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SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

OBRAS DO MESMO AUTOR

Primeiro livro de leitura, refundido por Epaminondas de Car­


valho, 1 volume in-16 grande, ornado de numerosas Ilus-
trações, sendo muitas coloridas, cartonado.
Segundo livro de leitura, refundido por Epaminondas de Car- ■
valho, 1 volume in-16 grande, ornado de numerosas ‘ilus- I
trações, sendo muitas coloridas, cartonado.
Terceiro livro de leitura (curso médio das escolas primárias),
refundido por Epaminondas de Carvalho. 1 volume in-16
grande. ornado de numerosas ilustrações, sendo muitas
coloridas, cartonado.
Quarto livro de leitura, refundido por Epaminondas de Car-
valho, (curso superior das escolas primárias), ornado de
numerosas ilustrações, cartonado.
Quinto livro de leitura, refundido por Epaminondas de Car-
valho (curso superior de leitura nas escolas primárias;
este volume é o último da série), ornado de numerosas gra­
vuras, sendo muitas coloridas, 1 volume cartonado.
Elementos de gramática da língua portuguesa, 1 vol. cartonado.
Exercícios da língua portuguesa, correspondentes à Gramática
portuguesa, 1 volume cartonado.
Instrução Moral e Cívica
SEGUNDO LIVRO
DE

LEITURA
DE

Felisberto de Carvalho

Desenhado e. refundido

por

Epaminondas de Carvalho

117.a EDIÇÃO

LIVRARIA FRANCISCO ALVES


166, Rua do Ouvidor, 166 — Ric de Janeiro-
S. PAULO I BELO HORIZONTE
292» Rua Libero Eadaró | Rua Rio de Janeiro, 655
1959
Não ao Dizetoz do Pedaqoqium,
ainda que nessa qualidade muito o me­
reça,—mas ao ilustze mestze, ao homem
de tão qzande cozação a quem ]á ad-
mizava e hoje venezo

o Dr. J. J. de Menezes Vieira,

vênia peço para ofezecez este meu tza-


balho.

Nitezói, Junho de 1891.

Felisberto de Carvalho.

Reservados os direitos de propriedade, inclusive a dos desenhos.


AO PUBLICO

Tendo-nos alguns professores indicado no Primeiro


Livro de Leitura de Felisberto de Carvalho algumas
faltas, tais como exercícios sôbre as letras Y e Z, resol­
vemos refundir inteiramente os cinco livros de leitura
daquele autor, afim de corresponder à aceitação con­
tínua, que estes livros têm merecido.
Para este fim encarregámos os ilustres lentes da
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, os Drs. Mar­
tins Teixeira e Oscar de Souza, de fazerem uma leitura
destes livros; o primeiro revendo principalmente todos
os assuntos sôbre Física e Química, e o segundo tudo
o que diz respeito às Ciências Naturais, escoimando-os
de qualquer expressão imprópria, que acaso tivessem, e
pondo-os de acordo com as novas teorias, as novas
classificações e as últimas descobertas.
Para coordenar as notas destes professores não po­
díamos encontrar pessoa mais competente que o dis­
tinto moço, o Snr. Epaminondas de Carvalho, filho de-
Felisberto de Carvalho e colaborador dele nestes mes­
mos livros de leitura.
Cheio de entusiasmo, aceitou o Snr. Eparílnondas
de Carvalho a incumbência de ser o continuador da
(J SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

obra de seu ilustre pai, modernizando-a, sem tirar-lhe


o cunho altamente didático.
São do Snr. Epaminondas de Carvalho todos os
desenhos que tornam tão atraentes estes livros de lei­
tura, desenhos feitos com tal naturalidade que os Snrs.
Aillaud & C., de Paris, nos pediram autorização para,
em suas edições, se utilizarem dêles, principalmente
dos que tratam de assuntos do Brasil.
Igualmente nos participaram êsses senhores, que
os autores do seu Novo Dicionário francês-português e
português-francês, ilustrado, tinham adotado, como
clássica a nomenclatura da fauna e da flora do Brasil
dos livros de leitura de Felisberto de Carvalho.
Por nosso lado não poupámos esforços para que
êsses livros continuem a ter o benévolo acolhimento
.dos professores de nossa terra.

Rio de Janeiro, 1906.

Os Editores.

NOTA DA 92? EDIÇÃO


Nesta edição, refundimos totalmenle a parte maté­
ria do livro, inclusive os desenhos, que foram todos
mo ernizados. Além disso, dada a tendência para su-
Pri^ o uso das “lousas" escolares, foram retirados
°S Exereicios Logográficos”, em fundo preto, e, em
'coviados’'n.cluir“ml'se modelos de caligrafia a serem
copiados pelos alunos.
0 ensino de leitura corrente C)

O ensino da leitura corrente deve tornar os alunos aptos


para lêrem de modo exato, facil, claro e convenientemente rá­
pido, uma sucessão de frases ligadas pelo sentido, articulando
bem e pronunciando corretamenle as palavras, sem estropeá-
las ou repeti-las, dando às silabas o seu valor prosódico, e fi­
nalmente observando as pausas e ligações que forem precisas.
A leitura deve ser suficientemente lenta, porquanto, sendo
muito rapida, dá lugar à omissão de palavras ou de silabas, e
não permite que o leitor compreenda o que lê, o que aliás é
indispensável.
Articular a palavra é dar cada som que nela se contenha e
é representado pela vogal, por mais de uma posição tomada
pela lingua e pelos lábios, para obter-se a modificação indi­
cada pela letra consoante que vier junta à vogal.
Concebe-se facilmente que o melhor meio de corrigir os ví­
cios de articulação, é estudá-la bem, para fazer tomar pelos
alunos, a posição que os orgãos da bôea devem ocupar na
articulação que se pretenda retificar.
Pronunciar é não sómente articular uma consoante, mais
ainda dar á vogal da silaba o seu valor e a sua extensão. A

(1) Tratado de Metodologia de Felisberto de Carvalho.


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

bôa pronunciação dá beleza à leitura, tanto quanto a má tor


na-a insuportável. E’ portanto indispensável que se não des
cuide o professor de continuar, na leitura corrente, a exigir
dos seus alunos a pronunciação a que os deve ter obrigado na
leitura elementar. Assim o professor se esforçará para extir­
par nos seus discípulos os graves defeitos: — de pronunciar
uma palavra dividindo-a em duas ou mais partes; de lêr
cantando, ou num mesmo tom sempre, ou elevando a voz no
fim de cada palavra; —- finalmente, de pronunciar a palavra
articulando de modo particular certas consoantes, desfiguran­
do as sílabas, ou alongando desmedidamente as vogais.
As ligações na leitura consistem em unir convenientemente
as consoantes finais com as vogais iniciais das palavras se­
guintes. Para obter a ligação necessária, deve o professor evi­
tar principalmente que o aluno-, parando no fim de uma pala­
vra, leve contudo a última consoante dessa palavra a unir-se
á vogal inicial da seguinte; isto é, que, lendo — elas amam,
elas ouvem, diga o menino — ela... zamam, ela... zouvem
As pausas são necessárias não sómente para a clareza da
leitura, para sua beleza, como ainda para que o leitor não se
fatigue, podendo respirar de modo preciso. Elas são indica­
das pela pontuação; todavia acontece muitas vezes que o leitor
deve fazer pausa depois de certos grupos de palavras, sem que
seja isso indicado por sinal algum de pontuação: — é uma
questão de gôsto, que sómente pode ser resolvido pelo senti­
mento da harmonia.

Marcha a seguir para dar uma lição de leitura corrente-

1° O mestre lê convenientemente o trecho, que não deve


ser muito longo.
Observação: Durante essa leitura o professor não pc^s_
de vista os alunos, mas antes seu olhar deve dirigir-se
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA _______ 9

tantemente do livro sôbre eles, afim de mantê-los atentos, e


obrigá-los a seguir a leitura, que será feita sempre lentamente.
° Depois de haver lido, verifica o professor si os alunos
2.
compreenderam bem o assunto, na sua generalidade e ein
cada um dos pensamentos, que o desenvolvem, explicando-os
quando não hajam sido entendidos por algum aluno.
° Si o aluno cometer alguma falta na leitura, fará o
3.
professor que outro aluno corrija esta falta, corrigindo-a ele
mesmo só quando nenhum aluno o possa fazer.
4.’ Depois de cada lição de leitura, o professor estenderá
as idéias adquiridas pelos alunos durante esses exercícios,
estabelecendo para isso uma conversação em que ele interro­
gará o aluno, incitando-o a que por sua vez lhe dirija fre­
quentes perguntas ou sobre o objeto das explicações dadas, ou
relativamenle a outro que nelas se compreenda.
LIÇÃO 1/
Julia, a boa mãe

Leitura
Júlia, a bôa mãe, brincava para entreter o
filhinho, que está assentado na cadeira que, ao
mesmo tempo, lhe serve de mesa e de carro.
Ela prendeu uma pena de galinha à ex­
tremidade de um fio de linha e não deixa que
o gato a segure..
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA
14

Meninos! Muito devemos nós a nossã


mãe, que tudo faz para nos ver alegres.
Oh! Sêde sempre muito amigos de vossa
mãe, e não acrediteis nunca que tenhais com­
pensado em excesso o que ela fez por vós.,

PARA COPIAR;
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 15

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que faz Júlia para divertir o filhinho?


— Onde está este?
— De que lhe serve também a cadeira?
— Que quer o gatinho?
— Porque é que Júlia não deixa o gati­
nho agarrar a pena?
— Que sentimento experimenta Júlia
nessa ocasião?
— Como devemos proceder sempre rela­
tivamente a nossa mãe, e porquê?
LIÇÃO 2.*
Uma ‘'Cão proveitosa

Leitura
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 17

— Oh! disse o pai, pois ainda não sabes


ver que horas são1?
Amália sorriu-se e respondeu:
— Ainda não, papai. Eu acho isso tão
difícil. . .
— Pois vais vêr que não é tão difícil
assim.
E o pai, tomando um pedaço de papel, em
que traçou diversas circunferências, exerci­
tou Amália no conhecimento das horas, dizen­
do-lhe que um dia tem vinte e quatro horas.
cada hora sessenta minutos, e cada minuto
sessenta segundos .j

PARA COPIAR*:

CL CLotlçlIlclj o%clo

tl/nAcu OÁ/YLclcuZiztt

u/m, cLlcb cmw Aat òalcu cL jxmv


18 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que idade tinha Amália?


