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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 49–Julho/Agosto 2007
Ano VII

EDITORIAL ÍNDICE

A única e verdadeira autoridade que nos ensina a Maçonaria, esta Arte


Pág. 2 e 3
 Nos Arquivos de Nicola
Real, é a do EXEMPLO. Nem mais, nem menos!
Aslan
Somos tentados, quotidianamente, a criticar os maus exemplos – e isto é óbvio à luz da
razão -, os desserviços que muitos prestam à Ordem (e, por conseguinte, à humanidade), o Pág. 4
desamor com que alguns relegam a FRATERNIDADE Maçônica a um 2º (3º,4º...) planos etc.
Mas a Maçonaria tenta nos conscientizar sempre de que a tolerância deve prevalecer. E
 Curiosidades
Pág. 5 e 6
dentro desta visão, só devemos tratar os maus fazendo incidir sobre eles muita LUZ, muita
LUZ MAÇÔNICA, para que suas almas (consciências) possam refrear seus instintos  Notícia Relevante
predadores, fazendo-os ver o quanto perniciosos são os seus comportamentos; é que só o
desapego materialista e o amor fraterno podem levar ao Caminho do Meio, ao Ponto dentro Pág. 7 a 10
do Círculo.
 Para Pensar
Já está passando da hora de revermos os motivos que, no passado, criaram as
dissidências, causando as divisões na Maçonaria Brasileira, tal qual a encontramos hoje.
Pág. 12
É tempo de união em torno dos Ideais Maçônicos que preconizamos ao longo da
existência maçônica de cada um .  Gr. Dic.Enciclopédico de
E, felizmente, já podemos confirmar diversos movimentos, Brasil afora, dessa tão Maç. e Simbologia
sonhada união, o que nos deixa muito esperançosos; afinal, só unidos poderemos combater (Nicola Aslan)
a tantos descalabros que vemos no dia-a-dia deste nosso querido país.  Biblioteca
No entanto, não podemos confundir estas premissas – de tolerância e amor fraterno –
com subserviência; absolutamente, não! Pág. 13
Que o G.: A.: D.:U.: possa nos dar SABEDORIA para discernirmos o joio do trigo,  Polindo a Pedra Bruta
quando formos cultivar nossos “campos” (Iniciar, eleger dirigentes...), para que a “colheita”  Pílulas Maçônicas
futura seja a mais proveitosa possível.

Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 14


 História Pura

Pág. 15
 Viagem ao nosso interior

O Pesquisador Maçônico
Pág. 16
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:  Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J Pág. 20 a 29
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade • CADERNO DE
de seus autores. TRABALHOS – De
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e Estudos e Pesquisas
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

A CORDA DE 81 NÓS
(Estudo histórico para uma interpretação simbólica)

Nicola Aslan

Significado Simbólico da Corda com Nós:

A Corda com Nós tem ligação direta com a Orla Dentada, o Pavimento Mosaico, a Cadeia de União e as Romãs
colocadas no topo das colunas B e J. Todos eles são símbolos equivalentes que a Corda com Nós sintetiza e
complementa.
Eis o significado destes símbolos na interpretação do exegeta Plantagenet:
“Cada um desses símbolos nos lembra que todos os Maçons espalhados na superfície do globo formam entre
eles uma única família de Irmãos. Conviria, entretanto, ressaltar que esta fraternidade não implica uma necessária
identidade entre os inúmeros elos da cadeia. É o que faz o Pavimento Mosaico que – segundo os velhos rituais – tem por
significado a união estreita que deve reinar entre os IIr:. MM:. ligados entre si pela verdade.” (Edouard E. Plantagenet –
“Causeries Initiatiques pour le Travail em Loge d’Apprentis”, pg 140)
A Corda de 81 Nós é uma corda que percorre o friso do Templo da Loja, formando, de distância em distância, nós,
chamados “laços de amor”. Fazem-se formando um anel (fêmea) no qual é introduzida a extremidade (macho) da corda.
Trata-se de um dos símbolos mais antigos da humanidade.
“Esquematicamente esse símbolo figura a lemniscata, curva em formato de oito deitado que representa o infinito
em matemática; o sentido da corrente volta após uma dupla inversão ao seu sentido primitivo e a figura central ou laço
perfaz uma cruz dupla. Esse nó não foi escolhido arbitrariamente, por certo, entre todas as formas possíveis de nós.” (Jules
Boucher – “La Symbolique Maçonnique”, pg 172).
As extremidades da Corda têm uma borla e alcançam respectivamente as duas colunas. Outras vezes pendem
nos quatro pontos extremos da Loja e lembram quatro Virtudes: Temperança, Justiça, Coragem e Prudência. Segundo
Leadbeater, as borlas podem também representar os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.
O mais certo, todavia, seria representar nos Painéis somente a “Corda com Nós”, sem a Orla Dentada. Três “laços
de amor” no grau de Aprendiz e cinco no grau de Companheiro, relembrando a idade simbólica desses graus.
“Deve-se notar que o laço de amor é um atributo assim definido em heráldica: cordão entrelaçado cujas pontas
atravessam o centro, saindo por baixo à destra e à sinistra”. O cordão de seda preta e branca como qual as viúvas
circundam o seu escudo é feito de laços de amor; da mesma forma os brasões dos cardeais, dos bispos e dos abades
comportam, por baixo de um chapéu, o cordel formado por laços de amor e terminado por borlas.” (Jules Boucher – “La
Symbolique Maçonnique”, págs 172 e 173).
É de se notar, porém, que o número de borlas é proporcionado à dignidade. Esses nós simbólicos figuram também
no cordel dos franciscanos e dos capuchinhos, relembrando os três votos de Castidade, Pobreza e Obediência.
Segundo Octaviano de Menezes Bastos, a Corda com Nós significa União e tem o mesmo significado da Cadeia
de União.

Dados históricos do aparecimento da Corda na Simbólica Maçônica:

A Corda com 81 Nós deve ser evidentemente um símbolo maçônico relativamente moderno e, portanto,
desconhecido nos primórdios da Maçonaria Especulativa. Deve datar, como tantos outros, da segunda metade do século
XVIII e ser originário da França.

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Em princípios desse século, os Maçons reuniam-se em tavernas ou cervejarias, onde realizavam as sessões
maçônicas. Dava-se ao local designado um caráter particular, ainda que passageiro. Qualquer local podia ser transformado
em Loja. Terminados os trabalhos, todos os traços da sessão maçônica eram apagados.
“Traçou-se, de início, sobre o solo, com giz, um paralelogramo dentro do qual todos os assistentes tomavam lugar.
Figurou-se, a seguir, no meio desse paralelograms, um quadrilátero menor, em volta do qual se alinhavam os Irmãos, e,
dentro do qual, os instrumentos de arquitetura eram traçados sobre areia ou desenhados com giz no soalho.
“As figuras traçadas dentro do pequeno paralelogramo representavam duas colunas: Boaz e Iachin, que se
erigiam, outrora, no vestíbulo do Templo de Salomão, o pavimento mosaico, a orla dentada, o esquadro, a régua, o
compasso, o prumo, a prancheta, a estrela flamejante etc. Supunha-se que a Loja possuía três janelas: uma a leste, uma
ao sul e uma a oeste. Era iluminada por três velas colocadas sobre altos candelabros.
“O Mestre da Loja estava sentado no Oriente sobre uma poltrona, atrás de uma mesa sobre a qual estavam
colocados uma Bíblia e o Malhete, do qual se servia para bater sobre a mesa as pancadas regulamentares. Os Irmãos
alinhavam-se sobre duas “colunas” ao longo do tapete, os Aprendizes do lado de Iachin, os Companheiros do lado de
Boaz. Na extremidade das duas fileiras, fazendo face ao Mestre, estavam colocados os dois Vigilantes”. (R. Le Forestier –
“L’Occultisme et la Franc-Maçonnerie Ècossaise”; pag 152)
Esses fatos são confirmados por Leadbeater:
“Diz-se-nos que no começo do século dezoito se marcavam no solo, com giz, os símbolos da Ordem e esse
diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas, e era, por isso, chamada “borla dentada”,
posteriormente corrompido em “borda marchetada”. Os franceses a chamam “la houppe dentelée”, e a descreveram como
sendo “uma corda com lindos nós que rodeia o quadro de traçar”. (C. W. Leadbeater – “A Vida Oculta na Maçonaria”; pág.
69).
O pequeno paralelogramo, traçado no chão da sala onde se reunia a Loja, foi posteriormente substituído por um
tapete pintado sobre o qual eram desenhados os símbolos do Aprendiz e do Companheiro, e que era desenrolado por
ocasião das reuniões. Vimos um tapete semelhante na Loja Concórdia et Humanitas, do Rito de Schröeder, da Grande Loja
da Guanabara.
O tapete foi, por sua vez, substituído pelo painel das Lojas. Nesse painel, no grau de Aprendiz, existia uma corda
com três “laços de amor”, que subiam a cinco no grau de Companheiro, circundando o painel.
Essas cordas com “laços de amor” eram desenhadas primitivamente no pequeno paralelogramo traçado no chão
com giz, e circundavam o painel que continha os símbolos dos graus de Aprendiz e Companheiro:
“Pode-se, portanto, razoavelmente pensar que os primeiros Maçons especulativos, tendo substituído o “cordel”
operativo por um cordão ornamental, deram muito naturalmente a esse cordão nós figurando nos brasões, o Painel ou
Tapete da Loja, que enfeixa os símbolos essenciais da Maçonaria, pode ser considerado como o Armorial Maçônico”.
(Jules Boucher – “La Symbolique Maçonnique”, pág. 173).

OBS.: No próximo número: (Esoterismo do nº 3; Esoterismo do nº 9; Esoterismo do nº 81).

N.: E.: Artigo inédito. Para maiores esclarecimentos, ler explicações na edição de nº 39.

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CURIOSIDADES
CRISTO DO RIO
Ir.: Valfredo Melo e Souza(*)

O Cristo Redentor com trinta e oito metros de altura elevada no morro do Corcovado na cidade do Rio de Janeiro,
braços abertos sobre a Guanabara é um símbolo de paz, um sopro carismático de fraternidade. Em julho deste ano o
monumento foi eleito uma das novas sete maravilhas do mundo. Escultura de singular beleza. Uma representação alegórica do
equilíbrio, estampado num rosto sério e venerável. Aspecto sereno como convém à mensagem proposta. Cabelos longos sobre
os ombros, barba espessa, cabeça descoberta, mãos espalmadas, braços distendidos longitudinalmente em forma de cruz, uma
longa túnica estendida até os pés. Ecce homo!
A essência desta estátua-santuário abriga um vulcão espiritual: um profeta, um operador de milagres, um renovador de
mistérios. O homem dos mistérios da cruz. O homem da transubstanciação. Segundo a fé o corpo pode existir, simultaneamente,
em vários lugares: o corpo de Jesus Cristo no céu; o corpo de Jesus Cristo na cruz; o corpo de Jesus Cristo no sacramento da
eucaristia. O momento da transubstanciação: o pão e o vinho transformados no corpo do homem. Todos tentam explicá-Lo,
entendê-Lo.
Um velho sábio, personagem de Erasmo Desidério, narra uma passagem explicando o mistério do nome de Jesus:
“Observai que o nominativo termina em S, Jesus, o acusativo em M, JesuM e o ablativo em U, JesU. Ora, estas três terminações,
S,M,U, encerram um mistério inefável; pois sendo as primeiras letras das três palavras latinas Summum (Zênite), Médium
(Centro) e Ultimum (nadir), elas significam claramente que Jesus é o princípio, o centro e o fim de todas as coisas”. Mais difícil
ainda de explicar: o nosso “doutor” dividiu a palavra Jesus em duas partes iguais, de maneira que a letra S ficou sozinha no
meio. Essa letra S, disse em seguida, que suprimimos do nome, chama-se Syn entre os hebreus; ora Syn é uma palavra
escocesa que significa pecado. Isto nos mostra claramente, diz o sábio, que foi Jesus que tirou o pecado do mundo. Exórdio para
um belo discurso. Logo vem a pergunta que não pode calar: onde ele quer chegar? Idiossincrasias nossas de cada dia.
Citações dos Evangelhos: “Quem dizem os homens que sou?” E os discípulos respondem: “Uns dizem que és João
Batista; outros, que és Elias; outros, que és Jeremias ou um dos profetas”. Idéias que nos conduzem à reencarnação.
No mais, nossa busca pode passar, ainda, pelos Cristos de Paolo Pasolini (O Evangelho Segundo São Mateus), de
Altay Veloso (O Alabê de Jerusalém), de Glauber Rocha (A idade da Terra), de Mel Gibson (Última tentação de Cristo), de
Franco Zefireli (Jesus de Nazaré), de tantos outros diretores de teatro e cinema que tentam acomodar a imagem arquiconhecida
do Homem Universal, tudo passando pela agonia do Jardim das Oliveiras até a crucificação.
No momento vejo a escultura de Godofredo Traller: o tronco do Cristo, uma peça única em cedro; altura da cruz, oito
metros; envergadura do Cristo, quatro metros e trinta centímetros, ornando o altar central do Santuário Dom Bosco, na via W3
Sul, em Brasília. Correta figura da crucificação de Cristo. Focado nela, o médico Dr. Armando Bezerra oferece aspectos
científicos a respeito: “o cravo ou prego, que prende Cristo na cruz não foi cravado na palma da mão por entre os ossos do
metacarpo. Entre estes ossos existem músculos lumbricais e intrósseos dorsais e palmares, frágeis e incapazes de sustentar na
cruz o corpo de um homem adulto. Possivelmente o prego foi colocado entre os ossos escafóides, semilunar e capitato”. São
figuras da transfixação, dados da historiografia da Criatura que elevou aos degraus da dignidade humana, o sentimento do Amor:
O Cristo Redentor.
(*)Membro da Academia Maçônica de Letras do DF

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NOTÍCIA RELEVANTE
IX FÓRUM MAÇÔNICO DE CABO FRIO E REGIÃO!

