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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 27 / Nov.-Dez./2003
Ano III

EDITORIAL ÍNDICE

Pág. 2 e 3
Ni o balanço do ano que finda, fica a certeza de ter sido
 O que a imprensa
noticiou

E
partilhado com IIr.: e amigos um pouco de conhecimento, de alegrias Pág. 4
e, também, de tristezas; felizmente, mais aquelas do que estas.  Curiosidades
Todos temos que ter prazer em viver, em lutar para sermos
Pág. 5 e 6
felizes, para mantermos a família harmoniosa, para podermos
 Para pensar
trabalhar, para termos muitos amigos, para termos princípios fortes
de cidadania e convicção de que de certa forma estamos contribuindo Pág. 7
para tornar esse mundo melhor, em nossa efêmera passagem por ele.  Gr. Dic.Enciclopédico de
“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que Maç. e Simbologia
fracassam”, disse certa feita Henry Ford (1863-1946); e, às vezes, com (Nicola Aslan)
 Biblioteca
medo de fracassar, desistimos antecipadamente. Temos que vencer
nossa inércia e nossa preguiça, pois só seremos vitoriosos se, e quando, Pág. 8

vencermos a nós mesmos, primeiramente.  Saúde é coisa séria


 Pílulas Maçônicas
Como IIr., temos o dever de exaltarmos a Fraternidade ao
máximo, para que, em união, possamos engrandecer a nossa Ordem e Pág. 9 à 18

tornar a vida, dentro do possível, Justa e Perfeita.  Trabalhos Maçônicos

Contribuamos para que a PAZ possa fluir e sejamos um Pág. 19 à 20


semeador dela, para que o mundo se purifique.  História pura
Que tenhamos, todos nós, um ano de muita prosperidade e paz Pág. 21
de espírito em 2004.  Viagem ao nosso interior

Pág. 22
Carlos Alberto dos Santos/ M...M...
 Biografia do mês

Pág. 23
 O nosso planeta
Pág. 24 à 25
• Depoimento
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO
BARRADAS, e A... R...L...S... Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ) e-mail: carlosalberto@cabofrio.psi.br
1
O QUE A IMPRENSA NOTICIOU
PADRE MAÇOM

Em 16 de Julho, foi Iniciado no Grau 33, no Supremo Conselho de Pernambuco, o Irmão Emi
Silva, que é o Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente Amapaense (COMAB). Na vida pública no
Amapá, nosso Irmão Emi é professor universitário aposentado e Padre Franciscano da Congregação
Irmãos Leão de Assis.
Galgar o último degrau da Escada de Jacó, sabemos que é sempre uma grande honra para nós
Maçons, eternos Aprendizes.
Parabéns Sereníssimo Irm.: Emi Silva.
Fonte: Revista “A TROLHA”, de novembro/2003 (nº 205)

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O POTENCIAL ARQUEOLÓGICO DA BÍBLIA

Amos Frumkin, geólogo e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, afirma que a


Bíblia pode ser considerada um dos guias mais valiosos para a pesquisa científica. A equipe de
Frumkin foi responsável por datar, em Jerusalém, o túnel de Siloam, descrito na Bíblia, confirmando
que ele foi construído exatamente no período indicado – por volta de 700 a.C. – e acabando com uma
discussão antiga no meio acadêmico e arqueológico. O túnel foi descrito como uma encomenda de
Ezequias, rei da Judéia, para providenciar uma fonte secreta de água potável caso a cidade sofresse
um ataque dos assírios. O estudo de Frumkin, publicado na revista “Nature”, foi o primeiro a aferir
com rigor científico uma descrição da Bíblia. Mas o geólogo, em entrevista ao “O GLOBO”, lembra
que os confrontos estão afetando a região também do ponto de vista científico. Ele calcula que menos
de 20% do potencial a ser pesquisado em Israel já foram estudados.
Respondendo a uma das perguntas de “O GLOBO”, respondeu: - A Bíblia deve ser levada a
sério. Note que não olhamos para a Bíblia de forma total, uma vez que ela é composta por tantas
partes e tantos textos. Este foi apenas um pequeno ponto que checamos e estava perfeitamente
descrito. Foi a primeira estrutura claramente identificada da Bíblia a ser datada cientificamente. Com
certeza muitos cientistas deverão explorar outras estruturas mencionadas na Bíblia e analisar como se
conectam. Nos últimos 20 anos participei de um estudo sobre flutuação dos níveis do Mar Morto.
Encontramos também uma correlação com o que foi descrito na Bíblia, agora com evidência científica.
(...)
Fonte: O GLOBO

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PADRE JOÃO RIBEIRO: MAÇOM, HERÓI E MÁRTIR

No dia 29 de outubro foi celebrada missa pelo 2º ano de sepultamento dos restos mortais do Padre
João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, herói e mártir da Revolução Pernambucana de 1817. Antes da
celebração da missa, na Igreja Santa Isabel, cidade Paulista, fizeram palestra para os fiéis, a respeito do
herói e da Revolução, os Iir.: maçons Antônio Camarotti (Desembargador Presidente do TRE/PE) e Roldão
Joaquim (Conselheiro Presidente do TCE/PE).
Esteve presente o Irmão Antônio do Carmo Ferreira, Presidente da ABIM. Recordou-se que o Padre
João Ribeiro participou da Revolução de 1817, representando o clero, tornando-se Presidente da República
implantada pelo Movimento revolucionário, ao término do qual não se rendeu nem fugiu. Suicidou-se e
foi sepultado na Capela Nossa Senhora da Conceição do Engenho Paulista. As forças reacionárias o
desenterraram, e sua cabeça foi levada ao Recife e exposta no pelourinho por determinação de Rodrigo
Lobo, almirante que na oportunidade representava o Conde dos Arcos, da Bahia. Os restos mortais do
padre MAÇOM João Ribeiro se encontravam guardados, em urna, no Instituto Arqueológico, Geográfico e
Histórico de Pernambuco, de onde foram transladados, em 29 de outubro de 2001, para o túmulo
construído na Igreja Matriz de Santa Isabel, na cidade do Paulista, dando-se-lhes repouso eterno.

2
Fonte: Informabim- 105, de 31/10/2003..
O ARCEBISPO DOM DADEUS NO TEMPLO “CALDAS JÚNIOR”

Grande destaque da Festa Farroupilha, comemorada em outubro próximo passado, no Templo


nobre “Caldas Júnior”, Oriente de Porto Alegre, foi a presença de DOM DADEUS GRINGS,
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, que participou da cerimônia, inclusive incumbindo-se da
abertura do Livro da Lei (grifo do editor), lendo o 1º capítulo do evangelho de São João, e, ao término
da solenidade, fechando o livro das Sagradas Escrituras (grifo do editor). O Arcebispo Dom Dadeus
não é a primeira vez que comparece a solenidades no seio da Maçonaria, pois já esteve antes, noutra
sessão pública, no GORGS, dando brilho invulgar com a sua presença.

Fonte : INFORMABIM 105, de 31/10/2003

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BRILHANTE O CONGRESSO DA MAÇONARIA CATARINENSE

Alcançou completo êxito o 1º Congresso da Maçonaria Catarinense, realizado por iniciativa e


sob a coordenação do Grande Oriente de Santa Catarina, nos dias 24, 25 e 26 de outubro, no oriente
de Blumenau. Uma organização impecável, com excelente qualidade de atendimento a todos os
congressistas. Os Ritos Adonhiramita, Brasileiro, Escocês, Francês, York e Schröder, durante o
Congresso, fizeram “Encontros” oferecendo, cada um, a sua contribuição, para que os objetivos
traçados para o momento fossem colimados da melhor forma possível. O presidente da ABIM, nosso
Irmão Antônio do Carmo, esteve presente, participando das exposições e dos debates, com a palestra
(“Nos Tempos de Mudanças e Seus Desafios”) de abertura do Congresso, na impossibilidade do
comparecimento do Ministro Furlan e, na Plenária, com a palestra de encaminhamento dos debates –
“a Contextualização da Maçonaria no 1º Quartel do Século XXI” (vide pág. 11)

Fonte: INFORMABIM 105, de 31/10/2003

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
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(tarde)
3
CURIOSIDADES
TODOS OS CAMINHOS LEVAM A ROMA

Hoje em dia, os caminhos terrestres, aéreos ou marítimos levam viajantes a qualquer lugar.
Porém, quando queremos dizer que todas as alternativas têm a mesma solução, dizemos que “todos
os caminhos levam a Roma”. A tradição vem, é claro, dos tempos da antiga Roma, quando a cidade
dos césares era o umbigo do mundo. “No século I, quando o Império ia da Bretanha (na atual
Inglaterra) à Pérsia (na atual Irã), Roma chegou a ter 80 mil quilômetros de estradas”, diz a
historiadora Maria Luiza Corassin, da Universidade de São Paulo.
Mas as vias romanas não eram como as atuais, nem os seus propósitos eram os mesmos. “Elas
não se destinavam ao transporte de pessoas e cargas. Chamadas de cursus publicus, eram muito mais
um meio de comunicação, por onde os mensageiros levavam ordens de um canto a outro do
Império”, afirma Maria Luiza. Segundo ela, esse correio era tão eficiente que podia percorrer 270
quilômetros em um dia, marca que não foi superada na Europa até o século XIX.
As estradas romanas eram verdadeiros prodígios para a engenharia da época. Eles usavam
pedras e cimento acomodados sobre leitos aplainados e aterrados. As vias eram traçadas sempre em
linha reta e passavam por cima de lagos, pântanos e montanhas. As pedras para o calçamento tinham
superfícies curvas para facilitar a drenagem, outra novidade para a época. Ao largo delas havia
postos de parada e descanso para guarnições militares.
Testemunhas do poder, da tecnologia e do espírito conquistador dos romanos, essas estradas
não resistiram, porém, às invasões bárbaras a partir do século III. Anos depois da queda definitiva do
Império Romano do Ocidente, em 476, as pedras cortadas e polidas com precisão foram utilizadas
para erguer os castelos medievais. Mas vestígios de algumas dessas estradas ainda podem ser vistos
na Bretanha, por exemplo, ou em Roma, onde a principal delas, a Via Ápia, ainda recebe todos os
anos milhões de visitantes.

Fonte: Revista “SUPERINTERESSANTE”, edição de 3 de novembro de 2003.