— Que fazia ela com seu pai, na sala de
jantar?
— Que perguntou Amália a seu pai?
— E que lhe respondeu êste?
— Que disse depois Amália a seu pai?
— E êste, que foi que disse, então, e o que
fez?
— Quantas horas tem um dia?
— Quantos minutos formam uma hora?
'—E cada minuto quantos segundos tem?
—Que horas marca o relógio desta lição?
LIÇÃO 3.‘
O papagaio

Leitura
Estes meninos divertem-se, fazendo subir
um papagaio. Não é verdade que já possuístes
um papagaio dêsses e que já o soltastes muitas
vezes?
22 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

CX QAz,

Cj/Uíz ZvubcezcLt/ cuò -^atKcuò cL^zmKcLa /> aoo

Lalãcò cLoo qjcwaaxxuXcuô, uowaw Zizclo-

UATV ckKz> C^tUz <3ÃXl/nJU>/n,,0W-ò SòIclcLoò


XlwxLoô cLcu (XmMZca? cta'Ylo/cta, cxarc-

«ôzx^axÃUz zô^LtcLaA/.

ivmzi/

/nxx-
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 23

cLoTLíaÁaxI/ nrceXcoto; cu o^iu> M cLco cr

Exercício de raciocínio e de elocução


— Para que serve a cauda que se coloca
nos papagaios?
— Que pó de significar essa palavra —■
papagaio?
— Porque é que sobem os balões e as bo-
'has do sabão?
— Que nome se dá aos homens que sobem
nos balões?
— Quem foi que inventou o pára-raios e
onde o fez?
— Que é o para-raios e que utilidade
tem?
— Que perigo podem correr os meninos
que brincam com êsses papagaios?
— Que vantagens oferece o campo, para
ser preferido pelos meninos que soltam pa­
pagaios?
— Que devemos fazer, relativamente à
nossa saúde, e porque?
LIÇÃO 4.*
O Sol e a Terra

Leitura

0 sol já se vai pondo, isto é, já vai desa­


parecendo no horizonte: breve será noite e
as outras estrelas e os planetas aparecerão
no. céu.
As outras estréias, dizemos, porque o Sol
é também uma estréia..
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 25

Não julgueis que é verdade o que nos pa­


rece relativamente ao Sol e à Terra, isto é, que
o Sol se levante em um ponto, e se deite em
outro, ou, por outras palavras, que êle se inova
em tôrno da Terra. 0 Sol está fixo em relação
à Terra: esta é que, girando sôbre si mesma,
vai apresentando ao Sol as diferentes partes
de sua superfície.
Buscai um fóco luminoso, uma vela, por
exemplo, e colocai em frente dêle uma la­
ranja, uma bola, atravessada por uma vara. Se
tomardes as extremidades dessa vara, e fordes
fazendo girar a laranja, a superfície desta
ir-se-á iluminando de uma parte, ao passo que
a outra parte irá deixando de receber os raios
luminosos, até ficar completamente obscura.
26 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Também nos parece que a Terra é maior


que o Sol e, no entanto, ela é menor do que
ele um milhão e quatrocentas mil vezes .j
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 27

PARA COPIAR:

jQo cLccl.Lci/ ta/mlx/nv muZÜcLò xAÍ/lg-

£• cr c^ux, zmazCücLg ccrrrv cu Qmaxl-.HIct

u/mzv 'pXVbti/ cL /MCCU ZMX|Wl|ícít/ /llcJj-o

z 1 Lcuo' ju, jaoLò, cr c^jju jacLòocu xm


tôwco' cLcb cloVbCL: Xòtcu L CJbUL/ CjVbCU x/nv

{wYbtt/ cLdo/cLa/acLoz x/rrv 5xò4xttcLcLcr oO


28 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Q^CKl/ce/yLCLCLÒ A/Y\X^CL/YMXrYYV^^

pxybta/rbto-, j/ulxj-a/u pz/cuõ cu|a<i/ú/nx^LcU).

Exercício de raciocínio e de elocução

'— Que é o Sol?


— Sómente de noite há estréias no céu?
— Se há de dia também, porque não as
vemos nós?
— E’ certo que o Sol se levanta em um
ponto e deita-se em outro?
— Se não é essa a verdade, qual será ela?
— Que é que resulta do movimento da
Terra sobre si mesma em frente do Sol?
— Quando é dia, e quando é noite?
— Quantas vezes é o Sol maior que a
Terra?
1—Que devemos pensar dos juízos que se
formam apenas pelas aparências, e por quê?
LIÇÃO 5.»
O castigo do orgulho

Leitura

Felisberto de Carvalho — 2.° livro


30 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

matem c&m
Um de seus amiguinhos tinha uma grande
corneta, outro uma bandeira, outro um uni­
forme, e dois ou três possuíam espingardas
Estes, quando se apresentaram para a revista,
tiveram os louvores de Alfredo; mas os outros,
os que, sendo pobres, nada mais tinham senão
paus de vassouras para fingir de espingardas,
êsses, desde logo, incorreram no desagrado
do orgulhoso menino.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 31

Foi uma clamorosa injustiça, porque êles


não haviam feito mais nem menos do que os
outros que tinham uniforme, espingarda, ban­
deiras ou corneta.
Continuando a marcha, passou o batalhão
por diante de uma casa, da qual saiu um gran­
de cão, que, ladrando furiosamente, avançou
contra Alfredo. Este se viu logo abandonado
por seus camaradas, que fugiram; mas os gri­
tos de Alfredo foram ouvidos pelos meninos
que haviam sido expulsos do batalhão, os
quais, indo em socorro daquele que os mal­
tratara, esquecendo a ofensa, pusefam em
fuga o terrível cão, tantas foram as pauladas
que nele deram com os paus de que se acha­
vam armados!
Vêde, pequenos leitores, como foi casti­
gado o orgulhoso Alfredo, e como foi nobre o
procedimento daqueles a quem êle havia re­
pelido .

PARA COPIAR:

mwXcx jzntéy, c Q>c4xcLlÍh/iKi/-A6


32 SEGUNDO LIVHU DE LEITURA

Cx/dxy cLücb
u/m, umÃ^ownz/

Jb IVYYVCb

u/m>

&nv tocLo' caAo;

©nn^dyto', o>wtaz>! THxvvcKaz! ôò

rtcnzkjMYYb cklu) ^mÂlcLmcuixzÂxwò^m


CbtpuxLa zAvpLclcnxz-ac, itccuA/ óxxcl

-^xitdZLãxy.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 33

Exercício de raciocínio e de elocução


— Quem era Alfredo e para que convidou
os amigos?
— Porque lhes fez tal convite?
— De que modo compareceram os meni­
nos à revista?
— Como procedeu Alfredo para com êles.
— Que disse Alfredo quando se colocou
à frente do batalhão?
—Que fez Alfredo porque os meninos não
sabiam marchar bem?
— Serieis capazes, meninos, de fazer o
que êle fez?
— Que foi que aconteceu a Alfredo,
quando ia à frente do seu batalhão?
— Como classificareis o procedimento
dos meninos que abandonaram Alfredo?
— E o que fizeram os que êle havia re­
pelido?
— Que quer dizer: — Ele repeliu os
companheiros?
— Porque se diz que Alfredo foi casti­
gado assim?
— Que idéia fazeis do caráter de Al­
fredo?
— E do de seus companheiros que o so­
correram?
LIÇÃO 6.‘
Descobrimento do Brasil

Leitura
Caros meninos: O nosso Brasil foi desco­
berto por Pedro Alvares Cabral, um nave­
gante português, que havia recebido de D.
Manuel, rei de Portugal, a missão de ir às ín­
dias para assegurar o comércio dessa região.’
Em sua viagem, afastando-se Cabral da costa
d’Africa, e desconhecendo a existência das
correntes oceânicas, foi por elas trazido a esta
parte da América, a que denominou Ilha de
Vera-Cruz, porque supôs que fosse uma gran­
de ilha.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 35

Então, Cabral saltou na terra, de que to­


mou posse em nome do rei de Portugal.
Ainda que a Cabral se atribua o desco­
brimento do Brasil, cumpre dizer que, antes
36 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

dele, já outros navegantes de nacionalidade


espanhola haviam tocado em alguns pontos de
nossa terra.

PARA COPIAR:

'TYLculò toAclo, |oi> xaílg wm ZíxaÂóXò-


CulcLo' pjílcy cL «Qwlci/ cLb jAcmtcn Glu^ ;

^ímzwTTLe/ixtiL/ pxAy cLb BazUwL, p-oV

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1500, c^tw cxayLòíx>w CcJplclL u/rru monatu

ucLr 'vuito' naxy ck l?óAco<v,


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SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 37

Exercício de raciocínio e de elocução

— Quem foi que descobriu o Brasil?


— Gomo?
— Que nome deu Cabral à nova terra l
— Que outro nome teve depois?
— Porque se chamou Brasil?
-— Em que dia avistou Cabral o primeiro
ponto de nossa terra?
— Como denominou êsse lugar e porque?
— Qual foi o primeiro pôrto descoberto
e que nome lhe deu Cabral?
— Que fez Cabral, depois de achar abrigo
seguro para seus navios ?
— Foi efetivamente Cabral o primeiro
navegante que tocou na terra hoje denomina­
da Brasil ?
LIÇÃO 7?
Os animais

Leitura
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 39

Os vertebrados compreendem as seguin­


tes classes:
1.* Mamíferos, como o homem e todos os
que mamam durante o primeiro período de
sua existência. Alguns animais dessa classe

se assemelham às aves, como, por exemplo, o


morcego; outros aos peixes, como a baleia e
o golfinho.

2.* Ãvè^que todos vos


conheceis c cujo tamanho
varia desde o beija-flôr
até o avestruz. Entre elas
se encontram as domésti­
cas, o peru, por exemplo.

40 SEG U N DO LIVRO DE LEITURA

3.* Peixes, de que ha tão variadas espé­


cies, como o tubarão e tantos outros.

5. Batráquios, como o sapo e a rã.


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 41

Os invertebrados se
acomodam nas seguintes
classes:
1.* Moluscos, tais
quais os caracóis, as os­
tras, etc..

2.‘ Anelados: os in­


setos, tais como os gafa­
nhotos, as abelhas, as
cantáridas, a cochonilha,
que dá o carmim, etc.;
— as aranhas, de que há
várias espécies..

3? Zoófitos: corais, esponjas, etc.


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

TTL/m/yl<yz>. -

ojYvÀJYyvo^y, cowww, w x/nXo/nto;


>acuAculò cj/tw oô Q/m/n%coU> Zlg cLi/iyü-

cL/w juyyi, hxaXJiAxxcLoô L LTUUVbtZZjAXX.-


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 43

Exercício de raciocínio e de elocução

— Como se dividem os animais em geral?


— Porque teem essas denominações?
— Quais são as classes dos vertebrados?
— A que classe pertence o morcego, a-pe-
sar-de assemelhar-se às aves?
— E qual a classe da baleia e do golfinho,
ainda que pareçam peixes?
— Dai-nos exemplos de cada uma das
classes dos vertebrados.
— Quais são as classes dos invertebrados?
-— Exemplos de cada uma delas.j
LIÇÃO 8.*.
As Tartarugas

Leitura

Joaninha diverte-se dando de comer às


tartarugas, que passeiam à margem do lago.
Dois homens que estão um pouco adiante,
admiram-se de que êsses animais não fujam
da mocinha; porém, como fugir se, em vez de
espantar as tartarugas, como na sua idade era
natural que o fizesse, Joaninha lhes dá pe­
dacinhos de pão?
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 45

Ha uma tartaruga de cuja carne se faz


excelente sopa: é a que se conhece, ao Norte
do Brasil, pelo nome de uruanã.
Como as aves e os peixes, os répteis, en­
tre os quais, se encontra a tartaruga^ se repro­
duzem por ovos. As tartarugas enterram seus
ovos na areia, onde o calor do Sol os choca.
As tartaruguinhas, saindo dêsses ovos, atra­
vessam a areia que os cobre e, em grandes
bandos, dirigem-se logo para a água.,
46 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Muito poucas pessoas vivem tanto tempo,


e àquelas que chegam a essa idade dá-se o
nome de macróbios, palavra que quer dizer
vida longa, e que se não deve confundir com
micróbios, que são pequeninos seres vivos,
muitos dos quais se consideram como causas
de moléstias..
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

u/m, caAccr |ccLclçLo;

cLcl ^crLLcu cpw tky cokx cr ctoAZio jk^p/rn.-


aU/ 'vÓaxo-õ ok^ótoô ck kccco; toiò ccxyylo-

0 JzoÂutó £ u/rrixx LZjpíctL ck txiAXaAuzjx^

cpU/ pzxk u/m/komt/m,

wrv pí aò^\ju o caAco.Ok omar/ cLuAzvrv


tb TYLLLcto tl/rrupo; Axi/ik/rtclo dti/nx^txla oJtt

cu ixkcLcLc ck cíatu . curtos otv u/m, /ôículo:

CLtcj/U/rbõ OTlXlXVlóktZJÔ CX^YbÒZA/VOAYVÒZ/ |ov

ttò: oütwò, jp&tf/m,, pwJL/nv CLÕ [<yLÇCLÕ.


