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Conceito de Direito Penal- É a reunião utilizado nos dias atuais, porem ambos
dos princípios, valores e normas os termos estão corretos já que não
jurídicas, pelas quais o ESTADO passam de sinônimos.
protege os bens jurídicos fundamentais Curiosidade→ o código penal em
(vida, saúde, liberdade, propriedade, vigência foi criado em 7 de dezembro
etc.), através de sanções penais. de 1940, pelo decreto de lei° 2.848,
sendo dividido em duas partes: Parte
Por essa razão o direito penal e Geral- art.1 ao 120, e traz orientações
âmbito do direito público, pois auxilia o gerais, que incidem sobre as demais
governo com uma ordem social. Por normas, além dos princípios comuns.
ser um crime de âmbito público, o Parte Especial- trata as espécies de
ministério público que intervém crimes e as penas, a eles aplicadas.
buscando jus persequendi, que o O brasil adotou o sistema de
ESTADO delega ao poder judiciário classificação binaria, para a distinguir
para que um juiz de estado execute o melhor as infrações penais sendo essa
jus puniente. A relação existente entre divisão de duas espécies crime e
o autor de um crime e a vítima é de contravenções.
natureza secundária já que o único Crime: delito é um sinônimo de crime
com poder pra executar e o jus no Brasil, e as penas são reclusão e
puniendi é do ESTADO. detenção podendo levar até 40 anos
com multa.
Primeiro jus persequendi (direito de Contravenções: “crime liliputiano”, tem
ação, de perseguir o autor do crime) como sanção prisão simples que pode
deve ser aplicado, para que o jus durar até 5 anos ou multa, penas de
menor porte que constam no Decreto-
puniendi (direito de punir, dado
Lei n. 3.688/4.
somente pelo estado) possa ser
executado. Fontes do Direito Penal
Crime de ação penal pública: Fonte do direito Penal é de onde
incondicionada: o estado pode agir provém ou se origina a lei penal. são
independente do consentimento da duas fontes:
vítima;
Condicionada: a vítima que opta por Material ou Substancial-
abrir ou não uma ação. produção do código penal, vem de um
Crime de ação penal privada: órgão especifico, que no Brasil é a
O bem jurídico atingido, mesmo união que tem competência privativa,
estando na lei somente a vítima tem o podendo delegar aos estados para
poder de escolher se quer ou não abrir legislar em matéria penal sobre
uma ação contra o acusado. o questões especificas, que tenha
ministério público não tem legitimidade interesse meramente local.
para atuar, através de um advogado a Formais- referem-se ao modo
vítima exercera o jus persequendi. E pelo qual se exterioriza o direito, pelo
através de um processo o juiz de
qual se dá ele a conhecer. dividem-se
estado exercera o jus puniendi.
em fontes diretas (ou imediatas) e
Terminologia- Direito Penal X Criminal fontes indiretas (ou mediatas ou
Direito criminal é uma terminologia subsidiárias).
antiga que esteve em nosso código em Fontes diretas - A única fonte direta
1830. Já direito Penal está instruída no do Direito Penal, diante do princípio da
código em vigor, sendo o termo
reserva legal, é a lei.
Lei- descreve a conduta e prevê a #A não punibilidade do dano de coisa
sanção comum fungível cujo valor não exceda
Fontes indiretas- Como fontes a quota a que tem direito o agente,
indiretas ou subsidiárias do Direito diante do disposto no artigo 156,
Penal temos os costumes e os parágrafo 2º, do CP, referente ao crime
princípios gerais do direito, referidos na de furto
Lei de Introdução do Código Civil –
Analogia in bonam partem, e admitida
(LICC, art. 4º).
no direito penal, já que sua utilização
costume- é uma regra de
trará benefícios ao sujeito ativo da
conduta não escrita, que tem sua
inflação penal. Já analogia in malam
significante influência na interpretação
partem nunca será utilizado, pois cria
e na elaboração da lei penal.
delitos não tipificados podendo agravar
#somente com o costume e possível a situação. Tem espécies jurídicas-
extrair exato significado dos termos: (hipótese extraída do próprio
honra, dignidade, decoro (art. 140), ordenamento jurídico) e legal (hipótese
mulher honesta (artes. 215 e 219), ato de uma outra norma)
obsceno (art. 233). #equidade, jurisprudência e a doutrina-
#A evolução dos costumes, tem gerado não são fontes do direito penal/ sendo
a extinção ou modificação de tipos apenas forma de interpretação da
penais como o adultério (art. 240), a norma.
sedução (art. 217), o aborto (arts. 124 a
126). Classificação da lei penal
#porem vale lembrar costume não cria leis penais incriminadoras (lei penal em
delito, nem comina pena (princípio da sentido estrito) das não incriminadoras
reserva legal) (lei penal em sentido amplo)
Princípios gerais do direito- são Lei Penal Incriminadora- são as
premissas éticas extraídas da normas que estão localizada na
legislação, do ordenamento jurídico, parte especial do código penal, são
que podem suprir lacunas e omissões aquelas que definem os tipos
da lei penal. Como exemplo de penais e cominam as respectivas
aplicação dessa fonte indireta é a não sanções.
