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CONCEITOS, FONTES E PRINCÍPIOS

Principio da insignificância
STJ e o STF são convergentes no Mínima ofensividade da conduta do agente
sentido de considerar os Nenhuma periculosidade da ação
requisitos do princípio da Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento lesivo
insignificância: Inexpressiva lesão jurídica
Primariedade e bons antecedentes (não é o que prevalece)
STJ Avaliação da significância da lesão para a vítima
Absolvição na esfera da tipicidade material
Não é aplicado aos crimes contra a Administração Pública e
contra a Fé Pública
STF Realidade econômica do país
Não é aplicado aos crimes contra a Administração Pública e
contra a Fé Pública e contra a Fé Pública.
O STF não tem aplicado o princípio da insignificância no uso
de drogas por militar em serviço (Pleno do STF/informativo
519).
Princípio da adequação social
Proposto por Hans Possui a função de restringir a STF indeferiu HC em que a
Welzel abrangência do tipo penal, limitando sua Defensoria de SP requeria, com base
interpretação e dele excluindo as no princípio da adequação social, a
condutas consideradas socialmente declaração da atipicidade da conduta
adequadas e aceitas pela sociedade. imputada a condenado como incurso
Destina-se também ao legislador, nas penas do art. 184, §2º, do CP,
orientando-o na escolha de conduta a ser violar os direitos do autor e que lhes
proibida ou imposta, bem como na são conexos. Asseverou a Turma
revogação dos tipos penais. que o fato de a sociedade tolerar a
prática do delito em questão não
implicaria dizer que o
comportamento do paciente poderia
ser considerado ilícito.
Princípio da legalidade
Princípio da legalidade = princípio da reserva legal +anterioridade.
A Constituição da República, obediente a tradição constitucional reservou exclusivamente à lei anterior a
definição dos crimes, das penas correspondentes e a consequente disciplina de sua individualização.
Princípio da fragmentariedade
O Direito penal limita-se somente a castigar as ações mais graves contra os bens jurídicos mais
importantes. Só se ocupa de uma parte, fragmentos, de maior eminência.
Só deve ser acionado quando os outros ramos do direito não sejam suficientes para a proteção dos bens
jurídicos envolvidos.
Princípio da Intervenção Mínima
Rogério Greco chama esse princípio de ultima ratio.
É com base nesse princípio que os direitos são delecionados para permanecer sob a tutela do Direito
Penal.
A intervenção do Direito Penal apenas se justifica quando os bem jurídico tutelado tenha sido exposto a
um dano com relevante lesividade.

O princípio da insignificância NÃO tem incidência apenas nas condutas tipificadas como
infração de menor potencial ofensivo. Os demais crimes, apesar de serem social e penalmente
relevantes, não afastam a incidência do referido princípio.

IMPO (Infração de Menor Potencial Ofensivo), por si, só, possuem valoração legislativa acerca
do desvalor da ação e do resultado, por meio da proporcional e adequada reprimenda à lesão
ao bem jurídico protegido, sendo este o substrato legal na aplicação do princípio.

Segundo a jurisprudência do STF, é possível a aplicação do princípio da insignificância


porcrimes de descaminho, devendo-se considerar, como parâmetro, o valor consolidado igual
ou inferior a R$ 10.000.00 e não R$ 7.500.00 (descaminho significa importar ou exportar
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mercadorias permitidas sem o devido respeito à legislação tributária e contrabando significa
um crime de fulcro penal dada a proibição de comercialização de determinados bens – drogas,
por exemplo).

Nos casos de delitos contra o patrimônio sem violência ou grave ameaça à pessoa, a aplicação
do princípio da insignificância é admitida pelo STJ, mesmo que existam condições pessoas
desfavoráveis, tais como maus antecedentes, reincidência ou ações penais em curso.

Para que ocorra o reconhecimento do princípio da insignificância, tem de haver conduta típica,
ou seja, ofensa grave a bens jurídicos tutelados, sendo suficiente lesões irrelevantes aos bens
ou interesses protegidos.

A venda de cópias não autorizadas de CDs e DVDs – cópias piratas – por vendedores
ambulantes que não possuam outra renda além da advinda dessa atividade, apesar de ser
conduta tipificada, não possui, segundo a jurisprudência do STJ, tipicidade material, aplicando-
se ao caso o princípio da adequação social.

O princípio da adequação social do fato não se confunde com a teoria do risco permitido ainda
que tenha como pressuposto fundamental a existência de uma lesão ao bem jurídico que não
chega a constituir um desvalor do resultado, o qual é permitido por uma interpretação
teleológica restritiva dos tipos penais, na adequação social, e, no risco permitido, ocorre pelo
desvalor da ação que repercute no desvalor do resultado.

O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal não se estende às consequências


jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da condenação, nem abarca as medidas de
segurança.

O princípio do ne bis in idem ou nos bis is idem traduz a proibição de punir ou processar
alguém duas ou mais vezes pelo mesmo fato e concretiza-se pela valoração integral da conduta
delituosa.

De acordo com o Princípio da Fragmentariedade, a lei penal só deverá intervir quando for
absolutamente necessário, para a sobrevivência da comunidade, como a ultima ratio.

É de todo inadmissível no direito penal moderno a responsabilidade objetiva. O princípio que


veda a responsabilização com fundamento apenas no nexo material, ou seja, em razão da
conduta e do resultado, é o princípio da culpabilidade.

O princípio da presunção de inocência diz que todos são inocentes até que se prove o contrário
ou sentença condenatória definitiva. Esse princípio consta expressamente no texto.

Para saber qual é a norma geral e qual é especial é preciso analisar o fato concreto praticado,
não bastando que se comparem abstratamente as descrições contidas nos tipos penais.

O princípio da especialidade é o único previsto expressamente no Código Penal.

Ocorre um conflito aparente de normas penais quando ao mesmo fato parecerem ser aplicáveis
duas ou mais normas (ou tipos). A solução do conflito aparente de normas dá-se pelo emprego
de alguns princípios (ou critérios), os quais, ao tempo em que afastam a incidência de certas
normas, indicam aquela que deverá regulamentar o caso concreto. Os princípios que
solucionam o conflito aparente de normas, segundo a doutrina penal são: o da especialidade, o
da subsidiariedade, e da consunção e da alternatividade.

O princípio constitucional da legalidade em matéria penal exige a taxatividade da lei


incriminadora, admitindo, em certas situações, o emprego da analogia.

A analogia in malan partem não é admissível no ordenamento penal brasileiro.

Umas das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de ser realizar incriminações
vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo penal incriminador, é
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obrigatória a existência de definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo vedada,
com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos.

O princípio da legalidade exige, além da previsão legal do crime e da pena anteriores ao fato
praticado, definição de conduta e cominação balizada de punição.

Em razão do princípio da presunção de inocência não é possível haver prisão antes da sentença
condenatória transitada em julgado. A Súmula 9 do STJ estabelece que a prisão provisória não
ofende o princípio constitucional da presunção de inocência.

Extraterritoriedade

LEI PENAL NO ESPAÇO


Extraterritorialidade/ficam Crimes Contra a vida ou a liberdade do
sujeitos à lei brasileira, embora (extraterritorialidade Presidente da República (defesa
cometidos no estrangeiro: incondicionada) ou real)
agente/punido segundo a Contra o patrimônio ou a fé
É inaplicável o princípio da lei brasileira, ainda que pública da união, do DF, Estado,
extraterritorialidade às absolvido ou condenado no Território, Município, Empresa
contravenções penais. Essa estrangeiro Pública, Sociedade de Economia
proibição está expressa na lei Mista, Autarquia ou Fundação
especial (lei das contravenções instituída pelo poder público (defesa
penais). ou real)
Contra a administração Pública,
Se a presidente Dilma for vítima por quem está a seu serviço
de roubo com resultado morte (defesa ou real)
(latrocínio /não é crime contra Genocídio, quando o agente for
a vida ou a liberdade do brasileiro ou domiciliado no
presidente) no exterior não Brasil
será caso extraterritorialidade CRIMES Tratado ou convenção, o Brasil
incondicionada e sim de se obrigou a reprimir (justiça
(extraterritorialidade
extraterritorialidade penal universal/cosmopolita)
condicionada)/aplicação da
hipercondicionada.
lei brasileira depende do
Praticado por brasileiro
concurso de algumas
Os princípios da (nacionalidade ativa)
condições:
territorialidade, da Praticados em aeronaves ou
nacionalidade, da defesa e da embarcações brasileiras,
-Entrar o agente em
justiça penal universal auxiliam mercantes ou de propriedade
território nacional;
a determinar a aplicação da lei privada, quando em território
penal no espaço, em face de estrangeiro e aí não sejam
-Fato punível também
teoria da ubiquidade ou mista julgados (pavilhão da bandeira ou
no país em que foi
adotada no ordenamento penal da substituição)
praticado;
em vigor.
-Estar incluídos entre
aqueles pelos quais a
lei brasileira autoriza a
extradição;

-Não ter sido o agente


absolvido no
estrangeiro ou não ter
aí cumprido a pena.

-Não ter sido o agente


perdoado no
estrangeiro ou, por
outro motivo, não estar
extinta a punibilidade,
segundo a lei mais
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favorável.
Aplicação ao estrangeiro (extraterritorialidade
hipercondicionada) a lei brasileira aplica-se também ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se
reunidas as condições previstas anteriormente e (nacionalidade
passiva).

-Não foi pedida ou negada a extradição;

-Houve requisição do MJ;


Considere que Paul, cidadão britânico domiciliado no Brasil, em visita à Argentina, tenha
praticado o delito de genocídio contra vítimas de nacionalidade daquele país e fugido, logo em
seguida, para o Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei penal brasileira.
Extraterritorialidade incondicionada.

Será submetido ao Código Penal o agente, brasileiro que cometer, ainda que no estrangeiro,
crime contra a administração pública, estando a seu serviço, ou cometer crime contra o
patrimônio ou a fé pública da União, de empresa pública ou de sociedade de economia mista. A
circunstância de a conduta ser lícita no país onde foi praticada ou de se encontrar extinta a
punibilidade será irrelevante para a responsabilização penal do agente no Brasil.

Se o presidente do STF, em viagem oficial à Itália, for agredido por manifestantes contrários à
sua presença naquele país, resultando-lhe ferimentos graves, a essa hipótese aplicar-se-á a lei
penal brasileira de forma incondicionada, com base no princípio da universalidade, ou da
justiça universal.

Contra Extraterritorialidade incondicionada


a vida
ou a
liberd
ade do
Presid
ente
da
Repúb
lica
Crimes Crimes contra Homicídio
contra a vida
a Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
pessoa Infanticídio
Abordo provocado pela gestante ou com seu consentimento
Aborto provocado por terceiro
Lesões Natureza Incapacida Natureza Incapacidad
corporais/ofe grave de para as gravíssima e
nder a ocupações Reclusã (doutrina) permanente
integridade habituais o de 1 para o
corporal ou a por mais a5 trabalho Reclusã
saúde de de 30 dias anos Enfermidade o de 2
outrem comina incurável a8
pena de Perda ou anos
detenção de 3 inutilização
meses a 1 ano. de membro,
sentido ou
função
Perigo de Deformidade
vida permanente

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Debilidade Aborto
permanen
te de
membro,
sentido ou
função
Aceleraçã
o do parto
Seguida de morte
Culposa
Violência doméstica
Perigo de contágio venéreo
Perigo de contágio de moléstia grave
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Abandono de incapaz Abandonar pessoa que
está sob seu cuidado,
guarda, vigilância ou
autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz
de defender-se dos
riscos resultantes do
abandono comina pena
de detenção de 6 meses
a 3 anos.
Se resultar em lesão
corporal de natureza
grave comina pena de
reclusão de 1 a 5 anos
Se resultar morte comina
pena de 4 a 12 anos
Amento de pena de 1/3
-Abandono ocorre em
lugar ermo;

-Agente é ascendente ou
descendente, cônjuge,
irmão, tutor ou curador
da vítima;

-Vítima é maior de 60
anos;
Exposição ou abandono de recém-nascido Expor ou abandonar
recém-nascido, para
ocultar desonra
própria comina pena de
detenção de 6 meses a 2
anos.
Resultar lesão de
natureza grave comina
pena de detenção de 1 a
3 anos
Se resultar morte comina
pena de 2 a 6 anos
Omissão de Socorro/próprio- Omissivo impróprio – é penalmente
Deixar de prestar assistência, relevante quando o omitente devia
quando possível fazê-lo sem risco e podia agir para evitar o resultar.
pessoal, à criança abandonada ou O dever de agir incumbe a quem:
extraviada, ou à pessoa inválida Tenha por lei obrigação de cuidado,
ou ferida, ao desamparo ou em proteção ou vigilância

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grave e iminente perigo; ou não De outra forma, assumiu a
pedir, nesses casos, o socorro da responsabilidade de impedir o resultado
autoridade pública comina pena Comportamento anterior, criou o risco
de detenção de 1 a 6 meses, ou da ocorrência do resultado
multa.
Maus-tratos
Rixa
Crimes contra a honra

O crime de lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, entre outros aspectos, havendo
dolo na conduta e culpa na conduta consequente. Resultado consequente. Só existe uma
conduta.

Os crimes comissivos por omissão – também chamados de crimes omissivos impróprios – são
aqueles para os quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma
inação.

O crime de omissão de socorro não admite tentativa, porquanto estando a omissão tipificada
na lei como tal e tratando-se de crime unissubsistente, se o agente, sem justa causa, se omite,
o crime já se consuma.

Considera-se crime toda ação ou omissão típica, antijurídica e culpável.

A lei penal e processual penal observam o princípio da irretroatividade, excepcionando os


casos em que a lei retroage para beneficiar o réu. O dispositivo constitucional que estabelece
que a lei não retroagirá faz alusão tão somente à lei penal. A lei processual penal tem aplicação
imediata, disciplinando o restante do processo. Não tem, pois, efeito retroativo.

