lá tinha sido iniciado no Rito de York aonde chegou ao grau de
mestre, tendo depois entrado nos graus filosóficos do Rito Escocês aonde chegou ao Grau 30. Deixou a Europa rumo à
Venezuela, tendo, porém passado nos Estados Unidos, aonde fez vários contatos políticos em cidades da costa leste.
Chegou a Caracas no final de 1810 com a idade de 26 anos. Ele logo ofereceu seus serviços à Junta que tinha tomado o
poder pois em 19 de abril de 1810, havia se revoltado contra o coroamento de José Bonaparte como rei da Espanha em
lugar de Ferdinando VII, filho de Carlos IV, que havia sido deposto pelo governo francês. Assim, Venezuela era a primeira
colônia espanhola a declarar independência, um evento que teve lugar em 5 de julho de 1811. As forças revolucionarias
foram comandadas desde cedo pelo General Miranda, um maçom que havia servido sob as ordens de George Washington
na Guerra da Independência dos Estados Unidos.
Bolívar foi mandado à Inglaterra pela Junta que então governava a Venezuela para chamar de volta do exílio
várias pessoas, agora interessantes aos revolucionários. O retorno desses exilados fortaleceu as forças revolucionárias
que tinham agora Bolívar como um de seus generais. Derrotado pelas forças espanholas, Bolívar se refugiou na Ilha de

15
Curaçao. Mas, em setembro, 1812, ele estava em Cartagena onde marcou uma vitória contra os espanhóis em Granada
Nova (hoje a Colômbia).
Então, à cabeça de uns 500 homens, ele marchou sobre os Andes rumo a Venezuela. Uma vez lá, conseguiu
reunir em seu redor vários recrutas, conseguindo com isso derrotar as poderosas forças espanholas, tendo entrado
triunfalmente em Caracas a 4 de agosto de 1813, embora, um ano depois foi mais uma vez derrotado. Retornando a
Granada Nova, obteve uma nova vitória em Bogotá .Porém foi novamente derrotado em Santa Marta. Após isso, Bolívar
dispensou suas tropas e foi para a Jamaica e depois para o Haiti. Lá, com a ajuda do Presidente Peton, ele organizou uma
pequena força e em março de 1816 velejou para a Venezuela onde durante três anos sua sorte variou entre vitórias e
derrotas. Ainda que decepcionado, ao final desses três anos, ele decidiu continuar sua luta. Era o ano de 1819. Tendo
reorganizado suas tropas, Bolívar, pela terceira vez, cruzou a Cordilheira dos Andes para Granada Nova. Em terras, hoje
Colombianas, se uniu às forças do General Santander, um maçon e líder republicano, e ganharam então em agosto a
importante batalha de Boyaca.
Quatro meses depois, com a Venezuela unida, formaram a República da Colômbia, da qual fazia parte o Equador.
Com a decisiva vitória sobre o exército espanhol em Carabodo a 25 de junho de 1821, a Espanha perdeu definitivamente o
domínio sobre aquela área da América do Sul. O poder espanhol ainda se mantinha sobre uma vasta região onde hoje
estão Peru e Bolívia e se estendia até as fronteiras da Argentina e Chile. O General José de San Martin e o General
Bernardo O'Higgins, ambos maçons, já haviam livrado a Argentina e o Chile do jugo espanhol.
Em 26 de julho de 1822, os dois generais foram a Guayaquil para uma conferência com Simón Bolívar. Os
detalhes do que foi decidido nesse encontro, provavelmente nunca será sabido, mas San Martin, como porta voz, declarou
que tinham relações de proteção com o Peru. Bolívar assumiu o comando e, chegando a Callao em 1 de setembro de
1823, foi investido com o título de Libertador do Peru. Ele treinou uns 4.000 peruanos e, com o exército que tinha trazido
com ele, somou cerca de 9.000 homens, o que fez com que se igualasse às forças espanholas. Com essas tropas, travou
uma sangrenta batalha com sabres onde não foi disparado um único tiro, e na qual obteve a vitória na localidade de
Ayacucho em 9 de dezembro de 1824.
Ele havia planejado toda a ação com o General Antonio José Sucre, também maçom, e foi em sua companhia que
terminou definitivamente com o poder colonial da Espanha na América do Sul. Bolívar foi para Lima para organizar um
governo civil e formar uma Assembléia Constituinte. Em 8 de fevereiro de 1825, recusou o cargo de Comandante Supremo
de todo o Peru (Bolívia inclusa) e da Colômbia. Deixou o General Sucre no poder e voltou à Bogotá para tranqüilizar a
disputa entre seus antigos camaradas conclamando-os a também organizar um governo civil na Colômbia. Tendo recusado
um presente de um milhão de pesos (cerca de US$ 200.000, ) do Peru, Bolívar foi para a Venezuela.Chegando lá em
novembro de 1826 ele foi disputar as eleições para a assembléia em Valencia a 15 de janeiro de 1827.
Finalmente Bolívar, depois de 14 anos comandando a luta pela liberdade, foi eleito para o Congresso. Cedo se
deu conta de que seus colegas estavam lá apenas por ter uma desmedida sede de poder. Desiludido voltou à Bogotá, onde
foi chamado a participar das eleições gerais. Apesar de seu prestígio, não conseguiu eleger nenhum de seus velhos
amigos. Em setembro ele escapou de um assassinato em Bogotá. Com dificuldades, sem dinheiro, foi para o Peru onde
ficou sob amparo do General Sucre até 1829. Retornou à Venezuela onde esteve se recuperando de grave doença. Tornou
a ir à Bogotá. Mais uma vez participou das eleições e uma vez mais nenhum de seus antigos seguidores foi eleito.
Resignado, chegou à conclusão que não ia conseguir ver suas idéias defendidas em uma organização civil. Retirou-se para
Cartagena onde a tuberculose, em estado avançado, o matou a 17 de dezembro de 1830.
Tinha então 47 anos. Pouco antes, fez um último pronunciamento onde estão claros os princípios maçônicos.
Bolívar disse:
"Todos temos de trabalhar pelo inestimável bem da Pátria. As pessoas devem evitar a anarquia. Os
governantes devem rogar a Deus pela sabedoria de suas decisões. Os militares devem usar suas armas para a
defesa da justiça social. Se minha morte contribui para o fim de interesses espúrios e para a consolidação de uma
pátria com justiça social, baixo ao meu túmulo em paz".

N.R.: Colaboração enviada pelo Ir.: Cláudio Simões ao site SAMAÚMA

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17
Viagem ao nosso interior
LIÇÃO DE VIDA

Francisco Cândido Xavier

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,


Mesmo eu sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o OTIMISMO,
Mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
Mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa.

Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,


Mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
Eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver,
Reconhecer e retribuir esta ajuda.

Que eu não perca o EQUILÍBRIO,


Mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR,
Mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo,
Pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO NO OLHAR,
Mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo,
Escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a GARRA,


Mesmo sabendo que a derrota e a perda
São dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO,
Mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA,
Mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.

Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,


Mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER,
Mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
E escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA,


Mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigirá
Esforços incríveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR
Que existe em meu coração,
Mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
Mesmo sabendo que o mundo é pequeno...

E ACIMA DE TUDO...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente,
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
É capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois...
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS E CONCRETIZADA NO AMOR!

