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CHARLES LINDEMBERG CROMWELL DOS REIS JUNIOR 78551498215 CHARLES LIN

PC PA
ESCRIVÃO/INVESTIGADOR

PC PA Analogia é uma hipótese de integração da lei. Quando


Direito Penal Geral ocorre um fato e esta hipótese não está regulada pela
Data: 14/06/2023 Prof.: Fernando Longhi lei, é possível a aplicação de norma semelhante a este
fato, todavia, no Direito Penal é vedada a analogia em
Aula 01 prejuízo do réu (analogia in malam partem), sendo
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL admissível apenas analogia em benefício do réu
(analogia in bonam partem).
1. Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade é, sem dúvidas, um dos
princípios penais mais cobrados em provas de concurso.
O princípio da legalidade está previsto tanto no Código
Penal (Art. 1º) quanto na Constituição Federal (Art. 5º,
XXXIX).
CP. Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina.
Não há pena sem prévia cominação legal.
CF. Art. 5º. XXXIX – Não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal.
O principal objetivo do princípio da legalidade é o de A Legalidade se divide em formal e material, sendo a
limitar o poder punitivo estatal. O princípio da primeira a observância do devido processo legislativo e a
legalidade deriva da expressão latina Nullum crimen, segunda o respeito aos princípios constitucionais,
nulla poena sine lege praevia, não há crime nem direitos e garantias individuais. Fique ligado! Para que
pena sem lei prévia, ou seja, sem lei anterior ao fato. a lei penal seja válida devem ser observadas a
O princípio da legalidade compreende outros dois legalidade formal e material.
princípios, o da anterioridade da lei penal e da
reserva legal. 1.1. Legalidade e a Medida Provisória
Pelo princípio da Anteriorodade de lei penal, a lei penal A Constituição Federal veda expressamente a edição de
só pode ser aplicada a fatos ocorridos a partir de sua normas penais por medida provisória (Art. 62, §1º, I, b),
vigência, ou seja, a lei penal deve ser anterior ao fato todavia existe discussão doutrinária quanto a
que ela incrimina, de modo que uma lei penal possibilidade excepcional de MP tratar de matéria penal,
incriminadora não pode retroagir para atingir fatos quando em benefício do réu. O STF já se posicionou
ocorridos antes da sua vigência, SALVO EM quanto a admissibilidade de MP tratar de matéria penal,
BENEFÍCIO DO RÉU em obediência ao princípio quando em benefício do réu (RE 254.818/PR).
constitucional da Irretroatividade da Lei Penal (Art. 2. Princípio da Intervenção Mínima
5º, XL, CF/88). O Direito Penal é a forma mais drástica de controle
Quanto ao princípio da reserva legal ou legalidade social utilizada pelo Estado e, por este motivo, só deve
estrita, somente lei em sentido estrito pode tratar de ser utilizado em último caso, devendo o Estado, sempre
matéria penal, ou seja, apenas leis que passaram pelo que possível, lançar mão de ramos menos severos do
devido processo legislativo, com aprovação pelo direito para solucionar os conflitos sociais existentes.
Congresso Nacional. Deste princípio decorrem os princípios da
subsidiariedade e da fragmentariedade
3. Princípio da Subsidiariedade
O Direito Penal tem caráter subsidiário, ou seja,
somente será aplicado como controle da ordem social
quando os demais ramos do direito não forem
suficientes para solucionar o conflito social ( ultima
O princípio da reserva legal também veda tipos penais ratio).
vagos ou imprecisos, incompletos e criação de normas
penais através dos costumes incriminadores e pelo Ex.: O não pagamento de uma dívida, qualquer que
emprego de analogia. seja, afeta o bem jurídico patrimônio da vítima, todavia,
Pelo princípio da Taxatividade A lei Penal deve ser clara nestes casos, o Estado se utilizará do Direito Civil para
e precisa, de forma que o destinatário da lei possa solucionar este conflito social e não do Direito Penal, em
compreende-la. sendo vedada, portanto, com base em razão do caráter subsidiário deste ramo do direito.
tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos 4. Princípio da Fragmentariedade
vagos ou imprecisos. A lei deve ser, por isso, taxativa. O princípio da fragmentariedade é corolário do princípio
da intervenção mínima. Por este princípio, o Direito
Penal somente deve se ocupar dos bens jurídicos mais
relevantes para a sociedade e quando as condutas que

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violam estes bens jurídicos forem significantes, ou seja, No plano legislativo a individualização da pena se dá
altamente reprováveis. quando o legislador, ao determinar os bens jurídicos
O princípio da fragmentariedade comumente é penalmente tutelados, valora as condutas, cominando-
confundido com o da subsidiariedade, todavia, apesar lhes penas que variam de acordo com a importância do
de muito parecidos, são princípios distintos. bem a ser tutelado. Dessa forma, um crime contra a
vida deve ser punido de forma mais severa do que um
5. Princípio da Pessoalidade ou da
crime contra o patrimônio.
Intranscendência da Pena
Este princípio veda a possibilidade de uma pessoa No plano judiciário a individualização da pena é
cumprir pena por crime cometido por terceiro, ou seja, realizada pelo juiz ou tribunal, que analisará as
ninguém pode cumprir pena no lugar de outra pessoa. peculiaridades do caso concreto e estabelecerá o
quantum da pena a ser aplicada e o regime inicial de
O princípio da pessoalidade está previsto na Constituição
cumprimento.
Federal, assim descrito:
Ao individualizar a pena, deve o juiz ou tribunal deve
Art. 5º observar o critério trifásico disciplinado no Art. 68 do
XLV – Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, Código Penal, ipsis litteris:
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação Art. 68 – A pena-base será fixada atendendo-se ao
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes;
o limite do valor do patrimônio transferido. por último, as causas de diminuição e de aumento.
Como dito, este princípio impossibilita que sanções No plano executório, a individualização da pena será
penais sejam executadas em face de terceiros, determinada pelo juízo da execução criminal, dá nos
entretanto, se o autor de conduta criminosa for moldes do Art. 5º da Lei de Execução Penal( Lei n.
condenado ao perdimento de bens ou a reparar 7210/84), assim descrito:
dano à vítima e vier a falecer antes da execução da Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os
sentença, esta poderá ser executada em face dos seus antecedentes e personalidade, para orientar a
sucessores, até o limite da sucessão, ou seja, até o individualização da execução penal.
limite da herança recebida.
Ainda no plano executório o juízo das execuções penais
NÃO CONFUNDAM OBRIGAÇÃO DE REPARAR O deverá adequar a pena aplicada, possibilitando a
DANO COM PENA DE MULTA progressão de regime, além de lhe assegurar outros
benefícios legais, como o livramento condicional e a
A multa tem caráter punitivo, portanto, as penas de remição, consistente no abatimento da pena pelo
multa também não podem ser executadas em face de trabalho.
terceiro, ou seja, as penas de multa também são
personalíssimas e, mesmo em se tratando de sanção 7. Princípio da Ofensividade
pecuniária (dinheiro), esta não pode ser deduzida da Derivado do brocardo Nullum crimen sine iniuria (Não há
herança recebida pelo sucessor do agente falecido. crime sem ofensa ao bem jurídico), é também conhecido
como princípio da lesividade.
6. Princípio da Individualização da Pena
Este princípio determina que apenas as condutas que
Por esse princípio, a pena deve ser individualizada nos
causem dano ou perigo de dano podem ser
planos legislativo, judiciário e executório, evitando-se a
consideradas ilícitas e passíveis de sanção pelo Direito
padronização da sanção penal.
Penal.