48 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Jb 'ncLclcb 'mnlõ px>cL/m, ^az>,eA>, LòXcy ju,

t^viTCunv-^tz cLmx/mno
su£M\j toÍMxvntcò jckVlcu

Exercício de raciocínio e de elocução


— Que faz Joaninha às tartarugas e de
que se admiram êsses homens?
— Como se reproduzem as aves, os peixes
e os répteis?
— Que fazem as tartaruguinhas assim
que saem dos ovos:
— Porque se diz que as tartarugas são
répteis?
— Que é jabuti e o que tem êle de no­
tável?
— Que nome se dá a quem vive por mui­
to e muito tempo?
E que significa a palavra microbio?
— Que é que se atribue aos micróbios?
— Que qualificativo se dá ao macróbio
que nada mais pode fazer?
— Quais devem ser os nossos sentimentos
para com êsses homens, que muito teem vi­
vido, e, portanto, muito teem sofrido também?
— Que quer dizer: — ser tolerante?
LIÇÃO 9.‘
A superstição

Leitura
50 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

A pobre moça atirou o livro ao chão, le­


vantou-se toda trêmula, deu um grande grito
e nem teve coragem para sair do quarto. Seu
pai que ouviu o grito que ela dera, correu
para onde estava a moça e perguntou-lhe o
que lhe tinha causado tão grande susto.
— “Olha! papai!... Uma borboleta preta...
aqui... no quarto, respondeu a moça quasi sem
poder falar. Que desgraça... irá suceder-nos'?”

Isto traz felicidade, dizem os que teem a


desgraça de acreditar nessas cousas; aquilo
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 51

traz infelicidade! Ignorância ou loucura!


Lembra-te que só uma cousa dá felicidade, —
é o cumprimento do dever; só uma cousa nos
faz infelizes, — é faltar ao nosso dever. Quem
c bom e justo não tem essas crenças estultas, e
só em sua conciência pura vai buscar o se­
gredo da felicidade.

PARA COPIAR:

ter, o cl lu, u/m>

ti/ li/U-PO' C|/LCL Ml p-OLL UlJb kcL/ULCL clcLcLcK

CLutlcLcl c^lco tvwròz/ utiZiItlcl-

çclo; tótcu -tlcuct kamccL zrlcLo' 'GaZitanntc/

pcLPcc ÜíaxW-Wu/ do- M|avwto' cx/lCclò cavyl-

ÇCLÒ C^LLt/ CUÒ mí/YLtlAxDOXXÔ IlloXÓ^ZclÕ


'V^e/LLclcLÕ pxyu ZhLLCU Q/uÓ UlO ti/YbízQ/YYb

cL/tlcLo' cl/ Icltuxcb pc/v u/nv i/rLòtcLQ<bu,


52 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Jcu 'viu/ cjtuz 'ixxvucu pdxy cjao/ilo' u/mcu

_ TTUnrJtCL plkcu, toWu>w <y ^pxxi, ju 'pAJy-

Exercício de raciocínio e de elocução


— Onde se achava Alzira e o que fazia?
— Que foi que ela viu no quarto?
— Que fez então?
— Quem foi que correu para saber do
que sucedera à moça?
— Que lhe disse o pai?
•— Que é que nos pode dar felicidade?
— E que é que pode causar infelicidade?
— Como foi que o pai de Alzira qualifi­
cou a superstição?
— Dai alguns exemplos de susperstição
que, portanto, devemos combater.
— Que é que nos pode dizer o que deve­
mos fazer /-ira sermos felizes ?
LIÇÃO 10/
A corrida de touros

Leitura
Olha uma corrida de touros, de que tanto
gostam os espanhóis.
54 SEGUNDO LIVRO LEITURA

'Ássim também nessas corridas, exaspe­


ram o touro, agitando panos vermelhos e ati­
rando sobre êle pontas que se lhe cravam; e,
quando êle está furioso, alguns homens, com
grande risco de morte, chegam-se a pé ou a
cavalo, para matar o animal, que muitas vezes
os fere gravemente, ou mata.
0 cúmulo da habilidade consiste em in­
troduzir-lhe próximo da espádua uma lamina
bem afiada, quando êle se precipita sôbre o
homem que o enfrenta.
E’ então que muitas vezes sucede que ho­
mens e cavalos são mortos pelo touro, antes
que êste receba o golpe mortal.
E’ um espetáculo cruel, como também
são as brigas de galo
SEGUNDO LIVFH DE LEITURA
55

PARA COPIAR:

cLvwiZiãxy ô<ViAaAxX': If/mr

cLmXlcj/Oò <^£axLócLcLcnU)y

c^cío, poAcu cLv^^VbtvmJtmib' cL/

Trux/nxo/mz-xic cL cLíawA^oô t/rto-


56 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

tW/mvnXoò cL todo cp/nz/io, ju z/mpto -

tcLZYLcbcr, óz>

© IwATLMTb CpW ÀXUxÔjU jQ/bO^ZA?

Cpw M cliAR/ÚjL COYAy CX ZxO^aJ/YYU/VxÍo cLíZ)-

Zòtcb loYLCjO cL/ ZwnztíA/ pAZU^Vb

Oo|àÁ/Yni/nJta doo Izooru/rvô, o-t

ózLanoo do Iktz AVu /unxü^vrdj


YnjbnzLwD^.Tbãz-zujxató vylwitíh/

w/mX) ao ck wMoo Zu/melLaoxlzô!


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 57

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que gênero de divertimento faz lem­


brar uma corrida de touros?
— Que faziam os gladiadores e para quê?
— Como conseguem tornar o touro fu­
rioso e que necessidade haverá disso?
— Em que consiste a perícia do homem
que deve matar o touro, na corrida?
-— Que é que pode suceder a êsse homem?
— Que idéia fazeis dêsse espetáculo e
porquê?
— E que dizeis das brigas de galos?
— Que pensais do homem que sente pra­
zer vendo correr sangue dos animais?
— Quais serão os vossos sentimentos para
com os homens e para com os outros animais?
— Como se deve considerar a palavra
homens, nesse caso?
1

LIÇÃO IV
A higiene e a ginástica

Leitura

I
SEGUNDO LIVRO pE LEITDka 59

Eis em que consiste os principais dêsses


preceitos: respirar um ar puro, renovando o
ambiente nos quartos de dormir e nas salas de
trabalho; banhar-se frequentemente; deitar-
se cedo e cedo também levantar-se; alimen­
tar-se regularmente e com sobriedade; entre­
gar-se a exercícios corporais, à marcha, à car­
reira, aos jogos atléticos, para fazer circular o
sangue e desenvolver os membros. Esses exer­
cícios, quando são feitos com atenção a certas
regras, denominam-se ginástica.
60 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Estes exercícios, que são ao mesmo tempo


agradáveis diversões, teem por objetivo dila­
tar o peito, desenvolver os músculos, fortificar
os membros, preservar da fadiga e premunir
o corpo contra os assaltos das moléstias.

PARA COPIAR:

CJUXy TLOÒ dá/ pAxCuloO pOACb CL COTXÕXAz

axxçcLO' cLcl <ZlclclcLíl, zu/iw cl c^lcclÔ TtoívCxy


í^cuTuto' jLca> zru.L(>v£imíLcLo' cccr cxyuao-
SEGUNDO LIVRO DE LEITORA 61

c^avíyvd wcXojY^jy, T^oo [oí, ckdo jooAcuôz/L

<y i/YLò^AA/^riimlo' cLy riuMwtò^ótutc;

>w dt/ ^AA/y, 'voltxw 'nxy Üuxjaó^Lo;

v u/m> otu^zUào; zto.


3<vrnlK/nv jact/LCu ÍÒZ>Z p/YYb? L Yrbtúío ótiZ

u/rw cm^oxyxxcLo; ka> to/mÂc/nv


62 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução


— Que é que se chama Higiene?
•—Que utilidade ha na saúde do corpo?
— Quais são os principais preceitos da
Higiene?
— Como se denominam os exercícios cor­
porais indicados pela Higiene, quando se su­
bordinam a certas regras?
— Além da utilidade que oferece, como
exercício ginástico, o saber nadar e montar
a cavalo, — que vantagem nos poderá isso
ainda trazer?
— Que fim devem alcançar os exercícios
ginásticos?
— Porque é que devemos dar ao corpo
as qualidades necessárias para que seja sadio,
forte?
— Se fordes muito forte, prevalecer-vos-
eis disso para maltratar vossos companheiros?
— Que qualificativos merecem aqueles
que abusam, dêsse modo, da superioridade de
suas forças?
LIÇÃO 12/
Vender gato por lebre
64 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

São tão mansos os coelhos que, à voz de


Jácomo, quando os chama, êles saem das coe­
lheiras, e vão comer, à mão do menino, a cou­
ve, a alface e outras ervas que êle lhes traz.
Com que cuidado Jácomo evita que seus
coelhinhos comam ervas nocivas, como a ci-
cuta, por exemplo, que ^um vfneno tão terrí­
vel que, antigamente, fàzia-sé que os conde­
nados à morte hehesseái o siico dessa erva!

e- a-
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Do pêlo da lebre fazem-se chapéus de ca­


beça; a carne é muito saborosa-; mas, quando
posta à mesa, parece gato, o que deu causa a
dizer-se que — vendeu gato por lebre —
quando se levou alguém a compraruima cousa
de inferior qualidade, fazendo crer que é da
melhor.

PARA COPIAR;

'YLo' cLvcu do- cvnvu-eAòÓAoo' oaxuXodccco-

do (puxnow', Zxolo ja-coo ido |o^ |a/iUu/rdo


do WYY\j -li/Y\xLo' COZrcdz do cootdoô, C^CLO
G6 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

■tulòZu> cj/oclLo' miòlí/i/.

Qxm/YLcLy <y pxxo cL> ^áxxxmzy Uub


caao z^pZlcow - tfw c^iw oò
ooe-tkoo jQxAZe/iTce/nv à, cHxIí/yyv cloò amJb

CòXl ú£tvmx> a/nÃ/mxiZ cru3o/vbbbCL-óx,

la^iÃ/LcLaxL^ jc«yu
2> cyuIKccò 'YrbuZto' cx>rrvpAZcLaz> v^a,

A> (X/bpO -TYWÁxyb c^ccu <y do- cckIKo-.


SEGUNDO L1VRU DE LEITURA 67

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que presente deu o pai de Jácomo a


seu filho e em que dia?
— Que quer dizer aniversário natalício ?
— Como tratava Jácomo os seus coelhi-
nhos?
— Que lhe disse seu pai quando lhe fez
êsse presente?
— Que animais constituem a ordem dos
roedores?
— Porque teem êles êsse nome: roedo­
res:
— Que é a lebre e onde se encontra?
— Em que se distingue a lebre do coe­
lho?
— Que é que se faz do pêlo da lebre?
— Que quer dizer: vender gato por lebre?
— Como explicar o. sentido dessa frase?
— Deveremos imitar as pessoas que ven­
dem gato por lebre? Porquê?
LIÇÃO 13.“
O cão fiel

Leitura

Alberto tinha um cão muito bonito, cha­


mado Otélo, tão forte que o menino montava
nele como se fora um cavalo e passeava por.
toda a casa.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 69

— “Agarra, Otélo!” exclamou Alberto;


e o cão saltou aos beiços do touro, agarrando-
se a êle de modo que o terrível animal nãi
podia mover-se.
Os dois meninos correram para a casa e
contaram o caso a seu pai. Este deu graças a
Deus, que havia salvo seus filhos e, para re­
compensar o cão, comprou uma formosa co­
leira de prata e fez que seus filhos a pusessem
no valente Otélo <

1
70 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

'oAcc óbídxonxv zxwia/nt poAco o- ca/rrv-’

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que é que Alberto possuía?


— Que qualidades tinha o cão e como se
chamava êle?
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 71

— Como se divertia Alberto com o sed


cão?
— Onde foram passear Alberto e sua
irmã Helena?
— Que foi que lhes sucedeu nesse lugar?
— Quem livrou os meninos de serem
mortos pelo touro?
— Porquê e como?
— Que sentimentos nos merece uma afei­
ção sincera de que sejamos o objeto?
— Como devemos proceder para com
aqueles que nos são afeiçoados?
— Qual é o sentimento oposto à afeição?
— Se um nosso desafeto nos prestar es­
pontaneamente qualquer serviço, tomos o di­
reito de Iho não agradecer?
LIÇÃO 14."
O verdadeiro herói

Leitura
Um dia, leu Cristóvão, eom muito inte­
resse, a história de alguns dêsses grandes ho­
mens .denominados heróis e que viveram há
muito tempo. Tinha êle a cabeça cheia de ba­
talhas, castelos, ruídos de armas, de tal modo
que, aparecendo-lhe seu pai, êle exclamou
com entusiasmo:
— “Papai, eu quisera ser um grande ho­
mem, um herói, e conduzir u.m exército à
guerra!.”
O pai de Cristo vão olhou-o sorrindo e per­
guntou-lhe se não acreditava, que pudesse ser
um herói, sem todavia comandar exércitos.,
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 73

— “Não, papai, porque para ter êsse no­


me é preciso ter muito valor e haver entrado
em muitas batalhas.”
74 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

“Os heróis mais dignos de admiração são


aqueles que se propõem salvar a vida dos ho­
mens e não destruí-la; que trazem a paz sôhre
a Terra, e não a desordem e o furor das bata­
lhas ; que dão a vida para defender a verdade e
a injustiça.