18
DEPOIMENTO
A MINHA INICIAÇÃO
Ir.: Alexandre César Cruz Santos (*)

Já há quatro meses de Iniciado, passado pela primeira instrução do Grau (“A Iniciação Recaptulada”), o meu Venerável pediu
que lesse bem o Ritual e apresentasse um trabalho escrito, sobre a minha impressão à respeito da Iniciação.
Li o Ritual, mas preferi contar a história como acho que aconteceu.
Filho de pais separados, em 1987 uma Ordem Judicial me obrigava a passar férias na casa do meu pai; para mim algo
desagradável, pois, aquela figura me trazia sentimentos negativos. No caminho para a casa dele, passamos em frente de um prédio
escrito algo na frente com referência à Maçonaria. Meu pai me mostrou mas eu não tive a curiosidade em olhar. Lembro-me que ele
disse: “meu sonho é ser maçom ... são pessoas que só andam de preto, tem que ser casado e ter dinheiro. Um ajuda ao outro e,
juntos, ajudam a muita gente”. Com estas palavras, achei que não era coisa lá muito boa; se o meu pai queria fazer parte, certamente
não seria uma organização confiável, afinal, ele não era um bom exemplo de ser humano.
Passaram-se os anos, passei a conhecer alguns maçons – pessoas de bem, de respeito, de moral elevada – e, conversando
com minha irmã, ela me informara que meu pai nunca havia sido convidado. Passei, então, a perceber a Maçonaria como uma
instituição positiva. Pairavam-me, ainda, algumas dúvidas; principalmente pelo fato das religiões a terem como negativa. Depois, fui
entendo melhor e me mantive contrário à posição da Igreja Católica, vez que conhecia vários maçons – pessoas de bem e de muita
influência na sociedade – e tinha certeza que esses não estariam sendo católicos e maçons, se houvesse a parte diabólica, como a
Igreja Católica apregoava.
Finalmente, recebi o honroso convite como candidato à membro da Ordem. Fiquei muito feliz. Não pude divulgar para os
meus amigos, afinal o preconceito sobre a Maçonaria é muito grande; as poucas pessoas com quem comentei foram frias ao falar
sobre o assunto. Tive problemas com a minha esposa, que abominava a Maçonaria por ser católica fervorosa; mas eu estava firme,
decidido, desejoso para conhecer a tão falada, discriminada, porém respeitada Maçonaria.
Meu padrinho – Gilmar Pena - , pessoa que me indicou, pediu que eu providenciasse certidões, xerox’s dos documentos,
fotografias e aconselhou que preparasse o “uniforme”. Entendi que, por certo, meu nome fora acatado pelos demais membros e, a
algum tempo depois, me dizia Gilmar que a minha iniciação estava marcada para o próximo mês de dezembro.
A 10 de dezembro de 2005, às 16:30 horas, chegava eu na sede do vizinho município de São Francisco do Conde (BA). Lá
chegando, era recebido pelo maçom Roque Tadeu, de quem ainda não tinha intimidade, que me colocou no seu automóvel Eco Sport
preto; passeamos pela cidade, visitamos alguns pontos turísticos e paramos na Rua Espírito Santo, defronte ao prédio de nº 11, de dois
pavimentos, muito bonito, estrutura colonial antiga, onde se via no alto o nome: “LOJA MAÇÔNICA CONDE DE LINHARES”.
A porta estava fechada. Ficamos ali por algum tempo, conversando de costas para o prédio. Logo, a porta se abriu e eu quis
me virar, mas não me deixaram. Um homem de capote preto, encapuzado, me pegava pelos ombros – eu de costas -, e me puxava
para dentro e gritava com voz firme: “Crês em Deus?”. Eu estava a me tremer com o susto, mas consegui responder afirmativamente.
Colocaram-me uma venda nos olhos e me conduziram a uma salinha. Lá me sentaram num tamborete sobre uma mesinha e
me tiraram a venda; me deixaram a sós. Me vi num ambiente nada agradável. O prédio fora construído num terreno acidentado, de
forma que uma das paredes era um paredão de terra natural. Naquele ambiente, lembrei de uma passagem bíblica, de Eclesiastes
12:1,7, que diz: “Lembrai-vos do teu Criador nos dias da mocidade, antes que o pó volte a terra de onde veio e o sopro volte a
Deus que o concedeu”. Na desconfortável salinha, estava, de um lado, um esqueleto humano; e, junto dele, a frase: “Nós, os ossos
que aqui estamos, pelos vossos esperamos”. Um galo e uma faixa com a palavra VITRIOL.
Na dita sala, que depois vim a saber que denominava-se de “Câmara das Reflexões”, preenchi um questionário (depois mais
um), com dificuldades, pela péssima iluminação. Mais tarde o tal homem de preto, encapuzado, chegou, me vendou os olhos e seguiu
comigo. Foi um tal de subir e descer escadas fora do comum.
Paramos numa porta; lá bateram e uma voz arrogante achava que eu estava a perturbar os trabalhos. Mesmo assim, depois
de muitas interrogações, entramos e ali é que eu vi a coisa preta. Novamente a subir e descer escadas, a me abaixar para seguir por
um caminho estreito e áspero, a ouvir trovões e ruídos desagradáveis, a beber líquidos de excelente e péssimo sabor, quase
queimavam meu rosto, enfim, uma loucura.
Como reinava total silêncio por parte dos presentes, pensei eu que ali deveria estar eu e mais três ou quatro pessoas. Ledo
engano. Quando me tiraram a venda, um lindo salão, bem iluminado, ornamentado de flores e com uns trinta a quarenta homens, todos
muito bem trajados de “uniformes” pretos. Aí, eu fiquei a pensar: onde estão as escadas por onde eu tanto subia e descia; os locais por
onde eu carecia abaixar para passar; os caminhos estreitos e ásperos... onde estão?
Algumas frases que ouvi naquele dia jamais esquecerei: “acredite”, “confie”, “apoiai-vos em mim” etc. Estas lembranças estão
fixadas no meu coração. Foram algumas horas de angústia, de muito nervosismo, de muita tensão... fui colocado de pé e esperei um
tempo. Imaginei que estavam reunidos para aprovar ou não o meu ingresso na Ordem e, quando me foi tirada a venda dos olhos, a
imagem era realmente linda. Agora via pessoas comuns. Vi maçons à minha frente com espadas apontadas em minha direção, um
perfume agradável, uma música com som ambiente e linda... Pensei: meu Deus, eu agora SOU MAÇOM. Foi um misto de
pensamento... não sabia se sorria ou se deixava a emoção aflorar e chorar; se olhava para os Irmãos ou para o ambiente. Sentia que a
minha missão agora era muito maior. No meio de tantas dúvidas, de tantos pensamentos e de tanta emoção, tive apenas uma certeza:
EU ESTOU NO LUGAR CERTO!.
TENHO MUITO PRAZER EM DIZER: EU AGORA SOU MAÇOM!

(*) Membro da ARLS CONDE DE LINHARES,


19
do Oriente de São Francisco do Conde (BA)

CADERNO DE
TRABALHOS

20
O NÚMERO SETE

(Ou as Sete Esferas do Avental)


Ítalo Aslan / M.:I.: (*)