A individualização da pena consiste em aplicar o direito
ao caso concreto, levando-se em consideração suas 8. Princípio da Adequação Social
particularidades, o grau de lesividade do bem jurídico Quando uma conduta deixa de ferir o sentimento de
penalmente tutelado, bem como as circunstâncias da justiça da sociedade, essa conduta passa a ser
personalidade do agente, ou seja, para cada crime tem- socialmente aceita, não podendo ser criminalizada.
se uma pena que varia de acordo com a personalidade Esta é o pressuposto do princípio da adequação social,
do agente, o meio de execução, etc. afinal, imagine um policial ter que realizar a prisão de
uma enfermeira por ter furado a orelha de uma bebê
O princípio da individualização da pena está previsro na para a colocação de brincos, ou ainda, prender um
Constituição Federal, in verbis: tatuador por ter feito uma tatuagem.
Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da Apesar de estas condutas configurarem lesões corporais,
pena e adotará, entre outras, as seguintes: são socialmente aceitas, estando de acordo com a
a) privação ou restrição da liberdade; ordem social e, por conta disso, não podem ser objeto
b) perda de bens; de punição Estatal.
c) multa; Aí surge a pergunta: professor então pirataria não é
d) prestação social alternativa; considerada crime? Venhamos e convenhamos que a
e) suspensão ou interdição de direitos; pirataria é, de fato, uma conduta socialmente aceita,
todavia, com o objetivo de evitar a proliferação da
pirataria e senar qualquer discussão acerca deste
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assunto, o STJ edital a Súmula 502 que trata justamente 12. Princípio da Insignificância ou Crime de
deste assunto, vejamos: Bagatela
Juntamente com o princípio da legalidade, o da
Súmula 502 STJ: Presentes a materialidade e a autoria, insignificância é dos que mais figuram nas provas de
afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. concurso. As condutas que ofendem minimamente os
184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal não podem
DVDs piratas ser consideradas condutas típicas, visto que, não
Portanto, pirataria, apesar de socialmente aceita, ainda ofendem de forma significativa o sentimendo de justiça
é considerada conduta típica. da sociedade.
A insignificância sempre deve ser analisada no caso
9. Princípio da Proporcionalidade
concreto, pois, uma conduta pode ser considerada
O princípio da proporcionalidade determina que deve
relevante em um contexto e em outro não.
haver um equilíbrio na relação crime praticado e pena
aplicada, ou seja, o aplicador da lei penal deverá aplicar A insignificância repousa sobre a tipicidade, mais
a sanção penal de acordo com a gravidade do injusto especificamente, a tipicidade material, que consiste na
penal. avaliação do grau de reprovabilidade da conduta, ou
seja, no desvalor da conduta, no grau de prejuízo para a
Este princípio exige do aplicador da lei penal um juízo de
vítima. Aqui não se trata de a conduta se amoldar ou
ponderação sobre a gravidade do fato e a gravidade da
não à norma penal, esta análise é feita na tipicidade
pena aplicada. A palavra de ordem é EQUILÍBRIO!
formal, assim sendo, podemos ter uma conduta
Equilíbrio = Gravidade da Pena ~ Gravidade do formalmente típica e ao mesmo tempo materialmente
Fato atípica, o que torna o fato atípico, não existindo crime.

Ainda que estejamos diante de uma conduta reprovável, Ex.: a subtração de um sabonete em um grande
a qual deve ser aplicada a lei penal e a sanção à ela atacadista tem um grau de desvalor ínfimo se
prevista, o quantum dessa pena deverá ser proporcional comparado com a conduta de subtrair um pacote de
a gravidade da conduta praticada. bolacha de um morador de rua, embora o valor, nos
dois casos, seja equivalente.