“Esses, ou seja um rei que percorre seus


domínios para exercer a caridade, ou seja uma
pobre mulher que carrega a água para saciar a
sêde da família e a lenha para aquecê-la, no
rigor do inverno; êsses são os heróis de que a
narração dos belíssimos feitos infunde em
nossos corações o sagrado desejo de os imitar”.
PARA COPIAR:

—CLcLcÍg jCMDACCG C^tUz ZLLj Cb U/lYlz


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 75

cLtZ) COIAZtCLÒ, C^MjLz L jactcj/CL

_TU/m, li

LoXcXLcv oL^tVYYLCL/,

cu/Wu; Qjcroajy su luyyvcu fuAovrucu cu 'yyvuz-


■tkw C^GLG //YYVjaA/Xj'Cl/ toclcLÒ CLÒ /MXCLÔ
76 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução


— Que disse Cristóvão a seu pai?
— Porque?
— Quando?
— Que lhe disse o pai?
— Que se seguiu à pergunta do pai de
Cristóvão ?
— Quais são os verdadeiros heróis?
-—De que modo a narração de seus feitos
influe em nosso coração?
— Esses missionários que vieram ao Bra­
sil catequizar os indígenas, poderão ser cha­
mados heróis, visto que então correram gra­
víssimos perigos, sem que deixassem de pros­
seguir na sua missão?
— Conheceis, por ventura, o nome de
algum dêles?
-— Para ser um herói, é preciso ser um
rei, um guerreiro ilustre?
— Herói é o homem que comete atos de
heroismo; e a mulher que os pratica também,
o que será?
LIÇÃO 15.*
A Alfândega
Leitura

Ha também trapiches alfandegados, isto


é, lugares de domínio particular, porém gran­
des estabelecimentos, onde o Governo permite
o desembarque desses objetos: êsses trapiches
são sujeitos à fiscalização da Alfandega, por
meio de empregados desta que para êles são
mandados.
78 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Se fizerdes alguma encomenda para o


estrangeiro, recebereis de quem vo-lo enviar,
uma nota ou fatura, em que encontrareis a
marca pela qual será reconhecido o que vos
pertencer, e que é quasi sempre as iniciais do
nome da pessoa ou da associação a quem diri­
gistes a encomenda.
Recebida a fatura deveis requerer do Ins­
petor da Alfândega que permita a saída, da
caixa, por exemplo, em que vier o vosso obje­
to; e entregareis a fatura a um dos despa­
chantes, porque só êles podem dar as provi­
dências necessárias para que a vossa enco­
menda seja colocada à porta da Alfândega,
onde a recebereis depois de haver pago os di­
reitos exigidos e o trabalho do despachante.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 79

PARA COPIAR:

jo<yuc|,4w oò i/nlMjtòAcò dcv DdJtllco.

cLoò cLi/u-e/m, pxix^aTv |íJ/mjt/nlL oò i/mpoò*


80 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

A Alfândega
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 81

cvrrv pxPu òaxcv p.aAX«>, jaoAcu a^riryta/YccLü-


olmwyiXcx cLcu nxccçãxy x/nm c^uw aú/icc.

Exercício de raciocínio e de elocução


— Que é Alfândega?
— Porque irão para ela os objetos que
chegam de portos estrangeiros?
— Que é contrabando?
— Porque é que o contrabando é um
crime?
— Em algum outro ponto poderá desem­
barcar o que vem do estrangeiro?
— Que nome terá êsse ponto?
— Como é que a Alfândega o fiscaliza?
— Que é que vos será remetido em pri­
meiro lugar, se fizerdes alguma encomenda
para uma praça estrangeira? ’ ' .
— Como devereis proceder para receber­
des da Alfândega as vossas encomendas?
— Onde a recebereis alí?
— Que são os direitos que, por isso, ha­
veis de pagar?
— Porque devemos pagar fielmente os
impostos?
— Quais são os meios de punição pela
falta de pagamento de impostos?
LIÇÃO 16?
O Vulcão

Leitura

Pelas encostas da montanha, da abertura


que se denomina cratéra, corre a lava, ou ma­
téria inflamada, entrando às vezes pelo mar,
que parece então incandescente e a ferver.
E’ um espetáculo magestoso, porém ter­
rível
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 83

Nele morreu, em Julho de 1891, o ilustre


brasileiro Dr. Antônio da Silva Jardim.
A. Asia conta muitos vulcões, porém na
America é maior o número deles.
Ha vulcões submarinos, isto é, no fundo
do mar. Em 1831, pela erupção de um vulcão,
apareceu no Mediterrâneo a ilha flutuante
denominada Júlia, tendo 700 metros de cir­
cunferência; desapareceu no fim de um mês,
para reaparecer alguns anos depois.
84 SEGÜNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

T^uZcõxy L eu n^omXcvrJLcL/ cjaw cL ZjÀ/

nwZynui/ Ícvyvçcu pxw tu/iÂc

ILõcò cL pj/nxcy ju cÀm^cub, cuvuyvYu^xijy^

CL/ C<cLclcL> cLbR>7VbpÁÍCL; Jb VY/b lo/VCLÒ

'Yu^tcxiA/ u/yyv pxA/lcjxy cml ruoô o/yrttCLÇxxj


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 85

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que é um vulcão?
— Como se chama a abertura do vulcão?
-— Que é que, saindo dessa abertura, cor­
re pelas encostas da montanha?
— Qüe é que parece quando as lavas en­
tram pelo mar?
— Qual o nome dêsse vulcão que ha na
Itália e que sucedeu quando êle fez a pri­
meira erupção?
— Quem morreu dentro dêle em Julho
de 1891?
— Que quer dizer estar um vulcão em
erupção?
— Como se denominará um vulcão que
já não funciona, isto é, que se extinguiu?
— Quais são as partes do Mundo em que
ha maior quantidade de vulcões?
— Que foi que apareceu no Mediterrâ­
neo, em 1831, por efeito de um vulcão sub­
marino?
— Que é o vulcão submarino?
— Que sentidos figurados tem a palavra
vulcão ?
LIÇÃO 17/
A embriaguez

Leitura
Gonta uma lenda árabe que o demônio
apareceu um dia a um moço, e lhe disse:
— “Tu vais morrer; entretanto, posso
prolongar a tua existência, com uma das três
seguintes condições: — Mata teu pai, esbor­
doa tua irmã, ou entrega-te ao vício da em­
briaguez.”
— “Como1?! Matar meu pai? Isso não
farei nunca! Seria preciso desconhecer quanto
lhe devo!”
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA - 87

•—“Então, espanca tua irmã.”


— “Ela! Ela, que me ama de todo o co­
ração, que é para mim tão carinhosa, e a quem
estimo muito mais que a própria vida! Não!
Não o farei também!”
— “Logo: — ou morres, ou faze-te bê­
bado.”
0 moço empalideceu e hesitou. “Morrer,
pensava êle, morrer quando apenas começo a
viver... Pois bem, disse êle ao demônio, dei­
xa-me viver e eu me entregarei ao vício da
embriaguez!. . . ”
Assim fez o pobre moço; más, estando
embriagado, deu pancadas em sua irmã e ma­
tou seu pai.,
88 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

CL pSÂoZcu CjyLLC CLCxSlLcLLÒ cLl

M/ ■Ò-C/YW 'YLOÒ nTLO<dXCL QAÁL CL Z/mJ^LLCL-

OO Oukoí) . SíXCj/L cLcLcl :

aKcctZ<mx/rit<y
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 89

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que é que conta .a lenda árabe?


— Porque não preferia o moço matar o
pai.
Quais são os nossos deveres relativa­
mente a nosso pai e a nossa mãe?
— Que pensais de quem os maltrata?
— Que sentimentos tinha o moço para
com a irmã?
— Como se decidiu êle a preferir o vício
da embriaguez?
■— Qual foi o resultado disso?
— Que nos ensina tal fábula?
— Que é fábula?
LIÇÃO 18/
A mentira

Leitura
Teófilo tinha um lindo cão da Terra
Nova que o seguia por toda a parte e lhe ohe
decia em tudo que lhe mandava fazer.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 91

Certo dia, porém, para enganar o cão,


fingiu Teófilo que atirava alguma cousa e
mandou Solimões buscá-la. Este, depois de
procurar por muito tempo, nada encontrando,
voltou extenuado para a margem do rio, onde
seu dono o esperava rindo-se muito do logro
que havia ptegado ao cão.
Daí em diante, por mais que fizesse, ja­
mais conseguiu Teófilo que o cão se arrojasse
na água para ir buscar o que êle arremessava
nela.
92 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

■tyloJL po/LCL CLp<vnJ\A- Ecu

^ixycupximÂzLcloô mwnllnTclo;

Sja^invuTVLon^oZ), u/rrv cZ/LJ^ui/ <^x/mAcJ

íbLcvrco; Mxbtcuo' ojvrCic^y cLoz /WlcLclcL>


znjc/m> ■^wnjCxsuTbclcy /YYuznXlciz.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 93

Exercício de raciocínio e de elocução

— De que qualidade era o cão que Teõ-


. filo possuía?..
— Em que se distingue o cão da Terra-
Nova dos demais cães? ....
— Que fazia Teófilo e o que mandava o
cão fazer?
— Que aconteceu quando Teófilo fingiu
atirar alguma cousa ao rio?
— Qual foi o resultado disso?
— Que conceito merecem os meninos que
mentem?
— Qual a palavra que significa uma cou­
sa oposta à verdade?
— Que qualificativo convém às pessoas
que mentem?
— Quais serão os vossos sentimentos com
relação à essas pessoas?
— Quem foi Epaminondas?
— Como pensava êle relativamonte à
verdade?

F«ltsberto de Carvalho — 2.» livro


LIÇÃO 19.*
o O menino honrado

Leitura
SEGUNDO LIVRO DE LEITORA 95

Quando Jorge chegou à escola, uma ter­


rível luta já se havia, travado no seu espírito,
entre o sentimento do dever e o da conveniên­
cia. Dizia-lhe a conciência que êle não tinha
o direito de ficar com o que lhe não pertencia,
e tanto mais que êle supunha conhecer a pes­
soa que perdera êsse objeto; mas... era tão bo­
nito o canivete e podia ser de tanta utili­
dade!...
Distribuídos, porém, os cadernos de es­
crita, teve Jorge de escrever esta sentença:
96 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

—'“Não deixes de ouvir sempre a voz de tua


conciência”. — Estas palavras deram termo
à dúvida, em que se achava, de restituir ou
não o canivete.