Não há dúvidas acerca da importância do número sete nas sociedades iniciáticas e religiões do mundo, desde os tempos
mais remotos da história da humanidade. Impressiona a quantidade de vezes com que esse número ilustra o simbolismo dessas
organizações.
Ao longo dos anos, com os registros que chegaram até nós, foram se acumulando dados sobre o emprego e o surgimento
de situações nos quais o nº 7, coincidentemente ou não, explica os fenômenos esotéricos do mundo,
E a Maçonaria, filha adotiva de muitas dessas sociedades e herdeira dos conhecimentos acumulados no decorrer dos
séculos, não poderia ser uma exceção. E ela, em plena era moderna, nos faz lembrar dos mistérios que enriqueceram e
explicaram o pensamento esotérico de nossos antepassados, fecundado de um simbolismo muito interessante que provoca,
naqueles que se identificam com esse aspecto dos ensinamentos dessa multifacetada instituição, motivo para pesquisas e
buscas de explicações que possam satisfazer a um espírito curioso.
Nos graus simbólicos, os Vigilantes, os Veneráveis Mestres, os Mestres Instalados e os membros da alta administração
das Potências Maçônicas dos principais Ritos praticados atualmente no Brasil, ostentam em seus aventais 2 fileiras, uma de
cada lado, contendo 7 esferas (prateadas ou douradas) pendentes. É bom que se lembre, no entanto, que foge à regra os
aventais dos Vigilantes, Veneráveis Mestres e Mestres Instalados do Rito de Schoröder, cujos aventais são exatamente iguais
aos dos demais mestres da Loja, não possuindo qualquer ornamento extra, numa demonstração muito clara da perfeita
equanimidade entre todos os mestres, que o Rito faz questão de exaltar.
Pois bem, essas 7 esferas pendentes colocadas nos aventais dos oficiais que administram a Loja trazem à lembrança de
todos a riqueza de uma herança. O avental da Grande Loja da Inglaterra, segundo Jules Boucher ( “La Symbolique Maçonnique”,
2ª Edição, 1953, pág. 302), preserva esse ornamento.
E não poderia ser em outro local, que não o avental, a exposição de tão importante símbolo. Igualmente considerado de
grande relevância na Maçonaria Especulativa, o avental branco de pele de cordeiro, emblema da inocência na conduta e da
pureza de coração, é o principal e honroso distintivo do Maçom, que o recebe e o porta logo após receber a Luz e prestar o seu
Juramento.
Quando chega ao 3º grau e assume, por escolha de seus pares, a responsabilidade de ajudar a administrar a sua Loja, o
agora Mestre tem o seu avental decorado com essas 2 fileiras de sete esferas pendentes.
Recorda-se, então, das suas instruções anteriores, onde o nº 7 esteve sempre presente, fazendo parte da história, da
cosmogonia, da filosofia, do hermetismo, enfim, do “mysterium” das sociedades religiosas de um modo geral.
O nº 3, representando a superfície, define as intenções. O quatro, que representa o sólido, mostra a obra pronta. Este
depende daquele. Completam-se e se somam.
São quatro os degraus que permitem acesso ao Oriente: Força, Trabalho, Ciência e Virtude. Se quiser ir mais além, há que
se preocupar com Pureza, Luz e Verdade.
As “Sete Artes ou Ciências Liberais” era como os antigos chamavam o conjunto de todo conhecimento e saber da
Antiguidade. Platão, cinco séculos antes de Cristo, separou-as em 2 conjuntos que mais tarde foram denominados de Trivium e
Quadrivium.
O primeiro incluía a Gramática, a Retórica e a Lógica (ou Dialética) e conduzia à eloqüência. O segundo consistia na
Aritmética, na Geometria, na Música e na Astronomia e levava ao conhecimento. Eram assim chamadas, “Artes ou Ciências
Liberais”, porque eram as que um homem livre podia exercer, sem despertar o escárnio por parte de seus concidadãos, em
oposição às “artes mecânicas” ou “manuais” que somente os escravos praticavam.
Sete eram os ditos “planetas” conhecidos na Antiguidade: Saturno, Júpiter, Marte, o Sol, Vênus, Mercúrio e a Lua.
Pitágoras, cerca de 600 anos antes de Cristo, já ensinava que esses “planetas” giravam em torno do Sol e não da Terra, como se
acreditava. O matemático, físico e astrônomo grego Ptolomeu (século II d.C.), seguindo os passos de Hiparco, outro sábio da
Grécia (séc. II a.C.), contrapõe-se aos ensinamentos de Pitágoras, ao considerar que os “planetas” giravam em torno da Terra,
geocentrismo. Bem mais tarde, Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642) e outros ratificaram a teoria
pitagórica do heliocentrismo. A concepção ptolomaica do geocentrismo passou, no entanto, a ser adotada pelos teólogos
medievais que não aceitavam qualquer outro sistema que não conferisse à Terra o lugar privilegiado de centro do Universo. E
assim se manteve e foi ensinada durante 14 séculos.
Na Alquimia, os 7 “planetas” têm correlação com os 7 metais e eles, por sua vez, relacionam-se com as 7 notas musicais:
Lua Prata Si
Mercúrio Mercúrio Dó (Ut)
Vênus Cobre Ré
Sol Ouro Mi
Marte Ferro Fá
Júpiter Estanho Sol
Saturno Chumbo Lá
21
Segundo Mackey, que se apóia na informação fornecida pelo professor de música Carl Bernstein, Guido Aretinus, monge
que viveu no século XI, foi o grande reformador da música, tendo inventado esse conjunto de notas musicais a partir de uma
prece a São João:
“Ut queant laxis, Resonare fibris, Mira gestorum, Famuli teorum, Solve polluti, Labii reatum, Sancte Johannes.
“Pois seus servos, com o peito expandido, eram capazes de cantar o louvor de Suas Obras, pedindo perdão pelos lábios
sujos dos pecados proferidos”. (Adaptado da tradução feita do latim para o inglês).
Mais tarde a nota Ut foi substituída pelo Dó.
Continuando as observações sobre o mistério do nº 7, Mackey nos mostra ainda, além de muitas outras, as 7 divindades
que os Godos possuíam: Sun, Moon, Tuisco, Woden, Thor, Fuga e Seatur de cujos nomes derivaram os 7 dias da semana, na
língua inglesa (Sunday, Monday, Tuesday, Wednesday, Thursday, Friday e Saturday).
Nos mistérios persas havia 7 amplas cavernas, através das quais o aspirante tinha que passar.
Nos mistérios góticos, o candidato encontrava 7 obstáculos chamados “a estrada dos 7 estágios”.
Tanto para os hebreus quanto para os pitagóricos o nº 7 continha a idéia da perfeição, sendo para ambos um nº perfeito.
Nas Escrituras Sagradas, o nº 7 está sempre presente. Os juramentos tinham que ser confirmados por 7 testemunhas ou
por 7 vítimas oferecidas em sacrifício.
O Sabá era o 7º dia; Noé recebeu a notícia do dilúvio com 7 dias de antecedência; selecionou 7 pares de animais e de 7
aves para entrarem na Arca; 7 pessoas o acompanharam; a Arca passou sobre o Monte Ararat no 7º mês; de 7 em 7 dias era
despachada uma pomba.
Octaviano de Meneses Bastos, em sua “Pequena Enciclopédia Maçônica”, fala sobre o 7 no cristianismo: “Sete são os
artigos de fé, com respeito aos atributos de Deus; sete os relativos à humanidade de Cristo; sete os pedidos do Pai Nosso; sete
as obras de misericórdia corporais e sete as espirituais; sete os pecados capitais e sete as virtudes a eles opostas; sete os
sacramentos; sete as dores da Virgem; sete os gozos de São José; sete as palavras do Redentor na cruz; sete as cabeças da
besta no Apocalipse e sete os imperadores romanos perseguidores do cristianismo”.
Cita ainda esse mesmo autor o sete na história, apontando vários, dos quais escolhemos algumas poucas: as sete
maravilhas do mundo, os sete sábios da Grécia, as sete eras geológicas etc.
Por sua vez, Magister (Aldo Lavagnini), em sua obra “Manual Del Maestro”, faz considerações interessantes acerca do nº
7, não muito diferentes dos demais, porém mais detalhadas. Apresenta a figura dos 3 círculos, de mesmo diâmetro,
entrelaçados, já conhecida e presente nos rituais, cada círculo com as respectivas circunferências passando pelo centro
geométrico dos outros 2, conferindo-lhes as cores primárias (amarelo, azul e vermelho) que, quando têm, aos pares,
determinadas partes superpostas, apresentam as cores secundárias (verde, alaranjado e violeta). Na parte central da figura formada
pelos 3 círculos, aparece a cor índigo (ou anil) formada pela superposição das 6 cores anteriores (as primárias e as secundárias).
Cada uma das 7 cores apresentadas na figura corresponde a uma nota musical, a um astro e a um metal. Em cima dessa formação
e denominações, o autor faz uma série de conjecturas e combinações que podem despertar interesse de fundo esotérico.
Aos 7 dias da semana, Magister faz corresponder 7 anjos e suas respectivas características, a saber:

Domingo (Dies Solis) - Miguel - Consciência Divina


2ª Feira (Dies Lunae) - Rafael - Poder Restaurador da Vida Divina
3ª Feira (Dies Martis - Gabriel - Força de Deus
4ª Feira (Dies Mercurii)- Samael - Compreensão de Deus
5ª Feira (Dies Jovis) - Maduk e Zadik - Justiça de Deus
6ª Feira (Dies Veneris) - Anael - Compaixão de Deus
Sábado (Dies Saturni) - Casiel ou Zadiel - Virtude de Deus

A doutrina yoga (palavra sâncrita que significa união) nos fala da existência de 7 chacras ou centros vitais:

Mula-adhara Chacra da base da coluna vertebral (parte mais baixa da espinha dorsal)
Sva-adhistâna Chacra do sacro (região sacral)
Mani-pura Chacra umbilical (ou plexo solar) (centro da região lombar)
Ana-ahata Chacra cardíaco (centro do peito)
Vishuddha Chacra laríngeo (região da garganta)
Ajña Chacra frontal (entre as sobrancelhas)
Sahasrara Chacra coronário (vértice da cabeça)

Finalizando, queremos mencionar as chamadas 7 obrigações do Mestre, apontadas por Magister:


1) O segredo sobre o simbolismo do grau de Mestre, que deverá ser preservado com relação a profanos ou aqueles que
não tenham obtido o grau;
2) A obediência às Leis e Regulamentos, principalmente àquelas que não estão escritas, mas que constituem as práticas
consuetas da Ordem;
3) A discrição, de um modo geral, principalmente com relação aos Irmãos, tendo o cuidado de não relatar nada que possa
prejudicá-los;
22
4) Não falar mal de nenhum Irmão, ou escutar quem o faça, e sim defendê-lo sempre;
5) Amparar e socorrer a todo Irmão que venha a solicitar socorro, bem como a sua família;
6) Esforçar-se para tornar efetivo os ensinamentos da Arte;
7) Esta última confirma definitivamente a sua qualidade de membro da Ordem Maçônica, da qual prometeu tornar-se para
sempre um “adepto fiel”, trabalhando com todas as suas forças para o seu engrandecimento e dignidade.

