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Principio da insignificância
STJ e o STF são convergentes no Mínima ofensividade da conduta do agente
sentido de considerar os Nenhuma periculosidade da ação
requisitos do princípio da Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento lesivo
insignificância: Inexpressiva lesão jurídica
Primariedade e bons antecedentes (não é o que prevalece)
STJ Avaliação da significância da lesão para a vítima
Absolvição na esfera da tipicidade material
Não é aplicado aos crimes contra a Administração Pública e
contra a Fé Pública
STF Realidade econômica do país
Não é aplicado aos crimes contra a Administração Pública e
contra a Fé Pública e contra a Fé Pública.
O STF não tem aplicado o princípio da insignificância no uso
de drogas por militar em serviço (Pleno do STF/informativo
519).
Princípio da adequação social
Proposto por Hans Possui a função de restringir a STF indeferiu HC em que a
Welzel abrangência do tipo penal, limitando sua Defensoria de SP requeria, com base
interpretação e dele excluindo as no princípio da adequação social, a
condutas consideradas socialmente declaração da atipicidade da conduta
adequadas e aceitas pela sociedade. imputada a condenado como incurso
Destina-se também ao legislador, nas penas do art. 184, §2º, do CP,
orientando-o na escolha de conduta a ser violar os direitos do autor e que lhes
proibida ou imposta, bem como na são conexos. Asseverou a Turma
revogação dos tipos penais. que o fato de a sociedade tolerar a
prática do delito em questão não
implicaria dizer que o
comportamento do paciente poderia
ser considerado ilícito.
Princípio da legalidade
Princípio da legalidade = princípio da reserva legal +anterioridade.
A Constituição da República, obediente a tradição constitucional reservou exclusivamente à lei anterior a
definição dos crimes, das penas correspondentes e a consequente disciplina de sua individualização.
Princípio da fragmentariedade
O Direito penal limita-se somente a castigar as ações mais graves contra os bens jurídicos mais
importantes. Só se ocupa de uma parte, fragmentos, de maior eminência.
Só deve ser acionado quando os outros ramos do direito não sejam suficientes para a proteção dos bens
jurídicos envolvidos.
Princípio da Intervenção Mínima
Rogério Greco chama esse princípio de ultima ratio.
É com base nesse princípio que os direitos são delecionados para permanecer sob a tutela do Direito
Penal.
A intervenção do Direito Penal apenas se justifica quando os bem jurídico tutelado tenha sido exposto a
um dano com relevante lesividade.
O princípio da insignificância NÃO tem incidência apenas nas condutas tipificadas como
infração de menor potencial ofensivo. Os demais crimes, apesar de serem social e penalmente
relevantes, não afastam a incidência do referido princípio.
IMPO (Infração de Menor Potencial Ofensivo), por si, só, possuem valoração legislativa acerca
do desvalor da ação e do resultado, por meio da proporcional e adequada reprimenda à lesão
ao bem jurídico protegido, sendo este o substrato legal na aplicação do princípio.
Nos casos de delitos contra o patrimônio sem violência ou grave ameaça à pessoa, a aplicação
do princípio da insignificância é admitida pelo STJ, mesmo que existam condições pessoas
desfavoráveis, tais como maus antecedentes, reincidência ou ações penais em curso.
Para que ocorra o reconhecimento do princípio da insignificância, tem de haver conduta típica,
ou seja, ofensa grave a bens jurídicos tutelados, sendo suficiente lesões irrelevantes aos bens
ou interesses protegidos.
A venda de cópias não autorizadas de CDs e DVDs – cópias piratas – por vendedores
ambulantes que não possuam outra renda além da advinda dessa atividade, apesar de ser
conduta tipificada, não possui, segundo a jurisprudência do STJ, tipicidade material, aplicando-
se ao caso o princípio da adequação social.
O princípio da adequação social do fato não se confunde com a teoria do risco permitido ainda
que tenha como pressuposto fundamental a existência de uma lesão ao bem jurídico que não
chega a constituir um desvalor do resultado, o qual é permitido por uma interpretação
teleológica restritiva dos tipos penais, na adequação social, e, no risco permitido, ocorre pelo
desvalor da ação que repercute no desvalor do resultado.
O princípio do ne bis in idem ou nos bis is idem traduz a proibição de punir ou processar
alguém duas ou mais vezes pelo mesmo fato e concretiza-se pela valoração integral da conduta
delituosa.
De acordo com o Princípio da Fragmentariedade, a lei penal só deverá intervir quando for
absolutamente necessário, para a sobrevivência da comunidade, como a ultima ratio.
O princípio da presunção de inocência diz que todos são inocentes até que se prove o contrário
ou sentença condenatória definitiva. Esse princípio consta expressamente no texto.
Para saber qual é a norma geral e qual é especial é preciso analisar o fato concreto praticado,
não bastando que se comparem abstratamente as descrições contidas nos tipos penais.