A semente lançada à “terra” no ano 2000 (no início, sua apresentação era semestral), regada constantemente com
carinho, adubada com muito amor , esforço e dedicação desinteressada (a não ser o interesse de compartilhar cultura –
maçônica ou profana - com o maior número de pessoas possível), desabrochou numa linda planta, que tem dado lindas
flores e saborosos “frutos”.
E o comparecimento de um número de pessoas três vezes maior do que a média dos últimos fóruns – com
interação efetiva dos ouvintes, transformando-os em partícipes – demonstra claramente o interesse crescente de todos que
tomam conhecimento deste evento literário/cultural na nossa cidade de Cabo Frio (e as demais que compõem a “Região
dos Lagos”, com as quais dividimos o prazer de ser o anfitrião a cada ano, representadas por diferentes Lojas).
Mas há que se destacar que, neste ano, houve uma divulgação maior entre as Lojas maçônicas e também nos
meios profanos (mídia televisiva e colocação de cartazes em faculdades, por exemplo), principalmente porque foi dado
ênfase aos temas propostos, que se mostraram de interesse geral da sociedade: “Maçonaria e Cultura”, Maçonaria e
História”, “Maçonaria e Família”, “Maçonaria e Religião”, “Maçonaria e Política”, foram os temas abordados,
respectivamente, pelas Lojas “Pioneiros do Cabo”, “União de Cabo Frio”, “Nicola Aslan”, “Novo Horizonte de Saquarema” e
“Jamil Kauss”.
Foram respeitados os horários determinados pelo programa, com destaque para o excelente lanche servido no
intervalo, que teve o gentil oferecimento da “PADARIA ROSA DE SARON”, serviço que foi muito elogiado por todos os
presentes.
Àqueles que não puderam estar presente, resta o consolo de poder participar do 10º, em agosto do próximo ano.

Carlos Alberto dos Santos


Editor

__._,_.___

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PARA PENSAR
A VIDA APÓS A MORTE
por Antonio Onías Neto

Há Vida após a morte?


Eis uma questão apresentada desde que o Homem na face da Terra começou a se perguntar:
O que sou? De onde vim? Para onde vou? Será que terminamos após a paralisação das atividades do corpo físico?
Nossa pretensão, às vezes, nossa certeza ou fé, que continuamos "ad eternum" não é uma necessidade intelectual, por mais
primitiva que seja a sociedade observada?Ora, sendo estas questões prova de exercício intelectual, por que os primitivos
também a levantam, talvez de forma grosseira, mas antecipando-se a Lavoisier: Nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma?Ora, por que se perderia aquilo que não é matéria no ser humano, mesmo que se admita não ser espírito ou alma?
Será a energia contida no ser humano apenas produto da matéria e se extinguiria com ela? Não é a matéria produto da energia?
Tentando responder a essas perguntas, as religiões e a própria ciência, ora afirmam, ora especulam, ora negam. Não
temos a veleidade de resolver esta questão Universal, simplesmente vamos percorrer os caminhos percorridos por aqueles que
procuraram trazer uma solução ao problema.Vejamos algumas dessas afirmativas:
EGÍPCIOS
O que afirmavam os antigos egípcios?
As religiões egípcias, tanto para os seguidores de Ra, Amon-Ra como para os de Aton, configuram como verdadeira a
continuação do ser após a morte física. Só a preocupação com a mumificação já é uma prova dessa assertiva.
Para os egípcios havia, além do corpo físico, três entidades etéreas: o "ahk" (espírito), o "ba" (alma) e o "ka" (ser duplo).
O "ka" era o mais ligado ao corpo e se alimentava junto à múmia, razão porque os egípcios colocavam alimentos nos túmulos,
para que o seu "ka" não fosse obrigado a se alimentar de imundícies, e não se vingasse por isto, provocando doenças.
Preocupados com estes fatos os faraós fizeram enormes túmulos para guardar suas múmias, muitos deles bem
conhecidos, que são as pirâmides. Só não podiam, tomar essas providências aqueles sem nenhuma condição econômica.
Havia ensinamentos e fórmulas mágicas dadas para auxiliar o morto no seu trajeto por trevas e dificuldades, sem água
e sem ar, até chegar ao Amenti, onde seria julgado por Osíris. Ali, encaminhado por Anúbis, o chacal, perante Osíris, suas irmãs
Ísis e Nephtis, Ma'at, a Verdade, Thot, o escrivão, seria pesado o seu coração, que se muito pesado de pecados, seu dono seria
devorado por um monstro. Caso leve de pecados o seu coração, o morto passaria a conviver no Amenti, morada dos deuses, ou,
se com alguns pecados vagaria pelo Duat, espécie de purgatório, até penitenciar-se. É o que consta no "Livro dos Mortos",
traduzido graças a Jean Francois Champolion, decifrador dos hieróglifos.
E a reencarnação, os egípcios a aceitavam? Sim. É o que consta textualmente do papiro de Ani ou de Anana, do ano
de 1320 A.C. e de inscrições de um papiro oriundo de 3000 a.C. A reencarnação não era privilégio apenas dos homens, mas
também dos animais, como por exemplo, o touro Ápis, o deus Ápis, que reencarnava num bezerro.
Em traços gerais este era o pensamento dos antigos egípcios sobre a vida após a morte.
OS HEBREUS OU OS JUDEUS
A origem da religião judaica é a religião hebraica, posto que o Judaísmo é bem mais recente.
A religião judaica em sua origem, conforme se vê na Bíblia, não levanta o problema do após a morte, pois a morte era a
maior punição que poderia haver para o homem, é permanecer no SHEOL, num estado de larva, entre o silêncio, as sombras e o
caos.
Deus é vida, portanto não estará junto com o crente no Sheol. A ressurreição só é citada a partir de Isaías (26:19) e
Daniel (12:2). E no final dos tempos, na vinda do Messias, o Senhor virá julgar a todos, quando então os justos viverão no
Paraíso Terrestre, o Éden, o Novo Céu e a Nova Terra, e os maus perecerão para sempre. Até lá os corpos viverão na Mansão
dos Mortos: para alguns o GEENA.
Para os judeus a existência de Satanás só vai aparecer a partir de Jó (1:6:2:1), por evidente influência iraniana, que é a
primeira religião dos antigos persas, o Mazdaismo, que cria a dualidade do Bem o do Mal, o Ormuzd e o Arimã.
No entanto, apesar da afirmativa de que os corpos ficariam em repouso até a ressurreição a tradição conta que alguns
judeus tentavam manter contato com o mundo das almas, o que era proibido pelo Ortodoxismo, que considerava esta prática
muito perigosa. Basta tomar conhecimento das lendas a respeito do Golem. Depois da Diáspora esta prática se tornou bastante
costumeira em algumas comunidades judaicas.
HINDUÍSMO
Muitas são as seitas e as religiões que compõem o Panteon Hindu.
Oficialmente estabelecido com os Vedas em 1500 A.C., o princípio básico do hinduísmo é a continuação da vida após a
morte e, fundamentalmente, a reencarnação, cujo ciclo será suspenso quando nada mais de condenável tenha praticado o
morto, fato, aliás, difícil de acontecer.

6
O hinduísmo admite a reencarnação em seres inferiores, como paga por uma vida pregressa abominável. Admitem,
pois, a reencarnação involutiva.
Entre uma reencarnação e outra há fases em que o espírito passa por regiões de sofrimento e por regiões de prazer,
conforme sua vida passada.
Apesar de toda a variação nas religiões hinduístas, tais como o sikhismo, o janaísmo, e muitas outras,
fundamentalmente, com mínimos derivativos, esta é a posição de todas perante a morte.
BUDISMO
Embora o Budismo seja oriundo da Índia, ele foi mais difundido na China, na Coréia e posteriormente no Japão.
Também o budismo defende a reencarnação como explicação e observação da Lei Moral da Ação e Reação, conforme
ensinava Buda.
Diferentemente do hinduísmo, o budismo afirma a reencarnação imediata, não sendo esta sempre feita na Terra, mas
em mundos mais ou menos materiais, conforme a espiritualidade do indivíduo.
A volta à Terra acontece sempre que o espírito for apanhado durante o sonho erótico de um casal. O ciclo pode ser um
dia interrompido, quando se atinge o NIRVANA, que não é um local específico, mas um estado de espírito, onde acontece a paz
absoluta, a felicidade eterna, a liberdade espiritual.
O Budismo, da mesma forma que outras religiões, também se dividiu em diversas seitas, tais como o Grande Caminho
(Mahayana), o Pequeno Caminho (Hinayana), o Caminho Tântrico (Vayarayana), e variavam conforme o Mestre de um de seus
Mosteiros; no entanto, em nenhuma delas se observa diferença fundamental com os ensinamentos de Gautama, o Buda.
CANDOMBLÉ
Os seguidores do Candomblé acreditam na reencarnação, mas é um engano pensar que cultuam normalmente ou
mantém contato com os espíritos dos desencarnados. Não! O culto do Candomblé é feito especificamente para os Orixás, que
não são espíritos desencarnados e sim deuses do mundo astral, que se manifestam no mundo material influenciando-o de todas
as maneiras.
No entanto, também fazem contato com os espíritos dos desencarnados, os Eguns, embora esses cultos dificilmente
sejam vistos, posto que considerados perigosos, sendo os mesmos (os Eguns), mantidos afastados dos vivos. Seu culto é feito
apenas por sacerdotes especiais, os Ojés, e somente um dos Orixás tem poder sobre eles, que é Iansã.
Para o Candomblé, em suas diversas nações, a morte e tudo que dela emana é segredo. Somente os homens se
tornam Eguns, posto que as mulheres sendo as Ajés, significam entidades destruidoras que devem ser impedidas de aniquilarem
o indivíduo e a coletividade. É de se observar que os Eguns não incorporam nos médiuns, ocupando espaços vazios dentro das
indumentárias.
ÍNDIOS
Pelas lendas e tradições indígenas no Brasil, vemos que são crentes na reencarnação e na possibilidade de
comunicação com o mundo dos mortos, e, conforme algumas dessas lendas esta porta é livre passagem, tanto num sentido
como no outro.
As tradições indígenas são praticadas hoje, além das tribos remanescentes, muitas em fase de extermínio, também
nos centros civilizados, nas chamadas pajelanças, particularmente no norte do país.
CATOLICISMO E CRISTIANISMO EVANGÉLICO
A principio a concepção do após morte para os católicos era a mesma que vemos ainda hoje em diversas confissões
protestantes ou evangélicas.
O corpo descansa, repousa até o final dos tempos no Geena, a Mansão dos Mortos, que se identificava com o Inferno,
conforme vemos na alteração do Credo, para ser julgado, após a ressurreição da carne.
A terra é o lugar de dores, é o Vale das Lágrimas.
Atualmente, desde o Concílio Vaticano II, modificou-se essa ruptura entre a vida e a morte, e, prova disto é a não
utilização do sacramento da extrema unção, pois, em substituição, pratica-se o "sacramento dos doentes".
Embora existente desde o século V d.C., é a partir do século XVII que melhor se configura a existência do Céu, do
Inferno, do Purgatório e do Limbo. Aos Santos caberia de imediato, após a morte, a bem-aventurança do Céu. O Inferno, desde
já, caberia aos maus, com pesados pecados ou pecados mortais. No Purgatório ficariam os casos duvidosos, dependendo de
preces e missas, e, no Limbo os bons pagãos e ateus, os não batizados, até o Juízo Final.
É bom lembrar que as mulheres não cabiam neste esquema ou qualquer outro antes do século VI, pois somente após o
Concílio de Mâcon, em 585 D.C., é que passou a ter direito a alma, embora, mesmo depois deste Concílio, alguns renitentes
tenham continuado defensores da inexistência da alma nas mulheres.
O caminho para o Inferno era sempre à esquerda, pois o Mal continua sempre à esquerda. Esta afirmativa ainda hoje é
empregada por religiões quando definem as forças do mal. Não confundir com direita e esquerda política, que se originou na
Assembléia Francesa, na época da Revolução, onde os nobres e o clero se sentavam à direita e o povo (os burgueses) à
esquerda.
Atualmente a interpretação da Igreja começou a ser alterada, desde o Concílio Vaticano II, que mudou a forma de
entender a morte: o Inferno e o Reino de Deus começam desde nosso viver atual.
O Catolicismo e as demais religiões derivadas não aceitam a reencarnação e a possibilidade de comunicação com o
Mundo Imaterial, exceto por meio dos Santos ou dos Demônios. Algumas confissões, como, por exemplo, a Congregação Cristã