Enfim, eis aí. Acho que dá para encerrar por aqui pelo cuidado em não tornar este artigo mais enfadonho. Se mais
procurássemos, mais encontraríamos. Revelações e coincidências da predominância do nº 7 existem em abundância nas
religiões e na história da humanidade e, por conseqüência, na Maçonaria, como acabamos de ver neste breve relato.
De qualquer maneira, fica caracterizada a presença das 7 esferas pendentes colocadas no avental dos responsáveis pela
Loja e pela instrução dos demais Irmãos.
A representatividade maior desse símbolo fica por conta, a nosso juízo, das “Sete Ciências ou Artes Liberais” conhecidas
na Antiguidade e o estudo delas, nas Universidades Medievais, era feito em 7 períodos, resultando daí a idéia dos 7 anos de
aprendizagem. Elas passaram, quando da criação da Maçonaria Especulativa, a fazer parte do sistema de instrução dos Maçons,
tendo sido, inicialmente, colocadas no grau de Aprendiz, que era o grau mais importante daquele período. Posteriormente foram
transferidas para o grau de Companheiro, grau simbólico da ciência e da intelectualidade, tendo sido elas, as “Sete Ciências ou
Artes Liberais”, representadas pelos 7 degraus da escada em espiral.
Que elas venham a representar e simbolizar outras lembranças de nossos tempos passados, nem sempre genuinamente
ligadas ao ensinamento Maçônico, fica a critério e escolha de cada um. Nada há quem possa obstá-las. Mas há que se ter bom
senso, pois essas recordações sobre as quais a Maçonaria moderna, ou Especulativa, se apóia a fim de passar aos seus
adeptos toda a sua ensinança e o seu conhecimento, sempre transmitidos por meio de símbolos, emblemas, lendas e alegorias,
tiveram o seu germe inicial brotado no seio da Maçonaria Operativa, sendo, posteriormente, enriquecidos, sem contudo
perderem o vínculo com os nossos antecessores, os “talhadores de pedra”. Qualquer desvio dessa rota, apresenta-se-nos como
uma temeridade que desemboca, quase sempre, em misticismos exagerados ou enxertos aventureiros que jogam por terra a
autenticidade e a origem simples e descomplicada da Maçonaria Operativa.

Para saber mais:

1) MACKEY, Albert G.; “AN ENCYCLOPAEDIA OF FREEMASONRY AND ITS KINDRED SCIENCES”; Vol. I e II; Ed. “The
Masonic History Company”; Chicago - New York – London; 1925.
2) BASTOS, OctavianoMeneses; “PEQUENA ENCICLOPÉDIA MAÇÔNICA”; Vol. I e II; Ed. O Jornal – “O Malhete”; São
Paulo/SP; 2ª Edição; 1950.
3) MAGISTER; “MANUAL DEL MAESTRO”; Editorial Kier; 4ª Edição; 1950.
4) ASLAN, Incola: “GRANDE DICCIONARIO ENCICLOPÉDICO DE MAÇONARIA E SIMBOLOGIA”; Vol. I, II, III e IV; Ed.
Maçônica “A Trolha Ltda”; 1ª Edição da Editora; Londrina/PR; 1996.
5) BOUCHER, Jules; “LA SYMBOLIQUE MAÇONNIQUE”; Ed. Dervy; 2ª Edição; Paris, 1953.
6) VAROLI FILHO, Theobaldo; “CURSO DE MAÇONARIA SIMBÓLICA”; Vol. I, II e III; Ed. A Gazeta Maçônica; 1ª Edição;
São Paulo/SP; 1993.
(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

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23
BEM-VINDO À MAÇONARIA
7ª PARTE

ANÁLISE SUPERFICIAL DOS NÚMEROS (1/2/3)

O Aprendiz inicia o seu trabalho intelectual pela Unidade e pelo


Binário, para permanecer no Ternário, antes de chegar ao conhecimento do
Quaternário, cujo estudo é reservado ao Companheiro.

Paralelamente ao valor intrínseco das coisas e dos


números há um outro que, assumindo natureza mística
ou esotérica, nos permite transmitir a outrem,
veladamente, aquilo que não queremos ou não podemos
fazer por meio da palavra. Neste sentido as coisas e os
números tornam-se para nós, símbolos, sinais ou signos
– ou seja, um sistema no qual as qualidades, idéias, os
princípios e outras coisas aparecem substituídos ou
representados por coisas concretas.
Apreender a expressão numérico-simbólica com
contornos de definitividade, entretanto, não é tarefa fácil.
O símbolo dentro de um Templo, quando explicado,
adquire nuances tais que sempre haverá algo de novo
para completar o seu significado.
Essa é uma conclusão axiomática que se extrai da
Sétima Instrução do Grau do Aprendiz.

A UNIDADE

O NÚMERO 1 – Como número representa o homem, o único animal a caminhar ereto. Em astronomia se relaciona
com o Sol, na música com a nota Dó, em geometria com a linha, na mente humana com os monólitos, no astral com o raio
branco, síntese de todos os raios. É o princípio da vida, a força, vital positiva, a masculinidade e o yang. Promete domínio
dos obstáculos materiais e felizes iniciativas, dando força moral à vontade para obedecer os ditames do dever.
Diz o ritual do Aprendiz que o número um é o primeiro dos números mas a unidade só existe pelos outros números.
Dos números, o intelecto, a fonte de todas as idéias, sem o qual nada poderia ser ordenado e, tal como o pai que só o é
pelo filho, também o filho só existe pelo pai.
“Que todos sejam um! Foi a oração de Jesus pela humanidade”.

O BINÁRIO

O NÚMERO 2 – A Díada. Como princípio absoluto universal a díada representa o Bem e o Mal, a Verdade e a
Falsidade; a Luz e as Trevas, a Inércia e o movimento, a dualidade, a diversidade, a diferença do par e do ímpar, a divisão
e a multiplicação. É a um tempo audácia e horror, harmonia e discórdia, paciência e remorso. Genericamente é a
humanidade. Em astronomia se relaciona com a Luz, em geometria com os lados do triângulo, na música com a nota Ré,
no astral com a cor violeta, na mente com as coisas de natureza dual. É o princípio da existência difundido. No zodíaco
com o signo de Gêmeos.
Representa a afinidade, a concordância de forças opostas, relação dos sexos e equilíbrio entre o moral e material. É
a ordem na mão de obra e a imaginação no pensamento.
A Bíblia cita Gen. 41, Juízes 6, I Reis, 9 e 11 que um sonho sonhado duas vezes, predizia uma verdade.
Aquele que se identifica com a Díada, conhece o mistério da maternidade.

O TERNÁRIO

O NUMERO 3 – A Tríada. O primeiro número ímpar em energia e o primeiro número perfeito. A tríada representa o
princípio da natureza em função, transmutação e manifestação.

24
Na Maçonaria, tudo gira em torno do número três, desde a bateria do Gr.’. de Apr.’. M.’., sua Marcha, sua Idade
Simbólica, passando pelo candelabro de três luzes, simbolizado esotericamente nos três pontos que apomos ao nosso
nome, representando as qualidades trinárias que devem ornar todo coração formado na forja maçônica.
O três pode ser estudado, ainda, sob outros numerosos pontos de vista, a saber. É relacionado com o passado, o
presente e o futuro. Era considerado o patrono da geometria porque o triângulo é a principal figura geométrica.
Três é o número da Luz (Fogo, Chama e Calor).
Do movimento diurno do sol: Nascer, Zênite e Ocaso; da vida; Nascimento, Existência e Morte; Mocidade, Madureza
e Velhice; da família: Pai , Mãe e Filho; da Constituição do ser: Espírito, Alma e Corpo; da Gnose: Princípio, Verbo e
Substância; da Cabala Hebraica, da qual são tiradas as PP.’. SS.’. e de P.’. da Maçonaria: Keter (Coroa), Hokma
(Sabedoria) e Binah (Inteligência); da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espirito Santo; da Trimurti: Brama, Vishnu e Siva: do
Budismo: Buda (Iluminado), Dharma (Lei) e Sanga (Assembléia de Fiéis); do Egito: Osíris, Isis e Horus.
O triângulo no qual se inscreve a letra Yod é o símbolo inefável do nome de Jeová. Do qual deriva o símbolo do
Grande Arquiteto do Universo atual e três os degraus do Oriente, três os oficiais, três os graus e três as perambulações.
Três foram as preciosas dádivas recebidas pelo novo israelita: a Lei de Moisés, a Terra Prometida e o Paraíso. Entre
os católicos, três são as cruzes feitas no batismo, três os credos, três os proclamas para o casamento, três os gestos de
benção papal e dos bispos. O ângelus é anunciado pelos sinos por três vezes.
Aquele que se identifica com a tríada conhece o mistério da família.
No sentido simbólico, a idade de três anos é atribuída ao novo Iniciado para indicar que ele conhece o valor alegórico
dos números, sendo o três consagrado ao Aprendiz.
Em razão disso, nesse grau, a Bateria, idade (o Aprendiz possui 3 anos), marcha, viagens, sinais, toques, abraços,
bateria e aclamações, contam-se por três.
A marcha do Aprendiz é com três passos que formam um ângulo reto.
Cada passo indica a retidão do caminho que o Maçom deve seguir na jornada da vida; e todos os três unidos indicam
que essa reta deve ser conduzida até o Terceiro Grau, ou seja, ao “superlativo”.
Segundo Ragon, isso teria relação com os antigos mistérios aos quais os aprendizes só eram admitidos três anos
após a apresentação. Segundo Vassal, tal frase encontraria a sua origem nos mistérios egípcios, nos quais o iniciado no
primeiro Grau, corresponderia ao nosso Aprendiz, ficaria três anos afastado do mundo profano.
O sinal do Grau compõe-se de três movimentos, sendo que o de “ordem” será o primeiro.
Esses três movimentos reunidos, oferecem uma forma que lembra todas as imagens simbólicas do Triângulo.
O sinal de ordem que por si só representa um ângulo reto, é símbolo da postura que deve presidir o discurso do
Maçom.
O toque, que possui, também, três movimentos, sendo que dois, precipitados e um lento, simboliza a atividade e a
continuidade com os quais deve ser orientado o trabalho.
A bateria por três representa, a atenção, o zelo e a perseverança necessários para cumprir a obra maçônica.
O tríplice abraço é a imagem do afeto fraterno que une todos os Maçons.
Por fim, a aclamação, também essa, por três, exprime os votos formulados aos Maçons.
Três são os pontos que o Maçom deve orgulhar-se de apor à sua assinatura, por cada irmão, por cada Loja em
particular e para a prosperidade maçônica em geral.
Quando se pergunta, em Maçonaria pela Idade, deseja-se saber o grau em que o Irmão possui. A idade simbólica do
Aprendiz é de três anos.
O que devemos entender pelas palavras: “três governam a Loja”? se, no sentido literal, esses são o Venerável e os
dois Vigilantes, devemos recordar que no sentido simbólico, o número três representa em especial Deus, Inteligência e
Virtude.
Três é o número do Aprendiz. É o símbolo da clareza, da inteligência, da compreensão: É o número da Luz.
Por conseguinte essa proposição significa que a Loja, ou melhor, a Maçonaria tem por Mestre, somente a Deus, por
guia nos trabalhos, a Inteligência e por finalidade de suas opções, a Virtude.
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