Ocorre um conflito aparente de normas penais quando ao mesmo fato parecerem ser aplicáveis
duas ou mais normas (ou tipos). A solução do conflito aparente de normas dá-se pelo emprego
de alguns princípios (ou critérios), os quais, ao tempo em que afastam a incidência de certas
normas, indicam aquela que deverá regulamentar o caso concreto. Os princípios que
solucionam o conflito aparente de normas, segundo a doutrina penal são: o da especialidade, o
da subsidiariedade, e da consunção e da alternatividade.
Umas das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de ser realizar incriminações
vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo penal incriminador, é
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obrigatória a existência de definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo vedada,
com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos.
O princípio da legalidade exige, além da previsão legal do crime e da pena anteriores ao fato
praticado, definição de conduta e cominação balizada de punição.
Em razão do princípio da presunção de inocência não é possível haver prisão antes da sentença
condenatória transitada em julgado. A Súmula 9 do STJ estabelece que a prisão provisória não
ofende o princípio constitucional da presunção de inocência.
Extraterritoriedade
Será submetido ao Código Penal o agente, brasileiro que cometer, ainda que no estrangeiro,
crime contra a administração pública, estando a seu serviço, ou cometer crime contra o
patrimônio ou a fé pública da União, de empresa pública ou de sociedade de economia mista. A
circunstância de a conduta ser lícita no país onde foi praticada ou de se encontrar extinta a
punibilidade será irrelevante para a responsabilização penal do agente no Brasil.
Se o presidente do STF, em viagem oficial à Itália, for agredido por manifestantes contrários à
sua presença naquele país, resultando-lhe ferimentos graves, a essa hipótese aplicar-se-á a lei
penal brasileira de forma incondicionada, com base no princípio da universalidade, ou da
justiça universal.
-Agente é ascendente ou
descendente, cônjuge,
irmão, tutor ou curador
da vítima;
-Vítima é maior de 60
anos;
Exposição ou abandono de recém-nascido Expor ou abandonar
recém-nascido, para
ocultar desonra
própria comina pena de
detenção de 6 meses a 2
anos.
Resultar lesão de
natureza grave comina
pena de detenção de 1 a
3 anos
Se resultar morte comina
pena de 2 a 6 anos
Omissão de Socorro/próprio- Omissivo impróprio – é penalmente
Deixar de prestar assistência, relevante quando o omitente devia
quando possível fazê-lo sem risco e podia agir para evitar o resultar.
pessoal, à criança abandonada ou O dever de agir incumbe a quem:
extraviada, ou à pessoa inválida Tenha por lei obrigação de cuidado,
ou ferida, ao desamparo ou em proteção ou vigilância
O crime de lesão corporal seguida de morte é preterdoloso, entre outros aspectos, havendo
dolo na conduta e culpa na conduta consequente. Resultado consequente. Só existe uma
conduta.
Os crimes comissivos por omissão – também chamados de crimes omissivos impróprios – são
aqueles para os quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por uma
inação.
O crime de omissão de socorro não admite tentativa, porquanto estando a omissão tipificada
na lei como tal e tratando-se de crime unissubsistente, se o agente, sem justa causa, se omite,
o crime já se consuma.
O dispositivo legal que prevê o estado de necessidade é uma norma penal não incriminadora
permissiva justificante porque tem por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente. As
normas penais podem ser classificadas em incriminadoras e não incriminadoras. As primeiras
definem as infrações e estabelecem as respectivas sanções. As segundas podem ser dividas em
permissivas (confere ilicitude a certos comportamentos) e explicativas.
A responsabilidade penal pela indenização do prejuízo que foi causado pelo condenado ao
cometer o crime não pode ser estendida aos seus herdeiros sem que, com isso, seja violado o
princípio da personalidade da pena. Vige, no Direito Penal, o princípio da pessoalidade, ou da
personalidade, ou da responsabilidade pessoal, que prescreve que a pena não poderá passar
da pessoa do delinquente, podendo, entretanto, a obrigação de reparar o dano e decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos seus sucessores e contra eles
executadas até o limite do valor do patrimônio transferido.
Suponha que Leôncio tenha praticado crime de estelionato na vigência de lei penal na qual
fosse prevista, para esse crime, pena mínima de dois anos. Suponha, ainda, que, no
transcorrer do processo, no momento da prolação da sentença, tenha entrado em vigor nova
lei penal, mais gravosa, na qual fosse estabelecida a duplicação da pena mínima prevista para
o referido crime. Nesse caso, é correto afirmar que ocorrerá a ultratividade da lei penal.
Com relação ao crime de lesão corporal seguida de morte, admite-se o resultado morte doloso
ou culposo.
Crimes, contravenções
O dolo direto ou eventual é elemento subjetivo do delito de violação de direito autoral, não
havendo previsão para a modalidade culposa desse crime.
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A tentativa de contravenção, mesmo que factível, não é punida.
Tentativa
Caso seja caracteriza a tentativa de homicídio, a pena aplicada será reduzida de 1 a 3/3 da
pena correspondente ao crime consumado.
Apesar de, no campo fático, ser possível ocorrer a tentativa d contravenção penal, esta,
quando se desenvolve na forma tentada, não é penalmente alcançável.
