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A.·. R.·. L.·. S.·. CINCO DE JUNHO Nº 3.

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A CORDA DE 81 NÓS
1º Trabalho de Aprendiz Maçom

Or.·. de Belo Horizonte, 05 de setembro de 2022, da E.·.V.·.

Do Ir.·. LEIDIMAR MOREIRA DA COSTA, A.·.M.·.

Ao Ir.·. 2º Vigilante
A corda de 81 nós

Introdução:
Segundo o Ritual de Aprendiz Maçom (1º Grau) do Rito Brasileiro, uma Loja
possui 03 (três) Ornamentos: o Pavimento Mosaico, a Corda de 81 Nós e o Compasso-
Esquadro. Mas neste primeiro trabalho a ser apresentado, irei expor sobre a Corda de
81 Nós.

Desenvolvimento:
Numa análise mais remota, a Corda de 81 Nós pode ter sua origem na
Maçonaria Operativa, na qual era usada para medições e amarrações. Naquela época,
toda construção era demarcada no terreno antes de ser iniciada e, o grau da marcação
dependeria do tamanho da obra, principalmente em se tratando de templos. Dessa
forma, a mesma teve grande importância, sendo executada por profissionais
dedicados, que conheciam e seguiam determinados ritos, e assim, podemos fazer uma
analogia no “esquadrar da pedra bruta” – termo muito usado na Maçonaria.
O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que a Corda de 81 Nós é o
objeto que circunda a Loja e que simboliza a união e a fraternidade que deve existir
entre todos os Maçons na face da Terra. É um dos ornamentos do templo maçônico e é
encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (nos ritos
que as possuem).
O nó central da corda deve estar acima do Trono (cadeira do V∴ M∴) e
acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta Iluminado, se o
dossel for alto. Cada lado deverá ter quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo
Sul, sendo os extremos da corda terminados em duas borlas, em ambos os lados da
porta ocidental de entrada, representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou
Moderação). Sendo a forma perfeita da ligação com o mundo profano, segundo
Castellani.
Embora existam cordas esculpidas ou desenhadas nas paredes, o ideal é
que ela seja natural – de sisal – com os nós equidistantes em número de 81
exatamente, por três razões:

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1. O número 81 é o quadrado de 9 que, por sua vez, é o quadrado de
3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações:

3 eram os filhos de Noé (Sem, Cam e Jafé) – Gênesis, 6,10;


3 eram os homens que apareceram a Abraão – Gênesis, 18,2;
3 os dias de jejum dos judeus desterrados – Ester, 4, 16;
3 as negações de Pedro – Mateus, 26, 34;
3 as virtudes teologais (Fé, Esperança e Amor) – I Coríntios, 13, 13.

Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões:


Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios;
Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Ying, Yang e Tao, do taoísmo, etc., além da
Trindade no cristianismo – Pai, Filho e Espírito Santo.

2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó


central) é o número simbólico da penitência e da expectativa:

40 foram os dias do dilúvio – Gênesis, 7, 12;


40 foram os dias de Moisés no monte Sinai – Êxodo, 34,28;
40 dias durou o jejum de Jesus – Mateus, 4, 2;
40 dias Jesus esteve na Terra após sua ressurreição (Atos, 1, 3);

3. O nó central representa o número 1, a unidade indivisível, o


símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo. Desta maneira, é
considerado um número sagrado.

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Conclusão:

Cada um desses nós eram chamados de “laços de amor”, uma alusão aos
cordões de seda que cobriam os rostos das viúvas, por serem feitos de pequenos laços
e que terminavam em borlas e, esotericamente, tal símbolo tem o desenho em forma
de um oito deitado, representado, na matemática, como o infinito, sugerindo a união
fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representando,
também, a comunhão de ideias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente,
devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo a Maçom
deve ter na sua mente em todas as circunstâncias da sua vida.

Referências:

“Ritual do 1º Grau: Aprendiz Maçom do Rito Brasileiro”, GOB:SP, 2009


“O Rito Escocês Antigo e Aceite – História, Doutrina e Prática”, José
Castellani
“A Vida Oculta na Maçonaria”, Charles Webster Leadbeater
Castellani, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora
Maçônica A Trolha: 1990
Fontes de consulta na internet:
www.juraemprosaeverso.com.br
www.freemason.pt
https://www.brasilmacom.com.br/a-corda-de-81-nos/
https://slideplayer.com.br/slide/9483515/

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