O dispositivo legal que prevê o estado de necessidade é uma norma penal não incriminadora
permissiva justificante porque tem por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente. As
normas penais podem ser classificadas em incriminadoras e não incriminadoras. As primeiras
definem as infrações e estabelecem as respectivas sanções. As segundas podem ser dividas em
permissivas (confere ilicitude a certos comportamentos) e explicativas.

A responsabilidade penal pela indenização do prejuízo que foi causado pelo condenado ao
cometer o crime não pode ser estendida aos seus herdeiros sem que, com isso, seja violado o
princípio da personalidade da pena. Vige, no Direito Penal, o princípio da pessoalidade, ou da
personalidade, ou da responsabilidade pessoal, que prescreve que a pena não poderá passar
da pessoa do delinquente, podendo, entretanto, a obrigação de reparar o dano e decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos seus sucessores e contra eles
executadas até o limite do valor do patrimônio transferido.

A extraterritorialidade da lei penal condicionada e a da incondicionada têm como elemento


comum a necessidade de ingresso do agente no território nacional.

Suponha que Leôncio tenha praticado crime de estelionato na vigência de lei penal na qual
fosse prevista, para esse crime, pena mínima de dois anos. Suponha, ainda, que, no
transcorrer do processo, no momento da prolação da sentença, tenha entrado em vigor nova
lei penal, mais gravosa, na qual fosse estabelecida a duplicação da pena mínima prevista para
o referido crime. Nesse caso, é correto afirmar que ocorrerá a ultratividade da lei penal.

Com relação ao crime de lesão corporal seguida de morte, admite-se o resultado morte doloso
ou culposo.

Crimes, contravenções

O dolo direto ou eventual é elemento subjetivo do delito de violação de direito autoral, não
havendo previsão para a modalidade culposa desse crime.
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A tentativa de contravenção, mesmo que factível, não é punida.

O crime de mão própria, também chamado de atuação pessoal ou de conduta infungível, só


pode ser cometido pelo sujeito em pessoa.

Tentativa

Caso seja caracteriza a tentativa de homicídio, a pena aplicada será reduzida de 1 a 3/3 da
pena correspondente ao crime consumado.

Apesar de, no campo fático, ser possível ocorrer a tentativa d contravenção penal, esta,
quando se desenvolve na forma tentada, não é penalmente alcançável.

Diz-se o crime é Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
consumado legal
Tentativa Tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circusntancias alheias à vontade
do agente
Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa
com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de 1 a 2/3
Não admitem Crimes culposos
tentativa Crimes preterdolodos
Crimes omissivos próprios
Contravenções penais (existe/não é punível)
Crime de atentado
Crimes habituais
Crimes unissubisistentes

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução (desistência voluntária) ou


impede que o resultado se produza, só responderá pelos atos já praticados (arrependimento
eficaz).

Arrependimento posterior

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida se 1 a 2/3.

No caso de prática de crimes sem violência ou sem grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída até o oferecimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, aa pena
será reduzida de 1 a 2/3.

Erro de tipo, proibição e concausas

Erro de Essencial Escusável, Exclui o dolo e a culpa Erro de Inevitável


tipo INEVITÁVEL, proibição isenta o
INVENCÍVEL agente de
pena
Inescusável, Evitável pela diligência Evitável
EVITÁVEL, ordinária/agente poderá
VENCÍVEL responderá por crime diminuí-la de
culposo se previsto em lei 1/6 a 1/3
Acidental Não exclui o dolo Objeto
Pessoa Vítima
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virtual

Execução Vítima
(aberratio ictus) virtual

Resultado Responde
diverso do pelo
pretendido resultado
(aberratio provocado
criminis) /modalida
de
culposa
Erro sobre o
nexo causal

Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por desconhecimento invencível de


algum elemento do tipo quanto a conduta do agente que age acreditando estar autorizado a
fazê-lo ensejam como consequência a exclusão do dolo e, por conseguinte, a do próprio crime.

As causas ou concausas absolutamente independentes e as causas relativamente


independentes constituem limitações ao alcance da teoria da equivalência das condições.

Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor de sessenta e oito anos
de idade, um relógio de alto valor. Nessa situação, o autor não pode beneficiar-se da escusa
penal absolutória, em razão da idade da vítima.

Servidor público alfandegário que, em serviço de fiscalização fronteiriça, permitir a


determinado indivíduo penalmente imputável adentrar o território nacional trazendo consigo,
sem autorização do órgão competente e sem o devido desembaraço, pistola de calibre 380 de
fabricação estrangeira deverá responder pela prática do crime de facilitação de contrabando,
com infração do dever funcional excluída a hipótese de aplicação do Estatuto do
Desarmamento.

Considera-se evitável o erro quando o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
do fato, sendo-lhe possível, nas circunstâncias, ter o agir atingir essa consciência.

O erro de tipo, se vencível, afasta o dolo e a culpa, estando diretamente ligado à tipicidade da
conduta do agente. Se a culpa estiver prevista em lei vai responder sim.

Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por desconhecimento invencível de


algum elemento do tipo quanto a conduta do agente age acreditando estar autorizado fazê-lo
ensejam como consequência a exclusão do dolo e, por conseguinte, a do próprio crime.

O agente que, por circunstancias alheias à sua vontade, não consegue prosseguir na execução
só responde pelos atos já praticados. Responde por tentativa.

Embriaguez

Estará isento de pena o agente que, por embriaguez culposa, seja, ao tempo da ação ou
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

Excludentes

EXCLUDENTES
Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Punibilidade
Coação física Parte Geral Ausência de Menoridade Anistia
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Legítima defesa imputabilidade Doença mental ou Morte do agente
Estado de desenvolvimento Graça
Necessidade mental retardado Indulto
Estrito cumprimento Retroatividade
do dever legal de lei que não
Exercício regular de mais considera
um direito o fato como
criminoso
Prescrição
Decadência
Perempção
Reparação do
dano no
peculato culposo
Retratação do
agente
Perdão judicial
Escusas
Embriaguez completa absolutórias
por caso fortuito ou (não estão
força maior expressas no
CP)

Princípio da Parte Especial Inexistência de Erro de proibição


insignificância Aborto para salvar Potencial inevitável
a vida da gestante conhecimento da
Aborto/gravidez ilicitude
Princípio da quando resultar de Ausência de Coação moral
adequação social estupro inexigibilidade de irresistível
Injúria e difamação conduta diversa
quando a ofensa é Obediência
irrogada em juízo hierárquica
na discursão da
causa, na opinião
desfavorável da
crítica artística ou
científica e no
conceito emitido por
funcionário público
em informação
prestada no
desempenho de
suas funções
Constrangimento
ilegal/cirurgia sem
o consentimento do
paciente
Coação para
impedir o suicídio
Violação do
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domicílio/crime lá
cometido
Supralegal
Consentimento do
ofendido
Em relação às excludentes de ilicitude, na hipótese de legítima defesa, o agente deve agir nos
limites do que é estritamente necessário para evitar injusta agressão a direito próprio ou de
terceiro.

A consumação do crime independe da presença, ou não, das condições de punibilidade,


todavia, não se verificando estas, o delito não poderá ser punido, nem sequer na forma
tentada.

Para que se configure a legítima defesa, faz-se necessário que a agressão sofrida pelo agente
seja antijurídica, contrária ao ordenamento jurídico, configurando, assim, um crime. Precisa
ser injusta.

O instituto da prescrição é aplicável a medida de segurança a que esteja sujeito o inimputável,


não podendo a duração dessa medida ultrapassar o limite máximo abstratamente cominado ao
crime.

Culpabilidade

A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencia consicencua da ilicitude são


elementos da culpabilidade.

Extinção da Morte do agente A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto,


punibilidade Anistia elemento constitutivo ou circunstância agravante de
(lei/clemência outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a
política, social, etc, extinção da punibilidade de um deles não impede,
esquece um fato quanto aos outros, a agravação da pena resultante
criminoso, da conexão
apagando seus
efeitos penais
(principais e
secundários)/graça
(benefício
individual, com
destinatário certo
que depende da
provocação do
interessado)ou
indulto (benefício
coletivo sem
destinatário certo
e que não
depende de
provocação)
Retroatividade de Prescrição antes de 20 anos, se o máximo da
lei que não mais transitar em julgado a pena é superior a 12
considera o fato sentença/ regula-se pelo 16 anos, se o máximo da
como criminoso máximo da pena privativa pena é superior a 8 anos e
de liberdade cominada ao não excede a doze
crime, verificando-se 12 anos, se o máximo da
pena é superior a 4 anos
anos e não excede a oito
8 anos, se o máximo da
pena é superior a 2 anos e
não excede a quatro
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4 anos, se o máximo da
pena é igual a 1 ano ou,
sendo superior, não
excede a dois
3 anos, se o máximo da
pena é inferior a 1 ano
Prescrição, Termo inicial da Dia em que o crime se
decadência ou prescrição antes de consumou
perempção transitar em julgado a Caso de tentativa, do dia em
sentença final que cessou a atividade
criminosa
Crimes permanentes, do dia
em que cessou a
permanência
Bigamia e nos de falsificação
ou alteração de
assentamento do registro
civil, da data em que o fato
se tornou conhecido
Renúncia do direito Crimes contra a dignidade
de queixa ou pelo sexual de crianças e
perdão aceito, nos adolescentes, previstos
crimes de ação neste Código ou em
privada legislação especial, da data
Retratação em que a vítima completar
Perdão judicial 18 (dezoito) anos, salvo se
a esse tempo já houver sido
proposta a ação penal.

Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham praticado crimes
hediondos.

As causas de extinção da punibilidade, como a prescrição, a morte do autor do fato e a


decadência do direito de queixa podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz.

A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punição por fatos considerados


delituosos, e constitui ato privativo do Presidente da República.

Escusas absolutórias não constituem causas extintivas da punibilidade expressas no CP.

Concurso de pessoas

Concurso material ou Adotou-se o sistema de cumulação de penas. As penas de cada crime são
real aplicadas individualmente (pena isolada) e em seguida são somadas.
Concurso material ou real homogêneo = crimes idênticos
Concurso material ou real heterogêneo = não idênticos
É possível o concurso de entre crime doloso outro culposo. Ex:
aberratio ictus com pluralidade de resultados, um doloso e outro
culposo.
CONCURSOS DE Concurso eventual Cometido por 1 ou várias pessoas
PESSOAS (monosubjetivo)

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Concurso Só pode ser praticado por um número plural de
necessário agentes
(plurissubjetivo)

