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RESPOSTA QUESTIONÁRIO DIREITO PENAL

DOCENTE: FÁBIO SANTOS


DISCENTE: HENRIQUE BATISTA

1)
1.1) Evolução Histórica

De acordo com Aristóteles, “O homem é um animal político “pois ao contrário de


outras espécies somos capacitados pela razão. Contudo a razão promove os
interesses onde muitos não estão acordados com a grande maioria ou minoria e
assim, recorremos ao nosso instinto primitivo, a agressividade. Desta maneira
visando proteger os interesses coletivos, e o bem jurídico individual de cada
cidadão, como a vida e os bens, foi criado o direito penal, com aplicação punitiva
para os delinquentes visando promover a lei e a ordem. Na idade antiga destaca-se
os períodos da vingança onde povos por serem governados por regimes em sua
grande
teocráticos. Acreditavam que a todos os castigos eram obras divinas por conta dos
atos infracionais cometidos pela humanidade. Assim a vingança era dividida em
privada, publica e divina, após esse período veio a tona o período humanitário onde
barbáries não eram toleradas na aplicação das leis preservando o humano e aos dias
atuais, caracteriza-se o período cientifico, onde passasse a estudar as razões pelas
quais se cometem crimes .

1.2) Conceito de Direito Penal

Direito penal é o conjunto de normas e leis com o objetivo de tornar determinados


comportamentos como atos infracionais passiveis de punição, desta forma regula o
convívio social para uma repreensão e ordem de atos considerados imorais pela
sociedade visando medidas de segurança as vitimas e punição aos executores do crime.

1.3) Diversos Tipos do Direito Penal

a) Objetivo e Subjetivo
O direito penal objetivo são um conjunto de normas regras e leis que visam por
meio positivado pelo estado criminalizar ações prejudiciais ao estado e aos
indivíduos que o compõe e promover sanções. O direito penal subjetivo também
conhecido como jus operandi (direito de punir) tem conhecido a função de punir
todos os cidadãos infratores das normas impostas sendo este apenas única e
exclusivamente do estado.

b) Comum e Especial

Entende-se que o direito penal comum como dito são conjunto de normas penais que
busca punir igualitariamente todos os cidadãos no âmbito comum, no código penal ele é
expresso por leis como, Estatuto do Desarmamento, Lei de Drogas e Código de Trânsito
, que visa punir igualitariamente todos em caso de infração . O direito penal especial
como também propriamente dito no nome, pois é especifico de sujeitos. No Brasil essa
espécie de ordenamento pode ser exemplificada o código penal militar onde apenas os
miltares podem ser punidos por este código de acordo com as infrações cometidas.

c) Substantivo e Adjetivo

O direito substantivo são regras criadas pelo estado para regular a vida em sociedade
também conhecido como direito material onde se relaciona bens e utilidades da vida. O
direito adjetivo são um conjunto de regras que consiste em regulamentar os processos o
inicio, desenvolvimento e encerramento visando administrar o direito.

d) Direito Penal Constitucional

O direito penal constitucional parte do principio de retirar normas da constituição


federal visando servir como força de compreensão para as normas do direito penal.
Desta maneira descumprir tal ordem levaria a inconstitucionalidade. Divididos em
princípios os mesmos são resumidos em, princípios da anterioridade da lei penal ,
principio da transcendência da pena, principio da limitação das penas ou humanidade ,
presunção de inocência. Ao todo são sete os princípios.
2) Princípios

2.1) Principio da Legalidade e da Reserva Legal

Pautado como um dos principais e mais importantes princípios, pois dele vem a frase “
não há crime , nem pena sem lei anterior que o defina “ , a partir desta premissa que há
o norteador para as leis. Pois , a partir deste principio da a relação garantia para todos os
cidadãos, assegurando por lei toda a liberdade e direitos individuais de todo
individuo,exceto quando descumprisse as normas e então o estado como detentor da
tutela irá punir devidamente . Em nossa constituição o principio da legalidade esta
expresso no artigo 5° inciso II “ Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer coisa
alguma em virtude da lei “ , e no código penal Art. 1° inciso XXIV” não há crime sem
lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal, o principio da reserva
legal se difere do principio da legalidade pois o principio da reserva legal torna-se mais
complexo que o principio da legalidade, pois o principio da reserva legal visa positivar a
pauta ou matéria através de uma lei para proteger uma lei. A reserva legal é dividida em
2 espécies, a relativa e a absoluta. A absoluta é aquela que constituição reserva
determinada matéria para ser tratada por lei ou seja só deverão ser ordenadas por lei em
sentido estrito. A relativa permite que leis sejam positivadas através de atos
infraconstitucionais como decretos resoluções e portarias todos esses obedecendo os
limites impostos.

