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Naomi Sugita Reis

DIREITO PENAL I
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DIREITO Valor {Bem jurídico - vida}

LEI Fato Gráfico {art 121 CP}

NORMA Juízo de valor - Interpretação

Formulada exclusivamente pelo Poder Legislativo


Tudo que não é proibido explicitamente no Código Penal é permitido pois o Direito
Penal não é moral. Tem como objetivo a proteção dos bens jurídicos {que permite o
desenvolvimento da sociedade como um todo e não apenas de determinados
indivíduos.

Objetos: pena e crime

• Direito Penal Objetivo: O direito penal, na sua concepção objetiva pode ser
tomado, identificado com a ideia de ordenamento jurídico, ou seja, o conjunto de
normas penais que regulamentam. O direito penal objetivo se relaciona com o
ordenamento jurídico. Contempla o Direito Penal Subjetivo.

• Direito Penal Subjetivo: Jus Puniendi; é o dever-poder de persecução (de apurar)


a responsabilização penal do agente que pratica um crime para fins de aplicação de
pena. Regulamenta a intervenção Estatal para apurar a responsabilidade penal -
responsabilizar penalmente as pessoas, executando a pena, apurando os fatos…
Está regulamentado pelo Direito Penal Obejtivo.

• Direito Penal Científico: É um saber oficial, um conhecimento oficial, uma lógica


conhecida pelo Estado que serve para autorizar e justificar a intervenção estatal
repressivo-punitiva. Ele legitima a intervenção Estatal punitiva - a punição.

Lei ordinária federal - STJ Superior Tribunal de Justiça


Lei constitucional - STF Superior Tribunal Federal

CRIMINOLOGIA

Discute e estuda a criminalização do Direito Penal e do seu ordenamento jurídico em


todos os seus âmbitos .
I. Primário: é pegar uma conduta normal e torná-lo crime {Legislativo}
II. Secundário: o juiz confirma a decisão primária e secundária {Judiciário}

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III. Terciário: se dá dentro do sistema prisional a pessoa cumpre a pena estando sob
obrigação do Poder {Executivo}

Política Penal: é uma política de governo, destinada ao combate, enfrentamento ao crime.


Política Criminal: é uma política voltada à articulação com as demais políticas sociais
públicas específicas, que se destinam a redução da violência urbana, controle das
violências sociais.

PRINCÍPIOS

Funcionam como vetores indicativos, direcionam as ações. Mas o Direito Penal não é
moral, pois não discrimina determinadas condutas. O Direito Penal, na sua concepção
objetiva, pode ser reconhecido com a ideia de ordenamento jurídico, ou seja, o conjunto
de normas penais que regulamentam o crime e a pena.

I. Princípio da Legalidade: é uma segurança pelo lado do réu e uma barreira pelo
lado do judiciário. Surge para definir o que é lei e o que é pena. O acusado
sempre será beneficiado, pois o Direito Penal não pode ser extensiva para
prejudicar, só para beneficiar. O Estado de Direito e o princípio da legalidade
são intimamente relacionados, pois num verdadeiro Estado de Direito, todos
são subordinados à lei. Art. 1º CP “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal.” Tudo que não for expressamente proibido, é
lícito no Direito Penal. Por intermédio da lei existe a segurança jurídica do
cidadão não ser punido se não houver uma previsão legal definindo as condutas
proibidas {comissivas ou omissivas}, sob a ameaça de sanção. Nullum crime, nula
pena sine previa lege - Princípio da reserva legal

A. Funções:

1. Impedir a retroatividade da lei penal incriminadora { Irretroatividade }: a


lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu
a) Exceção {retroatividade}: Lex mittior - lei melhor { Benéfica ao réu }. Se
uma lei tem a sentença menor {melhor} e outra foi feita anos depois
com uma sentença maior {pior} e o crime foi feito quando a {melhor}
estava em vigor, mas foi julgado apenas quando a {pior} estavam vigor,
a lei {anterior} retroagirá pois tem menos pena.

2. Proibição do uso dos Costumes { leis morais, convenções sociais não


legalizadas } para criar crimes e penas { Proibição da Criminalização de
costumes }

3. Interpretação Analógica { Analogia } - quando queremos fazer a aplicação


de uma lei, precisamos interpretá-la e para isso usamos diversos critérios:
um deles é a analogia. Não se admite a criação de um crime por meio de
comparação do que existe em outra área do Direito ou do próprio Direito
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Penal e que é parecido com o Direito Penal. Não se usa nem para
criminalizar nem para punir.
a) Exceção: pode-se usar a analogia quando ela for favorável para o réu.