Diz-se o crime é Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
consumado legal
Tentativa Tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circusntancias alheias à vontade
do agente
Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa
com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de 1 a 2/3
Não admitem Crimes culposos
tentativa Crimes preterdolodos
Crimes omissivos próprios
Contravenções penais (existe/não é punível)
Crime de atentado
Crimes habituais
Crimes unissubisistentes
Arrependimento posterior
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA, por ato voluntário do agente, a pena
será reduzida se 1 a 2/3.
No caso de prática de crimes sem violência ou sem grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída até o oferecimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, aa pena
será reduzida de 1 a 2/3.
Execução Vítima
(aberratio ictus) virtual
Resultado Responde
diverso do pelo
pretendido resultado
(aberratio provocado
criminis) /modalida
de
culposa
Erro sobre o
nexo causal
Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor de sessenta e oito anos
de idade, um relógio de alto valor. Nessa situação, o autor não pode beneficiar-se da escusa
penal absolutória, em razão da idade da vítima.
Considera-se evitável o erro quando o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
do fato, sendo-lhe possível, nas circunstâncias, ter o agir atingir essa consciência.
O erro de tipo, se vencível, afasta o dolo e a culpa, estando diretamente ligado à tipicidade da
conduta do agente. Se a culpa estiver prevista em lei vai responder sim.
O agente que, por circunstancias alheias à sua vontade, não consegue prosseguir na execução
só responde pelos atos já praticados. Responde por tentativa.
Embriaguez
Estará isento de pena o agente que, por embriaguez culposa, seja, ao tempo da ação ou
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Excludentes
EXCLUDENTES
Tipicidade Ilicitude Culpabilidade Punibilidade
Coação física Parte Geral Ausência de Menoridade Anistia
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Legítima defesa imputabilidade Doença mental ou Morte do agente
Estado de desenvolvimento Graça
Necessidade mental retardado Indulto
Estrito cumprimento Retroatividade
do dever legal de lei que não
Exercício regular de mais considera
um direito o fato como
criminoso
Prescrição
Decadência
Perempção
Reparação do
dano no
peculato culposo
Retratação do
agente
Perdão judicial
Escusas
Embriaguez completa absolutórias
por caso fortuito ou (não estão
força maior expressas no
CP)
Para que se configure a legítima defesa, faz-se necessário que a agressão sofrida pelo agente
seja antijurídica, contrária ao ordenamento jurídico, configurando, assim, um crime. Precisa
ser injusta.
Culpabilidade
Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àqueles que tenham praticado crimes
hediondos.
Concurso de pessoas
Concurso material ou Adotou-se o sistema de cumulação de penas. As penas de cada crime são
real aplicadas individualmente (pena isolada) e em seguida são somadas.
Concurso material ou real homogêneo = crimes idênticos
Concurso material ou real heterogêneo = não idênticos
É possível o concurso de entre crime doloso outro culposo. Ex:
aberratio ictus com pluralidade de resultados, um doloso e outro
culposo.
CONCURSOS DE Concurso eventual Cometido por 1 ou várias pessoas
PESSOAS (monosubjetivo)
Subjetivas/pessoais Não se
dizem respeito ao comunicam
estado anímico do aos
agente ou motivo do concorrentes
crime, como por do crime.
exemplo, motivo fútil,
torpe, relevante valor
social ou moral,
domínio de violenta
emoção etc.
Elementares
Componentes essenciais do crime.
Se, durante os atos de execução do crime, mas sem esgotar todo o processo executivo do
delito, o agente desiste, voluntariamente, de nele prosseguir, ocorre arrependimento eficaz.
Desistência voluntária.
A tipicidade formal, que faz parte do conceito de tipicidade, consiste em averiguar se uma
conduta formalmente típica causou ofensa intolerável ao objeto jurídico penalmente protegido.
A tipicidade formal ou legal é a exata correspondência da conduta do agente ao modelo
abstrato previsto em lei. A tipicidade material, por sua vez, é a verificação da gravidade da
ofensa ao bem jurídico protegido. Caso, na situação concreta, não exista tipicidade material,
pode ser aviltrado o princípio da insignificância e estabelecer-se um crime de bagatela.
As causas que excluem a ilicitude podem ser legais ou supralegais. Assim, constatando-se a
presença de alguma dessas causas excludentes, a conduta deixa de constituir crime.
O agente que, estando em situação de legítima defesa, causar ofensa a terceiro, por erro na
execução, responderá pela indenização do dano, se for provada a sua culpa no juízo cível.
Ocorre erro de tipo quando o agente se equivoca escusavelmente sobre a licitude do fato,
determinando a lei que, nesse caso, o agente fique isento de pena. ERRO DE PROIBIÇÃO.
Considere a seguinte situação hipotética. Durante processo movido contra Vitor por tentativa
de homicídio, o MP requereu a instauração de incidente de insanidade mental, pedido que foi
deferido pelo juiz. No laudo final, foi atestada a sanidade mental de Vitor à época dos fatos.