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4
PARA PENSAR

PARA NUNCA MAIS CHORAR

Passava do meio dia, o cheiro de pão quente invadia aquela rua, um sol escaldante convidava a
todos para um refresco. Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:
-Pai, tô com fome!
-O pai, seu Agenor, sem um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um
trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede um pouco de paciência...
-Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome!
-Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, seu Agenor pede para o filho
aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente. Ao entrar,dirige-se a um senhor no
balcão;
-Meu Senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos aí na porta com muita fome, não tenho
nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu peço que, em nome de
Jesus, me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino; em troca, posso varrer o
chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar.
Amaro, o dono da padaria, estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida
em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho. Seu Agenor pega o filho pela mão e o
apresenta ao Senhor Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde
manda servir dois pratos de comida do famoso P.F. (prato feito). Para Ricardinho era um sonho
comer após tantas horas na rua; para o Seu Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida
maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um
punhado de fubá... grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada. A satisfação de
ver o filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e a lembrança de
sua pequena família em casa, foi demais para o seu coração tão cansado de mais de 2 anos de
desemprego, humilhações e necessidades. Amaro se aproxima do Seu Agenor e, percebendo a sua
emoção, brinca para relaxar:
-Ó Maria!, sua comida deve estar muito ruim; olha o meu amigo está até chorando de tristeza
desse bife... será que é sola de sapato?
Imediatamente, Seu Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia
a Deus por ter esse prazer.
Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam
sobre o trabalho.
Mais confiante, Seu Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava
“nas costas”. Após o almoço, Amaro convida o Seu Agenor para uma conversa nos fundos da
padaria, onde havia um pequeno escritório. Seu Agenor conta, então, que há mais de 2 anos havia
perdido o emprego e, desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava
vivendo de pequenos “biscates aqui e acolá”, mas que há mais de 2 meses não recebia nada.
Amaro resolve, então, contratar o Seu Agenor para serviços gerais na padaria e, penalizado, faz
para o homem uma cesta básica com alimentos para, pelo menos, 15 dias. Seu Agenor, com lágrimas
nos olhos, agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte o seu início no trabalho.
Ao chegar em casa com toda aquela “fartura”, Seu Agenor é um novo homem, sentia
esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso; Deus estava lhe abrindo mais do que uma
porta, era toda uma esperança de dias melhores. No dia seguinte às 5 horas da manhã, Seu Agenor,
estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho. O Senhor Amaro chega logo em
seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando. Tinham a mesma
idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o a ajudar aquela pessoa. E ele
não se enganou: durante 1 ano, Seu Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento,
sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.
5
Um dia, Amaro chama o Seu Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a
alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Seu Agenor
fosse estudar. Seu Agenor, até hoje, não consegue esquecer seu primeiro dia de aula... a mão trêmula
nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...
Doze anos se passaram, desde aquele primeiro dia de aula; vamos encontrar o Dr. Agenor
Baptista de Medeiros, hoje advogado, abrindo seu próprio escritório para seu cliente, e depois outro, e
depois mais outro. Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica
impressionado em ver o “antigo funcionário” tão elegante em seu primeiro terno.
Mais dez anos se passaram e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os
mais necessitados, que não podem pagar, e os mais abastados, que o pagam muito bem, resolve criar
uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e
carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço. Mais de 200 refeições
são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista
Ricardo Baptista.
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor,
impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um, conta-se; até que aos 82
anos, os dois faleceram no mesmo dia, quase que na mesma hora, morrendo placidamente com um
sorriso de dever cumprido.
Conta-se no céu que o próprio Mestre Jesus veio recebê-los com um sorriso e um coro de mil
anjos, entoando uma música que falava da vitória dos que sabem persistir.
Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da “Casa do Caminho”, que seu pai fundou com
tanto carinho:

“Um dia eu tive fome, e você me alimentou.


Um dia eu estava sem esperanças, e você me deu um caminho.
Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.
Que Deus habite seu coração, alimente sua alma e te sobre
O pão da misericórdia para estender a quem precisar”.

Nota do Editor:
• Mesmo que você não acredite em lendas, pare e reflita, pois a nossa Ordem é
essencialmente simbólica, e, dentro desta ótica, SAIBA PERSISTIR EM SÓ FAZER O BEM,
POIS SERÁ RECOMPENSADO!
• Autor desconhecido

Laboratório Indústria e Comércio Ltda.

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e-mail: labolagos@uol.com.br
e-mail: javs@levendula.com.br

6
GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E
MANIAS E CRENDICES
SIMBOLOGIA Em Nome da Maçonaria

NICOLA ASLAN Autor: José Castellani

A recomendação deste bimestre é para


SITIM– Palavra hebraica significando este livro, lançado em dezembro de 2002.
acácia, árvore sagrada produzindo uma Ressalvado o respeito aos escritores
madeira preciosa e incorruptível, com a qual, maçônicos sérios (que são em número
segundo a Bíblia, Moisés mandou construir a
considerável) e, descontado a verve irônica do
Arca da Aliança, o Tabernáculo, a Mesa dos
nosso Irmão Castellani, ele realmente ataca e
Pães de Preposição e que Salomão empregou
na fabricação de muitos adornos do Templo. desmistifica, em contrapartida, com
Os antigos utilizavam, preferivelmente, esta documentos, argumentos e resultados de
madeira, porque acreditavam que era consultas sérias, as “baboseiras” e tolices que
incorruptível e por isso não era exposta aos autores (não tão preocupados com a pesquisa
ataques de nenhuma espécie de insetos. séria) inconsistentes vêm, ao longo dos tempos,
Para os Maçons, o Sitim, ou Acácia,
“derramando”, através de escritos e livros,
simboliza a natureza incorruptível da alma.
igualmente irrelevantes (do ponto de vista
histórico).
JÂMBLICO – Filósofo neo-platônico do Dentre os temas abordados, destacamos:
século IV d. C., discípulo de Anatolius, que • As “Pretendidas” Origens da
tinha sido discípulo de Porfírio, estudara, Maçonaria;
além das doutrinas de Platão e do
• Jesus: Maçom?;
pitagorismo, as dos caldeus e dos egípcios.
Quase todas as suas numerosas obras se • Loja, ou Templo?;
perderam. A que chegou até nós mais bem • A Veneração ao Rei Salomão;
conservada e a mais curiosa são os Mistérios • Liberdade,Igualdade,
Egípcios e, ainda assim, esta foi-lhe Fraternidade: Lema Maçônico?;
contestada pela crítica, mas, ao que parece, • O Avental Maçônico;
sem razão. Jâmblico rejeita as teorias de
• A Letra “G”;
Porfírio e Plotino que consideravam a
disposição ao êxtasis como faculdade • Os “Rituais” de Ashmole;
indispensável para estudar a filosofia. Pensou • A Farsa Histórica do Dia do
contudo que o homem, por via de Ritos Maçom Brasileiro;
Secretos, pode entrar em relações com a • Papa Pio IX, Maçom?;
divindade; dá grande importância aos
• Presidentes Norte-Americanos
mistérios e iniciações, o que fez com que
alguns de seus discípulos supusessem que Maçons.
fazia milagres. O seu tratado contém Leiam o livro e se deliciem!
preciosas informações sobre os antigos
egípcios.
Editora “A TROLHA LTDA”.

7
SAÚDE É COISA SÉRIA

CÍTRICOS REDUZEM ÍNDICE DE CÂNCER

Uma laranja, por dia, pode impedir a manifestação de certos tipos de câncer; esta é a conclusão
de cientistas que participaram de um estudo na Austrália. O grupo do governo Organização de Pesquisa
Industrial e Científica da Comunidade Britânica (CSIRO – sigla em inglês) descobriu que consumir frutas
cítricas pode reduzir o risco de câncer de boca, laringe e estômago em mais de 50%.

Uma porção extra de frutas cítricas diariamente – além das cinco porções de frutas e vegetais
recomendadas por dia – também pode reduzir o risco de derrame em 19%. “As frutas cítricas protegem
o corpo por suas propriedades antioxidantes e por fortalecer o sistema imunológico, inibir o
crescimento de tumores e normalizar as células tumorosas” – diz o relatório de Kathrine Baghurst,
pesquisadora da CSIRO.

O estudo australiano, baseado em outras 48 pesquisas internacionais sobre os benefícios das


frutas cítricas à saúde, também descobriu “indícios convincentes de que esses alimentos podem
reduzir o risco de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes”. Segundo Kathrine, a laranja é a
fruta com o mais alto nível de antioxidantes, com mais de 170 diferentes tipos de fitoquímicos,
incluindo mais de 60 flavonóides, que apresentam propriedades antiinflamatórias, antitumor e inibem
a formação de coágulos no sangue.

Fonte: jornal “O CABOFRIENSE”, de 05/12/2003.

PÍLULAS MAÇÔNICAS

• A primeira Loja Maçônica do Estado de São Paulo, foi fundada em 19/08/1831, na cidade
de Porto Feliz, com o título distintivo de Inteligência, e nela foi Iniciado o famoso Regente
Feijó (Padre).
• A sociedade secreta “A Bucha” foi criada na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1831,
pelo estudante alemão JÚLIO FRANK, que, morto em 1841, seria sepultado no pátio da
Faculdade. Inspirada nas BURSCHENSEHATEN (corporações de estudantes alemães do
tempo das guerras napoleônicas). Tinha cerimônias e rituais semelhantes aos da
Maçonaria. Consta que dela participaram Ruy Barbosa, Affonso Pena, Rodrigues Alves,
Pinheiro Machado, David Campista e o Barão do Rio Branco.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

8
TRABALHOS MAÇÔNICOS

“A MAÇONARIA FLUMINENSE ESTÁ HARMÔNICA ...”


(Gr.: M.: Ward de Souza Gusmão, em prancha data de 02/10/03)

Irm. ÍTALO BARROSO ASLAN / M.: M.:(*)

Está? Não sabemos. Nós, particularmente, achamos que não.


