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SEQUÊNCIA DIDÁTICA - Língua Portuguesa.

Turmas: 9º A, B e C

Tempo previsto: 05 aulas

Objetivos propostos:
Proporcionar a leitura, o conhecimento e o reconhecimento de gêneros textuais
diversos (Crônica, Relato Pessoal e Biografia), bem como suas características
peculiares, com o objetivo de enriquecer o repertório textual, a aquisição de
vocabulário distinto e a oportunidade de escrita do gênero proposto.

Habilidades contempladas:
(EF69LP53, EF69LP46)

Procedimentos metodológicos:
1. Leitura compartilhada, compreensão e interpretação do texto “Banhos de mar” de
Clarice Lispector.
2. Responder questões interpretativas e de compreensão do texto citado.
3. Indicar para casa a pesquisa da biografia da referida autora, para trazer na aula
seguinte para a leitura.

*Proposta de vídeo ou slide:


Relato pessoal

 Segunda-feira, 04/03/2024

1º Passo- Leitura atenta do texto proposto. Deverá ser feita três leituras, ou seja, uma
leitura silenciosa por todos; uma leitura completa pelo professor e uma leitura
compartilhada pelos estudantes.

Obs. Durante a leitura silenciosa, o estudante deverá identificar palavras cujo


significado seja desconhecido e destacá-las (Na atividade escrita terá o momento dele
inferir para tentar descobrir os significados).

Obs. o aluno não terá acesso ao vocabulário abaixo, ele deverá inferir/descobrir o
significado das palavras.

Glossário:
Inaudito: que nunca se ouviu; de que não há exemplo.
Salutar: benéfico para a saúde, saudável.
Ventura: felicidade, alegria.

CRÔNICA: BANHOS DE MAR - CLARICE LISPECTOR

Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de
mar. E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes do
sol nascer. Como explicar o que eu sentia de presente inaudito em sair de casa de
madrugada e pegar o bonde vazio que nos levaria para Olinda, ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E
de puro alvoroço, eu acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto
da família. Vestíamos depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que
assim devia ser: em jejum. (...)
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança
completa de alegria. E me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha
capacidade de ser feliz se revelava. Eu me agarrava, dentro de uma infância muito
feliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.
O mar de Olinda era muito perigoso. Davam-se alguns passos em um fundo raso
e de repente caía-se num fundo de dois metros, calculo.
Outras pessoas também acreditavam em tomar banho de mar quando o sol
nascia. Havia um salva-vidas que, por uma ninharia de dinheiro, levava as senhoras
para o banho: abria os dois braços, e as senhoras agarravam-se a eles para lutar
contra as ondas fortíssimas do mar.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava. As algas boiavam. Oh, bem sei
que não estou transmitindo o que significavam como vida pura esses banhos em
jejum, com o sol se levantando pálido ainda no horizonte. Bem sei que estou tão
emocionada que não consigo escrever. O mar de Olinda era muito iodado e salgado. E
eu fazia o que no futuro sempre iria fazer: com as mãos em concha, eu as mergulhava
nas águas e trazia um pouco de mar até minha boca: eu bebia diariamente o mar, de
tal modo queria me unir a ele.
Não demorávamos muito. O sol já se levantara todo, e meu pai tinha que
trabalhar cedo. Mudávamos de roupa nas cabinas, e a roupa ficava impregnada de
sal. Meus cabelos salgados me colavam na cabeça.

Então esperávamos, ao vento, a vinda do bonde para Recife. No bonde a brisa ia


secando meus cabelos duros de sal.
A quem devo pedir que na minha vida se repita a felicidade? Como sentir com a
frescura da inocência o sol vermelho se levantar? Nunca mais?
Nunca mais. Nunca.

Clarice Lispector. A descoberta do Mundo. Págs. 249-251. Editora Nova fronteira, Rio, 1984.

2º Passo: Copiar no caderno e responder as questões abaixo:

Entendendo o texto:

01 – Para o pai da autora os banhos de mar eram uma forma de fazer ou uma terapia
(tratamento de doenças)?

Para eles os banhos de mar eram uma terapia.

02 – Segundo ele, quais as duas condições para que o banho de mar fosse bom para
a saúde?
Devia ser tomado em jejum e antes do sol nascer.

03 – No texto, a autora dá maior destaque:


( ) Ao prazer físico que os banhos de mar lhe davam.
(X) À grande alegria e felicidade que as temporadas de banhos de mar lhe
proporcionavam.
( ) À animação e alegria dos banhistas na praia.

04 – Aponte as afirmativas que estão de acordo com o texto.


Para a menina Clarice Lispector (que morava em Recife), a viagem diária às praias de
Olinda era:
(X) Um presente extraordinário.
( ) A melhor maneira de passar as férias.
(X) Uma promessa, um sinal de felicidade futura.
(X) Uma ilha encantada, onde esquecia as amarguras de menina pobre.

05 – Releia o quarto parágrafo e diga se a infância da autora, na época, era feliz ou


infeliz.

A infância da autora, na época, era muito feliz.

06 – Ao relembrar aqueles momentos felizes de sua infância, a autora sente-se:


( ) Triste ( ) Desanimada. (X) Emocionada.

07 – Cite a frase em que a autora fala do encantamento, do enlevo que ela sentia no
contato com o mar.
O cheiro do mar me invadia e me embriagava.

08 – A autora interrompe frequentemente a sua narrativa para fazer comentários, falar


de si mesma, expor seus sentimentos. Comprove isso com frases do texto.

E nunca fui tão feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda.

 Terça-feira, 05/03/2024

1º Passo: Observar nos cadernos a atividade do dia anterior (antes da correção e


anotar quem respondeu e quem não respondeu). E só depois disso fazer a correção.