Alguns dias depois, quando Jorge jan­


tava era casa, entre seu pai e sua mãe, bateram
à porta e, dentro em pouco tempo, levou-lhe a
criada uma linda caixa de veludo, cohtendo
um belo canivete também com o cabo de ma­
drepérola e uma chapa, em que se lia o nome
de Jorge.
Jorge ficou muito contente, porém não
mais do que naquele dia em que cumprira o
seu dever de honestidade.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 97

PÁRA COPIAR:

Ca.cpccUwo; kowm, ôcll wwnJtO'. vccubo


do co/m/uotc Vtcb dc mGjdmp-lwtcL; nxctu

kcvuccu iwrLCb cdcujacu com cçò

-mo te/rnpzo- o<xyLAju^-lkb <yw,^xiARAicLcr

clcÍw.cLo' xòAV cd>jzXcy, fw/m ^ckLccc

OaA/ cLg cklu

dZo-OO' cvtw ZlCUXO dco oíicoEcc |ob pAo


98 SEGUiNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução


— Que achou Jorge e quando1?
— De quem lhe pareceu o objeto achado,
e porque?
— Que luta se travou no espírito de
Jorge?
•— Que foi que pôs termo a essa luta?
— Que fez então Jorge?
— Como foi que Eufrásio honrou os bons
sentimentos do menino?
— Porque razão teve Jorge maior con­
tentamento quando restituíu o canivete a Eu­
frásio, do que no dia em que recebeu a re­
compensa material de sua boa ação?
LIÇÃO 20."
As aves

Leitura
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

1.” O grupo dos carnívoros, ou av.es de ra­


pina, notáveis pela fôrça das garras e do bico
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 1U1

com que atacam e matam outros animais. For­


mam êste grupo: a águia, o abutre, o falcão,
etc.
2.’ O grupo dos pás­
saros, que compreende vá- .
rias famílias. Neste grupo
encontram-se: a ave do
paraízo, o beija-flôr, o ca­
nário, o sabiá e tantos ou­
tros, que certamente co­
nheceis.
B.” 0 grupo dos
galináceos, como: o
galo, o pavão, a per­
diz, a galinha, o perú
e outros, que todos se
distinguem por te­
rem o bico membra-
noso na base.
4.” O grupo dos
trepadores, como, por
exemplo: o papagaio,
a arára, o periquito, o
tucano, etc. Os indiví­
duos dêste grupo dife­
rem dos de outros gru­
pos, porque estes teem
102 SEGUNDO livro de leitora

três dedos para a frente e os trepadores teem


dois para a frente e dois para trás.
5.° O grupo dos per­
naltas, de pernas comí-!
pridas c núas, e dedos
finos e separados. Per­
tencem a êste grupo: o
avestruz, a garça, a cego­
nha, o frango d água, a
saracura, o maçarico.
6.° O grupo dos palmípedes, tendo os de­
dos compridos, porém ligados por uma mem­
brana que lhes permite nadar. São dêste gru­
po o cisne, o ganso, o pato, o marreco, o pe­
licano, etc.j

7.' O grupo dos columbíneos ao qual per­


tencem os pombos^
SEGUiNPO LIVRO UE LEITURA Kfc

PARA COPIAR:

Acuy Cl/OCÒ, OVLCUÒ O- pAXyiM2tA>cf/Vnj^LU

'Tro/rUz, âisu
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Cl/ <^0<ytoCj/LO, C|^'LLC JV CL pxx/btc do óbítò-

ÜÓAXCb YIoXlULClL CJjCUz Oc o-cccjocb cLoxòÍuj

'v-cwvcvm-v cLc jovmcv jv cLl xz>£^xutuAxr com

cLuUtoLc Clò CllWzb MTV Zlctc cj/LLLp-oò

Bjvm 'VÍclcò, |ao\Xom,to, tyulaaà) nTwn^i/noó,

;.b UJYYV jQXXÒCMSLVy.Cu/l^QA^

mLclótLlò /OÔ^LUtó/tc COYYLC

z> ôo-Lc Lo-cLoó oò o-ojjUSoò cLc xocuxxo, -|oco


Axi/ c^tuy toinÂcuLò LdjLucct) pxA^xi/tcbò l px>ô-
zòoLò |clLqA/ COCTV pAwl/HXO.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 105

Exercício de raciocínio e de elocução


■— Todas as aves são pássaros?
— E todos os pássaros são aves?
— Em quantas ordens se grupam as aves?
— Quais são as que pertencem ao l.°
grupo?
— Porque são notáveis?
— Quais são as aves do 2.° grupo? Exem­
plos.
— As do 3.° grupo? Exemplos.
— Em que se distinguem estes dois, dos
outros grupos? Exemplos das aves do 4.'
grupo.
— Em que diferem as aves dêste grupo
das dos outros?
— Quais são os caracteres principais das
aves do 5.° grupo? Exemplos dessas aves.
— Porque são notáveis as do 6.’ grupo?
Exemplos.
— Pode-se dizer que o periquito, o peli­
cano, a saracura, o abutre e a galinha, por
exemplo, são pássaros?
— Porque?
— Quais são as aves do 7.’ grupo?
— Qu‘e é que vos cumpre fazer relativa­
mente a esse e aos outros objetos de estudo, e
para quê?
LIÇÃO 21.a
A honestidade

Leitura
Meninos, vede um grande exemplo de
amor para com os filhos; e, se ainda não con­
siderastes nisso, notai agora quanto deveis a
vossos pais, a quem haveis dado.tanto traba­
lho, e dos quais tendes recebido os mais des­
velados cuidados. Vêdes o pombal: — os pom­
bos a êle tornam, depois de terem ido pro­
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 107

curar, longe, muito longe, o alimento para


seus filhinhos, e Iho trazem nos seus bicos.
A bandeira que se acha sôbre o pombal
serve para auxiliá-los no conhecimento do
lugar em que estão os filhinho. e, apesar de
irem a grandes distâncias, êles alí voltam, de­
pois de algumas horas de ausência.

Acima da bandeira, vede a séta que indica


a direção do vento, e se pudesseis chegar até
alí, verieis uma vasta área cultivada, em cujo
centro se acha a casa do lavrador. Ele a man­
dou fazer muito elegante, e o aposento dos seus
trabalhadores é grande e claro, com todos os
requisitos da higiene: não quer que os seus
empregados sofram necessidades, nem se ar­
risquem a adoecer, porque são êles que o aju­
108 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

dam a ganhar o dinheiro com que sustenta a


família. Nem consente que seus filhos mal­
tratem os empregados, ou, pelo menos,/que
lhes falem com arrogância, porque são êlçs ho­
mens e mulheres, e, a-pesar-de sua posição
inferior na sociedade, por isso mesmo que
tanto trabalham para ganhar a vida honesta
mente, teem dignidade, que deve sei; respei­
tada.

PARA COPIAR:
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 109

] 'LLÒ p-CmtcLb, OOWYÜ/VLCX), CLÕ jaCÒÒ-O-CUÒ

fuyYUL&tjjbò, C^tZbL^UCCTb O^lb AtjcL, Cb Zuxcb


c<nmcLçxãzy/i.ocxa£ Z/ n%õ<x wx^XU^tclò

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que é que representa o desenho desta '


lição?
— Onde é que os pombos trazem os ali­
mentos para seus filhinhos?
— Para que serve a bandeira colocada
sobre o pombal?
— A que se assemelha o procedimento
dos pombos?
— Que é que se vê acima da bandeira, e
para que serve aí êsse objeto?
— Que é que se veria dali?
— Como trata o lavrador a seus traba­
lhadores?
— Que exige êle de seus filhos, relativa­
mente aos empregados?
— Como devemos proceder para com as
pessoas honestas?
LIÇÃO 22?
O bom Guilherme

Leitura
SEGONDO LIVRO DE LEITURA Hl

Havia já muitos anos que a êsse lugar ti­


nham chegado Guilherme e sua mulher. Com
as economias que para áí levara, tinha com­
prado um pequeno terreno, que pouco a pouco
foi aumentando e sempre muito bem culti­
vado pelo seu proprietário unicamente que, á
atividade, reunia alguns conhecimentos de
112 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Agronomia. Ele sabia que a qualidade do


terreno varia com a maior ou menor quanti­
dade, que contém, de um dos seus elementos
principais, que são: a areia, a argila, o cal-
oáreo ou pedra de cal; os quais, quando se
acham reunidos em partes iguais, constituem
terra própria para toda espécie de cultura, e
que facilmente se lavra.
Sabia também que ha um quarto elemen­
to, chamado humus, formado dos restos das
plantas e de resíduos animais decompostos
pelo ar e pela água, elemento êsse sem o qual
não ha sólo fértil.

Assim, êle sabia que o terreno argiloso


produz bem favas, aveia, trigo, cevada, etc.;
que o arenoso é próprio para a cultura das
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 113

plantas tuberculosas, como a batata, por


exemplo; que o sólo calcáreo, a que se adicione
areia ou um pouco de argila, é excelente para
nele se cultivar a vinha, os cereais e os le­
gumes. Além de saber adubar a terra, isto é,
fornecer-lhe as substâncias próprias para mo­
dificar-lhe a natureza e torná-la- cultivável,
que são as marnas argilosas, calcáreas e sili-
cosas, ou calcáreo puro, ou areia; também
não ignorava Guilherme que é necessário es­
trumar a terra, afim de restituir-lhe os prin­
cípios orgânicos e minerais que a cultura lhes
rouba sempre; e que êsses estrumes são dos
reinos animal, vegetal e mineral. O animal
provém unicamente de restos de animais: a
carne, o sangue, os excrementos, e a lã, penas,
chifres e ossos pulverizados. Os vegetais são
fornecidos pelos restos das plantas, folhas, ra­
mos, raízes e frutos, e empregam-se verdes ou
decompostos. Entre os minerais encontram-
se o gesso ou o sulfato de ferro que fixa o
amoníaco, de que são muito ricos os estrumes
animais, porém que, sem isso, geralmente se
evapora. Isso tudo sabia Guilherme e bem
vedes, meninos, de quanta utilidade é a ins­
trução : — ela nos fornece meios seguros para
tornar mais produtivo o nosso trabalho, que
nos é indispensável. Estudai, portanto..,
1
114 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR;

c^JõuOò rruculò tzvccLy

ocx/cóz-ío-; iljú

CupTYVb cL pAXMXVLCVb 'YYbl-

Üloò cx> AxxLyV; cxrnA txxLo-í» cy òort i


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 115

Qult ktVYYLO JL ÜAACb Q<yyü1Lcu, L TWTU^WL/m,

ConaJuwLcb (QulttuA/VYLL C^LLb CT jOTWclo-

TU/nxO- cLtz lA/YW cLoÓ tAÂÒ pAÁAYulTbOÒ JjU~

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que faz Guilherme no campo já tão


cedo, e para que?
— Porque está só, se êle tem dois filhos
que o poderíam ajudar?
— Que juízo fazeis de Guilherme e de sua
familia?
— Como eram êles vistos pelas pessoas
que os conheciam?
— Como foi que se tornou Guilherme
possuidor dêsse grande terreno, e porque está
este tão bem cultivado?
116 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

— Coma varia a qualidade do terreno?


-— Que é liumus, e qual a sua importân­
cia na agricultura?

II

— Como é que se pode tornar um terreno


apto para esta ou aquela cultura?
— Que produz o terreno argiloso?
— E o arenoso ?
— E o calcáreo ?
— Que é adubar a terra e quais são os
adubos?
— Para que se estruma a terra e o que é
essa operação?
— Quais são os vegetais?
— E os minerais?
— Qual é o mais seguro meio do tornar
produtivo o nosso trabalho?
— Que qualificativo se dá ao homem que
não trabalha?
— Quais são as consequências de não tra­
balhar?
—Que fazeis vós relatiyamente ao tra
balho?
LIÇÃO 23.*
Como devemos ser

Leitura

Carolina dá milho às aves no quintal da


casa de seu pai.
Vêde êsses gansos que esticam o pescoço
e parece quererem saltar para o avental em
que a menina traz o milho? São assim as pes­
soas gulosas, para quem tudo parece pouco, e
que se vão apossando do que há sôhre a mesa,
anfes que os outros se sirvam. Também são
118 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

assim as pessoas e.goísías, que tudo querem


para elas só.
Chama o olhar êsse belo pavão, por sua
esplêndida.plumagem; seu canto, porém, é
muito desagradável. Assim, também, muitas
pessoas agradam pela formosa aparência,
mas alienam as simpatias quando falam.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 119

Porém, vede também aí a galinha e seus


pintinhos. Eis a mãe carinhosa que incessan­
temente cuida dos filhinhos, que não abando­
na um só momento, buscando, muitas vezes,
os filhos alheios para os criar.
Oh! Sejamos sempre modestos, amigos de
nossa família e bondosos para com o próximo
principalmente.