7
e outros evangélicos, principalmente os pentecostais, só aceitam a manifestação dos demônios ou a manifestação do Espírito
Santo.
OS GREGOS E OS ROMANOS
Os gregos e os romanos também aceitavam a comunicação com o Mundo Imaterial, tal como vemos com as sibilas, os
oráculos, as profetisas, e acreditavam no Olimpo, onde beberiam da Ambrosia dos Deuses.
Como vemos em Platão e Pitágoras, os gregos aceitavam a teoria da reencarnação.
OS MAOMETANOS OU MUÇULMANOS
Acreditavam os muçulmanos que aqueles que morriam, principalmente se fosse em Guerras Santas (o Jihad), iam para
o Paraíso onde, cercados de huris, gozavam as suas delicias. Já os sufistas, uma seita islâmica, defendem o ascetismo como
caminho para atingir o Paraíso, e praticam o transe mediúnico.
OS ESCANDINAVOS
Para os antigos escandinavos, os que morriam em combate eram levados pelas Valquírias para o Valhala, o seu
paraíso, junto a Odin.
XINTOÍSMO
O Xintoísmo é das religiões mais difundidas no Japão, quase que oficial, e aceita a reencarnação, praticando o culto
aos ancestrais, com os quais podem ter contato.
SEICHO-NO-IÊ
Considerando que a doutrina "Seicho-no-iê" é um misto de cristianismo, budismo e xintoísmo, chega-se a conclusão
que aceitam as doutrinas reencarnacionistas e o culto aos antepassados, que praticam como regra.
Quase todas as seitas e doutrinas de fundo orientalista, embora seus adeptos ocidentais digam que são seguidores
apenas de seus princípios científicos, tais como meditação transcendental e outras, são reencarnacionistas.
O ESPIRITISMO
Baseado na codificação feita por Alan Kardec, cujo nome na realidade é Denizar Hippolyte Leon Rivail, professor e
pedagogo francês, que procurou pesquisar cientificamente os fenômenos físicos difundidos na época, tais como as mesas
giratórias.
Em suas obras, Kardec procura colocar o Espiritismo, nome que deu a sua doutrina em diferenciação ao termo
Espiritualismo, dentro de três facetas diversas: ciência, filosofia e religião.
A doutrina espírita afirma a existência, além do espírito, do perispírito que é o invólucro do espírito, e que sobrevive à
morte do corpo, permanecendo com sua forma última. O perispírito é também existente nos seres inferiores.
Os espíritas ou espiritistas afirmam a reencarnação como resultado da lei do carma, a lei da causa e do efeito, da ação
e da reação. Não aceitam, no entanto, a possibilidade da reencarnação em seres inferiores, pregada pelo hinduísmo, pois,
conforme defendem, a tendência dos seres é sempre em sentido evolutivo e não involutivo.
Por outro lado, afirmam a possibilidade de comunicação entre o mundo dos encarnados e dos desencarnados, quer
sejam evoluídos ou não.
A doutrina kardecista aceita, também, a pluralidade de planos, ou moradas, tanto no mundo material como no mundo
espiritual.
A UMBANDA
A doutrina Umbandista é eclética, pois nela vemos conceitos católicos, espíritas kardecistas, do candomblé e da
pajelança. Aceita a reencarnação como resultado da lei do carma.
No entanto, no tocante as manifestações, não são os Orixás que se manifestam diretamente, mas caboclos, pretos
velhos e outros guias (espíritos), das falanges desses Orixás. Afirmam que os Orixás ou os Santos que lideram essas falanges,
dado o poder energético que possuem, poderiam, como uma descarga de alta voltagem, aniquilar o "médium" ou "cavalo",
conforme intitulam o sensitivo.
A volta dos espíritos desencarnados incorporando nos médiuns é uma forma de, "trabalhando para o bem", evoluírem,
para, desta maneira, alcançarem o Criador. Da mesma forma que os kardecistas, aceitam a existência de muitos planos
evolutivos, tanto nos mundos materializados, como nos planos imateriais.
AS PESQUISAS CIENTÍFICAS ATUAIS
Depois de vermos as posições adotadas pelas principais religiões existentes, por crentes até místicos, perguntamos, já
em tempo, o que pensa a ciência a respeito do assunto?
Muitos, embora não seja exatamente científica a simples negativa, afirmam categoricamente: "a Morte é o
aniquilamento total do ser humano", "nada mais existe após a Morte".
No entanto, muitos cientistas se preocupam seriamente com o problema, procurando pesquisar, colocar em dúvida sua
própria dúvida, contestando suas assertivas anteriores, evitando posições ortodoxas quanto às afirmativas científicas. Há alguns
anos atrás, seria chamado de mentiroso ou visionário quem dissesse ter visto uma televisão, ter ido à Lua, ser o Sol o centro do
nosso sistema planetário. Hoje, são realidades palpáveis, são verdades científicas.
Assim nós temos como exemplo o Dr. Raymond A. Moody, psiquiatra e professor da Universidade de Medicina da
Georgia, autor do livro "Vida depois da Vida", que pesquisou junto a cerca de 150 pessoas que perderam todas as funções vitais,
morreram, portanto, dentro dos termos científicos, por períodos que variavam de 5 a 20 minutos. Todos os interrogados, redivivos
do Dr. Moody, afirmaram terem se sentido afastados do corpo físico, e, informa a maioria, que foram recepcionados por outros
seres do "lado de lá", mas as explicações sempre se ligam as suas concepções filosófico-religiosas, definindo esses seres ora
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como parentes, ora como um anjo, ora como o próprio Cristo, e, até um ateu define o ente simplesmente como um ser luminoso,
contudo todos são unânimes em afirmar que a finalidade desses seres era recepcioná-los, guiá-los na vida após a morte.
Estariam todos eles pactuando uma mentira, sem nunca se terem visto? Seria uma psicose coletiva de todos que
passaram por aquela experiência? Poderia um fato, este fato, morrer e reviver, provocar o mesmo tipo de psicose, com
pequenas variantes?
Outras pesquisas também procuraram encontrar uma resposta para nossa pergunta principal.
VOZES PARAFÍSICAS OU PSICOFÔNICAS
O primeiro pesquisador das vozes psicofônicas foi o musico sueco Friedrich Juergenson, que foi condecorado pelo
Papa Paulo VI, com a Ordem de São Gregório.
Tentando gravar o canto de pássaros em lugares absolutamente silenciosos conseguiu captar vozes de seres
inexistentes.
Continuando suas pesquisas, o conhecido psicólogo e filósofo católico, Dr. Konstantin Raudive, publica o resultado de
72 sentenças gravadas com os possíveis mortos em seu livro "O inaudível toma-se audível" e no seu apêndice vem a
confirmação dos fatos pelo padre e filósofo católico Dr. Gebhard Frei e pelo psicólogo Hans Bender.
Sobre o fenômeno das vozes de espíritos gravadas escreveu o reverendo Charles Pfleger, capelão da Santa Sé, na
Revista "Le Nouvel Alsacien", aos 02 de julho de 1970: "A teologia não deverá opor muitos obstáculos (aos fenômenos das
vozes), pois os dogmas estão sendo reestudados............e mesmo os artigos fundamentais da fé estão sendo revisados. É, pois,
razoável aceitar, para ser considerada, esta nova prova relacionada à natureza da vida do além.......sobre a qual não devemos
esquecer, a teologia cristã é muito vaga........"
No Brasil, têm feito pesquisas sobre as vozes psicofônicas a pesquisadora Hilda Hilst, o professor húngaro George
Magyary, os pesquisadores Victor Freyre Mattos e Max Berezovsky.
Serão vozes dos mortos, ainda existentes, ou o eco, no espaço, de suas vozes enquanto ainda vivos? Seria o
inconsciente coletivo de que fala Jung? Fica a pergunta.
HIPNOSE REGRESSIVA OU HIPNOSE REENCARNATÓRIA
As pesquisas que têm dado resultado mais positivo no que toca à procura da verdade sobre a vida após, ou antes, da
morte, têm sido a hipnose regressiva ou hipnose reencarnatória.
Talvez o caso mais conhecido tenha sido o acontecido em 1952 com o negociante Morey Bernstein, em Pueblo,
Colorado, Estados Unidos, que, interessado em hipnotismo, relatou o fenômeno no Livro "The Search for Bridey Murphy",
publicado no Brasil com o nome de "O Caso de Bridey Murphy", onde a senhora Ruth Simmons, hipnotizada, teria regredido a
uma existência anterior em 1798, na cidade de Cork, na Irlanda, quando era Bridey Murphy. Os fatos relatados foram depois
comprovados naquela localidade.
Entre os pesquisadores do fenômeno encontramos os professores Ralph Grossi e Dianne Swygard, e a psicóloga Helen
Warnbach da Universidade John Fitsgerald Kennedy. O Dr. Morris Netherton, que a utiliza para cura de seus pacientes, a chama
"terapia das existências passadas". Também usa este fenômeno, com a mesma finalidade, a hipnoterapeuta Evelyn Schiff do
Hypnosis Motivation Institute de Los Angeles, Califórnia. O Dr. Kari E. Muller relatou suas experiências com a hipnose regressiva
no seu livro "Reencarnação baseada em fatos". O Dr. Ian Stevenson, professor do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da
Escola de Medicina da Universidade de Virgínia, publicou suas pesquisas no ramo em 1966, sob o título "Vinte casos sugestivos
de Reencarnação". A Dra. Shafira Karagulla, psiquiatra consultora do neurocirurgião canadense Wilder Penfield, membro do
Royal College of Physicians de Edinburgo, a mais alta qualificação médica da Grã-Bretanha, após suas pesquisas no campo,
afirma-se convicta da reencarnação. A psicóloga brasileira América Paoliello Marques, doutora pela PUC do Rio, membro da The
American Society for Physical Research of New York, da The Association for Humanistic Psychology of San Francisco, ganhou
menção honrosa no 9° Congresso de Psiquiatria, Parapsicologia e Psicotrônica, em Milão, com sua tese sobre pesquisas sobre
hipnose reencarnatória usada como terapia. O Dr. Elpídio de Almeida Campos, médico de Ribeirão Preto, registra diversos casos
de cura com a utilização do fenômeno que ele define como palingenésia (do grego: palin (outra vez) genesis: (nascimento).
Evitamos coletar para este estudo os casos e pesquisas feitas por grupos religiosos, o que envolveria de certa forma
uma posição "a priori" da interpretação do fenômeno.
Contudo, à primeira vista, tem-se a impressão de que essas pesquisas e esses fenômenos só são registrados no
mundo ocidental cristão ou oriental não materialista, mas é na antiga União Soviética, atual Rússia, no Institute Popov de
Moscow, que a parapsicóloga Barbara Ivanova efetuou experiências de regressão constatando vidas passadas, conforme
confessou aos jornalistas Henry Gris e William Dick, e, por este motivo ficou mal com as autoridades científicas soviéticas.
Apesar disso Ivanova não foi totalmente podada, por ter sido, como todos sabem, a curandeira de Brejnev.
Seriam esses fenômenos reais, materiais ou meramente psíquicos? Onde começa a matéria, o corpo, onde começa a
energia, o espírito?
Muitos estudiosos do assunto têm, no entanto, explicação bem diversa para esse fenômeno, alegando a possibilidade
de ser a memória dos genes, dos cromossomas ou do DNA das pessoas, que, da mesma forma que os computadores, guardam
na sua memória não o seu passado reencarnatório, mas o passado de seus ancestrais.
Por outro lado, temos pesquisadores como Houdini (Jean Eugene Robert), o conhecido mágico prestidigitador francês,
que se tomou célebre e especialista em desmascarar falsos médiuns.
Finalizando quero prestar minha homenagem àqueles, além dos já citados, que colaboraram para a confecção deste
trabalho, com estudos, pesquisas, artigos e livros a respeito.
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Começo pelos diversos autores da Bíblia, do Livro dos Mortos do Antigo Egito, do Livro dos Mortos Tibetano, o Bardo
Thodol, os Vedas, o Triptaka, o Corão de Maomé, o Bhagavad Gita. Agradeço ainda a Vani Rezende, Lúcia Reggiani, Luiz
Carlos Teixeira, Karl Muller, Fontane, Mircéa Eliade, Philippe Aries, Leonardo Boff, Elsie Dubugras, Arthur Hertzberg, Ornella
Volta, André Luiz, Chico Xavier, Carl Gustav Jung, Harold Shermann, Louis Renau, Allan Kardec, Ramacharaca, Khrisnamurthi,
Ramatis, Aurobindo, Murilo Nunes de Azevedo, Olga G. Cacciatore, Daisetz Teitaro Suzuki, Orlando e Cláudio Villas Boas, Darcy
Ribeiro, Conan Doyle, Peter Bander, Saddatissa, Leon Dennis, e perdoe algum que eu tenha olvidado, esperando não ser
acusado de plágio, por citar seus resultados, sem citar seu nome.
Não pretendemos com este estudo dar por provada ou negada a existência de vida após a morte, ou da vida antes da
vida. Tampouco convencer a quem quer que seja da forma pela qual seria possível ou impossível esta vida.
Perguntarão vocês, afinal das contas o expositor defende uma tese? Afirma ou nega a vida após a morte?
Cientificamente, filosoficamente, a pergunta continua até que haja uma resposta definitiva a respeito do problema. Em nossa
opinião, uma resposta dogmática, quer afirmativa, quer negativa é temerária e contrária a nossos princípios.
A procura da verdade é incessante, e a Verdade há que ser infinita, eterna, imutável.
As verdades, mesmo as consideradas cientificas, de ontem têm sido as mentiras de hoje.
O sonho, a visão de hoje será, talvez, a verdade do Amanhã.
___
N.: E.: (1) Artigo recebido dos “Arquivos do CORÉ”