2º Passo: Verificar quem fez a pesquisa sobre a autora. Caso alguém tenha feito
solicite destes que deem informações sobre quem é Clarisse Lispector. Por exemplo,
você poderá fazer uma perguntar a cada aluno: Qual a profissão de Clarisse? Onde
ela nasceu? Quando ela veio para o Brasil e com qual idade? Dentre outras
informações que julgar pertinente. (Segue uma pequeno trecho biográfico para lhe
orientar, caso nenhum aluno tenha feito, leia esse para eles).

Quem é Clarice Lispector?


Biografia de Clarice Lispector

Haya Pinkhasovna Lispector nasceu no dia 10 de


dezembro de 1920 na cidade ucraniana de
Tchetchelnik. Descendente de judeus, seus pais,
Pinkhas Lispector e Mania Krimgold Lispector,
passaram os primeiros momentos de vida de
Clarice fugindo da perseguição aos judeus
durante a Guerra Civil Russa (1918-1920).
Diante disso, chegaram ao Brasil em 1921 e
viveram nas cidades de Maceió, Recife e Rio de
Janeiro, onde passaram algumas dificuldades
financeiras. Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês,
hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de
escrever poemas.
Em 1939, com 19 anos, ingressou na Escola de Direito da Universidade do Brasil e
começou a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura. Fez cursos de
antropologia e psicologia e, em 1940, publicou seu primeiro conto, intitulado “Triunfo”.

Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começou sua carreira de jornalista. Nos
anos seguintes, trabalhou como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio
da Manhã e no Diário da Noite. Em 1943, casou-se com o Diplomata Maury Gurgel
Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com
esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.

Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países, desde Itália,
Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959 e, quando
resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.

A escritora foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Seu nome,


Clarice, foi uma das formas que seu pai encontrou de esconder sua família quando
chegaram ao Brasil (Era comum as famílias mudarem de nome para fugirem das
perseguições). Clarice faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, véspera de seu
aniversário de 57 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer de ovário.

3º Passo: Biografia – Após a leitura da biografia de Clarice Lispector, perguntar aos


estudante se eles sabem o que é uma biografia (aguardar e instigar as respostas);
Após as respostas dos alunos, concluir pedindo que anotem no caderno:

BIOGRAFIA

A biografia é um gênero textual que relata a vida de uma pessoa importante


e/ou conhecida socialmente, apresentando suas principais ações e experiências, bem
como seus legados. Na Biografia, o texto é escrito em 3ª pessoa [ele/ela], ou seja, o
narrador não participa dos fatos contados. Se a própria pessoa tiver contando sobre a
sua própria história temos, nesse caso, uma autobiografia e pode ser escrito em 1ª
pessoa (Eu/ Nós).
Nesse gênero textual, os fatos seguem a ordem dos acontecimentos durante
as fases da vida de alguém, que pode ser uma pessoa ou personagem.
A palavra biografia é composta pelos termos de origem grega bio (que significa
vida) e grafia (que significa escrita). Portanto, a Biografia é a escrita da vida de
alguém.

Características da biografia:

 Narração da história da vida de uma pessoa ou personagem;


 Escrita em terceira pessoa;
 Sequência cronológica dos fatos;
 Utilização de marcadores temporais (na infância, na adolescência,
naquela época, etc.);
 Predomínio de verbos no pretérito perfeito (foi) e imperfeito (era).

 Quinta-feira, 07/03/2024

Atividade: Copiar, responder e correção.

 Leia novamente o texto “Banhos de Mar” e responda as questões


seguintes:

1. As viagens a Olinda para o banho de mar eram, para a menina,


(A) simplesmente rotineiras.
(B) extremamente prazerosas.
(C) bastante cansativas, mas agradáveis.
(D) monótonas, apesar de divertidas.
2. A caminho da praia a família passava por uma área que lembrava um ambiente
rural, como se constata pelos parágrafos:

(A) segundo e terceiro.


(B) terceiro e quarto.
(C) quarto e quinto.
(D) quinto e sexto.

3. De acordo com o texto, para o pai, a temporada de banhos de mar NÃO era um(a):
(A) pretexto para um passeio com a família.
(B) período destinado a cuidar da saúde da família.
(C) hábito salutar a ser repetido anualmente.
(D) prática saudável e que deveria seguir um certo ritual.

4. “Minha capacidade de ser feliz se revelava.”


Pela leitura do sétimo parágrafo do texto, conclui-se que essa capacidade de ser feliz
resulta:
(A) da inexistência de problemas em sua infância.
(B) de sua cega confiança no futuro.
(C) de poder viver intensas alegrias com os pequenos presentes da vida.
(D) do desejo de viver em constante euforia.

5. “De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa.”


A palavra que pode substituir mas no texto, por ter sentido equivalente, é:
(A) pois.
(B) portanto.
(C) porém.
(D) porque.

6. O pronome destacado NÃO indica posse na seguinte frase:


(A) A brisa da madrugada tocava-lhe o corpo.
(B) A expectativa mantinha-lhe o coração acordado.
(C) Faltava-lhe vontade de voltar para casa.
(D) O sal impregnava-lhe as roupas.

7. A palavra destacada NÃO corresponde a uma preposição em


(A) “...sair de casa de madrugada...”
(B) “...que nos levaria para Olinda...”
(C) “...saíamos em jejum.”
(D) “Saíamos por uma rua toda escura,”

8. A forma do verbo clarear está INCORRETA em


(A) O sol clareia o mundo.
(B) A irmã clareou os cabelos.
(C) Abra as janelas para que o dia clareie a sala.
(D) Clariamos a roupa ao sol.

9. Qual a forma correta do verbo Clarear na frase que você marcou na questão
anterior? ________________________________________________________

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