10. Princípio da Alteridade
Para que uma conduta seja considerada materialmente O princípio da insignificância não deve ser confundido
crime, deve causar lesão a um bem jurídico de terceiro. com a bagatela imprópria, que é aquela na qual,
A partir deste princípio decorre a idéia que o DIREITO apesar de a conduta nascer típica (formal e
PENAL NÃO PUNE A AUTOLESÃO. Deste modo, se materialmente típica), fatores posteriores, levam a
um agente começa a cortar o próprio corpo ele não conclusão da desnecessidade de aplicação da pena no
pratica crime de lesão corporal, assim como, se um caso concreto. Trata-se de possibilidade de extinção da
agente quebra o próprio aparelho celular também não punibilidade. A jurisprudência assentou entendimento no
comete crime de dano. sentido da não aplicação da bagatela imprópria nos
crimes de violência doméstica (HC 333.195/MS, DJe
A autolesão é incapaz de afetar a sociedade, não
26/04/2016).
ensejando, deste modo, a aplicação do Direito Penal.
O STF determinou alguns critérios objetivos para a
11. Princípio do ne bis in idem aplicação do princípio da insignificância, quais sejam:
Por este princípio, uma pessoal não pode ser punida • Mínima ofensividade da conduta;
duas vezes pelo mesmo fato, assim como não pode ser • Ausência de periculosidade social da ação;
processada duplamente pelo mesmo fato. • Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
O princípio ne bis in idem somente se aplica ao processo • Inexpressividade da lesão jurídica.
penal quando houve decisão capaz de produzir COISA O STJ, entretanto, elencou ainda um critério subjetivo
JULGADA MATERIAL, ou seja, decisão irrecorrível (Ex: para a aplicação do referido princípio que é a
condenação ou absolvição). Quando a decisão não faz importância do objeto material do crime para a vítima,
coisa julgada material (Ex: rejeição da denúncia) é de forma a verificar se, no caso concreto, houve ou não,
possível novo processo penal, sem violação ao princípio de fato, lesão.
em estudo.
A jurisprudência firmou entendimento no sentido de não
O princípio ne bis in idem veda ainda que um mesmo
aplicação da princípio da insignificância nos seguintes
fato, condição ou circunstância seja duplamente
crimes:
considerado para fins de fixação de pena. Ex: agente
• Moeda falsa
que responde por crime de estelionato contra idoso Art.
• Tráfico de drogas (HC 336795/SP)
171, §4º do CP, não pode ter a pena agravada pela
• Crimes que envolvam violência doméstica e familiar
idade da vítima (Art. 65, II, h), ou seja, o fato de a
contra a mulher
vítima ser idosa já foi levando em consideração,
• Contrabando (há decisões autorizando a aplicação no
impedindo, assim, a aplicação da agravante.
caso de importação ilegal de pouca quantidade de
medicamento para uso próprio)

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• Roubo (ou qualquer crime cometido com violência ou Está correto o que se afirma em
grave ameaça à pessoa) A) I, apenas.
• Crimes contra a administração pública B) II, apenas.
C) III, apenas.
Súmula 589 do STJ - É inaplicável o princípio da D) II e III, apenas.
insignificância nos crimes ou contravenções penais E) I, II e III.
praticados contra a mulher no âmbito das relações
domésticas. 02) (FGV – 2022)
Súmula 599 do STJ - O princípio da insignificância é A Lei nº 4.729/1965 criminalizava a sonegação fiscal,
inaplicável aos crimes contra a administração pública. cominando pena de detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, além de multa de duas a cinco vezes o valor
Em relação ao crime de descaminho há entendimento no do tributo. Essa Lei veio a ser revogada pela Lei nº
sentido de que É CABÍVEL o princípio da insignificância, 8.137/1990, cujo Art. 1º aumentou a pena para 2 (dois)
apesar de se encontrar entre os crimes contra a a 5 (cinco) anos de reclusão e multa.
administração pública, trata-se de crime contra a ordem Em relação à essa mudança legislativa, assinale a
tributária. O STF sustenta que é cabível até o limite de afirmativa correta.
R$ 20.000,00. O STJ, mais recentemente, também A) O Art. 1º da Lei nº 8.137/1990 não pode ser aplicado
adotou este entendimento. às condutas praticadas antes da sua vigência.
