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NFPSS
DIREITO PENAL1
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
POLÍTICA CRIMINAL: A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções
científicas concretas mais adequadas para o eficaz controle do crime.
POLÍTICA PENITENCIÁRIA: disciplina que define as diretrizes e as metas existentes para a gestão
do sistema penitenciário de um determinado local.
CRIMINALIZAÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL: há uma forte tendência de ser o poder punitivo exercido
precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos mora-
dores de rua, prostitutas e usuários de drogas.
Teorias Teorias Absolutas: a pena representa como um fim em si mesma, isto é, o autor
Legitimadoras do crime deverá pagar pelo mal cometido. Ou seja, a pena tem caráter retributivo.
PRINCÍPIOS PENAIS
Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a utili-
zação de medida provisória em matéria penal.
#CUIDADO! O STF já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas.
#OLHAOGANCHO: da mesma forma que o costume não tem o condão de incriminar, também não
tem de descriminalizar (os costumes contrários às leis são chamados de DESUETUDO: contrariam
uma lei penal, mas não a revogam. Ex.: crime de casa de prostituição/jogo do bicho).
• Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes - prati-
cados antes de sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea.
Afirma ser legítima a intervenção penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui
meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por
outros ramos do ordenamento jurídico. A intervenção mínima é gênero do qual são espécies: a fragmen-
tariedade e a subsidiariedade. Vamos conferir?
» Princípio da Ofensividade:
1) Proibição da incriminação de uma atitude interna, como as ideias, convicções, e desejos dos
homens.
2) Proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (princípio
da alteridade).
4) Proibição da incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.
» Princípio da Insignificância:
Pode ser visto como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. Possui natureza jurídica
de causa supralegal de exclusão da tipicidade material, devendo ser analisado em conexão com os postu-
lados da fragmentariedade e da intervenção mínima.
Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (#SELIGA: a reincidên-
cia, a reiteração criminosa, a habitualidade delitiva NÃO são suficientes, por si sós, para afastar a aplicação
do princípio da insignificância – STF Info 793).
O princípio da insignificância impróprio pressupõe a análise do que ocorreu após a prática do crime
até o momento do julgamento. Ex.: O réu casou, teve filhos, tem uma empresa com 50 funcionários?!
Nesses casos, o juiz reconhece a existência do crime, mas conclui que a pena não é necessária. Aqui não
há causa supralegal de exclusão da tipicidade, há causa supralegal de extinção da punibilidade. O
Estado reconhece o crime, mas conclui pela desnecessidade de punição. A punição não é mais vantajosa
para a sociedade.
imprópria tem como pressuposto inafastável a não incidência do princípio da insignificância (própria).
Afinal, se o fato não era merecedor da tutela penal em decorrência da sua atipicidade, descabe enveredar
pela discussão acerca da necessidade ou não de pena.
A bagatela imprópria se ASSEMELHA ao perdão judicial (art. 107, IX, do CP). O fundamento da
bagatela imprópria e do perdão judicial é o mesmo, só que o perdão judicial está duplamente previsto
em lei, enquanto instituto bem como em relação às hipóteses legais em que ele incide. Em contrapartida,
no Brasil, não há previsão legal do princípio da insignificância impróprio.
Pessoal, por fim, COLEM NA RETINA essa revisão sobre a aplicação do princípio da insignificância.
Trata-se de um compilado das principais informações extraídas da jurisprudência, tomando por base os
comentários do Dizer o Direito. #DEOLHONAJURIS. #AJUDAMARCINHO.
Tráfico de drogas.
Contrabando.
Roubo.
Lesão corporal.
Furto qualificado.
Obs. Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas hipóteses de
furto qualificado, tendo em vista que tal circunstância denota, em tese, maior ofensividade e reprova-
bilidade da conduta. Deve-se, todavia, considerar as circunstâncias peculiares de cada caso concreto,
de maneira a verificar se, diante do quadro completo do delito, a conduta do agente representa maior
reprovabilidade a desautorizar a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 5ª Turma. AgRg no
AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/11/2016. STJ. 6ª Turma. AgRg
no AREsp 746011/MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/11/2015.
Crimes militares. Trata-se de tema extremamente polêmico, mas a posição majoritária é no sentido
de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes militares, sob pena de afronta à autorida-
de, hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja preservação é importante para o regular funcionamento
das instituições militares. O caso mais comum e que é provável que seja cobrado em sua prova é o
crime de posse de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar (art. 290 do CPM).
O Plenário do STF já assentou a inaplicabilidade do princípio da insignificância à posse de quantidade
reduzida de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar (art. 290 do CPM). STF.
2ª Turma. HC 118255, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2013. STF. 2ª Turma. ARE 856183
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/06/2015.
Crimes ambientais.
#AJUDAMARCINHO: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais,
devendo ser analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto para se verificar a atipicidade da
conduta em exame. STJ. 5° Turma. AgRg no AREsp 654.321/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 09/06/2015. É possível aplicar o princípio da insignificância para crimes ambientais. STF. 2ª
Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816).
PORÉM, CUIDADO:
#AJUDAMARCINHO: O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c
parágrafo único, II, da Lei 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou
em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa,
ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca
quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e
métodos não permitidos; Caso concreto: realização de pesca de 7kg de camarão em período de
defeso com o uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 8/5/2018 (Info 891). #JULGADORECENTE.
Descaminho.
“Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente (não configura a contravenção
penal prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941: exercício ilegal de profissão ou atividade).
O STJ já firmou o entendimento de que é possível a O bem jurídico tutelado pelo delito de apropria-
aplicação do princípio da insignificância ao delito ção indébita previdenciária é a subsistência
de apropriação indébita previdenciária, desde financeira da Previdência Social. Logo, não
que o total dos valores retidos não ultrapasse o há como afirmar-se que a reprovabilidade da
valor utilizado pela Fazenda Público como limite conduta atribuída ao paciente é de grau reduzi-
mínimo para que sejam ajuizadas as execuções do, considerando que esta conduta causa prejuí-
fiscais. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1241697/PR, zo à arrecadação já deficitária da Previdência
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/08/2013. STJ. Social, configurando nítida lesão a bem jurídico
6ª Turma. RHC 59839/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, supraindividual. O reconhecimento da atipicida-
julgado em 07/04/2016. de material nesses casos implicaria ignorar esse
#VAICAIR: Com relação à polêmica sobre os crimes contra a Administração Pública, o STJ, em
novembro de 2017, editou a Súmula nº 599:
SÚMULA 599 DO STJ:O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a admi-
nistração pública.
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clan-
destina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no
artigo 183 da lei 9.472/97.
#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a pesca ilegal, nos seguintes termos: “Art.
34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão compe-
tente:” Se a pessoa é flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca,
em um local onde esta atividade é proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de
Crimes com base no princípio da insignificância?
SIM. É possível aplicar o princípio da insignifi- NÃO. Não é possível aplicar o princípio da insignifi-
cância para crimes ambientais. cância para crimes ambientais.
STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen STF. 2ª Turma. RHC 125566/PR e HC 127926/SC, Rel.
Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (INFO 816 DO Min. Dias Toffoli, julgados em 26/10/2016 (INFO
STF) 845 DO STF)
» Princípio da Culpabilidade:
O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos mais relevantes para a sociedade.
Assim, o Estado não pode utilizar o Direito Penal para tutelar a moral, a religião, os valores ideológicos
etc., sob pena de prevalecer a intolerância.
» Princípio da Proporcionalidade:
Não é possível analisar esse princípio sob uma única ótica. Há dois aspectos fundamentais. Vamos
conferir?
• Garantismo negativo: proibição contra os excessos do Estado. Não se pode punir mais do que o
necessário para a proteção de um bem jurídico.
CF, art. 5, XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dono e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
#ATENÇÃO diz-se que o Código Penal adotou a Teoria da Territorialidade mitigada ou temperada.
PRINCÍPIO DA ATIVIDADE: A lei é aplicada aos fatos praticados durante a sua vigência.
REGRA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: Em regra, a lei penal não retroage para alcançar
fatos anteriores a sua vigência.
#ATENÇÃO LEX TERTIA: é a combinação de aspectos mais benéficos de mais de uma lei, criando
uma terceira lei. É vedada (súmula 501 do STJ).
LEI PENAL Leis que tratam de matéria penal, mas que estão fora do Código Penal. Ex: Lei
ESPECIAL: de drogas.
LEI PENAL É a que tem vigência predeterminada no tempo. Ex. Lei nº 12.663/12 (Lei Geral
TEMPORÁRIA: da Copa do Mundo de Futebol de 2014).
São aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação. Ex:
LEI PENAL
Uma lei definindo crimes durante o período de intervenção federal no estado
EXCEPCIONAL:
do Rio de Janeiro.
INTERPRETAÇÃO
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA ANALOGIA
ANALÓGICA
Existe norma para o caso Existe norma para o caso Não existe norma para o caso
concreto concreto concreto
Atua no plano concreto. O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos
grave do que o narrado pela lei primária, dele também difere quanto à forma
de execução, já que corresponde a uma parte deste. Em outras palavras, a
SUBSIDIARIEDADE figura subsidiária está inserida na principal. No princípio da subsidiariedade
a comparação sempre deve ser efetuada no caso concreto, buscando-se a
aplicação da lei mais grave. A subsidiariedade pode ser tanto expressa (por
exemplo, disparo de arma de fogo), como tácita.
Sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral
e qual é especial, prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa
ESPECIALIDADE também a quantidade de sanção penal reservada para as infrações penais. A
comparação entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, pois
a lei específica pode narrar um ilícito penal mais rigoroso ou mais brando.
TEORIA DO DELITO
TEORIAS DO DELITO
SISTEMA FINALISTA
O Direito Penal tem limites impostos pelo O Direito Penal só reconhece os limites impostos
próprio direito penal e demais ramos do direito. pelo próprio Direito Penal.
Conduta
Resultado
Nexo Causal
#SELIGA A tipicidade penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade
formal é o juízo de subsunção/adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se
encaixa no modelo de crime previsto pela norma penal. A tipicidade formal não é suficiente, sendo
necessária a tipicidade material, expressada na lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penal-
mente protegido. O princípio da insignificância exclui a tipicidade material.
TEORIAS DA TIPICIDADE
TEORIA DO TIPO AVALORADO/TIPO Fato típico não constitui emissão de valor sobre
MERAMENTE DESCRITIVO: ilicitude.
TEORIAS DA CONDUTA
Atos ou movimentos reflexos. #ATENÇÃO Não se confundem com as ações em curto circuito
que são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra).
Sonambulismo e Hipnose
#ATENÇÃO Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal do fato não aceita os crimes de mera
suspeita, isto é, aqueles em que o agente não é punido por sua conduta, mas sim pela suspeita
despertada pelo seu modo de agir.
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resul-
tado. O dever de agir incumbe a quem:
A relação de causalidade ou nexo causal pode ser conceituado com o vínculo formado entre a
conduta praticada pelo agente ativo de um crime e o resultado por ele produzido. É através dela que se
conclui se o resultado foi ou não provocado pela conduta, autorizando, desde que presente a tipicidade
(adequação do fato à norma) a configuração da tipicidade.
Encontra previsão legal no artigo 13 e parágrafo primeiro, do Código Penal, onde está expresso que
o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa, sendo
esta a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, bem como de que a superveniência
de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultados, impu-
tando-se os fatos anteriores a quem os praticou. A relação de causalidade, portanto, está relacionada
aos crimes materiais, compostos pelos delitos em que o tipo penal descreve uma conduta e um resultado
naturalístico, exigindo a produção deste para a consumação.
» Teorias:
No art. 13, caput, do CP, foi adotada a teoria da equivalência dos antecedentes causais, ou teoria da
conditio sine qua non, criada por Glaser, e posteriormente desenvolvida por Von Buri e Stuart Mill.
Para esta teoria, causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido, quando ocor-
reu e como ocorreu. Toma como base o processo hipotético de eliminação de Thyrén para se constatar
se algum acontecimento deve ser inserido ou não no conceito de causa.
No art. 13, §1°, do CP, foi adotada a teoria da causalidade adequada, que teve origem nos estudos
de Von Kries. Segundo esta teoria, causa é o antecedente não só necessário, mas adequado à produção
do resultado.
Em uma perspectiva clássica, o tipo penal apresentava apenas aspectos objetivos, representados
na relação de causalidade. Buscando resolver esse problema, o sistema finalista conferiu ao tipo penal
também uma feição subjetiva, com a inclusão na conduta do dolo e da culpa. Para os adeptos da teoria
da imputação objetiva, contudo, o sistema finalista, ao liminar o tipo objetivo à relação de causalidade,
de acordo com a teoria da equivalência dos antecedentes, não resolve todos os problemas inerentes à
imputação.
Buscando solucionar tal problema, a teoria da imputação objetiva inseriu no tipo objetivo, dois
novos elementos, quais sejam, a criação de um risco proibido e a realização do risco no resultado, além
da já presente causalidade. A criação do risco proibido considera perigosa a ação que, aos olhos de um
observador objetivo dotado dos conhecimentos especiais do autor, situado no momento da prática da
ação, gere real possibilidade de dano para um determinado bem. Ademais, para que o resultado possa
ser atribuído ao agente, o risco proibido por ele criado deve ser realizado no resultado.
A teoria da imputação objetiva está intimamente ligada ao funcionalismo penal, pois este questiona
a validade do conceito de conduta desenvolvido pelos sistemas clássicos e finalista, sendo que ao conce-
ber o Direito como regulador da sociedade, delimita o âmbito das expectativas normativas de conduta,
vinculando-se à teoria em comento.
Para o funcionalismo teleológico de Claus Roxin, parte-se da premissa de uma ideia a respeito do
Direito Penal, identificada como a proteção subsidiária de bens jurídicos mais relevantes e a respeito
da pena, que vem a ter um caráter preventivo geral e especial, para chegar a composição de um novo
modelo de sistema de imputação.
Já o funcionalismo sistêmico de Gunther Jakobs trabalha com a ideia central de competência e papel
social, sendo que em relação à imputação objetiva, com fundamento no argumento segundo o qual, o
comportamento social do homem é vinculado a papeis, traça quatro instituições -penais sobre as quais
desenvolve a referida teoria, quais sejam; risco permitido, princípio da confiança, proibição do regresso e
competência ou capacidade da vítima.
» Concausas:
#SELIGANATABELA:
Efeito jurídico:
1. preexistente e concomitante: o agente respon-
de pelo resultado naturalístico
2. superveniente:
2.1. que produzem por si só o resultado: agente
não responde pelo resultado naturalístico, mas
Efeito jurídico (em todas as modalidades): agente
somente pelo seu dolo (atos até então pratica-
não responde pelo resultado naturalístico, mas
dos). Rompimento do nexo causal. Art. 13, §1º,
somente pelo seu dolo (atos até então pratica-
CP (teoria da causalidade adequada). Exemplo:
dos).
acidente com a ambulância que transportava o
enfermo.
2.2. que não produzem por si só o resultado:
agente responde pelo resultado naturalístico.
Exemplo: omissão no tratamento médico após
um ato de atentado contra a vida da vítima.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resul-
tado se produza, só responde pelos atos já praticados.
São formas de tentativa abandonada, ou seja, a consumação do crime não ocorre em razão da
vontade do agente. A natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz majoritaria-
mente na jurisprudência é de causa de exclusão da tipicidade.
#ATENÇÃO
O instituto do arrependimento eficaz e da desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que
não tenha sido consumado. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1549809/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 02/02/2016.
» Arrependimento Posterior:
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou resti-
tuída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
É a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que ocorre quando o responsável pelo crime
praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou
queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta. Seus fundamentos são a proteção
da vítima e o fomento ao arrependimento por parte do agente.
#OLHAOGANCHO:
Em regra, o arrependimento deve ser integral, mas o STF já admitiu o arrependimento posterior na
reparação parcial do dano.
#VAIMARCINHO #DIZERODIREITO
Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na
direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil
entre o autor do crime a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de
pena prevista no art. 16 do CP é indispensável que o crime praticado seja patrimonial ou possua
efeitos patrimoniais. O arrependimento posterior exige a reparação do dano e isso é impossível
no caso do homicídio. STJ. 6ª Turma. REsp 1561276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
28/6/2016 (Info 590).
Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em
geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade mate-
rial de haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª Turma. REsp
1242294-PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 18/11/2014 (Info 554).
CRIME IMPOSSÍVEL
» Crime Impossível:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impro-
Quando por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, jamais ocorrerá
a consumação. No crime impossível não há perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. Tem natu-
reza jurídica de causa de exclusão da tipicidade.
3. Objetiva Pura: Quando nenhum bem jurídico foi lesado ou exposto. Mas não importa se a inido-
neidade do meio ou do objeto é absoluta ou relativa.
#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 145-STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a
sua consumação.
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração
do crime de furto.
#MAISJURISPRUDÊNCIA
O STF em julgamento do dia 22/08/17, publicado em 06/02/2018, entendeu que a Súmula 567 do
STJ pode ser relativizada a depender do caso concreto. vejamos a ementa do julgado:
Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Furto simples tentado. Artigo 155, caput, em combinação
com o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Conduta delituosa praticada em loja de departamento.
Estabelecimento vítima que exerceu a vigilância direta sobre a conduta do paciente. Acompanhamen-
to ininterrupto de todo o iter criminis. Ineficácia absoluta do meio empregado para a consecução do
delito, dadas as circunstâncias do caso concreto. Crime impossível caracterizado. Artigo 17 do Código
Penal. Atipicidade da conduta. Recurso provido. Com fundamento diverso, votaram pelo provimento
do recurso os eminentes Ministros Celso de Mello e Edson Fachin. 1. A forma específica mediante
a qual os funcionários do estabelecimento vítima exerceram a vigilância direta sobre a conduta do
paciente, acompanhando ininterruptamente todo o iter criminis, tornou impossível a consumação
do crime, dada a ineficácia absoluta do meio empregado. Tanto isso é verdade que, no momento
em que se dirigia para a área externada do estabelecimento comercial sem efetuar o pagamento do
produto escolhido, o paciente foi abordado na posse do bem, sendo esse restituído à vítima. 2. De
rigor, portanto, diante dessas circunstâncias, a incidência do art. 17 do Código Penal, segundo o qual
“não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime”. 3. Esse entendimento não conduz, automaticamente, à
atipicidade de toda e qualquer subtração em estabelecimento comercial que tenha sido monitorada
pelo corpo de seguranças ou pelo sistema de vigilância, sendo imprescindível, para se chegar a essa
conclusão, a análise individualizada das circunstâncias de cada caso concreto. 4. Recurso provido
para conceder a ordem de habeas corpus, reconhecendo-se a atipicidade da conduta imputada ao
paciente na Ação Penal 0000802-76.2016.8.24.0039, com fundamento no art. 17 do Código Penal. 5.
Com fundamento diverso, votaram pelo provimento do recurso os eminentes Ministros Celso de Mello
e Edson Fachin.
TEORIA DO ERRO
ERRO DE TIPO
Trata-se de uma falsa percepção da realidade, em que o agente não sabe o que faz. Possui previsão
expressa no art. 20 do Código Penal, podendo o erro recair sobre circunstâncias essenciais (erro
essencial) ou agregadas ao tipo penal (erro acidental).
RESULTADO
Erro na execução com unidade complexa, com resultado duplo:
DIVERSO DO
é a situação descrita pelo art. 73, in fine, do Código Penal, na
PRETENDIDO
qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente desejada,
ou ABERRATIO
ofende também pessoa ou pessoas diversas.
CRIMINIS
ERRO DE PROIBIÇÃO
No erro de proibição o agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a
ilicitude do fato. Não é que o agente ignore os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP,
considera que “o desconhecimento da lei é inescusável”, não admitindo, portanto, a ignorantia legis.
No erro de proibição, o agente apesar de saber dos termos da lei, desconhece ou interpreta mal o
seu conteúdo, ou seja, não compreende com clareza seu caráter ilícito.
Exemplo: pessoa que levou o carro de outrem Exemplo: holandês que acreditou que no Brasil
achando que fosse o seu. poderia usar drogas sem que praticasse crime.
14 Concurso de crimes.
#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO
Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes,
deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que,
em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime
continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1471651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015
(Info 573).
Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de “Lavagem”
de Dinheiro). Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts.
6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569).
No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O
STJ entende que, em regra, a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em conside-
ração o número de infrações praticadas pelo agente com base na seguinte tabela: O critério para o
aumento no crime continuado é o número de crimes praticados: 2 crimes — aumenta 1/6 3 crimes
— aumenta 1/5 4 crimes — aumenta 1/4 5 crimes — aumenta 1/3 6 crimes — aumenta 1/2 7 ou
mais — aumenta 2/3 Porém, nem sempre será fácil trazer para os autos o número exato de crimes
que foram praticados, especialmente quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo, de
um padrasto que mora há meses ou anos com a sua enteada e contra ela pratica constantemen-
te estupro de vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo não havendo a informação do número exato
de crimes que foram cometidos, o juiz poderá aumentar a pena acima de 1/6 e, dependendo do
período de tempo, até chegar ao patamar máximo. Assim, constatando-se a ocorrência de diversos
crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o aumento da pena pela continuidade
delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a quantificação exata do núme-
ro de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311146-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador
convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559).
O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem
seus pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito
roubos majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata,
portanto, de crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, prati-
ca crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a
violação a patrimônios distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP , Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em
17/04/2012. Nesse caso, o concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO.
Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto
fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que
violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ , Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018.
Existe precedente do STJ reconhecendo continuidade entre o art. 168-A e o art. 337-A do CP
Em função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts. 168-A e 337-A, apesar de cons-
tarem em títulos diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares, refletem
delitos que guardam estreita relação entre si, portanto cabível o instituto da continuidade deliti-
va (art. 71 do CP). STJ. REsp 1212911/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em
20/03/2012.
ILICITUDE
- Estado de Necessidade
- Legítima Defesa - Art. 128 do CP
-Consentimento do ofendido
- Estrito Cumprimento do - Art. 37, Lei 9.605/98
- outras
Dever Legal - outras
- Exercício Regular do Direito
Pressupõe: perigo atual + sem destinatário Pressupõe: agressão humana injusta + atual ou
certo. iminente + com destinatário certo.
Conclusão: cabe estado de necessidade Conclusão: não cabe legítima defesa contra
contra estado de necessidade. legítima defesa.
igual ou menor valor que o bem sacrificado). Atenção: o CPM adotou a teoria diferenciadora.
LEGÍTIMA DEFESA DEFENSIVA OU PASSIVA Apenas se defende, sem praticar fato típico.
#OBS: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real
(não pode ser encarado como agressão injusta). Assim, se dois náufragos se agridem pelo colete
salva-vidas, ocorre estado de necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões
é injusta.
#ATENÇÃO: A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inim-
putável? SIM. A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito
analítico de crime, deve ser aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe
da capacidade de entendimento e autodeterminação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui
elemento da culpabilidade. No entanto, o agente deve ter maior cautela ao reprimir a agres-
são injusta no inimputável, se tinha consciência desse fato. Deve fugir ao combate, se possível.
16 Culpabilidade.
CULPABILIDADE
Doença mental ou
desenvolvimento
mental incompleto/
CAUSAS DE INIMPUTA- retardado
IMPUTABILIDADE
BILIDADE
Menoridade
Embriaguez completa e
acidental
Obediência hierárquica
Para Zaffaroni, existe uma parcela de culpa da sociedade, que contribui para a prática
do delito. Assim, a depender do grau de exclusão social, parcela da doutrina defende
a aplicação da coculpabilidade como atenuante genérica inominada (art. 66 do CP).
#ATENÇÃO COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS - É dividida em duas perspectivas:
1ª) É o abrandamento da aplicação da pena nos crimes praticados por pessoas de alto
COCULPABI- poder socioeconômico, como é o caso da extinção da punibilidade pelo pagamento
LIDADE da dívida nos crimes contra a ordem tributária, previstos na Lei 8.137/1990, quando
na verdade, essas mesmas pessoas deveriam sofrer um maior rigor na aplicação da
pena, porquanto tiveram maiores oportunidades perante a sociedade.
2ª). É a criação pelo Estado de leis que incriminem as condutas passíveis de estarem
sujeitas somente as pessoas de menor capacidade socioeconômica, como é caso da
vadiagem e mendicância.
#SELIGANOTERMO – TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Essa teoria surgiu na Itália e foi cria-
da para solucionar os crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada. No momento do
crime o sujeito está inconsciente. A teoria antecipa o momento da análise da imputabilidade.
A imputabilidade não será analisada no momento em que o crime foi praticado. Nesse momen-
to ele estava inconsciente. É antecipada para o momento anterior àquele em que o agente
livremente se colocou no estado de embriaguez. Para a embriaguez preordenada essa teoria
é perfeita, pois no momento anterior já existia o dolo - o fundamento é a causalidade mediata.
Antes de começar a beber já havia o dolo de cometer crime. O art. 28, II CP acolheu essa teoria
também para a embriaguez voluntária e culposa. No momento anterior, antes de beber, já
existia o dolo? Não. Por esse motivo, a doutrina critica a aplicação desta teoria à esta hipó-
tese, alegando que é um resquício da responsabilidade penal objetiva.
#OLHAOGANCHO O art. 45 da Lei de Drogas de fato traz uma causa especial de exclusão da
culpabilidade, que ocorre em razão da dependência. Essa excludente, não incide apenas no
delito de portar ou trazer consigo drogas, mas sim sobre qualquer infração penal praticada.
CONCURSO DE PESSOAS
» Tratamento Legislativo:
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na
medida de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
Circunstâncias incomunicáveis
Casos de impunibilidade
Concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração empreendida por duas ou mais
pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal, dependendo da existência de
cinco requisitos para sua configuração: pluralidade de agentes culpáveis, relevância causal das condutas
para a produção do resultado, vínculo subjetivo, unidade de infração penal para todo os agentes e exis-
tência de fato punível.
a) Pluralidade de Agentes Culpáveis: As condutas devem ser praticadas por pelo menos duas
pessoas, e, consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes. Essas condutas
podem ser principais, no caso da coautoria, ou então uma principal e outra acessória, praticadas pelo
autor e pelo partícipe, respectivamente. Os coautores ou partícipes, entretanto, devem ser culpáveis, ou
seja, dotados de culpabilidade.
b) Relevância Causal das Condutas para a Produção do Resultado: Concorrer para a infração
penal importa dizer que cada uma das pessoas deve fazer algo para que a empreitada tenha vida no
âmbito da realidade. O caput do art. 29 fala em de qualquer modo, expressão que deve ser compreendi-
da como uma contribuição pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou
simultânea à execução, devendo a conduta individual influir diretamente na produção do resultado.
c) Vínculo Subjetivo: Também denominado de concurso de vontades, impõe que todos os agen-
tes estejam ligados entre si por um vínculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico, pois caso contrário
não haverá um crime praticado com concurso, mas vários crimes simultâneos, caracterizand0º a autoria
colateral. Os agentes devem revelar vontade homogênea, visando a produção do mesmo resultado, é o
denominado princípio da convergência, o que impede a contribuição dolosa para um crime culposo, nem
a concorrência culposa para um delito doloso. Por fim, cumpre salientar que o vínculo subjetivo não exige
ajuste prévio, muito menos estabilidade da união, sendo suficiente a atuação consciente do partícipe no
sentido de contribuir para a conduta do autor, ainda que este desconheça a colaboração.
Existem diversas teorias que buscam fornecer o conceito de autor, cumprindo trazer as mais impor-
tantes e com maior chance de cobrança em nossa prova.
a) Teoria Subjetiva ou Unitária: Não diferencia o autor do partícipe. Autor é aquele que de qual-
quer modo contribuir para a produção de um resultado penalmente relevante. Seu fundamento deriva
da teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non, pois qualquer colaboração para o
resultado, independente do seu grau, a ele deu causa.
b) Teoria Extensiva: Também com fundamento da teoria da equivalência dos antecedentes, não
distingue o autor do partícipe, todavia, ao admitir causas de diminuição da pena para estabelecer diver-
sos graus de autoria, é mais suave em relação à teoria anterior. Aparece nesse âmbito a figura do cúmpli-
ce, ou seja, o autor que concorre de modo menos importante para o resultado.
c) Teoria Objetiva ou Dualista: Opera nítida distinção entre autor e partícipe, tendo sido a teoria
adotada pela lei 7.209/84 – Reforma da parte Geral do Código Penal, sendo subdividida em outras 03
(três) teorias:
Teoria objetivo-formal: Autor é quem realiza o núcleo (verbo) do tipo penal, ou seja, a conduta
criminosa descrita pelo preceito primário da norma incriminadora. Por sua vez, partícipe é quem de qual-
quer modo concorre para o crime, sem praticar o núcleo do tipo. A atuação do partícipe seria impune
se não existisse a norma de extensão pessoal prevista no caput do art. 29 do Código Penal, ou seja, a
adequação típica, na participação, é de subordinação mediata.
É a teoria adotada pelo Código Penal, devendo, entretanto, ser complementada pela teoria da
autoria mediata.
