Você está na página 1de 6

Resumo Direito Penal I

Conceito: é o ramo do ordenamento jurídico que se ocupa dos mais graves conflitos existentes,
devendo ser utilizado como a última opção do legislador para fazer valer as regras legalmente
impostas a toda comunidade, utilizando-se da pena como meio de sanção, bem como servindo
igualmente para impor limites à atuação punitiva estatal, evitando abusos e intromissões indevidas na
esfera de liberdade individual. Normas para estabelecer a manutenção da paz social. Quando as regras
são violadas o estado tem o dever de aplicar sanções e se essa violação atentar contra bens jurídicos
tutelados, vale-se do direito penal.
Direito penal objetivo: conjunto de leis penais.
Direito penal subjetivo: direito de punir do estado, ou seja, a capacidade que o estado tem de
produzir e fazer cumprir suas normas.
Política criminal: postura do estado no combate à criminalidade; postura crítica permanente do
sistema penal.
Criminologia: a ciência que estuda o crime, o criminoso bem como as origens de um e de outro.
Bem jurídico: bem escolhido pelo ordenamento jurídico para ser tutelado e amparado (meio
ambiente, vida, liberdade, honra, patrimônio, saúde pública, fé pública). Bem jurídico relevante passa
ao âmbito penal.
Evolução histórica: Nos primórdios, a pena era aplicada desordenadamente, sem um propósito
definido, de forma desproporcional e com forte conteúdo religioso. Atingiu-se a vingança privada e,
na sequência, a vingança pública, chamando o Estado a si a força punitiva. Seguiu-se a fase de
humanização do direito penal, após a Revolução Francesa, estabelecendo-se, no mundo todo, a pena
privativa de liberdade como a principal sanção aplicada, evitando-se, como meta ideal a ser atingida,
as penas consideradas cruéis.
Escolas do direito penal: agrupamentos de ideias trazidas por estudiosos no âmbito do Direito Penal
em determinado período da história. É importante para entender e analisar criticamente o Direito
Penal como é hoje.
Escola Clássica: Também conhecida como Idealista, predominou entre o final do século XVIII e a
metade do século XIX, surgindo como uma espécie de reação ao totalitarismo do Estado Absolutista
da época. Fundamentalmente, via o criminoso como a pessoa que, por livre-arbítrio, infringiu as
regras impostas pelo Estado, merecendo o castigo denominado pena. O crime é uma violação do
Direito, de forma que a defesa contra este ato provém do próprio ordenamento. A pena como meio de
tutela jurídica deve ser retributiva e não pode ser arbitrária ou desproporcional, precisa ser
proporcional. Por fim, o criminoso não se mostra como objeto primordial de estudo, tendo em vista
que realiza o ato conscientemente utilizando o livre-arbítrio.
Escola Positiva: essencialmente, enxergava o criminoso como um produto da sociedade, que não agia
por livre-arbítrio, mas por não ter outra opção, além de ser levado ao delito por razões atávicas
(hereditário). Visualizava, sobretudo, o homem-delinquente e não o fato praticado, motivo pelo qual
a pena não necessitava representar castigo, mas tinha caráter preventivo, isto é, até quando fosse útil
poderia ser aplicada.
O homem delinquente – Cesare lombroso: criminosos natos, que trariam em si próprios, em sua
organização física e psíquica, a marca dessa condição que viria expressa em estigmas denunciadores,
uma fração à parte de indesejáveis no seio social, fração que era preciso sanear.
Dos delitos e das penas – Cesare beccaria: é um libelo contra os julgamentos secretos, o juramento
imposto aos acusados, a tortura, a confiscação, as penas infamantes, a desigualdade ante o castigo, a
atrocidade dos suplícios.
Anterioridade/legalidade: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal”; não pode aplicar pena se não possuir uma lei.
Igualdade: “prescreve que cada um seja julgado por seus iguais.
Proporcionalidade: a gravidade das punições deveria refletir a gravidade da própria ofensa e danos
causados. Assim, a medida do crime está no prejuízo causado à sociedade.
Princípio da Individuação da pena: Princípio da Responsabilidade Penal, descreve que o indivíduo
terá que ser responsabilizado pessoalmente pelo crime e não terceiros.