Anteriormente à juntada do laudo aos autos, entretanto, a defesa comprovou que Vítor havia
sido interditado, o que acarretou, inclusive, sua aposentadoria no serviço público. Nessa
situação, Vitor será considerado plenamente imputável, pois a existência de laudo específico
de sanidade mental sobrepõe-se à interdição. Laudo específico de sanidade mental sobrepõe-
se à interdição.
Em relação à embriaguez não acidental, o CP adotou a teoria da actio libera in causa, devendo
ser considerado o momento da prática delituosa e não o da ingestão da substância, para aferir
a culpabilidade do agente. A teoria da actio libera in causa (ação livre na sua causa) desloca o
momento de aferição da imputabilidade do instante da ação ou omissão para o momento em
que o indivíduo colocou-se em estado de inimputabilidade, isto é, o da ingestão do álcool. Tal
teoria não é aplicada na embriaguez acidental, pois, neste caso, não há dolo nem culpa quanto
à prática do crime.
No que diz respeito ao concurso de crimes, o direito brasileiro adota o sistema do cúmulo
material e o da exasperação na aplicação da pena.
No que diz respeito ao concurso de pessoas, o sistema penal brasileiro adota a teoria monista,
ou igualitária, mas de forma temperada, pois estabelec3e graus de participação do agente de
acordo com a sua culpabilidade, inclusive em relação à autoria colateral ou acessória,
configurado quando duas ou mais pessoas produzem um evento típico de modo independente
umas das outras.
Nos delitos de homicídio e de roubo, a pena será aumentada caso o crime tenha sido praticado
com o emprego de arma de fogo. Não há aumento de pena no delito de homicídio praticado
com arma de fogo. Só no delito de roubo.
Considere que José, penalmente imputável, horas após ter sido injustamente provocado por
João, agindo sob influência de violenta emoção, tenha desferido uma facada em João, o que
resultou em sua morte. Nessa situação, impõe-se em benefício de José, o reconhecimento do
homicídio privilegiado. O homicídio privilegiado é causa de diminuição de pena: Se o agente
comete crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
1/6 a 1/3.
O agente que comete crime de homicídio sob a influencia de violenta emoção provocada por
ato injusto da vítima faz jus à redução de 1/6 a 1/3 da pena.
A pena imposta para o crime de homicídio simples será aumentada em 1/3 se o agente não
procurar diminuir as consequências do seu ato. No homicídio culposo existe essa previsão.
Todo crime de homicídio é considerado hediondo e, por isso, a pena prevista para esse tipo de
crime é a privativa de liberdade, que deve ser cumprida em regime inicialmente fechando.
Considere que João, no intuito de auxiliar José a ceifar a própria vida, o ajude a colocar a corda
ao redor do pescoço, a subir em um banco e, ao final, CHUTE o banco. Nessa situação, João
deve responder pelo crime de auxílio ao suicídio, de acordo com o que dispõe o CP, desde que
José faleça ou, se sobrevier, sofra lesões corporais de natureza grave. Responderá por
homicídio.
Por ser o crime estupro hediondo, a prisão temporária do suspeito, caso seja decretada, terá o
prazo de 30 dias, prorrogável por igual período.
- Ao estranho
que participa do
crime;
- Se o crime é
praticado
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contra pessoa
com idade igual
ou superior a
60 (sessenta)
anos;
Entre os crimes contra o patrimônio, são classificados como hediondos o latrocínio, a extorsão,
a extorsão mediante sequestro e roubo qualificado.
A causa de aumento de pena relativa à prática do crime de furto durante o repouso noturno
somente se aplica ao furto simples e não as modalidades de furto qualificado, e prevalece o
entendimento de que o aumento de pena só é cabível quando a subtração ocorre em casa ou
em algum de seus compartimentos e em local habitado.
O reconhecimento do furto privilegiado é condicionado ao valor da coisa furtada, que deve ser
pequeno, e à primariedade do agente, sendo o privilégio um direito subjetivo do réu.
Considere que João, por vários meses, tenha captado sinal de televisão a cabo por meio de
ligação clandestina e que, em razão dessa ligação, considerável valor econômico tenha deixado
de ser transferido à prestadora do serviço. Nessa situação hipotética, considerando-se o
entendimento do STJ a respeito da matéria, João praticou o crime de furto de energia.
O agente que subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia móvel durante o período noturno
responde pelo crime de furto qualificado, estando sujeito a pena de reclusão de 2 a 8 anos.
Errado haverá aumento de pena de 1/3.
A subtração de veículo automotor que seja, posteriormente, transportado para outro estado
constitui furto qualificado, crime sujeito à pena de 2 a 8 anos e multa. 3 A 8 ANOS.
