1) O documento discute exemplos históricos de extradição ilegal, como Adolf Eichmann e Antoine Argoud, e a indiferença do direito internacional a essas violações.
2) Também aborda a proteção contra extradição arbitrária no direito brasileiro e o caso Ronald Biggs, que estabeleceu que deportação não pode equivaler a extradição proibida.
3) Por fim, define asilo político e discute suas formas territorial e diplomática.
1) O documento discute exemplos históricos de extradição ilegal, como Adolf Eichmann e Antoine Argoud, e a indiferença do direito internacional a essas violações.
2) Também aborda a proteção contra extradição arbitrária no direito brasileiro e o caso Ronald Biggs, que estabeleceu que deportação não pode equivaler a extradição proibida.
3) Por fim, define asilo político e discute suas formas territorial e diplomática.
1) O documento discute exemplos históricos de extradição ilegal, como Adolf Eichmann e Antoine Argoud, e a indiferença do direito internacional a essas violações.
2) Também aborda a proteção contra extradição arbitrária no direito brasileiro e o caso Ronald Biggs, que estabeleceu que deportação não pode equivaler a extradição proibida.
3) Por fim, define asilo político e discute suas formas territorial e diplomática.
FAEST - Faculdade de Educação de Tangará da Serra - MT
Disciplina: Direito Internacional Docente: Ellim Fernanda Silva Ferrarezi Discente: Yan Carpenedo Sampaio Exemplos ilegais da Extradição pela história • Adolf Eichmann - 1960 Antigo coronel dos quadros SS, encarregado da “liquidação definitiva da questão judia”, habitava um subúrbio de Buenos Aires quando, em maio de 1960, se viu conduzido a Israel sem o conhecimento do governo argentino. • Antoine Argoud - 1963 Membro da Organização do Exército Secreto, e acusado de crimes contra a segurança do Estado, o coronel Antoine Argoud desapareceu misteriosamente de Munique, onde buscara asilo, e na noite de 25 de fevereiro de 1963 reapareceu, envolto em cordas e mordaças, no interior de um veículo estacionado no centro de Paris. • Humberto Alvarez-Machain - 1990 Médico mexicano envolvido no tráfico de drogas e acusado do assassinato de um agente da Drug Enforcement Administration, Humberto Alvarez-Machain foi capturado no seu consultório em Guadalajara, em 2 de abril de 1990, e levado aos Estados Unidos mediante ação que se apurou haver sido organizada pela própria polícia federal norte-americana. Indiferença do direito internacional • Inexiste regra de direito internacional que proteja o indivíduo naqueles casos em que se acabe por relevar a violação de território. • A abdução não pode exatamente ser vista como quebra da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que previne a prisão arbitrária. Isto porque, nas mais das vezes, um mandado regular de prisão terá sido expedido contra o fugitivo por autoridade competente, no Estado que o reclama. • A vítima formal da ilegalidade é o Estado de refúgio, não o próprio fugitivo. • Alguma proteção do indivíduo contra a extradição arbitrária será somente encontrável, porventura, no direito interno do Estado de refúgio. • lex specialis derogat generali. O sistema protetivo no direito brasileiro • Lei de Migração - LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017. • Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida configurar extradição não admitida pela legislação brasileira. • Art. 55. Não se procederá à expulsão quando: I - a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira. • A ausência de regras desse teor na legislação de outros países tem às vezes feito com que seus tribunais enfrentem a contingência de lembrar aos respectivos governos que expulsão e deportação constituem medidas próprias unicamente para excluir o estrangeiro do território local, sem que se lhe possa assinalar destino compulsório. A doutrina do caso Biggs • Fugitivo de uma penitenciária inglesa onde cumpria pena por participação num assalto notório, Biggs viveu por pouco tempo na Austrália e ingressou em seguida no território brasileiro sob o falso nome de Michael Haynes. • Biggs requereu ao Tribunal Federal de Recursos uma ordem de habeas corpus em que, dando como incontroversa a impossibilidade da expulsão, em face da iminência de tornar-se pai de uma criança brasileira, limitava-se a apontar ilegalidade também na deportação que se lhe preparava em razão do ingresso ilegal no