A REINCIDÊNCIA é circunstância que pode afastar a B) O Art. 1º da Lei nº 8.137/1990 pode ser aplicado às
aplicação do princípio da insignificância. Entretanto o condutas praticadas antes da sua vigência.
STJ vem adotando o entendimento de que é possível, C) O Art. 1º da Lei nº 8.137/1990 pode ou não ser
excepcionalmente, a aplicação do princípio da aplicado às condutas praticadas antes da sua vigência, a
insignificância ainda que se trate de réu reincidente, a critério do Juiz.
depender das peculiaridades do caso, quando não se D) O Art. 1º da Lei nº 8.137/1990, por ser lei penal
tratar de habitualidade delitiva, ou seja, réu que se excepcional, embora decorrido o período de sua duração
dedica à prática de atividades criminosas reiteradamente ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
(AgRg no REsp 1715427/MG). aplica-se aos fatos praticados durante sua vigência.
O STF, no mesmo sentido, vem firmando entendimento E) O Art. 1º da Lei nº 8.137/1990, por ser lei penal
no sentido de que a reincidência, por si só, não afasta a temporária, embora decorrido o período de sua duração
possibilidade de aplicação do princípio (HC 139503). ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de aplica-se aos fatos praticados durante sua vigência.
furto qualificado pela escalada. 03) (CEBRASPE (CESPE) – 2022)
"[...] 1. A conduta imputada ao Recorrido – furto de um O princípio da legalidade desdobra-se em alguns
telefone celular e respectivo carregador, praticado subprincípios, entre os quais se incluem
mediante escalada – não se insere na concepção A) reserva legal, culpabilidade e anterioridade.
doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela. 2. No B) reserva legal, culpabilidade e retributividade.
caso do furto, não se pode confundir bem de pequeno C) reserva legal, retributividade e anterioridade.
valor com o de valor insignificante. Apenas o segundo, D) culpabilidade, retributividade e taxatividade.
necessariamente, exclui o crime em face da ausência de E) reserva legal, anterioridade e taxatividade.
ofensa ao bem jurídico tutelado, aplicando-se-lhe o 04) (Instituto AOCP – 2022)
princípio da insignificância." (STJ, REsp 1.239.797/RS, Vagner é agente da Polícia Civil de Goiás e se depara
Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 16-10-2012, DJe 23- com o seguinte Boletim de Ocorrência: determinado
10-2012). homem noticiado teria financiado uma mulher de 18
anos de idade, recém-completos, para que ela lhe
Exercícios
fizesse favores sexuais. Vagner, em vez de diligenciar
01) (FGV – 2023) para apurar os fatos, opta por encaminhar o
Acerca do Princípio da Legalidade Penal, analise as procedimento ao Delegado de Polícia, recomendando
afirmativas a seguir. pedido de arquivamento. Segundo Vagner, o fato
I. O princípio da anterioridade penal impede a aplicação apurado NÃO constitui delito por violação ao
da lei nova que agrave a pena quando a sua vigência é A) princípio da anterioridade.
posterior ao início da execução do delito, nos crimes B) princípio do ne bis in idem.
permanentes, ainda que atinja etapa da permanência. C) princípio da taxatividade.
II. A lei nova que, de qualquer forma, beneficie o D) princípio da legalidade.
acusado deve ser imediatamente aplicável; se o E) princípio da razoabilidade.
benefício for parcial, despreza-se a parte que prejudica
o réu, aplicando-se apenas a parte benéfica.
III. O princípio da legalidade da lei penal autoriza a
ultratividade da lei penal em prejuízo do acusado,
quando se tratar de norma legal de natureza temporária
ou excepcional.