ROUBO Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
(roubo violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
próprio) o impossibilidade de resistência
art. 157
do CP/ Tutela-se, a um só tempo, o patrimônio e a liberdade individual da vítima
Reclusão Conduta Roubo próprio/ caput Outro meio referido no tipo refere-se à
de 4 a 10 violência imprópria (emprego de drogas,
anos e soníferos, hipnoses etc.)
multa Roubo impróprio/§1º Agente constrange a vítima mediante
(roubo por violência ou grave ameaça para assegurar a
aproximação)/ impunidade do crime ou a detenção do bem
Reclusão de 4 a 10 (trata-se de um crime de furto que se
anos e multa transforma em roubo em face das
circunstâncias do caso concreto)
Para configurar roubo impróprio é
imprescindível o prévio apoderamento da
coisa
§2º do art. 157 Violência ou ameaça Tribunais Superiores
(majorantes)/ Pena é é exercida com o entendem que o
aumentada de 1/3 até emprego de arma simulacro de arma de
a metade se fogo é apta apenas
para configurar a grave
ameaça
caracterizadora do
crime de roubo, mas
incapaz de gerar a
majorante
Concurso de duas ou mais pessoas
Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com três amigos,
também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter vantagem financeira
indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes responderão pelo crime de
extorsão simples. Extorsão com aumento de pena de 1/3.
Considera-se qualificado o dano praticado com violência à pessoa ou grave ameaça, com
emprego de substância inflamável ou explosiva (se o fato não constituir crime mais grave),
contra patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou
sociedade de economia mista ou ainda por motivo egoístico considerável para a vítima;
É um crime doloso e formal. O dolo se sucede a posse. A posse tem de ser legítima.
Na análise da apropriação indébita pode-se afirmar que nem todo o crime contra o patrimônio
é material. Pode existir uma apropriação indébita com arrependimento posterior (dinâmica do
sujeito de toma emprestado um livro de uma biblioteca e no terceiro dia do empréstimo
resolve se apropriar do mesmo, mas no quinto e último dia resolve devolvê-lo. Nessa caso vai
responder o crime tipificado no art. 168 – apropriação indébita com arrependimento
posterior/diminuição de pena).
No crime de apropriação indébita, constitui causa de aumento de pena o fato de o agente ter
recebido a coisa na qualidade de ascendente ou descendente.
O tutor ou depositário que recebe coisa alheia móvel nessa qualidade e dela apropria-se
comete o crime de apropriação indébita. Pena aumentada de 1/3.
Alguns golpes na internet podem se caracterizar como furto mediante fraude ou como
estelionato. Estelionato costuma ter torpeza bilateral (“se conhece a vítima de estelionato
quando ela entra na delegacia”).
Quando o sujeito utiliza fraude para capturar as senhas de clientes de um banco pratica o furto
mediante fraude e não estelionato.
O crime de estelionato diferencia-se do crime de furto qualificado pela fraude porque neste a
vítima entrega o bem após ser ludibriado pelo agente.
Responde somente por estelionato o sujeito que preenche de terceiro e, por imitação da
assinatura, obtém seu pagamento ou compensação, ficando a falsificação absorvida pelo crime
patrimonial, segundo entendimento consolidado.
No curso da investigação policial para apurar a prática de estelionato contra banco público, foi
constatado que um de seus empregados concorreu culposamente para que outrem praticasse a
inflação. Logo após a descoberta dos fatos, o empregado reparou integralmente o dano
causado, restituindo os valores devidamente corrigidos e atualizados antes do encerramento
do IP. Nessa situação, está extinta a punibilidade do agente. Não admite a forma culposa.
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Receptação (art. 180) Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito
reclusão de 1 a 4 anos e próprio ou alheio que sabe ser produto de crime, ou influir para
multa que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
§1º (receptação Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
qualificada) reclusão de 3 desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
a 8 anos e multa forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produtos de crime
§2º Equipara-se à atividade comercial, para efeitos do § anterior, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência
§3º detenção de 1 mês a Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
1 ano, ou multa, ou entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve
ambas as penas presumir-se obtida por meio criminoso
§4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que se proveio a coisa
§5º Na hipótese do §3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena
Na receptação dolosa aplica-se o disposto no §2º do art. 155 se o
criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuída de
um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa
§6º tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput
(reclusão de 1 a 4 anos e multa) aplica-se em dobro
Nelson Hungria entende perfeitamente possível a receptação da receptação, desde que a
coisa conserve seu caráter delituoso; assim, se for adquirida por terceiro de boa-fé que a
transmite a outro, não há receptação, mesmo que o último adquirente saiba que a coisa
provém de crime
O crime de receptação imprópria implica necessariamente que o terceiro que adquire ou recebe
a coisa esteja de boa-fé.
O homem com mais de 18 anos de idade que mantém relações sexuais com uma garota de 13
anos de idade comete o delito de estupro sendo irrelevante, no caso, o consentimento da
vítima. Comete o delito de estupro de vulnerável.