O assunto concurso de pessoas só faz sentido nos crimes


plurissubjetivos.
Requisitos do Pluralidade de agentes
concurso de agentes Relevância causal de várias condutas
Liame subjetivo/ não se exige o acordo de
vontades, bastando a pretensão de
participar e cooperar com a ação de
outrem/ Ex: empregada doméstica que
visualizando um grupo de bandidos na rua deixa
a porta da casa dos patrões aberta. A
empregada responde também por furto/Na falta
de liame subjetivo não haverá concurso de
pessoas
Identidade de Trata-se de uma
infração penal consequência regra,
prevista no art. 29 do
CP. Adotou-se, no
referido artigo, a
teoria monistas ou
unitária, segundo o
qual todos os
envolvidos
respondem pelo
mesmo crime, na
medida de sua
culpabilidade.
Teoria monista ou Os vários concorrentes
unitária respondem por uma
mesma infração penal
Teoria dualista Os autores respondem
por infrações penais
distintas dos partícipes
Teoria pluralista Os vários concorrentes
respondem por
infrações diversa (não
há identidade de
infrações)
Art. 29, §1º causa Pequena eficiência para a execução do crime/
geral de diminuição Não se aplica para o caso de coautoria
de pena 1/6 a 1/3 –
participação de
menor importância
O Brasil adota como regra a Teoria Monista e excepcionalmente a
Teoria pluralista.
São requisitos para caracterizar o concurso de pessoas:
Pluralidade de pessoas, nexo causal das várias condutas e liame
subjetivo entre os agentes.
Com relação ao concurso de pessoas, no CP, tal como no sistema
monístico ou unitário, distinguem-se a punibilidade de autoria e
participação. Caso ocorra arrependimento do partícipe que tenha
instigado ou induzido o autor à prática da infração e este tenha
decidido pelo cometimento do delito, somente não será
responsabilizado o partícipe se consegui impedir que o autor
realize a conduta criminosa.
Toda vez que há um acordo de vontades haverá um liame
subjetivo. Mas nem toda vez que existir um liame de vontades
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haverá acordo de vontades (pode haver a adesão de vontades).
Autor Teoria restritiva (objetiva) Considera autor
aquele que pratica a
conduta descrita no
tipo
Tem na base a teoria finalista Autor é aquele que
possuindo todo o
domínio da conduta
pratica diretamente o
fato (autor ou
executor/direito)
Também é autor aquele
que mesmo não
praticando diretamente
o fato possui uma
atividade indispensável
no pano global (autor
ou coautor funcional)
Aquele que se vale de
um terceiro (agente
instrumento) para
executar o fato (autor
mediato)
Teoria extensiva (subjetiva ou Autor é todo aquele
unitária) que, de qualquer modo,
concorre para o
resultado (não
distingue partícipe de
autor)
Teoria do domínio do fato Autor é quem tem o
poder de decisão, não
necessariamente
executando o núcleo do
tipo. Ou seja, uma
ordem sua inicia ou faz
cessar a execução (só
se aplica aos crimes
dolosos)
Tem prevalecido a teoria restritiva, mas o STF já deu amostra da
teoria do domínio do fato.
Coautor/número plural Teoria Haverá coautoria
de agentes restritiva sempre que
pluralidade de
agentes realiza
(ainda que em
parte) o verbo
nuclear do tipo.
Quem, de qualquer
modo, induz,
instiga ou auxilia,
sem realizar o
núcleo do tipo, será
partícipe
Teoria Consideram-se coautores
extensiva todos os que, de qualquer
modo, concorrem para o
crime, realizando ou não o
núcleo do tipo (não reconhece
a figura do partícipe)
Teoria do Coautores são não somente
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
domínio do os executores do comando
fato descrito no tipo, mas também
aqueles que, sem realizarem
diretamente o núcleo,
dominam finalística ou
funcionalmente o fato,
podendo fazer com que o
crime ocorra ou não, tendo
poder de decisão da
realização final do fato
Coautoria sucessiva A regra é que todos os autores iniciem juntos
a empreitada criminosa. Porém pode
acontecer que alguém ou um grupo adira
subjetivamente à conduta criminosa depois
de começado o “inter criminis”. É o caso da
coautoria sucessiva.
Coautoria Crime Tipo penal não exige
comum qualidade ou condição
especial do agente/admite
coautoria e participação. Ex:
homicídio, furto etc.
Crime Tipo penal exige qualidade ou
próprio condição especial do
agente/admite coautoria e
participação. Ex: Peculato,
concussão etc.
Crime de Tipo penal exige qualidade ou
mão- condição especial do agente/
própria admite apenas
participação. Ex: falso
testemunho
No exemplo do advogado “A”
induzir a testemunha “B” a
mentir em juízo, em tese, “B”
responderia por autor no
crime de falso testemunho e
“A” como partícipe. Porém os
tribunais superiores têm
decidido que o advogado
responderá por falso
testemunho como autor
também. Logo, os tribunais
superiores tem
considerado a hipótese de
coautoria em crime de
mão-própria, adotando
assim a teoria do domínio
do fato
Admite-se COAUTORIA em crimes culposos e dolosos.
Coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei
define como crime.
Não há impedimento jurídico ao reconhecimento da co-autoria em crime culposo, pois os que
de qualquer modo colaboram para a ocorrência do resultado praticam, ato de execução
culposo, incidindo nas mesmas penas ao delito cominadas.
Partícipe Coadjuvante do crime (fato típico e ilícito praticado
por autor conhecido e individualizado).
Adotou-se a teoria da acessoriedade média ou limitada
Teoria da Punição do partícipe depende da
acessoriedade conduta principal típica
mínima
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
Teoria da Punição do partícipe/ a conduta
acessoriedade principal deve ser típica e ilícita
média
Teoria da Para se punir o partícipe depende da
acessoriedade conduta principal típica, ilícita e
máxima culpável
Hiperacessoriedade Punição do partícipe depende da
conduta principal típica, ilícita,
culpável e punível
Existem duas Moral Induz e instiga
espécies de
partícipes: Materia Auxilia
l
Art. 29 do CP Se cotejada a atuação do partícipe com
(norma de o tipo penal violado para o efeito de
extensão) verificação da tipicidade será manifesta
a falta de adequação, pois o partícipe
não realiza o ato nuclear. A adequação
será possível graças a norma de
extensão pessoal do art. 29 do CP.
Não se admite participação nos CRIMES CULPOSOS. É imprescindível a
Não há participação dolosa em crimes culposos, por ausência de vínculo homogeneidade
subjetivo. elementos subjetivos
Só se admite participação dolosa nos crimes dolosos (não se admite a
participação culposo em crimes dolosos).
É possível haver a participação sucessiva.
É possível existir a participação em cadeia.
Autor Realizar diretamente a conduta prevista no tipo,
Mediato comete fato punível por meio de outra pessoa,
usando-a como seu instrumento
É aquele que, sem realizar diretamente a conduta
prevista no tipo, comete fato punível por meio de outra
pessoa, usando como seu instrumento (aproxima-se do
partícipe, mas com ele não se confunde, pois seu
comportamento é meramente
acessória, mas principal)
CP prevê quatro Erro determinado por terceiro
hipóteses expressas (art. 20, §2º do CP)
de autoria mediata Coação moral irresistível (art.
22, 1ª parte do CP)
Obediência hierárquica (art.
22, 2ª parte do CP)
Caso instrumento
impunível/utiliza-se de um
inimputável para a prática do
crime(art. 62, III do CP)
É possível autoria mediata em crimes próprios, desde que
o autor mediato reúna as qualidades exigidas pelo tipo.
Não se admite coautoria em crimes de mão-própria. Porém
Rogério Greco prevê uma exceção: Testemunha sofre
coação moral irresistível para mentir e juízo/quem coagiu é
autor mediato
Autoria Dois ou mais agentes “A” atira em “C” e “B” também
colateral embora convergindo suas atira em “C”. Constatou-se que
(autoria condutas para a prática o tiro que matou “C” é
imprópria) de um mesmo fato, não proveniente da arma de “B”.
atuam unidos pelo “B” vai responder por
liame subjetivo homicídio consumado e “A” por
tentativa (concausas
absolutamente independentes)
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
AUTORIA É uma espécie de autoria colateral, porém não se consegue
INCERTA determinar qual dos comportamentos causou o resultado.
Nesse caso ambos respondem por tentativa (in dubio pro
reu)
Cooperação “Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos
dolosament grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste”. “Esta pena
e distinta o poderá ser aumentada até a metade, na hipótese de
art. 29§2º ter sido previsível o resultado mais grave”.
do CP Ex: A e B resolvem furtar uma Violência empregada por
residência (art. 155 do B era IMPREVISÍVEL, A
CP). A vigia quanto B toma a responde por furto
intimidade da casa. B, ao se Violência empregada por
deparar com os moradores B era PREVISÍVEL, A
dentro do imóvel agride os responde pelo furto mais
moradores e o furto se aumento de pena de
transforma em roubo (art. 157 1/2
do CP). B vai responder, sem Violência empregada por
dúvida, B foi PREVISTA, A
por roubo consumado. A vai responde por roubo
depender:
Não é possível a coautoria em crimes de mão-
própria. É possível apenas a participação.
É admissível a coautoria nos crimes próprios, desde
que o terceiro conheça a especial condição do autor.
Para o STF, aqueles que combinam um roubo com
emprego de arma estão assumindo o risco (dolo
eventual) de qualquer um dos concorrentes matar a
vítima para assegurar a execução do roubo.
Não se “Não se comunicam as circunstâncias e as condições
comunicam de caráter pessoal, salvo como elementares do
as crime”.
circunstânc Circunstâncias Dados acessórios do crime que apenas
ias e as agravam ou atenuam a pena nele
condições prevista. Não integra o tipo penal.
de caráter Elas podem ser objetivas (ou materiais)
pessoal ou subjetivas (pessoais)
Objetivas/materiais Comunicam-
aspecto exterior do se, desde que
crime, como por tenham
exemplo, o modo de entrado na
execução, tempo ou esfera de
lugar da infração conhecimento
etc. do
concorrente.

Subjetivas/pessoais Não se
dizem respeito ao comunicam
estado anímico do aos
agente ou motivo do concorrentes
crime, como por do crime.
exemplo, motivo fútil,
torpe, relevante valor
social ou moral,
domínio de violenta
emoção etc.

Elementares
Componentes essenciais do crime.

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
g
É tudo aquilo que, se retirado do tipo,
deixa este de ser aquele específico
(exemplo violência no roubo).
Objetivas/materiais Comunicam-
abrange o aspecto se, desde
exterior do crime, que tenham
como por exemplo, o entrado na
modo de execução, esfera de
tempo ou lugar da conheciment
infração etc; o do
concorrente.
Subjetivas dizem Comunicam-
respeito ao estado se aos
anímico do agente ou concorrentes
motivo do crime, como do crime,
por exemplo, motivo desde que
fútil, torpe, relevante tenha
valor social ou moral, entrado na
domínio de violenta esfera de
emoção etc. conheciment
o do
concorrente.
Circunstâncias objetivas sempre se comunicam. As demais, apenas
quando elementares, são sempre comunicáveis, mesmo as
subjetivas (ligadas às qualidades da pessoa, ao motivo do crime ou
estado anímico do agente), desde que, obviamente, ingressem na
esfera de conhecimento do concorrente.
Os efeitos da desistência voluntária ou arrependimento eficaz alcançam o
partícipe? Não alcança o partícipe, pois prevalece que é uma extinção da
punibilidade da tentativa.
Se o arrependimento for do partícipe? No exemplo de Tício depois de
induzir Caio a matar Mévio se arrepende. Somente não será
responsabilizado pelo resultado morte se conseguir fazer com que o autor
não participe da conduta criminosa (arrependimento deve ser eficaz).
É possível a participação por omissão? Sim, desde que tenha o dever
jurídico de evitar o resultado (art. 13§2º do CP). E omitente deve aderir
subjetivamente à conduta do agente do executor (consciência + vontade),
ou pelo menos aceitando o resultado. E por fim, relevância da omissão.
Ex: mãe que presencia o padastro estuprando a filha.
Se omitente não tem o dever jurídico? A abstenção da atividade pode
determinar uma participação penalmente relevante se for anteriormente
prometida pelo omitente como condição para o êxito da ação criminosa.
Se o omitente não tinha o dever de agir e nem prometeu sua omissão ao
agente, temos mera conivência impunível (chamada de participação
negativa).
A doutrina admite participação em crime omissivo próprio. Ex: A induz B a
não socorrer C.
A doutrina diverge quanto a possibilidade de coautoria em crime omissivo
próprio.
A doutrina admite participação em crime omissivo impróprio. Ex: A instiga
B a não alimentar o próprio filho. A será partícipe do homicídio impróprio
praticado pelo pai.
Prevalece ser possível a coautoria em crime comissivo impróprio.
A maioria da doutrina admite a coautoria em crime culposo , mas não a
participação.
Existem duas espécies de coação irresistível: a coação física irresistível — que importa na
exclusão do crime por ausência de conduta — e a coação moral irresistível — que importa na
exclusão da culpabilidade em face da inexigibilidade de conduta diversa.

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
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Ocorre a chamada culpa consciente quando o agente, embora tendo agido com dolo, nos casos
de erro vencível, nas descriminantes putativas, responde por um crime culposo. Não há dolo na
culpa consciente.

Se, durante os atos de execução do crime, mas sem esgotar todo o processo executivo do
delito, o agente desiste, voluntariamente, de nele prosseguir, ocorre arrependimento eficaz.
Desistência voluntária.

A tipicidade formal, que faz parte do conceito de tipicidade, consiste em averiguar se uma
conduta formalmente típica causou ofensa intolerável ao objeto jurídico penalmente protegido.
A tipicidade formal ou legal é a exata correspondência da conduta do agente ao modelo
abstrato previsto em lei. A tipicidade material, por sua vez, é a verificação da gravidade da
ofensa ao bem jurídico protegido. Caso, na situação concreta, não exista tipicidade material,
pode ser aviltrado o princípio da insignificância e estabelecer-se um crime de bagatela.

As causas que excluem a ilicitude podem ser legais ou supralegais. Assim, constatando-se a
presença de alguma dessas causas excludentes, a conduta deixa de constituir crime.

A teoria psicológica da culpabilidade retira o dolo da culpabilidade e o coloca no tipo penal. Na


teoria psicológica da culpabilidade, dolo e culpa seriam espécies da culpabilidade, que por sua
vez é o elo psicológico entre o agente e o fato típico. Somente na teoria normativa-pura e na
teoria limitada é que se retiram dolo e culpa da culpabilidade para se alojarem no fato típico.

O agente que, estando em situação de legítima defesa, causar ofensa a terceiro, por erro na
execução, responderá pela indenização do dano, se for provada a sua culpa no juízo cível.

Ocorre erro de tipo quando o agente se equivoca escusavelmente sobre a licitude do fato,
determinando a lei que, nesse caso, o agente fique isento de pena. ERRO DE PROIBIÇÃO.

Considere a seguinte situação hipotética. Durante processo movido contra Vitor por tentativa
de homicídio, o MP requereu a instauração de incidente de insanidade mental, pedido que foi
deferido pelo juiz. No laudo final, foi atestada a sanidade mental de Vitor à época dos fatos.
Anteriormente à juntada do laudo aos autos, entretanto, a defesa comprovou que Vítor havia
sido interditado, o que acarretou, inclusive, sua aposentadoria no serviço público. Nessa
situação, Vitor será considerado plenamente imputável, pois a existência de laudo específico
de sanidade mental sobrepõe-se à interdição. Laudo específico de sanidade mental sobrepõe-
se à interdição.

Em relação à embriaguez não acidental, o CP adotou a teoria da actio libera in causa, devendo
ser considerado o momento da prática delituosa e não o da ingestão da substância, para aferir
a culpabilidade do agente. A teoria da actio libera in causa (ação livre na sua causa) desloca o
momento de aferição da imputabilidade do instante da ação ou omissão para o momento em
que o indivíduo colocou-se em estado de inimputabilidade, isto é, o da ingestão do álcool. Tal
teoria não é aplicada na embriaguez acidental, pois, neste caso, não há dolo nem culpa quanto
à prática do crime.

No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada, entre outros


requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade da prática de idêntico ato
executivo e crime.

No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o sistema do cúmulo
material e o da exasperação na aplicação da pena.

Considere a seguinte situação hipotética. Juca, maior, capaz, na saída de um estádio de


futebol, tendo encontrado diversos desafetos embarcados em um veículo de transporte
regular, aproveitou-se da oportunidade e lançou uma única bomba incendiária contra o
Material velado/intensivo I 2013
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automóvel, causando graves lesões em diversas vítimas e a morte de uma delas. Nesse caso,
Juca será apenado com base no concurso formal imperfeito ou impróprio.

Considere à seguinte situação hipotética. Juca, maior, capaz, na saída de um estádio de


futebol, tendo encontrado diversos desafetos embarcados em um veículo de transporte
regular, aproveitou-se da oportunidade e lançou uma única bomba incendiária contra o
automóvel, causando graves lesões em diversas vítimas e a morte de uma delas. Nesse caso,
Juca será apenado com base no concurso formal imperfeito ou impróprio.