De tempos em tempos, surgem notícias de rupturas na estrutura de algumas obediências.
Prepotências, intolerâncias e vaidades constituem o tempero indigesto desse caldo fervilhante de que
é formada a Maçonaria fluminense, que o nosso querido Grão-Mestre acha que está harmônica. A
mão forte e pesada do poder, robustecido pela projeção que a vida profana lhes garante, “arrebenta”,
no palavreado chulo do nosso falecido ex-presidente João Batista Figueiredo, com truculência o pobre
irmãozinho, menos poderoso, que ousar contrariar. Os outros, coitadinhos, assustados, com a
liberdade tolhida e a vontade vilipendiada, seguem em manada, obedientes.
Há alguns anos que o Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro (GOIRJ) vem lutando
para “se ombrear” às outras duas Potências que existem neste Estado do Rio de Janeiro.
Honestamente, não sabemos para quê. Imaginamos que seja para os Grão-Mestres fazerem
declarações em conjunto, tomarem assentos destacados, em auditórios repletos, tirarem fotografias
abraçados e engalanados, passando à comunidade Maçônica a impressão que estão tratando de coisas
sérias e que está tudo correndo às mil maravilhas. Eles fazem nos lembrar de um livreto impresso em
1614, na Alemanha, pelo alquimista Valentim Andréa. Era uma obra jocosa, na qual se contava a
vinda de Apolo à Terra, no tempo do Imperador Justiniano. Tendo então verificado que a Terra
estava cheia de vícios, Apolo convocou para uma reunião os 7 sábios da Grécia, 3 romanos e mais um
jovem filósofo italiano. Depois de muitos discursos, chegaram à conclusão que não havia mais cura
para aquele século e, para demonstrar que tinham feito alguma coisa, determinaram o aumento dos
impostos sobre os repolhos, as cenouras e a salsa, pelo que foram delirantemente aplaudidos pelo
povo.
Na verdade, ruim de tudo não está no relacionamento entre as Potências. Está para o GOIRJ,
pois, só se não quisermos ver, continua tudo como “dantes no quartel de Abrantes”.
Já há algum tempo atrás, causou-nos tristeza saber que alguns de nossos Grão-Mestres foram
até humilhados na tentativa desnecessária, sob nossa ótica, em buscar esse reconhecimento das outras
Potências. Uma tentativa desnecessária para nós mas honesta sob o ponto de vista de nossos Grão-
Mestres. Foram lá buscar a concretização da harmonia, da fraternidade e da igualdade que nossa
Ordem tanto alardeia. Foram, bateram à porta, estenderam a mão, mas ficaram desajeitadamente com
a mão estendida. “- Não reconhecemos o GOIRJ como Maçonaria regular. É espúria (como eles gostam de
falar)”. E a porta se fechou novamente.
Além da tristeza que já existia, estamos agora perplexos também, pois, nesta mesma prancha
em que o nosso Grão-Mestre afirma que “a Maçonaria Fluminense está harmônica...” vem contido, com
todas as letras, que o tratado recentemente firmado entre as três Potências é de “convivência mútua” e
não de “reconhecimento mútuo” como pensávamos que fosse e que sói acontecer por aí a fora quando
as Potências querem aparentar que estão um pouco mais unidas. Vejam só: é “convivência”!
“RECONHECIMENTO”? Nem pensar! Imagine! Será que a gente não se enxerga?
Há cerca de 2 anos atrás, foi firmado em um dos estados da federação, um denominado
“Tratado de Amizade e Reconhecimento” entre as duas maiores potências deste país. Por sinal, nesse
referido estado, essas duas potências possuem, juntas, mais de 200 Lojas, enquanto a terceira maior
9
potência, a COMAB, possui somente 3 Lojas. Entende-se, logo de imediato, o motivo da exclusão.
Observe-se, também, o título do tratado: “Tratado de Amizade e Reconhecimento Mútuo”. Será que eram
inimigos e agora resolveram, por força de um tratado, fazerem “amizade”? Um profano, que tem
sempre a Maçonaria em alta conta, caso lesse esse tratado, faria essa indagação, certamente. Então,
após uma série de “considerandos”, “resolvem” uma série de 10 ítens que, analisados sob a lente da
sincera fraternidade, seriam perfeitamente dispensáveis. No fundo, no fundo, são só palavras que,
nas entrelinhas, trazem subentendido que uma potência não deve meter o bedelho na vida da outra. E
não deve mesmo, já que são duas obediências distintas. Será que são duas Maçonarias? - pergunta
novamente o indiscreto profano, que sempre achou que a Maçonaria era uma só. Esse profano
perguntador nos faz lembrar o Arc, aquele marcianinho verde, com anteninha e tudo, criado pelo
pessoal da revista VEJA, e que faz perguntas muito embaraçadas ao terráqueo que tem seriíssimas
dificuldades em lhe explicar satisfatoriamente o que se passa nesse nosso planeta. E esse “Tratado de
Amizade e Reconhecimento Mútuo” foi pomposamente sacramentado pelos respectivos Grão-Mestres,
que muito devem ter se orgulhado de seus gestos. Parecido com o aumento dos impostos do repolho,
da cenoura e da salsa, não?
Bem, mas voltemos à “harmônica Maçonaria Fluminense”.
Será que mudou alguma coisa daqueles nem tão distantes anos para cá, quando se assinou esse
inconveniente “tratado de convivência mútua”?
No momento em que estas palavras estão sendo escritas, faltam ainda alguns dias para o final
do ano de 2003. O Natal está perto. O Ano Novo se aproxima. Possivelmente, quando este artigo
estiver sendo lido, o ano de 2004 já estará a pleno vapor. A época de dar e receber presente de Natal já
terá passado. Mas... que não seja um presente de Natal... que seja um presente... um presente que
queremos pedir ao nosso querido Irmão e amigo Ward de Souza Gusmão, Soberano Grão-Mestre do
Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro: “- Caríssimo Grão-Mestre, rompa agora, já, hoje
ainda, se possível for, esse famigerado e tendencioso “tratado de convivência mútua”. Desfaça-o.
Destrate o tratado. Às favas com ele”.
Está gravado em nossa bandeira e em nosso timbre a palavra INDEPENDENTE, que lembra
outra de mesmo peso e que amamos tanto: LIBERDADE. Convivência assim não interessa ao GOIRJ.
Estaremos sempre prontos a abraçá-los e beijá-los como Irmãos, mas rejeitamos com veemência essa
convivência forçada e sustentada por um fio tênue, pronto a se romper a qualquer momento, o que só
não acontecerá, se a direção do GOIRJ se comportar direitinho e não desagradar em nada os
interesses particulares deles.
Achamos que, como Maçons, devemos estar sempre de braços abertos e corações receptivos
para com nossos Irmãos, mas exigimos respeito e reconhecimento pela condição de Maçons que
somos, agasalhados pelos lídimos e puros Princípios de Regularidade que a Maçonaria Universal nos
outorga e que, tanto eles como nós, defendemos..
Ao concluir estas palavras, queremos deixar claro que este artigo é de responsabilidade total
e exclusiva do autor, e que nem este informativo, nem a LOJA RENASCIMENTO, a que
pertencemos, se responsabilizam pelas idéias e opiniões nele contidas.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08, Oriente de Cabo Frio(RJ)

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A CONTEXTUALIZAÇÃO DA MAÇONARIA NO 1º QUARTEL DO SÉCULO XXI

(Abordagens trazidas à discussão pelo Irmão ANTÔNIO DO CARMO FERREIRA,


na 1ª sessão plenária do 1º Congresso da Maçonaria Catarinense, realizado em Blumenau,
pelo Grande Oriente de Santa Catarina, nos dias 24, 25 e 26 de Outubro de 2003)