Teoria do Domínio do Fato: Foi criada na Alemanha, em 1939, por Hans Welzel, com a finalidade
de ampliar o conceito de autor. Por força dessa teoria, pode também ser considerado autor aquele que,
mesmo não realizando o núcleo do tipo, domina finalisticamente todo o seu desenrolar. Welzel dizia
que autor é o senhor do fato.
Em outras palavras, autor é quem executa uma tarefa essencial para a ocorrência do delito. Se
deixar de praticar sua conduta, o delito não acontece da forma planejada. É quem controla finalistica-
mente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de execução, seu início, cessação e demais condições.
Já o partícipe é quem executa tarefa não essencial (secundária, acessória). Será aquele que, embora
colabore dolosamente para o alcance do resultado, não exerce domínio sobre a ação.
a) Aquele que por sua vontade executa o núcleo do tipo (autor propriamente dito).
b) Aquele que planeja o crime para ser executado por outras pessoas (autor intelectual).
c) Aquele que se vale de um não culpável ou de pessoa que age sem dolo ou culpa para executar
o tipo (autor mediato).
Embora a teoria objetivo-formal seja adotada pelo Código Penal, a doutrina moderna tem traba-
lhado com a teoria do domínio do fato, como no caso de crimes tributários, onde é comum o Ministério
Público invocar a aplicação desta teoria para pedir a condenação do sócio, pois na maioria dos casos,
quem pratica a conduta de suprimir ou reduzir tributo é o empregado, gerente ou contador da pessoa
jurídica.
Contudo, os Tribunais Superiores têm advertido que a teoria do domínio do fato não permite que
a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da
conduta, fixando, então, certos limites a sua aplicação.
#DEOLHONAJURIS
Não há óbice para que a denúncia invoque a teoria do domínio do fato para dar suporte à impu-
tação penal, sendo necessário, contudo, que, além disso, ela aponte indícios convergentes no sentido
de que o Presidente da empresa não só teve conhecimento do crime de evasão de divisas, como dirigiu
finalisticamente a atuação dos demais acusados.
Assim, não basta que o acusado se encontre em posição hierarquicamente superior. Isso
porque o próprio estatuto da empresa prevê que haja divisão de responsabilidades e, em grandes corpo-
rações, empresas ou bancos há controles e auditorias exatamente porque nem mesmo os sócios têm
como saber tudo o que se passa.
STF. 2ª Turma. HC 127397/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/12/2016 (Info 850).
O diretor-geral da empresa de telefonia Vivo foi denunciado pelo fato de que na filial que funciona
no Estado de Pernambuco teriam sido inseridos elementos inexatos em livros fiscais.
Diante disso, o Ministério Público denunciou o referido diretor pela prática de crime contra a ordem
tributária (art. 1º, II, da Lei nº 8.137/90).
A denúncia aponta que, na condição de diretor da empresa, o acusado teria domínio do fato, o
poder de determinar, de decidir, e de fazer com que seus empregados contratados executassem o ato,
sendo responsável pelo delito.
O STF determinou o trancamento da ação penal afirmando que não se pode invocar a teoria do
domínio do fato, pura e simplesmente, sem nenhuma outra prova, citando de forma genérica o
diretor estatutário da empresa para lhe imputar um crime fiscal que teria sido supostamente praticado na
filial de um Estado-membro onde ele nem trabalha de forma fixa.
STF. 2ª Turma. HC 136250/PE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
#ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato tem aplicação apenas aos crimes dolosos e comissivos.
#ATENÇÃO: É preciso destacar que no julgamento da Ação Penal 470 – Caso Mensalão – alguns
ministros do STF adotaram a teoria do domínio do fato, que posteriormente ganhou força com a
edição da Lei 12.850/13 – Lei do Crime Organizado, em especial no art. 2°, § 3°, que traz a previsão
de que a pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
» Circunstâncias Incomunicáveis:
Circunstâncias incomunicáveis são as que não se estendem, isto é, não se transmitem aos coautores
ou partícipes de uma infração penal, pois se referem exclusivamente a determinado agente, incidindo
apenas em relação a ele.
Circunstâncias incomunicáveis
Elementares são os dados fundamentais de uma conduta criminosa. São os fatores que integram
a definição básica de uma infração penal. No homicídio simples, por exemplo, as elementares são matar
e alguém.
Circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para o fim de
aumentar ou diminuir a pena. No caso acima usado como exemplo, o homicídio, são circunstâncias o
relevante valor moral, o motivo torpe, o motivo fútil, dentre outras.
DAS PENAS
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Análise sobre a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa.
Não sendo cabível a substituição, análise sobre a concessão ou não da suspensão condicional da
pena (sursis), se presentes os requisitos legais.
REGIMES
Não reincidente, com pena superior a 4 anos e não excedente a 8anos. Colônia
SEMIABERTO
agrícola, industrial ou em estabelecimento similar.
Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa;
Aplicada pena privativa de liberdade com qualquer pena, se o crime for culposo;
O réu não for reincidente em crime doloso (salvo se a medida for recomendável e não ocorra
reincidência específica);
#SELIGANASSUMULAS
Súmula 718 do STF: a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.
Súmula 719 do STF: a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
Súmula 440 do STJ: fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravi-
dade abstrata do delito.
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8 anos, tem o direito
de cumprir a pena corporal em regime semiaberto (art. 33, § 2°, b, do CP), caso as circunstâncias
judiciais do art. 59 lhe forem favoráveis. A gravidade em abstrato do crime não constitui motivação
idônea para justificar a fixação do regime mais gravoso (Info 859 - STF).
-Súmula 241-STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial.
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agra-
var a pena-base.
Súmula 231-STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena
abaixo do mínimo legal.
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador,
o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
#OLHAOGANCHO
A confissão espontânea, parcial, qualificada ou retratada, todas elas, podem ser utilizadas pelo juiz,
em conjunto com as demais provas, para condenar o réu. Para o STJ, é irrelevante se a confissão é
total ou parcial, condicionada ou restrita, com ou sem retratação posterior. Basta que ela tenha sido
levada em consideração pelo magistrado para proferir a condenação. Essa é a conclusão da Súmula
545/STJ.
Súmula 269 STJ: É admissível a adoção do regime prisional SEMIABERTO aos REINCIDENTES conde-
nados a PENA IGUAL ou inferior a quatro anos SE FAVORÁVEIS AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS.
#DEOLHONAJURIS
DOSIMETRIA DA PENA. Determinado réu foi condenado por furto qualificado por rompimento
de obstáculo (art. 155, § 4º, I, do CP). O STF considerou incorreta a sentença do juiz que, na 1ª fase
da dosimetria da pena, aumentou a pena-base com fundamento em três argumentos: a) Culpabi-
lidade. O magistrado afirmou que era patente a culpabilidade do réu considerando que ele tinha
plena consciência da ilicitude de seu ato. O juiz confundiu os conceitos. Para fins de dosimetria da
pena, culpabilidade consiste na reprovação social que o crime e o autor do fato merecem. Essa
culpabilidade de que trata o art. 59 do CP não tem nada a ver com a culpabilidade como requisito
do crime (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e inexigibilidade de conduta
diversa). b) Antecedentes. O juiz aumentou a pena pelo fato de o agente já responder a quatro
outros processos criminais. A jurisprudência entende que, em face do princípio da presunção de não
culpabilidade, os inquéritos policiais e ações penais em curso não podem ser considerados maus
antecedentes (Súmula 444-STJ e STF RE 591054/SC). c) Circunstâncias do crime. O julgador conside-
rou que as circunstâncias do crime eram negativas porque o crime foi praticado com rompimento
de obstáculo à subtração da coisa. Aqui, o erro do magistrado foi utilizar como circunstância judicial
(1ª fase da dosimetria) um elemento que ele já considerou como qualificadora (inciso I do § 4º do
art. 155). Houve, portanto, bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato). STF. 2ª Turma. HC 122940/
PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016 (Info 851).
a) qualidade da pena (art. 77, caput): pena privativa de liberdade (reclusão, detenção
ou prisão simples);
b) quantidade da pena: pena privativa de liberdade não superior a 2 (dois) anos
REQUISITOS (art. 77, caput).
OBJETIVOS Exceção: pena não superior a 4 (quatro) anos, no caso de ser o condenado maior de
setenta anos de idade (sursis etário), ou por razões de saúde (sursis humanitário)
que justifiquem a suspensão (art. 77, § 2°).
No caso de concurso de crimes considera-se a soma das penas.
REQUISITO não ser o réu reincidente em crime doloso, salvo se na condenação anterior foi
SUBJETIVO: aplicada somente a pena de multa (art. 77, I, e § 1°)
d) sursis humanitário (art. 77, § 2°, segunda parte): a execução da pena privativa
de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis
anos, desde que (...) razões de saúde justifiquem a suspensão.
#ATENÇÃO importante observar que o sursis etário aplica-se ao maior de 70 anos
condenado a pena que seja superior a dois e não exceda a quatro anos de prisão.
Se a sua condenação não for superior a dois anos, o prazo do período de prova será
o comum (2 a 4 anos).
SURSIS pode ocorrer que o réu obtenha dois sursis ao mesmo tempo. Exemplo: durante o
SIMULTÂ- período de prova o réu é condenado por crime culposo ou contravenção não sendo
NEOS: revogado o sursis anterior (hipótese de revogação facultativa).
REVOGA-
A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra
ÇÃO
condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por
FACULTATI-
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
VA:
LIVRAMENTO CONDICIONAL
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA 715 DO STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefí-
cios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
a) pena privativa de liberdade igual ou superior a 1 ano, desde que o crime tenha sido cometido
com abuso do poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
#DEOLHONAJURIS
REGRA: a pena de perdimento deve ser restrita ao cargo público ocupado ou função pública exer-
cida no momento da prática do delito. EXCEÇÃO: se o juiz, motivadamente, considerar que o novo cargo
guarda correlação com as atribuições do anterior, ou seja, daquele que o réu ocupava no momento do
crime, neste caso mostra-se devida a perda da nova função como uma forma de anular (evitar) a possi-
bilidade de que o agente pratique novamente delitos da mesma natureza (Info 599 - STJ)
Não pode ser interpretado extensivamente com o intuito de permitir a cassação da aposentadoria,
ainda que a aposentadoria ocorra no curso da ação Penal, ou seja, antes da condenação. O rol do art. 92
do CP é taxativo, consoante o STJ. (INFO 552, STJ).
#DEOLHONASÚMULA:
LEI DE FALÊNCIA: o art. 181, da Lei nº 11.101/05 estabelece como efeitos da condenação: a inabi-
litação para o exercício de atividade empresarial (inciso I), o impedimento para o exercício de cargo
ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei
(inciso II) e a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio (inciso III).
Tais efeitos não são automáticos, devendo ser declarados na sentença (art. 181, §1º); (#OLHAOGAN-
CHO Com o edital de empresarial)
LEI DE TORTURA: a condenação pela prática de crime de tortura, se praticado por funcionário
público, acarretará aperda do cargo, função ou emprego público, bem como a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada (art. 1º, §5º, Lei nº 9.455/97). Trata-se de efeito
automático, segundo o STJ (REsp 1.044.866/MG);
LEI DE DROGAS: no caso de crime de tráfico de drogas envolvendo funcionário púbico, o art. 56,
§1º, da Lei nº11.343/06 permite ao juiz promover o afastamento cautelar do servidor, comunicando
ao órgão respectivo. Em caso de condenação, a perda do cargo ou função pública seguirá a regra
do art. 92, CP;
CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS: o art. 7º, da Lei nº 9.613/98 traz os efeitos da condenação,
além dos previstos no CP: I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à
prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - a interdição do exercício de cargo ou função pública
de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das
pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Há divergência:
STJ: SÚMULA 527 DO STJ: O tempo de duração da medida de segurança
DURAÇÃO MÁXIMA: não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao
delito praticado
STF: 30 anos
#ATENÇÃO A Lei da Reforma psiquiátrica propõe uma superação desse paradigma de interna-
ção/tratamento ambulatorial com base na espécie de pena! Há doutrina que defende que o trata-
mento da Medida de Segurança pelo CP fora revogado pela referida lei, mas fique atento ao texto
legal para as questões.
Morte do agente
Anistia
Graça
Indulto
Abolitio criminis
Prescrição
Decadência
Perempção
Renúncia
Perdão do Ofendido
Retratação
Perdão Judicial
RENÚNCIA AO É o ato unilateral (não depende de aceitação) e voluntário por meio do qual a
DIREITO DE pessoa legitimada ao exercício da ação penal privada abdica do seu direito de
QUEIXA queixa, antes do início do processo.
#AJUDAMARCINHO #NÃOCONFUNDA
GRAÇA INDULTO
ANISTIA
(Indulto individual) (Indulto coletivo)
É um benefício concedido
pelo Congresso Nacional, com
a sanção do Presidente da Concedidos por Decreto do Presidente da República. Apagam o
República (art. 48, VIII, CF/88) efeito executório da condenação.
por meio do qual se “perdoa” A atribuição para conceder pode ser delegada ao(s):
a prática de um fato criminoso. • Procurador Geral da República
Normalmente incide sobre • Advogado Geral da União
crimes políticos, mas também • Ministros de Estado
pode abranger outras espécies
de delito.
ESPÉCIES DE PPP
Conta-se da publicação da
Prescrição sentença condenatória para
retroativa trás e pressupõe trânsito em
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA julgado para a acusação.
SENTENÇA (ART. 110, CP)
Pena em concreto Conta-se da publicação da
Prescrição sentença condenatória para
superveniente frente e pressupõe trânsito em
julgado para a acusação.
a) Recebimento da Denúncia ou Queixa: se a denúncia for recebida por juiz de 1º grau, interrom-
pe-se com a publicação do despacho que a recebeu. Se for recebida por Tribunal, aí se conta da
sessão do julgamento do recurso (Súmula 709, STF). Se proferida por juiz incompetente, não tem o
condão de interromper.
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso
contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
#FOCANAJURISPRUDÊNCIA:
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 191 DO STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri
venha a desclassificar o crime.
REDUÇÃO PELA METADE DA PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos,
ao tempo da sentença.
#DEOLHONAJURIS:
Para que incida a redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do CP, é necessário que,
no momento da sentença, o condenado possua mais de 70 anos. Se ele só completou a idade
após a sentença, não terá direito ao benefício, mesmo que isso tenha ocorrido antes do julgamento
de apelação interposta contra a sentença. Existe, no entanto, uma situação em que o condena-
do será beneficiado pela redução do art. 115 do CP mesmo tendo completado 70 anos após a
“sentença” (sentença ou acórdão condenatório): isso ocorre quando o condenado opõe embargos
de declaração contra a sentença/acórdão condenatórios e esses embargos são conhecidos. Nesse
caso, o prazo prescricional será reduzido pela metade se o réu completar 70 anos até a data
do julgamento dos embargos. Nesse sentido: STF. Plenário. AP 516 ED/DF, rel. orig. Min. Ayres
Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2013 (Info 731). STF. 2ª Turma. HC 129696/
SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822).
No caso de crimes conexos que sejam objeto do mesmo processo, havendo sentença conde-
natória para um dos crimes e acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição
da pretensão punitiva de ambos é interrompida a cada provimento jurisdicional (art. 117, § 1º,
do CP). STJ. 5ª Turma. RHC 40177-PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/8/2015
(Info 568).
#SÚMULAS
STJ:
Súmula 191 - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 415 - O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Súmula 438 - É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com
fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.
STF:
Súmula Nº 497: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta
na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.
Súmula nº 592: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas
no código penal.
HOMICÍDIO Em regra, não é crime hediondo, salvo quando praticado em atividade de grupo
SIMPLES de extermínio, ainda que por só um agente (art. 1º, I, 1ª parte, Lei nº 8.072/90).
MOTIVO TORPE = motivo vil, repugnante. Ex.: matar um parente para ficar com
sua herança.
MOTIVO FÚTIL = insignificante, desproporcional à natureza do crime praticado.
Ex.: Concurseiro mata dono da salinha de estudo porque fechou o estabelecimen-
to mais cedo do que o previsto. #NãoFaçaIssoJamais #VaiReprovarNoPsicotécnico
#EAindaVaiPraCadeia (Rsrsrs).
Obs.: a ausência de motivo não se equipara a motivo fútil.
MEIO INSIDIOSO: agente usa de fraude para cometer crime sem que a vítima
perceba. Ex.: agente retira óleo do carro da vítima para lhe causar acidente fatal.
MEIO CRUEL: é aquele que proporciona à vítima um intenso (e desnecessário)
sofrimento físico ou mental quando a morte poderia ser ocasionada de forma
menos dolorosa.
TORTURA: o agente usa da tortura como meio para conseguir a morte da vítima,
HOMICÍDIO ou seja, trata-se de morte dolosa. Vai responder por crime de homicídio qualifi-
QUALIFICADO cado.
OBS: TORTURA COM RESULTADO MORTE (art. 1º, §3º, Lei nº 9.455/97): crime
essencialmente preterdoloso. O agente tem o dolo de torturar a vítima e, por
excesso, finda por causar-lhe a morte, culposamente.
TRAIÇÃO: é o ataque desleal, repentino e inesperado. Ex.: atirar na vítima pelas
costas.
EMBOSCADA: pressupõe o ocultamento do agente, que ataca a vítima com
surpresa. Ex.: o agente, escondido no jardim de entrada da casa da vítima, a ataca
quando esta chegava do serviço.
DISSIMULAÇÃO: fingimento, disfarçando o agente a sua intenção criminosa. Ex.:
o agente convida a vítima para jantar, levando-a para lugar ermo onde ocorre o
ataque fatal.
OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO
OFENDIDO: trata-se de caso clássico de interpretação analógica.
A Lei nº 13.142/2015 alterou o Código Penal com escopo de criar uma nova qualifi-
cadora ao crime de homicídio.
Considera-se homicídio funcional quando o agente passivo for autoridade ou
agente descrito nos artigos 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
HOMICÍDIO
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
FUNCIONAL
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
#SELIGA: houve também alteração na Lei nº 8.072/ 1990, tornando o homicídio
funcional espécie de crime hediondo.
STF INFO 849 - A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria
gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) não e ́ crime. E ́ preciso conferir inter-
pretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código Penal – que tipificam o crime de
aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no
primeiro trimestre. A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher,
bem como o princípio da proporcionalidade. STF. 1a Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco
Aurélio. julgado em 29/11/2016 (Info 849)
HOMICÍDIO QUALIFICADO X DOLO EVENTUAL:A qualificadora do motivo fútil (art. 121, § 2º,
II, do CP) é compatível com o homicídio praticado com dolo eventual? SIM. O fato de o réu
ter assumido o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a possibilidade de
o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não
se confunde com o motivo que ensejou a conduta. STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, Rel. Min. Laurita
Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. REsp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 13/06/2017
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio suposta-
mente praticado por agente que disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido - em razão
de choque com outro automóvel também participante do “racha” - tenha atingido o veículo da
vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação despro-
porcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso de “racha”, tendo em conta que
a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a
presença da qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma reação do agente a
uma ação ou omissão da vítima (INFO 583 DO STJ).
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 se o agente deixa de prestar imediato socorro
à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante
(§ 4º do art. 121 do CP). Se a vítima tiver morte instantânea, tal circunstância, por si só, é suficiente
para afastar a causa de aumento de pena prevista no § 4º do art. 121? NÃO. No homicídio culposo,
a morte instantânea da vítima não afasta a causa de aumento de pena prevista no art. 121, §
4º, do CP, a não ser que o óbito seja evidente, isto é, perceptível por qualquer pessoa (INFO
554 DO STJ).
#AJUDAMARCINHO:
É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso notur-
no (art. 155, §1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, §4º). Não existe nenhuma
incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do §4º. São circunstâncias
diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o
agente seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz
aumente a pena em 1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topo-
gráfica do §1º (vem antes do §4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto
qualificado (§ 4º) - (Info 851-STF).
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema
de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
#SELIGANATABELA:
Furto Privilegiado X Pequeno Valor X De Crime Continuado: Nos casos de continuidade delitiva,
o valor a ser considerado para fins de concessão do privilégio (artigo 155, § 2º do CP) ou do reconheci-
mento da insignificância é a soma dos bens subtraídos.
Consumação do Furto: Consuma-se o crime de furto com a inversão da posse do bem, ainda
que por breve tempo, seguida de perseguição imediata do agente ou recuperação da coisa roubada,
sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STF e STJ). TEORIA DA AMOTIO ou
APPREHENSIO.
Furto Qualificado: as qualificadoras do art. 155, §4º, CP dizem respeito ao modo de execução do
agente.
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majo-
rante do roubo.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS:
§ 7º. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substân-
cias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica
ou desvigiada.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS #AJUDAMARCINHO:
A Lei nº 13.654/2018 acrescentou uma nova hipótese de roubo majorado no inciso VI.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de
2018)
(...)
A mesma lei acrescentou um novo parágrafo ao art. 157 prevendo duas novas hipóteses de roubo
circunstanciado, com pena maior.
§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018) II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2018)
Além disso, foi alterada a redação do § 3º do art. 157 do Código Penal. Duas mudanças foram
verificadas:
2) aumentou a pena do roubo com resultado lesão corporal grave. Antes era de 7 a 15 anos. Agora
é de 7 a 18 anos. Neste ponto, a Lei nº 13.654/2018 é mais gravosa e, portanto, irretroativa.
Art. 157 (...) § 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído
pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
#ESQUEMATIZANDO:
#DEOLHONAJURIS:
O emprego de arma branca deixou de ser majorante do crime de roubo, com a modificação
operada pela Lei nº 13.654/2018, que revogou o inciso I do § 2º do art. 157 do Código Penal. Diante disso,
constata-se que houve abolitio criminis devendo a Lei nº 13.654/2018 ser aplicada retroativamen-
te para excluir a referida causa de aumento da pena imposto aos réus condenados por roubo
majorado pelo emprego de arma branca. Trata-se da aplicação da novatio legis in mellius prevista
no art. 5º, XL, da Constituição Federal. STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
17/05/2018.
Não há continuidade delitiva entre os crimes de roubo e extorsão, ainda que praticados em
conjunto. Isso porque, os referidos crimes, apesar de serem da mesma natureza, são de espécies diversas.
STJ. 5ª Turma. HC 435.792/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/05/2018. STF. 1ª Turma. HC 114667/
SP, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/4/2018 (Info 899).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
FURTO. É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repou-
so noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe
nenhuma incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São circunstân-
cias diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente
seja condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em
1/3 se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topográfica do § 1º (vem antes do §
4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º). STF. julgado em
13/12/2016 (Info 851). STJ, julgado em 4/12/2014 (Info 554).
LATROCÍNIO. Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante
armado, que deseja subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matando o
casal. João foge levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal ou um único crime
de latrocínio? STJ: concurso formal impróprio. STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio. STJ,
julgado em 17/11/2015. STF, julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE!
LATROCÍNIO. Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da
vítima, responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua
participação se revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro utilizan-
do arma de fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo que estava
estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou responsável por
vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes utilizando o carro subtraído. Depois de
João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro atirou nas vítimas, que acabaram morrendo. João
pretendia responder apenas por roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II) alegando que não participou nem
queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não
acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que atuava
em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo. STF, julga-
do em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 610 DO STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realize o agente a subtração de bens da vítima.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
SÚMULA 582 DO STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem,
mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa
e pacífica ou desvigiada.
FURTO MAJORADO: A causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto
para o furto simples como para o furto qualificado.
#SELIGANADIFERENÇA
Fraude é utilizada pelo agente com o fim de Fraude é usada como meio de obter o consenti-
burlar a vigilância da vítima que, desatenta, tem mento da vítima que, iludida, entrega voluntaria-
seu bem subtraído sem que perceba. mente o bem ao agente.
O agente faz com que a vítima entregue a coisa. O agente subtrai a coisa pretendida. Subtrair.
Constranger #OLHEOVERBO. #OLHEOVERBO.
Vantagem econômica indevida: bem móvel ou Vantagem econômica indevida: somente bem
imóvel. móvel.
DANO (ART. 163, CP) e RECEPTAÇÃO (ART. 180, CP): A Lei nº 13.531/2017 promove alteração
nas qualificadoras dos crimes de dano (art. 163 do CP) e receptação (art. 180) envolvendo bens públicos.
Corrigiu essas duas falhas e incluiu o “Distrito Federal”, as “autarquias”, as “fundações” e as “empresas
públicas” no rol do inciso III do parágrafo único do art. 163 do CP. Compare:
Súmula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou práti-
ca de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima
para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com
o agente.”
#SELIGANAJURIS
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a
216-A) e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da
vítima, a pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). O bisavô está incluído dentro
dessa expressão “ascendente”. O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra
de limitação quanto ao número de gerações. Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra
sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP. STF. 2ª Turma.
RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR: crime único ou concurso material? Para o STJ,
caso as condutas tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático,
trata-se de crime único, pois é um tipo penal misto alternativo (e não cumulativo). Consequên-
cia: a lei nova é mais favorável. Aplicação retroativa (INFO 543 DO STJ).
O agente abordou de forma violenta e sorrateira a vítima com a intenção de satisfazer sua lascívia,
o que ficou demonstrado por sua declarada intenção de “ficar” com a jovem – adolescente de 15
anos – e pela ação de impingir-lhe, à força, um beijo, após ela ser derrubada ao solo e mantida
subjugada pelo agressor, que a imobilizou pressionando o joelho sobre seu abdômen. Tal conduta
configura o delito do art. 213, § 1º do CP. STJ. 6ª Turma. REsp 1611910-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, julgado em 11/10/2016 (Info 592).
O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua roupa,
pratica, em tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP). Não importa que não tenha
havido penetração vaginal (conjunção carnal). STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco
Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin julgado em 30/8/2016 (Info 837).
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei 13.772/2018 incluiu o art. 216-B ao Código Penal, com o seguinte
texto: Registro não autorizado da intimidade sexual - Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter
íntimo e privado sem autorização dos participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano,
e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou
libidinoso de caráter íntimo.
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA A Lei 13.718/2018 alterou o art. 225 do Código Penal, que passa a ter o
seguinte texto: Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública incondicionada. Assim, a discussão que havia na doutrina e na jurisprudência
acerca da ação penal ser pública incondicionada ou pública condicionada à representação, para
alguns crimes contra a dignidade sexual, perdeu objeto, sendo que todos os crimes contra a digni-
dade sexual passam a ser de ação pública incondicionada.
#OLHAOGANCHO Apesar de não ser equiparado a hediondo, por expressa disposição legal, o
crime de tráfico de pessoas exige o cumprimento de 2/3 da pena para concessão de livra-
mento condicional.
FALSIDADE MATERIAL (Art. 297 e 298 do CP) FALSIDADE IDEOLÓGICA (Art. 299 do CP)
#AJUDAMARCINHO #DEOLHONAJURIS
Inserir informação falsa em currículo Lattes não configura crime de falsidade ideológica.
Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. Isso
não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque: 1) currículo Lattes não é considerado
documento por ser eletrônico e não ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é passível de averigua-
ção e, portanto, não é objeto material de falsidade ideológica. Quando o documento é passível de
averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica mesmo que o agente tenha
nele inserido informações falsas. STJ. 6ª Turma. RHC 81451-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).
Falsa declaração de hipossuficiência não configura falsidade ideológica (art. 299). É atípica
a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios da
justiça gratuita. A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, com a finalidade
de obter os benefícios da gratuidade de justiça, não é crime, pois aludida manifestação não pode
ser considerada documento para fins penais, já que é passível de comprovação posterior, seja por
provocação da parte contrária seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da causa. STJ. 6ª Turma.
HC 261074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ-SE), julgado em
5/8/2014 (Info 546).
Colocar fita na placa: crime do art. 311 do CP. A norma contida no art. 311 do Código Penal busca
resguardar a autenticidade dos sinais identificadores dos veículos automotores, sendo, pois, típica,
a simples conduta de alterar, com fita adesiva, a placa do automóvel, ainda que não caracterizada a
finalidade específica de fraudar a fé pública. Assim, a conduta de colocar uma fita adesiva ou isolan-
te para alterar o número ou as letras da placa do carro e, assim, evitar multas, pedágio, rodízio etc.,
configura o delito do art. 311 do CP. STF. 2ª Turma. RHC 116371/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 13/8/2013 (Info 715). STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1327888/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
03/03/2015.
Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de documento falso (art. 304):
É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com fundamento
em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados da confissão do acusado,
sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da materialidade do crime, especialmente
se a defesa não requereu, no momento oportuno, a realização do referido exame. O crime de uso
de documento falso se consuma com a simples utilização de documento comprovadamente falso,
dada a sua natureza de delito formal. STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida
Guilherme (Desembargador convocado do TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553).
O falso pode ser absorvido pelo descaminho, ainda que a pena da falsidade seja maior que do
descaminho (Info 587-STJ).
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica,
ainda que em situação de alegada autodefesa. Aprovada em 25/03/2015, DJe 06/04/2015.
SÚMULA 546 DO STJ:A competência para processar e julgar o crime de uso de documento
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Utilizar de palavras de
O agente se opõe ao ato legal Basta que o agente descumpra menosprezo para com o
mediante violência ou ameaça a ordem legal de forma pacífi- funcionário público no exercí-
à pessoa ca, sem violência ou ameaça. cio da sua função ou em razão
dela.