4. Proibição de Criação de Lei Penal imprecisa { indeterminada }. Está


presente:

a) Lei Penal em Branco: geram elementos genéricos e dependem de uma


outra norma para ser implementada, depende de complementação do:

(1) Executivo {Fonte Heteróloga - lei civil - Heterovitelina} é a não


pode fazer leis penais. É Heteróloga porque a fonte é Civil e não
Penal.

(2) Legislativo {Fonte Homóloga - lei Penal Homovitelina - lei Civil -


Heterovitelina}. É Homóloga porque a fonte é Penal também.

b) Tipo Penal Aberto: - crime culposo. Todo tipo penal é um tipo legal,
porque foi estabelecida sobre lei, mas nem todo tipo legal é um tipo
penal, pois alguns tipos penais precisam de fechamento para a
responsabilidade penal.

(1)Objetivo {fato}:
(a) Autor/ causador
(b)Conduta
(c) Relação de causalidade
(d)Resultado: todo crime tem resultado {conduta} típico {previsto
na lei}, mas nem todo crime tem resultado material {homicídio}
A conduta reprovável é atribuída ao causador em razão do nexo
de causalidade. Ao se achar a conduta imperita, negligencial e
imprudente, associa-se ao crime culposo.

(2)Subjetiva {sujeito}

Diferença entre Princípio da Legalidade e Princípio da Reserva Legal: o primeiro


permite a adoção de quaisquer dos diplomas {leis complementares, ordinárias,
delegadas, medidas provisórias}, enquanto o segundo aceita somente as leis
ordinárias {regra geral} e complementares.

II. Princípio da Intervenção mínima do Estado: a lei penal deve ser a ultima forma
de intervenção do Estado. Não vai tutelar todos os bens que já estão tutelados
pelos outros Direitos. “Reserve-se àquilo que é estritamente necessário”. { Art.
59. - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
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para reprovação e prevenção do crime }. O poder punitivo o Estado deve ser regido
por esse princípio. O direito penal só pode intervir nos casos de ataques muito
graves aos bens jurídicos mais importantes. As mais leves devem ser deixadas
para outros ramos do direito. Esse princípio de um lado, deve orientar o
legislador na seleção dos bens mais importantes e necessários ao convívio em
sociedade e, de outro, serve de norteador ao legislador para retirar a proteção do
direito penal sobre aqueles bens que antigamente gozava de importância
especial, mas que hoje em dia já podem ser protegidos por outros ramos do
direito. Como o direito penal atinge o direito dir e vir da pessoa, ele deve ser
minimamente utilizado, apenas quando estritamente necessário.

A. Fragmentariedade: O direito penal seleciona os bens jurídicos que têm a


maior importância social para oferecer um reforço de tutela que já esta
tutelada nas outras áreas, criminalizando determinadas condutas que
colocam em cheque o valor social. Quando o direito penal seleciona
determinados fragmentos jurídicos, é denominado de fragmentariedade.

B. Subsidiariedade: O direito do penal é subsidiário, ele dá um reforço legal


para os outros tipos de direito, se a tutela nas outras áreas não for suficiente.
Se conseguir manejar apenas com os outros ramos do direito, ótimo.

III. Princípio da Lesividade: A pessoa não pode ser punida por convicções pessoais,
subjetivas. Ela teria que realizar um ato para gerar uma reação externa. Serve
para não presumir culpa, não criminalizar pensamentos ou estado da pessoa.
Impede a criminalização por presunção de culpa. Condutas que não são
moralmente aceitas {adultério, embriaguez}, não ofendendo bem jurídico de
terceiros não são crimes. Tem uma relação próxima com o bem jurídico {valor
democraticamente descrito como objeto de proteção pelo direito e, por isso, ele
limita a atividade legislativa e a judiciária}. Em razão disso, o bem jurídico tem
cinco funções: {axiológica, classificatória, exegética [interpretativa], dogmática
[teoria jurídica do que é crime] e crítica}. Cogitationis poema nem patitur -
Ninguém pode ser punido por aquilo que pensa ou mesmo por seus sentimentos
pessoais.

A. Proíbe a criminalização de condutas internas/ pessoais

B. É proibido incriminar uma conduta que não exceda o âmbito do próprio


autor {uma pessoa pode se autoflagelar e não será incriminada - alargador,
tatuagem}

C. Proibir a criminalização de simples estados ou condições circunstanciais


{orientação sexual, professar um credo, ter determinados valores}. No caso
do nazismo, como remete ao genocídio, não se pode proferir pois está
previsto como ilegal.