Reitero meus agradecimentos pelo convite que me fez o Grande Oriente de Santa Catarina, para
participar deste Congresso de Maçonaria e, nesta 1ª assembléia plenária, proferir palestra a respeito da
“contextualização da Maçonaria no 1º quartel do século XXI”. Acompanhei a convocação pela
imprensa maçônica e já antevia o êxito a ser alcançado, diante do interesse da divulgação, repetidas
vezes, nos mais diversos periódicos de todos os quadrantes do Brasil. Agora me enche de ânimo o ver
aqui tantos maçons participando: do Rio Grande do Sul; de São Paulo; de Mato Grosso; do Rio de
Janeiro; das Minas Gerais; do Nordeste onde me incluo; e do Paraná, cuja delegação está chefiada pela
equipe da Editora Maçônica “A Trolha”, na direção da qual se encontra o jornalista e competentíssimo
editorialista Edenir Gualtieri, meu Vice-Presidente na ABIM. A presença de tantos e a efetiva
participação de todos confirmam o sucesso antevisto.
O Congresso da Maçonaria Catarinense se propõe a identificar e implementar os meios de
superação dos desafios que, naturalmente, decorrem da mudança que o hodierno traz e impõe. A
mudança, embora de certo modo inquietante, porque pega o homem desprevenido, é necessária e
indispensável, em face de demarcar uma fronteira mais avançada no processo evolutivo da
humanidade, em que a tecnologia é o fato propulsor.
Os princípios da Maçonaria definem a sua vocação: a disposição da Ordem para servir ao
próximo. Forma-se o Maçom para isto. No tempo dos “operativos”, preparava-se o construtor das
catedrais, aonde iam as multidões amar o seu Deus. Não havia, assim, missão mais sublime que esta –
construir “abrigos” pra as ligações dos fiéis com o seu Criador. No tempo dos “especulativos”, os
nossos tempos, prepara-se o construtor da sociedade. Antes, o cortador da pedra que se prestava para a
construção da catedral; agora, o construtor que se talha para ele mesmo ser a peça de construção do
monumento – a sociedade. Antes e agora, o Maçom – um ser que se faz, não exclusivamente para si,
mas, sobretudo, para o bem estar do próximo.
A sociedade se torna cada vez mais sofisticada. Paradoxalmente, nunca se dispôs de tantas
possibilidades, a própria evolução tecnológica nos inspira a isto, mas nunca se viu tanto sofrimento na
sociedade humana. Em muitas partes do mundo os estoques e mananciais estão abarrotados; em outras,
milhões de estômagos vazios, de padecentes de males curáveis sem o atendimento de cura, e de
desabrigados. Bilhões de dólares são gastos nas viagens interplanetárias à procura do mistério,
enquanto os milhões, aqui na Terra, definham. Tempos das desumanidades que levam à degradação
social em seus mais diversos, cruéis e abomináveis aspectos. A vigência do caos.
A Maçonaria, uma sociedade iniciática, no princípio, mas filantrópica na extensão, tem
compromisso com o ordenamento ético, moral e progressista da humanidade. Ela se propõe a laborar
no sentido de tornar feliz a pessoa humana, e um desses labores é o do melhoramento dos costumes.
Daí, uma de suas bandeiras: “Ordo ab Chao”. Meu Deus! Poderiam existir propósitos melhores? Então
esta sociedade era para ser muito benquista, admirada, requerida e até mesmo exigida. Quem se propõe
a fazer um benefício deste, realmente, não merece difamação, e sim a maior admiração por todos. E se
isto não acontece, por que não acontece? E “a messe continua grande e os operários tão poucos”!
O Padre Vieira dizia que “o maior de todos os sermões é o exemplo”. O Maçom terá que ser um
exemplo, desde a sua iniciação, momento em que ele confirma sua vocação de “construtor social”. A
Iniciação é o passo decisivo. Aí se exaure o profano e se dá o nascimento do Maçom, mediante um
teatro capaz de aguçar no candidato este sentimento. O atestado da percepção de que há em si um novo
homem deverá ser passado pela lágrima que lhe molha a face, quando à sua frente se abre a “luz” que
alumiará seus novos caminhos. A metáfora: eis que sois “ o sal da terra e a luz do mundo”.
É na clausura do Templo que ocorre esta transformação, e aí também se dará a formação
complementar do ser maçom, até a sua graduação de Mestre. Na Loja, o estímulo recíproco à prática da
virtude; na Loja, o treinamento do amor ao próximo; na Loja, a conspiração em detrimento do mal; na
Loja, a elaboração dos projetos para o fazimento do bem ao próximo; na Loja, o despertar para a
importância da leitura, cujo hábito contribui para o combate à ignorância, amplia o conhecimento e abre
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caminhos largos para o exercício da cidadania. A Loja é o lugar aonde se vai, não por obrigação, mas
por amor. O esposo – o Maçom; a esposa – a Dama da Fraternidade; a filha – a Filha de Jô; o filho – o
Jovem DeMolay. A Maçonaria é boa demais, para ser apenas do Maçom. Ela deve pertencer a toda a
família do Maçom. Como, aliás, ele faz com relação a sua igreja, a seu clube social, a seu clube de
futebol...
Todavia o grande papel de fomentar o amor à Loja deve estar incluído nas atribuições do seu
Venerável. Ele é o líder e tem por mister a motivação. O maçom precisa ser motivado. É necessário, para
isto, que haja um plano reitor, na Oficina, discutido e aprovado, em que todos estejam envolvidos, do
qual todos se sintam inerentes e não apenas uma circunstância. Sem esta motivação, o maçom se sentirá
um estranho fora do ninho, sem ter o que fazer no vazio, e vai embora. A duração da vida maçônica não
será medida pelo tempo, mas sim pela utilidade em favor da Ordem e do próximo.
E quando se fala em plano reitor, não espero que alguém levante a mão e peça sugestões. O
maçom não deve gostar do repetitivo. O filósofo alemão, Hegel, dava destaque, em sua “arte de
pensar”, ao “pensamento pensante”, contrário ao “pensamento pensado”. Ouvir e repetir, para ele, era
um fato medíocre, sem qualquer contribuição para a evolução (o pensamento pensado). Seu elogio
estava na apreciação crítica do que se ouvia e aprendia; no melhoramento dos conceitos, no fato
inovador, no estabelecimento de uma nova fronteira (o pensamento pensante).
Outro dia, perguntei a um líder como ia a sua Oficina, ao que ele me respondeu: “sobrevivendo,
Mestre!” Deixou-me triste a sua resposta e, meses depois, sua Oficina abatia colunas. Porque, neste caso,
a sobrevivência é a acomodação, é a esclerose, é a inércia, é a aceitação do fim. A organização, como a
pessoa, precisa, em cada dia, renascer. A sua vida precisa ser reinventada em cada amanhecer.
O Professor Schüler Sobrinho, em magistral artigo publicado na revista O Prumo, edição nº
142/2002, fala com veemência que “o trabalho maçônico é uma maneira que os obreiros escolheram
para participar do mundo; se não for assim a Maçonaria passa a ser um clube de serviço. A Maçonaria
precisa contribuir para o progresso e desenvolvimento da humanidade. A vida é uma entrega e o
maçom precisa contribuir, entregar alguma coisa”. E neste procedimento, convenhamos, a repetição
será de pouca ou nenhuma valia. O progresso estará ao lado da inovação, do “pensamento pensante”.
Nossa geração não deve passar à história como a geração dos omissos. Porque os costumes de
hoje não são os costumes do passado. Há os que melhoraram, mas também está aí o nosso mundo
povoado de maus costumes, de costumes corrompidos e degradados. A sociedade clama a ação da
Maçonaria. As organizações têm, cada uma, o seu papel. Recordo aqui a parábola dos “talentos”: os que
receberam e colocaram em funcionamento, perdendo ou ganhando, foram considerados pelo Senhor; os
que guardaram na botija, foram taxados de covardes ou omissos.
A Maçonaria, não devemos esquecer, (que) não é apenas iniciática, esotérica, templária. Ela é,
igualmente, filantrópica e progressista, exotérica, comunitária. Tratei deste assunto no capítulo
“isolamento insuportável” de meu livro “Artesanatos Maçônicos”, publicado através da Editora “A
Trolha Ltda”, de Londrina. Naquele capítulo registrava os ensinamentos do apóstolo Lucas, na
passagem em que ele dizia assim: “a candeia cheia de azeite e acesa não se coloca sob a cama, mas se
pendura no centro da sala, para que muitos sejam iluminados”. Se em seu plano reitor, uma Loja
significa pouco e tem apenas a candeia, se associe a outras que têm o azeite; seus maçons se dêem as
mãos. O trabalho maçônico não é competidor; é uma atividade eminentemente cooperativa, pois “bom
e suave é que os irmãos vivam em união”.
Finalizo arrimado em palavras do respeitável Mestre Octacílio Schüler Sobrinho, insertas em
artigo publicado na revista O Prumo, edição nº 149. Diz ele que “não é lícito pensar que a Maçonaria é
um negócio. Não, Maçonaria não é um negócio, mas um pensar contínuo e ascendente que transfere
conhecimento do estoque de cada Obreiro para todos; uma Loja que não é comercial, mas presta
serviços para seus obreiros e para a humanidade. O nosso valor é conseqüência de um bom trabalho
que realizamos em Loja e na comunidade, onde podemos nos projetar como sócios”. Entendo que a
Loja, para o maçom, não é o limite. É a vertente.
Então? Se os costumes dos nossos dias são outros, como são, cabe-nos, mantendo a essência de
nossa querida Maçonaria, ser sensíveis às mudanças que se impõem e praticarmos os meios de
superação dos desafios emergentes.

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Na condução do bem, não haverá caminhos, para o maçom, que pareçam longos ou pedregosos a
seus pés, pois o que em muitos é uma qualidade rara, “não passa, nele, do simples cumprimento do
dever”.
A CARTA DE COLÔNIA

A Carta de Colônia é um manifesto com as leis e doutrinas da Franco-Maçonaria, elaborado


por Maçons que se reuniram na cidade de Colônia, em 24 de junho de 1535 – Dia de São João
Batista – sob a presidência do Bispo local e redigiram, para seus sucessores, uma carta onde
deixaram registradas as origens, os objetivos e as doutrinas da Sociedade para que, se porventura
fossem condenados pela intolerância de Roma, pudessem eles, os seus sucessores, levar suas
doutrinas e idéias a outras partes do mundo. O documento está escrito em latim e em 1840, um ator
de nome Bobrick publicou uma obra intitulada “Texto, Tradução e Exame do Documento de
Colônia”. que o nosso Irmão SÉRGIO ALAGEMOVITS traduziu para o português, tradução esta
que reproduzimos a seguir:

PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS – “Nós, Mestres Eleitos da Venerável Confraria,


membros da Franco-Maçonaria, representando as Lojas estabelecidas em Londres, Edimburgo, Viena,
Amsterdã, Paris, Lyon, Frankfurt, Hamburgo, Anvers, Rotterdam, Madri, Veneza, Gante, Kamgsberg,
Bruxelas, Dantizick, Middelburgo, Brème e Colônia, nos reunimos na dita cidade de Colônia, no ano, mês e dia
fixado no início do documento e realizamos uma Assembléia sob a Presidência do Mestre desta Loja, Irmão
respeitável, erudito, sábio e prudente que, por unanimidade, foi chamado a dirigir estas negociações; e por meio
desta circular, dirigida a todas as Lojas mencionadas e assinadas por todos os Irmãos da Ordem, fazemos a
seguinte declaração:
Considerando que nestes tempos de desventuras, perturbados por discórdias civis e por
desentendimentos de outra natureza, a nossa Irmandade e todos os membros pertencentes à Ordem Franco-
Maçônica ou de São João, são acusados de intenções e tendências secretas ou públicas, completamente estranhas
a nós, em particular e ao espírito, prescrições e objetivos de dita Irmandade.
Há rumores de que nós, membros dessa Ordem, somos vítimas destas acusações porque estamos
estreitamente unidos por laços indissolúveis de mistérios e de segredos e por juramentos sempre respeitados e
que nos dão força para enfrentar as injúrias dos não-Iniciados ou Profanos.
Também somos acusados de querer restabelecer a Ordem dos Templários e por isso dizem que nos
reunimos com o objetivo de querer recuperar as riquezas e as possessões dessa Ordem e de vingar a morte
violenta do seu último Grão-Mestre nos descendentes dos Príncipes e Reis que promoveram esse assassinato e
contribuíram para a ruína da Ordem.
Somos acusados também de fomentar divisões religiosas na Igreja, sedições e revoltas na nobreza
e nos reinos temporais; de estarmos cheios de ódio e raiva contra o Papa, como Chefe Supremo do Clero, contra o
Imperador e todos os reis; de não obedecer a nenhuma autoridade que não seja iniciada na Ordem e de prestar
obediência somente aos Chefes e Mestres Eleitos em nossa Irmandade que está espalhada por todo o Globo e de
executar as ordens secretas emanadas desses Chefes e observar os seus planos misteriosos com a ajuda de uma
correspondência secreta; somos acusados, ainda, de não possibilitar a ninguém ter acesso aos nossos mistérios,
sem antes comprovar a força de sua alma com sofrimentos corporais e, sem antes, ligá-lo à Irmandade por meio
de um abominável juramento.
Considerando todas estas calúnias, julgamos necessário e útil expor a nossa situação, a origem e
o fim de nossa Ordem, o modo como foram instruídos os mais proeminentes e os mais experientes em nossa arte
e os maiores conhecedores das doutrinas desta instituição.
Em seguida, desejamos submeter este documento a todos os capítulos e a todas as Lojas, como
algo redigido e assinado por nós, para que sirva de testemunho em todos os tempos, da renovação do nosso pacto
e da verdadeira honradez de nossas metas.
Com esta crescente tendência dos cidadãos e dos povos para o ódio, a inveja, a intolerância e a
guerra, a nossa Irmandade experimenta muitas dificuldades para conservar sua essência e sua Constituição,
para estender-se a algumas comarcas e para sustentar-se inquebrantável, intacta e pura, no curso dos anos.
Assim, se a Ordem for atingida a ponto de temer-se pela sua existência, restará esta circular para
ser utilizada em tempos melhores através de muitas cópias autênticas. Ela servirá de fio de prumo para a