RUA JONAS GARCIA, 161 CENTRO – CABO FRIO

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. DE BIBLIOTECA
“Grau 17
MAÇONARIA E SIMBOLOGIA Cavaleiro do Oriente e do Ocidente”
Valfredo Melo e Souza
NICOLA ASLAN

ESCRUTÍNIO SECRETO– Votação secreta por


meio de bolas brancas e negras, recolhidas em uma
urna. Esta espécie de votação secreta é obrigatória
na admissão de profanos, de filiandos e de
regularizandos. As eleições do Venerável e outros Plagiando as palavras que o mano “Xico Trolha” gostava
Oficiais se processam secretamente, por meio de muito de usar, podemos afirmar que o nosso Irmão e
cédulas, em envelopes fechados. Confrade VALFREDO MELO E SOUZA é um
Os escrutínios secretos por meio de bolas, podem “escrevinhador de mão cheia”, porquanto parece que a
ser feitos para qualquer assunto e requerimento sua missão terrena é escrever e muito.
verbal, devendo ser apoiado, no mínimo, por três Neste trabalho , em que ele também reproduz muitos dos
Irmãos, inclusive o proponente, desde que sejam seus “Tijolos” (*se você não sabe, trata-se do boletim
membros da Loja com direito a voto. informativo quinzenal editado por ele, que já passa dos
Relativamente ao escrutínio de um candidato à trezentos números publicados), ele também o enriqueceu
Iniciação, quando o mesmo for rejeitado, diz Mackey, o Perfil do conteúdo do Grau 17 do REAA.
não é permitido que um membro da Loja proponha a Trata-se de um Grau pertencente à 4ª categoria de Graus
reconsideração da votação, de acordo com os quatro israelitas e bíblicos. E é consagrado ao desenvolvimento
princípios seguintes, que demonstram sumariamente das vantagens da Maçonaria.
a doutrina da lei parlamentar maçônica neste Mas se você não se Iniciou nos Graus Filosóficos, ou se,
já pertencendo, ainda não chegou lá, não se preocupe,
particular:
pois a linguagem utilizada e o texto explanado permitem –
e devem – que seja lido por qualquer um que goste de
1. Não será jamais permitido a um membro da estudar Maçonaria.
Loja promover a reconsideração de um A seguir, destacamos alguns dos tópicos abordados, para
escrutínio secreto por ocasião de um pedido despertar o seu interesse, caro leitor:
de Iniciação de um candidato, nem ao Oficial • O Apocalipse de João
presidente de acolher semelhante moção; • Conteúdo do Grau 17
2. Somente o Venerável ou o Oficial presidente • O Perfil do Grau 17
pode, por razões que julgar satisfatórias, • Derivações do Budismo
ordenar tal reconsideração; • Derivações do Hinduismo
3. O Oficial presidente não pode ordenar uma
• Igrejas Cismáticas
reconsideração em uma noite subseqüente,
• A Grande Cisão
nem na mesma noite, se algum membro
• Direito de Reunião
presente na votação tenha se retirado;
• Liberdade de Idéias
4. O Grão-Mestre não pode conceder dispensa
• O Livre Pensamento
para uma reconsideração, ou de qualquer
• A influência Pitagórica
modo interferir no escrutínio de um
candidato. • O mito da Água
• Revelações dos Sete Selos
• O Peregrino
Para pedidos, faça contato com o autor pelo e-mail:
valfredosouza@ig.com.br

Brasília (DF), junho de 2007

Carlos Alberto dos Santos


Editor

12
polindo a pedra bruta
O DICIONÁRIO E A LINGUAGEM DA HUMANIDADE
(Sobre as maneiras histórico-temporais de expressão).

Escolástica: (séculos IX ao XVII) - problemática teológico-filosófica centrada nas relações entre fé e razão. Abrange a Idade Média.
Renascença: (séculos XV ao XVI) - tentativa de retorno aos valores da Antiguidade Clássica.
Iluminismo: (séculos XVII e XVIII) – movimento filosófico-científico que se alicerçava na confiança no progresso e na razão; desafio
à autoridade e à tradição; incentivo à liberdade de pensamento.
Maçonaria: (século XVIII).
Romantismo (Linguagem romântica): (princípio do século XIX) nas suas vertentes literária, plástica e filosófica, reação ao
racionalismo iluminista; centrado no indivíduo, no lirismo, no predomínio da sensibilidade e da imaginação sobre a razão. Na busca
da unidade com o Absoluto, preconizava a volta aos temas medievais, a inspiração nas religiões orientais, a exaltação dos
instintos, dos sentimentos, da imaginação e da fantasia, e a valorização dos transportes místicos.
Simbolismo (linguagem simbólica): (fim do século XIX). Expressão por meio de símbolos. Reação ao parnasianismo,
caracterizando-se por uma visão subjetiva, simbólica e espiritual do mundo. Para interpretar a realidade, os simbolistas recorrem à
intuição e não à razão e à lógica. Acentuado componente estético.
Surrealismo: início do século XX. Desprezo pelos encadeamentos lógicos e pela ativação sistemática do inconsciente e do
irracional. Visava à renovação total dos valores artísticos, morais, políticos e filosóficos. Procurava juntar sonho, arte e realidade na
tentativa de compreender além da realidade empírica.
Modernismo: (século XX)- conjunto de escolas que procuraram promover uma nova cultura, reexaminando todo o passado
tradicional.
Pós-modernismo: (movimento contemporâneo). Em formação. Em busca de definição. Propenso ao relativismo; “tudo é significado,
e significado é tudo. A hermenêutica é o seu profeta”.
Maçonaria...

Renato Figueiredo de Oliveira (*Membro da ARLS e de Instrução RENASCIMENTO Nº 08)..

PÍLULAS MAÇÔNICAS
CHAPÉU

• O chapéu (de cor preta) é o símbolo da igualdade de todos os IIr.: perante a Lei; por isso que no Rito
Schröeder ele é entregue ao candidato em sua sagração;

• É usado pelos Veneráveis nas sessões dos três Graus e por todos os IIr.: no 3º Grau.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS E DE INSTRUÇÃO RENASCIMENTO N º 08

Nota do Editor: “In Memoriam”

13
14
HISTÓRIA PURA
DISCURSO PROFERIDO POR JOAQUIM GONÇALVES LEDO NA LOJA MAÇÔNICA
“COMÉRCIO E ARTES” NO RIO DE JANEIRO, EM 20/AGOSTO/1822

Joaquim Gonçalves Ledo foi um dos maiores fautores da Independência, se não o maior. A peça de arquitetura que
a seguir transcrevemos do Boletim do GOB (julho/agosto, de 1963), é dirigida ao hesitante Príncipe D. Pedro e
entre seus arrojados conceitos lá está a antecipação da Doutrina de Monroe.

SENHOR! A natureza, a razão e a humanidade, este feixe indissolúvel e sagrado, que nenhuma força humana pode
quebrar, gravaram no coração do homem uma propensão irresistível para, por todos os meios e com todas as forças em
todas as épocas e em todos os lugares, buscarem ou melhorarem o seu bem-estar. Este princípio tão santo como a sua
origem, e de centuplicada força quando aplicado às nações, era de sobra para o Brasil, esta porção preciosa do globo
habitado, não acedesse a inerte expectação de sua futura sorte, tal qual fosse decretada longe de seus lugares e no meio
de uma potência (Portugal) que deveria reconhecer inimiga de sua glória, zelosa de sua grandeza, e que bastante deixava
ver pelo seu Manifesto às nações que queria firmar a sua ressurreição política sobre a morte do nascente Império Luso-
Brasileiro, pois baseava as razões de sua decadência sobre a elevação gloriosa deste filho da América – o Brasil.
Se a esta tão óbvia e justa consideração quisesse juntar a sua dolorosa experiência de trezentos e oito anos, em que o
Brasil só existira para Portugal para pagar tributos que motivos não encontraria na cadeia tenebrosa de seus males para
chamar a atenção e vigilância de todos os seus filhos a usar da soberania que lhe compete, e dos mesmo direitos de que
usara Portugal e por si mesmo tratar de sua existência e representação política, da sua prosperidade e da sua
constituição? Sim, o Brasil podia dizer a Portugal: “Desde que o sol abriu o seu túmulo e dele me fez saltar para
apresentar-se ao ditoso Cabral a minha fertilidade, a minha riqueza, a minha prosperidade, tudo te sacrifiquei, tudo te dei, e
tu que me deste? Escravidão e só escravidão. Cavavam o seio das montanhas, penetravam o centro do meu solo para te
mandarem o ouro, com que pagavas as nações estrangeiras a tua conservação e as obras com que decoras a tua
majestosa capital; e tu quando a sôfrega ambição devorou os tesouros, que sob mão se achavam nos meus terrenos,
quisestes impor-me o mais odioso dos tributos, a “capitação”. Mudavam o curso dos meus caudalosos rios para arrancarem
de seus leitos os diamantes que brilham na coroa do monarca; despiam as minhas florestas para enriquecerem a tua
grandeza, que todavia deixava cair das enfraquecidas mãos ... E tu que deste? Opressão e vilipêndio! Mandavas queimar
os filatórios e teares, onde minha nascente indústria beneficiava o algodão para vestir os meus filhos; negavas-me a luz
das ciências para que não pudesse conhecer os meus direitos nem figurar entre os povos cultos; acanhavas a minha
indústria para me conservares na mais triste dependência da tua; desejavas até diminuir as fontes da minha natural
grandeza e não querias que eu conhecesse o Universo senão o pequeno terreno que tu ocupas. Eu acolhi no meu seio os
teus filhos a que doirava a existência e tu me mandavas em paga tiranos indomáveis que me laceravam.
Agora é tempo de reempossar-me de minha Liberdade; basta de oferecer-me em sacrifício as tuas interessadas vistas.
Assaz te conheci, demasiando te servi... – os povos não são propriedade de ninguém.
Talvez o Congresso de Lisboa no devaneio de sua fúria ( e será uma nova inconseqüência) dê o nome rebelião ao passo
heróico das províncias do Brasil a reassunção de sua soberania desprezada; mas se o fizer, deverá primeiro declarar
rebelde a Razão, que prescreve aos homens não se deixarem esmagar pelos outros homens, deverá declarar rebelde a
Natureza, que ensinou aos filhos a separarem-se dos seus pais, quando tocam a época de sua virilidade; é mister declarar
rebelde a Justiça, que não autoriza usurpação, nem perfídias; é mister declarar rebelde o próprio Portugal, que encetou a
macha de sua monarquia, separando-se de Castela; é mister declarar-se rebelde a si mesmo (esse Congresso), porque se
a força irresistível das coisas prometia a futura desunião dos dois Reinos os seus procedimentos aceleraram esta época,
sem dúvida fatal para outra parte da nação que se queira engrandecer.
O Brasil, elevado à categoria de Reino, reconhecido por todas as potências e com todas as formalidades que fazem o
direito público na Europa, tem inquestionavelmente jus a reempossar-se da porção de soberania que lhe compete, porque
o estabelecimento da ordem constitucional é negócio privativo de cada povo. A independência, Senhor, no sentido dos
mais abalizados políticos, é inata nas colônias, como a separação das famílias o é na Humanidade. A natureza não formou
satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à América, e Europa à Europa, porque não debalde o
Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço imenso que as separa.
O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, e ligar todas as partes do nosso grande todo, é este...O Brasil, no
meio das nações independentes, e que falam com exemplo de felicidade, não pode conservar-se colonialmente sujeito a
uma nação remota e pequena, sem forças para defendê-lo e ainda para conquistá-lo. As nações do Universo têm os olhos
sobre nós, brasileiros, e sobre ti, Príncipe !
Cumpre aparecer entre elas como rebeldes ou como homens livres e dignos de o ser. Tu já conheces os bens e os males
que te esperam e à tua posteridade. Queres ou não queres?Resolve, Senhor! _
15
(*)Texto enviado pelo Ir.: FERNANDO COLACCIOPO (Rede Colméia).