Fontes de Consultas:
- Ritual do Simbolismo – Aprendiz Maçom do REAA.

Só amorosamente seremos capazes de viver intensamente a intimidade de nossa própria


unidade, nos multiplicarmos na multiplicidade da vida para podermos retornar um dia ao
Oriente Eterno, cobertos de glória, à unidade do Pai.
25
SINCRONICIDADE – Das Explicações da Psicanálise às do Espiritismo
Ir.: Carlos Alberto dos Santos

Antes Deus fala uma a duas vezes, porém ninguém


Atenta para isso. Em sonho ou em visão de noite,
Quando cai o sono profundo sobre os homens, e
Adormecem na cama, então abre os ouvidos dos
Homens e lhes sela a sua instrução.
Jó 33, 14-16

INTRODUÇÃO:

Bem, o assunto é, por deveras, complexo e vasto o suficiente para compilar alguns volumes. E o nosso conhecimento
(básico) de psicologia e Espiritismo é muito ínfimo para pretender dissecar o assunto; pretendemos, sim, levantar o debate
em torno deste assunto, que julgo fascinante.
Quem nunca se surpreendeu com as misteriosas coincidências que acabaram mudando o rumo de sua vida?
Em muitos momentos, nos vemos frente a frente com situações inusitadas, surpreendentes, e que muitos de nós
chamariam “mágicas”: as coincidências (sincronicidade).
Alguma vez você pensou muito como resolver determinada situação, sem saber como deveria agir? E, de repente,
teve uma intuição que deveria mudar o rumo das coisas ou o caminho a seguir, podendo ser logo após abrir a página de
um livro que leu sem querer, ao ouvir uma conversa na fila ou após um sonho? Pensou em alguém que gostaria de falar ou
encontrar e logo sem seguida se encontrou ou recebeu um telefonema da pessoa que pensou? Essas situações podem se
tornar comum em alguma época na vida de algumas pessoas, onde passam a acreditar que nada acontece por acaso.
Na verdade, as coincidências são movimentos sincrônicos que ocorrem no sentido de nos levar a realizar nossos
objetivos de vida, nossa busca pelo verdadeiro sentido da vida.
Não há explicação racional para situações em que uma pessoa tem um pensamento, sonho ou um estado psicológico
interior que coincida com um acontecimento. Como nos casos em que pensamos em alguém, o telefone toca, e quem está
do outro lado da linha é a pessoa na qual estávamos pensando.
Muitos acontecimentos aparentemente casuais podem ser significativos. Quantas vezes nos deparamos com
coincidências ou encontros e não podemos explicar como ocorreram?
As coincidências significativas mais comuns acontecem quando estamos num momento de maior reflexão sobre o
sentido da vida, momentos que parecem de algum modo diferentes, mais intensos e que não conseguimos muito explicar o
que ocorre.
Quando esses eventos tornam-se constantes é comum as pessoas ficarem assustadas, pois não entendem a
profundidade desse processo.
Seja qual for o sinal, sentimos que é preciso decifrar uma mensagem e, com isso, tendemos a nos conhecer e
crescer. É quando começamos a ter consciência de que algumas ocorrências podem mudar a nossa vida.
O que estaria por trás dessas insistentes repetições? As respostas para explicar a Sincronicidade são tão
fascinantes quanto as perguntas... Quando a Sincronicidade acontece é sempre uma surpresa. Como aquela
inacreditável seqüência pode se desencadear diante dos nossos olhos, sem nenhuma explicação? O que eles significam?
Por que acontecem? Que mecanismos ocultos acionariam este processo?

EXAME SOB A LUZ DA PSICANÁLISE:


Os sonhos não são nem criações deliberadas, nem arbitrárias;
São fenômenos naturais, e nada mais do que aquilo que pretendem
Ser. Não enganam, não mentem, não distorcem ou mascaram...
Estão invariavelmente procurando expressar algo que o ego
Não conhece nem compreende.
Carl G. Jung

26
Carl Gustav Jung (1875 – 1961) desde a década de 1920 perseguiu o tema sincronicidade, culminando com o seu
livro “SINCRONICIDADE E O INCONSCIENTE COLETIVO”. Na época, foi criticado pela comunidade científica, porque
voltou sua atenção para métodos que encaram a vida em termos não exatamente casuais, entre eles a astrologia, telepatia,
telecinética, PES e o Espiritismo.
De acordo com Jung, existe um princípio de causalidade que liga acontecimentos que têm um significado similar pela
sua coincidência no tempo, em vez da sua seqüencidade. Afirmou ele, haver uma sincronicidade entre a mente e o
mundo fenomenológico da percepção. Sincronicidade é um princípio explicatório; explica “coincidências significativas”,
como uma borboleta entrar voando num quarto quando o paciente descrevia um sonho com escaravelhos. O escaravelho é
um símbolo do antigo Egito que simboliza o renascer. Portanto, o movimento do inseto voador indica que o significado
transcendental, quer o escaravelho no sonho, quer a borboleta no quarto, era de que o paciente necessitava ser libertado
do seu excessivo racionalismo...
Ainda segundo Jung, “em algumas coincidências, a extrema improbabilidade do evento e do fantástico paralelo entre
o estado interior e a ocorrência extrema será sua característica mais nobre. Tais eventos sincronísticos geralmente
provocam surpresa”.
Fala ainda que, “em alguns casos, o acontecimento externo ocorre primeiro e o significado subjetivo interior, vem em
seguida. Em outros, a coincidência significativa é entre a imagem interior, como um sonho, e um acontecimento externo,
subseqüente”. Em todos os vários eventos significativos, contudo, o princípio de ligação entre interior e exterior é o
significado do acontecimento para as pessoas envolvidas.
De acordo com o psicoterapeuta e psicanalista VAN DENIS ROESLER, esta energia de nome sincronicidade é
possível à todas as pessoas e a qualquer momento, desde que sejam seguidas as normas prescritas para assim criar o
campo possível para a sua manifestação. Afirma ainda que: “isto é ciência. E que é possível estudá-la , conhecê-la, fazê-la
acontecer em nossas vidas. Nossas vidas são este campo onde é possível sua compreensão. Somente nós podemos
testemunhá-la, ter consciência de sua existência. A sincronicidade acontece quando estamos em um estado especial de
consciência, quando há tranqüilidade interior, um momento sem ansiedades ou desejos, sem julgamentos ou emoções, um
momento simples, silencioso, zen. Somente assim ela ocorre”.
Portanto, para se criar condições para a realização da sincronicidade, é necessário o auto-conhecimento, o único
caminho possível para controlar os elementos em nós e dominar os pensamentos, as emoções e as vontades. Para ser seu
único senhor, é necessário conhecer a si próprio. Na Índia, a palavra Swami quer dizer isto: aquele que conhece a si.
Como diz RICHARD BACH: “cada pessoa, todos os episódios de sua vida, aí estão porque você aí os colocou. O
que você escolhe fazer com eles, depende de você!” E o que fazer com eles pode ser indicado pela sua intuição e
sincronicidade.
E realmente acontecem; por isso, fique atento!
Não é desprezado o Monismo puro, unívoco e determinista de BARUCH SPINOZA (1632 – 1677), uma vez que o ser
humano, com seu livre-arbítrio, é o seu próprio “determinista”, colhendo o que semeia. Na sua Ciência Intuitiva, BARUCH
SPINOZA admite o Criador Universal, Onipotente, Onisciente e Onipresente – Deus do Panteísmo, quando diz: “cada idéia
de um corpo qualquer ou de uma coisa singular, existente em ato, envolve necessariamente a ESSÊNCIA ETERNA E
INFINITA DE DEUS”.
Para que possamos compreender, talvez seja preciso um árduo trabalho: pesquisar os significados dos símbolos,
prestar atenção quando eles ocorrem, refletir a respeito. Mas a compreensão também pode surgir espontaneamente, sem
nenhum raciocínio lógico (Insight, como chamava JUNG).