Fontes do direito penal: limites ao poder punitivo estatal:
Modo: mesmo nos casos em que o legislador se encontre constitucionalmente autorizado a editar
normas restritivas, permanecerá vinculado à salvaguarda do núcleo essencial dos direitos, liberdades
e garantias do homem e do cidadão.
Espaço: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional.
Tempo: o Estado não é absolutamente livre para fazer uso desse poder de castigar através do emprego
da lei. Sua tarefa legislativa, e de aplicação da legislação, encontram-se limitadas por uma série de
balizas normativas formadas por postulados, princípios e regras.
Fonte Material: delimita quem pode criar normas penais. Compete privativamente à União legislar.
Lei complementar pode autorizar o Estado a legislar sobre Direito Penal incriminador no seu âmbito.
Fonte Formal; imediatas: Lei, Constituição Federal, tratados internacionais de direitos humanos,
jurisprudência (Se forma a partir de decisões reiteradas dos tribunais sobre determinado tema jurídico,
portanto, a ideia é de conjunto), princípios gerais do direito (Vão desde o direito a vida e dignidade
humana até o equilíbrio dos contratos, a existência de justa causa nos negócios), atos administrativos.
A C.F. nos revela o Direito Penal estabelecendo patamares mínimos, abaixo dos quais a intervenção
penal não se pode reduzir. Os tratados internacionais que tratem de qualquer tema, assinados pelos
representantes de cada país com poderes para tais, o ritual de aprovação pelo legislativo será o de
votação por maioria simples nas duas casas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Entretanto,
por meio da emenda constitucional número 45 de 2004, os tratados internacionais que versem sobre
os direitos humanos deverão ser aprovados por três quintos dos membros de cada casa em dois turnos
de votação. Importante esclarecer que os tratados e convenções não são instrumentos hábeis à criação
de crimes ou cominação de penas para o direito interno (apenas para o direito internacional).
Mediata: doutrina (universo de estudos com o objetivo de explicar todos os temas atinentes ao direito,
moldando o pensamento jurídico). O costume não é considerado, uma vez que para que haja crime
deverá haver uma lei escrita, promulgada de acordo com um processo estabelecido pela constituição.
Interpretação da lei penal:
Sujeito: autentica: realizada pelo próprio legislador (cria uma norma e depois um dispositivo para
esclarecê-la).
Doutrinária: realizada pelos estudiosos do direito (através de livros e artigos).
Jurisprudencial: realizada pelos juízes e tribunais em suas decisões.
Modo: literal: sentido da lei através da função gramatical dos vocábulos.
Teleológica: verdadeiro sentido da norma.
Histórica: análise do momento histórico em que a lei foi editada.
Sistemática: verificar o sentido que cobra o preceito interpretado, ao ser confrontado com todo o
ordenamento jurídico concebido como unidade, e especialmente ante certas normas que lhe são
superiores ou que sensivelmente limitam seu alcance.
Progressiva: qual a finalidade da norma, dentro do momento histórico vivido pela sociedade. A lei
permanece a mesma, mas determinado termo que lhe é ínsito, ganha novos parâmetros, ou seja, evolui.
Resultado: Declarativa: apresenta coincidência entre o texto e a vontade da lei.
Restritiva: a ocorre toda vez que se limita o sentido da norma, não obstante a amplitude de sua
expressão literal.
Extensiva: amplia o sentido da norma para além do contido em sua letra.
Analógica: uma espécie de interpretação extensiva, em que a própria lei autoriza a extensão de seu
conteúdo ou alcance.
Princípios básicos do direito penal:
Da legalidade ou reserva legal: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal; Somente a lei em sentido formal, pode dispor sobre direito penal.
Tipicidade: somente a prática de conduta prevista em lei, pode caracterizar-se como crime. Para que
se afaste o arbítrio do julgador e se garanta ao cidadão o direito de conhecer, com antecedência, qual
o comportamento admitido na sociedade na qual vive.
Anterioridade: necessidade de existência de lei penal incriminadora anterior a prática da conduta
delituosa. A lei penal tem que estar em vigor, antes do crime ser praticado. Não pode retroagir para
punir condutas praticadas anteriormente à vigência (irretroatividade da Lei Penal mais severa).