COMUNICAÇÃO FALSA DE
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA AUTOACUSAÇÃO FALSA
CRIME
Súmula 599, STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração
pública.”
#DEOLHONAJURIS
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime,
conforme previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3a Seção. HC 379.269/MS, Rel. para acórdão
Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/05/2017.
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma
remunerada em defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judi-
ciária gratuita, enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais. Sendo equi-
parado a funcionário público, é possível que responda por corrupção passiva (art. 317 do CP). STJ.
5ª Turma. HC 264459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a causa de aumento
do art. 327, § 2º, do CP. (Info 816 - STF). É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de “imposição hierárquica”). A causa de aumento do § 2º do art. 327
aplica-se aos agentes políticos, inclusive o Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador de Estado) –
Info 757 do STF.
#SELIGA O STF (INFO 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para
a realização de deslocamentos por interesse particular.
#NÃOCONFUNDIR: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expres-
sa previsão legal. Veja a redação do art. 1°, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de respon-
sabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente
do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio
ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos.
A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e corrupção
passiva (arts. 316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-base alegando que
os “motivos do crime” (circunstância judicial do art. 59 do CP) seriam desfavoráveis. STJ. 3ª Seção.
EDv nos EREsp 1196136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/5/2017 (Info 608).
CRIMES HEDIONDOS
#NOVIDADELEGISLATIVA LEI 13.497/2017. Altera a Lei n°. 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir
o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito no rol dos crimes hediondos
CRIMES HEDIONDOS
a) Tortura;
EQUIPARADOS: b) Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins;
c) Terrorismo.
LIVRAMENTO Cumprir 2/3 da pena, desde que não seja reincidente específico em crimes
CONDICIONAL: hediondos.
a) cumprir 1/6 da pena (crime s cometidos antes da Lei 11.464/07 - Súmula 471
PROGRESSÃO DE STJ);
REGIME: b) cumprir 2/5 da pena, se réu primário, ou 3/5, se reincidente específico
(crimes cometidos após a Lei 11.464/07).
PRISÃO
30 + 30 dias.
TEMPORÁRIA:
#ATENÇÃO #AJUDAMARCINHO
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime
equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do
Superior Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595).
O que dizia a Súmula 512-STJ: “A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º,
da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas.”
CRIMES DE TORTURA
ESPÉCIES DE TORTURA
TORTURA Causa INTENSO sofrimento físico ou mental por meio de violência ou grave
CASTIGO ameaça (art. 1º, II, da Lei 9.455/97).
Art. 1º, II, parágrafo 1º, Lei 9.455/97 (Submeter pessoa presa ou sujeita a medida
TORTURA
de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
SEM MOTIVAÇÃO
não previsto em lei ou não resultante de medida legal)
art. 1º, II, parágrafo 2º, da Lei 9.455/97 (aquele que tinha o dever de evitar ou
TORTURA
apurar, se omite diante da conduta daquele que submete pessoa presa ou que
IMPRÓPRIA
cumpre medida de segurança a sofrimento físico ou mental).
Artigo 121, §2º, III do CP. Artigo 1º, §3º da lei 9.455/97
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
CAUSAS DE AUMENTO:
#DIZERODIREITO #DEOLHONAJURIS
Dessa forma, não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da
pena no regime prisional fechado.
STJ. 5ª Turma. HC 383090/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 21/03/2017.
STJ. 6ª Turma. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 11/10/2016.
Obs: existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de tortura deveria
ser obrigatoriamente o fechado: HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/6/2015. Penso
que se trata de uma posição minoritária e isolada do Min. Marco Aurélio. Os demais Ministros acom-
panharam o Relator mais por uma questão de praticidade do que de tese jurídica. Isso porque os
demais Ministros entendiam que, no caso concreto, nem caberia habeas corpus, considerando que
já havia trânsito em julgado. No entanto, eles não aderiram expressamente à tese do Relator. Não há
fundamento que justifique o § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90 (que obriga o regime inicial fechado
para crimes hediondos) ter sido declarado inconstitucional e o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 (que
prevê regra semelhante para um crime equiparado a hediondo) não o ser. Em provas de concurso,
deve-se ter atenção para a redação do enunciado.
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência de relações domésti-
cas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta da causa de aumento de pena
prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei nº 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante genérica estatuída no
art. 61, II, “f”, do Código Penal. STJ. 6ª Turma. HC 362634-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 16/8/2016 (Info 589).
O STJ, no Informativo de nº 577, decidiu que a tortura de preso custodiado em delegacia praticada
por policial constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
OBSTRUÇÃO OU
EMBARAÇO DE
O art. 2º, §1º, da lei nº 12.850/13 traz causa de equiparação de pena àquele
INVESTIGAÇÃO
que de alguma forma impedir ou embaraçar a investigação penal que
DE INFRAÇÃO
envolva organização criminosa. Não é delito de concurso necessário (como
PENAL REFERENTE
o caput). O bem jurídico tutelado, nesse caso, é a Administração da Justiça.
À ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA:
LEI DE ORGANIZA-
LEI DE DROGAS ECA
ÇÕES CRIMINOSAS
Não poderá exceder o
prazo de 90 (noventa)
dias, sem prejuízo de
eventuais renovações,
Prazo de até 6 (seis)
desde que o total
Não há previsão de meses, sem prejuízo
não exceda a 720
prazo. de eventuais renova-
(setecentos e vinte)
ções.
dias e seja demonstra-
da sua efetiva necessi-
dade, a critério da
autoridade judicial.
TODOS EXIGEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
#MAISUMGANCHO
LEI DE ORGANIZAÇÕES
LEI DE DROGAS LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS
CRIMINOSAS
CRIMES AMBIENTAIS
1. multa;
2. restritivas de direitos:
2.1. suspensão parcial ou total de
atividades;
2.2. interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
PENAS APLICA- 2.3 proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
DAS ÀS PESSOAS subvenções ou doações;
JURÍDICAS 3. prestação de serviços à comunidade:
3.1. custeio de programas e de projetos ambientais;
3.2. execução de obras de recuperação de áreas
degradadas;
3.3. manutenção de espaços públicos;
3.4. contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
SUBSTITUIÇÃO
nos crimes dolosos a pena do crime deve ser inferior a 4 anos.
DA PPL PELA
#NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser de até 4 anos.
PRD:
SUSPENSÃO
Condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.
CONDICIONAL
#NÃOCONFUNDA: no CP a pena deve ser não superior a 2 anos.
DA PENA:
TRANSAÇÃO exige a prévia composição do dano ambiental atestada pelo laudo competen-
PENAL: te.
#DEOLHONAJURIS
O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo
suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se
exigindo, portanto, a realização de perícia. Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade
de animais ou a destruição significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa. STJ.
3ª Seção. EREsp 1417279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624).
A pessoa jurídica, mesmo podendo ser sujeito passivo de crimes ambientais, não pode ser paciente
de habeas corpus. Pode até ser impetrante, mas nunca paciente, o que não a afasta a possibilidade
de ser beneficiada indiretamente por um HC trancativo.
EXCEÇÕES
Obs.: Crimes cometidos nas áreas do artigo 225, §4º da CF seguem a regra geral de competência.
Ou seja, somente serão (rio interestadual, por ex.) da competência da justiça federal se houver inte-
resse específico e direto da União. Atenção! Patrimônio nacional é sinônimo de patrimônio da nação
brasileira e não patrimônio da União.
Se o animal estiver na lista do IBAMA dos animais ameaçados de extinção, a competência será da
justiça federal.
Crime de liberação de OGM (organismo geneticamente modificado – Ex.: Soja transgênica) no meio
ambiente será julgado pela justiça federal, já que os efeitos do crime extrapolam as fronteiras do
estado onde está o OGM.
LEI DE DROGAS
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
O art. 33, caput, é um crime de ação múltipla, de modo que, se praticar diferentes condutas previs-
tas nesse dispositivo, apenas resta configurado um único crime. Não há causa de aumento pelo concurso
de pessoas;
#ATENÇÃO – O STJ, em recente decisão, mudou seu entendimento, firmando posição no senti-
do de que a condenação pelo art. 28 da Lei de Drogas não mais configura reincidência, confor-
me julgado abaixo:
A condenação pelo art. 28 da Lei 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO confi-
gura reincidência. O porte de droga para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006,
possui natureza jurídica de crime. O porte de droga para consumo próprio foi somente despenalizado
pela Lei nº 11.343/2006, mas não descriminalizado. Obs: despenalizar é a medida que tem por objetivo
afastar a pena como tradicionalmente conhecemos, em especial a privativa de liberdade. Descriminali-
zar significa deixar de considerar uma conduta como crime. Mesmo sendo crime, o STJ entende que a
condenação anterior pelo art. 28 da Lei nº 11.343/2006 (porte de droga para uso próprio) NÃO configura
reincidência. Argumento principal: se a contravenção penal, que é punível com pena de prisão simples,
não configura reincidência, mostra-se desproporcional utilizar o art. 28 da LD para fins de reincidência,
considerando que este delito é punido apenas com “advertência”, “prestação de serviços à comunida-
de” e “medida educativa”, ou, seja, sanções menos graves e nas quais não há qualquer possibilidade
de conversão em pena privativa de liberdade pelo descumprimento. Há de se considerar, ainda, que
a própria constitucionalidade do art. 28 da LD está sendo fortemente questionada. STJ. 5ª Turma. HC
453437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 04/10/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 21/08/2018 (Info 632).
O Art. 28 não importará prisão em flagrante, devendo o autor ser imediatamente encaminhado
ao juízo competente, ou, na falta, assumir o compromisso de comparecer, lavrando-se termo circunstan-
ciado. Aqui a impossibilidade é absoluta. Jamais haverá prisão.
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO
Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se
configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a trans-
posição de fronteiras.
TRÁFICO DE DROGAS. Agente que pratica delitos da Lei de Drogas envolvendo criança ou adoles-
cente responde também por corrupção de menores? Caso o delito praticado pelo agente e pelo
menor de 18 anos não esteja previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu responderá pelo
crime da Lei de Drogas e também pelo delito do art. 244-B do ECA (corrupção de menores). Caso
o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos seja o art. 33, 34, 35, 36 ou 37 da Lei nº
11.343/2006: ele responderá apenas pelo crime da Lei de Drogas com a causa de aumento de pena
do art. 40, VI. Não será punido pelo art. 244-B do ECA para evitar bis in idem. Na hipótese de o
delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de
Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, porém, se a conduta
estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito,
mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma.
REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/11/2016 (Info 595).
LEI DE DROGAS. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para
formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o bene-
fício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (Info 596). #IMPORTANTE
LEI DE DROGAS. Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar
o benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com
ele foi muito elevada? O tema é polêmico. 1ª Turma do STF: encontramos precedentes afirmando
que a grande quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício.
Nesse sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja
integrado, de alguma forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento
da causa de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844). 2ª Turma do STF: a quantidade de drogas encontrada não
constitui, isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto
no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (RHC 138715/MS,Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
23/5/2017. Info 866). STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min.Ricardo Lewandowski, julgado em
23/5/2017 (Info 866). Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso
seja perguntado, penso que a 2ª corrente é majoritária.
Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33, responderá
apenas pelo art. 36 da Lei de Drogas.
Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do art. 33, respon-
derá apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (não será condenado pelo art. 36) - (Info
534 - STJ)
Segundo o STJ e o STF, para configuração do tipo de associação para o tráfico (art. 35), é necessá-
rio que haja estabilidade e permanência na associação criminosa. É atípica a conduta se não
houver ânimo associativo permanente (duradouro), mas apenas esporádico (eventual).
a) se o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não está previsto nos arts. 33 a 37 da
Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de corrupção de menores, além do tráfico
de drogas;
b) se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por
aquele delito, mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006
(Info 595 -STJ).
Se o tráfico de drogas ocorrer nas imediações de um estabelecimento prisional (art. 40, III), inci-
dirá a causa de aumento, não importando quem seja o comprador do entorpecente. É irrelevante
se o agente infrator visa ou não aos frequentadores daquele local (Info 858).
Para incidir a majorante do art. 40, III, é necessário que haja a efetiva comercialização da droga pelo
agente dentro do meio de transporte público.
A natureza e a quantidade da droga NÃO podem ser utilizadas para aumentar a pena-base do
réu e também para afastar o tráfico privilegiado ou para, reconhecendo-se o direito ao benefício,
conceder ao réu uma menor redução de pena, sob pena de bis in idem.
#CUIDADO: A súmula 512, STJ foi cancelada, de maneira que o crime de tráfico privilegiado
não deve ser considerado hediondo.
DESARMAMENTO
POSSE PORTE
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
NORMA PENAL EM BRANCO: Os tipos penais, ao fazerem menção a arma de fogo, acessório
ou munição de uso permitido ou restrito, devem ser complementados pelos Decretos 3.665/2000 e
5.123/2004.
PORTE DE MUNIÇÃO, SEM ARMA: É crime. Excepcionalmente, o STF (INFO 826) entende ser
atípica a conduta de portar munição desacompanhada de arma de fogo na forma de pingente.
#ATENÇÃO
OMISSÃO DE CAUTELA: Único crime do Estatuto que admite a modalidade culposa. Para ocor-
rer a consumação é necessário que o menor de 18 anos, ao menos, se apodere da arma de fogo. É um
crime omissivo, culposo e próprio. É um exemplo de crime culposo com tipo penal fechado (aquele tipo
em que a conduta ilegal do agente é completamente prevista pelo código)
#ATENÇÃO Se o agente tem a posse ilegal de arma e a deixa ao alcance de um menor, responde
pelos delitos de posse ilegal de arma de fogo (art. 12) e omissão de cautela (art. 13) em concurso
material de crimes (art. 69 do Código Penal).
CRIANÇA E ADOLESCENTE: vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente constitui o crime do art. 16, V (tipo penal
autônomo).
#SELIGANAJURIS
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta
do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido
com registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. (Info 572
do STJ)
A posse (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de arma de fogo configura crime
mesmo que ela esteja desmuniciada. Da mesma forma, a posse ou o porte apenas da munição
(ou seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal conduta consiste em crime de
perigo abstrato, para cuja caracterização não importa o resultado concreto da ação. STF. 1ª Turma.
HC 131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (Info 844).
Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de
fogo tenha sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial para
a comprovação da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes previstos no arts. 12, 14
e 16 da Lei 10.826/2003 são de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança coletiva.
No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo constatar que a arma não tem nenhu-
ma condição de efetuar disparos não haverá crime.
SÚMULA 513 DO STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal
de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
LAVAGEM DE CAPITAIS
2ª GERAÇÃO: Há uma ampliação do rol de crimes antecedentes, porém, este rol é taxativo.
#NÃOESQUEÇA: no Brasil a Lei de Lavagem de Dinheiro surgiu como norma de segunda geração,
e atualmente pode ser classificada como norma da terceira geração de crimes de lavagem de
capitais.
Basta que seja demonstrada a prática de uma Passará a ser punido o crime de lavagem de
conduta típica e ilícita. capitais.
Absolvição com base na atipicidade ou licitu- Não será punível o crime de lavagem de
de capitais.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
COLABORAÇÃO PREMIADA: A pena poderá ser reduzida de um a dois terçose ser cumprida
em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la,
a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos
“KNOW YOUR COSTUMER”: o art. 10 da Lei 9.613/98 consagra a chamada política do “knowyour-
costumer”, uma das armas mais poderosas no combate à lavagem de capitais, segundo a qual é
dever da instituição financeira conhecer o perfil de seu correntista de forma que seja possí-
vel a definição de um padrão de movimentação financeira compatível com seus rendimen-
tos declarados. Existindo incompatibilidade de movimentação, a notícia dessa operação suspeita
deve ser encaminhada à autoridade administrativa responsável que adotará as providências cabíveis
quanto à verificação da legalidade da operação.
COMPETÊNCIA: Em regra, a competência para processo e julgamento dos crimes previstos na Lei
de Lavagem de Capitais é da Justiça Comum Estadual. Excepcionalmente, a legislação atribui
a competência à Justiça Federal, nos seguintes casos:
JUSTA CAUSA DUPLICADA: Não basta a presença de lastro probatório quanto à ocultação de
capitais, sendo indispensável a demonstração de que tais valores são provenientes, direta ou indi-
retamente, de infração penal. Em outros termos, a denúncia deverá ser instruída com indícios sufi-
cientes da existência da infração penal antecedente.
ARTIGO 366 DO CPP: A Lei de Lavagem de Capitais estabelece regra especial, vedando a aplica-
ção do artigo 366 do Código de Processo Penal e determinando que no caso de citação por
edital, se o acusado não comparecer e nem constituir advogado, deve ser dado prosseguimento
ao feito, com nomeação de defensor dativo.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA: Para a acusação, bastarão indícios suficientes da infração penal
para que o juiz decrete as medidas assecuratórias de bens, dinheiros ou valores do investigado
ou acusado, por outro lado, caberá à defesa comprovar a licitude dos bens, dinheiros ou valores
apreendidos para conseguir sua liberação, exigindo-se prova plena, com juízo de certeza, para que
se proceda à restituição do patrimônio no curso da investigação ou da ação penal.
#CALMALÁ: Para procedência do pedido de restituição dos bens formulado antes da sentença
condenatória, o ônus probatório recai sobre a defesa, que deverá comprovar a licitude da origem
do patrimônio. Por outro lado, quando da sentença condenatória, o ônus da prova quanto à
demonstração da ilicitude recairá sobre o Ministério Público.
cional, a autoridade jurisdicional brasileira pode colaborar com autoridade estrangeira competente,
no sentido de determinar medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1° da Lei n° 9.613/98 praticados no estrangeiro.
Art. 8º, §1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção
internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao
Brasil.
#DEOLHONAJURIS
O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da Lei
nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime permanen-
te. A característica básica dos delitos permanentes está na circunstância de que a execução desses
crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um alongar temporal. Quem
oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido. Assim, o prazo
prescricional somente tem início quando as autoridades tomam conhecimento da conduta
do agente. STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
a) Ação ou omissão;
f ) no âmbito da unidade doméstica, familiar ou em qualquer relação íntima de afeto (art. 5º):
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendi-
da, independentemente de coabitação.
VIOLÊNCIA
Qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
FÍSICA
VIOLÊNCIA
Qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
MORAL
#SURRADESUMULAS #SAINDODOFORNO
Súmula 588, STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos.”
Súmula 589, STJ: “É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais
praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.”
Súmula 600, STJ: “Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei
n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.”
LEI MARIA DA PENHA. A ação penal nos crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento
da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública incondicionada. STJ. 3ª Seção. Pet 11.805-DF,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 103/5/2017 (recurso repetitivo) (Info 604).
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada.
SÚMULA 536 DO STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se apli-
cam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA #NOTÍCIAQUENTE
A Lei n° 13.641/2018 alterou a Lei Maria da Penha passando a prever expressamente um crime
específico para o descumprimento de medidas protetivas:
“Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas
nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
#ATENÇÃO Antes da inovação legislativa, o STJ entendi que o descumprimento das medidas prote-
tivas não ensejava o delito de desobediência (art. 330, CP)
Outro ponto que merece destaque é a previsão expressa da impossibilidade de concessão de fiança
por parte do Delegado de Polícia para o referido crime, que em tese comportaria tal medida caute-
lar pelo quantum da pena:
#SELIGA Era costume falar que a Lei Maria da Penha não trazia crimes, mas apenas os mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar com a mulher, mas com o novo art. 24-A passamos a ter
o primeiro delito previsto expressamente na Lei n° 11.340/2006.
CRIANÇA E ADOLESCENTE
#FOCONAJURIS
Competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA praticado por meio de Whatsapp
ou chat do Facebook: Justiça Estadual. O STF fixou a seguinte tese: Compete à Justiça Fede-
ral processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir material pornográfico
envolvendo criança ou adolescente (arts. 241, 241-A e 241-B do ECA), quando praticados por meio
da rede mundial de computadores (internet). STF. Plenário. RE 628624/MG, Rel. orig. Min. Marco
Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e 29/10/2015 (repercussão geral) (Info
805). O STJ, interpretando a decisão do STF, afirmou que, quando se fala em “praticados por meio da
rede mundial de computadores (internet)”, o que o STF quer dizer é que a postagem de conteúdo
pedófilo-pornográfico deve ter sido feita em um ambiente virtual propício ao livre acesso. Por outro
lado, se a troca de material pedófilo ocorreu entre destinatários certos no Brasil, não há relação
de internacionalidade e, portanto, a competência é da Justiça Estadual. Assim, o STJ afirmou que
a definição da competência para julgar o delito do art. 241-A do ECA passa pela seguinte análise:
• Se ficar constatada a internacionalidade da conduta: Justiça FEDERAL. Ex: publicação do mate-
rial feita em sites que possam ser acessados por qualquer sujeito, em qualquer parte do planeta,
desde que esteja conectado à internet. • Nos casos em que o crime é praticado por meio de troca
de informações privadas, como nas conversas via Whatsapp ou por meio de chat na rede social
Facebook: Justiça ESTADUAL. Isso porque tanto no aplicativo WhatsApp quanto nos diálogos (chat)
estabelecido na rede social Facebook, a comunicação se dá entre destinatários escolhidos pelo
emissor da mensagem. Trata-se de troca de informação privada que não está acessível a qualquer
pessoa. Desse modo, como em tais situações o conteúdo pornográfico não foi disponibilizado em
um ambiente de livre acesso, não se faz presente a competência da Justiça Federal. STJ. 3ª Seção.
CC 150564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/4/2017 (Info 603).
Competência no caso de pessoa que “baixa” conteúdo pedófilo da internet. Pessoa que
“baixa” da internet e armazena, em computador da escola, vídeos pornográficos envolvendo crian-
ças e adolescentes pratica o delito do art. 241-A, § 1º, I, do ECA, sendo esta conduta, neste caso
concreto, crime de competência da Justiça Estadual. STJ. 3ª Seção. CC 103011-PR, Rel. Min. Assusete
Magalhães, julgado em 13/3/2013 (Info 520).
Possibilidade de configuração dos crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA mesmo que as víti-
mas estivessem vestidas. Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em
poses nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças
de roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adéquam, respectivamente, aos tipos do
art. 240 e 241-B do ECA. Portanto, configuram os crimes dos arts. 240 e 241-B do ECA quando
fica clara a finalidade sexual e libidinosa de fotografias produzidas e armazenadas pelo agente,
com enfoque nos órgãos genitais de adolescente — ainda que cobertos por peças de roupas —,
e de poses nitidamente sensuais, em que explorada sua sexualidade com conotação obscena e
pornográfica. STJ. 6ª Turma. REsp 1543267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
3/12/2015 (Info 577).
#APOSTACICLOS Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser conde-
nado por dois crimes de corrupção de menores (art. 244-B do ECA). A prática de crimes
em concurso com dois adolescentes dá ensejo à condenação por dois crimes de corrupção de
menores. Ex: João (20 anos de idade), em conjunto com Maikon (16 anos) e Dheyversson (15 anos),
praticaram um roubo. João deverá ser condenado por um crime de roubo qualificado e por dois
crimes de corrupção de menores, em concurso formal (art. 70, 1ª parte, do CP). STJ. 6ª Turma. REsp
1680114-GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 10/10/2017 (Info 613).
DIREITO ELEITORAL2
Princípio democrático. Preceitua a carta Magna: “todo poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (Art. 1º, Parágrafo Único,
CF). Tal preceito constitucional informa que o Brasil adotou uma Democracia Representativa.
Segundo Canotilho, “os cidadãos dele [Estado] participam, sendo seus artífices e destinatários prin-
cipais de suas emanações. Assim, os próprios cidadãos são responsáveis pela formulação e execução das
políticas públicas.”
Princípio federativo. A CF diz em seu art. 1°, caput: “A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal...”. Além disso, a forma federativa de
Estado é assegurada como cláusula pétrea pela Constituição (art. 60, §4º)
Princípio do voto direto e secreto. A constituição elevou a status de cláusula pétrea o direito ao
voto direto, secreto universal e periódico (art. 60, §4º).
Participação popular ou acesso democrático. Conforme a CF, em seu Art. 14, a soberania popu-
lar será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos
termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.
Princípio da anualidade (art. 16, CF): a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Princípio dispositivo: Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz elei-
toral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propa-
ganda eleitoral em desacordo com a Lei n. 9.504/97.
Princípio da publicidade, as ações eleitorais devem ser públicas. Até mesmo a AIME (Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo), que tem previsão constitucional, art. 14, § 11, e deve correr em segredo
de justiça, terá seu julgamento aberto ao público.
» SISTEMAS ELEITORAIS
O sistema majoritário busca garantir a eleição de candidatos que conseguem arrecadar mais
votos. Aplicável às eleições de Presidente, Governador, Prefeitos e Senadores.
Para os cargos de Presidente, Governador e Prefeitos noS municípios com mais de 200 mil eleitores
a Constituição prevê a realização de um segundo turno de votação, caso um candidato não alcance mais
de 50% dos votos válidos.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos,
realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
no art. 77.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os
seguintes preceitos:
O sistema proporcional busca garantir que os cargos sejam distribuídos de forma proporcional em
relação à quantidade de votos recebidos pelos pelo partido ou coligação.
Art. 17 (...)
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer
regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigato-
riedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
» ELEIÇÕES
Importante ficar atento às alterações trazidas pela minirreforma eleitoral, fazendo uma leitura minu-
ciosa do texto da lei, destacando as principais diferenças entre os artigos anteriores e os artigos atual-
mente em vigência.
» ALIESTAMENTO ELEITORAL
Essa regra é regulamentada pelo § 1º do artigo 17 da Resolução TSE no 21.538/2003, que assim
dispõe: “Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, caberá recurso interposto pelo alistan-
do no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de partido político no
prazo de dez dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá
ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao
alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei no 6.996/82, art. 7º).
Art. 14, CF § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de 18 anos;
II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de 70 anos; c) os maiores de 16 e menores
de 18 anos.
#ATENÇÃO
Dispõe o art. 6º do Código Eleitoral que o alistamento também não é obrigatório em relação
aos inválidos e aos que se encontrem fora do País; e que o voto não é, outrossim, obrigatório
em relação aos enfermos, aos que se encontrem fora do seu domicílio e aos funcionários
civis e militares que estejam em serviço que os impossibilite de votar.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
#ATENÇÃO
O Código Eleitoral dispõe que não podem se alistar como eleitores os que não saibam exprimir-se
na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos políticos
(art. 5º do CE).
OBS: O dever de renúncia (dever de desincompatibilização), não atinge o Vice, recaindo apenas
sobre o Chefe do Poder Executivo.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15 DIAS conta-
dos da Diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
Art. 81, CF: vagando os cargos de Presidente e Vice nesse período, cabe ao Congresso Nacional
escolher o Presidente da República (art. 81 da CF), sendo válido acrescentar que o STF entende que
esse modelo não é obrigatório para os Estados e Municípios, que possuem autonomia para
copiar ou criar de maneira diferente.
» REGISTRO DE CANDIDATURA
Art. 27 […] § 12. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no
momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas
ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade (Lei no 9.504/1997, art. 11,
§ 10). § 13. As ressalvas previstas no § 12 também se aplicam às hipóteses em que seja afastada a
ausência de condições de elegibilidade.
#SELIGANASÚMULA:
Súmula no 3 do TSE: “No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para
o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado
o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário.” Tornou-se pacífico esse entendimento: “1.
A jurisprudência deste Tribunal admite a apresentação de documento faltante até a oposição de
embargos de declaração na instância ordinária, desde que não tenha sido aberto o prazo de 72
horas previsto no art. 32 da Res. – TSE no 23.373/2011. […].” (TSE – AgR-REspe no 27609/RJ – PSS
27-9-2012).
Súmula 11-TSE: No processo de registro de candidatos, o partido que não o impugnou não tem
legitimidade para recorrer da sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria constitucional.
O militar, para candidatar-se, não precisa estar filiado a partido político. Exige-se, no entanto, que
O Plenário do STF reconheceu que o Ministério Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer
de decisão que deferiu registro de candidatura, mesmo que não tenha apresentado impugnação
ao pedido inicial desse registro.
O STF, com essa decisão, modifica a posição até então dominante no TSE.
Vale ressaltar, no entanto, que esse novo entendimento manifestado pelo STF foi modulado e só
valerá a partir das eleições de 2014.
Assim, nos recursos que tratam sobre o tema, referentes ao pleito de 2012, deverá continuar sendo
aplicado o entendimento do TSE que estendia ao MP a regra da Súmula 11-TSE.
STF. Plenário. ARE 728188/RJ. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 18/12/2013 (Info 733).
O Ministério Público Eleitoral, qualquer candidato, partido político ou coligação podem impugnar
(contestar) os registros. O prazo para essa impugnação é de cinco dias após a publicação do edital com
o nome dos candidatos ofertados por partidos e coligações feita na Justiça Eleitoral.