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reconstrução do conjunto ou, se apenas houver desvio de seus objetivos principais, ela poderá revificar o seu
verdadeiro espírito.
Por este escrito, dirigido a todos os verdadeiros cristãos, redigido conforme os mais antigos
documentos e de acordo com os altos ideais dos propósitos, usos e costumes da nossa antiga e Misteriosa Ordem,
nós, Mestres Eleitos, guiados por nossas aspirações em direção à verdadeira luz, pelas razões expostas,
concitamos, pelos nossos mais sagrados votos, a todos os Companheiros em cujas mãos, agora e no futuro,
caírem esta circular que jamais abandonem estes indícios da Verdade.
Além disso, damos as seguintes instruções ao mundo maçônico e ao mundo profano, cuja
felicidade também nos preocupa e nos estimula para o trabalho:

a) A Irmandade ou a Ordem dos Franco-Maçons, unidos entre si pelas sagradas regras de São
João, não tem suas origens nos Cavaleiros do Templo nem em outra Ordem eclesiástica ou secular, não surgiu
de uma Ordem, nem de várias Ordens distintas.
Não tem, com nenhuma delas, direta ou indiretamente, comunicação ou relação. É mais antiga
que todas elas e existiu na Palestina, na Grécia e em todos os domínios do Império Romano muito antes das
Cruzadas, isto é, antes que os Cavaleiros do Templo tivessem se apresentado na Palestina. Inúmeros
documentos antigos, de cuja autenticidade não se pode duvidar, atestam estes fatos.
Nossa Irmandade nasceu em uma época em que alguns iniciados, possuidores da autêntica
doutrina da Verdade e da justa explicação da Santa Doutrina, afastaram-se do resto dos homens que ensinavam
o Cristianismo através de numerosos e desencontradas seitas. Nesse tempo, estes homens instruídos e
esclarecidos, proclamaram aquilo que havia sido preservado dos erros do paganismo, agindo como verdadeiros
cristãos.
Uma religião eivada de erros, que promove polêmicas em matéria de fé, em lugar de buscar a paz;
que engendra horríveis guerras, em lugar de buscar a tolerância e o amor.
Por isso, aqueles homens iniciados foram obrigados a conservar, através de um sagrado
juramento, a pureza e a correção das doutrinas fundamentais da religião que inspira a virtude e que é inata ao
espírito humano; consagraram-se, inteiramente, a ela para que, assim, a Verdadeira Luz dissipe, cada vez mais
as trevas, para combater a superstição e para, solidamente, estabelecer entre os homens a paz e o bem-estar,
graças à prática de todas as virtudes humanas. Neste início promissor, os Mestres desta Irmandade foram
denominados Mestres de São João, porque elegeram, como exemplo e como símbolo, a São João Batista, o
mensageiro avançado da Luz Nascente.
Além disso, estes homens, cujas palavras e escritos se constituíam em um verdadeiro
ensinamento, foram chamados de Mestres no idioma daqueles tempos. Estes Mestres elegeram como ajudantes
os aprendizes mais experimentados, que passavam a ser chamados de Companheiro.
Os outros eram escolhidos mas não eram eleitos, continuavam sendo aprendizes ou alunos,
segundo os costumes dos filósofos hebreus, gregos e romano.

b) Antes como agora, nossa Irmandade consiste em três Graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Este último Grau se compõe de Mestres, Mestres Eleitos e Muito Altos Mestres Eleitos
Portanto, todas as Sociedades ou Irmandades que surjam o nome de Irmãos e de Franco-Maçons e
pretendem seguir as santas prescrições de São João, mas que toleram maior número de divisões e denominações
para estes Graus, que lhes dão origens diferentes, que se associam a movimentos políticos e religiosos, ou que
juram ódio ou inimizade a algum Irmão, não podem pertencer à nossa Ordem e serão expulsos e excomungados
como cismáticos.

c) Graças a estes Doutores e Mestres da Ordem, que se dedicavam ao estudo das ciências
matemáticas, astronômicas e outras, houve uma troca de conhecimentos e de luzes, depois que eles se
dispersaram pela face do globo terrestre.
Elegeram, dentre os Mestres já eleitos, um deles com autoridade sobre todos os outros, que era
considerado e respeitado como Grão-Mestre Eleito ou patriarca dos Maçons Eleitos. Ele era visto e reverenciado
como o Chefe Diretor visível de toda a nossa Ordem.
De acordo com esta tradição, ainda hoje existe este Grão-Mestre Eleito ou Patriarca, embora seja
conhecido, apenas, por um pequeno número de pessoas.

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Depois de esclarecer este fato, que consta dos mais antigos pergaminhos e documentos,
decretamos e legislamos com a aprovação, assentimento e consentimento do nosso Patriarca e em virtude da
minuciosa observação de seus santos atos que, desde o princípio foram confiados ao nosso Chefe e a seu sucessor.

d)A direção de nossa Sociedade estabelece a maneira com que os raios da estrela flamígera devem
ser distribuídos e estendidos aos Irmãos ilustrados e à humanidade não iniciada.
Há que se cuidar para que os Irmãos, de que classe ou estado sejam, não empreendam nada que
contrarie os verdadeiros princípios da Irmandade. Ao mesmo tempo, incumbe à Direção defender a Associação,
mantê-la intacta e protegê-la em todos os casos e circunstâncias. Deve, também, sempre que a necessidade o
exija, sustentar e defender a Ordem, embora arrisque sua vida e seus bens, e repelir, portanto, a todos os ataques
que lhe dirijam qualquer inimigo.

e) Em nenhum lugar encontramos justificativa convincente de que nossa Ordem existiu, antes de
1440, com outro nome que não o de Irmãos de São João. Como tivemos oportunidade de ver em vários
documentos, somente a partir desta data começou a aparecer o nome de Irmandade Franco-Maçônica,
especialmente em Valencienes, Flandres e em outro ponto de Hainut, quando sob os auspícios e à custa destes
Irmãos , começaram a ser construídos hospícios e casas de asilo para os pobres atacados pela doença chamada de
Fogo de Santo Antônio.

f) Embora no cumprimento dos nossos deveres de caridade não tenhamos, jamais, tido em conta
nem as religiões, nem os países, sem dúvida, consideramos, até agora, ser necessário e conveniente não admitir
em nossa Ordem nenhuma pessoa que na vida profana ou no mundo ignorante não seja reconhecido como
cristão.
No exame e na inspeção naqueles que se apresentam para serem admitidos no primeiro Grau, isto
é, no Grau de Aprendiz, não se empregará sofrimentos corporais, mas, somente meios que possamos provar a
força da alma, as tendências e os sentimentos do Neófito.

g) Aos deveres aos quais expressamente obrigados através de um juramento solene, inclui-se,
também, o de fidelidade e obediência à autoridade temporal estabelecida legalmente.

h)Os princípios que regulam todas as nossas ações e esforços, mesmo em lugares tão distantes
quanto forem possíveis, se exprimem nas seguintes prescrições: ‘Ama e olha a todos os que é de Deus e a César o
que é de César’.
i) Os mistérios e as doutrinas secretas que servirão para que nossas obras permaneçam ocultas,
servem, também, para que possamos cumprir nossas obrigações sem fausto e para que possamos executar nossos
projetos sem perturbação alguma.

j) Todos os anos celebraremos a memória de S. João, reverenciando-o como o precursor de Jesus e


protetor de nossa Ordem.

k) Essas Cerimônias de nossa Ordem e outras que se relacionam e se agregam a elas, diferem por
completo dos usos eclesiásticos; os Irmãos devem externar os costumes da Ordem ou por Sinais, ou por palavras
de ordem, ou de outra maneira qualquer.

l) Aqui, só será reconhecido como Irmão de São João ao Franco-Maçom que tenha sido Iniciado de
maneira legal, com a ajuda e sob a presidência de um Mestre Eleito e com a cooperação de pelo menos sete outros
Irmãos; e estará em condições de provar sua admissão pelos Sinais e Palavras de Reconhecimento de uso de
todos os demais Irmãos. Estes Sinais e estas Palavras incluem, também, as que estão em uso na Loja de
Edimburgo ou em suas Lojas e Oficinas filiadas, bem como nas Lojas de Hamburgo, Roterdã e Veneza. As
funções e os Trabalhos nestas Lojas são realizados de acordo como o Rito Escocês mas, sob o ponto de vista de
origem, objetivos e constituição fundamental, não diferem muito dos Ritos que estão em uso entre nós.

m) Assim, nossa Ordem deve ser dirigida, como um todo, por um só Chefe Geral e pelas
Assembléias de Mestres que a compõem nos diversos países e Estados. É necessário que haja uma certa
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uniformidade entre todas as Lojas espalhadas pelo globo terrestre, pois que todas são membros de um só corpo.
Também é indispensável que uma constante correspondência estabeleça uma harmonia entre todas as Lojas e
entre todas as suas doutrinas.
Por este motivo, este documento que revela a natureza e o espírito de nossa Sociedade será
enviado a todos os Colégios de Mestres que, atualmente, compõem a nossa Ordem.
Desta circular, redigida pelos motivos expostos, serão feitas dezenove cópias exatamente iguais,
justificadas e autorizadas com nossas firmas e nossas rubricas.
Em Colônia, sobre o Rhin, no ano de mil quinhentos e trinta e cinco, no dia vinte e quatro de
junho , segundo o que se conhece por Era Cristã.”