2.2) Principio da intervenção mínima

De acordo com Munoz Conde “O poder punitivo do estado deve estar regido e limitado
pelo princípio da intervenção mínima. Com isto,quero dizer que o direito penal somente
deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens jurídicos mais importantes. As
perturbações mais leves do ordenamento jurídico são objetos de outros ramos do
direito”. Sendo assim entende-se que o principio da intervenção mínima é responsável
por qualificar quais bens possui maior relevância para o ordenamento jurídico, desta
maneira eles são selecionado pelo legislador afim de receberem a tutela do direito penal,
também como parte do trabalho do legislador, cabe ao mesmo atualizar o ordenamento
jurídico penal de alguns bens pois com a evolução da sociedade se torna mais crescente
alguns as tutelas se tornaram obsoletas e sua vigência não se faz mais necessária mínima
ou ultima ratio, deve atuar quando as demais vertentes do direito não solucionaram o
processo de proteger o bem posto em risco.O direito deve intervir minimamente no
estado e não ser regulado pelo mesmo.
2.3) Irretroatividade da lei penal

O principio da irretroatividade da penal é aquele que é utilizado quando há um conflito


de leis que visam julgar a mesma matéria. Contudo no direito penal deve retroagir em
beneficio do réu de acordo com o Art. 5°, XL “ a lei não retroagirá salvo para beneficiar
o réu “. Desta maneira para beneficiar o agente uma lei já revogada pode ser utilizada
para beneficiar o réu. A exemplo a lei X prevê condenação de 5 anos a lei Z prevê
condenação de 20 anos. Logo aplica-se o principio da irretroatividade utiliza a lei X
anterior a Z por ser menos penosa que a lei anterior . Se a lei X prevê condenação de 5
anos assim a lei atual em vigor será utilizada na condenação visando menor lesividade
ao réu.

2.4) Principio da adequação social

Entende-se que o principio da adequação social, é descriminalizar certas condutas que


outrora a sociedade a considerou criminosa e nociva para as relações sociais em seu
tempo. Contudo com a evolução da sociedade percebe-se que houveram aceitação dos
indivíduos para esta conduta assim deixa de haver criminalização. É divido em duas
condutas a primeira é orientar o legislador a selecionar condutas que deseja impor essas
são aquelas que põe em risco o bem jurídico contudo se for aceita socialmente não será
punível a âmbito penal . A segunda prevê remoção de uma conduta que hoje é aceita
socialmente,como exemplo o adultério foi capitulado como crime no código penal pelo
artigo 240 contudo a adequação social de acordo com a realidade, deixou de ser julgado
e foi revogado em 2005 pela lei 11.106.

2.5) Principio da insignificância

Originado do direito romano. O princípio da insignificância tem por finalidade observar


e julgar a tipicidade penal se configura crime ou não. Ou seja se uma ação praticada,
não se configura crime. Esse principio irá por sua função absorver o réu ou diminuir ou
substituir a pena prevista . Esse principio também se vale através da intervenção
mínima. Pois o direito penal por ser uma medida punitiva e que não deve interferir nos
moldes da sociedade pouco ele deve intervir a menos que ponha em risco bens jurídicos
de alto valor como a vida . No princípio da insignificância observamos a presença da
conduta, dolosa ou culposa comissiva ou omissiva , elementos , nexo de causalidade e a
tipicidade todos esses elementos faz se útil quando tratamos do principio da
insignificância . Contudo há aqueles que rejeitam o principio da insignificância onde
rodo e qualquer dolo deverá ser, previsto como crime altamente lesivo independente do
valor jurídico, o que nos proporcionaria conflitos desnecessários.
2.6) Principio da Ofensividade

Também conhecido como principio da lesividade. Tem origem durante o iluminismo


que visava acabar com o dilema em o direito e a moral. O principio da lesividade
também anda em conjunto com o principio da intervenção mínima. Pois para o principio
da lesividade ninguém deve ser punido pelo que cogitou em realizar, em outas palavras
não se pode castigar alguém pelos seus pensamentos e sentimentos se os mesmo não os
realiza de forma completa. Sendo assim não observável nenhum tipo de violação ao
bem jurídico, mesmo de forma permitida o fato não foi consumado. Este principio abre
espaço também para o direito penal não punir condutas que não venham lesar o bem
jurídico de terceiros. Pois o único prejudicado se torna autor para essas condutas o
exemplo de suicídio e automutilação.

