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Direito Penal

02/08: Conceito de Direito Penal desrespeito às regras básicas do


poder punitivo.
Þ Sociológico: é mais um instrumento de
controle social; 09/08: Fontes do Direito Penal
Þ Material: o direito penal protege bens Trabalha de onde vem e como se
jurídicos relevantes para a sociedade; exterioriza o direito penal.
material
Þ Formal: são as infrações penais definidas
formal
pelo Estado. Somente o Estado diz o que
é infração penal ou não. Fonte material: aquela que fabrica o
direito penal. Quem produz o direito
Gênero que comporta 2 penal, isto é, quem diz o que é crime ou
espécies: crime e contravenção. não, é a União (art. 22, CF), a exceção
É toda conduta previamente são os Estados (parágrafo único, art. 22,
tipificada pela legislação CF).
Fonte formal: é a forma que o direito
Infração de maior penal se exterioriza, ou seja, como o
Infração de menor direito penal se propaga. É o modo de
potencial ofensivo
potencial ofensivo saber o que é crime e o que não é,
como as regras penais são reveladas.
04/08: Velocidades As fontes podem ser imediatas (clássica:
lei, CF) e mediatas (modernas: lei,
As velocidades trabalham com o tempo que princípios, jurisprudência, atos
o Estado leva para punir o autor de uma administrativos).
infração penal.
• Primeira Velocidade (Silva Sanches): A lei é o único instrumento normativo capaz de
enfatiza infrações penais mais graves, criar crimes e cominar penas. É a regra escrita
punidas com pena privativa de pelo legislador com a finalidade de tornar
liberdade (PPL), exigindo um expresso o comportamento considerado
procedimento mais demorado, indesejável e perigoso pela coletividade. A CF
observando todas as garantias penais não pode criar crimes e cominar penas.
e processuais. Mandado de criminalização: A CF,
• Segunda Velocidade (Silva Sanches): embora não crie infrações penais ou
trabalha com o direito penal sem aplique sanções, determina a
prisão. A liberdade do indivíduo não obrigatoriedade de criminalização de
está ameaçada. Punidas com penas condutas ofensivas a certos bens e
restritivas de direitos. O interesses. Isto é, em determinados bens
procedimento é rápido e relativiza e interesses, o legislador é obrigado a
direitos e garantias. editar leis que visem protegê-los.
• Terceira Velocidade (Jakobs) ou 16/08: Princípios
direito penal do inimigo: mistura a
primeira com a segunda velocidade. Princípio da Legalidade: impede
São crimes punidos com prisão e a determinação de crimes ou penas, se
tem um procedimento rápido. não fundamentado na lei.
• Quarta Velocidade (Pastor): são Art. 1, CP: “Não há crime sem lei anterior que
crimes contra a humanidade, punindo o defina. Não há pena sem prévia cominação
líderes internacionais. É caracterizado legal.”
pelo alto nível de incidência política e
pela seletividade, com elevado
• 4 funções: proibir a retroatividade da conduta considerada irrelevante penal pela lei
lei penal, proibir a criação de crimes e anterior.
penas pelos costumes, proibir o Preceitos: as normas incriminadoras
emprego de analogia para criar compõem-se de dois preceitos
crimes, fundamentar ou agravar • Preceito primário: conduta; descreve
penas, proibir incriminações vagas ou com objetividade, clareza e precisão
indeterminadas. a infração penal.
Anterioridade: a lei deve ser • Preceito secundário: pena;
anterior ao fato; é necessário representa a cominação abstrata e
que a lei já esteja em vigor na individualizada da respectiva sanção primário
data em que o fato é praticado. penal.
Legalidade Art. 2, CP: “Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.”
Reserva legal: somente a lei, em
seu sentido mais estrito, pode secundário
definir crimes e cominar
penalidades
18/08: Norma Penal
Irretroatividade da Lei Penal: a lei Em regra, a norma penal é completa, onde o
penal vigente dever ser aplicada ao momento seu preceito primário e secundário está
do fato. completo.
Art. 2, CP: “Ninguém pode ser punido por Norma penal em branco: normas que
fato que a lei posterior deixa de considerar precisam de complementação. Nesses casos,
crime, cessando em virtude dela a execução é preciso buscar em outros diplomas legais, a
e os efeitos penais da sentença conceituação e especificação que faltou na
condenatória.” norma original.
Tipos de norma penal em branco:
• o princípio de que a lei penal não
as normas penais em branco são classificadas
pode retroagir, salvo para beneficiar o
de acordo com a sua complementação
acusado, restringe-se às normas de
necessária e o local em que está encontrada.
caráter penal.
• Heterogênea: complementada por
Hipóteses de Lei Posterior:
