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Para ser considerado pena, a sanção tem que impor um sofrimento (tem que
ser sofrido e doloroso; físico ou não).
Filosofia: Cada um sede uma parte da sua liberdade para que o Estado
represente o interesse de todos, o que gera ao Estado legitimidade e
representatividade.
Esse tipo de violência que se tenta evitar é uma ameaça a ordem jurídica e
segurança jurídica para além da segurança individual.
TEORIAS LEGITIMANTES
São legitimadoras da pena porque entendem que a pena tem uma função e um
propósito (alguma razão de ser válida).
- pena não vai de fato retribuir os delitos porque eles já foram cometidos;
- a função retributiva não faz sentido porque a ideia de seletividade prova que
nem todo delito será retribuído, ao passo que a justiça não é efetivada de
qualquer forma;
Logo, a pena tem a função de intimidação para gerar medo em quem pense em
cometer um delito e sofrer uma pena proporcional a sua prática.
É uma coação psicológica.
A pena é tão ruim que não vale a pena cometer o crime para sofrer a pena que
será aplicada.
Essa teoria não evita a prática criminosa, mas muda a forma como a atividade
criminosa é efetuada.
Enquanto a negativa opera pelo medo, a prevenção geral positiva busca gerar
um consenso e uma consciência coletiva comum.
A pena é uma reação que reafirma o quanto uma norma é boa, útil e precisa
ser cumprida com a punição exemplar do apenado.
O apenado será um exemplo, “um bode expiatório”, a ser içado frente aos
demais cidadãos para que não cometam o mesmo delito.
Cria-se uma base de valores comuns a serem seguidos por toda a sociedade,
de modo que a pena servirá para ilustração de como esses valores são
importantes.
Assim, há uma reafirmação dessa necessidade que teria sido incutida por
“bombardeios” ideológicos que ocorrem em diversos momentos das vidas de
todos os indivíduos.
Para essa teoria os crimes mais perseguidos são os crimes mais populares e
crimes mais advertidos.
3. TEORIA DA UNIÃO
É um modelo ideal que entende que a teoria mais condizente com a sociedade
seria a união das teorias da prevenção geral com as teorias da prevenção
especial, justamente porque atuam em momentos diferentes da criminalização
(parte primária ou parte secundária).
Teria os enfoques necessários de todos os aspectos que interessam ao direito
penal abarcando todos os momentos da criminalização.
Acredita que o direito penal tem que buscar sempre proteger o indivíduo mais
fraco naquela relação, a depender de cada momento daquele processo.
Sustenta que o sistema penal como um todo deve operar de modo a proteger
as garantias mínimas dos indivíduos.
O direito penal como um discurso deve limitar o sistema penal para que este
último não incorra em ferir as garantias dos indivíduos e atue de maneira
seletiva e direcionada a aqueles mais marginalizados e inferiorizados.
TEORIAS DELEGITIMADORAS
Para essa teoria, nenhuma função punitiva do Estado tem uma função
reparadora tratando-se, tão somente, de uma coação do Estado como tentativa
de mostrar o seu poder.
Não tem função de melhorar o meio social. Apenas tem a função de restringir
os direitos dos indivíduos que são atingidos pelo sistema penal e pelas penas
de fato, causando-lhes dor e sofrimento.
“A pena é uma restrição restritiva e vexatória imposta pelo Estado, que não
repara nem restitui e nem interrompe o ato lesivo em curso.”
É um poder do Estado que vem de cima e deve ser sentido e temido pelos
cidadãos.
A pena tem uma dimensão punitiva e lesiva dos direitos, principalmente na sua
fase executiva da pena.
Deste modo, as razões de Estado não têm qualquer valor moral e ético que se
proponha a assegurar a segurança das pessoas. Trata-se apenas de uma
demonstração de poder do Estado para que não perca a sua posição
hierárquica.