2.7) Principio da culpabilidade

O princípio da culpabilidade se vale da ideia de que uma conduta inadequada e


reprovável por parte do agente, poderia ter sido conduzida de maneira diferente pelo
autor que traria menos danos as partes. Expresso no pensamento de Miguel Reale Junior
“ reprova-se o agente por ter optado de tal modo que sendo-lhe possível atuar em
conformidade como direito, haja preferido agir contrariamente ao exigido pela lei “ é
notável também para ser expressa a culpa ao agente pelas as suas ações cometidas é
necessário que a conduta do agente tenha sido configurada,dolosa ou culposa. Portanto
se não houver dolo ou culpa não se configura fato e consequentemente não há crime.

2.8) Principio da proporcionalidade

O principio da proporcionalidade tem sua origem durante a antiguidade onde era muito
comum a pratica da vingança privada onde a reação era imediata pela parte
prejudicada.Foi citado pelo Marquês de Beccaria que acreditava em “ Para não ser um
ato de violência contra o cidadão a pena de ser de modo essencial, publica, pronta,
necessário a menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas, proporcionalidade
preve uma medição da proporção sobre os bens , prejudicados, ou seja penas justas e
cabíveis aos atos cometidos sem exceder o proposto.Do principio da proporcionalidade
pode extrair duas vertentes. A proibição do excesso e a Proibição de proteção deficiente.
A proibição do excesso dar se quando pode haver ex no processo deve –se usar os meios
adequados . E o principio da proteção deficiente quando o estado não proteger os
cidadãos o suficiente para que não haja novos delitos assim usa de forma exacerbada
seu poder para punir o agente.
2.9) Principio da humanidade

O principio da humanidade prevê um beneficio, uma segurança ao cidadão de seus


direitos fundamentais assegurados pela constituição, como vida e integridade física
exceto em estado de guerra. E a partir deste principio que se torna no Brasil a
inconstitucionalidade penas desumanas, sendo estas de morte, de caráter perpetuo de
trabalhos forçados , de banimento ou cruéis como amputação de membros todos que
degeneram o homem e seu corpo. No Brasil este principio é expresso no 1° Art. Inciso
III, que trata-se da dignidade da pessoa humana.Embora com grande aclamação da
sociedade por rigor das penas o artigo 60 § 4° inciso IV veda qualquer maneira abolir as
garantias de direitos individuais portanto em nosso ordenamento apena de morte é
inviável

3) Aplicação da lei penal

Uma lei penal mesmo após sua revogação, ela pode entrar em vigor afim de beneficiar o
réu , este conceito é conhecido como extra-atividade . Desta maneira haverá o conflito
de leis penais

3.1) Conflito de leis penais

Este fato ocorre quando possui-se duas normas incriminadoras para regular a ação, desta
maneira observa-se o conflito para solucionar o fato. Existem fatores que evidenciam
este conflito são eles , a unidade do fato plural, de normas aparente aplicação de todas
as normas, efetiva aplicação de penas . Há princípios que também solucionam o fato o
principio da especialidade, princípios da subsidiariedade, princípios da consunção e
principio das alternatividade

3.2) Principio da retroatividade da lei penal

De acordo com o artigo 2° do CF é uma garantia do cidadão , lei posterior que qualquer
modo favorece o agente deve retroagir para alcançar fatos pretéritos ainda eu decididos
por sentença condenatória transitada em julgado lei posterior mais benéfica ( Lex
mitior) respeita coisa julgada . contudo quando o juiz irá aplicar a lei quando o fato
pretérito é acobertado pela coisa julgada de acordo com a sumula 611 do STF . “
Transitada em julgado a sentença condenatória compele ao juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna “.
3.3) Tempo do crime

a) No tempo

De acordo com o artigo 4° “considera-se praticado o crime no momento da ação ou


omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” . Ou seja o operador do direito
tem por obrigação saber quando o fato ilícito foi cometido e desta maneira procurar a
legislação que se encontrava vigente no período se a lei for revogada retroage se piorar a
situação do réu não retroage. Desta maneira a quatro hipóteses de conflito que são
listadas nessa situação

Abolitio Criminis - Quando a lei penal é descriminalizada e a conduta antes posta como
criminosa passa a ser revogada pelo ordenamento desta maneira os crimes são perdoados
e o agente passa a não ser reincidente ou possuir maus antecedentes .

