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11/03/2020 A Corda de 81 Nós – A:. R:. L:. S:.

Colunas de Piratininga N° 3780

A Corda de 81 Nós

INTRODUÇÃO:

O objetivo deste trabalho é relatar o resultado das pesquisas efetuadas sobre a Corda de 81 nós e
apresentar algumas conclusões. Utilizei como fontes de pesquisa para este trabalho, artigos, livros, internet,
genética médica e minha percepção.

A corda está presente há milênios em rituais de magia de diferentes culturas. A magia dos nós
na corda pode unir ou desunir, proteger contra espíritos maléficos, ou controlar as forças da natureza. Na
cultura Nórdica, por exemplo, os nós nas cordas são usados de modo ritual para controlar a força dos
ventos.

Tradicionalmente, na maçonaria, os operativos empregavam cordas com nós amarrados a distâncias iguais
para efetuar medições no canteiro de obras e esquadrejar grandes ângulos. Isso lhes permitia traçar os
planos de construção das obras que realizavam por encomenda dos poderosos e, principalmente, da Igreja
Católica. O método é utilizado até os dias atuais por mestres de obra, quando precisam achar o esquadro da
fundação de uma obra.

A corda simboliza ligação, vínculo, união, sobretudo quando possui um ou mais nós, significando
uma ligação com as forças ocultas do universo. Já quando é representada estendida, sem nós, a corda
simboliza ascensão, o ato de subir, de elevar-se.

Num sentido mais esotérico, a corda pode significar uma conexão entre a consciência humana e a essência
do espírito, ou seja, uma ligação sagrada entre a matéria e o espírito, indicando que toda ação está atada a
uma reação, e que cada pessoa está amarrada às suas escolhas.

A CORDA DE 81 NÓS

A corda de 81 nós é um dos símbolos mais importantes da ordem maçônica, porém existem diversas
divergências e concordâncias quanto ao seu entendimento e sua presença nos Templos.

Segundo Rizzardo da Camino, tal ornamento está presente em todos os Templos maçônicos, mas nos
estudos de José Castellani, “não é ornamento presente em todos os ritos”, já para Júlio Cezar Pires, a Corda
“poderá ser natural ou esculpida nas paredes, mas os nós deverão ser equidistantes e, sempre em número
de oitenta e um”, buscando preservar seu simbolismo.

A disposição da corda de 81 no R.E.A.A deve circundar todo o Templo, no alto das paredes, junto ao teto e
acima das colunas zodiacais. O nó central deve ficar sobre o Trono, acima do Delta, na parede oriental. A
partir deste ponto, a corda deve estender-se pelas paredes do Norte e do Sul, com quarenta nós de cada

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lado. Os extremos da Corda terminam em ambos os lados da porta ocidental, em duas borlas, representando
a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação).

Os 81 nós da corda devem estar equidistantes, e representam a perfeição, simbolizada em muitas


civilizações pelo número 3, já que 81 é a raiz quadrada de 9, que por sua vez, é a raiz quadrada de 3
(número fatorial).

Cito como exemplo:


– 3 eram os filhos de Noé (Sem, Cam e Jafé) – Gênesis, 6,10;
– 3 eram os homens que apareceram a Abraão – Gênesis, 18,2;
– 3 os dias de jejum dos judeus desterrados – Ester, 4, 16;
– 3 as negações de Pedro – Mateus, 26, 34;
– 3 as virtudes teologais (Fé, Esperança e Amor) – I Coríntios, 13, 13.

O número 40 (quarenta nós de cada lado da corda, abstraindo-se o nó central) é número simbólico de
penitência e expectativa. Por exemplo:
– 40 foram os dias do dilúvio – Gênesis, 7, 12;
– 40 foram os dias de Moisés no monte Sinai – Êxodo, 34,28;
– 40 dias durou o jejum de Jesus – Mateus, 4, 2;
– 40 dias Jesus esteve na Terra após sua ressurreição (Atos, 1, 3);

O 1 (Nó Central) é a unidade indivisível, símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo. Consoante
Castellani “esotericamente, ela simboliza a união fraternal e espiritual entre todos os maçons do mundo;
representa, também, a comunhão de ideais e de objetivos da Maçonaria, que, evidentemente, devem ser os
mesmos, em qualquer parte do planeta” .

Castellani também escreve que a “abertura da Corda, na porta de entrada do Templo, mostra que a
Maçonaria é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas ideias, que possam
contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da humanidade”.

Já para Camino, a Corda tem a finalidade de “absorver as vibrações negativas que possam ser formadas
dentro do Templo; absorvidas, são transformadas em energia positiva e devolvidas aos maçons que se
encontram no recinto” .

Segundo D`ella Junior os nós podem representar também todos os maçons unidos, mas que nem por isso
perdem sua individualidade ou personalidade, que são perfeitamente identificáveis como “Laços de Amor”, e
em contrapartida, inversamente os nós poderiam ser entendidos como os símbolos das dificuldades que a
vida apresenta.

