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Pitágoras

Faculdade de ciências jurídicas

NOME DO ALUNO

ESCOLAS PENAIS

Direito penal

Bom jesus da lapa-Ba

2023
Aiane da Silva Meira

ESCOLAS PENAIS

DIREITO PENAL

Trabalho apresentado para a Disciplina DIREITO


PENAL, pelo Curso de DIREITO da Universidade
PITÁGORAS, ministrada pelo Prof. FABRÍCIO

BOM JESUS DA LAPA-BA

2023

Doutrinadores: Rogério Grego, Cezar Roberto Bitencourt, Luiz Regis Prado


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Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 03
IMPORTÂNCIA DO TEMA ........................................................................................................... 04

ESCOLA CLÁSSICA ...................................................................................................................... 05

ESCOLA POSITIVA ..................................................................................................................... 06

ESCOLA MODERNA ALEMÃ ....................................................................................................... 07

ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA ....................................................................................................... 08

ESCOLACORRECIONALISTA...........................................................................................................09
TERCEIRA ESCOLA........................................................................................................................10
ESCOLA DA NOVA DEFESA SOCIAL...............................................................................................11
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INTRODUÇÃO
As escolas penais de acordo com os doutrinadores Rogério Grego,
Cezar Roberto Bitencourt e Luiz Regis Prado é insubstituível a
segurança dos cidadãos e a saúde da república como o fim de toda
sociedade. Elas se formaram e se distinguiram umas das outras. Lidam
com problemas que abordam o fenômeno do crime e os fundamentos e
objetivos do sistema penal.

O estudo dessas escolas penais se mostra importante para entender e


analisar criticamente o Direito Penal como é hoje, uma vez que diversos
institutos do nosso ordenamento jurídico trazem características de
diferentes linhas de raciocínio que podem ser utilizadas na aplicação do
Direito à realidade.
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IMPORTÂNCIA DO TEMA

O contexto da legitimidade do direito de punir, a natureza do delito e o fim das


sanções são agrupamentos de conceitos e ideias que constituíram as escolas
penas. Esses conceitos que foram constituídos por alguns estudiosos ao longo da
história que se encontravam no campo do Direito penal são importantes para
entender e analisar criticamente o Direito penal como é hoje.

Doutrina de Luiz Regis Prado: “O século XIX marca o surgimento de inúmeras


correntes de pensamentos estruturadas de forma sistemática, conforme
determinados princípios fundamentais.”

Doutrina Rogério grego: “Na reprovação, conforme preconiza a teoria absoluta,


reside o caráter retributivo da pena. A punição se justifica pelo fato de ter o agente
cometido uma infração penal. Ao mal do crime, retribui-se com o mal da pena.”

Doutrina Cezar Roberto Bitencourt:” Essas diferentes correntes, que se


convencionou denominar Escolas penais, abarcaram concepções das mais variadas
para a explicação do delito e justificação da pena e, por isso, foram definidas como
“o corpo orgânico de concepções contrapostas sobre a legitimidade do direito de
punir, sobre a natureza do delito e sobre o fim das sanções”.”
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ESCOLA CLÁSSICA

A denominação “escola clássica” foi dada pelos positivistas que negaram o caráter
científico das valorações jurídicas do delito, com conceito antigo, e ultrapassado.
Mas não houve realmente uma escola “clássica”. Os postulados consagrados pelo
iluminismo, considerados fundamentos dos modernos sistemas jurídico-penais posto
em todo o mundo, serviram para a nova doutrina, que representou a humanização
das ciências penais. Em meados do século XVIII a crueldade que comandava as
sanções criminas exigia uma revolução no sistema punitivo que ali reinava. Mas só a
partir da segunda metade desse século, “Os filósofos, moralistas e juristas, dedicam
suas obras a censurar abertamente a legislação penal vigente, defendendo as
liberdades do indivíduo e enaltecendo os princípios da dignidade do homem”

DOUTRINA LUIZ REGIS PRADO: “As ideias clássicas encontraram eco no famoso
código Zanardelli de 1889, “típica expressão de uma concepção liberal moderna que
reconhecia a livre realização dos direitos individuais, mas sabia também tutelar a
autoridade do estado”.”