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D. Incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico
{adultério, embriaguez}

IV. Princípio da Culpabilidade: Orienta. Se opõe à possibilidade de presunção de


culpa, portanto a responsabilidade subjetiva que conta, não a objetiva. Ninguém
pode responder por um crime que outra pessoa conhecida cometeu. A lógica do
Direito Penal era reprimir e punir, mas agora é proteger. Ninguém pode pagar
pela culpa de outra pessoa. Putativo {parece mas não é}. Existem três tipos, a
culpabilidade principiológica {orienta}; Qualitativa {estrutura o crime};
Quantitativa {define a quantidade de pena}. Culpabilidade, uma vez condenado
o agente, exercerá uma função medidora da sanção penal que a ele será aplicada,
não podendo a pena exceder ao limite necessário À reprovação pelo fato típico,
ilícito e culpável praticado. Não existe pena, sem culpa.

A. Culpabilidade qualitativa: relaciona-se com o crime. A culpabilidade


qualifica, dá qualidade ao crime. É o elemento subjetivo do crime. Estrutura
o crime.

1. Crime: A conduta é o pilar do crime, a tipicidade é o meio {1º andar},


antijuridicidade é o meio {2º andar} e a culpabilidade é o topo, ultimo
{cobertura}

a) Responsabilidade subjetiva

b) Conduta:

(1)Típica: tipicidade {objetivo}


(2)Atípica: ilicitude {Art. 59} {objetivo} ilícito penal {conduta típica e
antijurídica} é diferente de crime {conduta crítica típica antijurídica
culpável - atribui-se a culpabilidade a alguém}

(3)Culpabilidade: quando pode-se aplicar uma pena a alguém e qual o


tipo de pena. Imputabildade, potencial consciência da ilicitude,
reprovabilidade - juízo que o órgão julgador sobre a possibilidade
de fazer algo diferente {poder achar um outro comportamento na
situação} {subjetivo}

B. Culpabilidade quantitativa: Está relacionada à pena. Define a quantidade de


pena. Quando está concluído que o fato praticado pelo agente é típico, ilícito
e culpável, podemos afirmar a existência da infração penal. O agente estará
condenado. E então o o julgador deverá encontrar a pena correspondente à
infração, tendo sua atenção voltada para a culpabilidade do agente como
critério regulador.

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C. Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva
{sem culpa}: impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em
direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada tão-só de uma
associação causal entre a conduta e um resultado de lesão ou perigo para um
bem jurídico. É preciso ter culpa! Isso significa que para determinado
resultado ser atribuído ao agente é preciso que a sua conduta tenha sido
dolosa ou culposa. Se não houve conduta, não se pode falar em fato típico; e
não existindo fato típico, não existe ato ilícito {crime}. A responsabilidade
penal deverá sempre ser subjetiva.

V. Princípio da Humanidade: tem a ver com a pena, não é mais possível no Brasil
pena de morte para crimes comuns, salvo em estado de guerra; em crimes
contra os direitos humanos quando o Tribunal de Haia interfere, mas de forma
complementar; contra tratamento humano, cruel… Determina a quantidade de
pena, a pessoa tem que ter uma expectativa de sair da cadeia {máximo de 30
anos}. Postula na pena uma racionalidade e uma proporcionalidade que
anteriormente não existiam {Caso de Damiens, no livro do Foucault}. Ele
intervém na cominação, na aplicação e na execução da pena {pena privativa da
liberdade, não pena de morte}. A racionalidade da pena implica que ela tenha um
sentido compatível com o humano e suas aspirações. A pena não pode ser uma
coerção puramente negativa. A pena de morte é extremamente negativa e
ineficaz. Sao também inaceitáveis as penas que pretendam interferir fisicamente
{metamorfose} no réu: castração, esterilização, lobotomia… É necessário, de
acordo com este Princípio, que haja uma proporcionalidade na distribuição de
pena para diversas pessoas.

VI. Princípio da Proporcionalidade: Faz-se uma proporção entre o delito cometido e


o tempo de pena que o agente deverá cumprir. “para não ser um ato de violência
contra o cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta,
necessária, a menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas,
proporcionada ao delito e determinada em lei.” Exige que se faça um juízo de
ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou posto em
perigo {gravidade do fato} e o bem de que pode alguém ser privado {gravidade
da pena}. Se houver um desequilíbrio nessa relação, haverá em consequência
uma inaceitável desproporção. Esse princípio atinge: o Legislativo {abstrato} e o
Judiciário {concreto}.