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Viagem ao nosso interior
SALVAÇÃO
D. Vilela (*)

Na teologia cristã a palavra salvação significa o estado de felicidade inalterável após a morte, prometido
aos que agissem bem durante a vida. A sua alternativa seria a condenação ao sofrimento eterno, como se a
Justiça Divina não dispusesse senão dessas duas possibilidades para julgar toda a imensa variedade do
comportamento humano.
A ênfase, observada na fase inicial do Cristianismo, em aplicar à própria conduta os princípios morais
ensinados por Jesus foi, aos poucos, se enfraquecendo, à proporção que se fortalecia a organização material
associada à crença, que acabou por tornar-se a preocupação principal de seus dirigentes e seguidores. Admitiu-
se, então, que o futuro espiritual dos crentes fosse determinado apenas em função de seu relacionamento com a
instituição, cujas orientações deviam ser acatadas sem questionamentos, preconizando-se também a freqüência
aos templos e a obrigação de ajudá-los financeiramente.
As descrições do que ocorreria na Espiritualidade eram fantasiosas, sendo as do céu vagas e
descoloridas e as do inferno vívidas e apavorantes, ambas, contudo, fruto de pura especulação. Ainda assim,
foram amplamente utilizadas pela hierarquia religiosa para impor sua autoridade e estender seu domínio sobre
consciências e territórios. Aos poucos, no entanto, foi se patenteando a insuficiência de tais concepções,
sobretudo a condenação ao inferno, criando-se, então, uma série de subterfúgios para que ela não ocorresse: o
arrependimento na hora da morte, o purgatório ou o perdão dos pecados – mesmo os mais graves – concedido
pelos representantes da fé.
Outras correntes, igualmente cristãs, adotaram explicação inteiramente diversa para esta questão,
afirmando que felicidade ou desgraça após a morte não teriam qualquer relação com o nosso comportamento,
dependendo, exclusivamente, da vontade de Deus, que salvaria uns gratuitamente (a graça ) e condenaria
outros segundo seu arbítrio soberano, cabendo-nos tão somente aceitar os decretos divinos. Parece-nos
desnecessário comentar a impropriedade de atribuir tal critério ao Senhor Supremo, infinitamente justo e
misericordioso, que Jesus nos ensinou a chamar de Nosso Pai.
A Doutrina Espírita veio oferecer visão mais completa acerca dessa questão, esclarecendo que o
importante é a maneira como nos conduzimos, independentemente de quaisquer outros fatores, inclusive filiação
religiosa. Assim, se procuramos ser dignos e fraternos, estamos no caminho da salvação. Em caso contrário,
quando permitirmos que o egoísmo e o orgulho governem nossas vidas, iremos encontrar aspereza e desolação,
sempre transitórias, pois em todo o Universo o determinismo é o bem.

(*) Publicado no boletim “SEI”, n] 1776

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Vilar dos Teles “Capital do Jeans”


Dr. Renato Figueiredo de Oliveira
Direção: Ir.: ROSELMO CRM 52 / 02130-7

Av. Automóvel Clube, 2560


Vilar dos Teles – Rio de Janeiro (RJ) Horário de Atendimento – 15 horas
Marcar consulta a partir de 14 horas pelo telefone
Galeria São José Tel.: (21) 2751.8264 (22) 2643.3741

Consultório:
Rua Silva Jardim, 78 Centro - Cabo Frio - RJ

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DEPOIMENTO
AOS APRENDIZES
Ir.: Cláudio T. Simões (*)

Qualquer que tenha sido o motivo que os levaram a ingressar na nossa Sublime Instituição, que os acolheu
fraternalmente como um de seus membros, certamente ainda não entenderam, em toda sua amplitude, a importância
dessa decisão e todas as suas possibilidades de progresso moral, espiritual e intelectual que se abriram no momento de
sua Iniciação.
A doutrina maçônica se revela efetivamente só a quem se dedica com sinceridade e fervor, absoluta lealdade,
firmeza e perseverança no estudo e na prática da Maçonaria.
Isso se consegue por meio de provas. As provas simbólicas da Iniciação e as provas posteriores de desalento e
decepção. Aquele que se deixa vencer por essas provas assim como o que ingressou na Ordem com espírito superficial,
não conhecerá tudo o que a Maçonaria pode oferecer no sentido do aperfeiçoamento humano.
O tesouro maçônico se acha profundamente escondido na terra. Somente escavando-se muito, ou seja, buscando
debaixo da aparência, poderemos encontrá-lo. Quem passa pela Instituição como se fosse uma sociedade qualquer ou um
clube profano, não pode alcançar conhecê-la. Só persistindo nela com vontade inalterada, esforçando-se para ser
verdadeiramente Maçom e tendo consciência clara dessa qualidade, o Irmão encontrará seu real valor.
Ser um bom Aprendiz, um Aprendiz ativo, que se esforça por ir na direção da Luz da Verdade e da Virtude, pondo
em prática a doutrina iniciática contida no simbolismo do grau, é sem dúvida melhor que ostentar graus mais elevados
permanecendo na odiosa ignorância dos sublimes princípios e fins de nossa Ordem.
A condição de Aprendiz se refere à nossa “capacidade de aprender”. Somos Aprendizes enquanto nos fazemos
receptivos, nos abrindo interiormente e dirigindo nosso empenho no sentido de aproveitarmos construtivamente todas
nossas experiências de vida e todos ensinamentos que, pelas mais variadas formas, nos são passados. Nossa mente
aberta, livre de preconceitos, e a intensidade do desejo de progredir, determinam essa capacidade.
O esforço individual é condição “sine qua non” para esse progresso.
O Aprendiz não deve se contentar em receber passivamente as idéias, conceitos e teorias que lhe são
apresentadas. Há que trabalhar todo esse material e assim formar opinião própria sobre ele.
Uma das coisas mais importantes que caracterizam nossa Instituição é a perfeita compreensão da existência
harmônica dos princípios de Liberdade e Autoridade.
Cada qual deve aprender a progredir por meio de suas próprias experiência e compreensão e, claro, seus próprios
esforços, ainda que aproveitando, mediante seu critério, as experiências de Irmãos que o precederam no mesmo caminho.
A autoridade dos Mestres é simplesmente guia para o Aprendiz enquanto ele não puder caminhar por si mesmo.
Essa autoridade não será nunca resultado de imposição ou coerção. Ela pode existir sim, mas será produto de um
progresso espiritual, por estar o Mestre mais adiantado no caminho que todos temos de percorrer. Haverá de ser uma
autoridade natural que se terá logrado através do conhecimento da Verdade e da prática da Virtude.
(*)Membro da ARLS Ordem e Progresso (GOSP – GOB)
N.:E.: Colaboração enviada pelo Ir.; RONALDO COSTA, por e-mail

SOGUIMA IMÓVEIS
Av. Assunção, nº658 / Centro – Cabo Frio (RJ)
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Tels.: (22) 2643-1178 / (22) 2643-0446


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18
GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO
FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
e-mail:goirjgm@yahoo.com.br
G∴O∴I∴R∴J∴ 30 Trinta Anos de Fundação
NOTÍCIAS DO GOIRJ
Palavra do Grão Mestre do G. .O. .I. .R...J... (Triênio 2005-2008)
. . .

HELITON GOMES TEIXEIRA


No dia 24 de junho de 2005 recebemos a grande responsabilidade de darmos
seqüência aos 31 anos de sucesso da nossa querida e amada Potência Maçônica que como
podem observar percorreu todo esse período com destaque e principalmente com o cumprimento
de nossa missão precípua que é tornar feliz a humanidade pela tolerância, pelo aperfeiçoamento
do homem, pelo respeito as leis e as autoridade constituídas, pela crença do G...A...D...U....
Das metas traçadas; faltando ainda um ano para o término no nosso governo:
1 - ADMINISTRAÇÃO
1-1) Informatização das rotinas e procedimentos das secretarias – Já implantados, inclusive com a
compra de novos computadores e etc;

1.2) Aperfeiçoamento do sistema de identificação dos Irs... – Implantado com sucesso;


1.3) Elaboração de metas e objetivos para grandes secretarias e reuniões periódicas para análises e cumprimentos – Implantadas inclusive
reuniões nas Lojas da Obediência dando conta do trabalho e recolhendo sugestões.
Todas as METAS foram implantadas com sucesso, desde a aquisição de modernos equipamentos, até as modificações da parte física
das secretarias, bem como móveis e utensílios;
2 – RITUALISTICA
2-1) Manter em estoques rituais dos graus simbólicos à disposição das Lojas;
2-2) Incentivar e incrementar a participação de Ir... do GOIRJ e de POTÊNCIAS, regulares a promover instruções e palestras constantes;
2-3) Incentivar os órgãos de assessoramento ritualístico;
2-4) Apoiar, incentivar e incrementar as ordens paramaçônicas, tais como BETHEL e CAPÍTULO DEMOLAY;
2-5) Apoiar, incentivar e incrementar o crescimento dos graus filosóficos;
Também cumpridas as METAS, inclusive com sessão de instalações tanto de secretarias, bem como Templos para o trabalho dos
graus Filosóficos, DEMOLAY e FILHAS DE JÓ (BETHEL);
3 – FINANÇAS
3-1) Elaborar em conjunto com órgãos competentes, um melhor ordenamento mensal das receitas e despesas da potência;
3-2) Criação e reavaliação de fontes de receitas alternativas para o GOIRJ;
Perfeitamente cumpridas, mostrando inclusive a viabilidade financeira e econômica da instituição com transparência total na prestação
de contas, se necessário, diária, através da Internet;
4 – PATRIMÔNIO
4-1) Elaborar um plano de estudo do melhor aproveitamento do espaço de nossa sede;
4-2) Criar e executar um plano de conservação e manutenção da nossa sede;
4-3) Estudar a viabilidade de alternativas para mudança da sede;
Visivelmente cumpridas, com reformas e um grande investimento em mão de obra e material, sem custo adicional para nenhuma loja
jurisdicionada, com exceção do 3º item que até o momento não pudemos viabilizar;
5 – DESENVOLVIMENTO
5-1) Incentivo à criação de novas lojas, sem redução de quadro de Irs... e de lojas existentes;
5-2) Manter e incrementar o relacionamento de mútua convivência com as potencias regulares;
5-3) Incrementar o relacionamento mais dinâmico e atuante entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) da Potência;
Consideramos esse item no principal e efetivo crescimento da GOIRJ, pois conseguimos colocar em funcionamento 03 (três) Lojas já
existentes que estavam adormecidas, como a fundação de outras 8 (oito) Lojas.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE OBREIROS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006= 37,79%; Dezembro de 2006-Abril de 2007= 58,90%;Julho de 2005-Dezembro de 2007(projeção com novas
Lojas)= 162,40%.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE LOJAS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006=43,47%; Julho de 2005-Abril de 2007= 43,47%; Julho de 2005-Dezembro de 2007(Com instalação de novas
Lojas)=73,91%.
Assim sendo, nesses 33 anos, número tão expressivo e importante na nossa filosofia maçônica, parabenizamos, desde os Grão-Mestres, Grão-
Mestres Adjuntos, Veneráveis Mestres, Vigilantes e todos os Irmãos, componentes de todas as Lojas jurisdicionadas, desde a nº 01
(LIBERTADORES) até a nº39 (HELIÓPOLIS), inclusive às diversas outras que estão em fase de instalação.
Parabéns a todos, e agradecimentos fraternais e sinceros pelo trabalho, apoio e presteza que sempre emprestaram ao Grão-Mestrado.
Fraternalmente,
HÉLITON GOMES TEIXEIRA
19
GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO
FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
e-mail:goirjgm@yahoo.com.br
G∴O∴I∴R∴J∴ 30 Trinta Anos de Fundação

NOTÍCIAS DO GOIRJ

CONSCIÊNCIA NEGRA

“Os negros não têm alma...