DOUTRINA ROGÉRIO GREGO: “A pena, ainda segundo a escola clássica, sob o


enfoque teórico-filosófico, deveria servir a uma função preventiva, tanto geral quanto
especial. Beccaria já dizia que “o fim da pena, pois, é apenas o de impedir que o réu
cause novos danos aos seus concidadãos e demover os outros de agir desse
modo”.’’

Doutrina Cezar Roberto Bitencourt: “Não houve uma escola clássica


propriamente, entendida como um corpo de doutrina comum, relativamente ao
direito de punir e aos problemas fundamentais apresentados pelo crime e pela
sanção penal”.
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Escola positiva

No fim do século XIX enquanto o pensamento positivista predominava-se no campo


da filosofia junto com o florescimento dos estudos biológicos e sociológicos surge a
escola positiva. A escola surgiu no contexto de um acelerado desenvolvimento das
ciências sociais, tal fato determinou de forma significativa uma nova orientação nos
estudos criminológicos. A escola positiva opôs a necessidade de defender mais
enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente, priorizando os interesses
sociais em relação aos individuais.

DOUTRINA REGIS PRADO: “De seu turno, Garofalo opera a sistematização jurídica
da escola, estabelecendo a periculosidade como base da responsabilidade; a
prevenção especial como fim da pena; a noção de delito-obstáculo, de caráter
preventivo; e a definição de delito natural como a “violação dos sentimentos
altruísticos fundamentais de piedade e probidade, na medida média em que se
encontram na humanidade civilizada, por meio de ações nocivas à coletividade”.”

DOUTRINA ROGÉRIO GREGO: “ Para Lombroso, a observação e a medição


deviam constituir as estratégias habituais do conhecimento criminológico, além da
racionalidade e da especulação do mundo jurídico. Suas ideias deram origem á
escola biológica da criminologia, que também ficou conhecida como escola italiana”.

Doutrina Cezar Roberto Bitencourt: “Apesar do predomínio na escola positiva da


ideia de Defesa Social, não deixou de marcar o início da preocupação com a
ressocialização do criminoso. Para Ranieri, a finalidade reeducativa da pena define-
se claramente a partir da escola positiva”.
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Escola moderna alemã

No contexto do positivismo crítico se enquadra também a escola sociológica alemã,


jovem escola ou escola de política criminal, nascida graças aos estudos de Franz
Von Liszt – o maior político-criminólogo alemã -, Adolphe Prins, Gerard van Hamel e
Karl Stoos. Integrava a corrente denominada causal-naturalista na teoria do delito.
Tem como principais características a adoção do método lógico-abstrato e indutivo-
experimental- o primeiro para o Direito penal e o segundo para as demais ciências
criminais, o delito como um fenômeno humano-social e fato jurídico, o caráter
defensivo da pena, orientada conforme a personalidade do delinquente.

DOUTRINA LUIZ REGIS PRADO: “A política criminal encontra seu limite da lei
penal, na qual o princípio da legalidade representa um baluarte de defesa social. Daí
as afirmações gráficas de que “o código penal é a Magna Carta do delinquente” e de
que “o Direito penal é a insuperável barreira da política criminal”.

DOUTRINA ROGÉRIO GREGO: “Foi reconhecida na Alemanha, também, sob as


denominações Escola Moderna ou de positivismo crítico, Escola de política criminal
e, ainda, Escola sociológica. É de Franz von Liszt a famosa frase que diz: “ o código
penal é a carta Magna do delinquente e o Direito penal é a barreira intransponível da
política criminal”.

Doutrina Cezar Roberto Bitencourt: “Inicialmente, von Liszt não admitia o livre-
arbítrio, que substituía pela normalidade que deveria conduzir o indivíduo, e deixou
em segundo plano a finalidade retributiva da pena, priorizando a prevenção
especial”.
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Escola técnico-jurídica

Os positivistas pretendiam realizar os estudos jurídico-penais através da observação e verificação da


realidade, além de sustentarem que a pessoa do delinquente deveria ser posta no centro da ciência
penal. O denominado tecnicismo jurídico-penal nasceu como resposta à confusão metodológica
gerada pela escola positiva. A excessiva preocupação com os aspectos antropológicos e sociológicos
do delito, em detrimento do jurídico, deu lugar a um estado de crise e consequente reação.

Um dos precursores desta escola foi o alemão Karl Binding, outro representante da escola técnico-
jurídica foi Vincenzo Manzini, autor dos tratados do Direito penal e de Direito processual penal. O
tecnicismo jurídico é uma orientação, uma metodologia de estudo, levando-se a efeito o estudo
sistemático do direito penal.