Embora o Código Eleitoral tenha previsto que qualquer eleitor poderia impugnar candidatu-
ras, a LC nº 64/90 não previu essa possibilidade, derrogando aquela norma. O que o cidadão deve
fazer, então, é dar conhecimento ao Ministério Público quando souber de alguma causa impeditiva a uma
candidatura. Por exemplo: agente político que se afasta nominalmente do cargo, mas continua exercendo
de fato as funções. Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá, no prazo de cinco dias
contados da publicação do edital relativo ao pedido de registro, dar notícia de inelegibilidade ao Juízo
Eleitoral competente, mediante petição fundamentada, apresentada em duas vias (art. 2º da LC nº 64/90
e art. 41 da Resolução nº 23.405/2014).
Por ser matéria de ordem pública, no processo de registro é dado ao órgão judicial afirmar de ofício
a ausência de condição de elegibilidade. Também a pessoa legitimada pode impugnar o pedido de regis-
tro, valendo-se, para tanto, da ação de impugnação de registro de candidatura – AIRC.
Devido à sua natureza constitucional, a matéria em apreço não se submete à preclusão temporal.
De tal maneira, caso a falta de condição de elegibilidade não seja arguida na ocasião do registro e o
candidato venha a ser eleito, poderá ter seu diploma impugnado via recurso contra expedição de diplo-
ma (RCED), conforme prevê o artigo 262 do CE, com a redação dada pela Lei no 12.891/ 2013.
É facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro inde-
ferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o
termo final do prazo do registro (Lei n° 9.504/97, art. 13, caput; LC n° 64/90, art. 17; Código Eleitoral, art.
101, § 10). O pedido de registro do substituto deve ser feito até 10 dias contados do fato ou da
notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei n° 9.504/97, art. 13, § 1°).
A substituição poderá ser requerida até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando
poderá ser solicitada mesmo após esse prazo (art.61, § 2º, da Resolução nº 23.405/14)
No que concerne à negação de diploma, vale registrar que a impugnação à diplomação é feita pelo
recurso contra expedição de diploma (RCED), previsto no art. 262 do CE. A Lei no 12.891/2013 conferiu
nova redação a esse dispositivo, prevendo expressamente, o cabimento de RCED no caso de “falta de
condição de elegibilidade”. Devido à sua natureza constitucional, essa matéria não se submete à preclu-
são temporal. Logo, poderá ser arguida tanto a falta de condição de elegibilidade já existente na fase de
registro de candidatura, quanto a surgida posteriormente.
#SINTETIZANDO
O sistema eleitoral brasileiro contém uma série de regras com relação aos deveres dos candidatos
para cargos políticos. Dentro desse âmbito encontram-se as fases do processo eleitoral que são
uma espécie de guia para que os partidos e políticos tenham suas candidaturas deferidas.
Basicamente, o processo eleitoral configura-se como as fases que compõem as eleições, compreen-
dendo inclusive um breve período posterior à votação. Ele é de responsabilidade da Justiça Eleitoral,
que elabora as regras em âmbito municipal, estadual e federal.
No caso da esfera federal, a Justiça Eleitoral conta com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal
Eleitoral Regional (TRE), ambos compostos por juízes e juntas eleitorais, que são encarregados por
fazerem que o processo aconteça dentro da legislação. Fazem parte das funções da Justiça Eleitoral
organizar, fiscalizar e realizar as eleições regulamentando-as de acordo com o processo eleitoral. As
fases mais conhecidas são a de votação, totalização de votos e divulgação dos resultados.
Porém, o processo eleitoral ainda conta com outras etapas igualmente cruciais, como o cadastro
dos políticos e partidos, logística eleitoral e, até mesmo, a prestação de contas e diplomação dos
candidatos eleitos pela votação.
Depois de entender sobre o que é o processo eleitoral e a sua importância, vamos falar sobre as
fases que o constituem. Como dissemos, elas começam bem antes do que grande parte dos eleito-
res imaginam e continuam mesmo após a posse do candidato eleito. Confira a seguir quais são elas
e o que acontece em cada momento!
Registro de candidatos
O registro de candidatos é a primeira entre as fases do processo eleitoral. Para que isso ocorra, é
necessário que o indivíduo que está pleiteando a candidatura tenha condições de elegibilidade.
Segundo o TSE:
“São condições de elegibilidade, na forma da lei: a nacionalidade brasileira; o pleno exercício dos direi-
tos políticos; o alistamento eleitoral; o domicílio eleitoral na circunscrição em que pretende concorrer;
a filiação partidária, idade mínima para o cargo pretendido, entre outros requisitos”.
Se houver qualquer coisa que impugne essa candidatura, deve ser feita uma representação proces-
sual, com provas. O TSE fará a apreciação para indeferir ou não esse registro.
Cadastro de eleitores
Os brasileiros natos com 18 anos ou mais devem se inscrever na Justiça Eleitoral, a fim de receberem
o título de eleitor. Esse documento mostra em qual zona eleitoral ele está apto a votar. Porém, isso
só acontece se a inscrição não estiver cancelada ou suspensa.
Logo, é necessário que ele recorra à justiça para resolver pendências, caso elas estejam em proces-
so. Só assim, ele poderá exercer seus plenos direitos eleitorais.
Logística eleitoral
Na terceira fase do processo eleitoral encontra-se a logística. Ela contempla a distribuição das urnas
pelos locais de votação, o que varia conforme as necessidades de cada TRE e zona eleitoral. O
transporte pode ser feito por diferentes meios, até mesmo barcos.
Geralmente, as urnas ficam sob responsabilidade dos presidentes de mesa, que devem cuidar e
montar as seções eleitorais, um dia antes da eleição. Outros optam por fazer o transporte por rotas,
distribuindo os equipamentos. Além disso, é nessa etapa que são conferidas as urnas, funcionamen-
to e outros detalhes técnicos.
Votação
Essa talvez seja a etapa mais conhecida por todos. O eleitor chega à sua seção eleitoral, se identifica
portando o documento e se encaminha para a urna eletrônica para registrar o voto. Feito isso, ele
recebe o comprovante da votação e é sucedido por outros eleitores.
Após o término da votação no horário predeterminado, é preenchida uma ata pelo presidente da
mesa. Nesse documento, devem estar registrados os nomes dos mesários, fiscais, número de elei-
tores votantes ou que justificaram o voto e também a descrição de qualquer ocorrência, como, por
exemplo, interrupções na votação e ações tomadas.
Prestação de contas
A fase de prestação de contas eleitorais é regulamentada pela Lei nº 9.504/1997. Segundo a legisla-
ção, os candidatos ou partidos que não prestarem contas à Justiça Eleitoral ou tiverem essas contas
desaprovadas podem sofrer medida punitiva, sendo inclusive impedidos de tomarem posse dos
cargos.
De acordo com as regras da Justiça Eleitoral, o candidato deve acusar recebimentos no Sistema de
Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), até 72h após o recebimento. No caso da totalização parcial e
final, ele tem até 30 dias para apresentá-las, após o turno em questão.
Após a totalização dos votos — brancos e nulos não são incluídos — é feita a divulgação dos
resultados. O TSE, por exemplo, divulga os vencedores de eleições presidenciais. Já para os outros
cargos, a divulgação é de responsabilidade do TRE.
Os meios utilizados para isso podem ser tanto TV, rádio, internet, mas também softwares como o
DivWeb (divulga.tse.jus.br) e Divulga, que permitem que a população acompanhe os resultados de
apuração em tempo real. Depois é feita a diplomação dos candidatos pelo TSE e TRE, de acordo
com os cargos ditos nesse tópico.
As fases do processo eleitoral são várias e importantes em igualdade, pois quando uma falha, todas
as outras são comprometidas. Logo, vale a pena conhecer as regras da Justiça Eleitoral para não ter
problemas em nenhuma delas.
A Justiça Eleitoral apresenta natureza federal, sendo mantida pela União. Seus servidores são
federais. Seu orçamento é aprovado pelo Congresso Nacional. Em matéria criminal, é a Polícia Judiciária
Federal que detém atribuições para instaurar e conduzir inquéritos policiais com vistas à apuração de
crimes eleitorais, o que é feito corriqueiramente.
#SELIGANASÚMULA:
Súmula 374 STJ: Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar a ação para anular débito decor-
rente de multa eleitoral.
Súmula 368 STJ: Compete à Justiça comum estadual processar e julgar os pedidos de retificação
de dados cadastrais da Justiça Eleitoral.
Ao contrário dos demais órgãos que compõem o Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral não apresenta
corpo próprio e independente de juízes. Nela atuam magistrados oriundos de diversos tribunais, a
saber: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Justiça Comum Estadual, Justiça Comum
Federal e da Ordem dos Advogados do Brasil. Vislumbra-se nisso importante manifestação do princípio
cooperativo no federalismo brasileiro, haja vista que outros órgãos disponibilizam seus integrantes para
assegurar o regular funcionamento da Justiça Eleitoral. Por outro lado, a investidura de seus membros
é sempre temporária, vigendo pelo prazo mínimo de 2 anos, que pode ser renovado no período
subsequente (CF, art. 121, § 2º). São esses importantes fatores que contribuem para a desejada imparcia-
lidade dessa instituição.
Composição: no mínimo, de sete membros, assim escolhidos: “I – mediante eleição, pelo voto
secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros
do Superior Tribunal de Justiça; II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal”.
Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco,
ainda que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se nesse caso o que tiver sido escolhido por último (CE,
art. 16, § 1º).
Uma característica importante na aplicação do Direito Eleitoral é a expedição das chamadas reso-
luções pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas resoluções são atos que disciplinam determinados
aspectos das leis e têm aplicabilidade obrigatória, ou seja, têm força de lei. As resoluções do TSE discipli-
nam, por exemplo, a propaganda eleitoral (estabelecendo o que é permitido e o que é proibido), as datas
do calendário eleitoral e as regras para o alistamento eleitoral.
Os membros do TSE, no exercício de suas funções, gozam de plenas garantias e são inamovíveis.
Todavia – diferentemente dos demais integrantes da magistratura –, não são vitalícios (CF, art. 95,
I). Salvo motivo justificado, servem por apenas dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos.
Suas decisões, assim na interpretação de lei eleitoral em face da Constituição e cassação de registro
de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda
de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer impedimen-
to de algum juiz, será convocado o substituto. Não sendo possível a convocação, tem-se entendido que
o julgamento poderá ser efetuado com o quórum incompleto.
Releva salientar serem irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariarem a Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
Assim, têm caráter final e definitivo os julgamentos do TSE acerca de matéria infraconstitucional.
Os Tribunais e juízes inferiores devem dar imediato cumprimento às decisões, aos mandados, instru-
ções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral (CE, art. 21). O não cumprimento pode ensejar
a apresentação de reclamação perante aquela Corte Superior a fim de que seja garantida a autoridade
de suas decisões (CF, arts. 102, I, l, e 105, I, f ). Sobre isso, dispõe o art. 988, II, do CPC caber “reclamação
da parte interessada ou do Ministério Público para […] garantir a autoridade das decisões do tribunal”.
Nos termos do artigo 120, § 1º, da Constituição, ele é composto de sete membros assim esco-
lhidos: I – mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II – de um juiz
do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de
juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III – por nomeação,
pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.”
No que toca aos juízes oriundos da classe dos advogados, a lista sêxtupla é formada pelo Tribunal
de Justiça e encaminhada ao TSE, o qual a repassa à presidência da República para que seja feita a escolha
Gozam eles de plenas garantias no exercício de suas funções, são inamovíveis, mas não usufruem
de vitaliciedade. Assim, servem por apenas dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos. Permitida, pois, a recondução.
Não podem fazer parte do mesmo Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda
que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se nesse caso a que tiver sido escolhida por último. (CE, art.
25, § 6º).
O Tribunal Regional, em regra, delibera por maioria de votos, em sessão pública (CE, art. 28, caput).
Todavia, em certas hipóteses, a deliberação deve ser feita pelo voto da maioria absoluta de seus membros,
tal como ocorre na declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato do Poder Público – nos termos
do art. 97 da Constituição Federal.
Havendo ausência, impedimento ou suspeição e não existindo quórum para votação, o juiz ausente
será substituído por outro da mesma categoria, designado na forma legal (CE, art. 28, § 1º). Inexiste a figura
de membro ad hoc de Tribunal Eleitoral. Assim, não sendo possível convocar substituto ou inexistindo este
(ex.: por falta de designação da autoridade competente), poderá o julgamento, excepcionalmente,
ser levado a efeito com o quórum incompleto. Esse entendimento já foi sufragado na jurisprudência.
Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para o Tribunal Superior, qualquer interessado
poderá arguir a suspeição de seus membros, do Procurador Regional, de funcionários de sua Secretaria,
assim como de juízes, nos casos previstos na lei processual civil e por motivo de parcialidade partidária,
O § 4º do artigo 121 da Constituição dispõe que, das decisões dos Tribunais Regionais, somente
caberá recurso para o TSE quando: I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição
ou de lei; II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III – versa-
rem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV – anularem
diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V – denegarem habeas
corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção”.
» JUÍZES ELEITORAIS
Atualmente, tem havido polêmica acerca do sentido e da extensão do termo juiz de direito. Contro-
verte-se a respeito de quem deve ser designado para o exercício das funções de juiz eleitoral: juízes
estaduais ou juízes federais. No entanto, ainda não há definição acerca dessa questão, de maneira que a
primeira instância da Justiça Eleitoral segue sendo exercida exclusivamente por magistrados da
Justiça Comum estadual.
Os juízes de direito que exercem funções eleitorais são designados pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Se na comarca houver só um juiz, ele acumulará as funções eleitorais. Havendo mais de um, o Tribunal
deverá designar aquele que exercerá a jurisdição naquela zona eleitoral.
» JUNTAS ELEITORAIS
Além de um juiz eleitoral, são compostas de dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade,
nomeados pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral, após aprovação pela Corte Regional. Portanto,
poderão as Juntas ser formadas por três ou cinco membros.
Sua existência é provisória, já que constituída apenas nas eleições, sendo extinta após o término
dos trabalhos de apuração de votos, exceto nas eleições municipais, em que permanece até a diplomação
dos eleitos
A competência desse órgão liga-se à apuração das eleições realizadas nas zonas eleitorais sob sua
jurisdição. Nos termos do artigo 40 do Código Eleitoral, compete-lhe ainda: resolver as impugnações e
demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração dos votos; expedir bole-
tins de apuração; expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
No prisma territorial, a Justiça Estadual Comum é dividida em comarcas. Entende-se por comarca o
espaço em que o juiz de direito exerce jurisdição; pode abranger mais de um município. Assim, a comarca
delimita territorialmente o exercício do poder jurisdicional. Nesse aspecto, a Justiça Eleitoral segue pecu-
A Zona Eleitoral (ZE) encerra a mesma ideia de comarca. Trata-se do espaço territorial sob juris-
dição de juiz eleitoral. A área da zona eleitoral pode coincidir com a da comarca, e geralmente é isso o
que ocorre. No entanto, uma comarca pode abrigar mais de uma zona.
Ademais, a área da zona não coincide necessariamente com a do município. Logo, uma zona
pode abranger mais de um município, assim como um município pode conter mais de uma zona eleitoral.
A seção eleitoral é uma subdivisão da zona. Trata-se do local onde os eleitores são inscritos e
comparecem para votar no dia das eleições. É a menor unidade na divisão judiciária eleitoral.
A circunscrição é também uma divisão territorial, mas tem em vista a realização do pleito. Nas elei-
ções municipais, cada município constitui uma circunscrição. Nas eleições gerais (Governador, Senador e
Deputado), a circunscrição é o Estado da Federação e o Distrito Federal. Já para as eleições presidenciais,
a circunscrição é o território nacional.
Crimes eleitorais puros (ou específicos) são aqueles que só podem ser cometidos na esfera elei-
toral.
Crimes acidentais são aqueles que estão previstos, além da legislação eleitoral, também na legisla-
ção comum. A apuração dos crimes eleitorais realizada pela polícia judiciária responsável está disciplinada
na Resolução TSE nº 23.396/13.
Art. 1º O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral sempre que houver
eleições, gerais ou parciais, em qualquer parte do Território Nacional (Decreto-Lei nº 1.064/68).
Art. 2º A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de polí-
cia judiciária em matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições dos Tribunais e Juízes Eleitorais.
Parágrafo único. Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia do
respectivo Estado terá atuação supletiva.
Art. 3º Qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral deverá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao Juiz Eleitoral(Código Eleitoral, art. 356).
Art. 4º Verificada a sua incompetência, o Juízo Eleitoral determinará a remessa dos autos ao Juízo
competente (Código de Processo Penal, art. 69).
Art. 5º Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial deve-
rá informá-la imediatamente ao Juízo Eleitoral competente, a quem poderá requerer as medidas
que entender cabíveis, observadas as regras relativas a foro por prerrogativa de função.
Art. 6º Recebida a notícia-crime, o Juiz Eleitoral a encaminhará ao Ministério Público Eleitoral ou,
quando necessário, à polícia, com requisição para instauração de inquérito policial (Código Eleitoral,
art. 356, § 1º).
Art. 7º As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem for encontrado em flagrante
delito pela prática de infração eleitoral, salvo quando se tratar de crime de menor potencial ofen-
sivo, comunicando imediatamente o fato ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público Eleitoral e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada (Código de Processo Penal, art. 306, caput).
§ 1º Em até 24 horas após a realização da prisão, será encaminhado ao Juiz Eleitoral o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a
Defensoria Pública (Código de Processo Penal, art. 306, § 1º).
§ 2º No mesmo prazo de até 24 horas após a realização da prisão, será entregue ao preso, median-
te recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade policial, com o motivo da prisão, o nome do
condutor e os nomes das testemunhas (Código de Processo Penal, art. 306, § 2º).
§ 5º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições
constantes dos incisos I a III do art. 23 do Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob
pena de revogação (Código de Processo Penal, art. 310, parágrafo único).
§ 6º Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o Juiz Eleitoral deverá
conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319,
observados os critérios constantes do art. 282, ambos do Código de Processo Penal (Código de
Processo Penal, art. 321).
§ 7º A fiança e as medidas cautelares serão aplicadas pela autoridade competente com a observân-
cia das respectivas disposições do Código de Processo Penal.
§ 8º Quando a infração for de menor potencial ofensivo, a autoridade policial elaborará termo
circunstanciado de ocorrência e providenciará o encaminhamento ao Juiz Eleitoral.
Art. 8º O inquérito policial eleitoral somente será instaurado mediante requisição do Ministério
Público Eleitoral ou determinação da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante.
Art. 9º Se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, o inquérito policial eleito-
ral será concluído em até 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão (Código de Processo Penal, art. 10).
§ 1º Se o indiciado estiver solto, o inquérito policial eleitoral será concluído em até 30 dias, mediante
fiança ou sem ela (Código de Processo Penal, art. 10).
§ 2º A autoridade policial fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao
Juiz Eleitoral (Código de Processo Penal, art. 10, § 1º).
§ 3º No relatório, poderá a autoridade policial indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas (Código de Processo Penal, art. 10, § 2º).
§ 4º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade policial poderá
requerer ao Juiz Eleitoral a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo Juiz Eleitoral (Código de Processo Penal, art. 10, § 3º).
Art. 10. O Ministério Público Eleitoral poderá requerer novas diligências, desde que necessárias à
elucidação dos fatos.
Art. 11. Quando o inquérito for arquivado por falta de base para o oferecimento da denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a nova investigação se de outras provas tiver notícia, desde que
haja nova requisição, nos termos dos artigos 5º e 6º desta resolução.
Art. 12. Aplica-se subsidiariamente ao inquérito policial eleitoral as disposições do Código de Proces-
so Penal, no que não houver sido contemplado nesta resolução.
Art. 13. A ação penal eleitoral observará os procedimentos previstos no Código Eleitoral, com a
aplicação obrigatória dos artigos 395, 396, 396-A, 397 e 400do Código de Processo Penal, com
redação dada pela Lei nº 11.971, de 2008. Após esta fase, aplicar-se-ão os artigos 359 e seguintes
do Código Eleitoral.
Alteração 2: Apropriação indébita eleitoral. Novo crime previsto no art. 354-A do Código Elei-
toral.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO
Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito do partido políti-
co são julgadas pela Justiça Estadual. Exceção: se a questão interna corporis do partido político
puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral, então, neste caso, a competência será da Justiça
Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em que a análise da contro-
vérsia é capaz de produzir reflexos diretos no processo eleitoral. STJ. 2ª Seção. CC 148693-BA, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/12/2016 (Info 596).
Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo
exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder
Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário.
RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 (repercussão geral) (Info 834).
Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas
de prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Munici-
pais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de
prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. STF. Plenário. RE 848826/DF, rel. orig. Min.
Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 (repercussão
geral) (Info 834).
Não comete crime de desobediência eleitoral o candidato que, proibido de ingressar em órgãos
públicos com o intuito de realizar atos inerentes à campanha eleitoral, adentra nos prédios da
Administração Pública para filmar e fotografar fiscalizando se o então Prefeito, seu adversário, esta-
va praticando ilícitos eleitorais. STF. 2ª Turma. Inq 3909/SE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
17/5/2016 (Info 826).
AÇÕES ELEITORAIS
Hipóteses em que pode ser proposto: O recurso contra expedição de diploma caberá somente
nos casos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegi-
bilidade.
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; partido político, candidato eleito e diplomado; e suplente.
O TSE também admite que as coligações têm legitimidade para ajuizar essa ação.
Prazos: Devem ser propostos no prazo de 3 (três) dias contados da sessão de diplomação dos
eleitos (arts. 258 e 276, CE). Após o recebimento da inicial, é concedido prazo de 3 (três) dias para o
recorrido oferecer contrarrazões. Se forem juntados novos documentos, abre-se vista de 48 horas para o
recorrente. Após, os autos são encaminhados para a instância superior.
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; qualquer candidato, partido político ou coligação.
Prazos: A impugnação deve ser apresentada em até 5 (cinco) dias após a publicação do edital
contendo os pedidos de registro ou da abertura de vista para o Ministério Público. Contestação: 7 (sete)
dias após a notificação. Nos 4 (quatro) dias seguintes, inquirição de testemunhas. Nos 5 (cinco) dias
subsequentes, novas diligências determinadas pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes. Após,
prazo de 5 (cinco) dias para partes se manifestarem. Julgamento: 3 (três) dias após a conclusão dos autos.
Prazo para recurso: 3 (três) dias após a publicação da decisão.
Hipóteses em que pode ser proposta: Uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de
candidato ou de partido político (art. 22, LC nº 64/90).
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; qualquer candidato ou pré-candidato, partido político ou
coligação.
Prazos: Podem ser ajuizados desde a realização das convenções até a data da diplomação dos elei-
tos. Contestação: 5 (cinco) dias da notificação. Instrução (fase probatória e diligências): até 8 (oito) dias.
Alegações finais: 2 (dois) dias (prazo comum para as partes). Parecer do MP: 48 horas. Julgamento: 3 (três)
dias (eleições municipais) e inclusão em pauta, se forem eleições gerais. Prazo para recurso: 3 (três) dias.
Hipóteses em que pode ser proposta: 1) Abuso do poder econômico. 2) Corrupção. 3) Fraude
eleitoral.
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; qualquer candidato, partido político ou coligação
Prazos: Devem ser ajuizados em até 15 (quinze) dias contados da data da diplomação. Contestação:
7 (sete) dias da notificação. Fase probatória: 4 (quatro) dias após a defesa. Alegações finais e manifesta-
ção do MP: 5 (cinco) dias depois das diligências (se houver). Decisão: 3 (três) dias depois das diligências.
Recurso: 3 (três) dias após publicação da decisão. Atenção: segundo o TSE, a Aime deve tramitar em
segredo de Justiça. Só o seu julgamento é público.
Hipóteses em que pode ser proposta: Oferecimento, promessa ou entrega ao eleitor, com o fim
de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função públi-
ca, desde o registro de candidatura até o dia da eleição.
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; qualquer candidato, partido político ou coligação
Prazos: Podem ser ajuizados a partir do pedido de registro da candidatura até a data da diploma-
ção. A representação segue o rito processual da Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada
por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o
voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde
o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil
Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave
ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto.
§ 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplo-
mação.
§ 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a
contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.
“1. O entendimento desta Corte firmou-se no sentido de que a prática de distribuição de combus-
tível a eleitores, visando à participação em carreata, somente configurará captação ilícita de
sufrágio se houver, conjuntamente, pedido explícito ou implícito de votos. Precedentes. […]”
(TSE – AgR-AI no 11.434/RJ – DJe, t. 29, 11-2-2014, p. 36-37).
Claro está no texto do artigo 41-A da LE que a conduta só se torna juridicamente relevante se ocor-
rer no curso do processo eleitoral, isto é, entre a data designada para a formulação do pedido de registro
de candidaturas e as eleições. Com efeito, a captação é de “sufrágio”, sendo realizada por “candidato” em
relação a “eleitor”.
Hipóteses em que pode ser proposta: Utilização de recursos oriundos de fonte ilícita ou obtidos
de modo ilícito, ainda que de fonte lícita, desde a campanha eleitoral.
Prazos: Podem ser ajuizados até 15 (quinze) dias após a diplomação. A representação segue o rito
processual da Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de
15 (quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investiga-
ção judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação
e gastos de recursos.
§ 1º Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.
§ 2º Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma
ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.
§ 3º O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base neste
artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
Recursos Eleitorais
Código Eleitoral
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe
recurso para o Tribunal Superior:
I - especial:
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.
II - ordinário:
§ 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recurso, contado da publicação da decisão nos
casos dos nº I, letras a e b e II, letra b e da sessão da diplomação no caso do nº II, letra a.
Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente poderá interpor, dentro em 3 (três) dias, agravo
de instrumento.
Previsão legal: art. 22, I, j, do Código Eleitoral (incluído pela LC no 86/96), que trata da competência
do Tribunal Superior Eleitoral. Originalmente, essa alínea continha a seguinte redação: “j) a ação rescisória,
nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível,
possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado”. Todavia, ao decidir a Ação
Direta de Inconstitucionalidade – ADI no 1.459-5 – DJ 7-5-1999 –, o Supremo Tribunal Federal declarou
a inconstitucionalidade da expressão “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado”. Assim, atualmente só a primeira parte se encontra em vigor.
Prazo: 120 dias contado do trânsito em julgado da decisão que se pretende desfazer.
Competência: tão somente do TSE (alínea j, I, art. 22 do CE). Os Tribunais Regionais Eleitorais
não detêm competência para processar e julgar a ação em tela, nem mesmo em face de seus próprios
julgados.
Objeto: rescisão de decisão do próprio Tribunal Superior Eleitoral, proferida no âmbito de sua
competência originária ou recursal. Não detém competência para rescindir julgado de Tribunal Regional,
tampouco de juiz eleitoral de 1O grau. Face à omissão legal, aceita-se a aplicação por analogia – e com
as adaptações necessárias – das hipóteses arroladas no artigo 966 do CPC.
Cabimento: somente contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral e que verse sobre inelegi-
bilidade. Note-se que o termo inelegibilidade é aí compreendido em sentido estrito, de maneira que é
incabível a ação em apreço se o julgado rescindendo versar sobre “ausência de condição de elegibilidade”
DIREITO ADMINISTRATIVO 3
Administração Pública em
Refere-se a quem é a Administração Pública, ou seja, o conjunto de
sentido Formal/Subjetivo/
órgãos, entidades e agentes.
Orgânico:
PRINCÍPIOS
Os atos da Administração devem ser públicos, para maior controle pelo povo.
Estreita relação como o princípio democrático (CF, art. 1º), ao possibilitar o
PUBLICIDADE controle social dos atos da administração.
O STF considerou legitima a divulgação dos nomes e remunerações dos
servidores públicos.
Introduzido pela EC 19/00, esse princípio impõe a busca por melhores resulta-
dos, com o menor custo possível.
EFICIÊNCIA #ATENÇÃO: É muito comum a afirmação de que o princípio da eficiência busca
promover a substituição da Administração BUROCRÁTICA pela Administração
GERENCIAL (ou de RESULTADOS).
INTERESSE PÚBLICO
PODERES ADMINISTRATIVOS
-Sanções: podem decorrer da mera condição de sujeição do administrado à normas gerais edita-
das pela administração (sanção de polícia) ou de um vínculo específico, como o funcional ou o contrato
administrativo (sanção do poder disciplinar).
- Ao contrário do poder de polícia, exercido no âmbito de relações jurídicas genéricas entre Estado
e cidadão, o poder disciplinar refere-se às relações de sujeição especial, decorrentes de vínculos jurídicos
específicos entre Estado e particular.
SUBORDINAÇÃO VINCULAÇÃO
- NÃO há hierarquia.
-Decorre da HIERARQUIA. - Relação externa – PJ’s com personalidade jurídi-
-Tem caráter interno (órgão e agentes da mesma ca própria e autonomia
pessoa jurídica. - Relação entre entidades da administração
-Recurso hierárquico próprio. indireta e respectivos entes federados.
- Recurso hierárquico impróprio.
-Regulamentos autorizados: normas que “inovam” no ordenamento, mas apenas sob aspecto técni-
co e nos estritos limites autorizados pela lei (são atos normativos secundários, portanto)
ATOS ADMINISTRATIVOS
-“Atos da Administração”: atos praticados pela Administração Pública do qual os “atos administrati-
vos” são uma espécie.