punição da mãe que fura as orelhas da Lei Penal Não incriminadora- são
filha, que praticaria assim um crime de as normas que estão na parte geral
lesões corporais, quando o faz para do código penal, pois não prevê
colocar-lhe brincos. sanção. podem ser subdivididas em
explicativas (ou complementares) e
Analogia- é uma forma de permissivas.
autointegração da lei. não é admitido a
analogia do direito penal pois atacaria o Explicativas: são normas que
princípio da reserva legal, salvo se for esclarecem o conteúdo de outras ou
fornecem princípios gerais para
em beneficio ao réu.
aplicação das penas.
São exemplos de aplicação da Ex.: “funcionário público” para os
analogia: efeitos penais (art. 327)
#A exclusão da pena nos casos de Premissas: são normas que não
aborto que se pratica em mulher vítima consideram como ilícitos ou isentam de
de atentado violento ao pudor, que pena o autor de fatos que, em tese, são
engravidou pela prática de ato típicos.
delituoso, diante do que dispõe o artigo
128, inciso II, do CP, que se refere Ex.: artigos 23, 24 e 25 (estado de
apenas ao crime de estupro. necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal e exercício quando a norma é complementada por
regular de direito); outra de nível diverso não sendo da
mesma esfera.
Lei Penal
Ex.: decreto, atos administrativos, etc.
A lei é a única fonte formal direta do
(lei especial de toxico 11.343 art. 33-
Direito Penal e, devido ao valor dos CP fala sobre as substâncias toxicas
bens que tutela. deve ser precisa e que causam dependência física e
clara. Compõe-se de duas partes: psicológica, que são listadas pela
O comando principal (ou preceito ANVISA.)
primário);
A sanção (ou preceito secundário). Norma Penal em Branco em Sentido
Tomando-se o artigo 121, caput, por amplo: (amplo, homogêneo e
ex.: impropria) quando a norma é
“Matar alguém”: (preceito primário) complementada por outra norma de
nível idêntico, sendo assim da mesma
“Pena – reclusão, de seis a vinte anos”: esfera. lei ordinária sendo
(preceito secundário). complementada outra lei ordinária.
Ex.: uma lei no código penal, pode ser
Características- A lei penal apresenta complementado por uma lei do código
as seguintes características: civil.
imperativa– porque a violação do Diferença de norma e lei
preceito primário acarreta a pena. Norma- É o senso de justiça extraída
geral – por estar destinada a todos, do povo, sendo assim é uma regra
mesmo aos inimputáveis, sujeitos à proibitiva não escrita.
medida de segurança. Lei- É a forma de tornar expresso o
(todos os imputáveis, inimputáveis e os comportamento considerado improprio
semi imputáveis “e a perda parcial da pelo coletivo, sendo uma regra escrita.
compreensão sobre uma conduta
ilícita” – todas essas pessoas interpretação da lei penal
passaram pelo preceito primário, o que são o processo lógico que procura
diferenciara e no secundário em quem estabelecer a vontade contida na
os imputáveis cumpriram a pena norma jurídica, cuja ciência ou método
normalmente, os inimputáveis serão é denominado de hermenêutica.
condenados a medida de segurança, e
os semi imputáveis será o juiz que Quanto ao sujeito (ou quanto à origem)
decidira) – A interpretação pode ser:
impessoal– por não se referir a Interpretação Autêntica: É a dada
pessoas determinadas. pela própria lei, a qual no seu texto,
exclusiva – porque somente ela é explicado como deve ser
pode definir crimes e cominar entendido determinado assunto. o
sanções. próprio legislador já deixou
aplica-se apenas a fatos futuros, explicado.
não alcançando os pretéritos, a não Ex.: artigos 150, parágrafo 4º e 327, do
ser quando aplicada em benefício Código Penal, que definem “casa” e
do agente criminoso. (princípio da “funcionário público”.
legalidade) Interpretação Doutrinaria: É aquela
fornecida pelos estudiosos,
Norma Penal em Branco professores e profissionais do
direito, por meio da publicação de
é aquela que tem conteúdo completo,
porém vago, exigindo uma artigos, conferências, teses e livros.
complementação, a ser dada por outras e a interpretação feita pelos
normas, de nível igual ou diverso. doutrinadores que faz auto
integração.
Norma penal em branco em sentido
estrito: (estrito, heterogêneo e própria)
Interpretação Jurisprudência: É fundamento de uma sociedade de
aquela dada pelos tribunais, por democrática de direito, todos atos
meio de entendimentos reiterados legislativos e judiciais devem seguir
de seus julgamentos, que esse princípio. esse princípio gera
consolidam a jurisprudência. aos cidadãos uma segurança e
uma liberdade individual.