Retroatividade da lei penal mais benéfica: voltando no tempo para favorecer o agente, ainda que o
fato tenha sido decidido por sentença condenatória transitada em julgado. Enfatize-se, por oportuno,
que essa retroatividade não vale para normas de caráter estritamente processual. No caso de normas
mistas ou híbridas, dotadas de aspectos processuais e penais (materiais), só retroagirão se forem
benéficas, entretanto, há um limitador: deve haver respeito à coisa julgada.
Taxatividade: A lei deve ser clara e precisa, de forma que o destinatário da lei possa compreendê-la.
Podemos resumir que a lei penal reveste-se das características de: a) lex praevia-proibição de leis
retroativas que fundamentem ou agravem a punibilidade; b) lex scripta- proibição de leis pelo direito
consuetudinário; c) lex stricta-proibição de analogia in malam partem; d) lex certa - proibição de leis
vagas, imprecisas e indeterminadas.
Da ultima ratio ou da intervenção mínima: O direito penal deve apenas ocupar-se das condutas mais
relevantes, graves, sendo o último dos instrumentos a ser utilizado pelos Estados nas repressões de
ilícitos.
Lesividade: condutas aptas a lesionar ou ameaçar bens jurídicos relevantes podem ser objetos de
incriminação.
Culpabilidade: pena só pode ser imposta a quem é dotado de culpabilidade.
Responsabilidade subjetiva: é vedado a responsabilidade objetiva; só há crime se houver dolo ou
culpa e a pena deve ser imposta na medida da culpabilidade do agente.
Responsabilidade pessoal: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, somente o autor ou
partícipe de um crime pode responder por este. Na hipótese de ser aplicada multa como sanção penal
e o condenado vir a falecer, não poderá ser cobrado o valor dos herdeiros, ainda que no limite da
herança.
Humanidade: É um princípio derivado do princípio da dignidade da pessoa humana. Consolidando o
conteúdo desse vetor, a Constituição Federal veda as penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados,
de banimento, cruéis, respeitando-se sempre a integridade física e moral do preso, bem como há
proibição da pena de morte, salvo em época de guerra declarada.
Vedação da dupla punição pelo mesmo fato: (do ne bis in idem) ninguém poderá ser processado ou
punido duas vezes pela prática da mesma infração penal.
Insignificância: (princípio da bagatela) devem ser consideradas materialmente atípicas para efeitos
penais as condutas causadoras de danos ou perigos ínfimos aos bens penalmente protegidos. Deve ser
penalizado apenas crimes contra bens jurídicos relevantes.
Aplicação: ausência de periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; ofensividade mínima da conduta; inexpressividade da lesão jurídica provocado.
Aplicação da lei penal no tempo: Aplica-se a lei penal que estava em vigor, quando foi praticado o
fato.
Teoria da atividade: crime é praticado no dia da ação ou omissão.
Teoria do resultado: crime é praticado no dia que se deu o resultado.
Teoria mista ou ubiquidade: tanto o momento da ação, quanto o da consumação servem como
parâmetro para a aplicação da lei penal.
De acordo com o art. 4 do CP: no direito brasileiro aplica-se a teoria da atividade. Ocorrendo sucessão
de leis penais, os aparentes conflitos de vigência se resolvem pela aplicação dos arts. 2º e 3º, do
Código Penal, e pelo princípio da irretroatividade e da retroatividade benéfica da lei penal (art. 5º,
XL, da CF).
Art. 2-retroatividade da lei penal benigna:
Novatio legis: lei nova que torna ilícita penalmente conduta que antes era permitida, não retroage.
Abolitio criminis: lei que não considera mais criminoso o fato, faz cessar todos os efeitos penais da
sentença condenatória menos os efeitos civis (retroage).
Novatio legis in mellius: a nova lei que, de qualquer modo, beneficia o agente.
Novatio legis in pejus: a nova lei que, de qualquer modo, agrava a situação do réu, majorando a pena.
Só será aplicada a crimes cometidos após a sua vigência (não retroage).
Lex tertia: Combinação de leis – embora parte da doutrina aceite a combinação de preceitos mais
favoráveis, quando duas ou mais leis possuírem aspectos benéficos e negativos, o STF não aceita a
criação de tipos penais “híbridos”, resultado da combinação de leis, por não ser permitido ao
judiciário substituir-se ao legislador.