Novatio Legis Incriminadora- Esta hipótese se demonstra oposta ao Abolitio criminis


quando a conduta que anteriormente não era considerado crime passa a ser um ato
infracional. Desta maneira não há anterioridade da lei penal pois não havia lei que
estabelecesse crime.

Lex Mitior- Essa hipótese melhora a situação do réu pois, é uma retroatividade mais
benéfica , pois se a lei anterior for menos penosa para o réu ela será utilizada que pode
inclusive alcançar fatos anteriormente previstos.

Lex Gravior - Lei posterior que agrava a situação do individuo, apenas aplicando
ocorridos após a sua vigência , sendo a lei anterior menos penosa esta é utilizada.

b) No espaço

De acordo com as leis penais existem limites de espaços para que as leis sejam aplicadas
essa norma organizacional é definida como jurisdição , como o Brasil é caracterizado por
uma federação há uma única jurisdição o Brasil é caracterizado por 8.511.000 km² além
da sua faixa litorânea e subsolo todos esses estão expressos no artigo 5°

Art. 5º — Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)

§ 1º — Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as


embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º — É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

UBIQUIDADE: o Brasil adota a teoria da ubiquidade, ou seja, tem competência para


processar e julgar os crimes em que a ação ou o resultado ocorreram ou deveriam ocorrer
(segundo o plano do agente) em território nacional (Art. 6º, CP), evitando que o crime
deixe de encontrar resposta penal (conflito negativo de jurisdição). Como medida de
justiça, entretanto, computa a pena cumprida pelo mesmo fato no estrangeiro.

Ubiquidade significa estar presente ao mesmo tempo em todos os lugares. É a


propriedade ou estado do que é ubíquo, que é a capacidade de estar ao mesmo tempo em
diversos lugares. Ubíquo é um adjetivo, “do latim ubíque”, que significa estar em toda
parte ao mesmo tempo.

3.4) Lugar do Crime

É um ramo de estudo da lei penal que visa estudar, analisar o espaço em que se encontra
a jurisdição para aplicar as leis do pais. Para isso utiliza-se de princípios que visam
regulamentar essa norma são esses:

a) Principio da Territorialidade

É o principio onde o pais único e soberano sobre seu território, possui o único e
exclusivo direito de aplicar suas leis independente de qual seja a nacionalidade do agente
ou do bem jurídico tutelado.

b) Principio da Nacionalidade Ativa

Aplica-se as leis vigentes de acordo com a nacionalidade do agente causador do delito


independente qual seja a nacionalidade da vitima ou do bem jurídico tutelado, equivale-
se apenas a nacionalidade do agente

c) Principio da nacionalidade passiva

Ao contrario do principio anterior aplica-se a nacionalidade da vitima do fato não


importando qual seja a nacionalidade do agente ou do local em que o crime ocorreu

d) Principio da Extraterritorialidade

Este principio visa por punir os crimes cometidos em território estrangeiro possam ser
tutelados pelas leis brasileiras, contudo são crimes específicos que estão previsto no art.
7° são eles contra a vida contra o patrimônio publico,administração pública , genocídio,
em embarcações e aeronaves brasileiras e entre outros .

e) Imunidades

Tributaria- A imunidade tributaria é um direito expedido com o intuito de isentar


temporariamente ou permanentemente o pagamento ou não de tributos ao estado , destes
direitos são atribuídos a alguns grupos e instituições previstos na constituição sendo eles
templos e cultos religiosos, partidos políticos,sindicatos e instituições de educação e
assistência social e entre outras previstas no CF

Parlamentar- Imunidade concedida para políticos e parlamentares que são um grupo


seleto de pessoas que compõe, a imunidade parlamenta promove uma série de diferenças
em relação aos cidadãos comuns são essas a inviolabilidade ou imunidade penal ou
material, imunidade processual, imunidade prisional, foro especial por prerrogativa de
função, imunidade probatória e prerrogativa.

