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Pitágoras

Faculdade de Ciências Jurídicas de Bom Jesus da Lapa/BA

Aluno

Trabalho de Direito Penal


Teorias Legitimadoras e Deslegitimadoras

Bom Jesus da lapa/BA


2022
Pitágoras
Faculdade de Ciências Jurídicas de Bom Jesus da Lapa/BA

Aluno

Trabalho de Direito Penal


Teorias Legitimadoras e Deslegitimadoras

Projeto de Pesquisar solicitada, pelo


Orientador e Doutor: Fabrício Pichite, com
objetivo de aperfeiçoamento na disciplina da
Direito Penal – Teoria das Penas e Execução
Penal.

Bom Jesus da Lapa/BA


2022
Sumário

I. I.TEORIAS LEGITIMADORAS...................................................................................4
II. II.................................................................................. TEORIAS DESLEGITIMADORAS
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III. III. ABOLICIONISMO PENAL....................................................................................6
IV. IV. MINIMALISMO RADICAL...................................................................................7
V. V....................................VISÃO DA PENA NA LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA
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VI. VI. CONCLUSÃO..........................................................................................................8
VII. VII............................................................................................................... REFERENCIAS:
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TRABALHO DE DIREITO PENAL TEORIA DAS PENAS

TEORIAS LEGITIMADORAS E DESLEGITIMADORAS

VIII. TEORIAS LEGITIMADORAS

A teoria legitimadora se divide basicamente em duas teorias, as absolutas e


as relativas, segundo Rogério Greco 19ª Edição parte geral p.587, muito se tem
discutido a respeito das funções que devem ser atribuídas às penas. No nosso
Código Penal especificadamente no art.59 prevê que as penas devem ser
necessárias e suficientes para a reprovação e prevenção do crime, portanto
entendemos que a pena deve reprovar o mal, produzido pela conduta praticada pelo
agente, e também para prevenir futuras infrações penais.

As teorias todas como absolutas advogam a tese de retribuição sendo que


nas teorias relativas apregoam a prevenção.

Segundo Roxim:

A teoria da retribuição não encontra o sentido da


pena na perspectiva de algum fim socialmente útil, senão
eu que mediante a imposição de uma mal merecida
mente se retribui, equilibra e expia a culpabilidade do
autor pelo fato cometido. Fala-se aqui de uma teoria
“absoluta” porque para ela o fim da pena é independente,
‘desvinculado’ de seu efeito social. A concepção da pena
como retribuição compensatória realmente já é conhecida
desde a antiguidade e permanece viva na consciência dos
profanos com certa naturalidade: a pena deve ser justa e
isso pressupõe que se corresponda em sua duração e
intensidade com a gravidade do delito, que o compense.
Roxin, Claus. (Derecho Penal- Parte General. T.l, p81-82).

Grande parte da sociedade contenta-se com esse tipo de pena, pois tende a
ficarem satisfeitos com essa espécie de pagamento ou compensação feita pelo
condenado, desde que, essa pena seja a privativa de liberdade. Mas se ao
condenado for aplicada a pena de restrição de direitos ou mesmo a de multa, a
sensação, para a sociedade, é a de impunidade, pois infelizmente o homem ainda
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se regozija com o sofrimento que o encarceramento causa a pessoa do aprisionado


infrator.

A teoria relativa se fundamenta no critério da prevenção, que se biparte em:

a) Prevenção Geral- negativa e positiva


b) Prevenção Especial - negativa e positiva

A prevenção geral pode ser estudada sobre dois aspectos. Pela prevenção
geral negativa que é conhecida também pela expressão prevenção por intimidação,
a pena que se aplica ao autor da infração penal tende a refletir na sociedade. Já na
prevenção geral positiva a pena tem como função conscientizar toda coletividade,
dos valores e princípios que condizem com o ordenamento jurídico.

A prevenção especial tem como fundamento básico a periculosidade


individual agindo sobre a figura do delinquente, com o objetivo de evitar que este
volte a praticar crimes no futuro. Atualmente a teoria da prevenção especial é vista
como uma modalidade de tratamento do delinquente na fase de cumprimento de
pena, visando, sobretudo a ressocialização e reintegração do condenado.

Segundo Ferrajoli:

São teorias absolutas todas aquelas doutrinas que


concebem a pena como um fim em si próprio, ou seja,
como ‘castigo’ reação, reparação ou ainda, retribuição do
crime, justificada por seu intrínseco valor axiológico, vale
dizer, não um meio, e tampouco um custo, mas sim, um
dever ser metajurídico que possui em si seu próprio
fundamento. São, ao contrario ‘relativas’ todas as
doutrinas utilitaristas, que consideram e justificam a pena
enquanto meio para a realização do fim utilitário da
prevenção de futuros delitos (Direito e Razão, p 204
Ferrajoli)
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IX. TEORIAS DESLEGITIMADORAS

Contrariando toda a exposição sobre as teorias acima relatadas, que embora


apresentem divergências entre si, reconhecem ao direito penal a função de controlar
a criminalidade, existem movimentos doutrinários que entendem que não é função
legitima do Estado o controle sobre o direito de punir, são eles: o abolicionismo
penal e o minimalismo radical.