PARA COPIAR:

• cr cjxxLq- tõxy dulo-

I &ylcÍw-Zw cL
120 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

1A tt/rrv! úHcu omcx anw/rLcto' wxõIclò pxò-

zòxxrò Cj/vu/, czV(^. Lutíwò-CLò do c^jjl jaoô^w-

Exercício de raciocínio e de elocução

■—Que vos mostra o quadro desta lição?


— Que fazem os gansos e a quem se as­
semelham ?
— Que dizeis do pavão, e quem faz êle
lembrar?
— Como está o galo?
■— Quem lhe pode ser comparado?
- —Que faz o peru?
— Quais são as pessoas que se lhe asse­
melham?
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 121

— Que papel alí desempenha a galinha ?


— Que é que ela faz, muitas vezes, dos
filhos alheios?
— Que quer dizer: — filhos alheios?
— Que conselhos vos são dados nesta li­
ção.
— E porque não devemos ser imodestos?
LIÇÃO 24/
As crianças e o cão

Leitura
Tadeu e suas irmãs, Catarina e Eugênia,
estimam-se muito, como é natural. O que um
deles quer, querem os outros também; e foi
assim que, um dia, lembrando-se Tadeu de dar
um banquete ao Turco, um lindo cão que êles
possuíam, teve o aplauso de suas irmãs, e a
idéia foi realizada.
Colocaram o Turco sobre uma grande
poltrona, ataram-lhe ao pescoço um enorme
guardanapo, e, enquanto Eugênia ficava de
guarda junto à poltrona, para que não fugisse.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 123

O herói da festa, Catarina e Tadeu foram bus­


car pães e biscoutos.
Ei-los ao redor da poltrona onde o cão as­
senta-se gravemente: uma oferece-lhe o pão
que trouxera, outra um biscouto, e a pequena
Eugênia mostra-se admirada de que o Turco
rejeite o que se lhe dá com tão boa vontade:
— pois se ela não rejeitaria!. ..
124 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 125

jdx L-e/m, clò otualcuá/ px/L-

Exercício de raciocínio e de elocução


— Como se chamam êsses meninos que
estão junto da poltrona?
— Que fazem êles aí?
— Que sentimento existe entre êsses
irmãos ?
— Que idéia fazeis dos. membros de uma
família que se unem por êsse modo?
■— Que pensais do Turco?
— Porque ficou Eugênia junto da ca­
deira?
— Que sentimento experimentou Eugê­
nia, quando viu o Turco rejeitar o que se lhe
dava?
— Porque?
— Que fez o cão por causa da insistência
dos meninos?
— Que fizeram os meninos quando viram
o Turco a correr, com o guardanapo ao pes­
coço?
— Que merece o ingrato?
— Qual será o vosso procedimento para
com as pessoas que vos tratarem bem?
Felisberto de Carvalho — 2.» livro
LIÇÃO 25/
Protegei os fracos

Leitura
Heloísa tem um lindo passarinho, que
não a deixa nunca. Se a menina vai passando
proximo à gaiola, êle vôa e vem pousar-lhe so­
bre o ombro. Quando ela está cosendo, o pás­
saro vem saltitando até que, aproximando-
se de Heloísa, dá-lhe pequenas bicadas no ves­
tido, para advertí-la de sua chegada.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 127

Se ela vai, como costuma, sentar-se num


banquinho em frente à porta da casa de sua
mãe, o pássaro segue-a, ela toma-o na mão
esquerda, fala-lhe com muito carinho, acon­
chegado ao peito como para adormecê-lo e
passa um grande tempo nesse agradável en­
tretenimento
128 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:
óbCZcvÍAcu pzrbcjz/ c^clg <y zruxcy 'ut; o-

peuòZuxAxx i/hZúZj£^ p<yv jCn^ébíxloÁx^c

nw/m/nxc tnxiÂcblLcu.

'TYLclò <y pxxòAcVLo tt/wb u/rrb iraírmÃjc^y,

y (jcütcr; tt/rru cLtZwj/O' cL z/it^CL<nxjw-


ícUv sl, cxyrayxj <y ■jclçx^ux/vlo' o/vlÓvylclC telex

xyrrb ccxmzy IíxxtuXo'.


«iletoí/XL;, pxD/l£m'/ ^àZeu ZwmpTU/ oxx^L-

Cl tocu nw/vwvbcu c^oótcu 'WuaãIo' cLlõZuò

«JLnwXcuü Lxxb Jbícto^Zi^CbjTm/nx/Yixtó.


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 129

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que faz o pássaro de Heloísa, quando


ela passa junto da gaiola em que êle está?
— E como será tal gaiola para que o pás­
saro dela possa sair tão facilmente?
— A que aves é costume darem-se gaiolas
semelhantes?
— Que é que faz o pássaro quando a me­
nina está cosendo?
-— Que lhe faz Heloísa?
— Quando a menina vai sentar-se em
frente à porta da casa de sua mãe, que é que
faz o pássaro!
— Como procede, então, Heloísa?
— Qual o inimigo do lindo pássaro e o
que deve cie temer dêsse inimigo?
— Porque não tem sido vítima dêle?
— Se Heloísa estima o gato, porque lhe
não dá o pássaro que êle deseja comer?
— Se um homem poderoso ou forte mal­
tratar um pobre ou fraco, a qu-ai dos dois
prestareis vosso auxílio, contra c outro?
LIÇÃO 26.‘
A conciência

Leitura
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 131

De repente, um sapo, saltando da relva,


apresentou-se em frente de Eduardo. 0 rapaz
deteve-se, abaixou-se, apanhou uma pedra, e
ía arremessá-la sôbre o pobre animal; porém,
como que tocado por uma força misteriosa,
deixou cair a pedra.
Eduardo ficou admirado de si mesmo.
Como1?! Dera-se ao trabalho de apanhar a pe­
dra afim de satisfazer o desejo que tivera de
matar o sapo e, no entanto, sem saber porque,
não o havia realizado! Que é que o impedira
de praticar tal ação?!
Eduardo voltou para casa, pensando nes­
se fato; aí chegando, referiu-o à mãe e acres­
centou :
— “Dize-me, mamãe, que foi que não me
deixou atirar a pedra no sapo?
132 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

— “Foi a tua conciência, meu filho, res­


pondeu a mãe; e se ouvires sempre a voz de
tua conciência, serás prudente e feliz”.

PARA COPIAR:

cLg -fixvwv tóXaxJxxcLo' clò llçocò.

ccuò Jb iWjbLuztuxuõò, ccLcctlcLcLò, ruxmv cLtò-

ü-Lò cLcclô cLb uwAÕxr dco ^orua? tó^uvccLcu

m oazczw CLokco C|waò/C tocLo o 13/lclòãZ.

ÔctcLClAxlo' X/LCL LA/YYV AXXjíXClZ^ Í^lLoÍLO.

ConnAexiemxicy cjujl/ <y. noAcr ctota/LCo co

TlatuAc^a/ covYb eu i/ntclÃx|Mnz>Lcv

ÍLcvyÚjl/ cjybu>/ tloiKa/na/ a£^/ivnc> cUaluò

. àtamlt/, AvmjícLix> cn JLòClo otvclL.


SEGUNDO livro de leitura 133

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que fazia Eduardo1?


— Quando?
—Porquê?
— Que idéia fazeis do caráter de Edu­
ardo -
— De que modo procedia êle para cor­
rigir o defeito de sua inteligência?
’— Que foi que se lhe apresentou?
-— Qual foi a idéia que teve Eduardo
vendo o sapo?
■— Realizou essa idéia?
■—E o que sentiu êle então?
— Que disse êle a sua mãe, logo que che­
gou à casa?
— Que lhe respondeu ela?
— E o que fareis vós, para serdes felizes?
LIÇÃO 27/

Os ruminantes

Leitura
Chamam-se animais ruminantes aqueles
que teem a propriedade de fazer voltar à bôca
os alimentos que ingeriram, afim de os mas­
tigar e insalivar de novo, que é o que constitue
a operação dè ruminar.
SEÜUNUU LIVRO OE LElllHA 135

2^2-,

Dotados de fôrça extraordinária, podem


transportar, a enormes distâncias, cargas
muito consideráveis; são mansos e pacientes;
caminham, às vezes, três e quatro dia : sem co­
mer nem beber, graças à capacidade do btixo,
onde podem conservar grande quantidade de.
alimento, e à ruminação de que já falei.
O leite da camela é um excelente ali­
mento, e o pêlo dêsses animais, preparado e
tecido, serve para roupa e cordas muito fortes.
136 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Seus pés muito largos, permitem-lhes atra­


vessar os desertos de areia, carregando tantas
cousas, que por isso são chamados — navios
do deserto.
PARA COPIAR:

crruclc cr TaxxLoZLo' cLcucLí<^tZytã>o

0 cxvyvuÍo'

tt/rru duxxò, ju cr utyylcl ZlÓ


Tl/m, v cxJao cLlòAlò Ourvü/YYcajjò pA£/>tam

cLce Clôãxiz j, cLcl CL^iÃccl


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 137

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que é que se chama — animais rumi­


nantes?
— Para que fim trazem êles de novo o ali­
mento à bôca?
— Para onde vai depois êsse alimento?
— Quais são os principais animais ru­
minantes?
— Em que o camêlo se distingue do dro­
medário?
— Quais são os principais caracteres?
— Quanto tempo podem caminhar sem
comer nem beber, e porquê?
— Que tem de útil o leite da camela?
— Para que serve o pêlo do camêlo e .do
dromedário?
— Que teem de notável os pés dêsses ani­
mais, e que utilidade se tira disso?
LIÇÃO 28.‘
Trabalhar pela pátria

Leitura

Meninos: o quadro acima representa o


cruzador brasileiro “Almirante Barroso”
quando no estreito de Magalhães, que fica ao
sul da América Meridional, de que faz parte
o nosso caro Brasil, lutou com uma terrível
tempestade, de que o salvou a perícia e a cora­
gem inexcedível, tantas vezes comprovada, do
r dêsse navio.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Foi um feito heróico; — mas de quan­


139

então seu comandante e dos distintos oficiais

tos não teem dado exuberantes provas a nossa


marinha e o nosso exército? Durante a guerra
que o Brasil teve de sustentar contra a repú­
blica do Paraguai contaram-se por centenas
êsses atos de valor e de patriotismo que tanto
enobrecem o indivíduo que os pratica, a fa­
mília e a Pátria.
140 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Mas perguntareis, como poderemos nós,


ainda crianças, trabalhar pela Pátria?
Podeis muito fazer por ela, meus caros
concidadãozinhos, sem dúvida alguma; tendes
obrigação de vos não descurar de tão sagra­
do dever. O menino que estuda bem suas li­
ções, que ó dócil aos conselhos dos professo­
res, que se esforça enfim para ser instruído,
prudente e bom, êsse desempenha-se dos seus
deveres para com a Pátria, porque se prepara
da melhor maneira que é possível para ser-
ví-la quando fôr homem.
SEGÜNDO LIVRO DE LEITURA 141

PARA COPIAR:

£ aoIkãz» cr c^tw ju cu IxUàLcl, waÚwò ?

£ <y pxxót» xnw c^UjG w2LòCb<mx)ò, mtv

(cLacL CLÒ 7VLCLLÒ /WTVwtoZ))

Ácu LcmxlúAcu L

CU 'TÍLCÍb 0/ c^lqL Lcy-


óò, .e/rvb c^woXc^ui/v lcLclc£ Sb ccmr
' jltvoj c^gu/ /vloò ox>kaA/YYtoò, |ao-c£-
142 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que representa o quadro desta lição?