Silêncio Administrativo
-Não é um ato administrativo, pois não há manifestação expressa de vontade por parte da Adminis-
tração Pública.
- Em regra, o silêncio não representa qualquer espécie de consentimento por parte da Administração;
o silêncio só tem relevância jurídica, ou seja, só representa manifestação de vontade quando houver
previsão legal expressa nesse sentido.
ATENÇÃO: Em caso de omissão ilegítima da Administração, poderá o interessado provocar o Poder
Judiciário, que, no entanto, somente poderá exigir da Administração que manifeste sua vontade,
fixando-lhe prazo para tanto; não cabe ao Juiz, contudo, substituir a manifestação de vontade da
Administração e praticar diretamente o ato requerido.
ATRIBUTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
-Vícios relacionados:
-Usurpação de Função Pública: ato
de pessoa não investida na função
-É o poder ou atribuição para a pública (ato é inexistente)
prática do ato. -Função de Fato: ato de pessoa
COMPETÊNCIA -É irrenunciável e intransferível, mas irregularmente investida (mas
pode ser delegada. investida!) na função pública. Ato é
- Elemento vinculado. inválido.
-Excesso de Poder: Agente (regular-
mente investido) pratica ato fora da
sua competência
- Vícios relacionados:
- O ato tem uma finalidade geral/
-Desvio de poder ou desvio de
mediata (atender o interesse
finalidade: pratica ato com finali-
FINALIDADE público) e uma específica/imediata
dade diversa (seja a geral, seja a
(própria de cada ato) a atender.
específica) da visada no tipo legal.
- Elemento vinculado
Ex: remoção para punir servidor.
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- Motivo ou fato inexistente: o
pressuposto fático do ato não existe
(ex: não houve a infração adminis-
trativa que ensejou a aplicação de
sanção);
- É o pressuposto fático e jurídico - Motivo ilegítimo: o tipo legal não
que justifica a prática do ato (igual serve para justificar juridicamen-
a causa de pedir do processo civil). te o ato praticado (ex: concedeu
-MOTIVO X MOTIVAÇÃO: motivo aposentadoria com base em norma
é o pressuposto; a motivação é a que determina a concessão de
exteriorização desse pressuposto licença saúde);
(desse motivo). - Atenção: ausência de motivação é
MOTIVO -MOTIVO X MÓVEL: motivo são os vício de forma! #SELIGA #PEGADI-
elementos externos (o que ocorreu NHA
e o que está na norma) e móvel são -Teoria dos motivos determinantes:
os elementos internos ao agente (o o ato se vincula aos seus motivos,
que o agente, de fato, pensou ou de modo que se um deles “cai” (a
desejou quando praticou o ato). norma é declarada inconstitucio-
-Elemento que pode ser discricio- nal ou o fato é inexistente), o ato
nário (nos atos discricionários). também “cai”. Ex. típico é a exonera-
ção de comissionado, embora sejam
demissíveis ad nutum, isto é, sem
necessidade de expor os motivos,
sendo estes exteriorizados, a valida-
de do ato se vincula a existência dos
motivos indicados.
-Vícios relacionados:
-Objeto não previsto em lei (ex:
suspensão de 100 dias, quando a
-É o conteúdo do ato
norma determinada que seja de até
OBJETO -Elemento que pode ser discricio-
90);
nário (nos atos discricionários).
-Objeto diverso do previsto em lei
para aquela hipótese (Ex: suspensão
quando a lei manda demitir).
CONVALIDAÇÃO
-Sana o ato viciado desde o seu nascedouro, como se nunca tivesse sido
NOÇÕES
viciado (ex tunc).
GERAIS
-É ato discricionário.
CONVERSÃO CONVALIDAÇÃO
É a transformação de um ato em outro, para Correção feita no ato, que continua a ser o
aproveitar o que for válido. mesmo.
Ex tunc (retroativo). Ex tunc (retroativo).
- Obs.: Decadência administrativa - perda do direito de anular o ato administrativo ilegal, tendo em
vista o decurso do tempo (convalidação involuntária). Ex.: no âmbito federal, art. 54 da Lei n. 9.784/99,
que afirma que o direito da Administração de anular atos de que decorram efeitos favoráveis aos desti-
natários decai em cinco anos.
SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
AGENTES PÚBLICOS
PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES
Servidores Possuem vínculo de natureza profissional e são regidos por uma lei específica
Estatais (estatutários – regime jurídico único).
São contratados com base no art. 37, IX, da CF, para atendimento, em caráter
excepcional, de necessidades não permanentes dos órgãos públicos. Requisi-
tos:
• Serviço temporário; lei específica deve traçar seus contornos e característi-
cas. O art. 37, IX da CF é norma de eficácia limitada, somente produzindo efeito
se houver regulamentação infraconstitucional para estabelecer seus limites.
• Interesse Público, devidamente justificado pela autoridade responsável
pela contratação;
• Caráter de excepcionalidade da contratação.
#IMPORTANTE: São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a
autorização legislativa genérica para contratação temporária e a permissão de
prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias. STF. Plenário.
Servidores ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
Temporá- #IMPORTANTETAMBÉM: É possível que, com fundamento no inciso IX, a
rios Administração Pública contrate servidores temporários para o exercício de
atividades de caráter regular e permanente ou isso somente é permitido para
atividades de natureza temporária (eventual)? O STF entende que o art. 37, IX,
da CF/88 autoriza que a Administração Pública contrate pessoas, sem concurso
público, tanto para o desempenho de atividades de caráter eventual, temporá-
rio ou excepcional, como também para o desempenho das funções de caráter
regular e permanente, desde que indispensáveis ao atendimento de necessi-
dade temporária de excepcional interesse público. STF. Plenário. Julgado em
26/3/2014 (Info 740).
#SÓMAISUM: É possível a cumulação de proventos de aposentadoria de
emprego público com remuneração proveniente de exercício de “cargo”
temporário. STJ. 2ª Turma. REsp 1.298.503-DF, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 7/4/2015 (Info 559).
Emprego Vínculo profissional entre a Administração Pública e os seus agentes que são
Público regidos pela CLT.
CF - Art. 37, XVI. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
Art. 37, XVII. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
Art. 37, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão decla-
rados em lei de livre nomeação e exoneração.
Art. 40, § 6º. Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdên-
cia previsto neste artigo.
Art. 95. Parágrafo. Único: Aos juízes é vedado: I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo
ou função, salvo uma de magistério.
- Membros do MP: + 1 cargo de professor (CF, art. 128, §5º, II, d).
Cargo técnico “é aquele que requer conhecimento específico na área de atuação do profissio-
nal, com habilitação específica de grau universitário ou profissionalizante de 2º grau” (STJ. 2ª Turma.
RMS 42.392/AC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 10/02/2015). É aquele que exige da pessoa um
conjunto de atribuições ligadas ao conhecimento específico de uma área do saber. Segundo já decidiu o
STJ, somente se pode considerar que um cargo tem natureza técnica se ele exigir, no desempenho de suas
atribuições, a aplicação de conhecimentos especializados de alguma área do saber. STJ. 2ª Turma. REsp
1569547-RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 15/12/2015 (Info 575).
#JURISNOVA #ATENÇÃO: Anteriormente, o STJ entendia não ser possível a acumulação de dois
cargos públicos quando a soma da carga horárias dos cargos ultrapassasse o limite máximo de 60
horas semanais (Info 576 de 2015). Atualmente, contudo, prevalece, tanto no STJ quanto no STF, o
entendimento de que a acumulação de cargos públicos não se sujeita ao limite de 60 horas sema-
nais, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único requisito estabelecido pela Constitui-
ção para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo cumprimento
deverá ser aferido pela Administração Pública (Precedentes: STF – RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, DJe 06-08-2018; STJ – REsp 1746784/PE, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 30-08-2018).
TETO REMUNERATÓRIO:
CF, Art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servi-
dor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
→ mandatos eletivos;
* Quinto Constitucional;
Se houver nomeação e prestação de serviço sem prévio concurso, fora das exceções, haverá direito
apenas ao resgate de FGTS que tenha sido depositado e ao saldo de salários:
Súmula 466-STJ: O titular da conta vinculada ao FGTS tem o direito de sacar o saldo respectivo
quando declarado nulo seu contrato de trabalho por ausência de prévia aprovação em concurso
público.
É possível cobrar questões sobre jurisprudência no concurso mesmo que o edital não preveja que
irá exigir dos candidatos conhecimentos acerca dos entendimentos dos Tribunais Superiores.
O STF, em recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, firmou a seguinte tese: “Não
compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar
respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas” (RE 632.853). Do voto condutor do
mencionado acórdão, percebe-se que a tese nele constante buscou esclarecer que o Poder Judi-
ciário não pode avaliar as respostas dadas pelo candidato e as notas a eles atribuídas se for neces-
sário apreciar o conteúdo das questões ou os critérios utilizados na correção, exceto se flagrante a
ilegalidade.
Ao analisar uma prova para o cargo de assessor do MPRS, o STJ decidiu anular uma das questões
discursivas pelo fato de que ela possuía um grave erro no enunciado, o que prejudicou o candidato
na elaboração de sua resposta.
A própria comissão examinadora reconheceu que houve o erro no enunciado, mas afirmou que isso
não atrapalhou os candidatos e, por isso, manteve as notas.
O STJ, contudo, não concordou com isso e anulou a questão. Se a própria banca examinadora
reconhece o erro na formulação da questão, não se pode fechar os olhos para tal constatação ao
simplório argumento de que referido erro não influiria na análise do enunciado pelo candidato. Vale
ressaltar que o STJ afirmou que esta anulação não contraria o que decidiu o STF no julgamento do
RE 632.853 por duas razões:
1) o candidato não está buscando que o Poder Judiciário reexamine o conteúdo da questão ou o
critério de correção para decidir se a resposta dada por ele está ou não correta. Em outras pala-
vras, não se quer que recorrija a prova. O que o impetrante pretende é que seja reconhecido que o
2) o STF decidiu que, em regra, não é possível a anulação de questões de concurso, salvo se houver
ilegalidade a permitir a atuação do Poder Judiciário. Em outras palavras, existe uma “exceção” à tese
fixada no RE 632.853. E, no presente caso, estamos diante de uma flagrante ilegalidade da banca
examinadora.
STJ. 2ª Turma. RMS 49896-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 20/4/2017 (Info 603).
O Estado de Goiás editou uma lei criando algo que chamou de Serviço de Interesse Militar Volun-
tário Estadual (SIMVE). Esse SIMVE funcionaria, em linhas gerais, da seguinte forma: as pessoas
poderiam se alistar para trabalhar “voluntariamente” como soldado na Polícia Militar ou no Corpo
de Bombeiros Militar. Haveria uma espécie de seleção (menos rigorosa que um concurso público)
e, se a pessoa fosse escolhida, receberia, como contraprestação pelo trabalho desempenhado, um
subsídio, e atuaria como se fosse um soldado. Esse contrato seria por um prazo determinado. O
STF entendeu que esse SIMVE é formal e materialmente inconstitucional. O SIMVE viola a regra do
concurso público (art. 37, II, da CF/88). Além disso, o STF afirmou ainda que a Lei estadual possui
um vício formal, já que trata sobre prestação voluntária de serviços na PM e Corpo de Bombeiros de
forma diametralmente oposta ao que estabelece a Lei federal 10.029/2000. STF. Plenário. ADI 5163/
GO, rel. Min. Luiz Fux, julgado em 26/3/2015 (Infos 880 e 881).
É inconstitucional a lei estadual que prevê que determinados cargos da Administração Pública serão
preenchidos mediante concurso do qual somente participarão servidores públicos (concurso inter-
no). Essa espécie de “promoção interna” viola o princípio da ampla acessibilidade aos cargos públi-
cos (art. 37, II, da CF/88). STF. Plenário. ADI 917/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão
Min. Teori Zavascki, julgado em 6/11/2013 (Info 727).
A candidata que esteja gestante no dia do teste físico possui o direito de fazer a prova em uma nova
data no futuro. É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso
público. STF. Plenário. RE 1058333/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/11/2018 (repercussão geral).
#DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO
É válida a realização do exame psicotécnico em concursos públicos desde que cumpridos os seguin-
tes requisitos:
c) o resultado deve ser público com a possibilidade de o candidato prejudicado apresentar recurso.
Se exame psicotécnico não adotou critérios objetivos ou não permitia a possibilidade de recurso, a
providência correta não será a simples aprovação do candidato outrora reprovado, mas sim a reali-
zação de nova avaliação pautada por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa.
É incabível a providência de se determinar a posse candidato no cargo, pois não se pode suplantar a
fase do concurso relativa ao exame psicotécnico, para garantir judicialmente a nomeação do candi-
dato. Nessa hipótese, deve ser realizado novo exame, compatível com as deficiências do candidato,
bem como que atenda aos critérios de objetividade, cientificidade e possibilidade de recurso.
STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 51809/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 01/03/2018.
Constatada a ilegalidade do exame psicotécnico, o candidato deve ser submetido a nova avaliação,
pautada por critérios objetivos e assegurada a ampla defesa.
É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o ingresso em
carreira militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e não apenas editalícia.
A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica no sentido de que é constitucional a exigência
de altura mínima para o ingresso em carreiras militares, desde que haja previsão legal específica.
Somente lei formal pode impor condições para o preenchimento de cargos, empregos ou funções
públicas. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1590450/PE, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 19/10/2017.
STF. 2ª Turma. ARE 1073375 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2018. Não fere direitos
dos candidatos a disposição do edital do certame que prevê limites mínimo e máximo de idade para
o ingresso na carreira militar, em razão da atividade peculiar nela exercida, desde que tal limitação
esteja prevista em legislação específica. STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 51864/SE, Rel. Min. Regina Hele-
na Costa, julgado em 21/03/2017.
A exigência de teste de aptidão física é legítima quando prevista em lei, guardar relação de perti-
nência com as atividades a serem desenvolvidas, estiver pautada em critérios objetivos e for passí-
vel de recurso. Em concurso público, o teste de capacidade física somente pode ser exigido se: a)
houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do certame); b)
tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo; c) estiver pautado em critérios objetivos; d)
for passível de recurso. STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no RMS 56.200/PE, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 07/08/2018. STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 39.181/BA, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 11/11/2014. STJ. 6ª Turma. RMS 26.927/RO, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julga-
do em 04/08/2011.
#STF #DIZERODIREITO
O direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público exsurge nas seguintes
hipóteses:
c) quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame
anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da admi-
nistração nos termos acima. STF. Plenário. RE 837311/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/12/2015
(repercussão geral) (Info 811).
#STJ #DIZERODIREITO
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à nomea-
ção caso surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja manifestação inequí-
voca da administração sobre a necessidade de seu provimento e não tenha restrição orçamentária.
STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630).
Deve ser definida mediante a edição de lei específica. A via legislativa é exigida também para qual-
quer revisão ou alteração do valor remuneratório das carreiras em geral, com iniciativa distribuída a
cada um dos Poderes do Estado para as suas respectivas carreiras. OBS: Na revisão geral anual (CF,
art. 37, X), a iniciativa é privativa do Chefe do Executivo (RE 557945 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, DJe 13.12.2007; ADO 42/DF, Rel. Min. Edson Fachin, 31/12/2017; AR 2224, Rel. Min. Teori
Zavascki, DJe 22/10/2015);
A CF/88 garante a irredutibilidade, mas essa irredutibilidade garantida pelo texto constitucional e
pela lei é nominal.
O art. 37, X da Carta Magna define o direito à revisão geral anual dos vencimentos pagos aos servi-
dores estatais. Contudo, para que a revisão geral anual seja válida, deve ser feita sem distinção de
índices, sob pena de configurar reajustes específicos.
- REAJUSTES: Uma vez que não representa aumento de remuneração, não exige prévia dotação
orçamentária (art. 169, §1º, CF/88), exigível para reajustes. #OLHAOGANCHO: Não confunda os
termos de revisão e reajuste no tema “agentes públicos” e nem em “contratos administrativos”.
- O vencimento básico pode ser inferior ao mínimo legal, desde que a remuneração total (venci-
mento + gratificações e vantagens) não o seja.
CF - Art. 37, XIII: não se admite a equiparação ou vinculação de espécies remuneratórias, entre
carreiras no serviço público.
- É incompatível com a CF/88 a lei estadual que equipara a remuneração de uma carreira à de outra
distinta (STF – Info 755). Nessa linha, o STF recentemente declarou inconstitucional norma da Constitui-
ção do Estado do Ceará que previa que delegados de polícia de classe inicial deveriam receber idêntica
remuneração dos Promotores de Justiça de primeira entrância, prosseguindo a equivalência quanto aos
demais níveis das carreiras (Info 907)
#AJUDAMARCINHO
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 377-STJ: o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às
vagas reservadas aos deficientes.
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para
o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candi-
dato a cargo público.
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servi-
dor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
Súmula vinculante 4-STF: Salvo os casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem
ser substituído por decisão judicial.
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de conces-
são inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Súmula vinculante 55: O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos.
Súmula vinculante 37: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
#DESPENCA #INFORMATIVOS
- A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exer-
cício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que
dela decorre. É permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar
demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/
RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845).
- O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis
e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a
participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança
pública, nos termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. (Info 860).
- A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual
atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcançariam
se houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. STF. Plenário. RE 629392 RG/MT, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868).
- Remoção a pedido não é “remoção no interesse da Administração Pública”. Não há direito auto-
mático de remoção ao cônjuge (Inf. 617, STF).
- A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de servi-
dores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. STF. Plenário.
RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (reper-
cussão geral) (Info 871).
Art. 37, §6º, da CF/88: §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
#JULGADO IMPORTANTE
Guarde a expressão “dever específico de proteção”, pois ela pode aparecer na sua prova.
#DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO
O STF decidiu que a responsabilização objetiva do Estado em caso de morte de detento somente
ocorre quando houver inobservância do dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso
XLIX, da Constituição Federal (RE 841526/RS). Não haverá responsabilidade civil do Estado se o
Tribunal de origem, com base nas provas apresentadas, decide que não se comprovou que a morte
do detento foi decorrente da omissão do Poder Público e que o Estado não tinha como montar
vigilância a fim de impedir que o preso ceifasse sua própria vida.
Tendo o acórdão do Tribunal de origem consignado expressamente que ficou comprovada causa
impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, rompeu-se o nexo de causalidade entre a supos-
ta omissão do Poder Público e o resultado danoso. STJ. 2ª Turma. REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 08/02/2018.
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento.
STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
NÃO. A vítima somente poderá ajuizar a ação contra o Estado (Poder Público). Se este for conde-
nado, poderá acionar o servidor que causou o dano em caso de dolo ou culpa. O ofendido não
poderá propor a demanda diretamente contra o agente público. Essa posição foi denominada de
tese da dupla garantia.
STF. 1ª Turma. RE 593525 AgR-segundo, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 09/08/2016.
Obs: existe um julgado do STJ em sentido contrário, mas é posição minoritária (STJ. 4ª Turma. REsp
1.325.862-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013. Info 532).
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
O indispensável da CF:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
O indispensável da LIA:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou credití-
cio, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que tran-
sitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencio-
nadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente
ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens
ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimen-
to ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enri-
quecimento ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.
O art. 37, §4º, não delimitou de quem seria a competência para legislar
sobre a probidade administrativa, nem tampouco os artigos tradicionais
de competência trazem a resposta. Em regra, a LIA trata de matéria cível
COMPETÊNCIA
e política, o que atrai a competência privativa da União. Além disso, a LIA
LEGISLATIVA
traz normas sobre processo civil, o que novamente atrai a competência
privativa da União. No entanto, as normas meramente administrativas
devem ser consideradas apenas federais.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
SUJEITO ATIVO mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
SANÇÕES
(d) Suspensão dos direitos (d) Suspensão dos direitos (c) Suspensão dos direitos
políticos de 8 a 10 anos. políticos de 5 a 8 anos. políticos de 3 a 5 anos.
PRA DECORAR:
Suspensão de
ATO PRATICADO Multa civil Proibição contratar
direitos políticos
Até 3 x valor
ENRIQUECIMENTO 8 a 10 anos 10 anos
acrescido
Até 2 x valor do
DANO AO ERÁRIO 5 a 8 anos 5 anos
dano
- Apenas o art. 10 da Lei nº 8.429/92 admite a prática de ato CULPOSO de improbidade adminis-
trativa. Relembre:
#MAISJURIS #SENTAQUELAVEMJURIS
Em regra, para a configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei nº
8.429/92 exige-se a presença do efetivo dano ao erário. Exceção: no caso da conduta descrita no inciso
VIII do art. 10, VIII não se exige a presença do efetivo dano ao erário. Isso porque, neste caso, o dano
é presumido (dano in re ipsa). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1542025/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 05/06/2018.
Assim, a indevida dispensa de licitação, por impedir que a administração pública contrate a melhor
proposta, causa dano in re ipsa, descabendo exigir do autor da ação civil pública prova a respeito do
tema. STJ. 2ª Turma. REsp 817921/SP, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012.
Nos casos de contratação irregular decorrente de fraude à licitação, o STJ considera que o dano é
in re ipsa.
1. Na hipótese dos autos, trata-se de ação civil pública de improbidade administrativa em razão da
conduta do art. 10, XIII, da Lei 8.4289/1992. 2. A atual jurisprudência do STJ é no sentido de que para a
configuração dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10 da Lei de Improbidade Adminis-
trativa (atos de Improbidade Administrativa que causam prejuízo ao erário), com a exceção da conduta
do art.10, VIII, exige-se a presença do efetivo dano ao erário (critério objetivo) e, ao menos, culpa. Prece-
dentes: REsp 1.206.741/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 24/4/2015; AgRg no AREsp
107.758/GO, Primeira Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe 10/12/2012; REsp 1228306/PB, Segun-
da Turma, Rel. Ministro Castro Meira, DJe 18/10/2012. 3. O Tribunal de Origem atestou a prática de ato
de improbidade administrativa previsto no art. 10, XIII, da Lei 8.429/92, diante da presença do elemento
subjetivo doloso do então Prefeito ao autorizar a utilização do ônibus escolar para finalidade estranha ao
interesse público. Ademais, da leitura do acórdão da Corte de origem constata-se a existência de dano
ao erário, consubstanciado nas despesas com a realização do transporte.4. Agravo interno não provido.
(AgInt no REsp 1542025/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em
05/06/2018, DJe 12/06/2018)
- Não comete ato de improbidade administrativa o médico que cobra honorários por procedimento
realizado em hospital privado que também seja conveniado à rede pública de saúde, desde que o atendi-
mento não seja custeado pelo próprio sistema público de saúde. Em outras palavras, médico de hospital
conveniado com o SUS que cobra do paciente por uma cirurgia que já foi paga pelo plano de saúde não
pratica improbidade administrativa. (Info 537).
- É possível imaginar que exista ato de improbidade com a atuação apenas do “terceiro” (sem a
participação de um agente público)? É possível que, em uma ação de improbidade administrativa, o
terceiro figure sozinho como réu? NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei
nº 8.429/92 é indispensável que seja identificado algum agente público como autor da prática do ato de
improbidade. Assim, não é possível a propositura de ação de improbidade exclusivamente contra o parti-
cular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. (Info 535).
#APOSTACICLOS #SAINDODOFORNO
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se sujeitos a duplo regi-
me sancionatório de modo que se submetem tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade
administrativa quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade.
O foro especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às infrações
penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.
STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado
em 10/5/2018 (Info 901).
- A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. (Info 577).
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
Por ser unilateral, DEVE DECORRER DE LEI (Ex.: PDU – plano diretor urbano).
Instituição José dos Santos Carvalho Filho fala também em atos administrativos normati-
vos.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
TOMBAMENTO
DESAPROPRIAÇÃO
Aquisição originária (livre, portanto, de todos os ônus) (STF: mas paga laudêmio
à União, se tratar-se de desapropriação de domínio útil de terreno de marinha).
CARACTERÍSTICAS Todo e qualquer bem ou direito que possua valor econômico pode ser desapro-
priado.
Competência LEGISLATIVA é PRIVATIVA da União.
2ª FASE (EXECUTIVA): Adoção dos atos materiais (concretos) pelo Poder Público
ou seus delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato, com o
intuito de consumar a retirada da propriedade do proprietário originário.
Pode ser:
(a) ADMINISTRATIVA: depois da declaração, a Administração propõe valor, que
é ACEITO (nesse caso, há verdadeiro contrato de compra e venda) ou
(b) JUDICIAL: o valor NÃO É ACEITO (ou não se conhece o PROPRIETÁRIO DO
BEM). Nesse caso, deve ser ajuizada AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO.
JURISPRUDÊNCIA
- A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o
proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. (Info 851).
Trata-se, portanto, responsabilidade subjetiva, mas cuja culpa é presumida (presunção relativa).
- A transferência, para fins de desapropriação, do domínio útil de imóvel aforado da União constitui
operação apta a gerar o recolhimento de laudêmio (Info 528).
-Leis ambientais que restringem o uso da propriedade é a limitação administrativa. eventual prejuízo
causado pelo esvaziamento econômico de propriedade deve ser indenizado por meio de ação de
direito pessoal, e não de direito real (pois não é uma desapropriação indireta). Prazo prescricional
é de 5 anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/41. STJ. 2ª Turma. EDcl
no REsp 1454919/MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 07/04/2015.
- O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição origi-
nária da propriedade. STJ. 2ª Turma. REsp 1668058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 8/6/2017 (Info 606).
Art. 34-A. Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão concessiva da imis-
são provisória na posse implicará a aquisição da propriedade pelo expropriante com o consequente
registro da propriedade na matrícula do imóvel.
§ 2º Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar 100% (cem por cento) do depósito de
que trata o art. 33 deste Decreto-Lei.
SERVIÇOS PÚBLICOS
3. Restrita: atividade prestada pelo Estado, de forma individualizada e com fruição qualificada.
Prevalece a concepção ampla, de modo que é o conceito de serviço público: “atividade presta-
cional, titularizada, com ou sem exclusividade, pelo Estado, criada por lei, com o objetivo de atender as
necessidades coletivas, submetida ao regime predominantemente público”.
(b) Elemento material: atividade que satisfaz os interesses da coletividade (prestacional, portanto).
Apenas pessoa jurídica ou Pessoa Física ou Pessoa Jurídi- Pessoa Física ou Pessoa Jurídi-
consórcio de empresas ca ca
#NÃOCONFUNDA:
Inadimplemento
Inadimplemento
Fundamento Interesse público da concessioná- Vício originário
do concedente
ria
Processo
Lei autorizativa e Autotutela ou
Formalização administrativo e Decisão Judicial
decreto decisão judicial
decreto
Contraprestação do parceiro
Facultativa Obrigatória
público
R$ 10.000.000,00 (novidade
Valor mínimo Inexistente
legislativa)
Determinado, contudo,
Mínimo: 5 anos
Prazo não há prazo mínimo ou
Máximo: 35 anos
máximo.
Remunerada integralmen-
te pelo Estado (orçamento
Remuneração Tarifa + orçamento
ou outras modalidades de
contraprestação estatal)
Serviços públicos ou
Objeto Apenas serviços públicos administrativos (prestados
ao Estado)
BENS PÚBLICOS
Bens especialmente
afetados aos serviços
administrativos e
De uso especial Não podem ser alienados.
CRITÉRIO DA aos serviços públicos
AFETAÇÃO (aeroportos, escolas e
PÚBLICA hospitais públicos...)
AFETAÇÃO E
Pode decorrer de: (i) lei; (ii) ato administrativo; (iii) fato administrativo
DESAFETAÇÃO
A posse (e os seus vícios) tem caráter relativo (pode existir em face de um, e não existir em face de
outro; ser de boa fé em face de um e não o ser em face de outro; etc).
-Sem direito a indenização pelas acessões nem retenção pelas benfeitorias realizadas, mesmo que
estivesse de boa-fé (pois a “detenção de boa-fé” não produz esses efeitos, mas apenas a posse).
-Um particular pode opor a posse em face de outro particular, manejando os interditos possessó-
rios; Isso não repercute na posição jurídica estatal, e a o ente público continua podendo reaver o bem
dos particulares.
-Ocupação irregular de bem de uso comum do povo: qualquer do povo tem legitimidade ativa para
ajuizar demanda visando resguardar o uso comum do bem, caso tal uso esteja sendo violado/impedido
(590, STJ).
LICITAÇÕES
De acordo com Justen Filho, “a licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por
um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da contratação
mais vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido por um órgão dotado de compe-
tência específica”.
Concorrência
Tomada de Preços
Modalidades de Convite
Licitação Concurso
Leilão
Pregão
4 Essa revisão de valores via Decreto é possível em virtude da permissibilidade do art. 120 da Lei nº 8.666/93: Art. 120. Os
valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário
Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período.
Acima de R$
Até R$ 330.000,00 Até R$ 3.300.000,00
Obras e serviços de 3.300.000,00 (três
(trezentos e trinta mil (três milhões e trezen-
engenharia milhões e trezentos
reais); tos mil reais)
mil reais);
Dispensável (art.