VII.Princípio da Adequação Social: Tem o escopo de conferir à ação, para que


possuísse relevância penal, mais do que a realização e uma atitude
finalisticamente orientada, a prática de um ato socialmente inadequado. As
ações socialmente adequadas são aquelas atividades nas quais a vida em
comunidade se desenvolve segundo a ordem historicamente estabelecida. A vida
em sociedade nos impõe riscos que não podem ser punidos pelo Direito Penal.
O transito, o transporte aéreo, as usinas atômicas são exemplos de quão
perigosa a convivência social pode ser. Mas, por mais que assim sejam, fica
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afastada a interferência do Direito Penal sobre elas. Esse princípio possui dupla
função:
A. Restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando sua
interpretação e dele excluindo as condutas socialmente aceitas
B. Orientar o legislador a quando proibir/ impor determinada conduta, afim de
proteger os bens mais importantes e fazer com que ele repense os tipos
penais e retirar do ordenamento jurídico a proteção sobre os bens cujas
condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade.

LEGALIDADE I. Segurança pelo lado do réu e


barreira pelo lado do judiciário.
II. O réu sempre será protegido

INTERVENÇÃO MÍNIMA I. A lei penal deve ser a ultima forma


de intervenção do Estado.
II. Não vai tutelar todos os bens que já
estão tutelados pelos outros
Direitos.

LESIVIDADE I. Cogitationis poema nem patitur.


II. Ninguém pode ser punido por aquilo
que pensa ou mesmo por seus
sentimentos pessoais.

CULPABILIDADE I. Se opõe à possibilidade de


presunção de culpa, portanto a
responsabilidade subjetiva que
conta, não a objetiva.
II. Ninguém pode responder por um
crime que outra pessoa conhecida
cometeu.

HUMANIDADE I. Postula na pena uma racionalidade e


uma proporcionalidade que
anteriormente não existiam

PROPORCIONALIDADE I. Proporção entre o delito cometido e


o tempo de pena que o agente
deverá cumprir.

ADEQUAÇÃO SOCIAL I. Restringir o âmbito de abrangência


do tipo penal
II. Orientar o legislador a quando
proibir/ impor determinada conduta

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ESCOLAS PENAIS
{Evolução epistemológica}

I. Escola clássica: a pena é um mal imposto ao indivíduo merecedor de um castigo


por motivo de um crime, cometido voluntária e conscientemente. A finalidade da
pena é o restabelecimento da ordem externa na sociedade. Defendeu o individuo
contra o arbítrio do Estado. Seu início era iluminista (sem Deus)-utilitarista
(recompensa-castigo). Nós temos livre-arbítrio, e por isso, temos responsabilidade
por tudo que fazemos. É uma razão influenciada pelo contratualismo que
fundamenta a responsabilização criminal no livre arbítrio.
O Kantismo, com base no contratualismo estabelece razão como forma de
fundamentação para a reação da lei penal e das penas sob a lógica de que o livre-
arbítrio autoriza a responsabilização do agente {perspectiva ideal}. O Kantismo
determina que o agente pode ser punido sempre que tiver livre-arbítrio, pois ele
escolheu a conduta errada.

Objeto de estudo: CRIMES.

Autores: Beccaria (filosófico-teórico - código), Francesco Carrara (jurídico ou


prático), Von Feuerbach.

Princípios fundamentais:
1) O crime é um ente jurídico, ou seja é a infração do direito.
2) Livre arbítrio no qual o homem nasce livre e pode tomar qualquer caminho,
escolhendo pelo caminho do crime, responderá pela sua opção.
3) A pena é uma retribuição ao crime (Pena retributiva)
4) Método dedutivo {pressupoe que exista algo para ser contemplado e se essa
hipótese for provada, parte para a analise} {estabelece que é crime e depois
pesquisa se alguém o cometeu} uma vez que é ciência jurídica.

II. Escola Positivista: o crime começou a ser examinado sob o ângulo sociológico,
e o criminoso passou também a ser estudado, se tornando o centro das
investigações biopsicológicas. Surge em razão das novas ciências criminais.
Neokantismo: livre-arbítrio cultural orientado pelas novas ciências restringe mais a
possibilidade de responsabilização criminal, verá com base antropológica se o
criminoso tem as características de criminoso mesmo.Tanto a mulher quanto o
homem podem ter tal características. Trouxe juízos morais também, por parte do
médico, para ajudar o criminoso.

Objeto de estudo: CRIMINOSOS {também estudava o crime}

Autores: Cesare Lombroso (o homem delinquente), Enrico Ferri, Rafael Garafalo

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Princípios Fundamentais:
a) método indutivo {analisa a pessoa e vê se ela possui características de criminoso,
personalizou o crime. Os juízes passaram a ser considerados como terapeutas,
médicos}
b) o crime é visto como um fenômeno social e natural oriundo de causas biológicas
físicas e sociais
c) responsabilidade social em decorrência do determinismo e da periculosidade.
d) a pena era vista como um fim a defesa social e a tutela jurídica.