— Onde estava, então, êsse navio c onde
fica êsse lugar ?
— Como foi salvo do naufrágio?
■— Como se denominam os homens que
sofreram naufrágio?
— Como procederam os Brasileiros na
guerra do Paraguai
— Que utilidade há em procedimento
igual?
— Que é Pátria?
— Qual é o dever dos cidadãos para com
, a Pátria?
— E vós, meninos ainda, como podereis
desde já trabalhar pela Pátria?
— Como se denomina o homem que tem
muito amôr à Patria?
— E que outro nome se dá ao sentimento
de amor à Pátria?
LIÇAO 29.‘
A decisão Injusta

Leitura
Um dia em que Júlio voltara do colégio
perguntou-lhe o pai o que lhe sucedera e o
que havia feito ou aprendido nesse dia.
— Meu pai, respondeu Júlio, fui casti­
gado por haver decidido injustamente numa
questão entre dois de meus colegas.
— “Como assim? Eras tu juiz por acaso?
— “Eui esta manhã, acêrca de uma con­
tenda entre esses dois rapazes. Um era muito
maior que o outro e tinha uma jaqueta que lhe
ficava muito curta; e o menor tinha uma que
lhe estava muito larga. O maior propôs ao me­
nor que trocassem as jaquetas; este, porém,
não queria, embora soubesse que a do compa-
144 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

pheiro lhe assentava melhor que a sua. Então


o maior quis obrigá-lo a trocar. Travou-se a
contenda. Enquanto disputavam, passei, por
alí e êles chamaram-me para julgar dêsse
pleito. Decidí que o menor ficasse com a me­
nor jaqueta, e o maior com a que melhor se
lhe ajustava. Sabendo disso, o diretor casti­
gou-me por haver eu decidido mal.
— “Mas, como? perguntou o pai. Em que
estava a injustiça de tua decisão, si bavias ne­
la atendido ao que convinha a ambos os liti­
gantes? !
SEGUNDO LIVKO DE LEITUMA 145

& me^ci 0

PARA COPIAR:

„ GAXct^rivnX^, pxlç.jQÂZJZU/--rru<í
<y cLi/uíxyb, cyw 'aclo' Azwía

'YWòttz CM TlZCCjyUjJx cL TVCUXÔ


CXZrLx^ClZ); Sü bÀw\>, pZlA>CL JAcL^OA? da <yÁL

CljWL cLcCCcLô VYl^òZa/YYXJLmllL'


146 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução

-— De onde vinha Júlio, quando o pai lhe


falou, e que fôra fazer alí?
— Que respondeu Júlio a seu pai1?
— Que teve Júlio de decidir?
— Quando e porquê?
— Como decidiu Júlio essa questão entre
seus colegas?
— Que lhe resultou daí?
— Porque, parecendo justa a decisão dc
Júlio, não o era todavia?
- — Como procedereis no lugar dêsse me­
nino menor?
— E no do maior?
LIÇÃO 30?
Não façais mal aos animais

Leitura
148 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

De repente, disse Tancredo à irmã.


— “Olha, Margarida- Vê que bonito.ni-1
nho está alí e cheio de ovos! Espera enquanto
vou tirá-lo.”
Como para defender sua futura próle,
dois passarinhos, que não longe estavam, voa­
ram para o ninho, gritando.
— “Não, Tancredo, disse Margarida, não
faças isso! Lemhra-te do que diz nossa hôa
mãe: — não devemos destruir os ninhos dos
pássaros, porque estes nos são úteis, pois co­
mem os insetos daninhos que destróem as
plantações.
— “Ora! respondeu Tancredo. Mas eu
não tenho plantações e preciso dêsses ovos
para começar uma coleção.
— “Tu não as tens, mas teera-nas os nos­
sos vizinhos; e será grande egoísmo e maldade
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 149

de tua pavte, quereres o teu divertimento com


o prejuízo dêles. Além disso...
— “Além disso. . . que ha mais?
— Ha que os pobres passarinhos tiveram
mui grande trabalho em construir seu ninho,
como tú não o poderías fazer; aí deitaram os
ovos e, se os tirares será como se lhes tirasses
os filhos. Imagina qual seria o desespêro de
nossa querida mãe, se lhe tirassem nm de
nós?!..

i
\1
f|

“Vamos: bem diz o nosso velho mestre


que fazer mal aos animais é indício de mau
caráter.”
150 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

cLccl pxto co/m>po.

LiaIÃo/u az> <^otci^Ã^JlvouC) cL cyvv-aXLo ‘

—„ Ox! txnz>

C^UZ/LCX O' 'nÃ/Y^VO', jCLOÀZ), O CjjLU/ H<bCLO- C^UX'


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 151

ctl^AVYWCL, lx>cLo AÁcu, ^U/nZí/YYb

Exercício de raciocínio e de elocução

— Onde e quando passeavam Margarida


e Tancredo?
— Que belezas tinha essa manhã?
— Que foi que Tancredo viu e o que disse
êle à irmã?
— Que fizeram os passarinhos?
— Que respondeu Margarida a Tan­
credo?
— Que disse Tancredo então?
— Que replicou Margarida?
— Que disse, por fim, Tancredo a Mar­
garida?
— Como devemos tratar os outros ani­
mais?
— Porquê?
LIÇÃO 31.a
Não procedais irrefletidamente

Leitura

A pequena Josefina saiu um dia a pas­


seio com a mãe, e pelo caminho apanhava bor­
boletas, que ia recolhendo em um saquinho
próprio para êsse fim.
Mas, imprudente que era! abriu o saqui­
nho sem cautela e as borboletas voaram, todas
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 153

e foram pousar sôbre uma árvore que estava


próximo do muro.

Josefina chorou muito, mas foi ela só a


culpada pelo seu estouvam'ento.
Nada, pois, devemos fazer sem atenção:
cumpre que sejamos cautelosos, e que tenha­
mos sempre em consideração as consequências
de nossos atos.
Quereis ver, pequeno leitor, outros fu­
nestos resultados da irreflexão?
154 SEGÜNDO LIVRO DE LEITORA

W
P
Um negociante pensou em levar muitas
mercadorias para um país muito distante do
seu, esperando grandes lucros. Para isso, ir-
refletidamente, comprou muitos navios, do
que sucedeu não lhe chegar o dinheiro para
comprar as mercadorias, e viu-se reduzido à
miséria.
Um imperador declarou guerra a uma
forte potência, sem examinar sua armada e
seu exército: foi vencido, preso e coberto de
opróbrio pelas fôças inimigas.
Devemos, portanto, amigos, proceder
sempre com reflexão, com prudência, sem o
que correremos o risco de pôr em perigo nossa
fortuna, nossa vida e, o que é mais, nossa
honra..
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 155

PARA COPIAR:

cLg tcrnxa/b' cLcu /m/rwrLcu cr

^olÂoííXcuò ^kmiAxvtyv pzx/ux -Lvm, (crvu^.

HjyYYb /vcnr

dx/, eu ccnrtZ>t^aí-/tcb Z5 d^^ •


d-c jaowscr tvYYLpxy, clcÀx>lo-Zi£/ Zu/iw cLv-

d-G nj^/YLcLiA/ cr c^tw 'kzi/vÀxi/ ^eÃÍq; p-ctAxx


cdj^TLcLvb Òz> dÁAMxlcLÒ.
156 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que sucedeu a Josefina, e porquê'?


— Conseguiu sua mãe tornar a agarrar as
borboletas?
— Porquê?
— Que é que nos cumpre relativamente
ao que tivermos de fazer?
— Que sucedeu ao homem que começou
a edificar, sem saber se o poderia fazer?
— E ao negociante de que aqui se fala?
•—E ao imperador?
— Que nos pode advir de procedermos
sem reflexão?
— Qual dos três bens: a fortuna, a vida
e a honra, é o mais importante?
— Porque ?
— Qual é a palavra oposta a honra?
— Que qualificativo se dá ao homem de
honra®
LIÇÃO 32.a
Faze o teu dever

Leitura

FeIi»herU jle Carvalho — 2.» livro


158 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Apenas se tinha assentado, despertou-


lhe a atenção um pássaro que saltando de
ramo em ramo, parou em um dêles e começou
a cantar, parecendo possuído do maior conten­
tamento .
— Preferia ser um pássaro e ter liber­
dade de fazer o que quisesse, a ter de estudar
minhas lições e não poder passear!”
— Sua mãe que, sem ter sido vista, havia
seguido a menina, ouviu estas palavras, e dis­
se, logo depois de assentar-se também:
— “Crê minha querida Alzira que os pas­
sarinhos são mais felizes do que ela1?!”
ÓEGUNDO LIVRO DE LEITURA 159

■—“Talvez assim o creias, mas eu penso


que êsse passarinho deu-te uma excelente li­
ção. Tu tens tudo quanto careces; e êle pre­
cisa fatigar-se para obter o alimento para si
mesmo e para os filhinhos. Tu és feliz; êle
quem sabe se daqui a pouco não deixará de
existir. No entanto, tu choras, e .êle canta.-
Dêle, depois da morte, ninguém mais se lem­
brará ; ao passo que de ti se lembrarão sempre
teus pais e teus amigos, pelo que te deves es­
forçar para que lhes deixes gratas recorda­
ções, e o melhor meio è o cumprimento de teu
dever. E, no entanto, trocarias tua sorte pela
do pássaro!”
Alzira por única resposta, saltou ao pes­
coço de sua mãe, abraçou-a e beijou-a, e bem
depressa um raio de felicidade illuminou-lhe
a fronte.
160 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

PARA COPIAR:

p/bÓocÃ/YHX} cL
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 1(51

Exercício de raciocínio e de elocução

— Que levou Alzira a ir sentar-se pró­


ximo da árvore?
■— Que viu ela aí?
— Que disse então, e porquê?
— Como foi que sua mãe apareceu aí
e o que lhe disse?
— Que lhe respondeu Alzira?
— Que foi que de novo lhe disse a mãe?
— Que foz, então, Alzira?
LIÇÃO 33/

Os cinco sentidos

Leitura

Edmundo conversava um dia com seu pai,


o lhe disse:
—-“Escuta, papai; quando vim hoje do
colégio, ouví um passageiro do bonde dizer a
outro que se julgava muito infeliz porque ti­
nha menos três sentidos do que as outras pes­
soas. Eu não entendí o que êle disse. Que são
os sentidos?
— “São as possibilidades de que nos do­
tou a natureza de conhecermos as causas por
meio dos orgãos corporais, meu filho. Ora,
espera, que já compreenderás isso bem.”
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 163

— “Então a menina vê o quadro, isto é,


tem a possibilidade de conhecer esse objeto
por meio dos olhos. Aí tens o primeiro sen­
tido: o ver, ou a vista.
E voltando uma página do livro, o pai de
Edmundo perguntou-lhe:
— “ E agora, que vês aqui ?
— “Um menino sobre uma cadeira e pró­
ximo de um aparelho telefônico. Ah! Ele está
ouvindo o que lhe dizem.
16-1 SEGUNDQ LIVRO DE LEITURA

— “E’ exato. 0 tclefônio nos transmite


a voz, por meio de fios metálicos. E com que
ouve o menino? Com os olhos também?
— “Não, senhor, com o ouvido.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA_______________ 165
—-—-----
“Pois aí tens o segundo sentido: o ou­
vir ou a audição.
Uma nova estampa mostrou o pai de
Edmundo ao filho, perguntando-lhe:
_ Que é que vês agora nesta nova fi­
gura? .