24, §1º - empresas
-20% do convite
públicas, sociedades
-Ter a literalidade do dispositivo como correta. Lembre-se que as EP’s e as
de economia mista,
SEM’s agora são reguladas por norma própria e específica (Lei 13.303).
agências executivas e
consórcios públicos)
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
- Conceito de Contrato Administrativo: A Lei n.º 8.666/93 os definiu como sendo todo e qualquer
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denomi-
nação utilizada.
Além da presença da Administração Pública como uma das partes, os contratos administrativos
apresentam como característica marcante a presença das chamadas cláusulas exorbitantes, que conferem
prerrogativas ao Poder Público, colocando-o em posição de supremacia perante o contratado.
Não confundir contrato administrativo com contrato da Administração. Esse último representa
também os ajustes firmados pelo Poder Público em que ele se coloca em pé de igualdade com o parti-
cular.
Não se faz necessária a transferência do bem para ele se tornar perfeito (não
é contrato real).
CONSENSUAL #ATENÇÃO! No Direito Administrativo, o consenso do particular manifestar-
-se-á no momento de abertura dos envelopes de documentação. Por sua vez,
o consenso da Administração depende da celebração do contrato.
As cláusulas são impostas por uma das partes (poder público) e à outra parte
DE ADESÃO
(particular) cabe apenas aderir ou não à avença.
ONEROSO Não são admitidos contratos gratuitos firmados com o poder público.
» FORMALIDADES
Formalidades que a Administração Pública precisa observar para que o contrato administrativo seja
considerado válido e eficaz:
Tem que haver procedimento licitatório, como regra. Ainda que seja o caso de dispensa ou inexigi-
bilidade, será aberto um processo administrativo.
Devem ser observadas as cláusulas obrigatórias descritas no artigo 55 da Lei 8.666/93 (decore essa
lista!).
É nulo o contrato verbal realizado pela Administração, com exceção para as compras que não ultra-
passarem o percentual máximo de 5% do valor definido para a licitação na modalidade convite, desde
que se trate de compra de pronta entrega e pronto pagamento, sem gerar obrigação futura (art. 60, Lei
8.666/93). Esse é o chamado “regime de adiantamento”, quando há pagamento de despesas com o uso
de “suprimento de fundos” ou uso de “cartão corporativo, por exemplo. Preste bastante atenção ao enun-
ciado da questão, pois a banca CESPE já considerou errada a seguinte afirmação: “Será nulo qualquer
contrato administrativo celebrado e ajustado verbalmente com a administração pública” (SERPRO, 2013).
Nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens que não resultem em obrigações
futuras é possível substituir o instrumento contratual por outros instrumentos como carta-contrato, nota
de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
É obrigatória a publicação do resumo ou extrato do contrato até o quinto dia útil do mês seguinte
ao de sua assinatura, observando-se que antes da referida publicação o contrato é válido e perfeito, mas
não é eficaz.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica
aos seus objetivos;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contra-
tado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
§1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior,
salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648,
de 1998)
§3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses
serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º deste
artigo.
§4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os mate-
riais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de
aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização
por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
§5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniên-
cia de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de compro-
vada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso.
§6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Admi-
nistração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§7º (VETADO)
§8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contra-
to, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de paga-
mento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples
apostila, dispensando a celebração de aditamento.
Além da presença da Administração Pública como uma das partes, os contratos administrativos
apresentam como característica marcante a presença das chamadas cláusulas exorbitantes, que
conferem prerrogativas ao Poder Público, colocando-o em posição de supremacia perante o contra-
tado.
Lei 8.666/93 - Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e servi-
ços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato
administrativo.
§1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
§2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser
revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
As hipóteses presentes nos incisos do artigo 58 são algumas das prerrogativas da Administração,
Tem tabelinha para ajudar nessa missão decoreba que parece impossível (mas não é)5:
Limites:
Modificação técnica do projeto - 25% - Regra geral
(modificação qualitativa) - 50% - Acréscimo em reforma
I – UNILATERALMENTE PELA de edifício ou equipamento
ADMINISTRAÇÃO Limites:
Acréscimos ou diminuição - 25% - Regra geral
(modificação quantitativa) - 50% - Acréscimo em reforma
de edifício ou equipamento
Limites:
Substituição de garantia,
- 25% - Regra geral (acrésci-
modificação do regime de
mos)
II – POR ACORDO DAS PARTES execução ou da forma de
- 50% - Acréscimo em reforma
pagamento
de edifício ou equipamento
#OUTRATABELA #ACRESCENTAERESUME
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Advertência.
Multa.
Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até
APLICAÇÃO DE
dois anos.
SANÇÕES
Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
enquanto perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo
após dois anos.
As normas relativas à extinção dos contratos administrativos estão inseridas nos artigos 77 a 80 da
Rescisão – que pode ser unilateral, judicial, bilateral (distrato) ou de pleno direito (por situações
alheias à vontade das partes).
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDA
Como já foi explicado, existe cláusula exorbitante que impede o particular de rescindir unilateral-
mente o contrato administrativo. Essa rescisão só poderá ser feita perante o Poder Judiciário. Entretanto,
lembre-se que a inadimplência da Administração por período superior a 90 dias permite que o particular
suspenda e execução do contrato:
Art. 78, XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
#NÃOCONFUNDA: resilição (extinção pela vontade das partes) x resolução (extinção sem culpa das
partes) x rescisão (extinção pelo inadimplemento de uma das partes. Pode ser unilateral, amigável
ou judicial).
PROCESSO ADMINISTRATIVO
De acordo com a doutrina, processo administrativo se configura como uma série concatenada de
atos administrativos, de acordo com a ordem posta por lei e com uma finalidade específica, gerando a
prática de um ato final.
Obs.: Coisa julgada administrativa: tem sentido restrito, definindo somente uma situação que não
pode mais ser arguida e analisada em sede administrativa. Isto é, não se confere a esta decisão o caráter
de definitividade plena, haja vista a possibilidade de a situação ser levantada na esfera judicial. Isso ocorre
porque o Brasil adotou o sistema inglês, de jurisdição única (também designado de sistema da unicidade
de jurisdição), que é aquele no qual todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados, podem ser
levados à justiça comum, ou seja, ao Poder Judiciário, que formalizará direito aplicável aos casos litigiosos,
de forma definitiva, com força de coisa julgada material.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
Instrumentalidade O vício de forma é sanável quando não ensejar em prejuízo, desde que mantido
das formas o interesse público diante da aplicação do princípio.
Informalismo
São obrigatórias as formalidades indispensáveis à segurança jurídica do cidadão
ou formalis-
que devem ser observadas pela Administração Pública na condução do feito,
mo necessário
mas, em contrapartida, não se exigem tantas formalidades ao particular interes-
ou formalismo
sado no procedimento.
moderado
Independência Comunicação
Prescrição penal – não repercute na esfera Negativa de autoria – comunica-se com a esfera
administrativa, pois apenas reconhece a perda administrativa. O fato existe, mas ficou compro-
do direito de punir do Estado. vado que a parte não o realizou.
Lei 9.784 - Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
tíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Não pode haver agravamento da sanção na revisão do processo, mas pode haver agravamento no
recurso! Macete concurseiro pra te ajudar: RECURSIM! REVINÃO!
Para que seja cabível a revisão tem que haver circunstâncias relevantes OU fatos novos.
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
AVOCAÇÃO - ocorre quando a autoridade hierarquicamente superior decide alguma questão que
seria da alçada de algum agente de menor hierarquia. A intenção aqui é evitar que cada autoridade deci-
da de uma forma, o que poderia resultar em decisões contraditórias. É situação excepcional, pois a regra
é não haver transferência de competência.
a) é temporária;
Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar só causa
nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe
18/09/2017.
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, desde que
devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância,
é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima,
em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Aprovada em 09/05/2018, DJe
14/05/2018.
A decisão administrativa que põe fim ao processo administrativo, à semelhança do que ocorre no
âmbito jurisdicional, possui a característica de ser definitiva. Logo, o servidor público já punido
administrativamente não pode ser julgado novamente para que sua pena seja agravada mesmo
que fique constatado que houve vícios no processo e que ele deveria receber uma punição mais
severa. Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalida-
de aplicada ao servidor, consoante pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de
sanção mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da reformatio in pejus. Obs.: o
posicionamento acima tem por base a Súmula 19 do STF, que dispõe: “É inadmissível segunda puni-
ção de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira.” STJ. 3ª Seção.
MS 10950-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012. STJ. 1ª Seção. MS 11749/DF, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, julgado em 11/06/2014.
A nulidade em processo administrativo disciplinar somente deve ser declarada quando houver efeti-
va demonstração de prejuízo sofrido pela defesa do servidor. (STJ – AgInt no RMS 53.758/PR, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, 10/10/2017).
INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS - Não deve ser paralisado o curso de processo administrativo
disciplinar apenas em função de ajuizamento de ação penal destinada a apurar criminalmente os
mesmos fatos investigados administrativamente. As esferas administrativa e penal são independen-
tes, não havendo falar em suspensão do processo administrativo durante o trâmite do processo
penal. STJ. 1ª Seção. MS 18090-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 8/5/2013 (Info 523).
#DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO
É possível aplicar, por analogia, o art. 54 da Lei nº 9.784/99 para o processo administrativo nos
Estados e Municípios
O art. 54 da Lei nº 9.784/99 prevê que a Administração Pública federal possui o prazo de 5 anos
para anular um ato administrativo ilegal, salvo comprovada má-fé (quando, então, não haverá
prazo). Trata-se, portanto, de um prazo para o exercício da autotutela.
O processo administrativo na esfera dos Estados e dos Municípios deve ser tratado por meio de
legislação a ser editada por cada um desses entes, em virtude da autonomia legislativa que gozam
para regular a matéria em seus territórios.
No entanto, o STJ entende que, se o Estado ou o Município não possuir em sua legislação previsão
de prazo decadencial para a anulação dos atos administrativos, deve-se aplicar, por analogia inte-
grativa, o art. 54 da Lei nº 9.784/99. Essa conclusão é baseada nos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.
JUIZADOS ESPECIAIS6
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a concil-
iação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas
em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
Os Juizados Especiais pertencem à jurisdição comum, estadual ou federal. O CPC previu a existência
de dois tipos de processos: o de conhecimento e o de execução com procedimentos próprios. Os proces-
sos de conhecimento podem ter procedimento comum e especial.
Quanto aos Juizados Especiais, há um novo tipo de processo, com uma forma diferenciada de
cognição, no qual é possível encontrar processos de conhecimento, de procedimento especialíssimo,
mais concentrado e célere, e de execução.
Em todos eles, devem ser observados princípios típicos, como oralidade, simplicidade, economia,
informalidade e celeridade.
OBJETIVOS PRINCÍPIOS
Oralidade
Informalidade
Oralidade:
Segundo esse princípio, todos os atos realizados oralmente têm de ser reduzidos a termo.
No Juizado Especial, boa parte dos atos é oral, e apenas o essencial é reduzido a termo. O resto
pode ficar gravado em fita magnética ou equivalente, conforme o art. 13, § 3º, da Lei n. 9.099/95
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
(...)
Informalidade ou simplicidade:
Sabe-se que no processo tradicional, há predominância do princípio da instrumentalidade das
formas, que impede a decretação de nulidades quando os atos alcançam a sua finalidade. Contudo, no
Juizado Especial, a busca é pela informalidade e pela simplicidade.
Economia processual:
De acordo com esse princípio, tenta-se obter, sempre com o menor esforço possível, os resultados
almejados.
Celeridade:
É sabido que a Constituição da República garante a todos o direito a duração razoável do processo,
e que, também no processo comum, deve-se buscar o resultado da forma mais célere possível.
Porém, nos Juizados Especiais, a celeridade é ainda mais destacada, pois está entre as suas finalida-
des dar uma solução mais rápida aos litígios em geral.
Por conta disso, não há prazos diferenciados para pessoas jurídicas de direito público.
Lei 12.153/09. Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para
a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
#DEOLHONOENUNCIADO
ENUNCIADO 03 – Não há prazo diferenciado para a Defensoria Pública no âmbito dos Juizados
Especiais da Fazenda Pública.
Dessa forma, entende-se que a mentalidade deve estar voltada para que esse resultado seja alcan-
çado, mas sem o desrespeito às garantias dos litigantes. Ex: não cabe reconvenção (cabe pedido
contraposto); não se admite prova pericial de alta complexidade (admite-se perícia informal).
Conciliação:
Embora haja discussão sobre a possibilidade de advogado público poder fazer acordo, no âmbito
dos Juizados isso pode ocorrer.
Lei n. 9.099/95, art. 22: A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por concilia-
dor sob sua orientação.
Lei n. 10.259/01, art. 9º: Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para
audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
Lei n. 12.153/09, art. 8º: Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência poderão conci-
liar, transigir ou desistir nos processos da competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipó-
teses previstas na lei do respectivo ente da Federação.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Lei 9.099/95: Defesa Técnica e Audiência Preliminar (Info. 437 do STF) A presença de defesa técnica
na audiência preliminar é indispensável à transação penal, a teor do disposto nos artigos 68, 72 e
76, § 3º, da Lei 9.099/95. Com base nesse entendimento, a Turma deferiu habeas corpus a paciente
que não fora amparado por defesa técnica na audiência preliminar em que proposta e aceita a tran-
sação penal pela suposta prática do delito de desacato (CP, art. 331). Entendeu-se que os princípios
norteadores dos juizados especiais, tais como oralidade, informalidade e celeridade, não podem
afastar o devido processo legal, do qual o direito à ampla defesa é corolário. STF, HC 88.797/RJ, rel.
Min. Eros Grau, 22.8.2006.
#NOVIDADELEGISLATIVA
A Lei nº 13.603, de 9 de janeiro de 2018 - Altera a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, para
incluir a simplicidade como critério orientador do processo perante os Juizados Especiais Crimi-
nais.
Art. 2º O art. 62 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte
redação: “Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.” (NR)
COMPETÊNCIA
Inicialmente, vale mencionar que mesmo nas causas para as quais o Juizado tem competência, a
parte interessada pode optar por propor a sua ação pelo sistema convencional. Contudo, isso só vale
para os Juizados Estaduais Cíveis.
Para indicar quais causas são de competência do juizado, o legislador valeu-se de três critérios: o
valor da causa, a matéria e as pessoas. Entre os diversos juizados, no entanto, o critério prevalente é o
territorial.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste
artigo.
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, obser-
vado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
mentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resí-
duos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente
ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais
ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qual-
quer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I
deste artigo.
Frise-se que o Juizado terá competência nos valores mencionados, independentemente de sua
complexidade. Podem existir causas de pequeno valor altamente complexas, mas isso não afasta a sua
competência. O que a pode afastar é a eventual necessidade de prova técnica complexa, diante da inad-
missibilidade de prova pericial.
Ademais, o valor da causa deverá ser considerado no momento da propositura da demanda, sendo
irrelevantes alterações supervenientes, e deve corresponder ao conteúdo econômico do pedido, o que
inclui o principal corrigido e juros vencidos.
Nesse sentido, importante destacar que o interessado pode renunciar àquilo que exceda os limites
de valor da competência, tanto no Juizado Estadual quanto no Federal. Assim, ainda que seu crédito
ultrapasse os limites legais, pode recorrer ao juizado, desde que abra mão do excedente.
#ATENÇÃO
Nos Juizados Especiais Cíveis, o valor da causa será de suma importância, porque se for até 20 salá-
rios mínimos, é dispensada a participação do advogado. Somente naquelas entre 20 e 40 salários
mínimos tal participação é indispensável.
#ATENÇÃO
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste
artigo.
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, obser-
vado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente
ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qual-
quer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I
deste artigo.
Não poderão correr perante o Juizado Especial aquelas causas cujo procedimento seja especial, no
qual a natureza da lide exija um procedimento próprio.
» Só as pessoas físicas capazes podem propor ação perante o juizado especial, excluídos os cessioná-
rios de direito de pessoas jurídicas.
» Além das pessoas físicas, podem também propor ação as microempresas e as empresas de pequeno
porte, nos termos do art. 74 do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte
(LC 123, de 14/12/2006).
Há, contudo, algumas restrições a que determinadas pessoas ou entes, figurem como partes no
Juizado, tanto no polo ativo quanto no passivo: pessoas físicas incapazes, o preso, as pessoas jurídicas de
direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil (art. 8º, caput, da Lei n.
9.099/95). No entanto, admitem-se como rés as sociedades de economia mista.
#ATENÇÃO
A pessoa jurídica que compra crédito, ainda que microempresa ou empresa de pequeno porte, não
pode postular ação no Juizado porque, como a aquisição de crédito é o seu próprio negócio, o
Juizado não estaria sendo utilizado para resolver pequenos problemas.
#SELIGANOENUNCIADO:
Enunciado n. 146 (FONAJE): “A pessoa jurídica que exerça atividade de factoring e de gestão de
créditos e ativos financeiros, excetuando as entidades descritas no art. 8º, § 1º, inciso IV, da Lei nº 9.
099/95, não será admitida a propor ação perante o Sistema dos Juizados Especiais (art. 3º, § 4º, VIII,
da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006)”.
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial: (Redação dada pela Lei
no 12.126, de 2009)
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público,
nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; (Incluído pela Lei no 12.126, de 2009)
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para
fins de conciliação.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais
ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qual-
quer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I
deste artigo.
Considerando que a Fazenda Pública não possui foro privilegiado, as mesmas regras de compe-
tência valem para o Juizado Especial da Fazenda Pública (art. 27, da Lei n. 12.153/90, que manda aplicar
supletivamente, em caso de omissão, as regras da Lei n. 9.099/95).
#ATENÇÃO
A incompetência territorial pode ser conhecida de ofício no sistema dos Juizados Especiais.
PROCEDIMENTO
- Petição inicial: pode ser apresentada na Secretaria do Juizado, por escrito ou verbalmente;
- O réu é citado para comparecer à audiência de conciliação, conduzida por juiz togado ou leigo ou
conciliador sob sua orientação.
- Nessa audiência, se tentará o acordo entre as partes. Caso o réu, citado, não compareça, haverá
revelia e o juiz julgará o processo; caso o autor não compareça, o processo será extinto sem resolução
de mérito.
- Se não houver acordo, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, da qual as partes
sairão intimadas. Nela, o réu poderá apresentar contestação, com pedido contraposto, se o desejar. A
contestação pode ser apresentada por escrito ou verbalmente.
- Em seguida, serão colhidas as provas necessárias. A audiência e a instrução serão dirigidas pelo juiz
togado, ou por juiz leigo, sob orientação daquele.
Destaque-se que o art. 27, caput, da Lei n. 9.099/95 determina que, finda a tentativa de conciliação,
proceder-se-á imediatamente à instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Contudo, só será possível realizá-los na audiência inicial se houver a concordância de ambas as partes. Do
contrário, haverá cerceamento de defesa, já que, se houver testemunhas, elas precisarão ser intimadas,
não sendo a parte obrigada a levá-las.
Ademais, o réu tem que ter oportunidade de apresentar defesa, o que pode ser feito até a audiência
de instrução e julgamento.
Custas processuais:
Nos termos do art. 54 da Lei nº. 9.099/99, não há custas, taxas ou despesas em primeiro grau de
jurisdição, inclusive honorários advocatícios.
Contudo, se houver recurso, cessará a isenção de custas e honorários. O recurso contra a sentença
deve vir acompanhado de preparo, que compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas
dispensadas em primeiro grau de jurisdição, salvo se o recorrente requerer e obtiver os benefícios da
justiça gratuita (art. 54, parágrafo único, da lei).
Citações e intimações:
Nos termos do art. 18, da Lei n. 9.099/95, a citação no juizado será feita por carta ou por mandado,
que deverá ser encaminhada com aviso de recebimento.
Nas hipóteses em que o citando for pessoa jurídica ou firma individual, a citação se aperfeiçoará
mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado.
Vale mencionar que somente quando necessário, a citação será feita por oficial de justiça, inde-
pendentemente de mandado ou carta precatória. A citação por oficial é excepcional, e só cabe quando,
por qualquer razão, for inviável por correio. Ademais, caso o oficial de justiça verifique que o réu está se
ocultando, fará a citação com hora certa.
Não se admite a citação por edital, em nenhuma hipótese, no juizado especial cível. Se o réu não
for localizado, o juiz extinguirá o processo sem resolução de mérito.
As intimações far-se-ão da mesma forma que as citações, ou por qualquer outro meio idôneo.
Nesse contexto, cabe relembrar que não há prazos diferenciados para pessoas jurídicas de direito público.
Lei 12.153/09. Art. 7º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual
pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para
a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Art. 17. (...) Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação
formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.
RECURSOS
Recurso inominado:
Contra a sentença caberá recurso, para o qual a lei não deu nome, mas que guarda semelhança
com a apelação. Ele será sempre escrito, e deverá, seja qual for o valor da causa, ser subscrito por
advogado.
#ATENÇÃO
Nos Juizados Cíveis e da Fazenda Pública, o recurso é admissível tanto contra a sentença definiti-
va (de mérito) como contra a extintiva. Já no Juizado Federal, só contra a sentença definitiva, nos
termos do art. 5º, da Lei n. 10.259/2001: Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso
de sentença definitiva.
O prazo para interposição é de 10 dias, contados da data em que as partes tomam ciência da
sentença. Se esta for proferida na própria audiência, as partes saem intimadas; do contrário, haverá
necessidade de intimação.
O recurso não tem efeito suspensivo. No entanto, em situações excepcionais, quando o juiz verifi-
car que do cumprimento imediato da sentença pode resultar perigo de prejuízo irreparável ou de difícil
reparação, pode concedê-lo excepcionalmente. Destaca-se que, em sede de Juizados, não há reexame
necessário.
#DEOLHONATABELA
RECURSO INOMINADO
10 dias – aplicável a todos os Juizados (JEF - Lei n. 10.259, art. 9º; JEFP – Lei n.
Prazo
12.153/09, art. 7º). Não há prazo diferenciado para pessoas de direito público.
Efeito Ope judicis (o recurso só vai suspender a eficácia da sentença se o juiz expres-
suspensivo samente determinar)
Juízo de Juiz de primeiro grau (não aplicação do art. 1.010, § 3º do CPC – quem faz o juízo
admissibilidade de admissibilidade do recurso inominado é o próprio juiz de primeiro grau; ele
em primeiro analisará custas, tempestividade, cabimento, e se admitir, decidirá sobre o efeito
grau a ser aplicado e manda seguir para contrarrazões).
Agravo de Instrumento:
Não há previsão legal de agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias no Juizado Espe-
cial Cível. As decisões proferidas no curso do processo são irrecorríveis.
Contudo, elas não precluem, o que significa que poderão ser rediscutidas, após a sentença, por
meio do recurso contra ela interposto. Assim, no recurso inominado contra a parte pode rediscutir não só
aquilo que foi nela apreciado, como tudo que ficou decidido no processo, já que as decisões anteriores à
sentença, sendo irrecorríveis, não terão ficado preclusas.
#ATENÇÃO
Tem-se admitido o agravo de instrumento contra as decisões que apreciam as tutelas provisórias no
Juizado Especial, pois a situação de urgência exige que, de imediato, o Colégio Recursal possa reexaminar
o que foi decidido.
Embargos de Declaração:
Cabem embargos de declaração contra sentenças e acórdãos, mas não contra decisões interlocu-
tórias, podendo ser opostos, inclusive, oralmente. As hipóteses de cabimento são as mesmas previstas
no CPC: quando a sentença ou acórdão padecer dos vícios da obscuridade, contradição ou omissão, ou,
ainda, quando contiver erro material. O prazo para interposição é de 05 dias e interrompe o prazo para
a interposição de outros recursos.
#ATENÇÃO
Súmula 376, STJ: Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança
contra ato de juizado especial.
Desse modo, o Recurso Extraordinário é cabível contra causas decididas em única ou última instân-
cia por qualquer órgão jurisdicional. Já o REsp., somente é cabível contra causas decididas em única ou
última instância pelo TJ ou TRF. Como a Turma Recursal não é Tribunal, suas decisões não desafiam REsp.
#SELIGANASÚMULA
Súmula 640, do STF – É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro
grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível ou criminal.
Ação Rescisória:
Não cabe rescisória nos Juizados Especiais.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta
Lei.
Art. 69, Lei n° 9.099/95. “A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.”
Em vez de IP, é lavrado TCO por qualquer autoridade policial, que se encarrega de encaminhar a
vítima e o autor do delito ao juizado, bem como providenciar os exames periciais necessários (art. 69). O
termo circunstanciado é um relatório sumário, contendo a identificação das partes envolvidas, a menção
à infração praticada, bem como todos os dados básicos e fundamentais que possibilitem a perfeita indivi-
dualização dos fatos, a indicação das provas, com o rol de testemunhas, quando houver, e, se possível, um
croqui, na hipótese de acidente de trânsito.
• Atribuição: Polícia Civil e Polícia Federal podem lavrar. Quanto à Polícia Militar, há divergências. Na
doutrina prevalece que a PM não pode lavrar termo circunstanciado, pois é um procedimento de cará-
ter investigatório e a PM não tem atribuições investigatórias para crimes comuns (Mirabete). Na prática
a PM lavra. O STF entendeu, na ADI 3614, que a lavratura de termos circunstanciado pela Polícia Militar
usurpa as atribuições da Polícia Judiciária (no mesmo sentido, julgado de 2013, RE 702.617).
Art. 69, parágrafo único, Lei n° 9.099/95. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar,
como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
É possível a captura e a condução do agente, o que não pode ocorrer é a formalização, a lavratura
do APF. Em se tratando de IMPO, é lavrado o Termo Circunstanciado, desde que haja o compareci-
mento imediato ao Juizado ou a assunção do compromisso. Se não assumir o compromisso, será
lavrado o APF.
Lavrado o APF, é possível a concessão de fiança pelo Delegado, pois a IMPO tem pena máxima infe-
rior a 4 anos. Se não pagar a fiança, será determinado o recolhimento à prisão. A prisão será comunicada
ao juiz, que aplicará o novo art. 310, CPP.
#OLHAOGANCHO
No caso do delito do art. 28, caput, da Lei 11.343/06 a própria lei informa, no art. 48, § 2º, que “não
se imporá prisão em flagrante”. Assim, mesmo que o flagranteado não se comprometa a comparecer ao
juizado, não poderá ser preso. Até porque o crime do art. 28 não prevê pena de prisão nem em caso de
condenação.
Art. 74, Lei n° 9.099/95. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo
Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
A composição civil tem cabimento em qualquer hipótese, desde que haja uma vítima direta. No
entanto, há uma hipótese em que, mesmo sem haver uma vítima direta, impõe-se a composição dos
danos e a preferência é pela reposição in natura. Eu estou me referindo a dano ambiental. Na lei dos
crimes ambientais, mesmo sem haver vítima direta, impõe-se a composição civil e a preferência, inclusive,
é pela reparação in natura.
Art. 27 da lei 9605 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099 (transação), de 26 de
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
Caso a ação penal seja pública condicionada à representação ou exclusivamente privada, a homo-
logação do acordo implica a extinção da punibilidade.
Art. 74, parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou repre-
sentação.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Caso o querelante proponha, na própria queixa-crime, composição civil de danos para parte dos
querelados, a peça acusatória deverá ser rejeitada em sua integralidade – isto é, em relação a todos
os querelados. Isso porque a composição pelos danos, sendo aceita e homologada judicialmente,
implica a renúncia ao direito de queixa, nos termos do disposto no art. 74, parágrafo único, da
Lei 9.099/1995, tratando-se a renúncia, expressa ou tácita (art. 104 do CP), de causa extintiva da
punibilidade, sendo irretratável (art. 107, V, CP). Por força do princípio da indivisibilidade, a todos se
estende a manifestação do intento de não processar parte dos envolvidos, de modo que a renúncia
beneficia a todos eles. HC 29.861-SP, Quinta Turma, DJ 25/2/2004. AP 724-DF, Rel. Min. Og Fernan-
des, julgado em 20/8/2014.
#ATENÇÃO
Se o autor do fato não pagar o acordo celebrado como composição civil dos danos, isso não
restaura o direito de queixa/representação do ofendido, mormente porque já houve a extinção da
punibilidade. Restará à vítima apenas a execução do título.
O crime de ação penal pública incondicionada não é mencionado pelo art. 74, parágrafo único da
Lei n° 9.099/95. Todavia, isso não significa que a composição dos danos civis não possa ocorrer nesses
crimes. Ela é cabível, porém não irá acarretar a extinção da punibilidade (atenção). A vantagem para
o acusado de celebrar a composição civil nesse caso (desde que efetivamente efetue o pagamento) é que
pode configurar arrependimento posterior (ponte de prata - art. 16, CP).
Não obtida a composição civil, a representação verbal deve ser oferecida na audiência preliminar.
Não oferecida a representação na audiência preliminar, isso não impede posterior exercício do direito,
desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a opor-
tunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
TRANSAÇÃO PENAL
A transação penal consiste em um acordo celebrado entre o titular da ação penal e o autor do fato
delituoso, objetivando a imediata aplicação de pena de multa ou de pena restritiva de direitos.