Casos excepcionais: crimes permanentes: modificada a lei penal, no curso da consumação do delito
(que se protrai no tempo), esta norma incidirá, mesmo se for mais gravosa.
Crimes habituais: se no intervalo de repetição de atos entrar em vigor uma nova norma, mesmo se for
mais gravosa, ela será aplicável.
Crimes continuados: recebem tratamento de um fato único. A nova lei mais gravosa só poderá incidir
sobre os fatos praticados após sua entrada em vigor; ou A nova lei mais gravosa alcançara toda a série
de atos. Esta segunda posição é a adotada pelo STF.
Excepcionais: são aquelas leis que vigoram em situações ou condições anormais, de comoção pública,
situações anormais da vida pública. (lei da pandemia)
Temporárias: tem o tempo de vigência determinado em seus próprios dispositivos. (lei geral da copa)
Tais leis são ultra ativas – serão aplicadas mesmo depois de revogadas, na forma do art. 3º do CPB.
Norma penal em branco e o direito intertemporal: são aquelas cujo tipo penal, necessita de
complemento (norma integrativa). A norma complementadora pode ser uma lei ou até um ato
administrativo.
Complemento excepcional: Se o complemento possuir caráter excepcional ou temporário, aplica-se
a regra do art. 3º do CPB. (não possui retroatividade)
Complemento permanente: Nestas hipóteses aplica-se a regra do art. 2º, do CPB. (retroatividade do
complemento penal).
Aplicação da lei penal no espaço: A lei penal de um Estado soberano vige em todo o seu território.
Contudo, visando o combate eficaz à criminalidade, a lei pode ser aplicada fora de suas fronteiras, ou
até mesmo leis de outros estados podem atuar dentro do país. O CPB, em seu art. 6º, adotou a teoria
da ubiquidade (ou mista), considerando-se para efeito de aplicação da lei penal, tanto o local da ação
ou omissão, no todo ou em parte, como o da ocorrência do resultado, ou do local em que este deveria
ter ocorrido.
Princípio da territorialidade: Define que a lei local se aplica a todos os crimes ocorridos no território
nacional, independente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico lesado, respeitando
limites de tratados, convenções e regras internacionais (soberania do estado).
Princípio real, de defesa ou de proteção: estende a aplicação da lei para fora dos limites do território
se o bem jurídico lesado for da nacionalidade do estado, independente da nacionalidade do infrator.
Princípio da nacionalidade ou da personalidade: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente,
independentemente de onde ocorreu o delito.
Princípio da universalidade ou cosmopolita: a lei penal deve ser aplicada a todos, onde quer que
estejam. Aplica-se a lei penal do Estado onde o agente se encontrar, independentemente de
nacionalidade do autor ou do bem jurídico lesado.
Princípio da representação ou da bandeira: no caso de crimes ocorridos em embarcações ou aeronaves,
quando houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem deva reprimir, aplica-se a lei de onde
a aeronave ou embarcação estiver registrada ou da bandeira que ostenta. (brasil-territorialidade).
O lugar do crime: teoria da ação ou da atividade: local onde ocorreu a conduta.
Teoria do resultado ou do evento: lugar do crime é considerado onde os resultados se concretizam.
Teoria da ação a distância ou da longa mão: onde se verificou o ato executivo.
Teoria da intenção: considerado local do crime aquele onde o agente tinha intenção que o resultado
de sua ação se concretizasse.
Teoria do efeito intermediário ou do efeito mais próximo: local do crime é aquele onde a “energia”
movimentada pela atuação do agente atinge a vítima ou bem jurídico.
Teoria limitada da ubiquidade: local do crime pode ser tanto o local da ação quanto do resultado.
Teoria pura da ubiquidade, mista ou unitária: Tanto pode ser o local da ação ou do resultado, ou o
local do bem jurídico atingido. É a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro.
Extraterritorialidade:
Extraterritorialidade incondicionada: Será aplicada a lei brasileira, sem qualquer condicionante,
mesmo que o agente tenha sido julgado no exterior. A fim de proteger bens jurídicos essenciais, o
poder brasileiro é exercido independentemente da concordância do Estado onde o crime ocorreu.