— “Uma menina, respondeu Edmundo,


junto do muro de um jardim, parece-me.
— “E não te enganas. Que é que faz a
menina?
— “Está cheirando uma flor?
■— “Sim. E’ êsse um outro sentido: o chei-
rar» ou o olfato. E para cheirar a flor, que é
que faz a menina?
166 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

Mostrando outra figura


a Edmundo, acrescentou:
— “Muito bem, meu
Edmundo. Já vês que isto
não é tão difícil como te
parecia. Aqui tens uma
nova figura. Que é?
— “Agora é uma meni­
na que tem à mão esquer­
da uma cbícara colocada
sôbre um pires, e com a direita ]eva uma co-
Ihér à Lôca.j
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 16"/

“E’ tal qual. Naturalmente ela está


provando o que leva na chícara, e, ainda quan­
do fosse céga, ela saberia assim se era, poi
exemplo, leite, café ou chá; se estava doce, ou
não. E’ verdade?
— “Sim papai.
— “Aí tens, pois, mais um sentido: —o
gostar, ou o gôsto, ou ainda, o paladar. Po­
rém, não é nem com os olhos, nem com o nariz.
conquanto êste a auxilie para isso, que ela
sente o gôsto.
— “Não sei, papai.
— “Pois fica sabendo que é na lingua
que reside o paladar.
168 SEGUNDO LIVRO Dtí LEITURA

— “E sentirá o menino logo que toque


nesse móvel?
— “Certamente há de sentir, porque suas
mãos o avisarão.
— Eis, portanto, mais um sentido, o úl­
timo e importantíssimo, porque em muitos
casos substitue os outros: c o tocar, ou o tacto.
Ele se acha espalhado por todo o corpo, mas é
muito mais apurado nas mãos e, por isso, são
elas consideradas o órgão do tacto. Agora,
meu caro filho, recapitulemos. Dize-me:
quantos e quais são os sentidos corporais?
— “São cinco: a vista, o ouvido, o olfato,
o paladar e o tacto.
— “Muito bem. Pois ao teu passageiro,
— lembras-te dêle? — provavelmente falta­
vam os tres primeiros, pois o paladar sómente
por horas ou dias se perde, e o tacto naõ se
perde em absoluto senão com a morte. Entre­
tanto, todos eles podem sofrer graves altera­
ções; na grande maioria dos casos que se con­
tam, poder-se-ia ter evitado, seguindo os con­
selhos da higiene.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 169

PARA COPIAR:

lovAz/ cLcl ^cipAzóx/YÍtou.

ojy mxvYu/njo’ cl ^u^uTlcl c^ul clc^lu/ 'uêdcA

r- | D

cU^o-nw,:- p<ViCb. cjtw ZuAaàg LÔl7


170 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

th i/iwnz7,tt/YLcLo' oò o-tíLoò zwnr


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 171

Exercício de raciocínio e de elocução

_ Que disse Edmundo a seu pai, acêrca


do que ouvira no bonde e que lhe perguntou?
— Que foi que o pai mostrou a Edmundo
e para quê? . ,Jg|
— Qual é o primeiro dos sentidos e por
que órgão se exercita?
— Que é o telefônio?
— Em que se diferença o falar por meio
de carta e falar pelo telefônio?
— Qual é o segundo sentido corporal e
por que órgão se exercita?
— Se Edmundo já conhece dois sentidos
e êles são cinco, quantos lhe faltam conhecer?
Para sentir o cheiro da flor, que faz a
menina?
— Porquê?
Quantos sentidos conhece i‘á Ed­
mundo?
Quantos ainda faltam?
Paladar?11^ é ° Órgã° d° sentido 4enominado

' E o do tacto?
tidos? eiltre 0 tacto e os demais sen-
172 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

■—Dizei agora todos os sentidos corpo­


rais, relacionando-os com os respectivos ór­
gãos.
— Quais são os que mais comumente se
perdem?
— Que podeis dizer quanto à perda do
olfato?
— E quanto à do tacto?
LIÇÃO 34/
As substâncias alimentares

Leitura
“Papai, disse um dia Carlos, — vi, hoje
pela manhã, um passarinho comendo pedri-
nhas, Mas, então, podem-se comer pedras1?
— “Não, meu filho, se o pássaro fez isso é
porque essas pedrinhas, que êle engole, facili­
tam o trabalho da trituração dos alimentos no
órgão que lhe serve de estômago, e que se de­
nomina moéla. A pedra e os outros minerais
não são substâncias alimentaress
174 SEGUNDO LIVBO DE LEITURA

— “E’ verdade Eu ouví o professor dizer


há dias que, breve, trataremos na escola das
substâncias alimentares: quais são elas, papai?
— “As substâncias alimentares nos veem
do reino animal e do vegetal. 0 animal nos dá
a carne, o sangue, os ovos e o leite, de que se
fazem várias cousas; o vegetal fornece-nos as
folhas e os frutos alimentícios.
— “Então, pode-se comer carne de todos
os animais?
— “Sim, meu filho, ainda que a de uns
tenha mais propriedades alimentícias que a
de outros. Assim, por exemplo, a carne de boi
é um excelente alimento, melhor mesmo que
a de vaca, quando êste animal tem produzido
muito leite, que lhe enfraquece a carne. A de
vitela é ainda inferior a essas; a de carneiro é
mais dura e mais seca que a de boi, e contém
inais gordura, não tanto, porém, como a do
porco, que é de difícil digestão; a das aves é
de sabor agradável, porém menos nutritiva
que as outras, com exceção da dos peixes, que
tem menos qualidades alimentícias que a dos
animais de sangue vermelho. A carne, por si
sómente, não é um alimento completo; mas,
associada ao pão, oferece um meio seguro para
o homem reparar suas forças.
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA
17(5 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

— “0 pão fez-me lembrar do café. Que


é o café, papai?
— “0 café é o fruto de um arbusto ori­
ginário da Arábia, c que se denomina cafeeiro
ou Cafezeiro. Há grande abundância dêle nas
vizinhanças de Moca, cidade da Arábia. Fo­
ram o-s holandeses que levaram o cafezeiro

para a Europa. Os franceses -quiseram acli­


matar êsse arbusto na América, e foram, por­
tanto, enviados para a ilha de Martinica, uma
possessão francesa, nas Antilhas, três pés de
café; — dois morreram durante a viagem e
o terceiro foi salvo pela dedicação do capitão
Déclieux, que muitas vezes repartiu com u
cafezeiro sua ração de água.
177

<1Ue « 0 oho°coUteM: 6 peso‘lhe q>'e me àiga o


178 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

— “0 chocolate é feito das sementes que


se conteem num fruto chamado cacau, e a
árvore, que produz êsse fruto é o cacaueiro,
como já disse. Depois da torrefação, o cacau
é triturado em um moinho de cilindros aque­
cidos, e não se reduz a pó, porque tem uma
gordura denominada manteiga de cacau; mas
torna-se em massa mole e quasi fluida. Du­
rante a trituração. junta-se certa quantidade
de açúcar aròmatizado com baunilha ou ca­
nela, e está pronto o chocolate, que é depois
cortado, por meio de fôrmas, em pequenos ti­
jolos, maiores ou menores. -— E sabes qne é
o chá?
SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

locad^A a a C0^eita’ são as folhas do chá co-


dcpoisdo^uf? e fortemente aquecidas;
1 ao que sao as mesmas folhas enroladas,
18Ü SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

operação esta que os Chins fazem só com as


mãos. Dão-se ao chá diferentes nomes para
designar o chá de primeira qualidade, como o
de “chá pérola”, por exemplo; e os fabricantes
juntam-lhe algumas plantas cheirosas para
aumentar-lhe o odôr.
Existem duas qualidades distintas de chá:
o chá verde e o chá preto, sendo esta muito
inferior àquela.
“Ha no Brasil, principalmente nos Esta­
dos de Mato-Grosso e do
Paraná, uma espécie de chá,
originário dó Paraguai: E’
o mate, que pode ser prepa­
rado em folhas ou em pó,
e de que, nesses Estados
sobretudo, faz-se uma deli­
ciosa bebida, que se põe
numas pequenas cabaças,
ou cuias, em geral artisti­
camente ornadas, e de onde
é ela sorvida por meio de
um canudo a que se chama bomba. . Bem vês
quanta cousa nos dá o reino vegetal, e não é
somente isso.
181
segundo LLVKO

tém "íeT* que temos 0 a«’icar> «lue se ob-

ü; :x;xais’como a Cana e a be-


a cenoura etc « §umes, tais como a couve,
“a. etc., que nao devemos dispensar em
182 SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

nossa alimentação; e as batatas, superiores


aos legumes em valor nutritivo. São ainda
os vegetais que nos dão as bebidas alcoólicas,
entre as quais se notam o vi-
Ki nho e a aguardente.
rjv 0 vinho é uma bebida al-
Ayií /W coólica e faz-se de uva, que é
0 ^ruto da videira. Também
n Wy 1 se dá impropriamente o nome
w/ de vinho ao licor fermentado
de outras frutas como o cajú,
' 1 a maçã, etc. A aguardente é
outra behida alcoólica e, en-
^re nós, extrai-se ordinaria-
VH/ t mente da cana de açúcar.
'Vi Pode também preparar-se de
V, frutos doces e de cereais, que
fermentam.
Talando de bebidas espirituosas não vos
esqueçais, meus caros amiguinhos, de que o
alcoólismo e o jôgo são os dois grandes e hor­
ríveis males que flagelam, humilham, arrui­
nam, perdem e viciam os homens..
183
segundo livro de leitura

PARA COPIASi

zjXci' cL TmvrLcLoccu. &lcTmxycxnziLò

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JU do>R^|CHÁl)tuXL

ClvylcLcu cLcr Ac /^cu-


/JVrYL i'i>[wyntò jcxVLa, Aoj^xò,
xocxic-
\ fí Cirx I « u I i
184 SEGUNDO LÍVRO DE LEITURA

___„Aí/yyu, oruxô to/mÂt

Qò OAKXb, JUYYX; U/YVb 'V-ola-

^njL, CzOn^aAju/nxlí/iTb c^VvyvsLg c^uzvntc-

cLcucLz cL AuI>oXârrbcÂ<Lò cilvmjmXciA£Z>;£-*

JU \AJYV\j
ter culumvntcr, ju cLdlc cu/i^bclcu |a^e/m

OÒ C|j4Ájãj/OÔ JL> Qy tcüCT CUCj/bQ/- ’ , \


cld/u-blò cxxmxr úlLLò cccr luxnWYYb37laz> .

-íò |o\tcô,|l<>\VYYb CU TVWUbCA/ C^UCCVYb

UcLclcL, cL ZxJjíXà/nx>zxí> cJÂ/mj^n^toA^


SEGUNDO LIVRO DE LEITURA 185

Exercício de raciocínio e de elocução

— Quais são os .reinos da Natureza que


nos fornecem os alimentos?
— Que nos dá para a alimentação o reino
animal ?
— E o reino vegetal?
■— Qual a carne que contém maior quan­
tidade de elementos alimentícios?
— Que dizeis das outras carnes?
-— De que é feito o pão?
— Como?
— Que é que se obtém ainda da farinha
de trigo?
— Que é o café?
— Que nacionalidade tinham os homens
que o levaram para a Europa?
— E os que o trouxeram para a América?
— Em que ponto da América se começou
o cultivo do café?
— Como foi que êle aí chegou?
— Que importância tem êle para o
Brasil?
— Qu'e é chocolate e como se obtém?
18G SEGUNDO LIVRO DE LEITURA

II
— Que é o chá?
— Como é êle preparado para entrar no
mercado?
— Quais são suas espécies?
— Que é o mate?
— Em que Estados do Brasil é êle mais
abundante?
— Que é o leite e o que dêle se pode obter?
— Que adjetivo significará: — que é de
leite ou lhe parece?
— De que se obtém açúcar?
•—Quais os adjetivos derivados dessa
palavra?
— De que, comumente, se fazem o vinho
e a aguardente?
— Que bem nos podem trazer essas be­
bidas?
— Que males nos podem causar?
— Que qualificativo convém a essas be­
bidas que conteem álcool?
— E as que tonificam o organismo, que
são?
— E as que o estimulam, que qualifica­
tivo lhes convém?
EIM
N.° 5. UIOficinas Gráficas da Livraria Francisco Alvea
Extrato do Catálogo da Livraria Francisco Alves

OTELO SOUSA REIS


Textos para corrigir ,
Breviárlo da Conjugação dos Verbos da Língua Portuguêsa
Seiscentas Expressões Fracionárias
ANTÔNIO TRAJANO
Aritmética Primária
Aritmética Elementar
J. M. LACERDA
História do Brasil
Geografia Elementar
FELICÍSSIMO FERNANDES
Ciências Físicas e Naturais (Curso Elementar)
" " " (Curso Médio e Superior)
HENRI DE LANTEÚIL
Pour les petlts

GASPAR DE FREITAS
Geografia e História do Brasil (C. de Admissão)
Aritmética. Geometria e Desenho (C. de Admissão)
Gramática Portuguésa (C. de Admissão)
Exercícios de Gramática e Modelos de Análise
Ciências Físicas e Naturais
Instrução Moral e Cívica
OSWALDO SERPA e MACHADO SILVA
ABC — Direct Method (Cartilha da Língua Inglesa)
Engllsh for Chlldren
Paul and Mary
FRANKLIN MENDES
Rudimentos de Geometria
NELSON COSTA
Leitura e Exercícios

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