uma determinação da administração
Abolitio criminis: a lei posterior deixa de
pública ou de outra instância
considerar um fato criminoso. Trata-se de lei
legislativa. É quando a
posterior que revoga o tipo penal
complementação provém de fonte
incriminador, passando o fato a ser
adversa formal adversa. Por exemplo:
considerado atípico qualquer pena, razão pela
portarias, decretos, atos
qual se opera a extinção da punibilidade.
administrativos, resoluções. É o
preceito primário que sofre
Novatio legis in mellius: é a lei posterior que,
complementação.
de qualquer modo, traz um benefício para o
• Homogênea: a complementação
agente no caso concreto.
deve ser de mesma natureza jurídica
e de mesma fonte legisladora. Isto é,
Novatio legis in pejus: é a lei posterior que, de
uma lei é complementada por outra
qualquer modo, venha a agravar a situação
lei.
do agente no caso concreto.
• Homogênea Homovitelina: é
Novatio legis incriminadora: é a lei posterior considerada homovitelina a norma
que cria um tipo incriminador, tornando típica penal em branco homogênea cuja
complementação está localizada no
mesmo código de origem da norma.
Por exemplo, a complementação Omissão: desatendem mandamentos
está no mesmo dispositivo, mas em imperativos (a norma manda agir e o agente
artigos diferentes. se omite). Aqui, a norma penal é imperativa.
• Homogênea Heterovitelina: é a • Espécies de crimes omissivos:
complementação do preceito ® Próprios ou puros: são aqueles
primário de uma norma penal em que o tipo penal descreve uma
branco homogênea que se encontra conduta omissiva, isto é, o verbo
em um código ou ordenamento nuclear contém um non facere
distinto. Por exemplo, o (não fazer). São crimes os
complemento de uma norma penal crimes comuns: aqueles
em branco, prevista no C.P., esteja no praticados por qualquer pessoa;
C.C. (a complementação está em não precisa de uma habilidade
dispositivos distintos). especial.
Art. 135, C.P.: “Deixar de prestar assistência,
Formas de conduta quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
Aula 01/09: Conduta à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
Conduta: toda ação ou omissão em grave e iminente perigo; ou não pedir,
consciente e voluntária de um indivíduo, com nesses casos, o socorro da autoridade
a intenção de alguma finalidade. pública.”
Comportamento ® Impróprios: o sujeito responde
positivo, facere Comportamento
negativo, non facere pelo crime porque estava
juridicamente obrigado a impedir
• Características da conduta: a ocorrência do resultado e,
® Exteriorização do pensamento; mesmo podendo fazê-lo, omitiu-
® Consciência; se.
® Voluntariedade; Art. 13 - O resultado, de que depende a existência
® Ação ou omissão humana do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
A existência da conduta pressupõe um a qual o resultado não teria ocorrido.
comportamento humano § 2º - A omissão é penalmente relevante quando
o omitente devia e podia agir para evitar o
Conduta resultado. O dever de agir incumbe a
quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância;
Dolo Culposa
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco
Direto Indireto
Nos crimes culposos, há da ocorrência do resultado.
uma quebra do dever de
• Nos crimes impróprios, o agente
cuidado por imprudência,
responde pelo resultado, são eles:
Quando o negligência ou imperícia
Quando o agente 1. Dever legal ou imposição
agente quis não quis o legal: quem tem o dever legal
o resultado resultado, mas (mãe, bombeiro, polícia);
reconheceu o 2. Dever de garantidor: quem
• Imprudência: fazer a mais
risco está na situação de garante
• Negligência: fazer menos
• Imperícia: aptidão técnica
/falta de habilidade
(o salva-vidas – não somente Teoria Tripartida: entende que o conceito
de forma contratual, mas analítico de crime é o fato típico, ilícito e
também de forma verbal); culpável, em que a culpabilidade é parte
3. Ingerência da norma: quando integrante do conceito, pois sem culpa, não
uma pessoa coloca a outra há crime.
aquilo que o homem em situação de perigo (o • Fato típico: conduta, resultado, nexo
não pode impedir. Ex.: nadador exímio convida uma causal, tipicidade;
incêndio causado pelo pessoa que não sabe nadar • Ilícito: excludentes, estado de
cinzeiro do cigarro que para atravessar o rio, assim, necessidade, legítima defesa, estrito
foi levado por uma ele torna-se obrigado a evitar cumprimento do dever legal,
corrente de ar o afogamento do sujeito). exercício regular do direito;
Causas que excluem a conduta: • Culpável: imputabilidade, potencial
caso fortuito ou de força maior, consciência da ilicitude, exigibilidade
involuntariedade, movimentos reflexos. de conduta diversa.