território. • O Tribunal, reconhecendo embora que se tratava de um caso de “extradição inadmitida pela lei brasileira”, não negou a legitimidade da custódia determinada pelo ministro da Justiça com vistas à deportação, e por isso indeferiu a ordem de habeas corpus. Mas, no mesmo passo, estatuiu que o paciente não poderia ser deportado para a Grã-Bretanha, nem para qualquer outro país do qual aquele pudesse obter sua extradição. habeas corpus de Ronald Biggs • O conceito de “extradição inadmitida pela lei brasileira” é consideravelmente amplo. Nele cabem não só as hipóteses de extradição barrada por óbice substantivo, como a prescrição ou a natureza política do crime, mas também aquelas em que a impossibilidade da medida resulta de fator adjetivo, como ocorreria no caso de indeferimento por falha documental não sanada em tempo hábil. • Não é, em absoluto, necessário que o Supremo tenha já indeferido a extradição para que ela seja classificável como inadmitida pela lei brasileira. A linguagem do legislador é unívoca quando omite toda referência a uma prévia decisão da única instância judiciária competente para a matéria extradicional. • O intento do legislador só se pode valorizar eficazmente quando se leve às últimas consequências o vigor da norma proibitiva. Asilo político: Conceito e espécies • Asilo político é o acolhimento, pelo Estado, de estrangeiro perseguido (geralmente, mas não necessariamente, em seu próprio país patrial) por causa de dissidência política, de delitos de opinião, ou por crimes que não configuram quebra do direito penal comum. • O asilo político, na sua forma perfeita e acabada, é territorial: concede o Estado àquele estrangeiro que, havendo cruzado a fronteira, colocou-se no âmbito espacial de sua soberania, e aí requereu o benefício. Em toda parte se reconhece a legitimidade do asilo político territorial, e a Declaração Universal dos Direitos do Homem faz-lhe referência. • Conceder asilo político não é obrigatório para Estado algum, e as contingências da própria política determinam, caso a caso, as decisões de governo. • O candidato ao asilo territorial não estará sempre provido de documentação própria para um ingresso regular. Sem visto, ou mesmo sem passaporte, ele aparece, formalmente, como um deportando em potencial quando faz o pedido de asilo. Natureza do asilo diplomático • É uma forma provisória do asilo político, só praticada regularmente na América Latina, onde surgiu como instituição costumeira no século XIX, e onde se viu tratar em alguns textos convencionais a partir de 1928. • No estudo do asilo diplomático, é o fato de que ele constitui uma exceção à plenitude da competência que o Estado exerce sobre seu território. • Nos países que não reconhecem essa modalidade de asilo político, toda pessoa procurada pela autoridade local que entre no recinto de missão diplomática estrangeira deve ser de imediato restituída, pouco importando saber se se cuida de delinquente político ou comum. • Naturalmente, o asilo nunca é diplomático em definitivo: essa modalidade significa apenas um estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a consumar-se no solo daquele mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou eventualmente no solo de um terceiro país que o aceite. Disciplina do asilo diplomático • Os locais onde esse asilo pode dar-se são as missões e, por extensão, os imóveis residenciais cobertos pela inviolabilidade nos termos da Convenção de Viena de 1961; e ainda, segundo o costume, os navios de guerra porventura acostados ao litoral. • A autoridade asilante, via de regra o embaixador, examinará a ocorrência dos dois pressupostos referidos e, se os entender presentes, reclamará da autoridade local a expedição de um salvo- conduto com que o asilado possa deixar em condições de segurança o Estado territorial para encontrar abrigo definitivo no Estado que se dispõe a recebê-lo. • A autoridade asilante dispõe, em regra, do poder de qualificação unilateral dos pressupostos do asilo, mas na exata medida em que exteriorize o ponto de vista do Estado por ela representado. • O asilo, nos termos da Convenção de Caracas, é uma instituição humanitária e não exige reciprocidade. Importa, pois, para que ele seja possível, que o Estado territorial o aceite como princípio, ainda que o Estado asilante não tenha igual postura.
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