A raça negra, portanto, não é humana...
Constituída por Seres da Natureza, são destinados, por Deus, a viver nas selvas... ou então a ajudar
os humanos nos trabalhos pesados, como os cavalos, os jumentos e os bois”.
Duras palavras... que ofendem os ouvidos dos meus Irmãos...
E, no entanto, este conceito, por mais distante, absurdo e irracional que hoje nos pareça, foi conceito
oficial da Nobreza e do Clero, com relação aos escravos...
E isso aconteceu não em outro planeta... não há dez mil anos... Mas aqui no Brasil, há cento e
poucos anos.
Se hoje tudo está mudado, é porque as trevas deram lugar à Luz. É porque lutaram homens como
Zumbi dos Palmares, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio... É porque mobilizaram-se poetas e intelectuais
como Castro Alves e Rui Barbosa... É porque sensibilizaram-se mulheres do porte da Princesa Izabel.
Também contribuiu a Maçonaria. Muito antes da Abolição, Lojas Maçônicas cotizavam recursos
financeiros, com os quais escravos eram comprados... não para avilta-los ainda mais, mas para dar-lhes a
tão sonhada Carta de Alforria... Passaporte para a liberdade.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

A Proclamação da República não se efetivou pelo poder das armas, pelo fio das espadas ou pelo
ribombar dos canhões...
Se ela foi proclamada por um militar, é também verdade que este militar, antes de chegar ao poder,
empunhou, durante dois anos, o supremo malhete de nossa Instituição: Deodoro da Fonseca, Mestre
Maçom, Grau 33, Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, no período de 1890 a 1891... e cujo
ideal republicano despontou menos nos quartéis que nos Templos Maçônicos... despontou no calor das
idéias e na chama acesa de nossos ideais...
Sob a égide da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, mais uma vez, guiado pela Maçonaria, o povo
brasileiro escolheu seus caminhos e ganhou direito de escolher seus representantes... o sagrado da escolha
pelas urnas... a única arma no combate à tirania: o voto livre.

(*) Colaboração do Ir.: Zacarias Barbosa, da Loja “Libertadores”.

20
CADERNO DE
TRABALHOS

21
GRANDIOSIDADE
Ítalo Aslan/M.:M.:(*)

Grandiosidade, qualidade do que é grandioso, do que é nobre e elevado. É tudo em que há


magnificência. Não queremos nos referir, no momento, apesar da sua importância, à grandiosidade de uma obra
de arte, ou de uma bela e arrojada construção, nascida da genialidade de um grande arquiteto, ou de uma linda
paisagem, obra d’O Grande Arquiteto, ou de uma descoberta científica que muda o destino de milhões de
pessoas.
É à magnificência, ou grandiosidade, do espírito humano que desejamos nos reportar neste momento.
Grandiosidades que brotam do amor, da compaixão, da compreensão e da fraternidade, qualidades e virtudes
que moldam o caráter do homem e “tornam mais feliz a Humanidade”.
Mas, então, o que é grandioso?
Grandioso é o silêncio dos que ouvem os que também necessitam falar;
é a tolerância dos que entendem a falha daqueles que também podem errar;
é o esforço dos que, reconhecendo o próprio erro, lutam para se corrigirem;
é a lágrima que molha a face, quando do arrependimento;
é o pedido de perdão;
é a felicidade do beijo e do abraço no reencontro;
é a humildade sincera dos que sentem que tudo é devido a um Ser Superior;
é a perseverança dos que têm fé;
é a fé que brota do puro amor;
é o amor que também faz brotar a compaixão;
é a compaixão que acalanta e suaviza dores;
é a compreensão que restabelece a harmonia;
é a fraternidade que só é possível com amor e compreensão;
é a justiça quando sacia os que dela têm sede;
é a ética sempre presente nas atitudes dos justos;
é a temperança dos que a alcançaram e reconhecem o seu valor;
é a coragem dos que lutam e não esmorecem jamais;
é a oração dos que têm a esperança de mudar o que pode ser mudado;
é a resignação dos que aprenderam que nem tudo pode ser mudado;
é a trilogia Sabedoria, Força e Beleza que norteia os passos do Maçom;

(*) Membro da ARLS e de Instrução RENASCIMENTO Nº 08.

Novos Tempos - Serviços & Contabilidade


Ltda .

“Contabilidade Geral - Serviços de Despachante – Assessoria Fiscal


Certidões Negativas – Marcas e Patentes – Imposto de Renda”.

Av. Presidente Vargas, 633 - Sala 2214 - Centro - Rio de Janeiro/RJ


Tel.: (21) 2292-8568 - Telefax: (21) 2507-7947 - Cel.: 9627-0353
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Direção Ir ∴ Wilson Santos - Loja Adonai 1377 - GOERJ

22
NO MAL, NEM PENSAR!
Ir.: Antonio do Carmo Ferreira (*)

Tenho boas recordações de Sua Santidade, o Papa João Paulo II, especialmente no tocante às usas escrituras.
Sabia colocar as idéias no papel de forma muito proveitosa pelo entendimento que facultava ao leitor que, sem maiores
esforços, logo se entranhava de seus ensinamentos. Pelo menos comigo e com uma grande quantidade de conhecidos que
consultei era assim.
Logo após sua partida para o Oriente Eterno, li com o maior apreço seu livro “Memória e Identidade” que me foi
presenteado pelo Irmão Fernando Barros, um dos intelectuais do GOÍPE, e sabedor de minha admiração pelas obras
literárias do Papa João Paulo II.
Aí tive a feliz oportunidade de conhecer a conceituação do Sumo Pontífice a respeito do bem e do mal, segundo a
interpretação que fez de exposição do Santo Tomás de Aquino sobre o mesmo assunto – O mal é a ausência do bem.
Cresce o primeiro no espaço omisso do segundo.
Ferreira de Catuama dizia-me que os latinos acreditavam pensar com o coração, onde estariam sua memória e a
guarda dos sentimentos. Daí saberem DE COR (em Latim, cor, cordis = coração).
As sagradas escrituras seguem esse entendimento. Em Eclesiates se lê que “o coração modifica a feição dos
homens”. E o evangelista Lucas avança mais ainda no mesmo entendimento, ao escrever que “o homem bom, do bom
tesouro de seu coração, tira sentimentos bons; e o mau tira sentimentos maus; e os espargem, porque a pessoa transmite
aquilo que é abundante em seu coração”.
A leitura destes versículos do evangelista Lucas me traz à lembrança um artigo da Srª Goretti Moura (Força dos
Pensamentos) que li no Diário de Pernambuco (21/04/2000). Diz a professora que “nossos pensamentos são energias que
têm poder de influenciar pessoas e ambientes... somos influenciados por massas de energias mentais denominadas
egrégoras... se emitimos freqüências mentais positivas, atraímos o mesmo padrão vibratório em nossas vidas e vice-
versa”.
Isto pode ser confirmado na exposição que fez o Ir.: Wilson Mendes na revista “O AMANHÔ, maio/junho/2000:
“Os pensamentos põem em movimento certas vibrações que se propagam e agem como bumerangues que, se lançados,
atingem o alvo a que se destinam e retornam ao lançador com força redobrada.
Aloísio Guerra, o santo sacerdote do GOÍPE, em sua reflexão de 22/02/2007, na Rádio Capibaribe, fala que “quem
se sente um fracassado, o universo reforça e materializa o que qualquer um pensa de si mesmo”.
Agora, voltando à interpretação do Papa João Paulo II, não forçamos em afirmar que o MAÇOM é um ser que vive
para a prática do bem, preenchendo com esta atividade os seus espaços. E no mal, nem pensar, nunca!

(*)Presidente da ABIM e Grão-Mestre do GOÍPE


N.:E.: Artigo publicado no “Informabim” nº190.

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23
A NECESSIDADE DE PENSAR
Ir.: Georges Hervo(*)

Quando comecei a gravar esta coluna, minha intenção era de justificar a escolha do meu nome histórico, mas a meio
caminho, mudei de objetivo e escolhi postergar essa tarefa. Oswald Wirth foi um sábio que minha humilde cultura não tinha ainda
condições de apresentar de maneira justa, completa e fiel. Portanto tive que limitar minha tarefa tratando da necessidade de pensar.
*
* *
Amados Irmãos, a maior parte da bibliografia na qual mergulhei para documentar esta coluna gravada está redigida em
idiomas estrangeiros, por isso tive que traduzir todas as citações em português. Estou pedindo aos meus Amados Irmãos de bem
querer que perdoem minhas falhas e a falta de leveza do meu estilo. Estou ainda polindo minha linguagem bruta...
Nas obras operativas durante a construção de qualquer edifício, o Mestre indica o objetivo a ser alcançado, mas o
companheiro deve conhecer o método e principalmente o caminho a ser seguido. Oswald Wirth (1865 – 1943) colocou em destaque do
seu livro intitulado “A Maçonaria Tornada Inteligível a Seus Adeptos”, a seguinte frase: “A Maçonaria está chamada para refazer
o mundo. A tarefa não é além das suas forças, a condição de tornar-se o que deveria ser”. O grande Mestre estava no trigésimo
terceiro grau da Grande Loja da França. Com essas palavras indicou o objetivo a ser alcançado. Mas apenas o objetivo.
O Irmão de vocês, na ocasião eu tinha apenas 32 anos quando tive a sorte de ler essa frase, foi uma luz no fim do túnel. Mais
adiante no livro, deparei com uma outra frase: “A maçonaria visa formar os Iniciados, o que significa, homens na mais alta
acepção da palavra. O maçom deve, portanto operar nele uma transmutação similar àquela dos alquimistas”. Uma outra frase
me interpelou: “A vocação iniciática encontra-se no meio dos vagabundos espirituais que vagam na noite, depois de ter
desertado de suas escolas ou igrejas, por falta de achar nelas a verdadeira luz”. Li essa declaração como se fosse pronunciada
em alto e bom tom.
Oswald Wirth tratava da vocação de alguns se tornarem Iniciados. Citamos ainda sua carta endereçada a Marius Lepage na
ocasião da publicação do seu próprio livro “OS MISTERIOS DA ARTE REAL”: “Temos que distinguir entre maçonismo e
maçonaria. A maçonaria é uma associação de homens dando corpo ao maçonismo que é uma concepção, uma espiritualidade
desafiando qualquer crítica. O maçonismo ao qual os maçons não instruídos viram às vezes as costas visa á felicidade da
humanidade, realizada pelo aperfeiçoamento dos indivíduos (desbastar a pedra bruta para construir o alicerce da construção
do templo)... Temos que ser mais espirituais e tudo será mais luminoso”.
Oswald Wirth também se pronunciou sobre a necessidade de pensar no seu prefácio do livro do aprendiz citamos: “Não
pensar é consentir em ser dominado, dirigido, e tratado muita vezes como um animal de carga”. E mais adiante: “No momento
em que tudo conspira para poupar a nossos contemporâneos o esforço de pensar, é indispensável que uma instituição
poderosa reacenda o fogo das tradições que estão sendo esquecidas, precisamos de pensadores, e não é nosso ensinamento
universitário que lhes formará”.
“O pensador não é o homem que sabe muito. Ele não tem a memória sobrecarregada de lembranças atravancadoras.
É um espírito livre, que não é preciso catequizar ou doutrinar. O pensador se constrói ele mesmo, ele é o filho das suas obras.
A Maçonaria o sabe, então evita inculcar dogma, na maçonaria limita-se prevenir contra os erros, pois encoraja cada um a
procurar a verdade, o justo e a beleza”.
Oswald Wirth tomava parte dos trabalhos da Grande Loja da França e chegou ao trigésimo terceiro grau. Hoje a loja n° 187
nomeia-se “A Respeitável Loja simbólica Oswald Wirth”.
Os textos de Oswaldo Wirth são tão densos de significado, que gostaria de citar todas as frases e os parágrafos. No livro
“Teoria e símbolos da filosofia Hermetista” o Grande Mestre me deu uma outra pista, citamos:
“A filosofia Hermetista nos parece, hoje em dia, como um tecido de fantasia, tal como a Alquimia definitivamente
relegada à necrópole das ciências mortas. Existe uma dificuldade especial que motiva o descrédito dessas doutrinas. É que
perdemos a chave da linguagem servindo para expressar-se. Na época ignorava-se nossa pretensão atual de palavras
rigorosamente precisas. Aproximações eram suficientes, pois a verdade pura era fatalmente considerada inexpressível. O
ideal da verdade não deve ser aprisionado em nenhuma fórmula ou dizendo de outra maneira, o espírito fundamental do
pensamento é inexpressível.”
“Uma linguagem figurada será usada cada vez que se tratar de noções transcendentais. Ninguém entre nós pode
privar-se de recorrer às alegorias e símbolos. Isso não seria um capricho porque não existe outra maneira de se fazer
compreender”.
O Grande Mestre disse com clareza os sentidos e idéias escondidas no meu subconsciente. Foi com uma força tal, que estou
quase desesperado pela minha falta de capacidade para descobrir o caminho da felicidade intelectual. Minha situação tornou-se
corneilliana (1), estava na obrigação de esquecer o valor da linguagem para mergulhar no simbolismo Wirthiano. Quase uma
esquizofrenia voluntária.
Consultei os místicos, na esperança de que pudessem me ajudar.