Cúmulo material Soma-se as Concurso Próprio/Perfeito – Quer atingir


penas – deve o formal não há desígnos somente 1
Duas ou mais ações magistrado Uma ação autônomos em objetivo = pena
gerando 2 ou mais aplicar a pena de gerando dois relação a cada mais grave +
crimes cada um, ou mais morte. Ex: sujeito 1/6 aa ½ ou
individualmente, crimes dispara contra a igual gravidade
para, depois, vítima e, por erro, – 1 só pena +
somá-las. acaba matando 1/6 a 1/2
um terceiro
(aberratio ictus).
Impróprio/ Quer atingir mais
Imperfeito –há de 1 objetivo =
desígnos soma-se as
autônomos. penas

No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada, entre outros


requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade da prática de idêntico ato
executivo e crime. Não se exige acordos de vontades, bastando a pretensão de participar e
cooperar na ação de outrem.

No concurso de pessoas, o partícipe terá obrigatoriamente reduzida a pena pelo crime em


relação ao autor, porquanto a participação é considerada como forma de concorrência
diferente da autoria e coautoria.

No que diz respeito ao concurso de pessoas, o sistema penal brasileiro adota a teoria monista,
ou igualitária, mas de forma temperada, pois estabelec3e graus de participação do agente de
acordo com a sua culpabilidade, inclusive em relação à autoria colateral ou acessória,
configurado quando duas ou mais pessoas produzem um evento típico de modo independente
umas das outras.

CRIMES Crimes contra a Homicídio


CONTRA A vida Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Infanticídio
PESSOA
Aborto
Lesão corporal Lesão corporal
Lesão corporal de natureza grave
Lesão corporal seguida de morte

Lesão corporal culposa

Periclitação da Perigo de contágio venéreo


vida e da saúde Perigo de contágio de moléstia grave
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Abandono de incapaz/abandonar pessoa que está sob seu
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer
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Direito Penal
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motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
abandono
Exposição ou abandono de recém-nascido/Expor ou abandonar
recém-nascido, para ocultar desonra própria
Omissão de socorro
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial
Maus-tratos
Rixa Rixa
Crimes contra a Calúnia
honra Difamação
Injúria

Crimes contra a Crimes contra a Constrangimento ilegal


liberdade liberdade Ameaça
individual pessoal
Sequestro e cárcere privado
Redução a condição análoga à de escravo
Crimes contra a Violação de domicílio
inviolabilidade
do domicílio
Crimes contra a Violação de correspondência
inviolabilidade Correspondência comercial
de
correspondência
Crimes contra a Divulgação de segredo
inviolabilidade Violação do segredo profissional
dos segredos Invasão de dispositivo informático

Nos delitos de homicídio e de roubo, a pena será aumentada caso o crime tenha sido praticado
com o emprego de arma de fogo. Não há aumento de pena no delito de homicídio praticado
com arma de fogo. Só no delito de roubo.

Considere que José, penalmente imputável, horas após ter sido injustamente provocado por
João, agindo sob influência de violenta emoção, tenha desferido uma facada em João, o que
resultou em sua morte. Nessa situação, impõe-se em benefício de José, o reconhecimento do
homicídio privilegiado. O homicídio privilegiado é causa de diminuição de pena: Se o agente
comete crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
1/6 a 1/3.

O agente que comete crime de homicídio sob a influencia de violenta emoção provocada por
ato injusto da vítima faz jus à redução de 1/6 a 1/3 da pena.

Para a caracterização do caráter hediondo do crime de homicídio praticado em atividade típica


de grupo de extermínio, é necessário que o delito seja por pelo menos, três agentes.

A pena imposta para o crime de homicídio simples será aumentada em 1/3 se o agente não
procurar diminuir as consequências do seu ato. No homicídio culposo existe essa previsão.

Todo crime de homicídio é considerado hediondo e, por isso, a pena prevista para esse tipo de
crime é a privativa de liberdade, que deve ser cumprida em regime inicialmente fechando.

O crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio apenas se consuma mediante o


resultado morte da vítima. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
g
que faça comina pena de reclusão, de 2 a 6 anos, se o suicídio se consuma, ou reclusão, de 1 a
3 anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Tratando-se de crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, a pena será duplicada


se a vítima for menor de 14 anos ou incapaz, por qualquer causa, de impor resistência ao
agente. A pena será duplicada se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a
capacidade de resistência.

Considere que João, no intuito de auxiliar José a ceifar a própria vida, o ajude a colocar a corda
ao redor do pescoço, a subir em um banco e, ao final, CHUTE o banco. Nessa situação, João
deve responder pelo crime de auxílio ao suicídio, de acordo com o que dispõe o CP, desde que
José faleça ou, se sobrevier, sofra lesões corporais de natureza grave. Responderá por
homicídio.

Se o médico praticar o crime de aborto mediante o consentimento da gestante, ele responderá


por um crime e ela por outro, impondo-se a cada um penas distintas.

Uma jovem de 20 anos de idade, brasileira, residente em Brasília, engravidou do namorado,


tendo mantido a gestação em segredo. Dois dias após o nascimento do seu filho, recebeu alta
hospitalar e, no caminho para casa, abandonou-o na portaria de um prédio residencial para
ocultar de seus familiares sua própria desonra, já que morava em outra cidade e não sabiam
da gravidez. Nessa hipótese, a jovem em tela praticou o delito de abandono de incapaz.
Abandono de recém-nascido.

Aborto provocado pela gestante ou com seu Detenção de 1 a 3 anos


consentimento
Aborto provocado por terceiro Reclusão de 3 a 10 anos

Provocar aborto com o Gestante menor de 14 Reclusão de 3 a 10 anos


consentimento da gestante anos, alienada, débil
mental, ou se o
consentimento é
obtido mediante
fraude, grave ameaça
ou violência
Provocar aborto com o consentimento da gestante Reclusão de 1 a 4 anos

CRIME CONTRA O Furto


PATRIMÔNIO Roubo
Extorsão
Extorsão mediante sequestro
Extorsão indireta
Usurpação Alteração de limites
Usurpação de águas
Supressão ou alteração de marca
em animais
Dano Dano
Introdução ou abandono de
animais em propriedade alheia
Dano em coisa de valor artístico,

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
g
arqueológico ou histórico
Alteração de local especialmente
protegido
Apropriação indébita Apropriação indébita
Apropriação de coisa achada
Estelionato
Duplicata simulada
Abuso de incapazes
Induzimento à especulação
Fraude no comércio
Outras fraudes
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade
por ações
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"
Fraude à execução
Receptação

CRIMES CONTRA A Estupro


DIGNIDADE SEXUAL Violação sexual mediante fraude
Assédio sexual
Crimes sexuais contra Estupro de vulnerável
vulnerável Corrupção de menores
Satisfação de lascívia mediante
presença de criança ou
adolescente
Favorecimento da prostituição ou
outra forma de exploração sexual
de vulnerável
Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade de menor de 14 anos de idade é
considerada relativa diante de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso
concreto, ser considerado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de
conscientização da menor. É absoluta.

Por ser o crime estupro hediondo, a prisão temporária do suspeito, caso seja decretada, terá o
prazo de 30 dias, prorrogável por igual período.

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA Incitação ao crime


Apologia de crime ou criminoso
Quadrilha ou bando
Constituição de milícia privada

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA Moeda falsa


Falsidade de títulos e Falsificação de papéis públicos
outros papéis públicos Petrechos de falsificação
Falsidade documental Falsificação do selo ou sinal
público
Falsificação de documento público
Falsificação de documento
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
particular
Falsidade ideológica
Uso de documento falso
Supressão de documento
OUTRAS FALSIDADES Falsa identidade

CRIMES CONTRA A Crimes praticados por Peculato


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA funcionário público Peculato mediante erro de outrem
contra a administração Inserção de dados falsos em
em geral sistema de informações
Modificação ou alteração não
autorizada de sistema de
informações (
Extravio, sonegação ou
inutilização de livro ou documento
Emprego irregular de verbas ou
rendas públicas
Concussão
Excesso de exação
Corrupção Facilitação de
contrabando ou descaminho
passiva
Prevaricação
Condescendência criminosa
Advocacia administrativa
Violência arbitrária
Abandono de função
Exercício funcional ilegalmente
antecipado ou prolongado
Violação de sigilo funcional
Violação do sigilo de proposta de
concorrência
Crimes praticados por Usurpação de função pública
particular contra a Resistência
administração em geral Desobediência
Desacato
Tráfico de Influência
Corrupção ativa
Contrabando ou descaminho

CRIMES PRATICADOS POR Corrupção ativa em transação comercial


PARTICULAR CONTRA A internacional
Tráfico de influência em transação comercial
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA internacional
ESTRANGEIRA Funcionário público estrangeiro

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO Reingresso de estrangeiro expulso


DA JUSTIÇA Denunciação caluniosa
Comunicação falsa de crime ou de

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
g
contravenção
Auto-acusação falsa
Falso testemunho ou falsa perícia
Coação no curso do processo
Exercício arbitrário das próprias razões
Favorecimento pessoal
Favorecimento real
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida
de segurança

Crimes contra o patrimônio Furto


Furto de coisa comum
Roubo / qualificado é hediondo
Extorsão / qualificada pela morte é hediondo
Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada é
hediondo
Extorsão indireta
Alteração de limites
Supressão ou alteração de marca em animais
Dano
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
Alteração de local especialmente protegido
Apropriação indébita
Apropriação indébita previdenciária
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da
natureza
Estelionato de outras fraudes
Duplicata simulada
Abuso de incapazes
Induzimento à especulação
Fraude no comércio
Outras fraudes
Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por
ações
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”
Fraude à execução
Receptação
Isento de pena/crimes Cônjuge, na constância da sociedade conjugal Não se aplica:
contra o patrimônio Ascendente ou descendente, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural -Se o crime é
Somente se procede Cônjuge desquitado ou judicialmente separado de roubo ou de
mediante representação Irmão, legítimo ou ilegítimo extorsão, ou,
Tio ou sobrinho, com quem o agente coabita em geral,
quando haja
emprego de
grave ameaça
ou violência à
pessoa;

- Ao estranho
que participa do
crime;

- Se o crime é
praticado
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
contra pessoa
com idade igual
ou superior a
60 (sessenta)
anos;

Entre os crimes contra o patrimônio, são classificados como hediondos o latrocínio, a extorsão,
a extorsão mediante sequestro e roubo qualificado.

CRIMES FURTO/art. 155 Subtrair, para si ou Reclusão, de 1 a 4 anos e multa


CONTRA O do CP para outrem, coisa
PATRIMÔNIO alheia móvel configura
o delito de furto

Corrente da Amotio Dá-se quando a coisa subtraída


(ou apprehensio) para o poder do agente, mesmo
que num curto espaço de tempo,
independente de deslocamento ou
posse mansa e pacífica (é adotada
pelo STF e STJ)
§ 1º do art. 155 Aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o
(causa de repouso noturno
aumento de
pena) Para a maioria da doutrina (inclusive STF e STJ), a
incidência desta majorante dispensa que a casa esteja
habitada ou com moradores repousando
§ 2º do art. 155 Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
(furto furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
privilegiado/cau detenção, diminuída de 1 a 2/3 terços, ou aplicar
sa de diminuição somente a pena de multa;
de pena) O posicionamento tradicional do STF e do STJ era no sentido de
que a causa de diminuição de pena (§2º) não se aplicava ao
furto qualificado (§4º). Além da gravidade do crime qualificado,
a posição topográfica do privilégio indicava a intenção do
legislador de vê-lo aplicado somente ao furto simples e
noturno. Contudo, este entendimento mudou, os
Tribunais Superiores vêm admitindo a combinação dos
parágrafos
§3º do art. 155 Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer
outra que tenha valor econômico

Em relação ao furto e ligação clandestina de TV a cabo a 2ª


turma concedeu “Habeas Corpus” para declarar a atipicidade da
conduta de condenado pela prática de crime descrito no art.
155, § 3º, do CP, por efetuar ligação de sinal de TV a cabo.
Reputou-se que o objeto do aludido crime não seria
“energia” e ressaltou-se a inadmissibilidade da analogia
“in malam parte” em Direito Penal, razão pela qual a
conduta não seria penalmente típica (STF HC 97261/RS,
relator Ministros Joaquim Barbosa – 12/4/2011)
Captação de sinal de televisão a cabo por meio de
ligação clandestina é furto de energia para o STJ.

§4º do art. 155 Destruição ou rompimento de obstáculos à subtração da


(qualificadoras) coisa
Reclusão de 2 a Abuso de confiança, Saques pela internet configuram
8 anos, e multa ou mediante fraude, o crime de furto qualificado pelo
escalada, ou destreza emprego de fraude. A
consumação do delito se dá
quando o bem subtraído saí da
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
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esfera de disponibilidade da
vítima, mediante o débito
lançado na conta em poder da
instituição financeira depositária
dos valores transferidos
Emprego de chave falsa
Concurso de duas ou A circunstância de ser um dos
mais pessoas comparsas inimputáveis não faz
desaparecer esta qualificadora do
concurso de pessoas
Se o crime for cometido por
quadrilha previamente organizada,
não se aplica a presente
qualificadora, uma vez que sua
incidência configuraria bis in idem
§5º do art. 155 Subtração for de veículo automotivo que venha a ser
Reclusão de 3 a transportado para outro Estado ou para o exterior
8 anos
FURTO DE Subtrair condômino, co-hedeiro ou sócio, para si ou para
COISA outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum
COMUM/art. 156
do CP detenção,
de 6 meses a 2
anos e multa

A causa de aumento de pena relativa à prática do crime de furto durante o repouso noturno
somente se aplica ao furto simples e não as modalidades de furto qualificado, e prevalece o
entendimento de que o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em casa ou
em algum de seus compartimentos e em local habitado.

De acordo com o melhor entendimento jurisprudencial, para a aplicação da majorante do


repouso noturno basta que a infração ocorra durante a noite, sendo irrelevante o fato de se
tratar de residência habitada ou desabitada.