Embora a lei somente se refira à proposta de transação penal na ação pública condicionada à repre-
sentação e na ação pública incondicionada (casos em que será proposta pelo MP), admite-se também
para ação penal privada. Neste sentido, Tourinho Filho, Renato Brasileiro, Nucci. Segundo Renato Brasi-
leiro, na ação penal privada, a legitimidade para a proposta de transação penal é do ofendido, titular da
ação. É o que prevalece também na jurisprudência.
#OLHAOGANCHO:
Pressupostos de admissibilidade
• Não estiver presente hipótese de arquivamento do termo circunstanciado, caso em que o indivíduo
sequer deve ser processado criminalmente.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta
• Não ter sido o autor da infração condenado pela prática de crime à pena privativa de liberdade por
sentença definitiva (com trânsito em julgado).
#ATENÇÃO
A condenação por contravenção penal não impede o benefício, tampouco a condenação a pena de
multa ou pena restritiva de direitos.
• Não ter sido o agente beneficiado anteriormente por outra transação penal, no lapso temporal de 5
anos.
Art. 76, §4°. Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz apli-
cará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará reincidência, sendo registrada apenas
para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
• Ser aceita a proposta por parte do autor da infração e de seu defensor (constituído, dativo e público).
O STJ entende que se houver divergência entre o indiciado e o advogado deverá prevalecer a vontade
do indiciado (HC 17165).
#SELIGA
Apesar de não mencionar os crimes de ação penal privada, a transação penal é plenamente possível
nesses crimes. Nos crimes de ação penal pública (seja ela incondicionada ou condicionada à repre-
sentação) a proposta de transação penal é formulada pelo MP (art. 129, I, CF). Já nos casos de ação
penal de iniciativa privada, para respeitar a sua titularidade, a proposta deve ser feita pelo ofendido
ou seu representante (é o que prevalece na jurisprudência – v. STJ, AP 566). Porém, há doutrinadores
e uma jurisprudência minoritária que entendem que mesmo nos casos de ação penal de iniciativa
privada o MP é quem deve formular a proposta.
#OLHAOGANCHO
No caso de crimes ambientais, a transação penal depende de prévia composição do dano ambien-
tal, salvo impossibilidade manifesta de fazê-lo (v. art. 27, Lei n° 9.605/98).
#SELIGANAJURIS
De acordo com o artigo 89 da Lei dos Juizados Especiais, para a concessão da suspensão condi-
cional do processo é necessário, além do preenchimento dos requisitos objetivos, o atendimento às
exigências de ordem subjetiva, dispostas no artigo 77 do Código Penal, referentes à adequação da
medida em face da culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem
como dos motivos e circunstâncias do delito. STJ. 17/11/2015.
Vamos analisar alguns pontos importante sobre os requisitos para a concessão da Suspenção Condi-
cional do Processo:
• As contravenções também admitem suspensão. Seria desproporcional dizer que as contravenções não
admitem a aplicação do instituto, já que os crimes admitem.
• Qualificadoras, privilégios, causas de aumento e diminuição e concurso de crimes: devem ser levados
em consideração. Sempre buscando calcular a pena mínima aplicável. Buscar o critério que menos
aumenta a pena (diferentemente do procedimento, onde buscávamos a pena máxima).
• Será cabível a suspensão quando a pena de multa estiver cominada alternativamente, mesmo que a
pena privativa mínima seja superior a 1 ano (STF e STJ).
• Não é necessário que o crime em foco seja de menor potencial ofensivo: A suspensão será cabí-
vel ainda que não seja o crime da competência dos Juizados (pena máxima maior que 2 anos).
• Não se admite suspensão condicional do processo nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher.
#SELIGANASÚMULAS
Súmula 723, STF. Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a
um ano.
Súmula 243, STJ. O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações
penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena
mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de
um (01) ano.
Não estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime.
• Entende-se que majoritariamente que a expressão “Não estar sendo processado” não viola a presun-
ção de inocência.
#DEOLHONAJURIS
De acordo com o art. 89 da Lei nº 9.099/95, a suspensão condicional do processo é instituto de polí-
tica criminal, benéfico ao acusado, que visa a evitar a sua sujeição a um processo penal, cujos requi-
sitos encontram-se expressamente previstos na norma em questão. É constitucional a norma do art.
89 da Lei nº 9.099/95, que estabelece os requisitos para a concessão do benefício da suspensão
condicional do processo, entre eles o de não responder o acusado por outros delitos. Assim, a exis-
tência de ações penais em curso contra o denunciado impede a concessão do sursis processual por
força do art. 89 da Lei nº 9.099/95. STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018
(Info 903). STF. 2ª Turma. RHC 133945 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/06/2016.
Presença dos demais requisitos para a suspensão condicional da pena (art. 77, CP).
• Conjugando o primeiro requisito com o art. 77, §1°, CP, a doutrina entende que anterior condenação a
pena de multa não impede a suspensão condicional do processo.
• Suspensão condicional do processo em crimes de ação penal privada: É cabível. Quanto à legi-
timidade para o oferecimento há divergência: 1ª corrente: MP (Enunciado n° 112, XXVII FONAJE). 2ª
corrente: deve ser oferecida pelo querelante, que é o titular do direito de ação penal de inciativa priva-
da.
• Não pode ser concedida de ofício: A suspensão condicional do processo não pode ser concedida de
ofício pelo juiz. Diante da recusa injustificada do MP, aplica-se o art. 28, CPP (princípio da devolução).
#SELIGANASÚMULA
Súmula 696, STF. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do proces-
so, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao
Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
#SELIGANASÚMULA
• Aceitação da proposta: A proposta deve ser aceita pelo acusado E por seu defensor (todos os
institutos despenalizadores dependem da presença de advogado). Havendo divergência entre a
defesa técnica e a vontade do acusado, prevalece, segundo a lei, esta última.
• Uma vez aceita a proposta de suspensão condicional do processo, será submetida à apreciação do juiz.
• Proibição de frequentar determinados lugares (não se confunde com a medida cautelar do art. 319, II,
CPP).
• Comparecimento mensal em juízo (se o acusado passa a residir em outra comarca, o comparecimento
pode ser fiscalizado através de carta precatória).
#DEOLHANOGANCHO
Apesar de não haver consenso, prevalece o entendimento doutrinário de que não é possível a
aplicação de penas restritivas de direitos como condições da suspensão condicional do processo. As
condições a serem cumpridas pelo acusado durante o período de prova funcionam como restrições
ao seu comportamento social e não se identificam com as modalidades de sanção disciplinadas no
Código Penal. Há precedentes da 6ª Turma do STJ no sentido de que fere o princípio da legalidade
a imposição de prestação pecuniária como condição para a suspensão condicional do processo. O
§ 2° do art. 89 da Lei n° 9.099/1995 traz a possibilidade de o juiz estabelecer outras condições, além
das elencadas no § 1°, para a concessão do benefício, desde que adequadas ao fato e à situação
pessoal do acusado. Porém, a prestação pecuniária-consistente em pena restritiva de direito, autô-
noma e substitutiva- depende de expressa previsão legal para sua imposição, o que a lei supramen-
cionada não o fez. Assim, não sendo a prestação pecuniária requisito expresso para a suspensão
condicional do processo, não pode o magistrado fazer tal imposição ao beneficiário.
#JURISPRUDÊNCIAEMTESES
O prazo de 5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 2º, inciso
II, da Lei n. 9.099/95 aplica-se, por analogia, à suspensão condicional do processo. RHC 80170/
MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 28/03/2017, DJe 05/04/2017.
• Revogação obrigatória: Art. 89, §3°. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário
vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
• Revogação facultativa: Art. 89, §4°. A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
#ATENÇÃO
A suspensão do processo pode ser revogada mesmo após o decurso do período de prova, caso
verificado o descumprimento de condição durante o curso do benefício, e desde que não haja
anterior declaração de extinção da punibilidade.
O Código de Normas (CN), vale lembrar, é um ato administrativo, classificado como Provimento.
Trata-se de um instrumento de regulamentação, de especificação acerca do cumprimento da lei, e não a
substitui. Por isso, a ausência de reprodução de um conteúdo existente no Código anterior não implica,
necessariamente, a liberação da prática do ato, uma vez que a sua exigência pode estar prevista em lei ou
em outros atos normativos. Com esse modelo, busca-se evitar a rápida desatualização do CN e a necessi-
dade da sua modificação sempre que se altere o ato normativo ou a lei paradigma.
Considerando que do início de sua vigência até a data da primeira fase de nosso concurso teremos
o lapso de cerca de 05 (cinco) meses e que este é o primeiro concurso organizado pelo Tribunal de Justi-
ça do Estado do Paraná após a entrada em vigor do referido Código de Normas, não temos questões
envolvendo o mesmo, mas apenas envolvendo o antigo Código de Normas, o que não nós permite uma
análise dos temas mais cobrados. Portanto, temos um ponto obscuro em nosso edital, mas vamos tentar
jogar um pouco de luz e facilitar nosso estudo.
FORO JUDICIAL
A parte do Código de Normas que dispõe acerca do Foro Judicial possui 820 artigos, abordando
toda a estrutura da Corregedoria-Geral da Justiça entre os artigos 1° ao 62; disciplinando os serviços
judiciários em geral entre os artigos 63 e 142; as disposições comuns dos processos e dos procedimentos
entre os artigos 143 e 370; as disposições especiais dos processos e procedimentos estão dispostas entre
os artigos 371 e 758; e, por fim, os artigos 759 a 817 abordam as disposições transitórias.
Quanto à estrutura da Corregedoria-Geral da Justiça, vamos analisar alguns artigos com grande
relevância temática:
Capítulo I
Da Composição
Art. 2º. A Corregedoria-Geral da Justiça, órgão de controle e de orientação dos serviços dos
Foros Judicial e Extrajudicial, com atuação e atribuição em todo o Estado, é exercida pelos Desem-
bargadores Corregedor-Geral da Justiça e Corregedor da Justiça, com competências definidas no
Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Art. 5º. Compete ao Juiz Auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, sem prejuízo de outras
atividades:
V – atuar, por delegação do Corregedor-Geral da Justiça, nas hipóteses autorizadas pelo Regi-
mento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Art. 6º. Aos Assessores Correcionais da Corregedoria-Geral da Justiça compete, sem prejuízo
IV - prestar esclarecimentos, no âmbito dos Foros Judicial e Extrajudicial, sobre matérias afetas
à Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 7º. Aos Assessores Jurídicos compete, sem prejuízo de outras atividades atribuídas pelo
Corregedor-Geral da Justiça ou pelo Corregedor da Justiça:
II - elaborar minutas;
III - apresentar parecer jurídico, informação, cota e despacho nos processos em trâmite na
Corregedoria-Geral da Justiça e na Corregedoria da Justiça;
Capítulo II
Das Normas
Art. 11. São atos praticados pela Corregedoria-Geral da Justiça e pela Corregedoria da Justiça,
entre outros:
I – Provimento: Ato de caráter normativo, cuja finalidade é esclarecer e orientar a execução dos
serviços judiciais e extrajudiciais em geral. Quando emanado para alterar o Código de Normas, deverá
indicar expressamente a norma alterada, a fim de preservar a sistematização e a numeração existentes;
II – Portaria: Ato de natureza geral destinado a aplicar, em casos concretos, os dispositivos legais
atinentes à atividade funcional de Magistrados, Serventuários e funcionários da Justiça;
III – Instrução: Ato de caráter complementar, cujo objetivo é orientar a execução de serviço judi-
ciário específico;
conhecimento geral;
Art. 12. Os atos são públicos e devem ser publicados no Diário da Justiça Eletrônico, excetua-
dos:
III - os casos de sigilo declarados pelo Corregedor-Geral da Justiça ou pelo Corregedor da Justi-
ça.
Capítulo IV
Seção I
Das Correições
Art. 25. A função correcional será exercida por meio de Correições Ordinárias ou Extraordi-
nárias, presenciais ou virtuais, gerais ou parciais, nas Unidades Judiciárias e nos Ofícios Extrajudiciais,
determinadas pelo Corregedor-Geral da Justiça ou pelo Corregedor da Justiça, com a expedição da
respectiva Ordem de Serviço.
Art. 26. A Correição Ordinária consiste na fiscalização normal, periódica e previamente anun-
ciada, presencial ou virtual, geral ou parcial, nas Unidades Judiciárias e nos Ofícios Extrajudiciais.
Parágrafo único. As Correições Extraordinárias não dependem de prévio aviso e serão reali-
Art. 28. O procedimento das Correições será regulamentado por ato normativo específico da
Corregedoria-Geral da Justiça.
Seção III
Do Relatório de Assunção
Art. 40. Ao assumir a Unidade Judiciária, o Magistrado deverá remeter relatório à Correge-
doria-Geral da Justiça, por meio de Sistema Informatizado, no prazo de 15 (quinze) dias, com os
seguintes dados:
Art. 41. Tratando-se de Unidade Judiciária com competência na área da Infância e da Juven-
tude, o Relatório de Assunção deverá conter, além das informações mencionadas no artigo anterior:
III - relação dos processos de adoção em trâmite com prazo superior ao máximo legal;
IV - relação dos processos de destituição do poder familiar em trâmite com prazo superior
ao máximo legal.
Art. 42. Tratando-se de Juízo Único ou de Vara com mais de uma Secretaria ou Ofício, o relatório
deverá ser individualizado por área.
Art. 43. Os dados do Relatório de Assunção serão cadastrados em Sistema Informatizado e aces-
sados somente pelo Corregedor-Geral da Justiça, pelo Corregedor da Justiça, pelos Juízes Auxiliares ou
§1º O relatório mencionado no caput poderá ser solicitado para realização de Correição.
§2º Os dados do relatório de que trata este artigo não deverão constar da ficha funcional do
Magistrado.
Art. 44. Ao assumir a Unidade Judiciária, deverá o Magistrado consultar os relatórios relati-
vos à Correição e à última Inspeção anual.
§1º O Magistrado poderá realizar nova Inspeção nas Unidades Judiciárias de sua competência se
considerar necessário, com a instauração do processo no Sistema Projudi.
§2º No caso da realização de nova Inspeção, deverão ser cumpridas as determinações dispostas
na Seção anterior.
Capítulo V
Art. 45. A aferição da produtividade e da eficiência dos Juízes do 1º grau de jurisdição compe-
te ao Núcleo de Estatística e Monitoramento da Corregedoria (NEMOC), sem prejuízo das ativida-
des desenvolvidas durante as Correições.
Art. 47. O juízo de ponderação sobre a atuação do Magistrado incluirá, além dos índices de
produtividade e de eficiência, a qualidade e a segurança dos atos praticados.
Art. 48. Incumbe ao Magistrado a fiscalização sobre a exatidão dos dados lançados nos Sistemas
Eletrônicos que servem de fonte para os cálculos estatísticos.
Em relação aos Títulos II, III e IV, tendo em vista que são artigos que disciplinam os serviços judiciá-
rios em geral e as disposições comuns e especiais relativas aos processos e procedimentos, acreditamos
que as chances de cobrança são menores, pois disciplinam matéria mais procedimental, havendo menos
particularidades que podem ser objeto de questões. Portanto, dado o volume de artigos, bem como
pelo fato deste material não ter como objetivo cópia dos artigo, que inclusive estão disponíveis no site
do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, vamos passar para o Título V, que aborda as disposições
transitórias, em especial, disciplina a transição final dos processos físicos para o processo digital, trazendo
TÍTULO V
Art. 759. Este Título regulamenta os atos praticados em processos que tramitam por meio
físico.
Art. 760. Os processos físicos arquivados que retomem o andamento deverão ser digitalizados,
ressalvadas as hipóteses de inviabilidade técnica, assim decididas pelo Magistrado.
Parágrafo único. Os autos físicos desarquivados por pedido de carga somente serão digitalizados
se não houver novo arquivamento definitivo após a devolução do processo.
Capítulo I
Dos Livros
Art. 764. São obrigatórios, para as Serventias que ainda possuem processos físicos em anda-
mento, os seguintes Livros:
I – Registro de Depósitos;
Capítulo III
Art. 774. As cartas precatórias serão expedidas em três vias, no mínimo, e, juntamente com
as peças que as instruírem, serão autenticadas pela Serventia, com rubrica do Secretário ou do
Serventuário e encerramento com a assinatura do juiz.
Art. 775. As cartas precatórias para outros Estados serão remetidas, preferencialmente, pelo Siste-
ma de Malote Digital.
Capítulo IV
Das Publicações
Art. 777. Os despachos, as decisões e as sentenças constarão das relações de intimações com
o máximo de precisão, de forma a se evitarem ambiguidades ou omissões e referências dispensá-
veis, tais como “publique-se” ou “intime-se”.
Art. 778. Quando se tratar de despacho, constará, objetivamente, o seu conteúdo, bem como a
parte à qual se dirige.
Parágrafo único. Se o despacho determinar, de maneira genérica, a prática de ato por uma das
partes, como ocorre com o uso da expressão “diga a parte contrária”, a publicação conterá a parte à
qual é pertinente o ato e a peça processual a que o despacho faz alusão.
Art. 779. No despacho de conteúdo múltiplo, que exija a pré-realização de certo ato de compe-
tência de Servidor ou de Serventuário, incluindo os Oficiais de Justiça ou Técnicos que exercem essa
função, os advogados somente serão intimados depois da concretização desse ato.
Capítulo VII
Da Restauração de Processo
Art. 790. A restauração de processo físico será feita no Sistema Projudi, mediante ação autô-
noma.
Art. 791. Concluída a restauração, prosseguirá o processo nos seus termos, mantendo-se a trami-
tação no Sistema Projudi.
Art. 792. Localizados os autos originais, serão estes digitalizados, inseridos no Sistema Projudi e
apensados ao processo de restauração, mantendo-se a tramitação no referido Sistema.
Capítulo XII
Art. 814. Os documentos pertinentes aos processos suspensos por decisão judicial com base
no art. 366 do Código de Processo Penal poderão ser digitalizados em blocos (grupos).
Art. 815. A destinação das apreensões deverá ser formalizada no Sistema Projudi, ainda que
estejam cadastradas no Sistema Informatizado do Cartório Criminal (SICC).
Art. 816. A transferência do processo e a remessa das apreensões à Vara do Plenário do Tribunal
do Júri somente ocorrerá após a digitalização dos autos pelo Juiz que decidiu pela pronúncia do réu.
Parágrafo único. Os autos físicos serão arquivados no Juízo originário, de acordo com o
disposto na legislação federal pertinente e em ato normativo próprio do Tribunal de Justiça do Estado
do Paraná.
Art. 817. Enquanto não implantado o controle biométrico, o comparecimento dos executa-
dos em Juízo será realizado mediante comprovante de apresentação, no qual constarão a data da
apresentação, o endereço e o telefone atualizados, bem como a assinatura do executado.
Assim encerramos os artigos, que ao nosso ver, merecem mais atenção em relação ao Foro Judicial
do Código de Normas. Reafirmo que não há segredo ou mágica com esse ponto do edital. O Código
tem poucos meses de vigência, nunca foi cobrado em provas, o que dificulta uma leitura do que deve
nos aguardar na prova. Portanto, destacamos informações relevantes dos artigos acima, com o intuito de
trazer o máximo de ajuda, no entanto, a leitura da lei ainda é o melhor estudo para o ponto.
FORO EXTRAJUDICIAL
Diferente do Foro Judicial, o Foro Extrajudicial está em vigência desde o ano de 2013, já tendo
sido cobrado em algumas provas, possibilitando a seleção mais direcionada dos artigos recorrentes em
questões. No entanto, como no ponto acima, não há qualquer tipo de doutrina ou jurisprudência sobre
o tema, o que nos obriga a fazer a leitura da letra da lei, não existindo fórmula mágica ou segredo para
aprovação.
CAPÍTULO 01
NOTÁRIOS E REGISTRADORES
Art. 1º As normas estabelecidas neste capítulo abrangem os atos dos notários e dos registradores.
Art. 3º É vedada a prática de ato notarial e registral fora do território da circunscrição para a qual
o agente recebeu delegação.
Art. 4º É vedada a recusa injustificada ou o atraso na prática de qualquer ato de ofício, ensejando
à parte reclamar ao juiz corregedor do foro extrajudicial, o qual, após ouvir o agente delegado, tomará
as medidas cabíveis.
Art. 5º É vedada a prática de propaganda comercial por parte das Serventias, ressalvadas as de
cunho meramente informativo, como a divulgação da denominação da Serventia, seu endereço, a
natureza e finalidade dos atos praticados e a composição da respectiva equipe de trabalho.
§ 1º - Na página esclarecer-se-á ao público os atos que são praticados pela Serventia, podendo
conter:
I - links;
II - tabela de emolumentos;
§ 2º - Os agentes delegados deverão comunicar, tão logo implantadas, as suas home pages à
Corregedoria-Geral da Justiça, que poderá disponibilizá-las em seu sítio eletrônico oficial por meio de
links.
Art. 7º É vedada aos agentes delegados a realização de qualquer trabalho que não seja peculiar
às suas atribuições e ao ato que estiverem praticando, ficando terminantemente proibida a confecção
de instrumentos particulares.
Art. 8º Havendo impedimento ou suspeição do titular, o ato poderá ser lavrado ou registrado
pelo substituto da própria Serventia.
VII - manter em arquivo (físico ou digital) leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimen-
tos, ordens de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade;
VIII - proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais como
na vida privada;
XIII - fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que praticar;
XVII - manter atualizados seus dados pessoais e as informações da Serventia junto ao Departa-
mento da Corregedoria-Geral da Justiça e ao Sistema de Serventias Extrajudiciais do Conselho Nacional
de Justiça, devendo comunicar, em até 48 (quarenta e oito) horas, as alterações porventura ocorridas.
XVIII - acessar diariamente o sistema mensageiro, por meio de atalho para a intranet do Tribunal
de Justiça disponível na página da rede mundial de computadores – Internet, promovendo o atendi-
mento das mensagens existentes de acordo com o nível de prioridade assinalado.
Art. 11. Das comunicações recebidas, quando houver suspeita quanto à sua origem, deverão os
notários e registradores exigir o reconhecimento de firmas e realizar diligências para verificação da
autenticidade do documento apresentado, valendo-se preferencialmente do sistema mensageiro.
sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, por meio do qual serão efetuadas todas as comunicações oficiais
com o Poder Judiciário, nos termos da Resolução nº 01/2008 do Órgão Especial.
§ 3º - O acesso à caixa de correio eletrônico do sistema mensageiro deverá ser efetuado por meio
do sítio eletrônico do Tribunal de Justiça (campo “Acesso Restrito”), devendo ocorrer ao menos uma
vez ao dia.
Art. 13. Deverá ser utilizado o sistema mensageiro nas comunicações obrigatórias entre os Tabe-
lionatos, Serviços de Registro e Serviços Distritais do Estado do Paraná, observadas as disposições
anteriores e a Resolução nº 01/2008 do Órgão Especial.
Art. 14. Verificada a absoluta impossibilidade de se prover, por intermédio de concurso público,
a titularidade de Serviço Notarial ou de Registro, por desinteresse ou inexistência de candidatos, o juiz
corregedor do foro extrajudicial poderá propor à Corregedoria-Geral da Justiça a desativação do servi-
ço, como providência preparatória de sua extinção.
§ 2º - Os livros dos Ofícios desativados serão, desde logo, encerrados mediante o respectivo
termo depois do último ato praticado, com inutilização das folhas restantes e visto do juiz, os quais
somente serão utilizados para a extração de certidões e para as averbações obrigatórias.
Art. 15. Quando ocorrer a vacância do cargo por quaisquer dos motivos enumerados no art. 39
da Lei nº 8.935/1994, o fato será de pronto comunicado pelo juiz diretor do Fórum ao Presidente do
Tribunal de Justiça e ao Corregedor-Geral da Justiça.
Art. 16. O juiz corregedor do foro extrajudicial poderá propor à Comissão Permanente de Orga-
nização e Divisão Judiciárias a extinção de Serviço Distrital vago que apresente pequeno movimento e
Art. 438. A escrituração do livro “B” será feita pelo sistema de digitalização, microfilmagem, cópia
reprográfica ou datilografado, dando-se preferência ao sistema informatizado.
Art. 459. É vedado o registro, mesmo facultativamente, de ato constitutivo de sociedade, quando
este não estiver regularmente registrado no livro de registro civil das pessoas jurídicas.
Art. 516. Quando forem apresentados mandados ou certidões para registro de penhora, arresto,
sequestro, citação de ação real ou pessoal reipersecutória relativa a imóvel, ou qualquer outra medida
de exceção, inclusive as servidões administrativas declaradas por lei, e não houver possibilidade de se
abrir matrícula com todos os requisitos exigidos pela Lei de Registros Públicos no que tange à comple-
ta e perfeita caracterização do imóvel, o registrador, excepcionalmente nesses casos e fazendo expres-
sa remissão à autorização presente, abrirá matrícula com base nos elementos constantes do registro
anterior e no título apresentado. 84 Parágrafo único. Os mandados e as certidões que não contiverem
elementos mínimos de informação coincidentes com os constantes do registro anterior, seja em rela-
ção à caracterização do imóvel, seja em relação à qualificação do proprietário, não serão considerados
títulos hábeis à abertura da matrícula.
Art. 587. Ocorrendo direta suscitação pelo próprio interessado (“dúvida inversa”), o título também
deverá ser prenotado assim que o registrador a receber do Juízo para a informação, observando-se,
ainda, o disposto nos incisos II e III.
SEÇÃO
FUNÇÃO NOTARIAL
Art. 657. Notário é o agente delegado incumbido de recepcionar, interpretar, formalizar e docu-
mentar a manifestação da vontade das partes, bem como a ela conferir autenticidade.
IV - reconhecer firmas;
V - autenticar cópias;
§ 1º - Incumbe ao notário:
I - formalizar juridicamente a vontade das partes; · Ver art. 6º, inc. I, da Lei nº 8.935, de 18.11.1994.
II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar forma legal ou
autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos adequados, conservando os origi-
nais e expedindo cópias fidedignas de seu conteúdo; · Ver art. 6º, inc. II, da Lei nº 8.935, de 18.11.1994.
III - autenticar fatos; · Ver art. 6º, inc. III, da Lei nº 8.935, de 18.11.1994.
V - exigir o prévio pagamento das receitas devidas ao FUNREJUS e dos impostos incidentes sobre
o negócio; · Ver art. 134 do CTN, art. 30, XI, da Lei nº 8.935, de 18.11.1994, e art. 289 da LRP. · Ver Lei
Estadual nº 12.216, de 15.07.1998, que criou o FUNREJUS.
VIII - arquivar, em pasta própria, as autorizações judiciais para a prática de atos notariais;
IX - guardar sigilo profissional sobre os fatos referentes ao negócio, bem como em relação às
confidências feitas pelas partes, ainda que estas não estejam diretamente ligadas ao objeto do ajuste;
XI - preencher, obrigatoriamente, cartão de assinaturas das partes que pratiquem atos translati-
vos de direitos, de outorga de poderes, de testamento ou de relevância jurídica;
XII - extrair, por meio datilográfico ou reprográfico, ou por impressão pelo sistema de computa-
dores, certidões de instrumentos públicos e de documentos arquivados;
XVII - redigir, em estilo correto, conciso e claro, os instrumentos públicos, utilizando os meios
jurídicos mais adequados à obtenção dos fins visados;
XXI - remeter, logo após sua investidura, a todos os Ofícios de Notas e Registros de Imóveis
localizados na sede da comarca e à Associação de Notários e Registradores - ANOREG ficha com sua
assinatura e sinal público, incumbindo igual obrigação aos seus auxiliares;
§ 2º - É vedada aos tabeliães a lavratura, sob a forma de instrumento particular, de atos estranhos
às suas atribuições.
Esses são os principais artigos do Foro Extrajudicial, os que apareceram nas questões das últimas
provas do Tribunal de Justiça do Paraná, não apenas para o cargo de Juiz Substituto. Portanto, a leitura
destes é obrigatória, lembrando que em relação ao Código de Normas, não há outra forma de estudo,
senão a leitura da letra da lei.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º. Este Código dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná e
disciplina a constituição, a estrutura, as atribuições e a competência do Tribunal de Justiça, dos Juízes
e Serviços Auxiliares, observados os princípios constitucionais que os regem.
§ 1º. São regentes do presente código, dentre outros os seguintes princípios constitucionais:
I - legalidade:
II - impessoalidade;
III - moralidade;
IV - publicidade;
V - eficiência.
§ 2º. Além dos princípios referidos no parágrafo anterior, também se aplicam à presente lei, os
seguintes:
I - probidade;
II - motivação;
III - finalidade;
IV - razoabilidade;
V - proporcionalidade;
VI - ...Vetado...;
§ 3º. Na constituição e alteração das atribuições e competências dos Tribunais, Juízes e Serviços
Auxiliares, deverão ser observados, além dos princípios previstos nos parágrafos anteriores, os critérios
de democratização da gestão e do acesso à Justiça, qualificação permanente, efetividade e celeridade.
§ 4º. Os aludidos princípios e critérios são condições de aplicação e hermenêutica, vedada a sua
afastabilidade, sob pena de nulidade absoluta, decretável de ofício.
§ 5º. Ficam estatizadas as serventias do foro judicial, inclusive as criadas por esta lei, respeitados
os direitos dos atuais titulares.
