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RESUMO
ABSTRACT
1
Anna Carolina Machado Brandão. Graduanda em Direito pela Faculdade Novo Milênio. E-mail:
anna.brandão@sounovomilenio.com.br.
2
Izadora Kettila Cavalcante. Graduanda em Direito pela Faculdade Novo Milênio. E-mail:
izadora.cavalcante@sounovomilenio.com.br.
3
José Henrique Marques Neto. Pós graduado em Políticas e Gestão em Segurança Pública pela
UNESA – Estácio de Sá. E-mail: jose.neto.@sounovomilenio.com.br.
4 Jaqueline Coutinho Saiter. Professora Orientadora Mestre em Direito
Constitucional. E-mail: jaqueline.saiter@novomilenio.br.
5
The right to be a national of a State is recognized as a human right and, therefore, essential
to the development of a dignified life. This nationality is regulated internally, and it is not up to
another State to interfere with the criteria for obtaining it, since its granting is a sovereign act.
Along with this right, international cooperation measures stand out, especially the institute of
extradition as an instrument of collaboration in criminal matters. In the present study, issues
related to extradition will be addressed, such as concepts, modalities, the Cláudia Sobral
case as well as the decisions of the courts. The methodology used with regard to the
objectives will be exploratory research with the purpose of providing greater familiarity with
the problem, with a view to making it more explicit, involving a bibliographic survey. As for
the technical procedures, the bibliographic technique will be addressed, based on
publications, books, articles, periodicals, among others. Finally, it will be possible to analyze
the role of the Federal Supreme Court (STF) in the extradition procedure and the need to
observe fundamental rights, based on the Supreme Court decision that made possible, due
to the previous loss of nationality, the extradition of a Brazilian born.
INTRODUÇÃO
Assim, é direito de todos ter uma nacionalidade (art. 15 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos), de forma que a situação de apátrida (pessoas sem pátria)
configura violação aos direitos humanos e, por isso, trata-se de preocupação trazida
pela Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017) no sentido de dar proteção ao apátrida e
de reduzir essa condição, permitindo a realização de procedimento simplificado de
naturalização.
Esse direito fundamental é de extrema relevância, pois permite que o Estado proteja
seus nacionais contra interferências externas e arbitrárias que ensejem violação de
direitos da pessoa, o que é decorrência da ideia de soberania.
A decisão final e inédita do STF referente à extradição da brasileira nata foi que, o
brasileiro – ainda que nato – pode perder a nacionalidade brasileira e até ser
extraditado, desde que venha a optar, voluntariamente, por nacionalidade
estrangeira.
1 NACIONALIDADE
A CF/88 identifica brasileiro nato como aquele que tem sua nacionalidade adquirida
por meio do nascimento, de forma primária. De acordo com o inciso I, do artigo 12,
do texto constitucional, são brasileiros natos os: nascidos no Brasil, ainda que de
pais estrangeiros desde que estes não estejam a serviço de seu país; os nascidos
no estrangeiros de pai ou mãe brasileiros, desde que qualquer deles esteja a serviço
do Brasil; os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileiros, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira.
Ainda, no artigo 12, no inciso II, são considerados naturalizados aqueles que,
adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral e aos
estrangeiros de qualquer nacionalidade, residência há mais de 15 anos ininterruptos
e nenhuma condenação penal.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o brasileiro que possuir outra
nacionalidade em caráter definitivo e desejar perder a nacionalidade brasileira
poderá enviar a solicitação diretamente ao Ministério da Justiça, por meio
do protocolo eletrônico, ou pelo correio.
determina a Convenção das Nações Unidas, de 1961, para a Redução dos Casos
de Apátrida, em vigor no Brasil.
2 EXTRADIÇÃO
2.1 Conceito
[...] o ato pelo qual um Estado faz a entrega, para fins de ser processado ou
para a execução de uma pena, de um indivíduo, acusado ou reconhecido
culpável de uma infração cometida fora de seu território, a outro Estado que
o reclama e que é competente para julgá-lo e puni-lo (2010, p. 253).
De acordo com Souza (1998) extradição é o ato pelo qual um Estado entrega um
indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como criminoso, à justiça de
outro Estado, competente para julgá-lo e puni-lo.
2.2 Classificação
Já o STF, por meio do relator Ministro Celso de Mello, afirma que o modelo de
extradição vigente no Brasil admite duas modalidades de extradição: extradição
executória (que supõe condenação penal, ainda que não transitada em julgado) e
extradição instrutória (que se satisfaz com a simples existência de investigação
penal), sendo comum a ambas as espécies o requisito – atendido no caso – da
existência de mandado de prisão.
Em sua decisão, o Ministro Luiz Roberto Barroso ressaltou: “Não se cuida, nestes
autos, de outra nacionalidade concedida pelo Estado estrangeiro, com fundamento
em seu próprio ordenamento jurídico, independentemente de pedido formulado pelo
naturalizado, o que, acaso ocorresse, não poderia, a toda evidência, provocar o
efeito constitucionalmente previsto no ordenamento brasileiro.
Segundo o artigo 12, parágrafo 4º, inciso II, da Constituição Federal, será declarada
a perda de nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade. As exceções
são o reconhecimento da nacionalidade originária pelo país estrangeiro ou a
imposição da naturalização como condição para permanência ou exercício de
direitos em outro país.
2.7 Soberania
Nenhum Estado pode simplesmente invadir o território de outro Estado para capturar
um foragido da justiça para ser levado a julgamento. Nesse sentido, os países
devem respeitar tratados e acordos internacionais e, principalmente, a soberania de
cada Estado, ou seja, a extradição pode ser deferida ou não, e o Estado reclamante
deverá acatar a decisão. De acordo com Lafayette (apud CAHALI, 2010, p. 255),
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É que, com essa colaboração, os interesses internos de cada Estado são protegidos
na tentativa de impedir que a transposição de fronteiras seja o meio de garantir a
inaplicabilidade da ordem jurídica. No entanto, essa defesa interna não pode
justificar uma visão limitadora dos direitos fundamentais, mas sim de assegurar o
cumprimento dos direitos humanos, ainda mais quando se tem conteúdo mínimo de
matriz internacional a ser observado.
Nesse contexto, a extradição é medida essencial para que o Estado não se torne
guardião de criminosos, mas sem afastar a exigência de que os direitos devem ser
preservados no seu processamento.
podendo constatar, sequer, se a prova obtida pelo Estado requerente fora obtida por
meios lícitos.
Nesse caso, é importante ressaltar que, apesar das decisões do STF caminharem
no sentido da tradição de incidência indireta dos direitos fundamentais nas medidas
cooperativas internacionais como a extradição, a Corte atua como intérprete máximo
da Constituição e o seu agir deve estar coadunado às próprias normas limitadoras
de sua atuação.
REFERÊNCIAS
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 20. ed. São Paulo: Saraiva,
2016.