O reconhecimento do furto privilegiado é condicionado ao valor da coisa furtada, que deve ser
pequeno, e à primariedade do agente, sendo o privilégio um direito subjetivo do réu.

Considere que João, por vários meses, tenha captado sinal de televisão a cabo por meio de
ligação clandestina e que, em razão dessa ligação, considerável valor econômico tenha deixado
de ser transferido à prestadora do serviço. Nessa situação hipotética, considerando-se o
entendimento do STJ a respeito da matéria, João praticou o crime de furto de energia.

O agente que subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel durante o período noturno
responde pelo crime de furto qualificado, estando sujeito a pena de reclusão de 2 a 8 anos.
Errado haverá aumento de pena de 1/3.

A subtração de veículo automotor que seja, posteriormente, transportado para outro estado
constitui furto qualificado, crime sujeito à pena de 2 a 8 anos e multa. 3 A 8 ANOS.

Material velado/intensivo I 2013


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Furto simples
Causa de aumento de pena 1/3 praticado durante o repouso noturno
Furto privilegiado Juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuída de 1 a 2/3 terços, ou aplicar
somente a pena de multa
Equiparado ao furto Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico
Qualificadoras Destruição ou rompimento de
obstáculos à subtração da Reclusão de 2 a
coisa 8 anos, e multa
Abuso de confiança, ou
mediante fraude, escalada,
ou destreza
Emprego de chave falsa
Concurso de duas ou mais
pessoas
Furto/carro transportado Subtração for de veículo Reclusão de 3 a
automotivo que venha a ser 8 anos, e multa
transportado para outro Estado
ou para o exterior
Furto de coisa comum Subtrair condômino, co-hedeiro Detenção, de 6
ou sócio, para si ou para meses a 2 anos
outrem, a quem legitimamente e multa
a detém, a coisa comum

ROUBO Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
(roubo violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
próprio) o impossibilidade de resistência
art. 157
do CP/ Tutela-se, a um só tempo, o patrimônio e a liberdade individual da vítima
Reclusão Conduta Roubo próprio/ caput Outro meio referido no tipo refere-se à
de 4 a 10 violência imprópria (emprego de drogas,
anos e soníferos, hipnoses etc.)
multa Roubo impróprio/§1º Agente constrange a vítima mediante
(roubo por violência ou grave ameaça para assegurar a
aproximação)/ impunidade do crime ou a detenção do bem
Reclusão de 4 a 10 (trata-se de um crime de furto que se
anos e multa transforma em roubo em face das
circunstâncias do caso concreto)
Para configurar roubo impróprio é
imprescindível o prévio apoderamento da
coisa
§2º do art. 157 Violência ou ameaça Tribunais Superiores
(majorantes)/ Pena é é exercida com o entendem que o
aumentada de 1/3 até emprego de arma simulacro de arma de
a metade se fogo é apta apenas
para configurar a grave
ameaça
caracterizadora do
crime de roubo, mas
incapaz de gerar a
majorante
Concurso de duas ou mais pessoas

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Vítima está em serviço de transporte de valores a
vítima conhece tal circunstância
Subtração for de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou para o
exterior
Se o agente mantém a vítima em seu poder,
restringindo a sua liberdade
§3º do art. 157 Se da violência resulta Reclusão de 7 a 15
lesão corporal grave anos, além da multa

Se resultar morte/ Reclusão é de 20 a


Latrocínio e rotulado 30 anos, sem
como hediondo prejuízo da multa

Se ocorrer a morte e a subtração for tentada o latrocínio ficará


consumado (Súmula 610 do STF)
Súmula 603 do STF diz que a competência para o processo e
julgamento de latrocínio é o do juiz singular e não do Tribunal do Júri

EXTORSÃO/art. 158 do CP Constranger alguém, mediante Reclusão de 4 a 10 anos, e


violência ou grave ameaça, e multa
com o intuito de obter para si ou
para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que
se faça ou deixar fazer alguma
coisa
Colaboração da vítima é Vantagem buscada é mediata
indispensável
Súmula 96 do STJ: “o crime de extorsão consuma-se
independentemente da obtenção da vantagem indevida
§1º do art. 158 do CP Crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com o
(majorante) emprego de arma, aumenta-se a pena de 1/3 até a metade
§2º do art. 158 do CP Aplica-se à extorsão praticada Resulta lesão corporal grave,
mediante violência o disposto do a pena é de reclusão, de 7 a
§3º do art. 157 15 anos, além da multa
Resulta morte, a reclusão é de
20 a 30 anos, sem prejuízo da
multa
Será hediondo se da extorsão
resultar a morte da vítima
§3º do art. 158 do CP Se a extorsão é cometida Reclusão, de 6 a 12 anos, além
mediante a restrição da da multa
liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a
obtenção da vantagem
econômica
Resultar lesão corporal grave Reclusão de 16 a 24 anos
Resultar morte Reclusão de 24 a 30 anos
Extorsão mediante sequestro Sequestrar pessoa com o fim Reclusão de 8 a 15 anos
(art. 159 do CP) de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem,
com condição ou preço do
resgate
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
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§1º Se o sequestro durar mais de Reclusão de 12 a 20 anos
24 horas, se o sequestrado é
menor de 18 anos ou maior
de 60 anos, ou se o crime é
cometido mediante bando ou
quadrilha
§2º Fato resulta lesão corporal de Reclusão, de 16 a 24 anos
natureza grave
§3º Resulta a morte a pena é de reclusão de 20 a 30 anos
§4º se o crime é cometido em Terá sua pena reduzida de 1 a
concurso, o concorrente que o 2/3 (delação premiada/
denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do
sequestrado
Súmula 447 do STJ diz que extorsão mediante sequestro qualificada
pelo resultado morte não se descaracteriza quando a morte do
próprio sequestrado ocorrer no momento de sua apreensão
Extorsão indireta (art. 160 Exigir ou receber, como garantia Reclusão de 1 a 3 anos, e multa
do CP) de dívida, abusando da situação
de alguém, documento que pode
dar causa a procedimento criminal
contra a vítima ou contra terceiro
O crime de sequestro é material, admitindo, assim, a tentativa.

Para a configuração do crime de roubo mediante restrição da liberdade da vítima e do crime


de extorsão com a restrição da liberdade da vítima, nominado de sequestro relâmpago, é
imprescindível a colaboração da vítima para que o agente se apodere do bem ou obtenha a
vantagem econômica visada.

Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com três amigos,
também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter vantagem financeira
indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes responderão pelo crime de
extorsão simples. Extorsão com aumento de pena de 1/3.

O indivíduo penalmente imputável condenado à pena privativa de liberdade de vinte e três


anos de reclusão pela prática do crime de extorsão seguido de morte poderá ser beneficiado,
no decorrer da execução da pena, pela progressão de regime após o cumprimento de 2/5 da
pena, se for réu primário, ou 3/5, se reincidente.

Considera-se qualificado o dano praticado com violência à pessoa ou grave ameaça, com
emprego de substância inflamável ou explosiva (se o fato não constituir crime mais grave),
contra patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou
sociedade de economia mista ou ainda por motivo egoístico considerável para a vítima;

Material velado/intensivo I 2013


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Apropriação indébita (art. 168) apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção
comina pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa.
§1º a pena é aumentada de 1/3, Depósito necessário
quando o agente recebe a coisa Qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial
Razão de ofício, emprego ou profissão
A posse ou a detenção exercida pela agente deve ser
desvigiada (confiada sem vigilância) e legítima (com a
concordância expressa ou tácita do proprietário)
STJ 463, a Turma concedeu a ordem de habeas corpus para
reconhecer a atipicidade da conduta imputada ao paciente
denunciado pela suposta prática do crime previsto no art.
168 do CP (apropriação indébita), ante a aplicação do
principio da insignificância. A vítima advogado, alegou que o
paciente – também advogado e colega do mesmo escritório
de advocacia – teria se apropriado de sua agenda pessoal
(avaliada em cerca de 10 reais), a qual continha dados
pessoais e profissionais. Para a Ministra Relatora, a hipótese
dos autos revela um acontecimento trivial, sem que tenha
ocorrido qualquer circunstância hábil a lhe conferir maior
relevância. Consignou que, por mais que se considere que o
objeto supostamente tomado continha informações
importantes à vítima, a conduta é dotada de mínimo caráter
ofensivo e reduzido grau de reprovação, assim, como a
lesão jurídica é inexpressiva e não causa repulsa social

É um crime doloso e formal. O dolo se sucede a posse. A posse tem de ser legítima.

Na análise da apropriação indébita pode-se afirmar que nem todo o crime contra o patrimônio
é material. Pode existir uma apropriação indébita com arrependimento posterior (dinâmica do
sujeito de toma emprestado um livro de uma biblioteca e no terceiro dia do empréstimo
resolve se apropriar do mesmo, mas no quinto e último dia resolve devolvê-lo. Nessa caso vai
responder o crime tipificado no art. 168 – apropriação indébita com arrependimento
posterior/diminuição de pena).

Segundo a jurisprudência do STJ, tratando-se de delito de apropriação indébita, a devolução da


coisa que não seja de pequeno valor, desde que antes do recebimento da denúncia, afasta o
dolo, ainda que haja controvérsia sobre a existência da devolução parcial, não devendo tal fato
ser considerado como mero arrependimento posterior.

No crime de apropriação indébita, constitui causa de aumento de pena o fato de o agente ter
recebido a coisa na qualidade de ascendente ou descendente.

Para a caracterização do crime de apropriação indébita, constitui expressa disposição legal a


exigência de prévia prestação de contas, na hipótese de relação contratual entre o acusado e a
vítima.

O tutor ou depositário que recebe coisa alheia móvel nessa qualidade e dela apropria-se
comete o crime de apropriação indébita. Pena aumentada de 1/3.

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Estelionato (art. 171) Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
Reclusão, de 1 a 5 anos, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil,
e multa ou qualquer outro meio fraudulento
§1º se o criminoso é primário, e é Juiz pode substituir a pena de reclusão pela detenção,
de pequeno valor o prejuízo, o diminuí-la de 2/3, ou aplicar somente a pena de multa
juiz pode aplicar a pena
conforme o dispositivo no art.
155, §2º
§2º Nas mesmas penas incorre Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia
quem: coisa alheia como própria
Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
prometeu vender a terceiro, mediante pagamento de prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias
Defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por
outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do
objeto empenhado
Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve
entregar a alguém
Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o
próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão
ou doença, com intuito de haver indenização ou valor de seguro
Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento
§3º a pena é aumentada de 1/3, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito
público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência
Quem faz compras com moeda falsa se vale de artifício para fins de obter vantagem ilícita em
prejuízo alheio em regra, pratica crime de moeda falsa (art. 289 ou art. 290), entretanto, se
a falsificação for grosseira, será estelionato (art. 171), e a competência é da justiça estadual
(súmula 173 do STJ)
Se a vantagem for lícita, o crime será de exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP)
Se o furtador vender a coisa subtraída como se própria prevalece o entendimento de que haverá apenas
furto, constituindo o estelionato um post factum impunível, muito embora exista julgado no sentido de
haver concurso material de delitos
É crime formal, perfazendo-se com o emprego de fraude, independentemente do recebimento da
indenização
Na modalidade de emissão de cheques sem fundos, a reparação do dano antes do recebimento da
inicial obsta a instauração da ação penal (Súmula 554 do STF), não se aplicando o instituto do
arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP
Compete ao Juízo da Comarca em que houver aa recusa do cheque por insuficiência de fundos,
processar e julgar o delito (Súmulas 521 STF e 244 do STJ)
Rogério Sanches diz que apesar de as duas súmulas do Tribunal Supremo não fazer referência à
modalidade de frustrar o pagamento de cheque, não se enxerga razão para o tratamento desigual,
merecendo, portanto, ser também abrangida pelos entendimentos acima pacificados
A conduta do agente que falsifica a assinatura do titular da conta-corrente não se subsume ao inciso VI,
mas à forma básica do caput, ocorrendo o mesmo no caso em que o titular emite cheque estando a
conta já encerrada. Nestas hipóteses, não se aplicam as Súmulas 521 e 554 do STF
STF Súmula 554 O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da
denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal;
STF Súmula 521 O foro competente para o processo de julgamento dos crimes de estelionato, sob
a modalidade de emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local
onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado
STF Súmula 246 Comprovado não ter havido fraude, não se configurará o crime de emissão de
cheque sem fundos
STJ Súmula 244 Compete ao foro local da recusa processar e julgar o crime de estelionato
mediante cheque sem previsão de fundos
STJ Súmula 107 Compete à justiça comum estadual processar e julgar o crime de estelionato
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praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições
previdenciárias, quando não ocorrerem lesão a autarquia federal
STJ Súmula 73 A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o
crime de estelionato
STJ Súmula 48 Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar
crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque
STJ Súmula 24 Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade autárquica
da previdência social, a qualificadora do §3º, do art. 171 do CP
STJ Súmula 17 quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por
este absorvido

Alguns golpes na internet podem se caracterizar como furto mediante fraude ou como
estelionato. Estelionato costuma ter torpeza bilateral (“se conhece a vítima de estelionato
quando ela entra na delegacia”).

Quando o sujeito utiliza fraude para capturar as senhas de clientes de um banco pratica o furto
mediante fraude e não estelionato.

Fulano de tal falsificou a assinatura em um cheque e utilizou-o na compra de um rádio.


Posteriormente, descoberta a fraude, Fulano de Tal deverá responder exclusivamente pelo
crime de estelionato.

Encontra-se pacificada a jurisprudência dos tribunais superiores no sentido de que o crime de


estelionato contra a previdência social é de natureza permanente, de forma que o termo inicial
do prazo prescricional ocorre com a cessação do recebimento do benefício previdenciário.