Blaise Pascal (2) (1623-1662) escreveu: “L’homme n’est qu’un roseau, le plus faible de la nature; mais c’est un roseau pensant.” “O
homem é uma cana, a mais fraca da natureza ; mas é uma cana que pensa” E mais adiante: “Toute notre dignité consiste donc en
la pensée. C’est de là qu’il faut nous relever et non de l’espace et de la durée, que nous ne saurions remplir. Travaillons donc à bien
penser: voilà le principe de la morale” “Toda nossa dignidade consiste então no pensamento. É lá que devemos nós elevar
24
(reencontrar nossa grandeza) e não no espaço e na duração que não nós soubermos aproveitar. Trabalhemos nós para bem
pensar: eis o princípio da moral”

“Toda a desgraça dos homens vem do fato de que são incapazes de ficarem sossegados em um quarto”.
O filósofo estava na sua célula monacal em Port Royal, mas sua existência teria ficado desapercebida se não tivesse escrito,
se não tivesse se comunicado com a humanidade orientando-a a estudar as imperfeições e os vícios da alma e da razão humana.
Durante minhas navegações no meio do oceano, vale tanto dizer no meio do nada, vivenciei muitas noites no timão do meu
veleiro, ouvindo a música do vento e das ondas. Lá em cima, no céu sem nuvens, o desfile das estrelas cintilantes aumentava minha
percepção das futilidades do dia-a-dia dos homens que não tinham mais o tempo de pensar e de ver as estrelas escondidas pela
poluição luminosa das grandes cidades. Pelo viés do pensamento cheguei a evocar, quase a ver, o ascensorista do elevador do
Consulado de França no Rio de Janeiro. Entre duas travessias do Atlântico, tive a oportunidade de reencontrá-lo. Estávamos ambos, na
mesma situação anterior. Dois anos tinham se passado. Durante todo esse tempo o ascensorista pressionou os botões dos diversos
andares. Eu, longe da minha Loja, naveguei sob a abóbada celeste, meu templo sem piso e coberto de estrelas cintilantes. Qual de nós
dois estava mais em condição de pensar? O ascensorista Blaise Pascal, na sua célula elevadora ou o Arthur Rimbaud (3) no seu
veleiro ébrio? Sou tentado a responder, não importa qual de nós, se nenhum se comunicou com seus irmãos.
Quando reembarquei, tinha achado novamente minha torre de marfim. Estava livre para pensar, mas não tinha existência por
estar só no meio do oceano. Estava só no templo, não tinha condições de juntar meus esforços aos outros pensadores. Os ermitãos
não existem. Colocando-se fora da humanidade não participam da elevação dos homens. A egrégora nos é indispensável para elevar
nossos pensamentos. Não somos gênios.
A maioria dos homens não tem mais tempo para pensar. Pior ainda, não tem às vezes as faculdades de pensar. Sabemos
que a função desenvolve o órgão.
O filósofo Descarte (4), autor do discurso do método, livrou-se de todos os conhecimentos sem fundamento, mas graças á
certeza da existência do pensamento, guiado pela dúvida, deduziu a existência do homem: “ Je pense, donc je suis” (Penso, então
sou).
Oswald Wirth sinaliza que o hermetismo dirige-se aos pensadores, que uma vocação inata leva a aprofundar tudo. Dessa
forma o ensinamento dos sábios permanece ininteligível para quem se limita ao sentido exterior das palavras, portanto, significa que
cada um de nós deve iniciar-se por si só.
Meus Irmãos notaram que tive a ousadia de citar sucessivamente Oswald Wirth, Pascal e Descartes?
Estou na mais perfeita confusão. É que esses três filósofos formam um triângulo de tanta luz que não consigo mais enxergar.
Não posso ficar sem ouvir a voz de Arthur Rimbaud, o poeta maldito, nutrido de revolta, que os surrealistas estão
reivindicando (como se fosse possível confiscar um poeta para aprisioná-lo num movimento intelectual). Rimbaud acentuou o aspecto
surreal do simbolismo na poesia, estava procurando uma linguagem para expressar todos os sentidos. Não posso esquecer Blaise
Pascal convertido ao Jansenismo (3). Ele abriu o caminho ao Classicismo, nem tampouco Descartes, privilegiando o raciocínio. Mas
quando consulto Oswald Wirth, suas escritas me respondem: “A Maçonaria reluta a usar frases e fórmulas das quais os espíritos
vulgares empossam-se para se vestir do ouropel da falsa sabedoria”. No seu prefácio concluiu exortando: “esforçai-vos, Amados
Irmãos, por mostrar-vos adivinho no sentido mais elevado da palavra. Sabereis da Maçonaria o que descobrirdes por si só”. .

Não estou mais no timão do meu veleiro. Quando navegava tinha a consciência aguda de preservar meu barco, de não deixar
cair os dois mastros para continuar a pensar no vasto templo do oceano. Agora tenho a alegria de adivinhar algumas pistas ou dicas
(não posso, nem tenho a ousadia de pronunciar a palavra verdade) num templo povoado de Amados Irmãos, tudo que espero com
ansiedade é de nunca assistir as quedas de suas colunas. Às vezes elas desabam virtualmente. Aí o templo vira sede de um clube, o
que me parece pior ainda.

Oswald Wirth escreveu: “Por isso precisamos encorajar os pensadores”.


Devemos preservar nossa alegria de trabalhar pelo bem da humanidade. É tão difícil tornar-se adivinho que precisamos de
muita tranqüilidade e de uma forte egrégora para elevar-nos e alcançar nosso objetivo.
Aqui vou parafrasear Oswald Wirth, tentando comprimir duas dicas do Grande Mestre a fim de concluir:
“Quanto aos maçons não instruídos que viram às vezes as costas ao maçonismo, sentimos piedade. Temos que nos
elevar acima deles para conceber o vasto projeto do verdadeiro templo. Temos que ser mais espirituais e tudo será mais
luminoso.
(*) Membro da ARLS “VERDADEIRA lUZ” (GOB/RJ), do Or. De Cabo Frio (RJ)

(1) Corneille (1606-1684) dramaturgo, colocava seus personagens em situações onde tinham que escolher entre a honra
e a paixão.
(2) Blaise Pascal “Les pensées”. Defendeu os Jansenistas contra os Jesuítas. O Jansènismo é uma doutrina que limita a
liberdade humana partindo do princípio que a graça é concedida a alguns e negada a outros desde o nascimento. Um
determinismo que tinha sido difundido por Calvin, a predestinação. (1509-1564).
(3) Arthur Rimbaud (1854-1891) poeta da linha simbolista do século XIX, como também Beaudelaire, Mallarmé,
Tristan Corbière e Verlaine. Verlaine os chamou de poetas malditos. Arthur Rimbaud, navegador e aventureiro, tinha o
dom de visão. Obras mais conhecidas: “Le Bateau Ivre” (O Barco Ébrio) “Une Saison en Enfer”.
(4) René Descartes (1596-1650) filosofo, matemático, físico, “Méditations métaphysiques” (1641).

25
A RESPONSABILIDADE DO MESTRE
Ir.: Valdemar Sansão

Ser mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros mas saber compreender e perdoar.

O grau de Mestre - No simbolismo maçônico, o Grau de Mestre


representa o Outono da vida, estação em que o Sol termina o seu curso e
morre para renascer de suas cinzas; é a época em que o homem recolhe
os frutos do seu trabalho e de seus estudos. É o emblema que indica a
compreensão das lições de Moral que a vida ensina e a experiência que
se alcança.
É somente a partir deste Grau que o membro de qualquer Rito
Maçônico é considerado como um Maçom real (um “construtor”).

Ser Mestre – Ser mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar


com inteligência e força de vontade em seu próprio aperfeiçoamento,
tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples
Aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos denominemos Mestres.
Ser Mestre é ser bom, humano e benevolente para com todos, sem
preferência de raças nem de crenças, porque vê Irmãos em todos os
homens.
Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à
coletividade, e que por isso mesmo nossa inteligência e nossa vontade
devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre é acender luzes pelo caminho por onde passa; luzes
de amizades e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e
compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é lembrar que o tempo, a paciência e a perseverânça
podem realizar qualquer coisa. Todos os seus esforços tendem a poder dizer a si mesmo no dia de amanhã, que há nele
alguma coisa de melhor do que na véspera.
Ser Mestre é jamais esquecer sua obrigação dos estudos, das pesquisas e, sobretudo, da meditação, exercício
sagrado para a sedimentação do conhecimento, na busca incessante da palavra perdida, o grande segredo da Maçonaria.
Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado. Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é não se comprazer em procurar os defeitos alheios, nem em colocá-los em evidência. Se a
necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
Ser Mestre, afinal, é ser perfeito nas mínimas realizações.
Esta não é a enumeração de todas as qualidades que distinguem o Mestre Maçom, mas todo aquele que se
esforce em possuí-las, está no caminho que conduz a todas as outras.

O Poder - Pelo conhecimento, o Mestre disporá de quatro palavras mágicas que são: o Querer que se
transformou em Saber, o Saber que o levou a Ousar numa hora aguda, e o Silêncio contemplativo, que o fez Calar no
momento preciso. A sábia conjugação destas quatro palavras amalgamou-se em uma quinta denominada Poder. Por isso,
um Mestre não condena nem elogia. Ele contempla o seu Poder, pelo conhecimento dos Cinco Pontos da Perfeição que
são: pé com pé, para indicar que o Mestre Maçom sairá de seu trajeto, até, se necessário, para dar assistência a um Irmão
merecedor; joelho com joelho, como lembrete de que, em suas orações ao Todo-Poderoso, o Mestre Maçom se lembre
do bem-estar de seus Irmãos, assim como do seu próprio; peito com peito, como garantia de que cada Mestre Maçom
manterá em seu próprio peito todos os segredos de um Irmão quando estes lhe forem contados, exceto assassinato e
traição; mão nas costas, porque um Mestre Maçom sempre estará pronto para estender a mão para apoiar o Irmão e
defender seu caráter e reputação em suas costas, assim como diante de seu rosto; e boca no ouvido, porque um Mestre
Maçom tentará prevenir e dar bons conselhos a um Irmão pecador de maneira mais amigável possível, apontando seus
erros e dando-lhe recomendações adequadas para que ele possa se afastar do perigo.
A distância, pela contemplação, procura compreender e aceitar os erros alheios. Intuirá que eles pertencem à
essência da natureza humana, e como humano que é, aproveitará erros e acertos dos outros, para em si, como forma de
ensinamentos, adotar o que suponha ser Virtude e abolir o que possa ser Vício. Vale a pena novamente repetir: por esses
cinco pontos, o Mestre procurará se mostrar ao próximo e aos pósteros, como um espelho, refletindo o que de
melhor encontrar, nessa sua busca da perfeição.
26
A Vida e a Morte - O objetivo do Mestre é dar-se conta das opiniões e da conduta de todos os assuntos
graves e sérios. Saber distinguir entre as palavras “Vida” e “Morte”.
A vida é um dos temas mais importantes oferecidos ao estudo do Maçom. As três fases da vida de um homem –
infância, virilidade e velhice – têm sido simbolizadas pela Maçonaria que, através da Iniciação, conduz os seus adeptos à
compreensão metafísica da Vida. Por isso, no terceiro Grau, a Vida foi simbolizada pelo túmulo de Hiram.
Na Maçonaria, quase todos os sistemas maçônicos consagram à Morte uma parte da instrução de seus Graus. A
Morte, que constitui a base dos estudos do Grau 3 do simbolismo, é representada em muitos Simbolos Maçônicos a fim de
induzir a alma do Iniciado a meditar sobre o seu destino e a tirar lições que contribuem para ele refrear as suas paixões.
Os Trabalhos no Grau de Mestre têm por objetivo mostrar, pelo estudo da vida e da morte, que a inteligência é a
única coisa que constitui o homem, e para conservá-la em toda a sua integridade, torna-se necessário resistirmos sempre e
com todas as nossas forças aos ataques mortais da ignorância, da Hipocrisia e da Ambição.
O Mestre deve ser um todo harmonioso. É a meta que deve procurar todo o Maçom. É o mérito do Iniciado de ter
atingido este desenvolvimento que o constitui dentro da verdade como um ser intelectual e moral apto a servir de base a
este Grau superior de vida e de participação na vida superior. Tudo isso, o Mestre aprende. É a razão pela qual a Loja do
Mestre Maçom é conhecida como o Sanctum Sanctorum da Maçonaria. Sendo a mais sagrada das três partes do Templo,
foi considerada o Símbolo de uma Loja de Mestres (Câmara do Meio), na qual são realizados os mais sagrados Ritos
Iniciáticos da Maçonaria.

O terceiro Grau de Iniciação Maçônica é o complemento necessário dos dois primeiros. Se não existisse, a
cumeeira do edifício faltaria e a Maçonaria Especulativa não seria outra coisa senão uma irrisória caricatura da Maçonaria
Operativa.
O Mestrado conduz a novas sínteses. O Aprendiz dedicou-se ao trabalho material, ao desbaste da Pedra Bruta. O
Companheiro ao trabalho intelectual que implica a realização da “Pedra cúbica”. Ao Mestre, não pode ser atribuído senão o
trabalho espiritual. A sua missão é derramar a luz e reunir o que está esparso.