EXAME SOB A LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA:

Os sonhos nascem do efeito da emancipação da alma


Durante o sono. Quando os sentidos estão entorpecidos,
Os laços que unem o corpo e a alma estão como que relaxados;
A alma assim está mais livre, recobra em parte suas faculdades
De Espírito e entra mais facilmente em comunicação com os
Seres do mundo incorpóreo
Allan Kardec

Em artigo publicado na REVISTA PORTUGUESA DE PARAPSICOLOGIA, ano 2000, os autores (Dr. Sérgio Razente
e Prof. Dr. Carlos Fernandes) destacam que: “Sobre o conceito de espiritualidade há uma enorme diversidade. Em filosofia,
o conceito de espiritualidade é diferente do assumido pelas vias místicas e esotéricas de construção de conhecimento. A
sabedoria popular desenvolveu um conjunto de argumentações, sejam religiosas, sejam folclóricas, do conceito de
espiritualidade que, pode significar tudo e nada ao mesmo tempo – Spiritus flat ubi vult (o espírito sopra em qualquer
parte), cf. São João, cap. 3, vers. 8.”
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Acrescenta ainda que: “A civilização começou com a cultura dos túmulos e rituais fúnebres. Daí as idéias de
imortalidade e do ‘para além’. A alma e o espírito entrariam neste grupo de idéias. O humano ‘aspira viver’, não se limita a
sobreviver como os restantes animais, a viver como as plantas ou ‘estar’ como as pedras. Por conseqüência, a procura do
‘além’ é inescapável para o ser humano. O povo satisfaz-se com o mercado mundial de crenças. Outros, nomeadamente
teólogos, filósofos e cientistas, refletem sistematicamente e ao longo de toda a vida sobre estas questões, oscilando
freqüentemente entre monismos e dualismos.
Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891) é aplaudida pela sua telepatia com os Mestres, o que redundou na
Teosofia, que esclareceu a Teoria do Conhecimento, através da sensibilidade mediúnica, sinônimo de “sincronicidade
junguiana”.
SIHA de Sind e seus colaboradores apóiam-se literalmente na obra de ALLAN KARDEC (1804 – 1869) e demais
pesquisadores Espíritas, quando fala da telepatia e clarividência, obtidas pela “sincronicidade junguiana”,
sincronicidade esta estabelecida pela similaridade de frequência vibratória de pensamento e mesmo pelo peso atômico
dos perispíritos em comunicação. A tese reporta-se ao “inconsciente coletivo” e “inconsciente individual” de JUNG, como
propriedade do perispírito, adquirida através de várias encarnações, justificando, assim, a Teoria das Idéias Inatas. Aliás,
as habilidades e aptidões de cada um se manifestam desde a infância ou são redescobertas e detectadas pelos testes
comuns de orientação vocacional e profissional, aplicados por psicólogos experientes na atualidade.
FRANCISCO CÂNDIDO Xavier nos trouxe os relatos de Emmanuel, André Luiz e outros Espíritos, apresentando
peças comprobatórias da imortalidade do ser humano.
A análise de conteúdo das mensagens espíritas demonstram que elas provêm de Seres Pensantes. Logo, os
Espíritos existem. Se continuam pensando, após a morte física é porque o Pensamento é atributo do Espírito. O
Pensamento é elaborado e processado no Campo Mental. Logo, o Campo Mental é do Espírito, porque sobrevive à morte
do corpo físico.
Como está exposto na pergunta 420 de “O Livro dos Espíritos”:

O Espírito não está preso no corpo como se estivesse


Dentro de uma caixa: irradia para todos os lados. Por
Isso, ele pode se comunicar com outros Espíritos,
Mesmo no estado de vigília, ainda que o faça mais
Dificilmente.

Não há dúvida de que ele também pode se comunicar com outras pessoas, desde que tais pessoas tenham a
necessária sensibilidade e o percebam.
O cérebro, mesmo em descanso, mantém seus neurônios em atividade, como verdadeiros chips, em miríades de
conexões simpáticas e energéticas, a partir das ligações fosfóricas do ATP, em circuitos interligados, decodificando cada
estímulo, seja do próprio corpo que dorme ou da alma em liberdade, a qual, mesmo à distância, aciona os elementos
básicos das vias neuronímicas, ainda não muito bem compreendidas pelos homens.
A cada estímulo, um quantum de memória, catalogado como o mais relacionado com o estímulo que chega, é
liberado, formando histórias, cenas e símbolos, muitas vezes interpretados no âmbito livre da imaginação.
É nessa compreensão que se deve observar a não-existência de uma simbologia geral, com significados
predeterminados, sendo possível deduzir que cada ser mental tem seus próprios símbolos, de acordo com suas fixações e
experiências nesse ou naquele setor da vida.
De qualquer forma, todos os exemplos assinalados como hipermnésicos (FREUD) são passíveis de análise Espírita.
Relata L. Palhano Jr., às pág. 43 e 44 da sua obra “O SIGNIFICADO OCULTO DOS SONHOS” (Publicações
LACHÂTRE, 2001) que: “as emoções profundas da vida de vigília, as questões e os problemas pelos quais difundimos
nossa principal energia mental voluntária, tanto no que diz respeito à infância quanto ao passado imediato, reaparecem em
nossos sonhos, porque, estando o espírito afastado com as suas principais preocupações, restam ao cérebro cacos que
ele rearruma como pode mediante os estímulos atuais que recebe. Mas é preciso reconhecer que, no geral, muitas
vivências da fase do sono provocam o reavivamento da memória cerebral, surgindo, aqui e ali, relâmpagos da memória
integral, passíveis de serem registrados e relembrados pelo arquivo celular, representado nos corpúsculos de Nils dos
grandes neurônios. A não-aceitação da existência do espírito tem sido o maior entrave para o entendimento completo da
realidade onírica”.
E conclui: “A humanidade permanece vivendo apenas os dados fornecidos pelos sentidos fisiológicos e incapaz de
discernir acerca da vida espiritual. O espírito liberto pelo sono é capaz de viajar muito longe, relacionar-se com muitas
outras personalidades no mundo espiritual, lembrar-se de acontecimentos passados e programar o futuro. No mais das
vezes, a vida da fase espiritual nada tem a ver com os fatos da vida de relação material. Não é difícil a compreensão dessa
realidade, a não ser que exista uma carga muito grande de ignorância e preconceito”.