NOTAS DO REDATOR :
• Este texto foi integralmente transcrito das páginas 177 à 184, do livro “Nas
Tabernas dos Antigos Maçons” (Luis Gonzaga da Rocha), publicado pela Editora
“A Trolha Ltda.”;
• Pela seriedade da editora, temos que acreditar que o texto foi traduzido do latim
integralmente;
• Indicações mais hodiernas indicam, por exemplo, que o Grau de Mestre Maçom
só surgiu oficialmente no século XVIII;
• Enfim... é um documento “considerável” e que, certamente, trará mais Luz
àqueles que constantemente pesquisam.

Carlos Alberto dos Santos / M.: M.:

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SOIS MAÇOM?
Colaborou: Ir.: Humberto Bertola de Almeida(*)

Só me lembrava daquela dor no peito. Como eu viera parar aqui? O ambiente me era familiar.
Já estivera antes, mas, quando?
Caminhava sem rumo. Pessoas desconhecidas passavam por mim, contudo não tinha coragem
de abordá-las.
Mas! Espere! Que grupo seria aquele reunido e de terno preto?
Lógico! Não estaria indo ou vindo de enterro; hoje em dia não é tão comum pessoas irem a
velório com roupa preta. É claro! São Irmãos!
Aproximei-me do grupo. Ao me verem chegar, interromperam a conversa. Discretamente
executei o sinal de Aprendiz (fui correspondido). A alegria tomou conta de mim. Estava entre amigos.
Identifiquei-me. Perguntei ansioso, o que estava acontecendo comigo.
Responderam-me com muito cuidado, fraternalmente: Havia desencarnado.
Fiquei assustado; e a minha família, os meus amigos, como estavam?
- Estão bem; não se preocupe, no devido tempo você os verá, responderam.
Ainda assustado, indaguei o motivo de suas vestes.
- Estamos nos encaminhando ao nosso Templo maçônico, foi a resposta.
- Templo maçônico?- Vocês têm um?
- Senti-me mais à vontade, afinal, eu um “Grande Inspetor Geral” com certeza
receberia as honras devidas do meu Grau.
Pedi para acompanhá-los. Fui atendido.
Ao fim de pequena caminhada, divisei o Templo. Confesso que fiquei abismado. Sua
imponência era enorme. As colunas do Pórtico, majestosas . Nunca vira nada igual. Imaginei como
deveria ser seu interior e como me sentiria tomando parte nos trabalhos.
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Caminhamos em silêncio. Ao chegar no salão de entrada, verifiquei grupos de Irmãos
conversando animadamente, porém, em tom respeitoso.
O que me parecia líder do grupo, que me acompanhava, chamou um Irmão que estava adiante:
-Irmão Experto! Acompanhai o Irmão recém chegado e com ele aguarde.
Não entendi bem. Afinal, tendo mostrado meus documentos, esperava, no mínimo, uma
recepção mais calorosa. Talvez, estivessem preparando uma surpresa à minha entrada; para um Grau
33, não se poderia esperar nada diferente.
Verifiquei que os Irmãos formavam um cortejo para a entrada no Templo. À distância, não
pude ouvir o que diziam, contudo, uma luminosidade esplendorosa cercou a todos. Adentraram
silenciosamente no Templo. Comigo ficou o Irmão Experto. De tanta emoção não conseguia dizer
nada. O tempo passou... não pude medir quanto. A porta do Templo se entreabriu e o Irmão Mestre
de Cer.: encaminhando-se a mim, comunicou que eu seria recebido. Ajeitei o paletó, estufei o peito,
verifiquei se as minhas comendas não estavam desleixadas e caminhei com ele.
Tremia um pouco, mas quem não o faria em tal circunstância? Respirei fundo e adentrei
ritualisticamente no Templo.
Estranho... esperava encontrar luxuosidade esplendorosa, muito ouro e riquezas. Verifiquei,
rapidamente, no entanto, uma simplicidade muito grande. Uma luz brilhante vindo não sei de onde,
iluminava o ambiente.
Cumprimentei o Venerável Mestre e os VVig.: na forma usual. Ninguém se levantou à minha
entrada. Mantinham-se calados e respeitosos.
Não sabia o que fazer... aguardava ordens... e elas vieram na voz firme do Venerável:
- S.: M.:?
- Reconhecendo a necessidade do trolhamento em tais circunstâncias, aceitei
respondê-lo. Estufei o peito, empertiguei o corpo e respondi:
- M.: I.: C.: T.: M.: R.:
- Aguardei, seguro, a pergunta seguinte. Em seu lugar, o Venerável Mestre,
dirigindo-se aos presentes, perguntou:
- Os Irmãos aqui presentes, o reconhecem como maçom?
Assustei-me. O que era isso? Por que tal pergunta?
O silêncio foi total.
Dirigindo-se a mim, o Venerável emendou:
- Meu caro Irmão visitante: os Irmãos aqui presentes não o reconhecem como
Maçom.
- Como não? Disse eu. Não vêem as minhas insígnias? Não verificaram os meus
documentos?
- Sim, caro Irmão, retrucou solenemente o Venerável.
Contudo, não basta ter ingressado na Ordem, ter diplomas ou insígnias para ser
Maçom. É preciso, antes de tudo, ter construído “seu Templo”; e verificamos que tal
não ocorreu com o Irmão. Observamos ainda, que, apesar de ter tido todas as
oportunidades de estudo e de ter galgado ao maior dos Graus, não absorveu seus
ensinamentos. Sua passagem pela “Arte Real” foi superficial.
Não pude agüentar mais, retruquei:
- Como superficial? Vocês, que tudo sabem, não observaram minhas atitudes
fraternas? (fui interrompido)
- Irmão, vejamos então sua defesa.
Automaticamente desenhou-se na parede algo parecido como uma tela imensa de televisão e na
imagem reconheci-me junto a um grupo de Irmãos tecendo comentários desairosos contra a
administração de minha Loja. Era verdade; envergonhei-me.
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E, mudando a imagem, como se trocasse de canal, vi-me colocando a mão vazia no tronco de
beneficência. Era fato costumeiro que o fazia, por pensar que o óbolo não seria bem usado. Vi-me
também, por diversas vezes, me escusando de prestar ajuda a Irmãos que necessitavam da
fraternidade que eu lhes negava.
Por não ter o que argumentar, calei-me e lágrimas de remorso brotaram-me nos olhos. Iniciei a
retirar-me cabisbaixo e estanquei ao ouvir a voz autoritária e ao mesmo tempo fraterna do Venerável:
- Meu Irmão, reconhecemos suas falhas quando na orbe terrestre e na Maçonaria;
contudo, reconhecemos também que o Irmão foi iniciado em nossos augustos
mistérios. Prometemos em nossas iniciações protegê-lo e o faremos. Irmão terá a
oportunidade de consertar seus erros. Afinal, todos nós aqui presentes já os
cometemos um dia. Descanse o tempo necessário e, após, nós o encaminharemos
novamente para a Ordem, onde sua nova caminhada, com certeza, será mais
promissora e útil.
Saí decepcionado, mas, estranhamente aliviado. Aquelas palavras parecem ter me tirado um
grande peso. Com certeza, ali eu desbastara uma parte de minha pedra bruta.
Acordei sobressaltado e suando, o coração disparado... levantei-me assustado, mas, com certa
alegria no peito. Havia sonhado. Dirigi-me ao guarda-roupas. Meu terno ali estava.
Instintivamente, retirei do paletó as medalhas e insígnias e guardei.
Ainda emocionado e com os olhos molhados de lágrimas, dirigi-me à minha mesa e com as
mãos trêmulas e cheio de uma alegria enlevante, retirei o Ritual de Aprendiz, e voltei a lê-lo!

(*) Membro da ARLS PIONEIROS DO CABO.

Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família

Gilberto de Souza Jotta


Advogado

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Rua Raul Veiga, 708 - grupo 102 Centro - Cabo Frio


Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805
HISTÓRIA PURA
História da ARLS RENASCIMENTO nº 08

A primeira reunião (informal) da Loja RENASCIMENTO, e ainda em caráter de organização,


ocorreu no dia 14/01/1981, com as presenças dos Iir.: Renato Figueiredo de Oliveira, Manoel Francisco de
Almeida, José Augusto Saraiva Jr., Sidney Loyola Godinho, Francisco Jorge, Antônio Ferreira da Cruz e
Jovino Rios Filho, que foram, portanto, os verdadeiros fundadores da Loja.
Em sua segunda sessão, realizada já ritualisticamente, no dia 21/01/1981, a Loja já contou com a
presença de mais um Ir.: - O Ap.: Adelson João dos Santos; e na terceira sessão recebeu o reforço de novo
membro, o Ir.: M.:M.: Rulis de Jesus Fontes.
Foi também, em sua segunda sessão, que a Loja recebeu os seus dois primeiros visitantes, que foram
os Iir.: Manoel Estevam Filho, da Loja Alvorada de São Pedro da Aldeia, e Irineu N. de Figueiredo, então
V.: M.: da Loja Amizade Fraternal II.
A Loja RENASCIMENTO continuou funcionando, em regime provisório, até 10/05/1981, numa
velha casa adaptada, pertencente ao Ir.: Renato Figueiredo de Oliveira, situada na localidade de São Bento,
às margens do Canal Itajurú, onde, por sinal, reside hoje o Ir.: Renato. Nesta data, aconteceu, então, a
solenidade de Inauguração, Instalação e Sagração do Templo da RENASCIMENTO, ato oficializado por
comissão do GOIRJ, captaneada por seu Grão Mestre da época, o Eminente Ir.: Paulo Rodarte de Faria
Machado.
Estava assim consolidado o período inicial da vida da Loja RENASCIMENTO, que teve sua primeira
administração assim constituída:

• V.: M.: - Renato Figueiredo de Oliveira;


• 1º Vig.: - José Augusto Saraiva Jr.;
• 2º Vig.: - Sidney Loyola Godinho;
• Or.: - Manoel Francisco de Almeida;
• Tes.: - Francisco Jorge;
• Secr.: - Jovino Rios (* este Ir.: afastou-se em outubro do mesmo anos, sendo substituído
pelo Ir.: Ítalo Barroso Aslan)
O primeiro quadro de Oobr.:, comunicado ao GOIRJ, constava dos seguintes Iir.::
• Antônio Ferreira da Cruz;
• Jovino Rios Filho;
• Manoel Francisco de Almeida;
• Rulis de Jesus Fontes;
• Renato Figueiredo de Oliveira;
• Sidney Loyola Godinho;
• José Augusto Saraiva Jr.:;
• Francisco Jorge;
• José Quintino do Nascimento;
• João Adelson dos Santos; e
• Fernando Belfort.