LIVRO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
CAPÍTULO ÚNICO
I - o Tribunal de Justiça;
IV - os Juízes de Direito;
VI - os Juízes Substitutos;
Parágrafo único. Para executar decisões ou diligências que ordenarem, poderão os tribunais e
Juízes requisitar o auxílio da força pública.
Art. 3º. É vedada a convocação ou a designação de Juiz de primeiro grau para exercer cargo ou
função no Tribunal de Justiça, ressalvada a substituição de seus integrantes e o auxílio direto do Presi-
dente do Tribunal de Justiça, dos Vice-Presidentes, do Corregedor-Geral da Justiça e do Corregedor,
em matéria administrativa, jurisdicional e correicional.
§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá designar Juízes de Direito da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba para atuarem junto aos órgãos superiores do Tribunal de Justiça, nos termos
do caput deste artigo.
§ 2º. As designações a que se refere o parágrafo anterior não implicarão vantagem pecuniária aos
Juízes designados, salvo o ressarcimento de despesas de transporte e o pagamento de diárias, sempre
que estes tiverem que se deslocar da sede.
TÍTULO II
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
CAPÍTULO I
COMPOSIÇÃO
Art. 4º. O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário Estadual, composto por 145
(cento e quarenta e cinco) Desembargadores, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do
Estado.
Art. 5º. Os Juízes de última entrância serão promovidos ao cargo de Desembargador pelo Presi-
dente do Tribunal de Justiça nas vagas correspondentes à respectiva classe, por antiguidade e mereci-
mento, alternadamente, observado o disposto no art. 6º deste Código.
§ 1º. No caso de antiguidade, apurada na última entrância, o Tribunal de Justiça somente poderá
recusar o Juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços (2/3) de seus membros, conforme
procedimento próprio e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
§ 2º. Tratando-se de vaga a ser provida pelo critério de merecimento, a promoção recairá no Juiz
que for incluído na lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça e com o maior número de votos,
sem prejuízo dos remanescentes mantidos em lista e observado o disposto no art.93, II, letras “a” e “b”,
da Constituição Federal.
§ 3º. Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-lo ao cartório sem o devido despacho ou decisão.
Art. 6º. Um quinto (1/5) dos lugares do Tribunal de Justiça será composto de membros do Minis-
tério Público, com mais de dez (10) anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de
reputação ilibada, com mais de dez (10) anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtu-
pla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
§ 1º. Sendo ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será, alter-
nada e sucessivamente preenchida por membro do Ministério Público e por advogados, de tal forma
que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da
outra em uma unidade.
§ 2º. Quando resultar em fração o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, corres-
ponderá ela ao número inteiro seguinte.
§ 3º. Recebidas as indicações, o Tribunal de Justiça formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte (20) dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Art. 7º. Verificada vaga de Desembargador, a ser preenchida por magistrado de carreira, o Presi-
dente do Tribunal de Justiça convocará o órgão competente para o preenchimento do respectivo cargo.
LIVRO II
MAGISTRADOS
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
CONSTITUIÇÃO
I - Juiz Substituto;
IV - Juiz de Direito de entrância final, titular de vara, titular de turma recursal ou substituto em
primeiro e segundo graus.
§ 1º. São Juízes Substitutos os de início de carreira, para substituição nas entrâncias inicial e inter-
mediária com sede na comarca que encabeçar a respectiva seção, nomeados mediante concurso, nos
termos dos arts. 28 a 32, e com competência definida no art. 33 deste Código.
§ 2º. São Juízes de Direito Substitutos de primeiro grau os de entrância final, quando não titu-
lares de varas, para substituição nas comarcas dessa categoria sediadas na Região Metropolitana de
Curitiba, na Região Metropolitana de Londrina, na Região Metropolitana de Maringá, em Ponta Grossa,
Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Umuarama, promovidos entre os de entrância intermediária ou
removidos de uma para outra das comarcas de entrância final.
§ 3º. São Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau os classificados na entrância final, com
preenchimento do cargo mediante remoção, observados, alternadamente, os critérios de antiguidade
e de merecimento.
§ 4º. Os Juízes de Direito Substitutos em Segundo Grau, durante a substituição, terão a mesma
competência dos membros do Tribunal de Justiça, exceto em matéria administrativa, ficando vincula-
dos aos feitos em que tenham lançado visto como relator ou revisor, e, ainda, se tiverem solicitado vista
ou proferido voto, hipótese em que continuarão o julgamento.
§ 5º. Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça a designação dos Juízes de Direito Substituto
em Segundo Grau.
Art. 26. Vago o cargo de Desembargador ou encontrando-se o titular afastado por trinta (30) dias
ou mais, far-se-á a convocação de Juiz de Direito Substituto de Segundo Grau.
Art. 27. Antes de decorrido o biênio do estágio probatório e desde que indicada pelo Conselho
da Magistratura a aplicação da pena de demissão, o Juiz Substituto e o Juiz de Direito, quando for o
caso, ficarão automaticamente afastados das respectivas funções, com perda do direito à vitaliciedade,
ainda que a aplicação da pena ocorra após o decurso daquele prazo.
TÍTULO II
JUÍZES SUBSTITUTOS
CAPÍTULO I
NOMEAÇÃO
Art. 28. O ingresso na carreira da magistratura, cujo cargo inicial será o de Juiz Substituto, dar-se-
-á mediante concurso público de provas e títulos, este com prazo de validade de até dois (2) anos,
prorrogável uma única vez e, no máximo, por igual período.
Art. 29. O concurso, salvo outra forma de realização estabelecida pelo Órgão Especial, será
prestado perante comissão examinadora integrada pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo Corre-
gedor-Geral da Justiça, por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil e por Desembarga-
dores indicados pelo Órgão Especial.
I - ser brasileiro;
II - estar em pleno exercício dos direitos civis e políticos e quite com as obrigações eleitoral e
militar;
IV - gozar de boa saúde física e mental e não apresentar deficiência que o incapacite ao exercício
da magistratura;
V - não possuir antecedentes criminais, nem ter sofrido penalidade no exercício de cargo público
ou de atividade profissional.
VI - comprovar, por documento, o exercício de, no mínimo, três (03) anos de atividade jurídica,
na forma da lei.
Art. 30. No pedido de inscrição, deverá o candidato indicar todos os cargos ou atividades que
tiver exercido profissionalmente.
Art. 31. O Tribunal de Justiça, mediante convênio com a Associação dos Magistrados do Paraná e
com a Escola da Magistratura, às quais repassará os necessários recursos financeiros, organizará cursos
permanentes voltados tanto à preparação para ingresso na magistratura quanto ao aperfeiçoamento
de magistrados.
Parágrafo único. No concurso público referido no art. 28, será atribuído valor relevante à conclu-
são do curso de preparação ministrado pela Escola da Magistratura do Paraná.
Art. 32. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disciplinará a forma e as condições do concur-
so, cabendo ao Conselho da Magistratura elaborar o seu regulamento.
CAPÍTULO II
COMPETÊNCIA
Art. 33. O Juiz Substituto, quando no exercício de substituição, ou designado para auxiliar os
Juízes de Direito das comarcas que integram as correspondentes seções judiciárias, terá a mesma
competência destes.
Parágrafo único. Caberá ao substituto, na ausência, mesmo eventual, do Juiz titular, decidir os
pedidos cíveis e criminais de natureza urgente e comunicar, incontinenti, o fato ao Corregedor-Geral
da Justiça.
TÍTULO III
JUÍZES DE DIREITO
CAPÍTULO ÚNICO
COMPETÊNCIA
Art. 34. Salvo disposições em contrário, compete ao Juiz de Direito, em primeiro grau de jurisdi-
ção, o exercício de toda a jurisdição
§ 1º. O Tribunal de Justiça, por ato de seu Presidente, poderá designar Juízes de Direito de
entrância final para conhecer e julgar conflitos fundiários, no âmbito de todo o Estado, atribuindo-lhes
competência exclusiva.
§ 2º. Cumpre ao Juiz defender, pelas vias regulares de direito, a sua competência.
Art. 35. Nas comarcas onde houver mais de um Juízo, proceder-se-á à distribuição dos feitos.
Art. 36. O Presidente do Tribunal de Justiça, ouvido o Corregedor-Geral da Justiça, poderá desig-
nar Juízes de Direito de primeiro grau de jurisdição para proferir sentenças em outros Juízos.
Art. 37. Nas Comarcas e Foros de entrância final, a Direção do Fórum será exercida por um dos
Juízes Titulares designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo prazo máximo de dois anos.
§ 1º. Nas Comarcas e Foros de entrância intermediária e inicial com mais de uma secretaria do
foro judicial com cargo de Juiz de Direito, a Direção do Fórum será exercida por um dos Juízes Titulares,
pelo prazo máximo de dois anos, independentemente de designação, mediante sucessão automática
e obedecendo-se à ordem de antiguidade na Comarca ou Foro.
§ 2º. Nas Comarcas ou Foros de Juízo Único, a Direção do Fórum será exercida pelo Juiz Titular,
enquanto nela judicar.
§ 3º. Na hipótese do § 1º deste artigo, o Juiz Diretor do Fórum, ao assumir suas funções, deve
comunicar à Presidência do Tribunal de Justiça.
§ 4º. A substituição eventual do Juiz Diretor do Fórum será exercida pelo Juiz de Direito Titular
mais antigo na comarca ou foro, independente de designação.
§ 4º. A substituição eventual do Juiz Diretor do Fórum será exercida pelo Juiz de Direito Titular
mais antigo na comarca ou foro, independente de designação.
§ 5º. O Juiz Substituto responderá pela Direção do Fórum, independente de designação, quando
na Comarca ou Foro não se encontrar em exercício nenhum dos Juízes titulares de varas.
§ 6º. Na hipótese do § 5º deste artigo, havendo na Seção Judiciária mais de um Juiz Substituto,
responderá pela Direção do Fórum aquele mais antigo na Seção.
§ 7º. Além daquelas previstas em lei e outros atos normativos, o Juiz Diretor do Fórum possuirá
outras atribuições definidas pelo Conselho da Magistratura.
Art. 38. Nas Comarcas ou Foros onde houver mais de um prédio destinado às dependências do
Fórum, o Presidente do Tribunal de Justiça designará, para cada um, entre magistrados nele atuantes,
o Juiz Diretor do Fórum, com atribuições limitadas ao gerenciamento do edifício, bem como, entre os
Juízes Diretores dos Fóruns, o Juiz Diretor- Geral do Fórum, com as demais atribuições definidas pelo
Conselho da Magistratura.
Art. 39. Em todas as Comarcas e Foros haverá uma Secretaria da Direção do Fórum com estrutura
funcional própria e subordinada ao respectivo Juiz Diretor do Fórum.
§1° A instalação da Secretaria da Direção do Fórum nas Comarcas ou Foros será precedida de ato
do Presidente do Tribunal de Justiça.
§2° Salvo nas hipóteses em que existir quadro próprio nas Secretarias da Direção do Fórum, até o
provimento dos cargos a ela vinculados, serão mantidas as designações dos servidores efetuadas com
base na legislação anterior.
Art. 40. Além daquelas previstas em lei ou em normativas emanadas do Tribunal de Justiça, a
Secretaria da Direção do Fórum exercerá as seguintes atribuições:
Art. 41. À Secretaria da Direção do Fórum poderão ser acumuladas outras secretarias do foro
judicial, no interesse da Justiça.
Parágrafo único. A hipótese prevista neste artigo não implicará no aumento ou acumulação das
gratificações legalmente estabelecidas para cada secretaria.
TÍTULO VI
CAPÍTULO I
ESTRUTURA DO SISTEMA
I - o Conselho de Supervisão;
II - as Turmas Recursais;
CAPÍTULO II
V - um Juiz Supervisor dos Juizados Especiais de uma das comarcas de entrância final do interior;
Parágrafo único. Os Juízes a que se referem os incisos IV, V e VI serão indicados pelo Conselho
da Magistratura.
III - expedir editais de concurso e homologar concurso para provimento de cargos para a estru-
tura administrativa e de apoio dos Juizados Especiais;
XII - promover encontros para acompanhamento, orientação e avaliação das atividades dos
Juizados Especiais;
Art. 59. A Supervisão-Geral do Sistema dos Juizados Especiais no Estado competirá ao Presidente
do Tribunal de Justiça, que poderá delegá-la a um dos Vice-Presidentes.
CAPÍTULO III
TURMAS RECURSAIS
Art. 60. As Turmas Recursais serão compostas por Juízes de Direito de entrância final.
§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça, após parecer do Conselho de Supervisão, poderá criar
tantas Turmas Recursais quantas forem necessárias e dispor a respeito da sua composição, sede e
competência territorial, bem como designar Juízes para exercerem as funções de suplentes em número
suficiente para atender eventual aumento da quantidade de recursos para julgamento.
§ 2º. Compete à Turma Recursal processar e julgar os recursos interpostos contra decisões dos
Juizados Especiais, bem como os embargos de declaração de suas próprias decisões.
§ 3º. A Turma Recursal é igualmente competente para processar e julgar os mandados de segu-
rança e os habeas corpus impetrados contra atos dos Juízes de Direito dos Juizados Especiais.
§ 4º. A Turma Recursal será presidida pelo Juiz mais antigo entre os seus componentes.
§ 5º. Nos impedimentos e ausências, o Presidente será automaticamente substituído pelo membro
mais antigo.
§ 6º. Em caso de afastamento temporário de qualquer dos membros integrantes da turma, não
haverá redistribuição de processos.
§ 8º. As demais normas de organização e funcionamento das Turmas Recursais serão objeto de
resolução do Conselho de Supervisão.
CAPÍTULO IV
Art. 61. Os Juizados Especiais, divididos por secretarias, constituem unidades jurisdicionais
compostas por Juízes de primeiro grau.
Art. 62. Em cada unidade jurisdicional, o Juiz de Direito poderá contar com o auxilio de juízes
leigos e conciliadores, cujas atividades são consideradas como de serviço público relevante, podendo
a estes ser atribuído valor pecuniário referente a prestação de serviços, o que, em nenhuma hipótese,
importará em vínculo empregatício com o Poder Judiciário.
§ 2º. Os pagamentos dos valores pecuniários por serviços prestados pelos juízes leigos e conci-
liadores não terão efeito retroativo e serão regulamentados por resolução do Conselho de Supervisão,
ao que se dará ampla publicidade.
§ 3º. As despesas decorrentes dos valores pecuniários pagos pelos serviços prestados pelos juízes
leigos e conciliadores correrão à conta da dotação orçamentária própria do Poder Judiciário, suple-
mentada, se necessário, observado o limite financeiro imposto pela Lei Complementar nº 101, de 4 de
maio de 2000.
Art. 63. As unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, que funcionarão em todas as
comarcas, contarão com a estrutura prevista no anexo VII.
§ 1º. Nas comarcas onde não existirem cargos próprios dos Juizados Especiais, o Presidente do
Tribunal de Justiça, mediante proposta do Juiz de Direito, poderá designar servidores para cumprirem
as funções nas respectivas unidades jurisdicionais.
§ 3º. ...Vetado...
§ 4º. Aos Oficiais de Justiça que funcionarem nos Juizados Especiais poderá ser atribuída ajuda de
custo para transporte, a ser regulamentada por resolução do Conselho de Supervisão.
Art. 64. Às unidades dos Juizados Especiais Cíveis compete, por distribuição, a conciliação,
processamento, julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade, assim definidas
nos termos da lei. Às unidades dos Juizados Especiais Criminais compete, por distribuição, a concilia-
ção, processo, julgamento e a execução de seus julgados, proferidos em processos relativos a infrações
penais de menor potencial ofensivo, nos termos da lei, ressalvados o disposto no art. 74 da Lei Federal
9.099/95 e os casos de competência exclusiva da Vara de Execuções Penais e da Vara de Execução de
Penas e Medidas Alternativas, respectivamente.
Art. 65. Nas comarcas de entrância intermediária com mais de uma vara, a competência prevista
neste título será fixada por resolução do Conselho de Supervisão.
§ 1º. Nas comarcas de entrância intermediária de Juízo único e nas de entrância inicial, a compe-
tência do Juízo será plena e concomitante.
CAPÍTULO V
§ 2º. As unidades centrais já instaladas poderão ser objeto de descentralização, cuja iniciativa
§ 3º. Aos Juízes de Direito e servidores do quadro de pessoal do Tribunal de Justiça que funcio-
narem perante as unidades avançadas poderá ser atribuída ajuda de custo para transporte, a ser regu-
lamentada por resolução do Conselho de Supervisão, observado o limite financeiro imposto pela Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
Art. 67. Sem prejuízo do cumprimento do horário de expediente para os ofícios de justiça do
foro judicial, as unidades jurisdicionais cíveis e criminais dos Juizados Especiais poderão funcionar fora
do expediente normal de trabalho, atendidas as necessidades do serviço e as peculiaridades de cada
comarca.
§ 4º. A gratificação a que se refere o parágrafo primeiro não poderá, a qualquer título, ser cumu-
lada com os valores recebidos pelos Juízes leigos e conciliadores.
Art. 68. Os processos e atos relativos aos Juizados Especiais Cíveis e Criminais estão sujeitos à
distribuição, observando-se para tanto o contido nos arts. 4º, 6º, 16, 76 e §§ e 84, parágrafo único, da
Lei Federal 9.099/95, além das disposições do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça, no
que for pertinente.
b) nas demais comarcas do Estado, a distribuição ou o registro, conforme o caso, serão feitos
pelos Distribuidores, sem antecipação de custas.
Art. 69. O acesso ao Juizado Especial Cível, no primeiro grau de jurisdição, não dependerá do
pagamento de custas, taxas ou de outras despesas.
§ 1º. O preparo de recurso, na forma do art. 42, § 1º, da Lei Federal 9.099/95, compreenderá todas
as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, bem como as
taxas recursais, ressalvada a hipótese de assistência judiciária.
§ 2º. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, bem assim do contido no art. 55, primeira
parte, da Lei Federal 9.099/95, deverão ser cotadas, no curso do processo, as custas, taxas e outras
§ 3º. A isenção de custas, taxas e despesas previstas no caput deste artigo não se aplica a tercei-
ros não-envolvidos na relação processual, para efeito de expedição de certidões.
§ 4º. As custas, taxas e despesas pagas pelas partes reverterão, na forma da lei, em favor do
Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário - FUNREJUS, excetuadas aquelas devidas aos ofícios
não-integrantes do Sistema de Juizados Especiais.
Art. 70. Os atos dos Depositários Públicos, Contadores, Partidores e Avaliadores serão praticados
pelos respectivos ofícios das comarcas do Estado, sem antecipação de custas.
TÍTULO VII
CAPÍTULO I
NOMEAÇÃO
Art. 71. A nomeação do Juiz Substituto para o cargo de Juiz de Direito será feita com observância
da ordem de classificação no respectivo concurso.
CAPÍTULO II
OPÇÃO E PERMUTA
Art. 72. A opção e a permuta far-se-ão no interesse da Justiça por deliberação do Órgão Especial.
CAPÍTULO III
PROMOÇÃO E REMOÇÃO
Art. 73. A promoção e a remoção serão feitas com observância da Constituição Federal, da Lei
Orgânica da Magistratura Nacional e da Constituição Estadual.
Art. 74. (vide ADI 3517) “[... ] declarar a inconstitucionalidade da expressão [... ] assim como dos
artigos 74, 261, 288, inciso V, VII, VIII e IX, e 295, todos da Lei n. 14.277, de 30 de dezembro de 2003,
que dispõe sobre o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Paraná, com alterações
acrescentadas pela Lei n. 14.351/2003, assim como [...]
TÍTULO VIII
CAPÍTULO I
Art. 75. Nenhuma autoridade judiciária poderá entrar em exercício do cargo sem apresentar
o título de nomeação ao órgão ou à autoridade competente para dar-lhe a posse; esta se efetivará
mediante compromisso solene de honrar o cargo e de desempenhar com retidão suas funções.
§ 1º. O compromisso será reduzido a termo, e a posse somente se completará pela entrada em
exercício.
§ 2º. No ato de posse, o Juiz deverá apresentar declaração pública de seus bens, sob pena de não
se consumar o ato, ou de anulá-lo, caso já investido.
Art. 76. O prazo para o Juiz entrar em exercício é de trinta (30) dias, contados da publicação do
ato oficial de nomeação, prorrogável por idêntico período mediante solicitação do interessado.
§ 1º. O pedido de prorrogação será dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça e deverá ser
justificado.
§ 2º. Nos casos de promoção, remoção ou permuta, o prazo de entrada em exercício é de quinze
(15) dias, prorrogável, justificadamente, por igual prazo, exceto se não houver mudança de comarca,
caso em que a assunção deverá ocorrer imediatamente após a publicação do ato.
Art. 77. Perderá o direito ao cargo, que será havido como vago, o Juiz que não prestar compro-
misso ou não entrar em exercício nos prazos do artigo anterior.
Parágrafo único. O órgão ou a autoridade competente para empossar o Juiz verificará se foram
satisfeitas, no ato da investidura, as condições estabelecidas em lei.
Art. 78. Os Desembargadores tomarão posse perante o Tribunal, em sessão plenária, salvo mani-
festação em contrário do empossando.
§ 1º. Quando do ingresso na magistratura, os Juízes Substitutos tomarão posse perante o Presi-
dente do Tribunal de Justiça.
§ 3º. O termo de compromisso será lavrado em livro próprio, anotando-se a data da posse no
verso do título de nomeação.
§ 4º. O Departamento da Magistratura manterá registro atualizado das atividades dos Desembar-
gadores, dos Juízes de Direito e dos Juízes Substitutos.
§ 5º. As anotações aludidas no parágrafo anterior, que serão iniciadas após o nomeado prestar o
compromisso legal e entrar em exercício, referir-se-ão a remoções, promoções, licenças, interrupções
de exercício e quaisquer ocorrências que possam interessar ao cômputo do tempo de serviço.
CAPÍTULO II
ANTIGUIDADE
Art. 79. O quadro de antiguidade dos Desembargadores, dos Juízes de Direito e dos Juízes Subs-
titutos, composto das listas correspondentes a cada categoria de magistrado, será atualizado anual-
mente pelo Presidente do Tribunal de Justiça e publicado no Diário de Justiça.
§ 1º. O quadro será publicado até o dia quinze (15) de fevereiro seguinte, e os que se considera-
rem prejudicados poderão reclamar, no prazo de dez (10) dias, contados da publicação.
§ 2º. Se a reclamação não for rejeitada liminarmente por manifesta improcedência serão ouvidos
os interessados cuja antiguidade possa ser prejudicada pela decisão no prazo de dez (10) dias, findo o
qual será apreciada pelo Órgão Especial.
§ 3º. Julgada procedente a reclamação, a lista de antiguidade será republicada, com as pertinen-
tes correções.
Art. 80. A antiguidade será apurada na data do efetivo exercício na entrância, prevalecendo, no
caso de empate, a colocação na imediatamente inferior, e assim por diante, até se fixar a indicação,
considerando-se para esse efeito, sucessivamente, o tempo exercido como Juiz Substituto e a ordem
de classificação no respectivo concurso.
Parágrafo único. Se persistir a igualdade, a antiguidade será determinada pelo tempo de serviço
público prestado ao Estado do Paraná.
LIVRO IV
AUXILIARES DA JUSTIÇA
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO
Art. 118. Os serviços auxiliares do Poder Judiciário são desempenhados por servidores com a
denominação específica de:
I - funcionários da justiça;
Art. 119. Denominam-se serventuários da justiça do foro judicial os titulares de ofícios da justiça
a seguir relacionados:
I - Escrivanias do Cível;
II - Escrivanias do Crime;
IV - Escrivanias de Família;
Art. 120. Denominam-se agentes delegados do foro extrajudicial os ocupantes da atividade nota-
rial e de registro, a saber:
I - Tabeliães de Notas;
§ 2º. Os Oficiais Distritais poderão acumular as funções de registrador civil de pessoas naturais e
as de tabelião de notas.
§ 3º. Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça outorgar a delegação para a atividade notarial
e de registro.
Art. 121. Os titulares de ofícios de justiça do foro judicial não remunerados pelos cofres públicos
poderão admitir, sob sua responsabilidade e às expensas próprias, tantos empregados quantos forem
necessários ao serviço, ficando as relações empregatícias respectivas subordinadas à legislação traba-
lhista.
§ 1º. Sob proposta do titular do ofício ao Juiz Diretor de Fórum, este poderá juramentar um ou
mais empregados para subscrever atos da serventia, sem alteração da correspondente relação empre-
gatícia.
§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, os empregados indicados deverão ter o segundo grau
completo e preencher os requisitos enumerados no art .126, incisos I a III, deste Código.
§ 3º. Caberá ao Juiz Diretor de Fórum encaminhar cópia da portaria de juramentação, no prazo
de três (3) dias, à Corregedoria-Geral da Justiça, para verificação da regularidade do ato e anotações.
Art. 122. Os agentes delegados da justiça do foro extrajudicial poderão admitir, sob sua respon-
sabilidade e às expensas próprias, tantos empregados quantos forem necessários ao serviço, ficando
as relações empregatícias respectivas subordinadas à legislação trabalhista.
§ 1º. Os agentes delegados indicarão, por escrito, seus substitutos e escreventes, para prati-
car atos, observadas as condições previstas no art. 121, § 2º, deste Código e as normas fixadas pela
Corregedoria-Geral da Justiça, sem alteração da correspondente relação empregatícia, que continuará
subordinada à legislação laboral.
§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, as indicações serão feitas ao Juiz Corregedor do foro
extrajudicial, que, após verificar quanto ao cumprimento das formalidades indispensáveis, submeterá
as respectivas propostas ao Juiz Diretor de Fórum, a quem caberá lavrar portaria de juramentação com
encaminhamento de cópia à Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 123. Denominam-se funcionários da justiça os servidores que constituem o quadro do Tribu-
nal de Justiça, distinguindo-se em:
II - os Auxiliares de Cartório;
IV - os Oficiais de Justiça;
V - os Comissários de Vigilância;
VI - os Assistentes Sociais;
VII - os Psicólogos;
IX - os Agentes de Limpeza;
Art. 124. Consideram-se auxiliares da justiça, entre outros, enquanto estiverem participando de
atos judiciais, os administradores, os depositários, os intérpretes, os peritos, os tradutores e os leiloei-
ros, eventualmente nomeados para fins específicos.
LIVRO V
DIVISÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
DIVISÃO JUDICIÁRIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 214. O território do Estado constitui circunscrição única, dividindo-se, para efeito da adminis-
tração da Justiça, em seções judiciárias, comarcas, foros regionais, municípios e distritos.
§ 1º. As seções judiciárias serão integradas por grupos de comarcas, conforme anexo II.
CAPÍTULO II
I - Para criação:
a) cidade-sede de município;
b) população não inferior a trinta mil (30.000) habitantes, com um mínimo de dez mil (10.000)
eleitores;
d) movimento forense anual, nos municípios que comporão a comarca, equivalente, no mínimo,
à distribuição de quatrocentos (400) feitos, observando-se o que for estabelecido pelo Órgão Especial
quanto à natureza dos processos.
II - Para instalação:
c) preenchimento de todos os cargos judiciais, por designação, até o provimento efetivo, este no
prazo de seis (6) meses.
§ 1º. As condições referidas no inciso I deste artigo poderão ser excepcionalmente dispensadas
pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça se a distância e a dificuldade de acesso à sede da comarca
de origem aconselharem a criação de nova unidade judiciária.
§ 2º. A comarca poderá ser extinta por proposta do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, quan-
do deixarem de existir quaisquer dos requisitos que justificaram sua criação, ressalvando-se o disposto
no parágrafo anterior.
Art. 217. Para a criação de vara, observar-se-ão, além dos requisitos enumerados no artigo ante-
a) se vara cível, um mínimo de quatrocentos (400) feitos contenciosos por ano, não computadas
as execuções não-embargadas;
§ 2º. Do termo lavrado, remeter-se-ão cópias autenticadas aos Presidentes dos Tribunais de Justi-
ça e Regional Eleitoral, ao Governador do Estado, ao Presidente da Assembleia Legislativa, ao Procura-
dor-Geral de Justiça e às Justiças Federal e do Trabalho no Estado.
Art. 219. Distribuídos, no ano imediatamente anterior, mais de oitocentos (800) feitos cíveis, não
computados nesse número as execuções fiscais e execuções não-embargadas, os pedidos de alvarás,
as ações consensuais e as precatórias, ou quatrocentos (400) processos criminais, o Juiz da comarca
ou da vara dará conta do ocorrido à Corregedoria-Geral da Justiça, para as providências necessárias à
criação de nova unidade judicial, observado o disposto neste Capítulo.
Parágrafo único. No caso de comarca de Juízo único, computar-se-á a soma das ações penais
com as cíveis para os fins da comunicação de que trata este artigo.
Art. 220. Para a criação de Distrito Judiciário, ressalvado o previsto no § 1º do art. 216, exige-se a
preexistência de Distrito Administrativo, de população não inferior a quatro mil (4.000) habitantes e de
colégio eleitoral de, no mínimo, mil e quinhentos (1.500) eleitores.
Parágrafo único. Os Distritos Judiciários serão instalados mediante prévia autorização do Presi-
dente do Tribunal de Justiça.