Acácia – É uma árvore com espinhos da família das leguminosas, que floresce próximo a Jerusalém, cresce na
orla dos desertos ou em países quentes. Muito freqüentemente usada como emblema maçônico. O ramo que, segundo a
lenda de Hiram, foi colocado na cabeceira do túmulo do Mestre. Por ser sempre verde, a acácia é considerada como
símbolo da imortalidade.
Desde a alta antiguidade, a acácia foi considerada, como árvore sagrada. Moisés ordenou que dela se
fabricassem o Tabernáculo, a Arca da Aliança, a Mesa dos Pães de proposição e o restante dos adornos sagrados. Isto
explica porque os primeiros Maçons, que foram buscar quase todo o seu simbolísmo na Bíblia, adotassem a acácia como
planta sagrada e a transformassem em símbolo de uma importante verdade moral e religiosa, consagrando-a nas
cerimônias maçônicas iniciáticas.
A sua madeira teve sempre reputação de incorruptível, como a do carvalho, que é também um emblema
simbólico.
A acácia é também considerada sagrada pelos Maçons que nela simbolizam a imortalidade da alma, a inocência,
a incorruptibilidade, além de transformá-la em emblema da Iniciação. É por eles empregada nas cerimônias fúnebres como
símbolo da tristeza, mas também de prudência, da qual é a recompensa.

Euforia e tristeza - O que deverá sentir um verdadeiro Mestre ao contemplar em Loja as lacunas deixadas por
aqueles Aprendizes e Companheiros que um dia, cheios de entusiasmo, aqui chegaram e num outro dia desertaram?
Procurando matizar essa seqüência de idéias com as cores sombrias de uma realidade que nos preocupa, falamos
da euforia que sentimos nas freqüentes sessões magnas de Iniciações a que assistimos e, tempos depois, da triste
constatação da ausência de muitos daqueles Aprendizes desertando dos seus assentos na Coluna da Força e de alguns
Companheiros deixando de reforçar a Coluna da Beleza. Aludimos tamém aos Mestres que, com pouco tempo da
Exaltação, sem um pedido formal ou qualquer satisfação, nunca mais aparecem na loja; e convém não esquecermos
daqueles Irmãos que, cingidos com o Avental de Mestre e julgando-se “donos da Verdade”, só aparecem na loja nos dias
de festas e à vezes até aproveitam essas oportunidades para discursarem palavras inflamadas de críticas apaixonadas e
violentas, distribuindo “sábios conselhos”. Infelizmente, essas cores sombrias são uma constante em tantas Lojas...

A responsabilidade do Mestre - Pensando na redobrada responsabilidade da Exaltação, já que podemos


entender o Mestre como aquele que ensina como guia, como exemplo e, naturalmente, como aquele que na prática do
método iniciático, estuda as suas próprias imperfeições e trabalha, sem cessar, em combatê-las burilando a mente,
tornando-a mais aberta e predisposta para estudar e assimilar novos conhecimentos. Lembremos que é no trabalho
profícuo que exalta as virtudes dos seus Mestres, dentro e fora da Loja, que se baseia o sucesso da atuação da Maçonaria.

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Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, o Mestre Maçom os trata com bondade e benevolência,
porque são seus iguais perante o Criador, usa de sua autoridade para erguer-lhes o moral e não para esmagá-los com o
seu orgulho; evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa.
Como subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo em cumpri-los
conscienciosamente.
Assim, em todas as Lojas os AApr.’. e os CComp.’. estarão sempre olhando para os MM.’..
Nessa ordem de idéias, julgamos válida a preocupação que sentimos visitando uma Loja, ao saber que o Ex-
Venerável ou Past Master Imediato (último Venerável) desertou após a passagem do malhete sem cumprir a honrosa
missão de atuar como assessor e conselheiro experimentado de seu sucessor.

Concluindo – Não se deve esquecer que o Mestrado não é um dom. É uma conquista. É a vitória do homem
sobre si mesmo. O Mestre deve se esforçar para enxotar o velho homem, isto é, por eliminar paciente, mas definitivamente,
todos os erros, as antíteses, as contradições de costumes e usos de nossa civilização, a fim de edificar sobre um terreno
novo o ser superior que o colocará em comunicação com as regiões de igual natureza.
O Mestre não deve esquecer que, em sua ascensão para a espiritualidade, o pensamento é uma força soberana,
mas que deve ser guiada com bom senso e lógica. Convém ter sempre no espírito a meta a atingir e concentrar os seus
desejos, os seus pensamentos e os seus atos para um mesmo ponto de vista dirigido com amor para uma ordem de
coisas, mais perfeita, para as múltiplas definições do Bem, do Belo e do Verdadeiro.
Além disso, respeita em seus semelhantes todos os direitos dados pelas leis da Natureza, como gostaria que os
seus fossem respeitados. Promete e jura que sempre lembrará de seu Irmão Mestre Maçom quando estiver ajoelhado
oferecendo sua devoção a Deus Todo Poderoso.
E não posso parar na senda do progresso e da perfeição, porque “A Ac.’. me é conhecida”.

Valdemar Sansão – M.’.M.’.


vsansao@uol.com.br
Fonte de Consultas: Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan.

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
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(tarde)

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O CANTO NORDESTE
Ir.: Reinaldo Parecido Rozzatti (*)

O Neófito, após ser revestido com o Avental de Aprendiz Maçom pelo Ir.·.1º Vig.·., é levado pelo Ir.·.2º Diácono até
o mais próximo possível do canto nordeste da Loja. É colocado num ponto intermediário da Loja próximo ao altar do
V.·.M.·., sobre o eixo imaginário que cruza a Loja do Nordeste para o Sudoeste, pontos esses marcados pela posição em
Loja aberta do 1º Diácono – Nordeste e pelo 2º Diácono - Sudoeste.
O pé direito do Neófito deve ficar no sentido do Oriente para o Ocidente e o pé esquerdo na direção norte-sul,
formando um esquadro com ângulo de 90º - o ângulo reto, que simboliza a retidão com que o Maçom deve primar suas
ações, e o que o coloca em posição de forma ereta, que é o emblema do espírito maçônico.

Engenharia:
O canto nordeste é o local, onde na construção de todos os grandes edifícios é colocada a pedra fundamental,
dando início ao erguimento de um monumento que deverá durar para sempre.

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Religiões:
O costume de assentar a pedra fundamental no canto nordeste do terreno vem de tempos antigos, pois a linha
nordeste – sudoeste indica a trajetória do sol no equinócio do verão no hemisfério norte, que ocorre no dia 24 de junho, e
no lado nordeste o sol nasce com toda a sua plenitude, derramando seus raios de luz sobre o mundo, na estação que é a
mais comemorada por todos os povos.
No curso anual do sol o dia 24 de junho é o ponto norte mais extremo, e é o dia mais longo do ano no hemisfério
norte, e a Maçonaria o dedica a São João Baptista, o Profeta da Retidão; a Grande Loja Unida da Inglaterra foi fundada
neste dia em 1717.
Desde tempos imemoriais, as principais festas das antigas religiões eram realizadas celebrando o Solstício de
Verão, e documentos e descobertas arqueológicas apontam que o trono do Deus Sol ficava no ponto em que o sol nasce
no canto nordeste do templo; local onde também estava uma pedra onde eram oferecidos sacrifícios aos deuses. Tal era o
poder que o canto nordeste inferia nos homens.
Deus ordenou a Moisés que construísse uma tenda no Sinai para servir de local para os cultos religiosos dos
Hebreus e para a guarda da Arca da Aliança com as Tábuas da Lei, antes da construção do Templo de Jerusalém; a essa
tenda deu-se o nome de “Tabernáculo”. Pelas características especiais do povo Hebreu à época, o Tabernáculo era um
Templo provisório e portátil, que podia ser facilmente levado para onde o povo se dirigisse. Porém era sempre montado de
maneira que o “altar dos sacrifícios” ficasse orientado para o Oriente. O Tabernáculo possuía uma fonte de água no seu
Canto Nordeste, para que ali os “Cohanim” (Sacerdotes do Templo) realizassem suas abluções, lavando suas mãos e pés,
para entrarem puros e limpos para suas orações no Santuário.
Por tais crenças a maçonaria adotou tal ponto para o início da implantação dos princípios maçônicos no Neófito,
considerando que ele está limpo e puro em seus sentimentos na ocasião de sua Iniciação.

Na Maçonaria:

No canto nordeste são colocados os candidatos à Inic.·. na Maçonaria durante a cerimônia, na ocasião em que vai
ser orientado para a prática das primeiras virtudes maçônicas. Todo Maçom é um Templo vivo, e o GADU nos criou para
que atingíssemos a perfeição. O Neófito é uma Pedra Bruta que deve ser trabalhada para que possa ter uma forma perfeita
para fazer parte de um Templo sólido, principalmente com inabaláveis bases morais.
Tão importante para a Maçonaria é esta nova pedra, que é colocada em local de grande destaque no canto
nordeste e onde começa a ser trabalhada para chegar à Pedra Polida, encaminhando-se para a Perfeição, que só será
atingida quando chegar ao Or.·.Et.·., após a passagem para a nova vida, atingindo ao cume da Esc.·.de Jacó.
Colocado no canto nordeste e olhando para o sudoeste, o Neófito tem, figuradamente, o sol - nosso astro maior -
ao seu lado esquerdo em sentido de suas costas, espalhando a luz para o caminho à frente, evitando que os raios solares
firam os olhos, não impedindo de enxergar plenamente todo o caminho que tem para trilhar, e cujo sucesso depende
exclusivamente de seu trabalho e dedicação.
À semelhança da purificação na fonte do Tabernáculo, o Neófito no canto nordeste também dá a certeza de estar
puro e limpo, por isso se mostra desprovido de metais e bens terrenos, para ingressar no seio da Maçonaria.
No canto nordeste o Neófito começa a tomar conhecimento das virtudes que caracterizam o Maçom. A primeira
delas a Caridade, que é a mais marcante no coração do Maçom.
Quando o Neófito é convidado a colaborar com necessitados, não tem como dar sua contribuição, pois não
carrega valores materiais, mas ficará na mente seu desejo de depositar algo na Sacola de Benemerência, e que ficou
impossibilitado de realizar. Quando em circunstâncias futuras for chamado a auxiliar, o fará com satisfação, e lembrará que
deverá ser complementado com seu trabalho pessoal, colocando-se sempre à disposição de Irmãos necessitados.
Muitas das vezes o auxílio material não é o mais importante, mas sim o espiritual. Não se devem dar peixes, mas
sim ensinar a pescar. O dar metais representa o caminho mais confortável em atender ao necessitado, mas não é o mais
duradouro, uma vez que as necessidades retornam muitas vezes com mais intensidade. Se o homem não aprender a
buscar fontes de recursos com seu trabalho pessoal, ficará sempre dependente de outros, o que o levará à acomodação,
uma vez que sempre que suas necessidades aflorarem sabe que pode encontrar alguém disposto a fornecer os recursos
para satisfazê-las, sem lhe cobrar retribuição nem iniciativa para captação dos meios com seu próprio trabalho.

Virtudes maçônicas:

A Caridade tem por irmã a Misericórdia, abençoando aquele que dá e aquele que recebe. Misericórdia é a virtude
do perdão. Perdoar não é esquecer, nem tornar uma falta nula ou não acontecida, pois o que foi feito não pode jamais ser
desfeito, nem é a clemência que renuncia a punição, nem a compaixão que é a demonstração de simpatia no sofrimento.
Não podemos simplesmente apagar de nossa memória ou dos registros históricos um crime cometido tenha a
dimensão ou a gravidade que tiver, isso seria faltar com o respeito à dor das vítimas; nem esquecer quem nos roubou ou
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magoou profundamente.Ter misericórdia, praticar o perdão, é cessar de odiar renunciando à vingança. Entender que o
outro é um ser dominado por paixões, que não lhe permitiram no momento da falta agir de maneira contrária. Devemos
vencer o ódio em nós, pelo menos na impossibilidade de vencer em outrem, de sermos felizes com a possibilidade de
dominar nossos sentimentos e por conseqüência agir de forma racional e humana, de alcançar a vitória sobre o mal e,
principalmente, sobre o ódio não somando ódio ao ódio.
A misericórdia não pressupõe o esquecimento do crime nem do criminoso, nem a abolição da falta que
permanece; mas suprimido o ódio dispensa justificativas. Assim como aplacando a cólera e o desejo de vingança, permite
a realização da justiça.
O Maçom deve ser acima de tudo misericordioso. Sendo misericordioso podemos dizer com o coração aberto que
não entramos simplesmente na Maçonaria, mas que a Maçonaria entrou em nossos corações.
(*)Oriente de Santos (SP) – GOSP / GOB

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