As primeiras cerimônias realizadas pela Loja foram, respectivamente, a Elev.: dos Iir.: Belfort e
Adelson, em 17/06/1981; e a Inic.: dos Iir.: Eliasib, Rocha, Célio Guimarães e Fernando Wermelinger, em
05/09/1981; além da Exalt.: dos Iir.: Belfort e Adelson em 14/10/1981.
Em 12/01/1982, a Câmara Municipal aprovou, através da Lei nº 430, por indicação do Vereador (e
Ir.: da Loja Pioneiros do Cabo), Álvaro Rosa, da “doação” (* na realidade, houve todo um processo

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jurídico de venda, através de edital público, e finalizando através de escritura de compra e venda) do
terreno onde se encontra hoje a sede da Loja RENASCIMENTO.
Transcorrido o primeiro ano de vida da Loja RENASCIMENTO, no dia 2 de Maio de 1982, numa
data da mais alta significação para a Loja, aconteceu a inauguração da Rua Nicola Aslan (Antiga Rua “A),
em homenagem ao saudoso e culto Maçom, além do Lançamento da Pedra Fundamental no terreno do.
então, futuro novo Templo da Loja, com a presença de uma Comitiva de Iir.: do GOIRJ, captaneada pelo
Grão-Mestre Adjunto, Luiz Alves Barbosa e pelo Gr.: Secr.: da G.: dos S.:, Ir. Pedro Bianco.
Nesta data, há que se destacar, foi ainda Iniciado o nosso querido Ir.: Anthero Barradas, cerimônia
acontecida ainda no Templo da casa do Ir.: Renato.
Envolvidos num clima de muita emoção, todas as cerimônias foram encerradas com um lauto
banquete, realizado no salão da Casa da Amizade de Cabo Frio, pertencente ao Rotary Club.
Em 19/11/1983, passados exatamente 1 ano, 6 meses e 17 dias da cerimônia de lançamento da pedra
fundamental, teve lugar o magno acontecimento que marcava definitivamente a consumação do grande
sonho – A INAUGURAÇÃO DO TEMPLO PRÓPRIO E DEFINITIVO DA LOJA RENASCIMENTO –
após um período de luta e perseverança, na busca do ideal, afinal conseguido.
Entre tantos fatos que marcaram a ainda curta existência da Loja RENASCIMENTO, um
particularmente ficou profundamente gravado no íntimo e na lembrança dos Iir.: que dela participaram: a
Pompa Fúnebre, realizada em 04/09/1986, em que, em cerimônia transcorrida sob profunda emoção, a
Loja reverenciou a memória de seu inesquecível membro fundador – o saudoso e querido Ir. SARAIVA.
Nestes vinte anos (2003), diversos Iir.: se revezaram na administração da nossa querida Loja, tendo
a administração atual a seguinte composição:

• V.: M.: - ALFREDO PEDRO CUNHA;


• 1º Vig.: - CARLOS ALBERTO DOS SANTOS;
• 2º Vig.: - WAGNER BUONO;
• Or.: - RENATO FIGUEIREDO DE OLIVEIRA;
• Tes.: - JOSÉ AUGUSTO VIEIRA DOS SANTOS;
• Secr.: - ÍTALO BARROSO ASLAN.

Com certeza, muitos capítulos de glória ainda se escreverão sobre a RENASCIMENTO... Fica aqui,
até a presente data, esta nossa contribuição, divulgando uma história de sucesso de uma idéia, que só tem
feito crescer e dar bons frutos.

N. R.:(*) Este trabalho só foi possível com a colaboração do nosso Ir.: ANTHERO BARRADAS.

Novos Tempos - Serviços & Contabilidade Ltda.

“Contabilidade Geral - Serviços de Despachante – Assessoria Fiscal


Certidões Negativas – Marcas e Patentes – Imposto de Renda”.
Av. Presidente Vargas, 633 - Sala 2214 - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Tel.: (21) 2292-8568 - Telefax: (21) 2507-7947 - Cel.: 9627-0353
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Direção Ir ∴ Wilson Santos


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- Loja Adonai 1377 - GOERJ
Viagem ao nosso interior
PUREZA DE CORAÇÃO
D. Vilela

Em religião chama-se ritual o conjunto de cerimônias e fórmulas por meio das quais se procura
homenagear o Criador, agradecer benefícios recebidos ou pedir proteção para novos empreendimentos,
para a saúde etc. Trata-se de atos externos que não dependem da prática de preceitos morais, estes, por
sinal, muito semelhantes nas diferentes escolas de fé cujo cerimonial, pelo contrário, varia profundamente.
Sempre foi generalizada a idéia de identificar vivência religiosa com essa parte exterior, imaginando-
se os fiéis quites com suas obrigações espirituais apenas por freqüentarem o templo, participando
regularmente de cultos e celebrações.
Ao tempo de Jesus era essa a preocupação dominante, apresentando as narrativas evangélicas diversas
passagens em que Ele dialoga com adeptos exaltados de tais observâncias, alertando-os quanto ao seu papel
secundário ante as diretrizes de conduta, também, constantes dos textos sagrados, mas negligenciadas por
eles que, por isso, foram certa vez comparados pelo Mestre a túmulos pintados de branco por fora mas por
dentro cheios de matéria em decomposição. Na verdade, a mensagem de Jesus é essencialmente
comportamental e era desta forma entendida e praticada pelos seus primeiros seguidores.
Ainda assim, com o tempo, aquela postura equivocada progressivamente se instalou no movimento
cristão, que se tornou apático, dominado pela rotina e pela indiferença, apesar do brilho de suas cerimônias,
algumas das quais adquiriram caráter mais social do que religioso. Os próprios ensinamentos evangélicos
tornaram-se desconhecidos dos cristãos, satisfeitos em apenas participar das cerimônias.
Considerando-se a situação da imensa maioria da humanidade, a pureza de coração apresentada no
Sermão da Montanha como condição para a felicidade parece algo inatingível, mas não é assim. Jesus falava
para o espírito imortal que, ao longo de sua trajetória evolutiva – pela Lei de progresso – vai superar suas
atuais limitações, atingindo um ponto em que não mais terá qualquer inclinação para o mal, prosseguindo
em sua evolução sem jamais afastar-se das Leis Divinas. Jesus conhecia perfeitamente as dificuldades que
assinalam esse processo, tendo mesmo afirmado que viera chamar os pecadores e não os justos (Mateus,
9:13), cabendo-nos, contudo, aceitar-lhe o convite amoroso.
Retomando o modelo cristão em sua forma inicial, o Espiritismo não possui rituais e suas atividades,
sejam de estudo, intercâmbio mediúnico ou dedicadas à promoção social, têm sempre um cunho de trabalho
e nelas somos invariavelmente lembrados acerca de dois temas essenciais: a vida espiritual e a necessidade
de nosso comprometimento com o bem.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1848, de 30/08/2003.

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

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BIOGRAFIA DO MÊS
NICOLA ASLAN
Uma Pequena Biografia de Um Grande Maçom

Nascido em 8 de junho de 1906, na ilha grega de Chio, era, no entanto,


filho de italianos (Sr. Pedro Aslan e Srª Josefina Carneri Aslan) e considerava-
se “cidadão do mundo”, pois julgava que os cidadão italianos têm a
qualidade de se adaptar em toda a parte, criando raízes na terra que os acolhe,
onde nascem seus filhos e que escolhem como sua pátria.
Apesar de nascer na ilha grega, tinha a nacionalidade italiana dos pais,
por um motivo prosaico: por estar a ilha de Chio sob o domínio turco, na
época do seu nascimento, a religião dominadora então, impedia a
nacionalização dos estrangeiros, razão pela qual teve que ser oficializada a
mesma nacionalidade italiana de seus pais.
Confiados (Nicola Aslan e seu irmão) aos cuidados do avô materno, Salvador Carneri, em função
das necessidades profissionais de seus pais, quis o destino que, com o advento da Primeira Grande Guerra
(1914), separasse pais e filhos por longos 5 anos, só sendo possível o reencontro em 1919. As dificuldades
pós-guerra foram enormes para a família de Nicola Aslan que, apesar das privações e sofrimentos,
conseguiu terminar o equivalente ao 2º grau, não sendo-lhe possível cumprir os desejos paternos que o
queriam formado em dentista ou médico.
Inteligente e sagaz, no entanto, com 17 anos, com um ótimo emprego no Banque Imperiale Otomano, já
falava o grego, o francês, o italiano, o inglês e o turco.
Aos 23 anos, com as dificuldades políticas do regime turco, que o fizeram perder o emprego, e sem
opção na capital Ankara, emigrou Nicola Aslan para o Brasil, em 1929, sem dinheiro e cheio de esperanças.
Sem conhecer o idioma, as dificuldades de adaptação foram enormes, mas aprendeu lendo jornais nos
bondes, exercendo atividades em escritórios comerciais, dando lições de francês, até culminar
(profissionalmente) com o trabalho de Representação Comercial.
Em 1941, casou-se com D. Guiomar Barroso Aslan, que lhe deu os filhos Ítalo Barroso Aslan e Licy
Aslan Drumond.
Ingressou na Maçonaria em 1956, aos 50 anos de idade, na Loja Evolução, no Oriente de Niterói. Esta
Loja que, inicialmente pertencia ao Grande Oriente do Brasil, passou depois ao controle da Grande Loja do
Estado do Rio de Janeiro.
Exaltado a Mestre Maçom em 01/03/1957, concluiu todos os Graus do filosofismo maçônico, tendo
concluído o Grau 32 em 15/05/1972.
Reconhecidamente incentivador da Cultura Maçônica, sempre a ela se dedicou, participando dos
principais eventos ligados à mesma.
Eleito diversas vezes para os mais diversos cargos, recebeu igualmente inúmeros títulos honoríficos
(suficientes para completarem umas três laudas).
Com apenas dois anos de Maçonaria (1958), escreveu uma obra de grande importância: HISTÓRIA
DA MAÇONARIA, Cronologia, Documentos, pela Editora Espiritualista Ltda. E só parou quando passou
para o Oriente eterno.
É (até hoje) reconhecido como um dos maiores e renomados escritores maçons e dicionaristas do
mundo, tendo sua obra GRANDE DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA, sido elogiada pela Academia Maçônica de Letras, tendo sido comparada à obra de Albert
Mackey.
Ajudou a fundar (21/03/1972) a Academia Maçônica de Letras, vindo a ocupar a cadeira nº 06, que
tem como patrono Gonçalves Ledo. Deixou uma biblioteca invejável!
Nicola Aslan faleceu em 02 de Maio de 1980. .
É, com certeza, um dos maiores maçons de toda a história da Maçonaria.