Diplomática e Consular - É uma imunidade estabelecida em virtude da diplomacia


perante ao direito internacional estabelecido entre os países envolvidos na missão
exercida pelo diplomata essa imunidade assegura inviolabilidade, isenção fiscal e
outras prestações publicas.

4) Conflito Aparente de Normas

Entende se que conflito aparente de normas ocorre quando duas leis discorrem sobre a
mesma matéria sendo assim o conflito existente se da pois não há norma pra regular o
fato

4.1) Pressupostos

Do Fato- São aqueles onde anteriormente não existia fato típico que configurava crime
portanto esta conduta se torna impune a titulo criminal

Do crime- São as circunstâncias anterior não se configura crime à execução do fato onde
é necessário um titulo para definir se a conduta tipifica crime ou não.

4.2) Princípios para a solução de conflito aparente de normas

a) Da especialidade
Quando uma norma jurídica em especial busca ser mais incisivo em aplicar as leis
tipificando determinada conduta como crime exemplo: o art. 123 do código penal trata-
se sobre infanticídio e o art. 121 trata-se de homicídio, ou seja, deve haver elementos
únicos para identificar tal conduta.

b) Subsidiariedade

Diferente do principio anterior, este principio legal parte do pressuposto de utilizar


intervenção penal e do estado quando ademais instancias do direitos falham solucionar o
conflito

c) Consunção

Princípio da Consunção segundo Fernando Capez:

“é o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave consome, isto é,
absorve, outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de
preparação ou execução ou como mero exaurimento. Costuma-se dizer: “o peixão
(fato mais abrangente) engole os peixinhos (fatos que integram aquele como sua
parte). “

Desta maneira observa-se que o principio da consunção é recorrer a fatos mais graves
absorve todos os demais .

5) Conceitos do Crime

O conceito de crime é o início da compreensão dos principais institutos do Direito


Penal. Embora aparentemente simples, a sua definição completa e pormenorizada
apresenta questões complexas que acarretam consequências diversas.

5.1) Analítico

O conceito analítico de crime é dividido em duas vertentes: o bipartido e o tripartido.


Para a teoria bipartida o crime é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade
apenas responsável por dosar a pena. Já para a teoria tripartida, o crime é um fato típico,
antijurídico e culpável. Tais conceitos sofrem indubitavelmente influência das teorias da
ação, e as duas mais relevantes para o estudo dessas vertentes são a teoria causalista e a
teoria finalista.
5.2) Clássico

A teoria causalista do delito foi elaborada em conjunto por Franz Von Liszt e Ernest
Beling. Segundo o Causalismo, o crime deve ser entendido como uma lesão (ou perigo
de lesão) de um bem jurídico provocada por uma conduta. A partir desse
entendimento nota-se que este sistema constrói uma acepção formal e objetiva acerca
do comportamento humano tido como delituoso, pois se preocupa principalmente com
a constatação do nexo de causalidade do delito.

5.3) Neoclássico

A Teoria Neokantista tem base causalista (por isso é também denominada teoria causal-
valorativa) e foi desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Tendo como maior
expoente Edmund Mezger, fundamenta-se numa visão neoclássica marcada pela
superação do positivismo (o que não significa a sua negação) através da introdução da
racionalização no método.

Esta teoria não altera a estrutura do conceito analítico de crime, compreendendo-o,


também, como fato típico, antijurídico e culpável.

5.4) Finalista da Ação

Para a teoria finalista da ação, que foi a adotada pelo nosso Código Penal, será típico o
fato praticado pelo agente se este atuou com dolo ou culpa na sua conduta, se ausente
tais elementos, não poderá o fato ser considerado típico, logo sua conduta será atípica.
Ou seja, a vontade do agente não poderá mais cindir-se da sua conduta, ambas estão
ligadas entre si, devendo-se fazer uma análise de imediato no “animus” do agente para
fins de tipicidade.