28
CONCLUSÕES:

O assunto é complexo. Uma suposição irracional não implica que não exista o objeto analisado, mas simplesmente
que não podemos compreendê-lo de um ponto de vista de argumentação lógica. A ciência não implica necessariamente a
negação da espiritualidade. Seria um absurdo afirmá-lo.
Todos nós, acreditando ou não, estamos interagindo uns com os outros e com o Universo, com as energias que
perpassam os espaços que nos separam de outros seres e objetos. Ignorar estas energias é ignorar a capacidade do ser
humano de manifestar suas competências essenciais. Que energias seriam estas? A do Amor, por exemplo, é uma. Seria
possível tocar o amor? Na maior parte de nossas experiências, a realidade é intangível. A verdade está além dos fatos. Os
fatos são apenas pequenos indicativos desta nossa estrada da vida, rumo à nossa realização pessoal.
Ao nos darmos conta disso passamos a encarar as “coincidências” como sincronismos que nos dirigem a algum
lugar. Lembra-se de querer muito falar com um amigo que não via há muitos anos e de repente encontra-se com o irmão
dele na rua? Etc....Isto seriam apenas coincidências?
Na próxima vez que estes eventos ocorrerem em sua vida preste atenção. Pode ser que este seja o momento que as
respostas chegam às suas perguntas. Ao invés de simplesmente ignorar estes movimentos, esteja um pouco mais atento,
talvez uma grande oportunidade passe a se esboçar diante de seus olhos, de uma forma jamais imaginada. Pergunte-se:
por que isto aconteceu? Por que exatamente naquele momento e naquele lugar? Guarde as respostas que encontrar,
certamente logo mais você conseguirá reunir as partes do quebra-cabeças e encontrar uma resposta.
Por isso tudo precisamos sempre estar atentos, vigilantes, abertos às possibilidades de realidade que a vida nos
apresenta. Assim, sempre teremos condições de seguir o caminho para realizar nossas aspirações, na medida em que elas
estiverem alinhadas com o nosso Eu superior, com nossa Essência.
Estes mecanismos de realização – os sincronismos – permitem-nos mais liberdade e nos levam a desapegar-nos de
idéias que podem se modificar a todo instante, quando buscamos nos realizar pessoalmente, pois estaremos sempre
esperando pelo melhor, sabendo que o melhor nos ocorrerá, porque estamos ajustados à nossa essência divina, ao plano
superior da vida.
A sincronicidade está disponível para todos, mas quanto mais o indivíduo conhece a si mesmo e equilibra suas
emoções e pensamentos, mais passa a dispor desta energia divina, quanto mais consciência, mais Ela se manifesta. Desta
forma ela não será usada erroneamente.
Sempre nos lembremos que para chegarmos a este ponto precisamos conhecer a nós mesmos, pesquisar e
desbravar nosso Eu para termos sempre consciente a nossa parcela de atuação no mundo. O conhecimento da própria
individualidade e das interações que criamos com todos os seres nos coloca dentro de um grande sistema, A Teia da Vida,
segundo Fritjof Capra, onde tudo e todos estão unidos pela mesma corrente de energia.
Apesar de nós, ocidentais, termos muita dificuldade em entender esses eventos, muitas vezes acreditando que tudo
aquilo que não pode ser percebido pelos cinco sentidos ou explicados pela razão, seja considerado de menor valor, na
verdade, a sincronicidade nos proporciona um vislumbre interior e que há de fato um elo entre nós e o Universo. Mas
como os eventos significativos são manifestos em linguagem simbólica, podem dificultar seu entendimento e assim se
tornam ignorados e desprezados.
O Universo tem uma lei, uma harmonia, que às vezes desconhecemos. Choramos quando algo muda e foge de
nossas mãos. Não deixamos as mudanças ocorrerem, seguramos a vida.
Quando finalmente aceitamos que o desenho da nossa vida não nos pertence e que existe no Universo uma trama de
fios mais grandiosa e complexa, tudo muda... Ficamos mais atentos aos sinais que nos mostram os caminhos da ação
correta, a ação que aceita e se entrelaça amorosamente com os desígnios divinos.

Fontes e Bibliografia:
• L. PALHANO Jr. - “O Significado Oculto dos Sonhos”. Niterói/RJ: Ed. LACHÂTRE;
• KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”;
• Artigos publicados na Internet, de autoria de :
• Rosemeire Zago (Como seguir a intuição através das Coincidências da Vida);
• Uan Denes Roessler (Sincronicidade: uma Coincidência Significativa);
• Isabel Cristina Albuquerque (Sincronicidade e Realidade);
• Izilda Carvalho de Pina (Fragmentos da tese de Siha de Sind);
• Dr. Sérgio Razente e Prof. Dr. Carlos Fernandes (Ciência, Espiritualidade e Crenças na Reencarnação) – REVISTA
PORTUGUESA DE PARAPSICOLOGIA;
• Bruna Alves (SINCRONICIDADE – Mágicas Coincidências da Vida.

29
MAQUIAVELISMO

Ir. Valfredo Melo e Souza(*)

Ser um Maquiavel é o mesmo que ser intrigante, astuto, sem escrúpulos, usando de quaisquer meios para chegar
aos fins. Usar de maquiavelismo é empregar todos os ardis ou recursos para triunfar. A expressão - todos sabem - vem do
nome do famoso escritor italiano Nicolo Maciavelli (1469 – 1527) – o Maquiavel.
Começa tudo com uma deturpação na leitura popular de sua obra “O Príncipe (1532)”, cujo modelo é o
inescrupuloso e devasso César Bórgia (1476 – 1507), filho do Papa Alexandre VI (1491 – 1503), Rodrigo Bórgia, espanhol
de nascimento, que mais tarde renunciaria à púrpura para se tornar guerreiro e homem de Estado. Como embaixador em
Florença, Niccolo Machiavelli conviveu com César Bórgia, num de seus períodos mais afetados e com ele se correspondeu,
manifestando sempre profunda admiração pelos seus talentos. Na verdade, uma exaltação ao talento e ao engenho do Papa
Alexandre VI, homem de vida devassa, corrupto e de poucas virtudes cristãs.
Assim, desde os meados do século XVI esta é uma importante visão realista da teoria política. Época de uma
política extremamente corrupta. Machiavel acreditava que a política tem apenas um fim: o sucesso, não importando os
meios pelos quais ele é obtido. O bem-estar do Estado justifica qualquer tipo de ação. Em assuntos político, a necessidade
sobrepuja a ética; em conseqüência, os padrões de moral na vida pública são, obrigatoriamente, diferentes dos existentes
na vida privada, na teoria. Qualquer semelhança com cenas atuais, não é mera coincidência. É a ciência política de
Maquiavel.
A doutrina de “O Príncipe” defende a tese de que um comportamento justo pode converter-se num luxo por demais
custoso a um governante, e de que este, levado por circunstâncias, precisará cometer atos traiçoeiros e/ou violentos, à luz
dos negócios privados. Neste momento, cabeças rolarão.
Ensinava Maquiavel que governo nada tinha a ver com moral. Política e ética deviam separar-se uma da outra. Sua
obra total dá uma idéia mais completa e melhor lapidada de seus pontos de vista sobre a organização política do que ocorre
na Itália de seu tempo: “Discurso sobre os Primeiros Dez Livros de Tito Lívio” (1521), “Arte e Guerra” (1521), “História de
Florença” (1532), “O Príncipe” (escrito em 1521 e publicado em 1532).
Num dos capítulos intitulado “Como os Príncipes Devem Manter a Lealdade”, uma passagem marcante: “Um
príncipe não pode nem deve manter sua palavra, quando mantê-la lhe sai caro e quando desapareceram as causas que o
levaram a empenhá-la. Se todos os homens fossem bons, este conselho não seria bom, mas já que são desonestos e
desleais, não se deve ter a obrigação de ser-lhes leal e nunca príncipe algum ficou embaraçado por quebrar sua palavra por
motivos plausíveis... É bom parecer benigno, fiel, humano, religioso e sê-lo de fato, mas ... quando necessário não sê-lo,
deve-se ter a capacidade de saber quando mudar... Todos vêem o que o que se aparenta, mas poucos sabem o que é”.
Termina, o cientista político e escritor, sua obra, com uma inflamada “Exortação Para Libertar a Itália.”
Cinco anos depois de sua morte, a publicação de “O Príncipe” foi aprovada pelo Papa Clemente VII, seguindo-se a
esta, várias edições . Depois o Concílio de Trento ordenou a destruição da obra de Maquiavel e ele foi repudiado por
católicos e protestantes, todavia, é matéria vigente muito apreciada por governos atuais. Na verdade, Maquiavel foi
justificado e reabilitado no século XIX com os movimentos revolucionários na América, França, Alemanha e outros países.
Foram ávidos leitores de “O Príncipe”, Luiz XIV, Frederico da Prússia, Napoleão, Bismarck, Mussolini, Adolf Hitler e
tantos outros diplomatas e estadistas.

(*) Academia Maçônica de Letras do DF.

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
Periodontia e Endodotia –

 Acompanhamento Pré-Natal
Atendimento:  Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis
2ª, 3ª, 5ª e 6ª  8h às 11h – 14h às 17h  Prevenção do Câncer de Colo
 Prevenção do Câncer de Mama
 Avaliação Hormonal na Peri-Menopausa e Menopausa

Rua Prof. Miguel Couto, 257 Centro - Cabo Frio - RJ


Consultório:
Tel: (22) 2643.1786
Tel: (22) 2647.2164
(manhã)Clínica Santa Helena:
30
Tel: (22) 2643.3504
(tarde)
INTEGRAÇÃO DO NEÓFITO

“Quem a virtude uniu, a morte não pode


separar”- Este é um sentimento místico,
que faz todos os homens Irmãos”.