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CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia (art. 138 do CP) Difamação (art. 139 do CP) Injúria (art. 140 do CP)
Imputar a alguém fato Difamar alguém, imputando- Injuriar alguém, ofendendo-lhe
falsamente definido como lhe fato ofensivo à sua a dignidade ou o decoro comina
crime comina pena de reputação comina pena de pena de detenção de 1 a 6
detenção de 6 meses a 2 detenção de 3 meses a 1 ano, meses, ou multa
anos, e multa e multa
Quem, sabendo da imputação, Diz que a EXCEÇÃO DA O juiz pode deixar de aplicar a
propala e divulga VERDADE somente se admite se pena:
(“fofoqueiro”) também pode o ofendido é funcionário
pegar uma pena de detenção de público e a ofensa é relativa Quando o ofendido, de forma
6 meses a 2 anos e multa ao exercício de suas funções reprovável, provocou
diretamente a injúria
Se do crime imputado,
embora de ação pública, o
ofendido foi absorvido por
sentença irrecorrível
Se o fato é imputado a
qualquer das pessoas
indicadas no nº I do art. 141
do CP (Presidente da República
e Chefe de Governo
estrangeiro)
Calúnia tem que haver um Conduta consiste na Ofende-se a honra subjetiva do
fato (descrição de um imputação de fato ofensivo à indivíduo (ofensa é direcionada).
acontecimento) definido como reputação de alguém, desde Não há necessidade de se imputar
crime e a imputação tem que que tal fato não seja um fato. Ofende-se dolosamente
ser falsa criminoso a dignidade e o decoro
Protege-se a honra objetiva
da vítima
Pessoa jurídica não pode ser Pessoa jurídica pode ser Pessoa jurídica não pode ser
sujeito passivo de calúnia sujeito passivo de difamação sujeito passivo de calúnia
Pune-se a calúnia contra os Quem imputa a alguém uma Tipo subjetivo exige a presença
mortos (vítima é a família) contravenção penal, incorre em do dolo (direito ou eventual),
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difamação, pois para configurar inexistindo a forma culposa
calúnia, é preciso que o fato
esteja definido como crime
Consuma-se no momento em Não se admite a modalidade Consumação e tentativa
que a imputação chega ao culposa na difamação consuma-se com a chegada da
conhecimento de terceira informação ao conhecimento da
pessoa pessoa à qual o agente queria
ofender. A maioria da doutrina
admite a tentativa apenas na
forma escrita
A tentativa é admitida Crime se consuma quando No perdão judicial, no primeiro
terceiro (ainda que um só) caso (provocação), aproveita
conhecer a imputação desonrosa apenas àquele que revidou. Já no
segundo caso (retorsão),
aproveita a todos os envolvidos
(quem primeiro ofendeu e aquele
que revidou)
A exceção da Crime de ação Exceção da verdade na Injúria real o §2º, tipifica a injúria
verdade não privada, o difamação, a exceção da verdade real, uma qualificadora do crime
poderá ser ofendido não foi é excepcional, ou seja, só é de injúria. Para a sua tipificação,
feita quando condenado por admitida se a ofensa for a lei exige que a violência (ou vias
SENTENÇA proferida contra funcionário de fato) seja aviltante, agindo o
IRRECORRÍVE público no exercício de saus agente com o propósito de
L funções ofender, ultrajar a vítima. Temos
Crime imputado, exemplos mais marcantes:
embora de ação puxões de orelhas ou de cabelos,
pública, o cuspir em alguém ou em sua
ofendido FOI direção
ABSORVIDO
POR Injúria qualificada pelo
SENTENÇA preconceito esse delito não se
IRRECORRÍVE confunde com o crime de racismo
L (lei 7.716/89);
Fato é imputado
a qualquer das Injúria Racismo (lei
pessoas Preconceito 7.716/89)
indicadas no nº (art. 140
I do art. 141 do §3º)
CP (Presidente Injuriar Discriminar
da República e pessoa grupo
Chefe de determinada
Governo Prescritível Imprescritível
estrangeiro) (art. 109 do
CP)
Afiançável Inafiançável
Pública, Pública
condicionada incondicionada
a
representação
DIPOSITIVOS COMUNS
As penas cominadas neste capítulo (calúnia, injúria e difamação) aumentam-se de 1/3, se qualquer dos
crimes é cometido:
EXCLUSÃO DO CRIME
Não constitui injúria e difamação punível (causa de exclusão de ilicitude)
Ofensa irrogada em juízo, na condição da causa, pela parte ou por seu procurador
Opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intensão
de injuriar ou difamar
Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste
no cumprimento de dever do ofício
Se o fato imputado é definido como contravenção o crime não será de calúnia e sim de
difamação.
Crimes contra a honra são crimes formais. O resultado é dispensado. São crimes que atinge o
sentimento de reputação do indivíduo (o que os outros pensam de mim), também chamada de
honra objetiva (calúnia e difamação/ainda que acabe respingando na honra subjetiva).
Difamação há também uma atribuição de um fato, mas não é definido como crime. É um mero
fato desabonador, desonroso.
Imputar a alguém que uma mulher é adultera é difamação. Pouco importa se o fato é
verdadeiro ou falso.
“A” afirma, na presença de várias pessoas, que “B” trai seu marido “C” como vizinho. É
correto afirmar que “A” cometeu crime de difamação, não se admitindo a exceção da verdade.
O crime de injúria contra funcionário público não se confunde com desacato (cometido
necessariamente na presença do servidor público).
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
No delito de injúria, o juiz poderá deixar de aplicar a pena se o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria.