5.5) Infrações Penais e Classificação dos Crimes

Classificar os crimes significa reuni-los em grupos que contam com determinada


característica idêntica. Por exemplo, a categoria dos crimes instantâneos reúne todas
as infrações penais que se consumam em um momento determinado. Como cada crime
conta com diversos aspectos, também poderá ser incluído simultaneamente em
diversas classificações. Dessa maneira, o homicídio é crime comum no tocante à
qualificação do sujeito ativo e crime material quanto ao resultado naturalístico. A
seguir, serão expostas as principais classificações.
6) Tipos de Teoria da Ação

6.1) Finalista da ação

Para a teoria Welzeliana a ação é um fenômeno social, ou seja, um fenômeno da


existência em sociedade e, ao mesmo tempo, é uma expressão de sentido (essa
expressão de sentido não é meramente individual, deve-se levar em conta dentro de um
contexto social)

6.2) Social da Ação

o Direito dá um passo a mais no sentido de assumir-se enquanto fenômeno


essencialmente social. Os bens jurídicos penalmente tutelados só recebem a proteção de
leis incriminadoras porque ostentam relevância tal a colocar em risco, caso violados, a
própria sociedade. Matar alguém é a definição do crime de homicídio, resguardando-se
o mais valioso dos bens jurídicos.

6.3) Teoria Da ação Significativa

 Trata-se de uma ação que deve ser compreendida pelo intérprete à luz de atos de fé,
diferentemente da estrutura finalista, que exige a explicação científica dos elementos do
crime. A teoria da ação significativa permitiu o nascimento de uma nova estrutura
conceitual analítica de crime, onde encontra-se não mais os elementos tipicidade,
antijuridicidade e culpabilidade, mas sim, o tipo de ação (pretensão de relevância), a
antijuridicidade formal (pretensão de ilicitude), culpabilidade (pretensão de reprovação)
e a punibilidade (pretensão de necessidade de pena)

6.4) Sujeitos da ação

São Partes as pessoas que participam do contraditório perante o Estado-Juiz. Aquele que


deduz a pretensão (autor), face àquele que se vê envolvido pelo pedido (réu). Divide- se
em:

1. Sujeito Ativo (autor) - quem demonstra a manifestação de vontade,


pretensão;
2. Sujeito Passivo (réu) - pode expressar duas atitudes:
a) conformar com a subordinação;

b) resistir a pretensão - Lide.


7) Relação de causalidade

Nexo causal é o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela
produzido; examinar o nexo de causalidade é descobrir quais condutas, positivas ou
negativas, deram causa ao resultado previsto em lei. Assim, para se dizer que alguém
causou um determinado fato, faz-se necessário estabelecer a ligação entre a sua conduta
e o resultado gerado, isto é, verificar se de sua ação ou omissão adveio o resultado.
Trata-se de pressuposto inafastável tanto na seara cível (art. 186 CC) como na penal
(art. 13 CP). Desta maneira há 3 teorias que diz respeito a relação são elas da
equivalência das condições ou equivalência dos antecedente , da causalidade adequada,
da imputação objetiva.

7.1) Teoria da imputação objetiva

a teoria da imputação objetiva consiste na fusão entre a teoria causal, finalista e a


teoria da adequação social, em contrapartida, há o entendimento de que esta é uma
teoria nova e revolucionária que conceitua que no âmbito do fato típico, deve-se
atribuir ao agente apenas responsabilidade penal, não levando em consideração o dolo
do agente, pois este, é requisito subjetivo e deve ser analisado somente no que tange a
imputação subjetiva.

7.2) Teoria da Equivalência das condições

Trata-se de teoria naturalística, baseada na concepção de que todos os


antecedentes do resultado somente podem ser penalmente relevantes, para fim de
estabelecimento do nexo causal, se forem determinantes para gerar o evento. Pela
eliminação hipotética, pode-se perceber que determinado antecedente, em verdade,
não é causa do resultado, bastando, para isso, que seja abstraído como não ocorrido;
assim fazendo, se o resultado não desaparecer, o antecedente não é causa; porém,
se sumir, trata-se de causa. 

7.3) Teoria da imputação objetiva

A teoria da imputação objetiva pressupõe se o resultado previsto na parte objetiva do


tipo pode ou não ser imputado ao agente, acontecendo antes da análise dos seus
elementos subjetivos (dolo e culpa). 

a) Tipo e tipicidade

A função precípua do tipo é descrever objetivamente um comportamento proibido


pelo Direito Penal, limitando e individualizando as condutas relevantes para o
Direito Penal. Todos os elementos que compõem a descrição de um
comportamento abstrato proibido pelo Direito Penal formam o tipo.
Já a tipicidade resulta da análise de uma conduta realizada no plano concreto e de
seu posterior enquadramento na previsão abstrata de um comportamento descrito
no tipo.

b) Adequação típica

A adequação típica pode ser por subordinação imediata, quando o fato se enquadra
perfeitamente ao descrito na lei penal. Ou por subordinação mediata, quando se faz
necessário o uso de uma norma de extensão.