O estelionato é crime formal, que se consuma independentemente da efetiva obtenção da


vantagem ilícita, bastando à sua consumação o emprego de artifício, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento.

Predomina na doutrina penal moderna o entendimento de que se configura o estelionato, na


forma de emissão fraudulenta de cheque, quando o agente emite cártula de sua propriedade,
ciente da responsabilidade de fundos, para pagar dívida advinda de jogo de pôquer.

No crime de estelionato, na modalidade fundamental, a obtenção da vantagem a decorrer da


fraude, deve sucedê-la ou, ao menos, ser com ela concomitante.

O crime de estelionato diferencia-se do crime de furto qualificado pela fraude porque neste a
vítima entrega o bem após ser ludibriado pelo agente.

No crime de estelionato, na modalidade de fraude no pagamento por meio de cheque, o


pagamento do título após o recebimento da denúncia impossibilita o prosseguimento da ação
penal.

O saque fraudulento em conta bancária via internet configura o crime de estelionato.

No estelionato, a reparação espontânea do dano após o recebimento da denúncia e antes do


julgamento de primeiro grau não extingue a punibilidade, mas constitui circunstância
atenuante genérica.

Responde somente por estelionato o sujeito que preenche de terceiro e, por imitação da
assinatura, obtém seu pagamento ou compensação, ficando a falsificação absorvida pelo crime
patrimonial, segundo entendimento consolidado.

No curso da investigação policial para apurar a prática de estelionato contra banco público, foi
constatado que um de seus empregados concorreu culposamente para que outrem praticasse a
inflação. Logo após a descoberta dos fatos, o empregado reparou integralmente o dano
causado, restituindo os valores devidamente corrigidos e atualizados antes do encerramento
do IP. Nessa situação, está extinta a punibilidade do agente. Não admite a forma culposa.
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Receptação (art. 180) Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito
reclusão de 1 a 4 anos e próprio ou alheio que sabe ser produto de crime, ou influir para
multa que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
§1º (receptação Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
qualificada) reclusão de 3 desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
a 8 anos e multa forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produtos de crime
§2º Equipara-se à atividade comercial, para efeitos do § anterior, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência
§3º detenção de 1 mês a Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
1 ano, ou multa, ou entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
ambas as penas presumir-se obtida por meio criminoso
§4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que se proveio a coisa
§5º Na hipótese do §3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena
Na receptação dolosa aplica-se o disposto no §2º do art. 155 se o
criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuída de
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa
§6º tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput
(reclusão de 1 a 4 anos e multa) aplica-se em dobro
Nelson Hungria entende perfeitamente possível a receptação da receptação, desde que a
coisa conserve seu caráter delituoso; assim, se for adquirida por terceiro de boa-fé que a
transmite a outro, não há receptação, mesmo que o último adquirente saiba que a coisa
provém de crime

Receptação (art. 180) Favorecimento real (art. 349)


Crime contra o patrimônio Crime contra a administração da justiça
O agente busca vantagem pessoal ou de terceiroO agente busca vantagem pessoal, mas assegurar
(que não o do autor do crime anterior) vantagem do autor do crime anterior, prestando-
lhe auxílio
O ato de ter em depósito, no interior da própria residência, no exercício de atividade comercial,
coisa que deve saber ser produto de crime de estelionato constitui crime de receptação na
modalidade dolosa do art. 180, “caput”, do CP;

O crime de receptação imprópria implica necessariamente que o terceiro que adquire ou recebe
a coisa esteja de boa-fé.

O perdão judicial aplica-se à receptação, mesmo na hipótese de o réu ser reincidente.

A jurisprudência unânime do STF é de que a pena cominada no CP para a receptação


qualificada é inconstitucional, por ofensa aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, pois é prevista pena mais severa para o agente que obrigatoriamente deve
saber da origem ilícita do produto, em relação àquele que, eventualmente, saiba de tal origem.

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

O homem com mais de 18 anos de idade que mantém relações sexuais com uma garota de 13
anos de idade comete o delito de estupro sendo irrelevante, no caso, o consentimento da
vítima. Comete o delito de estupro de vulnerável.
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CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia (art. 138 do CP) Difamação (art. 139 do CP) Injúria (art. 140 do CP)
Imputar a alguém fato Difamar alguém, imputando- Injuriar alguém, ofendendo-lhe
falsamente definido como lhe fato ofensivo à sua a dignidade ou o decoro comina
crime comina pena de reputação comina pena de pena de detenção de 1 a 6
detenção de 6 meses a 2 detenção de 3 meses a 1 ano, meses, ou multa
anos, e multa e multa
Quem, sabendo da imputação, Diz que a EXCEÇÃO DA O juiz pode deixar de aplicar a
propala e divulga VERDADE somente se admite se pena:
(“fofoqueiro”) também pode o ofendido é funcionário
pegar uma pena de detenção de público e a ofensa é relativa Quando o ofendido, de forma
6 meses a 2 anos e multa ao exercício de suas funções reprovável, provocou
diretamente a injúria

No caso de retorsão imediata,


que consista em outra injúria
É punível a calúnia contra os Se da injuria consiste em
mortos violência ou vias de fato, por
sua natureza, ou pelo meio
empregado se considerem
aviltantes comina pena de
detenção, de 3 meses a 1 ano,
e multa, além da pena
correspondente à violência
Admite-se a PROVA DA Se a injúria (injúria racial)
VERDADE, salvo: consistente na utilização de
elementos referentes a raça, cor,
Sem constituindo o fato etnia, religião, origem ou a
imputado crime de ação condição de pessoa idosa ou
privada, o ofendido não foi portadora de deficiência comina
condenado por sentença pena de reclusão de 1 a 3 anos
irrecorrível e multa

Se do crime imputado,
embora de ação pública, o
ofendido foi absorvido por
sentença irrecorrível

Se o fato é imputado a
qualquer das pessoas
indicadas no nº I do art. 141
do CP (Presidente da República
e Chefe de Governo
estrangeiro)
Calúnia tem que haver um Conduta consiste na Ofende-se a honra subjetiva do
fato (descrição de um imputação de fato ofensivo à indivíduo (ofensa é direcionada).
acontecimento) definido como reputação de alguém, desde Não há necessidade de se imputar
crime e a imputação tem que que tal fato não seja um fato. Ofende-se dolosamente
ser falsa criminoso a dignidade e o decoro
Protege-se a honra objetiva
da vítima
Pessoa jurídica não pode ser Pessoa jurídica pode ser Pessoa jurídica não pode ser
sujeito passivo de calúnia sujeito passivo de difamação sujeito passivo de calúnia
Pune-se a calúnia contra os Quem imputa a alguém uma Tipo subjetivo exige a presença
mortos (vítima é a família) contravenção penal, incorre em do dolo (direito ou eventual),
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difamação, pois para configurar inexistindo a forma culposa
calúnia, é preciso que o fato
esteja definido como crime
Consuma-se no momento em Não se admite a modalidade Consumação e tentativa
que a imputação chega ao culposa na difamação consuma-se com a chegada da
conhecimento de terceira informação ao conhecimento da
pessoa pessoa à qual o agente queria
ofender. A maioria da doutrina
admite a tentativa apenas na
forma escrita
A tentativa é admitida Crime se consuma quando No perdão judicial, no primeiro
terceiro (ainda que um só) caso (provocação), aproveita
conhecer a imputação desonrosa apenas àquele que revidou. Já no
segundo caso (retorsão),
aproveita a todos os envolvidos
(quem primeiro ofendeu e aquele
que revidou)
A exceção da Crime de ação Exceção da verdade na Injúria real o §2º, tipifica a injúria
verdade não privada, o difamação, a exceção da verdade real, uma qualificadora do crime
poderá ser ofendido não foi é excepcional, ou seja, só é de injúria. Para a sua tipificação,
feita quando condenado por admitida se a ofensa for a lei exige que a violência (ou vias
SENTENÇA proferida contra funcionário de fato) seja aviltante, agindo o
IRRECORRÍVE público no exercício de saus agente com o propósito de
L funções ofender, ultrajar a vítima. Temos
Crime imputado, exemplos mais marcantes:
embora de ação puxões de orelhas ou de cabelos,
pública, o cuspir em alguém ou em sua
ofendido FOI direção
ABSORVIDO
POR Injúria qualificada pelo
SENTENÇA preconceito esse delito não se
IRRECORRÍVE confunde com o crime de racismo
L (lei 7.716/89);
Fato é imputado
a qualquer das Injúria Racismo (lei
pessoas Preconceito 7.716/89)
indicadas no nº (art. 140
I do art. 141 do §3º)
CP (Presidente Injuriar Discriminar
da República e pessoa grupo
Chefe de determinada
Governo Prescritível Imprescritível
estrangeiro) (art. 109 do
CP)
Afiançável Inafiançável
Pública, Pública
condicionada incondicionada
a
representação

DIPOSITIVOS COMUNS
As penas cominadas neste capítulo (calúnia, injúria e difamação) aumentam-se de 1/3, se qualquer dos
crimes é cometido:

Material velado/intensivo I 2013


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Contra o presidente da República, ou contra o Chefe de governo estrangeiro;
Contra funcionário público, em razão de suas funções
Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria
Contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria
se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em
dobro

EXCLUSÃO DO CRIME
Não constitui injúria e difamação punível (causa de exclusão de ilicitude)
Ofensa irrogada em juízo, na condição da causa, pela parte ou por seu procurador
Opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intensão
de injuriar ou difamar
Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste
no cumprimento de dever do ofício

Se o fato imputado é definido como contravenção o crime não será de calúnia e sim de
difamação.

No crime de calúnia exige-se que o agente tenha consciência da falsidade da imputação. Do


contrário haverá erro de tipo.

A calúnia tem pena maior do que a difamação.

Calúnia, injúria e difamação são espécies de crimes contra a honra.

Crimes contra a honra são crimes formais. O resultado é dispensado. São crimes que atinge o
sentimento de reputação do indivíduo (o que os outros pensam de mim), também chamada de
honra objetiva (calúnia e difamação/ainda que acabe respingando na honra subjetiva).

Nos crimes de calúnia e difamação não se admite a modalidade culposa.

A calúnia e difamação protegem a honra objetiva. Já a injúria protege a honra subjetiva.

Na calúnia, se admite a exceção da verdade, em regra. Salvo no caso de calúnia dirigida ao


Presidente da República, ou chefe de Estado estrangeiro, absolvição por sentença irrecorrível e
crime de ação privada sem sentença condenatória. Não se admite, em regra, a exceção da
verdade no crime de difamação, mas há uma exceção: contra funcionário público em razão de
suas funções.

A exceção da verdade (oportunidade que o ofensor tem de provar a acusação), na difamação,


somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de
suas funções. Já na injúria, a exceção da verdade é incompatível, pois o crime em questão
envolve a honra subjetiva (é humilhação).

Difamação há também uma atribuição de um fato, mas não é definido como crime. É um mero
fato desabonador, desonroso.

Imputar a alguém que uma mulher é adultera é difamação. Pouco importa se o fato é
verdadeiro ou falso.

“A” afirma, na presença de várias pessoas, que “B” trai seu marido “C” como vizinho. É
correto afirmar que “A” cometeu crime de difamação, não se admitindo a exceção da verdade.

No crime de difamação a exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário


público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

O crime de injúria contra funcionário público não se confunde com desacato (cometido
necessariamente na presença do servidor público).
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No delito de injúria, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria.

O chefe de uma equipe de vendedores de uma grande rede de supermercados exigiu a


presença, em sua sala, de um subordinado que não havia cumprido a meta de vendas do mês e
com a intenção de ofender- lhe o decoro, chamou-o de burro e incompetente. Durante a
ofensa, apenas os dois encontravam-se no recinto. O chefe, nessa situação, deverá responder
pelo delito de injúria.

Injúria real (art. 140§2º) é a injúria na qual o ofensor se utiliza de violência ou vias de fato pra
ofender. É a violência através do contato físico. Ex: colocar a perna para a pessoa cair no
intuito de ofender o cuspir na cara da vítima.

Injúria qualificada pelo preconceito (injúria racial/art. 140§3º) é uma injúria com pena maior
ofender alguém usando elementos de raça, cor, religião, etnia, origem, condição de pessoa
idosa ou deficiente (não constituem crime de racismo e sim injúria qualificada pelo
preconceito).

Segundo o CP, quando a injúria real (ou qualificada) resulta lesão corporal grave ou
gravíssima, ação penal passa a ser pública e incondicionada.

Se for lesão corporal leve será condicionada e, por fim, se for com o emprego de vias de fato
será privada.

Quando a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião,
origem, condição de pessoa idosa ou deficiência é qualificada com pena de reclusão de 1 a 3
anos + multa.

Ofender alguém pela opção sexual é injúria simples, mas se for referente à raça, cor, etnia,
religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência é injúria qualificada.

Na injúria não se admite a exceção da verdade. Não constituem difamação ou injúria à ofensa
irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou pelo seu procurador. O crime de
calúnia não está amparado pela imunidade judiciária.
Existem no Código Penal Brasileiro três excludentes da ilicitude no que se refere aos crimes
contra a honra na modalidade de difamação e injúria: ofensa irrogada em juízo (trocada em
juízo). Só vale para a difamação e injúria (não vale para calúnia/imputar fato falsamente
definido como crime), opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica e conceito
desfavorável emitido por funcionário público.

RETRATAÇÃO (causa de extinção de punibilidade) não exige o consentimento do ofendido e


pode ser feito até a sentença (até a sua publicação). Se a retratação for feita após a sentença,
não ficará o réu isento de pena, mas poderá incidir uma atenuante genérica.

Nos crimes de calúnia e difamação se admite a retratação, sem o consentimento do ofendido e


pode ser feito até a sentença.

No crime de injúria, segundo o CP não se aplica a retratação, porém, é passível o perdão


judicial [ofendido provocou de forma reprovável e diretamente a injúria (retorquida) e
retorsão imediata, que consiste em outra injúria].

