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DIREITO PENAL

1. INTRODUÇÃO

Saiba que: O Direito, como um todo, é condição de sobrevivência de qualquer sociedade


humana, haja vista ser ele o instrumento de limitação das liberdades individuais em prol do
bem comum. E o fato social é sempre o ponto de partida na formação da noção de Direito.

Sendo assim: o fato social que for de encontro aos limites estabelecidos pelo ordenamento
jurídico dará origem ao “ilícito jurídico”, cuja modalidade mais grave é o ilícito penal. E isso
se diz pois o ilícito penal atenta contra os bens mais importantes da vida social, tais como: a
vida, a integridade física, a incolumidade pública, etc...

A propósito: Acerca da conceituação de Direito Penal, é importante que se tenha em mente,


de início, que este pode ser compreendido, sucintamente, como sendo o conjunto de normas
jurídicas estabelecidas pelo Estado com o intuito de combater as lesões aos bens jurídicos
mais importantes da sociedade.

Preste atenção: esta conceituação nos serve para estabelecermos uma ideia inicial, e
generalizada, do Direito Penal, contudo, temos que admitir que não esgota todo o Universo
do Direito Penal. E por isso, achamos por bem completar nossa conceituação de Direito Penal
através do Ilustre penalista José Frederico Marques, que assim lecciona:

“Direito Penal é o conjunto de normas que ligam, ao crime como fato, a pena como
consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a
aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder
de punir do Estado.”

ORDENAMENTO: complexo de normas jurídicas que regulam o poder preventivo e


repressivo exercitáveis sobre aqueles que praticam as infracções penais - Codificado.
Infracções - são géneros - onde os Crimes ou Delitos e as Contravenções Penais - são
espécies.
CIÊNCIA : ramo da ciência jurídica que tem por objecto exegese a dogmática e a crítica das
normas penais.
Exegese: hermenêutica - interpretação das normas;
Dogmática penal: criação de institutos jurídicos e será coordenação visando um sistema.
2. ESCOLAS PENAIS

2.1.TEMPOS PRIMITIVOS
Não se pode falar em um sistema orgânico de princípios penais nos tempos primitivos. A
pena, em sua origem remota, nada mais significa senão vingança., revide à agressão sofrida,
desproporcionada com à ofensa e aplicada sem preocupação de justiça.
Várias foram as fases der evolução da vingança penal. Para facilitar a exposição, seguimos a
divisão estabelecida por Magalhães Noronha, que distingue as fases da vingança privada,
vingança divina e vingança pública.

2.2.Fases da vingança penal:

2.2.1. VINGANÇA PRIVADA


Cometido um crime ocorria a reacção da vítima ou de seus parentes, ou, ainda, do grupo
social- que agiam sem proporção à ofensa atingindo não só o ofensor, como até todo o seu
grupo, adoptado no Código de Hamurabi, Êxodo e Lei das XII Tábuas. Posteriormente surge
a composição, o ofensor se livrava do castigo com a compra de sua liberdade. Adoptado no
Código de Hamurabi, Pentateuco e Código de Manu.

2.2.2. VINGANÇA DIVINA


Influência decisiva da religião na vida dos povos antigos. Reprimir o crime com satisfação
aos Deuses pela prática de ofensa contra o grupo social. Adoptado no Código de Manu.

2.2.3. VINGANÇA PÚBLICA


Com maior organização, com o fim de dar maior estabilidade ao Estado, visou-se a segurança
do soberano, aplicado na Lei das XII Tábuas.

2.3.DIREITO PENAL DOS HEBREUS


Com o talmuda, substitui-se a pena de talião pela de multa, prisão e outros gravames físicos,
os crimes podiam ser classificados em crimes contra a divindade e contra o semelhante.

2.3.1. DIREITO PENAL ROMANO


Evoluindo-se das fases da vingança, através do talião e da composição, bem como da
vingança divina na época da realeza, direito e religião se separam. Dividem-se os delitos em
crimina pública, crimes Majesta Is e delicta privada, posteriormente são criados os crimina
extraordinária. Decisivo o direito romano para o direito penal, com os princípios: sobre o
erro, culpa, dolo, imputabilidade, coacção irresistível, agravantes e atenuantes.