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05) (FGV – 2022) C) O STJ, por meio da Súmula 599, entendeu que o
O princípio da intranscendência da pena veda que principio da insignificância é inaplicável aos crimes
A) o tempo total de cumprimento das penas privativas contra a administração pública, apesar de esse
de liberdade ultrapasse 40 anos. entendimento possuir aplicação mitigada, visto que
B) uma pessoa seja novamente punida no Brasil, se já tanto o STF quanto o próprio STJ já aplicaram o
houver cumprido pena pelo mesmo crime no exterior. principio da insignificância em determinados casos
C) em caso de concurso de crimes, a pena final julgados.
aplicável, obtida pelo critério da exasperação da pena de D) A doutrina e jurisprudência admitem o principio da
um dos delitos, supere o resultado da soma das penas insignificância em relação ao crime de descaminho.
de cada um deles.
09) (FGV – 2022)
D) o sucessor do condenado pelo crime seja obrigado a
O princípio da insignificância é admitido na doutrina e na
reparar o dano causado pelo infrator em valor superior
jurisprudência em relação ao delito de
ao que este deixou de herança.
A) descaminho.
E) se cumpra, no Brasil, pena aplicada por órgão
B) uso de documento falso.
jurisdicional estrangeiro sem o exequatur do STJ.
C) supressão de documento.
06) (CEBRASPE (CESPE) – 2023) D) roubo simples.
Considerando os princípios do direito penal e as E) contrabando.
disposições referentes à aplicação da lei penal no tempo
10) (FGV – 2022)
e no espaço, julgue o item a seguir.
Com relação aos princípios penais, assinale a assertiva
O princípio da insignificância ou bagatela própria é uma
incorreta.
causa supralegal de exclusão da tipicidade material.
A) Segundo o princípio da legalidade estrita, novos
Certo ( ) Errado ( ) crimes só podem ser criados através de lei ordinária.
B) O princípio da lesividade parte da premissa que o
07) (FGV – 2022)
direito penal só pode incidir em hipóteses de lesão ou
João foi condenado, em sentença penal transitada em
risco de lesão a bens jurídico-penais.
julgado, pela prática de crime, (1) à pena privativa de
C) O princípio da intranscendência possui previsão
liberdade; (2) à pena restritiva de direitos, consistente
constitucional, além de ser acolhido pela jurisprudência
na prestação de serviços em um abrigo de idosos; (3) a
dos tribunais superiores.
reparar o dano causado à vítima; e (4) a perder os bens
D) O princípio da adequação social implica na exclusão
adquiridos ilicitamente. Poucos dias depois, João
da tipicidade material diante da prática de condutas
faleceu.
criminosas, porém socialmente aceitas.
Nesse caso, à luz da ordem constitucional, uma vez
E) O princípio da insignificância implica na exclusão da
preenchidos os requisitos legais e observados os limites
tipicidade formal diante lesão ou risco de lesão
estabelecidos, podem ser transmitidas aos herdeiros de
irrelevante ao bem jurídico tutelado.
João as consequências descritas:
A) somente em 1 e 2;
B) somente em 1 e 3;
C) somente em 3 e 4;
D) somente em 2, 3 e 4;
E) em 1, 2, 3 e 4.
08) (Instituto Referência – 2023)
A doutrina é segura ao afirmar que o Direito Penal não
deve se ocupar com bagatelas ou insignificâncias, isto é,
não deve haver preocupação com condutas que não
afetem a sociedade por inteiro, de modo que o crime
não pode ser visto "apenas" como uma simples
transgressão à Lei Penal determinada pelo Estado, mas
uma conduta que causa grave ofensa ao bem jurídico
protegido.
Acerca do Princípio da Insignificância, marque a opção
INCORRETA.
A) Para a incidência do principio da insignificância, o
Supremo Tribunal Federal designou a necessidade da
existência dos seguintes vetores: Mínima ofensividade
da conduta; Inexistência da periculosidade social da
ação; Reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica
provocada.
B) O principio da insignificância possui a finalidade de
excluir a ilicitude da conduta.
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