CARLOS ALBERTO DOS SANTOS/ M.: M.:

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O Nosso Planeta
WWF alerta para derretimento acelerado de geleiras

As geleiras estão perdendo terreno em todo o mundo cada vez


mais rápido. O alerta parte de um relatório inédito do grupo
ambientalista WWF (Fundo Mundial para a Vida Selvagem, na sigla
em inglês) apresentado em Milão, na vigília da Conferência das Geleiras diminuíram dez vezes
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada na mais rápido que a média
cidade entre os dias 1º e 12 de dezembro.
As geleiras são antigas camadas de neve acumuladas e comprimidas, umas sobre as outras, ao longo
dos tempos. São a principal testemunha da última era glacial, ocorrida 10 mil anos atrás, e sentem agora os
efeitos da mudança do clima do planeta.
Durante o inverno, estas montanhas de gelo acumulam massa com as nevascas e, no verão, ocorre o
inverso. O problema é que a perda de água está muito acelerada. O aquecimento global provoca o
derretimento dos glaciares. E isso ocorre principalmente na cadeia dos Alpes.
"As condições climáticas da região estão sujeitas às influências de ventos quentes da África, das
frentes frias da Sibéria, das variações de temperatura do Oceano Atlântico e do Mar Mediterrâneo", diz o
pesquisador Luca Mercalli, da Sociedade Meteorológica de Turim.
"Consequentemente, estão mais expostos e, por isso mesmo, servem de laboratório para o futuro de
outros glaciares no planeta."
Verão atípico
O verão de 2003 foi o mais quente e seco dos últimos 250 anos. A média ficou entre dois a três graus
centígrados acima das máximas históricas assinaladas.
O resultado foi a impressionante perda da espessura média do gelo de três metros, a uma altura de 3
mil metros, nunca antes observada.
Este número é dez vezes superior ao valor médio de "encolhimento" estudado entre os anos de 1850
e 2000, e cinco vezes mais alto do que a velocidade registrada entre 1980 e 2000.
As geleiras alpinas ficaram 10% menores. O dado é alarmante, pois a região concentra as nascentes
dos rios Po, Ródano e Reno, fundamentais para os países da Europa Central, como França, Suíça, Áustria,
Alemanha e Itália.
A geleira Lys, nos alpes italianos, vem sendo monitorada desde 1812. De lá para cá, jà recuou 1.285
metros. Já a Ciardoney perdeu na última década o equivalente a 14,3 metros de lâmina d’àgua espalhada
por toda a superfície.
"Além de ser uma ameaça às reservas hídricas, o encolhimento de uma geleira aumenta a
possibilidade de criação de lagos na borda das montanhas, deslizamentos de terra e enxurradas, colocando
assim em risco as populações que vivem nos vales", disse Tatjana Brombach, responsável da WWF pelos
programas de intervenção nos glaciares alpinos.
"Estamos trabalhando para que alguns rios retomem o seu curso original, ou pelo menos que novas
barragens não desviem estes caminhos naturais, pois eles são importantes para a segurança dos habitantes
da região e para o equilíbrio da região" concluiu a pesquisadora.
O problema nos Alpes se repete em outras geleiras do planeta. Na cadeia dos Andes, o fenômeno
ameaça populações do Equador, da Bolívia e do Peru.
No Himalaia, 44 geleiras no Nepal e Butão estão prestes a mudar de estado físico. O derretimento
das geleiras, nascentes de sete importantes rios da Ásia – entre eles o Mekong, o Yantze e o Ganges – põe
em perigo um terço da população do mundo.
A reação em cadeia vai desde o aumento do nível do mar até a falta de água para beber e irrigar as
terras para a agricultura. As geleiras de todo o mundo concentram 70% da reserva de água potável do
planeta.

Fonte: FOLHA Online, de 26/11/2003.

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DEPOIMENTO
EFEITOS DO MESSIANISMO
Olavo de Carvalho (*)

Todos os messianismos modernos – hegelianismo, marxismo, positivismo, nietzscheanismos,


holismo, ecologismo, multiculturalismo, teologia da libertação, progressismo globalista da ONU etc. –
baseiam-se, em última análise, numa inversão psicótica da percepção do tempo: inventam um futuro
hipotético e o tomam como premissa categórica para reinterpretar o passado histórico, abolindo a
relação lógica do necessário e do contingente. Quando o futuro chega e a divindade anunciada não
aparece, seja ela a sociedade sem classes, o Super-Homem ou o reinado de Gaia, aí começam as
“revisões” que modificam o sentido da doutrina originária para transfigurar o vexame em alimento
de novas promessas messiânicas, as quais então se sucedem num florescimento inesgotável.
Inesgotável como a estupidez humana.
Estou escrevendo um livro a respeito e, no material que coletei para isso, o que mais chama a
atenção é a facilidade com que inteligências normais e até superiores, quando arrastadas no turbilhão
dos messianismos, se debilitam até à completa inépcia mesmo em raciocínios elementares. É uma
forma especificamente moderna de burrice, que difere da amathia platônica ou da “insensatez”
anselmiana. Robert Musil denominava-a propriamente “estupidez” (Dummheit) e a associava ao
impulso de fugir do mundo da experiência para viver numa “realidade segunda” que só existe para o
intelectual iluminado, portador do messianismo. Vista de dentro da Realidade Segunda, a estupidez
parece sábia. Sua verdadeira natureza só aparece quando a conduta verbal do personagem é
confrontada com a situação concreta. Aí, a insensibilidade do intelectual iluminado à realidade da
vida, revela-se de um grotesco exemplar.
Lucien Goldmann, discípulo de Georg Lukács e um dos mais brilhantes intelectuais marxistas
dos anos 60, estava certa vez num debate com Eric Voeglin. O autor de “Order and History”
explicava sua tese de que as ideologias revolucionárias modernas são gnosticismos imanentistas, isto
é, teorias loucas de que a eternidade vai se materializar, logo adiante, num capítulo da História.
Goldmann, indignado, exclamou que o socialismo, para ele, era “uma experiência religiosa
perfeitamente autêntica”. O historiador Jacques Madaule, que mediava o debate, desconversou
rapidinho, poupando Goldmann de ser apontado como exemplo vivo da tese do adversário.
Mas a estrutura íntima do pensamento marxista, uma vez introjetada, não pode mesmo deixar
de jogar a mente mais engenhosa numa sucessão de atos falhos freudianos que denunciarão o seu
mau funcionamento de base.
Recentemente, um professor da Faculdade de Direito da USP, Alysson Mascaro, escrevendo na
revista “Carta Capital”, apontava como raiz dos nossos males o patrimonialismo estatal descrito por
Raymundo Faoro em “Os Donos do Poder” e, no parágrafo seguinte, deduzia daí uma condenação,
não às políticas estatizantes e socialistas que a esquerda sempre defendeu, mas... ao liberalismo!
Outro professor de direito, este da Unicamp, Márcio Bilharino Naves, inspirado no jurista
marxista Evguenil Pachukanis (teórico da abolição imediata do Estado após a revolução comunista),
dizia achar um absurdo o conceito burguês do “cidadão” universal abstrato, despojado de suas
peculiaridades concretas (condição de classe econômica, por exemplo), mas, ao mesmo tempo,
denunciava a maldade dos regimes burgueses que restringem o direito de greve às reivindicações
econômicas, aprisionando o cidadão na sua identidade de classe profissional e não lhe permitindo
fazer greves políticas, isto é, greves de cidadãos universais abstratos... Do ponto de vista prático a
idéia é irrelevante, pois, políticas ou não, as greves só existem na sociedade “burguesa”, enquanto no
socialismo são punidas com prisão ou morte. Mas, como instrução do loop lógico messiânico, é
altamente didática.

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Não se deve acusar esses raciocínios de simples erros de lógica. Seria um desrespeito a seus
autores, homens inteligentes. O problema deles não é de raciocínio: é de percepção. Se prestarem
atenção ao mundo da experiência vivida, veriam que não é como o imaginam.
Mas só o vêem através do espelho profético do mundo futuro, e aí ele fica parecendo uma
daquelas telas de Escher em que uma mão se desenha a si própria ou uma escada em caracol termina
de volta no primeiro degrau. Quer você chame isso de “dialética”, de “holismo”, de “enfoque
sistêmico”, de “desconstrucionismo” ou do que quer que seja, uma coisa é certa: o caso é grave.
Não se trata, é claro, de psicose no sentido clínico do termo. Alguns dos melhores estudiosos do
assunto, como Henri de Lubac, Albert Camus, Norman Cohn e o próprio Eric Voeglin, enfatizam o
caráter puramente espiritual da enfermidade, que pode se manifestar em almas cujo funcionamento
permanece normal fora do horário do expediente acadêmico. Qualquer que seja o diagnóstico, porém,
nenhum dos afetados pela doença tem a mínima consciência da sua anomalia, mas todos sentem, por
causa dela, um profundo descontentamento com a realidade em que vivem: como esta jamais se
comporta da maneira que esperavam, acreditam que o erro é dela, e abominam ainda mais o mundo
presente e passado, recusando-lhe o direito de existir, exceto como prólogo irreal da realidade futura.
É um mecanismo de retroalimentação que agrava formidavelmente a maluquice toda.

Fonte: artigo publicado no jornal “O GLOBO”

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Água pura é mais saúde

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O PESQUISADOR
MAÇÔNICO

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