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BARRA DO CORDA – MA
2022
ANTÔNIO MATHEUS DA SILVA MUNIZ
CIRO RICARDO INÁCIO DOS SANTOS VIANA
DEIVID LUCAS OLIVEIRA DE BRITO
GILGLEY SILVA DE SOUSA
MARCOS EDUARDO LIMA DOS SANTOS
RYAN AUGUSTO LIMA NEPOMUCENO
SAULO RODRIGUES FERREIRA
BARRA DO CORDA – MA
2022
1. INTRODUÇÃO
O Direito Penal sempre esteve presente na humanidade, sempre se moldou
conforme a sociedade. Mesmo antes do aparecimento da escrita, ele sempre se fez
presente em meio as sociedades esparsas. Dessa forma, o permanente estado de
agrupamento social que o ser humano viveu desde os primórdios em busca do
atendimento de suas necessidades básicas, anseios, conquistas e satisfação,
caminham lado a lado com a violação das regras de convivência, tornando assim,
necessária a aplicação de uma punição. De acordo com Magalhães Noronha em um
de seus textos:
2. DESENVOLVIMENTO
Em 1905, na Itália, durante a célebre aula magna, na Universidade de
Sassari, proferida por Arturo Rocco – o principal expoente do pensamento técnico-
jurídico –, abordando o problema do método no estudo do Direito Penal, Rocco, por
sugestão, apresentou as linhas gerais do que passou a se chamar de Escola
Técnico-Jurídica. Ou seja, diante da insatisfação as conclusões a que chegaram os
teóricos da escola clássica e positiva, surge a escola técnico-jurídica. No que diz
respeito à Escola Técnico-Jurídica, temos como alguns dos mais importantes
defensores: Rocco, Manzini, Massari, Delitala, Vannini, Conti e Nelson Hungria,
brasileiro. Além disso, no que tange ao tecnicismo jurídico, ele se inicia na
Alemanha, com os estudos do grande jurista Karl Binding.
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A divisão das Escolas Penais muda conforme à doutrina. Escola Clássica e Positiva são chamadas
de puras, pois apresentam posturas lógica e filosoficamente bem definidas. As demais se apresentam
como uma fusão destas anteriores e são chamadas de intermediárias, mistas ou ecléticas.
verificação da realidade, além de sustentarem que a
pessoa do delinquente deveria ser posta no centro da
ciência penal, pois, segundo Ferri, o juiz julga o réu e
não o crime. Em outros termos, os positivistas, num
primeiro momento, confundiam os campos do Direito
Penal, da Política Criminal e da Criminologia." (p. 264)
Adentrando nas características desta escola, sabe-se que por ser uma escola
mista, ela tentou pegar o que tinha de melhor na escola clássica e na escola positiva
e buscou devolver ao direito penal uma ciência técnica porque o direito penal é uma
ciência normativa. Dito isto, Pode-se destacar que, em primeiro lugar, o crime é
puramente uma relação jurídica de conteúdo individual e social; A pena é uma
reação e uma consequência da conduta delituosa (tutela jurídica), com função de
prevenção geral e especial; A medida de segurança preventiva deve ser aplicada
aos inimputáveis; Podemos citar também a responsabilidade moral decorrente da
vontade livre; Utiliza-se o método técnico-jurídico de pesquisa, ou seja, seu método
próprio; Por fim, recusa-se a aplicação da Filosofia no campo do Direito Penal, ou
seja, é tida como uma ciência autônoma e independente das demais ciências.
É de suma importância destacarmos também que o fenômeno jurídico
importante para a Ciência Penal – o crime, era definido por meio do método próprio
chamado lógico-abstrato. Isso significa dizer que são postulados valores fixos sobre
o que é crime, pois para os defensores dessa corrente, não há sociedade sem
dogmas, e essas referências, elaboradas pela sociedade e reguladas pelas normas
instituídas pelos legisladores, são interpretadas e aplicadas pelos juízes. Todavia,
sabe-se que todo texto é lacunoso, é necessário criar regras de interpretação, com a
intenção de reduzir a zero possíveis distorções do que está posto nas leis. Surgindo
assim a Jurisprudência, criando um espectro mínimo e máximo para área de
interpretação, aumentando assim, a segurança jurídica. Dessa forma, o estudo da
ciência penal, por meio do método técnico-jurídico ou lógico-abstrato, dar-se-ia em
três fases: exegese, em que há a interpretação gramatical do texto da lei; dogmática,
em que há uma organização do conteúdo normativo; e, por fim, a crítica, que era o
máximo espaço para discussão da norma, mas recusa o emprego de demais
interpretações penal.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Escola Técnico-jurídica teve por base a ideia de que o Direito deveria ser
vislumbrado meramente sob a perspectiva do próprio Direito positivado, isto é,
sustentava que as concepções externas e as indagações consideradas estranhas e
alheias a ele não deveriam influir em sua interpretação e aplicação. Renunciavam a
utilização de qualquer outra ciência e critério, que não o jurídico, para análise da lei,
o que inclui a filosofia e a sociologia, vez que defendiam que os juristas deveriam
servir-se apenas da letra da lei. Entretanto, o tecnicismo não desprezava
completamente as ciências causal-explicativas. Ao contrário, admitia a importância
das pesquisas dessas ciências sobre o crime. Contudo, entendia que elas não
poderiam ser usadas de modo a afastar os juristas do critério propriamente jurídico
na análise da ciência do Direito Penal. Fato é que, a importância de os olhos do
jurista se voltarem para o que diz a lei, para o que está escrito nos códigos, não é
menor do que a importância de a lei ser lida em consonância com as expectativas
sociais. Por fim, o tecnicismo jurídico teve grande relevância na construção da
dogmática jurídico-penal como é conhecida atualmente influenciando até mesmo a
formulação do nosso código penal brasileiro de 1940, bem como foi de suma
importância por fazer com que o direito penal voltasse a ser uma ciência técnica,
trazendo assim, uma renovação metodológica no direito penal.
REFERÊNCIAS
PEDRO LENZA. Direito Penal Esquematizado - Parte Geral. 11. ed. São Paulo,
2022. 2548 p.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 14. ed. rev. atual. ampl. Rio
de Janeiro, RJ: Forense, 2018. 1257 p.