III. Escola mista: é uma reação à corrente positivista. Procura restaurar o critério
propriamente jurídico da ciência do Direito Penal. Desenvolve a idéia que a ciência
penal é autônoma, com objeto e métodos próprios, ou seja ela é única, não se
misturando com outras ciências.
Rocco propõe uma reorganização, onde o estudo do Direito Criminal se restringiria
apenas ao Direito Positivo vigente. Muda-se o método, a lógica e o objeto de
estudo, elimina-se o que não existia de bom na Escola Positivista. Deixa-se de lado
o livre-arbítrio, ou seja nem todo mundo que o possui será responsabilizado de
forma automática, depende de outros elementos. O Direito Penal é um desvalor da
ação e do resultado, não mais um estudo. Há uma superação do livre-arbítrio pela
ideia de culpa {culpabilidade}. Deixa de presumir a responsabilidade penal pelo
livre-arbítrio e passa a exigir a culpa do agente {quando puder fazer um desvalor da
ação do agente e do resultado dessa ação, ele pode ser considerado culpado}

Objeto de estudo: se relaciona à conduta e ao resultado {direito penal moderno -


estudo do desvalor da conduta e do resultado}

Autores: Arturo Rocco, Kelsen, Franz Von Liszt, Beling, Biding

Princípios fundamentais:
a) o delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social;
b) a pena constitui uma reação e uma conseqüência do crime (tutela jurídica), com
função preventiva geral e especial, é aplicável aos imputáveis;
c) a medida de segurança - preventiva -, é aplicável aos inimputáveis;
d) a responsabilidade é moral (vontade livre);
e) o método utilizado é técnico-jurídico {se tiver que analisar uma pessoa - faz-se
de forma indutiva};

O seu estudo compõe-se de três partes:


*exegese: irá dar sentido as disposições do ordenamento jurídico
*dogmática: investigação dos princípios que irão nortear o direito penal fixando
assim os seus elementos
*crítica: que irá orientar na consideração do direito vigente demonstrando assim o
seu acerto ou a sua conveniência de reforma.
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{Método Indutivo: é aquele cujas premissas têm caráter menos geral que as
conclusões. O final é descoberto.
Método Dedutivo: é aquele cujas premissas são proposições evidentes ou definições
razoáveis. O começo já coincide com o final.}

ESCOLAS PENAIS 2

Rompem com o livre-arbítrio, rompem com a filosofia que pensa numa autonomia
da vontade. Cria-se uma personalidade. Tentam trabalhar com a ideia conjunta
entre o crime e o criminoso.
Terza Escola Italiana, Nova Escola Alemã, Escola Tecnico-Jurídica, Escola da Nova
Defesa Social

I. Terza Scuola Italiana: {Carnevale, Alimena, Impalomeni} traz a razão para o


estudo do crime e da pena. A responsabilidade é moral mas não filosófica, há
uma negação do livre-arbítrio {não pode deixar de levar em consideração o meio
em que o criminoso se encontra}. Culpabilidade diminuida ou uma não
culpabilidade, prém violentas. Ex. Sindrome de down. Carnevale 1891.
Bernadino Alimena. Impalomene. Responsabilidade moral mas não filosófica há
uma negação do livre arbítrio. separação de quem é capaz de receber impulso
positivos tem pessoas que não conseguem receber esses impulsos. Motivos
determinantes para fazer o crime. Aplica a medida pra tentar direcionar a
vontade do agente.

II. Nova Escola Alemã: {Von Liszt} Positivismo crítico, é dialético, diálogo com a
realidade. Friedrich List.

III. Escola Técnico-Jurídica: Pena é uma reação ou consequência do crime. Medida


de segurança preventiva. Responsabilidade moral pela vontade livre. Resgate do
discurso de poder. Não podemos desconsiderar que existe um processo de
globalização em todas as áreas.

IV. Escola Correcionalista: Tentar se adaptar ao que esta convencionado. Adaptação


social. Alemanha. grande influencia na Espanha é em razão disso que tem uma
forma eclética. Direito protetor dos criminosos. O fim da pena é um só: curar ou
emendar ou corrigir o criminoso. Eles entendiam que esse era um meio racional
apto a ajustar a vontade. Sujeito concreto tinha que ser tratado pois tinha uma
vontade defeituosa {que é a causa do crime}. A única importância era da
periculosidade. O crime é um sintoma da anomalia da vontade.

V. Escola da Defesa Social: Adaptar o indivíduo à ordem social, é uma doutrina


humanística de proteção social contra o crime. Movimento de política criminal:

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A. Filosofia humanística: reação social com proteção do ser humano e garantia
dos cidadãos. Vou reagir mas vou proteger o ser humano que praticou o
crime assim como os outros cidadãos
B. Critica ao sistema penal e constatação das disfunções do sistema penal
C. Interdiscilplinariedade: considerar as importantes contribuições das demais
áreas do conhecimento com a finalidade de oferecer uma resolução cada vez
mais adequada dos casos concretos de violência.

CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS

As normas penais existentes no Código Penal não têm como finalidade única e
exclusiva punir aqueles que praticam as condutas descritas nos chamados tipos
penais incriminadores.

I. Podem ser proibitivas, mandamental {incriminadoras}: é reservada a função de


definir as infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de
pena. É a norma penal por excelência. Elas proíbem ou impõem condutas sob a
ameaça de sanção.São normas penais em sentido estrito. O autor está incurso
no Artigo, endonorma.

A. Preceito primário: {endonorma} é o encarregado de fazer a descrição


detalhada e perfeita da conduta que se procura proibir ou impor. Art. 155. -
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.

B. Preceito secundário: {perinorma} individualiza-se a pena em abstrato. Pena -


reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa.

II. Permissiva {não-incriminadora}: tornam lícitas determinadas condutas; afastam


a culpabilidade do agente; esclarece determinados conceitos; fornece princípios
gerais para a aplicação da lei penal.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS

O conflito existente entre normas de Direito Penal é meramente aparente. Não há


que se falar em conflito quando da aplicação de uma dessas normas ao caso
concreto. O concurso de normas tem lugar sempre que uma conduta delituosa pode
enquadrar-se em diversas disposições da lei penal.. Esse conflito é tão só aparente,
porque se duas ou mais disposições se mostram aplicáveis a um dado caso, só uma
dessas normas, na realidade, é que o disciplina. O conflito é aparente pois,
encontra-se meios para resolver o conflito de normas penais. Ele ocorre em razão da
unicidade fática {um só fato, caso concreto} e da pluviosidade normativa {de um fato só
podem-se aplicar várias normas}.

I. Princípio da Especialidade: a norma especial afasta a aplicação da norma geral.


Lex specialis derrota generali. Em determinados tipos penais incriminadores, há
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elementos que os tornam especiais em relação a outros, fazendo com que, se
houver uma comparação entre eles, a regra contida no tipo especial se amolde
adequadamente ao caso concreto. Sempre haverá necessidade de uma lei penal
especial a ser aplicada especificamente em um caso concreto. Se não tiver, será
usada a lei geral.

II. Princípio da Subsidiariedade: a norma dita subsidiária é considerada como um


soldado de reserva. Na ausência oi impossibilidade de aplicação da norma
principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave. Lex primaria
derrogar legi. Se uma norma for especial em relação a outra, como vimos, ela terá
aplicação ao caso concreto. Se a norma dita subsidiária foi aplicada, é sinal de
que nenhuma outra mais gravosa poderia ter aplicação. Isso não deixa de ser
especialidade. A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita.

A. Expressa: quando a própria lei da a sua ressalva, deixando transparecer seu


caráter subsidiário. Assim, nos termos do preceito secundário do Art. 132 do
código penal, somente se aplica a pena prevista para o delito de perigo para a
vida ou a saúde de outrem se o fato não constituir crime mais grave {Art.
121}. Pode ser na perinorma, mas a regra é na endonorma.

B. Tácita, quando o artigo, embora não se referindo expressamente ao seu


caráter subsidiário somente terá aplicação nas hipóteses de não ocorrência
de um delito mais grave, quem neste caso, afastará a aplicação da norma
subsidiária. Deriva de uma norma principal pra uma secundária. Trabalha na
interpretação.

III. Princípio da Consunção/ absorção: quando o fato constitui fato pior que o
previsto em determinado artigo. uma mulher tentou matar alguém,
primeiramente, coloca o artigo 129, depois passa para o 121, inciso 14 II, dai a
pessoa morre, passa a ser inciso 18. Absorve diversos artigos e escolhe apenas
um outro determinado. Ex: Art 155 + Art 129 par. 2 = Art.157

A. Ante-fato impunível: ocorre quando o fato antecedente em si é punível, é


crime, contudo, em razão de ser o meio necessário, inafastável da prática do
crime principal, é por este consumado ou absolvido pelo crime principal.
B. Pós-fato impunível: é um desdobramento natural. Ocorre, por exemplo, nas
hipóteses de crime exaurido, ou seja, quando depois do crime os
desdobramentos são considerados normais.
C. Pós-fato punível: inaugura-se, abre-se uma nova prática delitiva, decorrente
da primeira. Ainda que dependendo ou vinculada ao crime antecessor. Não se
trata de desdobramento normal, é anormal.

IV. Princípio da Alternatividade: terá aplicação quando estivermos diante de crimes


tidos como de ação múltipla ou de conteúdo variado, ou seja, crimes
pluricelulares, nos quais o tipo penal prevê mais de uma conduta e seus vários
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núcleos. Não existe verdadeiramente, pois quando muda o caso concreto, não
existe mais concurso de normas.

EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL

A lei penal, mesmo depois de revogada, pode continuar a regular aos ocorridos
durante sua vigência ou pode retroagir para alcançar aquele que aconteceram
anteriormente à sua entrada em vigor. Essa possibilidade de se movimentar no
tempo chama-se de extra-atividade, que é o gênero e a ultra-atividade e a
retroatividade são as espécies.
Ultra-atividade: a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos
ocorridos durante sua vigência. {quando a nova lei vigente é pior para o agente}
Retroatividade: a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de
regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor. {quando a lei
vigente é melhor para o agente}.

I. Irretroatividade: é a regra geral, pois a função da lei penal é crimes e penas.


Irretroatividade in pejus, é a absoluta impossibilidade da lei retroagir para
prejudicar o agente.

II. Retroatividade {lex mittior}: é a exceção, ela pode retroagir para reprimir os
efeitos penais sempre que for beneficiar o réu. Artigo 59, inc XL “A lei não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.

III. Temporária/ Excepcional: temporária - ela tem data de início e de fim expressa
nela. Excepcional - durante calamidades, dura de acordo com a circunstancia
excepcional, social que a determinou. É a exceção da exceção {retroatividade}. A
lei penal não retroage, por isso. Se for uma lei temporária for comparada entre a
mesma espécie, poderá ou retroagir ou ultra-agir.

IV. Sucessão de leis penais no tempo: sai uma lei penal e vem outra(s) lei(s)
penal(is). Quando tem um concurso de normas da mesma natureza, pode
retroagir a lei melhor. Ex: se numa situação excepcional, existem duas leis que
concorrem, aplica-se a melhor. Se for uma lei comum pra retroagir pra uma
temporária/excepcionaal, não acontece porque geralmente a lei comum é
melhor que elas. Pela teoria da atividade, Artigo 4º, “Considera-se praticado o
crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”.
O momento da conduta será o marco inicial para a extra-atividade da lei penal,
bem como nas situações em que não houver sucessão de leis no tempo.

V. Novatio legis in mellius: Artigo 2º “A lei posterior, que de qualquer modo


favorecer o agente, aplica-se aos fatos superiores, ainda que decididos por
sentença condenatória em julgado”. A lei nova pode beneficiar o agente quando:
trouxer causas de diminuição de pena, reduzir os prazos prescricionais,

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Naomi Sugita Reis
condicionar as ações penais á representação do ofendido… A novatio leigs in
mellius será sempre retroativa.

VI. Aplicação da novatio legis in pejus: Prejudica o agente: Súmula 711: { A lei penal
mais grave aplica-se ao crime permanente ou ao crime continuado, se a sua vigência é
anterior à cessação da permanência ou da continuidade } Quebra a lei da
retroatividade.

Crime permanente: um único crime. É quando a execução e a consumação do delito


se desenvolvem ao longo do tempo {ex: extorsão mediante sequestro, se somente
provar de liberdade, mas o crime total se da quando a pessoa pede o dinheiro}.
Aplica-se a lei pior, pois o crime se continua.

Crime continuado: vários crimes considerados como um crime só. Mediante mais de
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
condições de tempo, lugar, maneira de execução, devem os os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro. Vários fatos isolados são considerados
como um único crime. Quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e forem consequência do primeiro crime. Aplica-se a lei pior. É
inconstitucional pois, a lei pior não retroage, mas nesse caso sim.

Anterioridade da lei
Art. 1o. - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

Lei penal no tempo


Art. 2o. - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.

Lei excepcional ou temporária


Art. 3o. - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.
Ele não é inconstitucional porque ele fala sobre o que a Constituição colocou como
regra.

Tempo do crime
Art. 4o. - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.

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Naomi Sugita Reis
TERRITORIALIDADE DO DIREITO PENAL

I. Lugar do crime: o brasil adota a teoria da ubiquidade, que é uma soma da teoria
da atividade {considera apenas o lugar da ação ou omissão} com a teoria do
resultado {considera apenas o lugar do resultado da ação ou omissão}. Ela
consiste em: “Art. 6o. - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.” Assim, resolvem-se os problemas de crimes à distância e os
problemas de Direito Penal Internacional. Pode acontecer que, em virtude de
tal, o Brasil deixe de aplicar suas leis penais aos crimes cometidos dentro do
território nacional.