• Caso fortuito ou de força maior: de O caminho do crime só é aplicado aos crimes


acordo com o Código Civil, o caso dolosos.
fortuito ou de força maior ocorre 1. Trata-se do momento interno da Fase
quando uma determinada ação gera Cogitação infração; O crime ainda está na mente interna
consequências, efeitos imprevisíveis, do sujeito;
Evento externo ao
impossíveis de evitar ou impedir, que
agente. Ex.: a coação
escapam da vontade. 2. Pre- Quando a ideia extravasa a esfera mental
física
• Involuntariedade: é a incapacidade de paração do sujeito, que começa a exteriorizar
atos tendentes à sua futura execução;
o agente dirigir sua conduta de acordo
com uma finalidade predeterminada. 3. Exe- Momentos que se iniciam os atos Fase
São casos de involuntariedade: estado cução executórios (disparar um tiro em externa
de inconsciência (sonambulismo e direção a vítima);
hipnose) e movimentos reflexos (nos 4. Con- Há consumação quando se fazem
atos reflexos o movimento é apenas sumação presentes todos os elementos da
um sintoma de reação automática do definição legal do delito (art. 14, I, C.P.)
organismo a um estímulo externo).
• Coação física irresistível: ocorre nas Teorias para sair da preparação e entrar na
hipóteses em que o agente, em razão execução:
de força física externa, é • Critério material: quando coloca em
impossibilitado de determinar seus risco o bem jurídico tutelado, a vida,
movimentos de acordo com sua por exemplo;
vontade. • Critério formal: quando o sujeito
Aula 13/09: Iter Criminis começa a cumprir o tipo penal.
Conceito de Crime: Crime tentado (art. 14, II, C.P.): quando o sujeito
quer consumar o crime, mas não consegue
• Material: busca compreender o que é
por circunstâncias alheias a sua vontade.
preciso para que um comportamento
Portanto, pressupõe o início da execução,
seja considerado criminoso;
não consumação, circunstâncias alheias a
• Formal: foca na consequência jurídica;
vontade do agente.
isto é, na pena;
Espécies de tentativa:
• Analítico: organiza, sintetiza e ordena
• Perfeita (crime falho): quando o
os elementos do crime, permitindo a
agente percorre todo o iter criminis
aplicação racional e uniforme do
que estava à sua disposição, mas,
Direito Penal.
ainda assim, por circunstâncias alheias
a sua vontade, não consegue;
• Imperfeita: quando o agente é
interrompido; quando ele não
consegue prosseguir na execução
(ex.: o sujeito entra na residência da
vítima e, quando começa a se
apoderar dos bens, ouve um barulho
que o assusta, fazendo-o fugir). Pode
ser:
1. Cruenta: a vítima é atingida;
2. Branca: a vítima não é
atingida.
Crime impossível (art. 17, C.P.): quando o
agente realiza uma conduta e não atinge seu
objetivo por:
• Ineficácia absoluta do meio: traduz a
impossibilidade do instrumento
utilizado para consumar o ato (usar
um palito de dente para matar uma
pessoa);
• Impropriedade absoluta do objeto:
quando a conduta do agente não é
capaz de provocar qualquer
resultado lesivo a vítima.

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