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MAÇONARIA BRASILIANA 22

JOSÉ CARDOSO DE ALMEIDA


MINAÇU - GO

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Trabalho apresentado a Maçonaria

Brasiliana 22 como pré-requisito a


exaltação a mestre.

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Somente pela fraternidade a liberdade será preservada.

Victor Hugo

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INTRODUÇÃO

A corda é composta por múltiplos fios que isolados são frágeis, mas quando agrupados
na corda são muito resistentes, confirmando o conhecido popular “ A união faz a força”,
não permitindo que os maçons se esqueçam que enquanto unidos, são fortes, e
sempre poderão lutar contra todos os vícios, iniquidades e injustiças.

Na minha percepção como maçom, também entendo a corda de 81 nós como um


organismo vivo. A disposição da corda e seus 81 nós me lembram sinapses, aonde os
impulsos surgem pela corda e os neurônios como os nós. Essa analogia me remete a
importância dos estudos realizados no Templo e o aprendizado de todos os irmãos
presentes.

Também fiz outras analogias sobre a corda e seus 81 nós, aonde o nó central é o
coração e a corda com os outros nós são o sistema circulatório (sangue). Não existe
nada mais pulsante do que o amor de G.A.D.U a todos os seus filhos.

Seguindo o mesmo racional, fiz a última analogia, onde visualizei na corda de 81 nós,
os cromossomas de um DNA humano. Esse é o estado da arte na natureza, devido a
sua perfeição, porém, quando alterado ou invertido (18), pode trazer uma grande
mutação em suas cadeias de união, rompendo laços sanguíneos nos irmãos. Isso me
fez refletir sobre a união dos maçons e seu juramento no ritual de iniciação.

Considero também que todos os maçons são irmãos de sangue, impulsionados por um
coração generoso, cerebral e inteligente, tendo na sua origem mais pura e simples, sua
divindade na simbologia da corda de 81 nós, ou seja, um organismo vivo representado
no infinito universo maçônico.

Concluo e afirmo que aprendi com este estudo “Não existe coincidências”, ou seja,
neste estudo, eu consegui visualizar algo novo e lindo, reforçando um dos principais
pilares de fortaleza da maçonaria que é o conhecimento universal e o saber essencial
que todo obreiro procura. O nó é um laço que se firma em si mesmo e assim deve ser o
maçom: livre e de bons costumes, e a corda, me remete ao nosso caminho, firme e
segura, como deve ser o nosso caminhar sempre em direção ao oriente.

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A CORDA DE 81 NÓS

Tradicionalmente, na Maçonaria, os operativos empregavam cordas com nós


amarrados a distâncias iguais, para efetuar medições das distâncias no canteiro de
obras e esquadrejar grandes ângulos. Isso lhes permitia traçar os planos de construção
das obras que realizavam por encomenda dos poderosos e, principalmente, da Igreja
Católica.

O método é utilizado até os dias atuais por mestres de obra, quando precisam achar o
esquadro da fundação de uma obra.

O Dicionário de Termos Maçónicos diz-nos que Corda de Oitenta e Um Nós é a corda


que circunda a Loja, que simbolizam a União e a Fraternidade que deve existir entre
todos os Maçons à face da Terra.

Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja
natural – de sisal – com os nós equidistantes em número de oitenta e um exactamente,
coisa que nem sempre acontece, na maioria dos templos, tirando o simbolismo
intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:

1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número


perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os
filhos de Noé (Génese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Génesis,
18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações
de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além
disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e
Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu
e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo, etc., além da Trindade cristã.
2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o
número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que
durou o dilúvio (Génese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no
Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2),
quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos,
1-3).
3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus,
princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado
um número sagrado.

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Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de
entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o facto de estar, a Maçonaria,
sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a
Luz maçónica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa
abertura significa que a Ordem maçónica é dinâmica e progressista, estando, portanto,
sempre aberta às novas ideias, que possam contribuir para a evolução do Homem e
para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser Maçom aquele que
rejeita as ideias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes
dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Observamos ainda que o simbolismo e a utilização física da Corda é bem mais antigo.
O escritor maçónico Irmão C. W. Leadbeater diz-nos que na antiga Maçonaria, no início
do século dezoito, se marcava no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e este
diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas; até hoje os
franceses descrevem-na como sendo “uma corda com lindos nós, que rodeia o painel”.

Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve


existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de ideias e
de objectivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em
qualquer parte do planeta, simbologia que todo a Maçom deve ter na sua mente em
todas as circunstâncias da sua vida.

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CONCLUSÃO

O estudo deste e dos outros símbolos que compõe a maçonaria é de grande


importância para o entendimento do conjunto do simbolismo maçônico, pois cada um
dos símbolos e alegorias fazem parte do legado das tradições dos antepassados.

Diante do que foi exposto neste trabalho podemos concluir que a simbologia nos
mostra uma infinidade de significados que devem ser estudados minuciosamente para
conseguirmos nos aperfeiçoar e aprender a cultura maçônica. E a mensagem mais
importante que tirei deste estudo sobre a corda de 81 nós, é a importância da união
que deve existir entre os irmãos, não a apertando demais ou deixando frouxa, para que
possamos viver em harmonia, e sermos pessoas melhores em nossa sociedade,
trazendo os ensinamentos maçônicos para a prática do dia a dia.

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José Cardoso de Almeida

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito – História, Doutrina e Prática.

LEADBEATER, Webster Charles. A vida oculta da Maçonaria.

CAMINO, Rizardo de. Dicionário Maçônico, São Paulo, SP.Madras, Editora, 2006.

OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de. Da Elevação Rumo à Exaltação – 1ª Ed. –


Londrina: Ed. Maçônica “ A TROLHA”, 2013.

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