Injúria real (art. 140§2º) é a injúria na qual o ofensor se utiliza de violência ou vias de fato pra
ofender. É a violência através do contato físico. Ex: colocar a perna para a pessoa cair no
intuito de ofender o cuspir na cara da vítima.
Injúria qualificada pelo preconceito (injúria racial/art. 140§3º) é uma injúria com pena maior
ofender alguém usando elementos de raça, cor, religião, etnia, origem, condição de pessoa
idosa ou deficiente (não constituem crime de racismo e sim injúria qualificada pelo
preconceito).
Segundo o CP, quando a injúria real (ou qualificada) resulta lesão corporal grave ou
gravíssima, ação penal passa a ser pública e incondicionada.
Se for lesão corporal leve será condicionada e, por fim, se for com o emprego de vias de fato
será privada.
Quando a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião,
origem, condição de pessoa idosa ou deficiência é qualificada com pena de reclusão de 1 a 3
anos + multa.
Ofender alguém pela opção sexual é injúria simples, mas se for referente à raça, cor, etnia,
religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência é injúria qualificada.
Na injúria não se admite a exceção da verdade. Não constituem difamação ou injúria à ofensa
irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou pelo seu procurador. O crime de
calúnia não está amparado pela imunidade judiciária.
Existem no Código Penal Brasileiro três excludentes da ilicitude no que se refere aos crimes
contra a honra na modalidade de difamação e injúria: ofensa irrogada em juízo (trocada em
juízo). Só vale para a difamação e injúria (não vale para calúnia/imputar fato falsamente
definido como crime), opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica e conceito
desfavorável emitido por funcionário público.
O crime de difamação n]ao admite a exceção da verdade, mas permite que o agente ofereça a
exceção da notoriedade do fato, de modo a demonstrar que, para o agente, o fato era de
domínio público, afastando o dolo e da conduta.
O autor de imputação falsa de fato descrito como infração penal que, na mesma circunstância,
der causa à instauração de investigação policial e de processo judicial contra a vítima
respondera em concurso material pelos crimes de calúnia e denunciação caluniosa. TEM QUE
SER CRIME.
O servidor público que emite conceito desfavorável em parecer ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício pode ser punido por injúria ou difamação, conforme o caso.
Exclusão do crime.
A exceção da verdade nos crimes de calúnia só será cabível se o ofendido for funcionário e a
ofensa, relativa ao exercício de suas funções. Difamação.
Recentemente um novo delito que lesa a fé pública foi incluí do no Código Penal. O nomen iuris desse
crime é: delito de fraudes em certame de interesse público.
Fraudes em certames de interesse público
Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de Concurso público
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a Avaliação ou exame públicos Reclusão, de 1
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: Processo seletivo para (um) a 4 (quatro)
ingresso no ensino superior, anos, e multa.
Exame ou processo seletivo
previstos em lei
Permite ou facilita, por
qualquer meio, o acesso de
pessoas não autorizadas às
informações mencionadas no
caput.
Se da ação ou omissão Reclusão, de 2
resulta dano à administração (dois) a 6 (seis)
pública anos, e multa
O crime de moeda falsa (art. 289, CP) se consuma quando o agente efetivamente realiza a
falsificação. Em outras palavras, consuma-se no momento da fabricação ou da alteração da
Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, pratica o crime de moeda falsa na forma
privilegiada.
Luiz, proprietário da Mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo
após passar troco para cliente com cédulas falsas de moeda falsa de R$20,00 e R$ 10,00. Os
policiais ainda apreenderam, no caixa da mercearia, 22 cédulas de R$20,00 e seis cédulas de
R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas pelo juiz – guardar e introduzir em
circulação moeda falsa – configuram crime único.
Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado acerca do
documento de identificação, apresentou, como sendo seu, o único documento que carregava,
um título de eleitor, autêntico, pertencente a terceira pessoa. Nessa situação hipotética, a
conduta de Silas ajusta-se ao crime de uso de documento de identidade alheio.
Celso, maior, capaz, quando trafegava com seu veículo em via pública, for abordado por
policiais militares, que lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteria de
habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta de celso é
considerada atípica, visto que a apresentação do documento falso decorreu de circusntâncias
alheias à sua vontade.
Aquele que fabricar uma nota de cinco reais similar à verdadeira não poderá ser beneficiado
pela incidência do princípio da insignificância, ainda que seja primário e de bons antecedentes.
Ainda que as cédulas falsificadas sejam de pequeno valor, não é possível aplicar o princípio da
insignificância ao crime de moeda falsa, pois se trata de delito contra a fé pública, que envolve
a credibilidade do Sistema Financeiro Nacional, o que descaracteriza a mínima ofensividade da
conduta do agente de modo a excluir a tipicidade do fato. Precedentes do STF e do STJ. 2.
Habeas corpus denegado. (HC 187.077/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 07/02/2013, DJe 18/02/2013)”.
Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a
modalidade culposa hipótese em que a pena é reduzida. Todos os crimes contra a fé pública
são dolosos. Não existe qualquer modalidade culposa.