X. ABOLICIONISMO PENAL

O abolicionismo penal surge, na década de 60 e 70 nos Estados Unidos,


como um movimento teórico que nega validade as teorias tradicionais de defesa do
direito punitivo estatal.
Pretendendo assim a abolição direta e imediata de todas as instituições
penais, tais como, presídios, penas, órgãos do Ministério Público, poder judiciário,
delegacias, policiais, entre outros órgãos e instituições que compõem o sistema de
segurança e justiça.
O abolicionismo penal é um movimento cuja finalidade é alterar a concepção
atual do direito.
Segundo a teoria abolicionista o direito penal não pode ser um meio hábil de
impor respeito à norma penal, pois o crime deriva de um numero indeterminado de
causas – psicológicas, sociais, culturais, os crimes ocorrem sistematicamente como
se as normas penais não existissem ou não fossem capazes de ser cumpridas, pelo
simples fato de haver reincidência é capaz de abalar as estruturas das teorias
legitimadoras do direito de punir pertence ao Estado.
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Concluindo sobre as teorias Deslegitimadoras abolicionista, todo o sistema


penal, é um subsistema de manutenção das desigualdades materiais e sociais, que
se personifica, através das penas legitimas ou não, é imposto inutilmente e
seletivamente a uma categoria de pessoas (sobretudo principalmente os de baixo
poder aquisitivo). Percebendo-se, portanto, que as penas não cumprem as funções
que, em tese, deveriam cumprir, podendo ser consideradas, portanto como penas
perdidas.

XI. MINIMALISMO RADICAL

O minimalismo radical, também ficou conhecido como abolicionismo mediato,


é considerado por alguns doutrinadores como uma barreira a ser ultrapassada antes
de se chegar ao ideal de toda sociedade, que é o abolicionismo penal.
Pois antes de se atingir a perfeição, seriam necessárias algumas mudanças
tanto sociais, quanto culturais, que somente seriam alcançadas se passarem por um
estagia anterior ao abolicionismo que é o minimalismo radical.
Por meio da descriminalização de condutas para cuja repressão seja
inadequada a intervenção do sistema penal, seja pelos custos sociais que dela
resultam, seja pela ineficiência dessa intervenção.
Outras tantas formas de contratação do sistema de propostas são:
despenalização, diversificação, adoção do principio da oportunidade, adoção de
penas alternativas à prisão, com vistas à sua abolição, etc.
O minimalismo radical propôs uma política criminal alternativa baseada na
reformulação das estruturas sociais e de poder, com o objetivo de minimizar as
desigualdades sociais.

XII. VISÃO DA PENA NA LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA


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É evidente que o código penal brasileiro não adota a teoria absoluta da pena
em qualquer de suas espécies. Algumas regras existentes neste diploma legal,
como a anistia, a graça, o indulto, a obolitio criminis, a prescrição, a decadência, a
desistência voluntaria, o arrependimento eficaz, o perdão judicial, o regime de
progressão de pena, etc. São institutos totalmente incompatíveis, com a idéia da
pena como imposição de um castigo.
O legislador brasileiro equilibra a pena quanto a gravidade do comportamento
delituoso praticado pelo agente usando o principio da proporcionalidade. Assim
como determinado ao juiz, que no momento da aplicação da pena, este deve
considerar a culpabilidade do agente, as circunstancias e os motivos do crime
segundo o art.59 do código penal

XIII. CONCLUSÃO

Como ocorre na maioria dos Estados Democráticos, as linhas gerais e


essenciais do ordenamento jurídico, como uma unidade complexa e integrada as
normas e regras, que estão positivadas e delimitadas pela Constituição Federal de
1988. No Brasil é a CF/88 que dispõe sobre os direitos e garantias fundamentais, no
qual deve ser respeitadas por todos os ramos do direito, e em especial pelo direito
penal.
Pode-se afirmar que no Brasil, mesmo não havendo filiação uma teoria da
pena, o art.59 do Código Penal consagrou a teoria da pena, devendo ao juízo a
aplicação da pena “conforme seja necessário e suficiente para a reprovação e
prevenção do crime”. Dessa forma percebe-se que a “reprovação” traz a idéia de
retribuição na medida da culpabilidade do agente, enquanto a prevenção abarca as
três espécies demonstradas anteriormente, quais sejam, correção, neutralização,
intimidação e manutenção da ordem da segurança jurídica.
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XIV. REFERENCIAS:

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral vol. I 19ª Edição de 1º de
janeiro de 2017

Roxim, Claus. Derecho Penal- Parte General, t.l, p.81-82.

Ferrajoli, (Direito e Razão, p 204).

Site: HTTPS://diritto.it/teoria-da-pena-funcoes-e-legitimacao-do-direito-de-punir-
estatal

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