2.3.2. DIREITO GERMÂNICO


Primitivo, não era composto de leis escritas, mas constituída pelos costumes. Tinha fortes
características de vingança privada, só muito mais tarde foi aplicado o talião, por influência
do Direito Romano e do cristianismo.

2.3.3. DIREITO CANÔNICO


Marca a influência da religião no direito penal, assimilando o Direito Romano.

2.3.4. PERÍODO HUMANITÁRIO


No decorrer do Iluminismo, inicia-se o denominado Período Humanitário. Surge César
Bonesana, Marquês de Beccaria – publica seu livro “Dos delitos e das penas” (Del Delliti e
Delle Pene ), que demonstra a necessidade de reforma das leis penais , pregando os
seguintes princípios básicos:
Só as leis podem fixar a pena, o juiz não pode interpretar ou aplicar sanções arbitrariamente;
As leis devem ser conhecidas pelo povo, e redigidas com clareza;
Prisão preventiva somente se justifica diante de provas de existência de crime e sua autoria;
Não se deve permitir testemunho secreto, ou sob tortura;
Não se justificam o confisco de bens de herdeiros dos condenados, as penas infamantes à sua
família;

2.3.5. ESCOLA CLÁSSICA


As ideias fundamentais do Iluminismo, são reunidas, juntamente com a obra de Beccaria sob
a denominação de Escola Clássica. Seu maior expoente foi Francisco Carrara, para ele delito:
“é um ente jurídico impelido por duas forças: a física, que é o movimento corpóreo e o dano
de crime e a moral constituída da vontade livre e consciente do criminoso”. Para a Escola
Clássica: o método que deve ser utilizado no Direito Penal é o dedutivo ou lógico-abstracto
– já que se trata de uma ciência jurídica – e não experimental próprio das ciências naturais.

2.3.6. ESCOLA POSITIVA E PERÍODO CRIMINOLÓGICO


o movimento naturalístico do século XVIII, pregava a supremacia da investigação
experimental em oposição à indagação puramente racional , influenciou o Direito Penal. O
movimento Criminológico do Direito Penal iniciou-se com os estudos do médico italiano
César Lombroso, pioneiro da Escola Positiva e criador da Antropologia Criminal.
Considerava, ele, o crime como manifestação da personalidade humana e produto de várias
causas , Lombroso estuda o delinqüente do ponto de vista biológico. Tem a Escola Positiva o
seu maior expoente em Henrique Ferri, criador da Sociologia Criminal. Ele afirmava ser o
homem responsável por viver em sociedade. Rafael Garófalo inicia a chamada fase jurídica
do positivismo italiano, sustentava que no homem existem dois sentimentos básicos, a
piedade e a probidade, e que o direito é sempre uma lesão desses sentimentos. Princípios
Básicos da Escola Positiva:
O crime é fenômeno natural e social, sujeito a influências do meio e de múltiplos fatores ,
exigindo o estudo pelos métodos experimentais;
A responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade, e
tem por base a sua periculosidade;
A pena é medida da defesa social, visando à recuperação do criminoso ou à sua
neutralização;
O criminoso é sempre, psicologicamente, um anormal , de forma temporária ou permanente.

2.3.7. ESCOLAS MISTAS E TENDÊNCIA CONTEMPORÂNEA


Conciliando os princípios da Escola Clássica e o tecnicismo jurídico com a Escola Positiva,
surgiram as escolas eclécticas, mistas, com a Terceira Escola e a Escola Moderna Alemã.

Aproveitando as ideias de clássicos e positivistas, separava-se o Direito Penal das demais


ciências penais, contribuindo de certa forma para evolução dos dois estudos.
Hoje, em reacção ao positivismo jurídico, em que se pregava a redução do direito ao estudo
da lei vigente, os penalistas passaram a preocupar-se com a pessoa do condenado em uma
perspectiva humanista , instituindo-se a doutrina da Nova Defesa Social.
TPC

1. Conceito de Direito Penal


2. Qual é a diferença e relação existente entre direito penal e direito criminal
3. De forma exaustiva fala das diferenças existente entre escola de Lisboa e Coimbra e
qual das escolas Moçambique segue
4. Qual é objecto de estudo do direito penal
5. Qual é a relação do direito penal e outras ciências

NB: O TPC deve ser submetido na plataforma

Nota Importante: A partir de segunda-feira só entra na sala de aula quem tiver o código penal
(Lei 24/2019 de 24 de Dezembro)

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