O mesmo autor também cita, uma interpretação onde o número 8 representa o sinal de infinito colocado na
posição horizontal, com a mesma forma de um nó de corda, ao lado do número 1, significando a existência
de algo além do infinito, ou seja, deus infinito mais os homens (∞ + 1).

Neste estudo, seguindo a minha intuição, meu conhecimento científico e meu coração, pesquisei as
seguintes informações e obtive como resultado várias coincidências:
– O DNA tem a geometria de dupla hélice, congruentes com o mesmo eixo, que diferem por uma translação
ao seu longo, que pode estar ou não a meio caminho (analogia a corda com os nós).
– James D. Watson e Francis Crick, publicaram a estrutura do DNA em 1953. A soma de 1+9+5+3 = 18.
Utilizando da Analogia supracitada, podemos também considerar a inversão do número pela duplicidade da
fita, ou seja, 81.
– Subtraindo 8 – 1= 7 (aonde 1 é deus, e 8 os homens) o número 7 é a razão, ou somando 8+1= 9 (onde 1 é
deus, e 8 os homens), o número 9 é a união. Também já citado no trabalho, temos que 81 e fatorial de
3*3*3*3, onde o 3 é o divino e a inversão de 81 para 18 tem o sentido de desconexão.

Na genética medica o cromossoma 8 tem como gene principal a Encefalina, co-responsável pela Endorfina,
hormônio do prazer cerebral (analogia ao cérebro humano).
– O Cromossoma 1 como gene principal TNNT2 – Troponina Cardíaca, impulsionadora das contrações
(analogia ao coração).
– O Cromossoma 7 é responsável a Eritropoetina, ou seja, a formação de sangue (analogia ao sistema
circulatório).
– O Cromossoma 9 é responsável pelos grupos sanguíneos (analogia ao sangue).
– O cromossoma 3 é responsável pela formação de proteínas cerebrais para a formação de sinapses
(analogia as sinapses cerebrais).
– A desconexão do cromossoma 18, causa Porfiria, ou seja, problemas na formação de glóbulos sanguíneos
no organismo (analogia ao sangue).

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CONCLUSÃO:

A corda é composta por múltiplos fios que isolados são frágeis, mas quando agrupados na corda são muito
resistentes, confirmando o conhecido popular “ A união faz a força”, não permitindo que os maçons se
esqueçam que enquanto unidos, são fortes, e sempre poderão lutar contra todos os vícios, iniquidades e
injustiças.

Na minha percepção como maçom, também entendo a corda de 81 nós como um organismo vivo. A
disposição da corda e seus 81 nós me lembram sinapses, aonde os impulsos surgem pela corda e os
neurônios como os nós. Essa analogia me remete a importância dos estudos realizados no Templo e o
aprendizado de todos os irmãos presentes.

Também fiz outras analogias sobre a corda e seus 81 nós, aonde o nó central é o coração e a corda com os
outros nós são o sistema circulatório (sangue). Não existe nada mais pulsante do que o amor de G.A.D.U a
todos os seus filhos.

Seguindo o mesmo racional, fiz a última analogia, onde visualizei na corda de 81 nós, os cromossomas de
um DNA humano. Esse é o estado da arte na natureza, devido a sua perfeição, porém, quando alterado ou
invertido (18), pode trazer uma grande mutação em suas cadeias de união, rompendo laços sanguíneos nos
irmãos. Isso me fez refletir sobre a união dos maçons e seu juramento no ritual de iniciação.

Considero também que todos os maçons são irmãos de sangue, impulsionados por um coração generoso,
cerebral e inteligente, tendo na sua origem mais pura e simples, sua divindade na simbologia da corda de 81
nós, ou seja, um organismo vivo representado no infinito universo maçônico.

Concluo e afirmo que aprendi com este estudo “Não existe coincidências”, ou seja, neste estudo, eu
consegui visualizar algo novo e lindo, reforçando um dos principais pilares de fortaleza da maçonaria que é o
conhecimento universal e o saber essencial que todo obreiro procura. O nó é um laço que se firma em si
mesmo e assim deve ser o maçom: livre e de bons costumes, e a corda, me remete ao nosso caminho, firme
e segura, como deve ser o nosso caminhar sempre em direção ao oriente.

BIBLIOGRAFIA

REFERÊNCIAS:
Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001.

CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8.
CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006.
PIRES, Júlio Cezar. A corda de 81 nós. Disponível em: www.poralmaconico.com.br. Acesso em
12/04/2007.
www.maconaria.net.
bibliot3ca.wordpress.com/corda-de-81-nos.
construtoresdavirtude.com.br.
REGATEIRO, Fernando J. Manual de Genética Médica. 2. ed. Coimbra: Imprensa da Universidade de
Coimbra, 2007.
LODISH et al. Biologia Celular e Molecular. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
GRIFFITHS, Anthony J F et al. Introdução à Genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

Autor: Glauco Ruffolo Russel

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