PF DE CONSTITUCIONAL – 23/03/2023

Léia Lacerda de Araújo – 2211201020 – Vespertino

1) Aponte quatro diferenças entre direitos fundamentais de 1ª, 2ª e 3ª

geração.

As principais diferenças entre os direitos fundamentais são:

1ª Geração: De acordo com o lema da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e

Fraternidade), essa geração se trata da liberdade, ou seja, aos direitos civis e
políticos que se relacionam à liberdade individual em se expressar, a obter uma
prioridade e até mesmo na escolha de qual religião seguir, tendo assim uma
igualdade perante a lei. Consideram-se como direitos negativos já que o Estado não
pode interferir nas escolhas e surgem através do Iluminismo e da Revolução
Francesa. Sua primeira aparição é através da Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão (1789) com o intuito de representar os direitos desta geração.

2º Geração: Priorizando dessa vez a igualdade, nesta geração se consagra os

direitos sociais, econômicos e culturais, e que ao contrário dos de primeira geração,
são positivos tendo em vista a interferência do Estado para que se possa promover
ações com o intuito de oferecer uma vida diga aos indivíduos. Além da igualdade
material e do bem estar social, garante o direito à saúde, educação, trabalho, lazer.
Na Constituição Brasileira, passou a ser vigorado em 1934 e prevalece até a sua
atual.

Por fim, os direitos de 3º Geração priorizam a última característica da Revolução

Francesa: a fraternidade. São direitos coletivos e difusos que estão relacionados ao
meio ambiente e ao seu desenvolvimento, também se preocupando com o
patrimônio cultural. Sua principal característica é o fato de ser um direito
transindividual, tendo o coletivo como interesse. No Brasil, estão consagrados na
Constituição de 1988.

2) Explique 5 características dos direitos fundamentais.

Universalidade: Significa que deve alcançar todos os indivíduos, sem restrições que
pertencem à gênero, sexo, raça, nacionalidade e etc.

Historicidade: Características de diversas mudanças evolutivas com o passar do

tempo de acordo com as necessidades que surgiam, fez parte dessa característica a
Revolução Francesas e todos os demais documentos que incluíam dos direitos
fundamentais, por mais mínimos que fossem, até serem aprimorados para a
atualidade.

Imprescritibilidade: Significa que os Direitos Fundamentais não serão extintos pelo

“não uso” em determinado tempo, já que estes direitos são uma garantia essencial
para a dignidade do indivíduo.

Inalienabilidade: Nesta situação, não poderá se transferir os direitos fundamentais e

muito menos serem renunciados já que são caracterizados como essenciais.

Limitariedade: Os direitos fundamentais por não serem absolutos, se tornam

relativos e podem sofrer limitações diante de algumas circunstâncias.

3) Fale sobre direito à vida, mencionando também situações que permitem

exceções.

O direito à vida é um dos direitos fundamentais mais importantes e está previsto em

diversas legislações e documentos internacionais. Ele é considerado um direito
humano básico e inalienável, que se refere à proteção da vida de todas as pessoas.
Na Constituição Federal de 1988, o direito à vida é garantido em seu artigo 5º, caput,
que dispõe: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". Além disso,
o direito à vida também está previsto em tratados internacionais, como a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e
o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.
Porém, mesmo garantido na Constituição, existem algumas situações onde se
permite suas exceções, como por exemplo: no aborto que possui diversas formas,
uma delas, adotados pelo Brasil, é o terapêutico, aquele onde não se dispõe de
demais alternativas para salvar a gestante ou para evitar complicações futuras,
porém, é somente se for necessário. Outro tipo que, infelizmente, se ver de forma
frequente é o aborto sentimental, onde a gravidez se gera através da ocasião de um
estupro e é até mesmo consagra do Art. 128 do Código Penal.

7) Explique, inclusive contextualizando, direitos sociais.

Os direitos sociais são um conjunto de direitos fundamentais que têm como objetivo
garantir a igualdade material entre os cidadãos e promover o bem estar social.
Esses direitos foram consolidados na Constituição Federal de 1988, em seu artigo
6º, e incluem, entre outros, o direito à educação, à saúde, à moradia, ao trabalho, à
previdência social, à cultura, ao lazer e à segurança.
A garantia dos direitos sociais é fundamental para a construção de uma sociedade
mais justa e igualitária, uma vez que busca reduzir as desigualdades sociais e
econômicas existentes. Por exemplo, o direito à educação busca garantir a todos o
acesso à formação e à capacitação necessárias para que possam desenvolver suas
habilidades e competências, aumentando suas chances de inserção no mercado de
trabalho e de ascensão social. Já o direito à saúde assegura o acesso a tratamentos
e medicamentos necessários para a manutenção da saúde e qualidade de vida.
Como uma garantia a esses direitos, é possível identificar diversos programas
sociais e políticas públicas que buscam salvaguardá-los, são exemplos: o Bolsa
Família, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, o Programa Nacional de
Saúde da Família, entre outros que são oferecidos pelo governo. Além da criação
Leis e Regulamentos como: o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Orgânica
da Assistência Social, a Lei de Acesso à Informação, etc.
E, por mais que ainda sejam insuficientes para solucionar todas as demandas
possíveis, buscam atuar ao máximo para que então se possa garantir uma dignidade
aos indivíduos.