Para que uma Loja possa se reunir legalmente e ser considerada justa e perfeita, é necessário a presença de sete
Oficiais. Sem esse número não é possível haver uma reunião maçônica em Loja regularmente constituída. Nas sessões
magnas é exigível o número de treze Irmãos no mínimo, incluídos nele os visitantes.
Uma Loja, no Rito Escocês Antigo se Aceito, é composta pelos seguintes Cargos:
a) - São Luzes : o Ven.’. M.’., o 1° Vig.’. e o 2° Vig.’.;
b) -São Oficiais eleitos: Orador; Tesoureiro; Chanceler; Guarda do Templo;
c) – São OFICIAIS NOMEADOS: Mestre de Cerimônias; Secretário; Hospitaleiro; Primeiro Diácono; Segundo
Diácono; Cobridor; Primeiro Experto; Segundo Experto; Porta-Estandarte; Porta-Bandeira; Porta-Espada; Arquiteto; Mestre
de Harmonia; Bibliotecário; Mestre de Banquetes.
Além dos cargos enumerados, também fazem parte da Administração da Loja as seguintes Comissões Permanentes,
compostas de 3 (três) Obreiros cada uma: de Assuntos Gerais; de Finanças; de Solidariedade.
O Venerável é o presidente da Loja Maçônica; o Primeiro Vigilante é o responsável por sua coluna e substituo do
Venerável. O Segundo Vigilante substitui o Primeiro Vigilante e o Venerável na falta ou impedimento do 1° Vigilante. O
Orador é o responsável pela Lei Maçônica. O Secretário é o responsável pelos arquivos, atas, comunicações e outras
atividades da Secretaria da Oficina; o Tesoureiro é responsável pelas finanças da Loja; o Chanceler é o depositário do
timbre e do selo da Loja e pelos livros de presença; o Mestre de Cerimônias é o encarregado de todo o cerimonial da
Loja; o Hospitaleiro tem por missão circular o Tronco de Solidariedade, visitar Obreiros e dependentes doentes, presidir a
comissão de beneficência; o Arquiteto é o encarregado de tudo quanto pertence às decorações, ornatos nas cerimônias
no Templo; o Cobridor Interno (Guarda do Templo) tem por missão guardar a porta do Templo, verificar se os Obreiros
estão trajados regularmente; o Cobridor Externo é o responsável em fazer reinar silêncio nas cercanias do Templo, não
permitir que sejam ouvidos externamente os trabalhos realizados em Loja; os Expertos têm atribuições fixadas nos Rituais
e são substitutos eventuais dos Vigilantes.

31
Todos os Maçons, em geral, devem acatar e prestigiar aqueles que ocupam cargos, porque de tais procedimentos é
que resultam o esplendor e o encantamento dos trabalhos. O desempenho de qualquer cargo constitui um relevante
serviço prestado à Loja e à Ordem.
Mas os cargos da Loja Maçônica não podem ser vistos simplesmente pelo seu aspecto legal. Existe também o
aspecto esotérico que faz funcionar a LOJA ESOTÉRICA e para termos apenas uma visão geral desses aspectos
esotéricos, iremos verificar alguns deles. Os três cargos mais importantes da Loja são os de Venerável, Primeiro e
Segundo Vigilantes, que são chamados esotericamente de Pequenas Luzes. Essa importância hierárquica na Maçonaria
é contrabalançada pela Igualdade entre todos os Oficiais, visto que todos são Mestres Maçons e também, porque todos os
Maçons são iguais, posto que a Assembléia Maçônica é o ponto de equilíbrio do poder democrático maçônico, que, em
última instância, é que aprova ou não as decisões da administração.
A Maçonaria não é uma religião, e sim, uma fraternidade com membros dedicados a apoiar uns aos outros e às boas
obras e em fazer os bons homens ainda melhores. Denominados maçons livres, dela fazem parte membros de todas as
religiões e seus obreiros congregam-se em Lojas.
A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a todas as
religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo.
Certamente, com isso, nós maçons dizemos que ninguém pode discordar que Deus existe e Ele nos compele a fazer
o bem em nossas vidas e podemos assim parar toda discussão religiosa neste ponto; e sair e fazer o bem e ajudar a
humanidade. E assim, nós maçons convidamos qualquer crente em Deus a juntar-se a nós. Nós temos um Tora, uma
Bíblia Sagrada, temos o Alcorão, temos o Baghava Ghita. Assim que cada homem faz seu próprio empenho a Deus da
forma que ele o entende,de que ele vai ser um homem melhor e procurar servir à humanidade.
Chama-se, portanto, Loja, o retiro silencioso dos homens de boa vontade, o Templo augusto da caridade, do amor e
da educação cívica, onde se congregam os espíritos honrados para elaborarem a redenção dos povos e o progresso da
humanidade em todas as suas manifestações.
O Templo Maçônico é uma reprodução em ponto pequeno, do planeta, com sua abobada azul, com seu sol, sua lua e
suas constelações de astros que contam incessantemente a grandeza do Grande Arquiteto do Universo.
É na Loja que se esquecem as preocupações, que se calam os temores, se perdoam os agravos, se consolam os
muitos sofrimentos e se reacendem as esperanças.
Na Loja se educam os caracteres, se avivam as inteligências e se cultiva o espírito. Nela vamos em busca da paz da
alma. Ama-se a Loja porque ela é o símbolo da pátria. Ama-se a pátria porque ela é um pedaço do mundo, com todos os
amores e todas as esperanças.
Caríssimos Irmãos! A Loja Maçônica que queremos é onde realmente se igualem, onde a maioria respeite as
convicções da minoria, onde se cultive a fraternidade sinônima de amor sem condições e perdão, sem restrições. Onde
cada Irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que seus erros, deslizes e omissões são perdoados. Nela
pode haver equívocos, contradições, ilusões, mas que seja sua opção, o aprimoramento espiritual.
Não precisamos de uma Loja de homens bafejados pela fortuna; preferimos congregarmos onde ninguém se eleve
senão pelo trabalho, onde não haja acomodados.
Nossa Loja ideal é de pequenas dimensões físicas, mas de grandes obras, onde, no futuro, possa fazer de meus
amigos, de meus filhos ou de meus netos, meus Irmãos.
O que realmente nós estamos fazendo, é pegar um homem em particular, trazê-lo para a fraternidade através de
Iniciação a uma série de graus, e nesses graus, ele vai ser desafiado a olhar para coisas como honestidade, honra,
integridade, como fazer a si mesmo uma pessoa melhor, e nós fazemos isso através das Instruções (lições) ensinadas
nos graus, e tudo dentro da Maçonaria tem um significado simbólico e prático. Assim, enquanto ele está sendo desafiado a
olhar para dentro de si mesmo, como uma pessoa, ele vai ter de refletir sobre si mesmo, contemplar, meditar, pensar. Isso
não pode ser feito de uma forma pública; isso começa a ser feito na privacidade da Câmara de Reflexão e na seqüência no
ambiente da Loja, onde seus Irmãos, que já passaram pelo processo que o iniciado está passando, podem provê-lo, cuidar
dele, dar seu apoio a ele, e assim ele pode ver e refletir sobre a mudança na vida pela qual está passando. Porque isto é
um sério passo quando ele se torna um maçom-livre.
O Iniciado se compromete a tornar-se uma pessoa melhor em seu lar, em sua igreja, em todas as atividades da vida e
isso é feito na privacidade do ambiente de nossa Loja, e não de forma pública. E se colocássemos isso de forma pública,
simplesmente retiraríamos a importância daquilo que está sendo transmitido para o Iniciado.
No decurso de qualquer sessão, a nenhum irmão será lícito tratar de assuntos estranhos aos interesses da Ordem e
da Loja. Dentre outros, a Ordem considera como assuntos perniciosos, aqueles que versem sobre controvérsias religiosas
ou temas políticos.
Durante a decifração de balaústres e de expedientes não se dará a entrada em Loja, de Irmão visitante ou
retardatário. Os mesmos deverão aguardar a ordem de entrada. Quando autorizado o Irmão ingressante fará entrada
ritualisticamente ou não (com ou sem formalidade), a critério do Venerável, porém sempre deverá fazer a saudação
habitual, também deverá ir a mesa do Chanceler, a fim de apor no livro de presença sua assinatura, a vista do dito oficial.
32
Quando reunidos em Sessão, todos os maçons são iguais e,portanto, dignos do mesmo nível de respeito e
acatamento.
Todos os minutos dedicados a uma Sessão Maçônica traduzem momentos de ufania e de aprazimento para os
corações voltados ao progresso individual e da coletividade. A união se faz na flor que perfuma todas as idéias dedicadas à
causa do Bem e da Verdade. Eis porque durante as reuniões maçônicas, o Rito Escocês Antigo e Aceito sugere que se
mantenha a Bíblia sempre aberta naquele célebre Salmo 133 dos Cânticos de Davi.

Valdemar Sansão
Venerável Mestre
ARLS.’.Arnaldo Alexandre Pereira,n°636

Fonte de Consulta:
“BEM-VINDO À MAÇONARIA” VALDEMAR SANSÃO

Por que somente homens?


Porque esta é a nossa história e nossa tradição. Quando começamos, na Idade Média com os construtores, eles
moravam no local da obra e era um local de homens apenas, eram trabalhadores de serviço pesado em pedras, que eles
teriam de levantar e fazer seu desbaste, fazer trabalho nos edifícios , como era necessário. É uma tradição que nós
mantivemos até hoje.

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Água pura é mais saúde

Estações de tratamento de água;


Bombas dosadoras; Filtros centrais; Dr. Renato Figueiredo de Oliveira
Dessalinização; Limpeza de caixas CRM 52 / 02130-7
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