c) Imputação objetiva

Segundo Damásio Evangelista de Jesus, “imputação objetiva significa atribuir a alguém


a realização de uma conduta criadora de um risco relevante juridicamente proibido e a
produção de um resultado jurídico” . A imputação objetivo é uma teoria que se refere
tanto a conduta quanto ao resultado do fato.

d) Bem jurídico e funções

O bem jurídico se trata de algo que possui valor para a sociedade e as pessoas a quem
ele pertence que venha determinar a conduta dos mesmo em relação a sua posse. Desta
maneira os mesmos vão variando de acordo com a sociedade e a evolução das leis a que
são regidas as funções do bem jurídico são cinco sendo elas.Função de garantia ou de
limitar o direito de punir do estado ou político- criminal,função critica , função
teleológica, interpretativa ou exegética,função sistemática, função individualizadora

e) Elementares

De acordo com o professor Damásio de Jesus os elementares são , “Circunstancias são


dados acessórios (acidentais) que, agregados ao crime, tem função de aumentas ou
diminuir a pena, Não interferem na qualidade do crime, mas sim afetam a sua
gravidade (quantitas dlicti). Não se consideram circunstâncias as causas de exclusão
da antijuricidade e da culpabilidade Elementares são os elementos típicos do crime,
dados que integram a definição da infração penal.As circunstancias podem ser:a)
Objetivas (materiais ou reais)b) Subjetivas (ou pessoais)”, (DAMASIO, 2002, p.
430).”. ou seja os elementares são todos os agentes e fatos que podem contribuir para
a realização de um ato criminoso.
8) Tipo de crime

8.1) Doloso ou culposo

a) Doloso- é aquele crime praticado quando há a intenção de se chegar ao


determinado resultado para a qual a devida ação foi realizada contra o bem
jurídico. O autor do crime assume ou não a culpa. Estão divididos em, dolo
eventual, dolo direto, dolo indireto

b) Culposo – É aquele crime praticado quando não intenção de se chegar ao


determinado resultado para a qual a devida ação foi realizada. Desta maneira o
agente possui o direito de não assumir a autoria do ato .

8.2) Dispositivos legais

São partes de uma lei que representam uma decisão ou uma ordem de julgamento
referente ao julgado, esses dispositivos podem ser descritos como uma declaração.

8.3) Teorias de dolo e culpa

As teorias do dolo são divididas em 3 vertentes são elas :

1° -Teoria da vontade
2° -Teoria da Representação
3° -Teoria do Consentimento

1° - A teoria da Vontade é aquela que expressa o desejo, a vontade de praticar a ação


criminosa conscientemente.

2°- A teoria da Representação é aquela que o agente sabendo conscientemente oque


acarretara suas ações e o resultados dos fatos causados pela ação criminosa. Ainda sim
opta a realizar a ação.

3° A teoria do Consentimento prevê que mesmo o agente já sucedendo os fatos e ja


estando por realizar a ação, ainda sim persiste em continuar realizando a ação.
Dolo direto- O dolo direto é quando o agente consciente das suas ações ainda sim
persiste ainda em praticar o ato ilícito para alcançar tal conduta criminatória. Também
são divididos em dolo de 1° e 2° grau.

Dolo indireto- É aquele que em meio a ação o agente em se arrepende dos resultados
de suas ações contudo assume a autorria doa ação

Dolo eventual – O agente consciente das suas ações e seus resultados que neste casos
são vários direciona para qual desses ele deseja atingir

Culpa consciente- Ocorre quando o agente decide agir sabendo das consequências se
algo falhar nesta ação que poderá acarretar em dano grave a vitima

Culpa Inconsciente- Ocorre quando o agente não prevê os resultados de suas


ações,pois elas não assume o intuito de atingir a vitima .

8.4) Preterdoloso - Ocorre quando a ação do agente é de cunho dolosa , contudo o


resultados da suas ações os torna crime culposo, ou seja a intenção não violar o bem
jurídico da vitima ou de terceiros que não participavam da ação Ex: bala perdida

8.5) Fato típico

O fato típico é o primeiro elemento do crime, ou seja são fatos já descritos em nosso
ordenamento como crime é culpável e punível, contudo, se o fato cometido não estiver
prescrito anteriormente não será considerado crime estes são chamados de fatos
atípicos.

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