8) Explique nacionalidade, mencionando as espécies e os critérios

adotados no Brasil.

A nacionalidade é um vínculo jurídico e político entre uma pessoa e o Estado.

Quanto às espécies, a nacionalidade adquire:
Nacionalidade Originária (Primária Ou Atribuída): é adquirida automaticamente pela
pessoa ao nascer em determinado território ou ao ter ascendência de determinado
país, independentemente de sua vontade ou opção.
De acordo com a CF de 88, art. 12: são brasileiros natos aqueles que nasceram no
território da República Federativa do Brasil de pais estrangeiros que não estão a
serviço de seus país; os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileiras desde
que qualquer um destes estejam a serviço do país; e até mesmo os nascidos no
estrangeiro, de pai ou mãe brasileiros que sejam registrados em alguma repartição
brasileira ou que venham residir e ao atingir a maioridade, optem pela nacionalidade.

Os critérios utilizados são: jus solis e jus sanguinis. O primeiro se indica como
critério territorial, ou seja, o local de nascimento, enquanto o segundo, trata-se da
ascendência de um indivíduo. No Brasil, se adotam ambos critérios.

Nacionalidade Adquirida (Secundária, Derivada Ou De Eleição): é aquela que é

obtida por meio de um processo legal de naturalização em um país diferente do qual
a pessoa é originária.

A nacionalidade adquirida é concedida pelo Estado após o cumprimento de

determinados requisitos, que podem incluir tempo de residência no país,
conhecimento da língua oficial, ausência de antecedentes criminais, entre outros.
Podendo ser manifestada de duas maneiras, a naturalização tácita se trata de casos
onde estrangeiros acabam por não declarar em determinado período a sua
nacionalidade originária e acabam por adquirir a nacionalidade do país que residem.
Isso ocorre de forma contrária à expressa, que depende do requerer do interessado
e cita-se no Art. 12, sendo brasileiros naturalizados aqueles que adquirirem a
nacionalidade pela forma da lei e diante dos países de língua portuguesa, que
permanecem morando por um ano ininterrupto. Também abrange àqueles
estrangeiros que já se estabeleceram no país há mais de 15 anos ininterruptos e
sem condenação penal.
 9) Explique o que é inelegibilidade, mencionando os tipos previstos na
Constituição.

A Inelegibilidade é uma capacidade eleitoral passiva, ou seja, impede que alguém

possa se candidatar mesmo que tenha preenchidos todos os requisitos da
elegibilidade. Ainda pode ser dividida em duas: a absoluta e a relativa.
Na absoluta, temos os casos dos inalistáveis (que não possuem capacidade eleitoral
nem ativa nem passiva) sendo estes os estrangeiros, conscritos e analfabetos, como
estabelece o Art. 14, § 4º.
Na Relativa, tem-se diversas circunstancias, sejam elas: por cargo – Art. 14, § 5º,
onde concede a reeleição para um único período subsequente de Presidente,
Governadores e Prefeitos; também por outro cargo – Art. 14, § 6º que determina que
os citados anteriormente, caso queiram concorrer em outros cargos, precisam
renunciar dos seus seis meses antes do pleito.
Também é citado na Constituição quanto aos Militares, no Art. 14, § 8º atendendo as
condições de afastamento de atividades caso tenha menos de 10 anos de serviço.
E, salvo situação que tenha mais de 10 anos de serviço, será agregado por
autoridade superior e diante de eleição, terá passe livre no ato de diplomação.
Por fim, uma das situações também inseridas na CF de 88 é quanto a perda,
conferida no Art. 15, esta perda ou suspensão se dará nos casos em que o individuo
tenha o cancelamento de sua naturalização em sentença transitada em julgado,
incapacidade civil absoluta, quanto a condenação criminalmente em sentença
transitada em julgado ou por decisão de órgão colegiado fica inelegível por um
período de oito anos a partir do cumprimento da pena, além da recusa de cumprir
obrigação a todos imposta ou prestação alternativa.

10) Explique o que é anterioridade ou anualidade eleitoral.

Entediada também como um princípio, confere no Art. 16 da Constituição Federal

que qualquer alteração no processo eleitoral deverá ser realizada no prazo de um
ano antecedência às datas das eleições e com eficácia para o próximo pleito. Seu
intuito é prevalecer uma estabilidade e segurança jurídica, evitando mudanças
repentinas que de alguma forma, possa prejudicar partes deste processo.