A lei penal prevê a impossibilidade de arguição da exceção da verdade no crime de calúnia se o


fato imputado for crime de ação privada e o ofendido n]ao tiver sido condenado por sentença
irrecorrível.

O crime de difamação n]ao admite a exceção da verdade, mas permite que o agente ofereça a
exceção da notoriedade do fato, de modo a demonstrar que, para o agente, o fato era de
domínio público, afastando o dolo e da conduta.

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A configuração do crime de calúnia prescinde de imputação falsa de fato definido como crime
ou contravenção, podendo ser suprida mediante a determinação e a presença do animus
caluniandi.

A consumação do crime de calúnia se dá com o conhecimento, por parte do sujeito passivo, da


imputação falsa de fato definido como crime, independentemente da ciência ou divulgação por
parte de terceiros.

O autor de imputação falsa de fato descrito como infração penal que, na mesma circunstância,
der causa à instauração de investigação policial e de processo judicial contra a vítima
respondera em concurso material pelos crimes de calúnia e denunciação caluniosa. TEM QUE
SER CRIME.

O servidor público que emite conceito desfavorável em parecer ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício pode ser punido por injúria ou difamação, conforme o caso.
Exclusão do crime.

A exceção da verdade nos crimes de calúnia só será cabível se o ofendido for funcionário e a
ofensa, relativa ao exercício de suas funções. Difamação.

Moeda Falsa Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, a moeda metálica ou Reclusão de


papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. 3 a 12 anos,
Quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, em multa
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circunstâncias moeda falsa
Quem tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa Detenção de
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a 6 meses a 2
falsidade anos
Petrechos para Fabricar, adquire, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir Reclusão de
falsificação de ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer 2 a 6 anos e
moeda objeto especialmente destinado à falsificação d emoeda multa

Recentemente um novo delito que lesa a fé pública foi incluí do no Código Penal. O nomen iuris desse
crime é: delito de fraudes em certame de interesse público.
Fraudes em certames de interesse público
Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de Concurso público
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a Avaliação ou exame públicos Reclusão, de 1
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: Processo seletivo para (um) a 4 (quatro)
ingresso no ensino superior, anos, e multa.
Exame ou processo seletivo
previstos em lei
Permite ou facilita, por
qualquer meio, o acesso de
pessoas não autorizadas às
informações mencionadas no
caput.
Se da ação ou omissão Reclusão, de 2
resulta dano à administração (dois) a 6 (seis)
pública anos, e multa

Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é


cometido por funcionário público.

O crime de moeda falsa (art. 289, CP) se consuma quando o agente efetivamente realiza a
falsificação. Em outras palavras, consuma-se no momento da fabricação ou da alteração da

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moeda. E admite perfeitamente a forma tentada, em razão da possibilidade de fracionamento
dos atos executórios.

Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, pratica o crime de moeda falsa na forma
privilegiada.

Luiz, proprietário da Mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo
após passar troco para cliente com cédulas falsas de moeda falsa de R$20,00 e R$ 10,00. Os
policiais ainda apreenderam, no caixa da mercearia, 22 cédulas de R$20,00 e seis cédulas de
R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas pelo juiz – guardar e introduzir em
circulação moeda falsa – configuram crime único.

Se um indivíduo adquirir, gratuitamente, maquinismo para falsificar moedas e alcançar o seu


intento então, nesse caso, ele responderá pelo crime de moeda falsa em concurso com o delito
de petrechos para a falsificação de moeda.

Falsificação de documento público


Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro

Reclusão, de 2 a 6 anos, e multa


Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
sexta parte.
Para os efeitos penais, equiparam-se a documento Emanado de entidade paraestatal
público Título ao portador ou transmissível por
endosso( cheque, nota promissória, duplicata )
Ações de sociedade comercial
Livros mercantis
Testamento particular
Nas mesmas penas incorre Na folha de pagamento ou em
quem insere ou faz inserir: documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a
previdência social, pessoa que não Nas mesmas penas incorre
possua a qualidade de segurado quem omite, nome do segurado
obrigatório. e seus dados pessoais, a
Na Carteira de Trabalho e remuneração, a vigência do
Previdência Social do empregado contrato de trabalho ou de
ou em documento que deva produzir prestação de serviços.
efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita.
Em documento contábil ou em
qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da
empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado
A diferença entre os núcleos falsificar e alterar é no sentindo de que, no primeiro caso, o documento
não existe, sendo criado total ou parcialmente pelo agente; na segunda hipótese, o documento público
existe, é verdadeiro, mas o agente modifical, alterando o seu conteúdo.
O núcleo falsificar dá a ideia de contrafação, isto é, a fabricação do documento de natureza pública.
Se a falsidade ocorrer mediante supressão de parte doo documento público, alterando-se documento
verdadeiro, o crime será de supressão de documento público tipificado no art. 305 do CP.
Na prática do crime de falsificação do documento público não é possível aplicar aa tese de autodefesa.
O artigo de falsificação de documento público é formal e instantâneo. Aquele que insere fotografia sua
em cédula de identidade de outro particular, conforme comprovado pela confissão do acusado e
depoimento dos policiais militares comete o delito do art. 297 do CP.
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Não se exige que a falsidade seja perfeita, bastando uma razoável imitação do documento verdadeiro,
idônea para enganar a maioria das pessoas.
O tipo em estudo não se exige, para a sua consumação, a efetiva produção do dano.
Para a configuração do delito de falsificação de documento público, não se exige que a falsidade seja
perfeita, bastando uma razoável imitação do documento verdadeiro, idônea para enganar a maioria das
pessoas.
A nota promissória vencida, não suscetível de endosso, não pode ser equiparada a documento público.
Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito
estadual (DETRAN) cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o
condutor era Manuel. Manuel acaba recebendo três pontos na carteira em razão do
preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com base nessa informação e na
legislação penal, é correto afirmar que há crime de FALSIDADE DE DOCUMENTO PÚBLICO.

Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado acerca do
documento de identificação, apresentou, como sendo seu, o único documento que carregava,
um título de eleitor, autêntico, pertencente a terceira pessoa. Nessa situação hipotética, a
conduta de Silas ajusta-se ao crime de uso de documento de identidade alheio.

Celso, maior, capaz, quando trafegava com seu veículo em via pública, for abordado por
policiais militares, que lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteria de
habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta de celso é
considerada atípica, visto que a apresentação do documento falso decorreu de circusntâncias
alheias à sua vontade.

A consumação do crime de atestar ou certificar falsamente, em razão da função pública, fato


ou circunstância que habilite a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
público, ou qualquer outra vantagem ocorre no instante em que o documento falso é criado,
independentemente da sua efetiva utilização pelo beneficiário.

Aquele que fabricar uma nota de cinco reais similar à verdadeira não poderá ser beneficiado
pela incidência do princípio da insignificância, ainda que seja primário e de bons antecedentes.
Ainda que as cédulas falsificadas sejam de pequeno valor, não é possível aplicar o princípio da
insignificância ao crime de moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, que envolve
a credibilidade do Sistema Financeiro Nacional, o que descaracteriza a mínima ofensividade da
conduta do agente de modo a excluir a tipicidade do fato. Precedentes do STF e do STJ. 2.
Habeas corpus denegado. (HC 187.077/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 07/02/2013, DJe 18/02/2013)”.

Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a
modalidade culposa hipótese em que a pena é reduzida. Todos os crimes contra a fé pública
são dolosos. Não existe qualquer modalidade culposa.

Paulo recebeu um cheque de R$ 300,00 em pagamento da venda de mercadoria. Depositado, o


cheque foi devolvido por insuficiência de fundos. Novamente depositado, tornou a ser
devolvido por insuficiência de fundos. Após seis meses, tendo ocorrido a prescrição, Paulo
endossou o cheque e o transferiu a José, que alterou o valor para R$ 3.000,00 e ingressou em
juízo com ação monitória contra o emitente. Nesse caso, José responderá por falsificação de
documento particular. Responderá por falsificação de documento particular, pois o cheque
deixou de ser documento público ao ser devolvido pela 2ª vez.

O agente que, sem finalidade específica, falsifca testamento particular comete o crime de
falsificação de documento público.

A” contratou “B” para trabalhar em 1º de março de 2011. Ao efetuar o registro do contrato de


trabalho na Carteira de Trabalho e Previdência Social de “B”, “A” anotou a data de início do
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vínculo empregatício 1º de novembro de 2011. O ato praticado por “A” constitui crime de
falsidade ideológica. Só será falsidade de documento público quando o prejuízo for em face da
previdência social. Do contrário, será falsidade ideológica, ou seja, quando o prejuízo é relativo
a direitos trabalhistas puramente.

O sujeito que falsifica e usa o documento é punido apenas pela falsificação. O uso do
documento é mero exaurimento da falsificação ("post factum" impunível).

Falsificação de documento público = Na falsificação de documento público, a condição de


funcionário público é causa de aumento de pena, ainda que não se prevaleça do cargo.

A ação penal do crime de falsificação de documento particular é de iniciativa pública,


incondicionada. Código penal ou outra lei não especificar qual a ação penal aplicável, será o
caso de ação penal pública incondicionada.

NÃO se equipara a documento público o atestado médico particular.

No crime de falsificação de documento público (art. 297, CP), a forma do documento é


verdadeira, mas seu conteúdo é falso.

A substituição de fotografia em documento de identidade verdadeiro (cédula de identidade)


pertencente a outrem, com intenção de falsificá-lo, configura o crime de falsificação de
documento público (art. 297, CP).

O sujeito que falsifica e usa o documento é punido apenas pela falsificação. O uso do
documento é mero exaurimento da falsificação ("post factum" impunível).

Falsificação de documento público = Na falsificação de documento público, a condição de


funcionário público é causa de aumento de pena, ainda que não se prevaleça do cargo.

Maria inseriu, falsamente, em sua carteira de trabalho e previdência social, visando adquirir
alguns bens a crédito, um contrato de trabalho por meio do qual exercia função de secretária-
executiva, com salário de R$ 1.800,00 mensais, na empresa Transportadora J&G Ltda.
Posteriormente, Maria fez uso da carteira de trabalho em uma loja de eletrodomésticos, ao
adquirir, a crediário, um televisor e um videocassete. Nessa situação, consoante orientação do
STJ, Maria praticou os crimes de falsidade de documento público e uso de documento falso.
Segundo o entendimento que prevalece no STJ, Maria responderia apenas pelo crime de
falsificação, posto que o uso de documento falso caracterizaria, segundo o STJ, mero
exaurimento da falsificação, que seria uma etapa do crime de uso quando realizado pela
mesma pessoa.

É circunstância qualificadora do crime de fraude em certame de interesse público o fato de a


fraude ser praticada por funcionário público e resultar em danos para a administração pública,
com o fim especial de, por qualquer forma, o funcionário obter vantagem econômica.

O crime de fraude em certame de interesse público é consumado com a efetiva utilização ou


divulgação da informação sigilosa, ainda que o destinatário já tenha conhecimento do objeto
sob sigilo e não consiga êxito no certame.

A agravante prevista nos crimes de falsificação de papéis públicos somente terá incidência
sobre o funcionário público cujas atividades estejam diretamente relacionadas com os
documentos contrafeitos e desde que tenha ele se prevalecido do cargo para a prática da
infração, não bastando a simples condição de funcionário. Não é necessário a relação direta
com os documentos falsificados. NÃO se trata de Agravante = as circunstâncias agravantes
estão na parte geral e não têm quantum definido, devendo o juiz fixá-la no caso concreto. É

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caso de MAJORANTE (Causa de aumento de pena) = se encontra tanto na parte geral qaunto
na especial e seu quantum é definido em frações.

Quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada pela administração pública é,
para efeitos penais, equiparado a funcionário público, consoante o CP. Equipara-se a
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública.

A conduta consistente na emissão de título ao portador sem permissão legal constitui crime
contra a fé pública.

Insere, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as


obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado = FALSICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO.

Falsidade ideológica
Omitir, em documento público ou particular, declaração que Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se
dele devia constar o documento é público, e reclusão de
Inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que 1 a 3 anos, e multa, se o documento
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar é particular
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Se o agente é funcionário público, e comete o crime Aumenta-se a pena de sexta parte.
prevalecendo-se do cargo
Se a falsificação ou alteração é de registro civil
A falsidade constante do art. 299 do CP (falsidade ideológica) é de cunho ideológico (ideia). O
documento em si, é perfeito, a ideia, no entanto, nele lançada é que é falsa.
O sujeito que assina o recibo em nome da credora, apondo a assinatura da mesma sem o conhecimento
dela, ciente de que não havia efetuado o pagamento do valor correspondente comete o crime de
falsidade ideológica.
Para a caracterização do crime de falsidade ideológica, basta a potencialidade de evento danoso, sendo,
portanto, irrelevante, a inocorrência de efetivo prejuízo.
A inserção de falsa declaração em carteira de trabalho caracteriza a prática do delito de falsidade
ideológica.
Não se pode reconhecer o concurso material entre falsidade ideológica e o uso de documento falso pelo
próprio autor da infração, devendo o segundo delito ser absorvido pelo primeiro.
De acordo com expressa previsão legal, constitui crime de falsidade ideológica a conduta de
atestar ao juiz da execução penal a prestação de serviço para fins de remição de pena quando,
na verdade, não houve prestação de serviço pelo condenado.

A inserção, em assentamento de registro civil, de declaração falsa com vistas à alteração da


verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime de falsidade ideológica, com
aumento de pena em razão da natureza do documento.

Existe o crime de falsidade ideológica de documento particular.

Não há crime se a falsidade ideológica versar sobre fato juridicamente irrelevante.

Não há falsidade ideológica se o conteúdo da declaração retrata a opinião do agente e não um


fato.

Para a caracterização do crime de falsidade ideológica basta a potencialidade de um evento


danoso.

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Insere, em documento particular, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o
fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante
= FALSIDADE IDEOLÓGICA.