Extraterritorialidade condicionada: Aplica-se a lei brasileira obedecendo alguns requisitos, segundo
os princípios da universalidade, personalidade, bandeira e defesa. De modo algum, o Brasil concede
a extradição de brasileiros natos para que sejam julgados e condenados no país onde cometeram o
crime, e, para evitar a impunidade, estando aqui, serão julgados pela lei brasileira relacionada ao
crime lá cometido.
Eficácia da sentença estrangeira e conflito aparente de normas: uma vez existente sentença
condenatória na esfera criminal, pode ser o autor do crime responsabilizado civilmente, sem
possibilidade de discussão meritória. Pode ocorrer que a sentença criminal seja proveniente de órgão
jurisdicional estrangeiro, e assim, deverá ser homologada no Brasil, exigindo-se que esteja provado
o seu transito em julgado, esta homologação compete ao STJ. No que tange a obrigação de reparação
de dano, a restituição e a outros efeitos civis, haverá sempre necessidade de requerimento da parte
interessada, tem que pleitear que o fato seja criminoso no Brasil e no país. Não se homologa sentença
proferida no estrangeiro sem prova do transito em julgado.
Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro que reúna os seguintes requisitos:
- haver sido proferida por juiz competente;
- terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia;
- ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em
que foi proferida;
- estar traduzida por intérprete autorizado;
- ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal (hoje, pelo STJ).
Contagem dos prazos: os prazos processuais não se computam o dia do começo, mas inclui o do
vencimento. Os prazos penais são improrrogáveis e na sua contagem o dia do começo é incluído no
cálculo, mas não o dia do vencimento.
Frações não computáveis na pena: se o montante final da pena, resultante das operações previstas
em lei, não for um número inteiro, deve o juiz desprezar as frações de dia nas penas privativas de
liberdade e restritivas de direitos e na pena de multa as frações de real.
Conflito aparente de normas: há situações em que ocorrido o fato observa-se a aplicação de mais
de um dispositivo legal, gerando um conflito aparente de normas. Diz aparente pois a pena uma norma
será aplicada vedando a incidência de várias normas em concurso (Duas leis vigente e um só fato).
Concurso de crimes: vários crimes, podendo incidir pluralidade de leis em concurso.
Conflito aparente de normas: lei vigente x lei vigente
Sucessão de leis no tempo: lei revogada x lei vigente
Solução: assegurar a harmonia e coerência do sistema penal e ao mesmo tempo evitar a possibilidade
do bis in idem, que poderia ocorrer caso duas normas incidissem sobre o mesmo fato.
Princípios fundamentais: Especialidade: afastar a lei geral para aplicação da lei especial (contém
todos os elementos da norma geral mais também de outros que a tornam distinta). Pode haver
influencia se a lei geral nova beneficia o réu de alguma forma.
Subsidiariedade: quando o fato pela lei incriminado é também incriminado por outra, tendo um
âmbito de aplicação comum, mas abrangência diversa. A norma principal prevalece, a subsidiária atua
apenas quando o fato não se submete a crime mais grave.
Expressa: anunciando a não aplicação da norma menos grave quando presente a mais grave.
Tácita: quando um delito de menor cede diante da presença de um delito de maior gravidade.
Consunção (absorção): buscar a finalidade do agente. O crime previsto por uma norma não passa de
uma fase de realização do crime previsto por outra ou é uma forma normal de transição para o último.
Crime progressivo: resultado ou crime mais grave passa pelo crime menos grave. Sempre quer o
crime de maior gravidade. (Furto)
Progressivo criminosa: deseja praticar um crime menor e o consuma, depois decide executar um crime
maior e também o concretiza. Primeiro quer o crime menos grave e depois decide executar outro mais
grave. (Lesão corporal – homicídio).
Antefactum impunível: fatos anteriores que estão na linha de desdobramento da ofensa mais grave.
Não é punido. (Furto, mas antes comete invasão de propriedade).
Postfactum impunível: exaurimento do crime principal praticado pelo agente e assim, ele não pode
ser punido. (Roubar um carro e causar dano ao carro na hora de esconder).
Alternatividade: crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, nos quais o tipo penal prevê mais
de uma conduta em seus vários núcleos. Se o agente realiza vários verbos, porém no mesmo contexto
fático, responderá por crime único. Independentemente do número de condutas praticadas pelo agente,
somente haverá a consumação de um único crime.

Você também pode gostar