II. Territorialidade:

Art. 5o. - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. {É a regra da
territorialidade ou seja, sempre que algum estrangeiro cometer algum crime em território
brasileiro, ele será julgado dentro de nossas leis. O Brasil adotou uma teoria temperada,
pois o Estado, mesmo que soberano, em determinados casospoxe abrir mão da aplicação sua
legislação, em virtude do âmbito internacional, ou seja o território do Estado se torna
penetrável pelo exercício de alheia soberania.}
1o - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente,
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. {Dentro de uma embarcação pública
ou a serviço do governo, aplica-se a lei do país ao qual essa embarcação pertence} {Onde não
houver soberania de qualquer país, como é o caso do alto-mar e de espaço aéreo a ele
correspondente, se houver uma infração penal a bordo de uma aeronave ou de uma
embarcação mercante ou de propriedade privada, de bandeira nacional, será aplicada a
legislação brasileira}
2o - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

A lei brasileira sempre será aplicada, salvo quando ocorre o ato em aeronave ou
embarcação pública ou a serviço do governo de outros países, mesmo que esteja em
território nacional.

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Naomi Sugita Reis
EXTRATERRITORIALIDADE DO DIREITO PENAL

BRASILEIRA OUTRO
PAÍS

AN ou EMB brasileira
pública ou a serviço do
X
gov. {não importando a
localização}

AN ou EMB brasileira
mercante ou privada
X
{alto-mar e esp. aéreo
correspondente}

AN ou EMB estrangeiras
X
privada {dentro do Brasil}

AN ou EMB brasileira
mercante ou privada {no
X
estrangeiro} {se não for
julgada no país}

AN ou EMB de outro país


pública ou a serviço do X
gov. {dentro do Brasil}

Preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais cometidas além


das nossas fronteiras, em países estrangeiros. Cabe aos juízes federais processar e
julgar as causas relativas aos direitos humanos. A extraterritorialidade pode ser
incondicionada ou condicionada.

I. Incondicionada: é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos


ocorridos no estrangeiro, sem que, seja necessário o concurso de qualquer
condição Art. 7o, inciso I. O agente será punido segundo a lei brasileira, ainda
que absolvido ou condenado em outro país. No caso da condenação: “Art. 8o. - A
pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.” evita-se, assim, o bis in
idem, ou seja, o agente ser punido várias vezes.

Art. 7o. - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


I - os crimes: {lei incondicionada}
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

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Naomi Sugita Reis
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil

1o - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.

II. Condicionada: sujeitam-se os crimes às leis brasileiras, embora cometidos no


estrangeiro. {crimes praticados por brasileiros no estrangeiro - personalidade
ativa}

Art. 7o. - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

2o - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado {bitipicidade};
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição {extradição necessita de uma sentença penal antes. A lei não autoriza a
extradição por crimes de opinião, pessoas nacionais e crimes políticos};
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
{deve-se respeitar a soberania dos outros países};
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro {perdão judicial} ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

3o - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra


brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Pena cumprida no estrangeiro {Princípio da personalidade passiva}

Imunidade Parlamentar: Senador, Deputado {Federal, Estadual e Distrital} e Vereadores.


Inviolabilidade é a imunidade material, todos eles têm. {em função de suas opiniões,
pensamentos e voto}. A imunidade formal não se aplica aos Vereadores, pois eles só têm
imunidade no ambito de sua municipalidade {relativa ao processo e à prisão, não é
absoluta, é relativa, porque nem sempre os Deputados e Senadores vão conseguir obter
essa imunidade}. Pra casos de crimes comuns ou de crimes inanfiançaveis o parlamentar

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Naomi Sugita Reis
pode ficar com a prisão suspensa. Não pode ser afastada, pois pertence à casa Legislativa
que o parlamentar pertence, o único jeito é ele pedir exoneração do cargo. Exceção:
decisão jurisprudencial {é possível, quando um parlamentar for Ministro, ele continua
com a imunidade parlamentar, afastado ou exonerado do cargo é regra perder a
imunidade}

Imunidade Diplomática: pode ser afastada, menos para crimes políticos. Para crimes
normais, ocorre a afastabilidade da imunidade. É relativa, e é imunidade em relação ao
sistema penal. Não é só do embaixador, mas das pessoas mais importantes, de quem
trabalha com a atividade da embaixada e os familiares do embaixador ou os designados
diretos. Começa a imunidade diplomática no momento do credenciamento.

Extradição: o Supremo diz se é extraditável ou não. Depende de uma decisão irrecorrível


do Presidente da República. É um instituto do Direito Penal, decorre de uma ordem de
prisão determinada por um tribunal competente de um país soberano. Haja um pedido e
haja um acordo bilateral entre os dois países envolvidos. Tramita enquanto a pessoa
permanece presa. Os três poderes precisam participar desse processo. Não precisa de
fundamentação para proibir a extradição.

Deportação: medida administrativa. Quando a pessoa não pode retornar mais ao país.

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