São requisitos do tipo, no crime de falsidade ideológica: 1) alteração da verdade sobre fato
juridicamente relevante; 2) imitação da verdade; 3) potencialidade do dano; 4) dolo.

Omite, em documento público, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante = FALSIDADE IDEOLÓGICA.

Certidão ou atestado ideologicamente falso


Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato Detenção, de 2 meses a 1 ano
ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem
Falsidade material de atestado ou certidão
Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o Detenção, de 3 meses a 2 anos
teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção
de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vantagem
Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Alterar teor de certidão verdadeira, para provar fato que habilite alguém a obter cargo público
ou outra vantagem comete crime de falsidade ideológica. Certidão ou atestado
ideologicamente falso.

Certidão ou atestado ideologicamente falso - CP: Atestar ou certificar falsamente, em razão de


função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. (Crime formal, o uso é
mero exaurimento). Falsidade ideológica art. 299 CP: Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir, declaração falsa
ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante.

Uso de qualquer dos papéis falsificados/uso de Reclusão, de 2 a 6 anos, e multa


documento falso ou alterados, a que se Documento público
referem os arts. 297 a 302 Documento particular
Documento em que conste firma ou letra reconhecida
falsamente
Certidão ou atestado ideologicamente ou
materialmente falso
Atestado médico falso
Não se configura o crime de uso de documento falso quando simplesmente se porta documento falso.
O simples porte do documento falso, em plena via pública, já é suficiente para configurar o crime de uso
de documento falso.
É crime formal.
Comete o crime de uso de documento falso o sujeito que apresenta à polícia a identidade com sua foto e
assinatura, porém com impressão digital de outrem.
A utilização de cópia reprográfica sem autenticação não pode ser objeto material do uso de documento
falso.
A falsificação grosseira impede a consumação do delito de uso do documento falso.
Comprovada a materialidade e autoria, consistentes da apresentação de faturas comerciais
ideologicamente falsas à fiscalização alfandegária, com intuito de reduzir pagamento de tributos
devidos pela importação de mercadorias, tem-se configurado o descaminho na forma tentada, absorvido
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pelo uso de documento falso.
Comete crime de uso de documento falso o promitente vendedor de imóvel que entrega ao
oficial do registro público cópia não autenticada de sua carteira de identidade civil na qual
constem número de registro e filiação diversos dos constantes na carteira original. Cópia não
autenticada de documento não é objeto de do crime de uso de documento falso.

O simples porte de documento de identidade falsificado caracteriza-se como crime de uso de


documento falso. Tem que usar - crime material.

O uso de documento verdadeiro de identidade de terceiro caracteriza-se como crime de uso de


documento falso. É crime de falsa identidade - CP: Usar, como próprio, passaporte, título de
eleitor, caderneta de reervista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro.

Supressão de documento
Destruir Documento público ou particular Reclusão, de 2 a 6 anos, e
Suprimir verdadeiro, de que não podia dispor multa, se o documento é
Ocultar, em benefício próprio público, e reclusão, de 1 a 5
ou de outrem, ou em prejuízo anos, e multa, se o
alheio documento é particular
Comete o crime de supressão de documento o agente que destrói. Em benefício próprio e em prejuízo
alheio, uma nota promissória da qual não podia dispor.
Alterar parte de documento público verdadeiro pratica o crime de supressão de documento.

Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do IP no qual figure como investigado
pela prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos
quais seja demonstrada a materialidade do delito do investigado, e os destrua. Nessa situação,
em razão de ato, Silas responderá pelo delito de supressão de documento.

Considere que um homem tenha retirado o edital de citação de sua companheira, o qual estava
afixado na entrada do fórum de sua cidade, a fim de evitar que outras pessoas tomassem
conhecimento desse documento. Nessa situação, esse homem responderá pelo delito de
supressão de documento público.

O crime de uso de documento falso é formal, consumando-se com a simples utilização do


documento reputado falso, não se exigindo a comprovação de efetiva lesão à fé pública, o que
afasta a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância, em razão do bem jurídico
tutelado. A consumação ocorre com a falsificação ou alteração do documento público, pouco
importando se ele chega ou não a ter efetivamente utilizado, portanto crime formal. Admite-se
a tentativa.

Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é pelo estelionato
absorvido. Um camarada que adultera uma identidade de fulano para pratica de crime de
estelionato, e esta falsificação, não causou outros males, principalmente, se esta identidade
pertencia a outra pessoa, o meio utilizado, "carteira de Identidade" é absorvido pelo crime de
estelionato.

Falsa identidade
Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter Detenção, de 3 meses a 1 ano,
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vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a ou multa, se o fato não constitui
outrem: elemento de crime mais grave
Apesar do legislador não lhe conferir um nomen juris, em âmbito doutrinário convencionou chama-lo de
“uso de documento de identidade alheia”
A consumação do crime de falsa identidade depende da obtenção da vantagem pretendida pelo
agente, com a atribuição falsa da identidade. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. (Crime
formal, vantagem é mero exaurimento).

O crime de certidão ou atestado falso consuma-se com o uso do documento falsificado e enseja
a punição da falsidade material e da falsidade ideológica.

Crime de uso de documento de identidade alheia previsto no art. 308 do Código Penal/é
correto afirmar que não se exige que o uso do documento de identidade alheia tenha por
finalidade a obtenção de vantagem.

Crimes contra a PECULATO Apropriar-se o


Administração funcionário
Pública público de Peculato-
dinheiro, valor ou apropriação Reclusão
qualquer outro de 2 a 12
bem móvel, anos, e
público ou multa
particular, de que
tem a posse em
razão do cargo

Desviá-lo, em Peculato-desvio
proveito próprio /próprio
ou alheio

PECULATO-FURTO Funcionário público,


embora não tendo
a posse do
dinheiro, valor ou
bem, o subtrai/ Reclusão
Concorre para de 2 a 12
que seja anos
subtraído, em
proveito próprio
ou alheio, valendo-
se de facilidade lhe
proporciona a
qualidade de
funcionário

PECULATO Funcionário Detenção


CULPOSO concorre , de 3
culposamente meses a
para o crime de 1 ano
outrem

Material velado/intensivo I 2013


Direito Penal
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De acordo com o STF, é possível aplicar o
princípio da insignificância no peculato-furto
PECULATO Apropriar-se de Reclusão de 1
ESTELIONATO dinheiro ou a 4 anos, e
/MEDIANTE qualquer utilidade multa
ERRO DE que, no exercício
OUTREM do cargo,
recebeu por erro
de outrem

PECULATO Inserir ou facilitar, Reclusão de 2


ELETRÔNICO/ o funcionário a 12 anos, e
público multa
autorizado, a
inserção de dados
falsos, alterar ou
excluir
indevidamente
dados corretos nos
sistemas
informatizados ou
banco de dados da
Administração
Pública com o fim
de obter
vantagem
indevida para si ou
para outrem ou
para causar
PECULATO Modificar ou Detenção de 3
ELETRÔNICO alterar, o meses a 2
funcionário anos, e multa
público, sistema
de informações
ou programa de Penas são
informática sem aumentadas de
autorização ou 1/3 até a
solicitação de metade se da
autoridade modificação ou
competente alteração
resulta dano
para a
Administração
Pública ou para
o administrado
Reparação do dano Se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade
Se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta

Particular/ Sabendo da qualidade funcional do agente,


responde concorre, de qualquer modo, para o evento,
responde como partícipe do peculato, por força
do art. 30 do CP
Se comprovado que o particular desconhecia a
qualidade funcional do agente, responde por

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Direito Penal
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apropriação indébita
Concussão/art. Exigir, para si ou para outrem, direta ou Reclusão de
316 indiretamente, ainda que fora da 2a8
função ou antes de assumi-la (“dar anos, e
carteirada com o Diário Oficial”), multa
mas em razão dela, vantagem
indevida
Excesso de Exige tributo ou contribuição social Reclusão
exação/316, §1º que sabe ou deveria saber indevido de 3 a 8
Quando devido, emprega na cobrança anos, e
meio vexatório ou gravoso, que a lei multa
não autoriza
Concussão/ Funcionário desvia, em proveito Reclusão de
desvio/art. 316 próprio ou de outrem, o que recebeu 2 a 12
§2º indevidamente para recolher aos anos, e
cofres públicos multa
Se não for contribuição social ou tributo indevido o agente pratica o
crime de abuso de autoridade
Corrupção passiva Solicitar/ receber, para si ou para Reclusão de
(art. 317 do CP) outrem, direta ou indiretamente, ainda 2 a 12
que fora da função ou antes de assumi- anos, e
la, mas em razão dela, vantagem multa
indevida
Aceitar promessa de tal vantagem

Art. 317 §1º do CP Aumentada de 1/3, se, em consequência, da


(aumento de pena) vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional
Art. 317 §2º do CP Funcionário pratica, deixa de praticar ou Detenção
(corrupção passiva retarda ato de ofício, com infração de de 3
privilegiada) dever funcional, cedendo a pedido ou meses a 1
influência de outrem ano, ou
multa
O Código Penal Militar (art. 308 do CPM) prevê apenas
duas modalidades de conduta no crime de corrupção
passiva, quais sejam: o recebimento da vantagem
indevida ou a aceitação da promessa da referida
vantagem, não contemplando a modalidade de
solicitar. Nesse caso, partindo a corrupção do
servidor militar, competirá à Justiça Comum
processá-lo e julgá-lo pelo crime de corrupção
passiva comum, ante a ausência de previsão
desta conduta no Código Castrense
As condutas praticar, deixar de praticar ou
retardar ato de ofício, com infração de dever
funcional estão previstas tanto na corrupção
passiva privilegiada (§2º) quanto na causa de
aumento de pena (§1º). O que diferencia a
subsunção do fato à norma é a existência ou não
de vantagem ou promessa indevida
Facilitação de Facilitar, com infração de dever Reclusão de 3 a
contrabando ou funcional, a prática de 8 anos, e multa
Descaminho/ Art. contrabando ou descaminho
318 do CP Julgamento compete à Justiça Federal, ainda que
o funcionário criminoso seja estadual
Contrabando (entrada e saída do país de mercadorias
proibidas)

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Direito Penal
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Descaminho (fraude empregada para elidir o
pagamento de impostos de importação, exportação ou
consumo)
Art. 319 do Retardar ou deixar de praticar, Detenção
CP/Prevaricação indevidamente, ato de ofício, ou praticá- de 3
lo contra disposição expressa de lei, meses a 1
para satisfazer interesse ou ano, e
sentimento pessoal multa
Prevaricação Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou Detenção
imprópria agente público, de cumprir seu dever de de 3
/telefone celular vedar ao preso o acesso a aparelho meses a 1
telefônico, de rádio ou similar, que anos
permita a comunicação com outros
presos ou com o ambiente externo
Condescendência Deixar o funcionário, por Detenção
criminosa indulgência, de responsabilizar de 15 dias
subordinado que cometeu infração a 1 mês,
no exercício do cargo ou, quando lhe ou multa
falte competência
Não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente
Advocacia Patrocinar, direta ou indiretamente, Detenção
administrativa interesse privado perante a de 1 a 3
administração pública, valendo-se meses, ou
da qualidade de funcionário multa
Art. 321 §único do Interesse é ilegítimo Pena é de
CP (AUMENTO DE detenção
PENA) de 3
meses, a 1
anos, além
da multa
Crimes contra a administração pública

Incorrem na prática de condescendência criminosa tanto o servidor público hierarquicamente


superior que deixe, por indulgência, de responsabilizar subordinado que tenha cometido
infração no exercício do cargo quanto os funcionários públicos de mesma hierarquia que não
levem o fato ao conhecimento da autoridade competente para sancionar o agente faltoso.

A consumação do crime de corrupção passiva ocorre quando o agente deixa efetivamente de


praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou
influência de outrem, em troca de vantagem indevida anteriormente percebida.

Os crimes praticados por funcionário público contra a administração pública, em regra, são
afiançáveis, havendo previsão legal para que o acusado apresente resposta preliminar, à vista
da qual o juiz poderá rejeitar a denúncia se convencido da inexistência do crime.

Constitui pressuposto material dos crimes de peculato-apropriação e peculato-desvio, em suas


formas dolosas, a anterior posse do dinheiro, do valor ou de qualquer outro bem móvel,
público ou particular, em razão do cargo ou função.

Servidor público que, na qualidade de agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de
emitir auto de infração por débito tributário e de cobrar a consequente multa responderá,
independentemente do recebimento da vantagem, pela prática do crime de concussão, previsto
na parte especial do Código Penal (CP). Art. 3º, II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício,
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de
lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de
3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. É um crime contra ordem tributária.
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Direito Penal
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Pratica corrupção passiva um agente de polícia que recebe dinheiro da vítima para utilizá-la na
aquisição de gasolina para a viatura, a fim de ir ao local do crime investigar.

Solicita para si vantagem indevida em razão da função pública que exerce incide no crime de
corrupção passiva.

Pratica o crime de prevaricação a autoridade administrativa que, ao tomar conhecimento de


irregularidades no serviço público, não proceder à sua apuração ou deixar de comunicá-la à
autoridade que tiver competência para promover os atos apuratórios. CONDECENDÊNCIA
CRIMMINOSA.

Caso um policial federal preste ajuda a um contrabandista para que este ingresse no país e
concretize um contrabando, consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria.

Alteração não autorizada do sistema de informações é um crime contra a Administração


Pública praticada exclusivamente por funcionário público.

A conduta de policiais militares que impõe o pagamento de vantagem indevida a determinados


criminosos pratica o crime de concussão.

O funcionário público que, por imprudência, deixar aberta a porta do setor em que trabalha,
facilitando, assim, a entrada de terceiros que furtem bens da administração pública, deverá
responder pelo crime de peculato furto, pois, consoante o CP, terá concorrido de qualquer
forma para o crime. Peculato culposo.

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