Quanto ao meio empregado - A
interpretação pode ser: Alteridade ou
transcendentalidade: proíbe a
Gramatical: quanto ao seu significado incriminação de ato subjetivo do agente
no artigo. (e a expressão estabelecida e que, por essa razão, que não lesiona
pelo legislador). bem jurídico alheio. Autolesão não
poder ser punida, nem haver
Logica: confronto lógico entre os
intervenção por parte do Estado.
artigos, visando reconstruir o Princípio da Legalidade ou
pensamento do legislador. Reserva Legal: não a pena sem que
Teleológica: É feita objetivando haja uma previsão legal, dessa pena.
descobrir a finalidade com que a lei foi (Art.1° CP/Art.5° inc.39 CF). Reserva
editada. legal: a pena deve ser dada de acordo
com a lei, excluindo outra fonte
Quanto aos resultados - A legislativa (Art. 22° CF).
interpretação pode ser: Proíbe: retroatividade da lei penal,
criação de normas por costumes,
Interpretação declarativa: Ocorre
Princípio da Intervenção
quando o texto examinado não é Mínima: O estado só deve intervir pelo
ampliado nem restringido. o legislador Direito Penal, quando os outros ramos
já determinou. do Direito não conseguirem prevenir a
Ex.: o termo “várias pessoas” - (CP, conduta ilícita. Direito penal a última
art. 141, inciso III), significa mais de opção
Princípio da Fragmentariedade:
duas, porque quando a lei quer dizer
o direito penal devera se preocupar com
com duas ela é expressa algo realmente grave, na qual os outros
Interpretação restritiva: Ocorre quando ramos do direito não são capazes de
se conclui que a lei diz mais do que resolver. Só vai tutelar os bens jurídicos
pretendia o legislador, buscando conter mais importantes.
ou reduzir o seu alcance. Princípio da Culpabilidade: e a
generalização social que se faz da
Interpretação extensiva: Ocorre quando conduta. E preciso que haja dolo e culpa
é necessário ampliar o sentido ou para que tenha uma punição, o agente
alcance da lei. amplia o que o tem que ser consciente e voluntario.
legislador quis dizer. Princípio da humanidade:
orienta que a pena não pode fira a
Ex.: No termo “serviço de estrada de dignidade da pessoa humana como
ferro” (CP, art. 260), deve ser penas corporais, trabalho forçado, pena
entendido também como serviço de de tortura. São vedações que vem do
metrô, que nada mais é do que um princípio da humanidade, tem que ser
trem que corre sobre trilhos em zona uma pena que seja respeitadora, sendo
urbana. penas que esteja na constituição que
vem com o propósito de reeducar e
Princípios do Direito Penal reinserir o indivíduo na sociedade.
São os fundamentos para orientar e Sabemos que o nosso sistema
criar e auxiliar na aplicação do direito carcereiro e precário infringindo os vários
penal. direitos humanos como saúde e higiene.
Princípio Da Dignidade Humana: Princípio da irretroatividade
Art.1°III, CF- é o principal penal: o princípio da irretroatividade vige
somente em relação a lei mais severa, Obs.: tem data fixada pelo legislador
admitindo-se a retroatividade da lei mais para terminar sua vigência.
favorável.
Princípio da insignificativa: e EX.: lei geral da copa (lei 12.663/12.
uma causa de exclusão da tipicidade,
Auto revogáveis: são a exceção,
exige uma ofensa de alguma gravidade
pois em regra toda lei só poderá ser
aos bens jurídicos protegidos. (não está
no ordenamento jurídico, e acatado pela revogada por outra lei.
doutrina) Ultrativas: possibilita efeitos ex
Princípio da ofensividade:
tunc (retroativos), pois a medida
princípio de orientação para o legislador
restritiva imposta pelo poder público,
e o juiz com base nesse princípio.
quem a tiver infringido, quando a
Determina que só será criminosa a
determinação estava em vigor,
conduta que efetivamente lesione um
continuará a responder criminalmente
bem jurídico penal. Não há crime se não
pelo que fez. Afinal, gerou perigo à
houver lesão, ou que ocorra um risco a
sociedade, lesionando o bem jurídico
lesão dos bens.
tutelado.
Princípio da proporcionalidade:
orienta a tipicidade de um crime e suas
proporcionalidade da sanção. Condutas
mais graves mais severas com penas de
acordo com sua gravidade, a legislador Tempo do Crime
fica restrito a vedação de excesso de necessidade de se estabelecer o
punibilidade uma pessoa que comete um momento em que o crime foi cometido.
furto não pode ser responsabiliza com para melhor aplicação da pena ou para
pena homicídio. Vedação da proteção fixar o marco prescricional.
eficiente uma pena com gravidade
extremamente alta ser punida de forma Art. 4º CP- Considera-se praticado o
tão fraca. crime no momento da ação ou
omissão, ainda que outro seja o
BR- Pena privativa de liberdade, pena
momento do resultado.
mais grave do brasil.
Crimes dolosos