A Escola Técnico Jurídica apontou com maestria que o crime é o verdadeiro objeto do Direito Penal.
Trata-se, portanto, de um aprimoramento na metodologia da Escola Positiva, considerando que as
demais características são próximas ou semelhantes.

Pode-se destacar os seguintes aspectos:

 O delito é puramente uma relação jurídica de conteúdo individual e social

 A pena é uma reação e uma consequência da conduta delituosa (tutela jurídica), com função de
prevenção geral e especial

 A medida de segurança preventiva deve ser aplicada aos inimputáveis 

Existe também a responsabilidade moral decorrente da vontade livre

 Utiliza-se o método técnico-jurídico de pesquisa

 Recusa-se a aplicação da Filosofia no campo do Direito Penal (Prado. P. 66)


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Escola correcionalista

Surgiu em 1839, tendo o professor de Heidelberg Carlos Davi Augusto Roeder, como seu precursor,
que concebia o Direito, segundo Noronha, como o “conjunto de condições dependentes da vontade
livre, para cumprimento do destino do homem”.

O novo Direito penal deve levar em conta uma orientação educadora e tutelar. Os delinquentes
devem ser considerados como são, como seres necessitados de auxílio e não como indivíduos
prejudiciais e perigosos.

A maior característica da Escola correcionalista é fixar a correção ou emenda do delinquente como


fim único e exclusivo da pena. Na verdade, a sua finalidade é trabalhar sobre a causa do delito, isto é,
a vontade defeituosa, procurando convertê-la segundo os ditames do direito. Dessa forma, a sanção
penal deve ser indeterminada e cessada somente quando sua execução se demonstrar dispensável.

Segundo, LUIZ REGIS PRADO “Saliente-se que essa orientação está presente no ideário humanista e
defensista. Ademais, o código penal brasileiro de 1969, revogado antes de vigorar, estabeleceu a pena
relativamente indeterminada para os criminosos habituais e por tendência, de origem
correcionalista”.
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Terceira escola

Segundo o doutrinador Rogério Grego (Grego 2017), surgiu com a finalidade de


conciliar as posições das escolas clássicas e positiva, tendo Alimena, Carnevale e
Impalomeni como seus principais defensores.
Propõe a substituição do livre-arbítrio dos clássicos pelo critério da voluntariedade
das ações, devendo ser aplicada medida de segurança a quem não possui
capacidade, considera o delito como um fenômeno individual (natural) e social (ideia
dos positivistas), reconhece o princípio da responsabilidade moral (ideia da Escola
Clássica), a pena é dotada de caráter ético e aflitivo (pensamento clássico), tendo
por finalidade a defesa social (pensamento positivista).
Segundo o doutrinador Cezar Roberto Bitencourt(Bitencourt 2015), o crime, para
esta escola, é concebido como um fenômeno social e individual, condicionado,
porém, pelos fatores, apontados por Ferri. O fim da pena é a defesa social, embora
sem perder seu caráter aflitivo, e é de natureza absolutamente distinta da medida de
segurança
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Escola da Nova Defesa Social

Os doutrinadores supracitados dessa escola fundaram, em 1829, a União


Internacional de Direito Penal que durou até a Primeira Grande Guerra. Em suas
assembleias foram debatidas questões importantes do Direito Penal, tais como a
delinquência de menores, a reincidência e a criminalidade crônica, a teoria do
estado perigoso, a das medidas de segurança. A Associação Internacional de Direito
Penal foi a sucessora da União Internacional e tinha como objetivo promover as
ciências penais por meio de congressos e seminários.
Surgiu no final da segunda guerra mundial, em 1945, após a constatação das
atrocidades cometidas pelos nazistas, reacendendo, assim, uma forte reação
humanista e humanitária. Antecedentes do movimento defensista são encontrados
na filosofia grega, nos canonistas medievais e mais diretamente na revolução
positivista do final do século XIX. Porém foi tão só no século XX que apareceu uma
primeira teoria de defesa social.
Adota-se, então, um sistema pelo qual a sociedade deveria buscar todos os meios
possíveis de combate ao crime, ou seja, passando então a ser algo a ser enfrentado
por toda sociedade. Essa escola da defesa social parece que é a mais pregada na
atualidade.

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