O agente que, sem finalidade específica, falsifca testamento particular comete o crime de
falsificação de documento público.
O sujeito que falsifica e usa o documento é punido apenas pela falsificação. O uso do
documento é mero exaurimento da falsificação ("post factum" impunível).
O sujeito que falsifica e usa o documento é punido apenas pela falsificação. O uso do
documento é mero exaurimento da falsificação ("post factum" impunível).
Maria inseriu, falsamente, em sua carteira de trabalho e previdência social, visando adquirir
alguns bens a crédito, um contrato de trabalho por meio do qual exercia função de secretária-
executiva, com salário de R$ 1.800,00 mensais, na empresa Transportadora J&G Ltda.
Posteriormente, Maria fez uso da carteira de trabalho em uma loja de eletrodomésticos, ao
adquirir, a crediário, um televisor e um videocassete. Nessa situação, consoante orientação do
STJ, Maria praticou os crimes de falsidade de documento público e uso de documento falso.
Segundo o entendimento que prevalece no STJ, Maria responderia apenas pelo crime de
falsificação, posto que o uso de documento falso caracterizaria, segundo o STJ, mero
exaurimento da falsificação, que seria uma etapa do crime de uso quando realizado pela
mesma pessoa.
A agravante prevista nos crimes de falsificação de papéis públicos somente terá incidência
sobre o funcionário público cujas atividades estejam diretamente relacionadas com os
documentos contrafeitos e desde que tenha ele se prevalecido do cargo para a prática da
infração, não bastando a simples condição de funcionário. Não é necessário a relação direta
com os documentos falsificados. NÃO se trata de Agravante = as circunstâncias agravantes
estão na parte geral e não têm quantum definido, devendo o juiz fixá-la no caso concreto. É
Quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada pela administração pública é,
para efeitos penais, equiparado a funcionário público, consoante o CP. Equipara-se a
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem
trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública.
A conduta consistente na emissão de título ao portador sem permissão legal constitui crime
contra a fé pública.
Falsidade ideológica
Omitir, em documento público ou particular, declaração que Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se
dele devia constar o documento é público, e reclusão de
Inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que 1 a 3 anos, e multa, se o documento
devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar é particular
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante:
Se o agente é funcionário público, e comete o crime Aumenta-se a pena de sexta parte.
prevalecendo-se do cargo
Se a falsificação ou alteração é de registro civil
A falsidade constante do art. 299 do CP (falsidade ideológica) é de cunho ideológico (ideia). O
documento em si, é perfeito, a ideia, no entanto, nele lançada é que é falsa.
O sujeito que assina o recibo em nome da credora, apondo a assinatura da mesma sem o conhecimento
dela, ciente de que não havia efetuado o pagamento do valor correspondente comete o crime de
falsidade ideológica.
Para a caracterização do crime de falsidade ideológica, basta a potencialidade de evento danoso, sendo,
portanto, irrelevante, a inocorrência de efetivo prejuízo.
A inserção de falsa declaração em carteira de trabalho caracteriza a prática do delito de falsidade
ideológica.
Não se pode reconhecer o concurso material entre falsidade ideológica e o uso de documento falso pelo
próprio autor da infração, devendo o segundo delito ser absorvido pelo primeiro.
De acordo com expressa previsão legal, constitui crime de falsidade ideológica a conduta de
atestar ao juiz da execução penal a prestação de serviço para fins de remição de pena quando,
na verdade, não houve prestação de serviço pelo condenado.
São requisitos do tipo, no crime de falsidade ideológica: 1) alteração da verdade sobre fato
juridicamente relevante; 2) imitação da verdade; 3) potencialidade do dano; 4) dolo.
Omite, em documento público, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante = FALSIDADE IDEOLÓGICA.
Supressão de documento
Destruir Documento público ou particular Reclusão, de 2 a 6 anos, e
Suprimir verdadeiro, de que não podia dispor multa, se o documento é
Ocultar, em benefício próprio público, e reclusão, de 1 a 5
ou de outrem, ou em prejuízo anos, e multa, se o
alheio documento é particular
Comete o crime de supressão de documento o agente que destrói. Em benefício próprio e em prejuízo
alheio, uma nota promissória da qual não podia dispor.
Alterar parte de documento público verdadeiro pratica o crime de supressão de documento.
Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do IP no qual figure como investigado
pela prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos
quais seja demonstrada a materialidade do delito do investigado, e os destrua. Nessa situação,
em razão de ato, Silas responderá pelo delito de supressão de documento.
Considere que um homem tenha retirado o edital de citação de sua companheira, o qual estava
afixado na entrada do fórum de sua cidade, a fim de evitar que outras pessoas tomassem
conhecimento desse documento. Nessa situação, esse homem responderá pelo delito de
supressão de documento público.
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é pelo estelionato
absorvido. Um camarada que adultera uma identidade de fulano para pratica de crime de
estelionato, e esta falsificação, não causou outros males, principalmente, se esta identidade
pertencia a outra pessoa, o meio utilizado, "carteira de Identidade" é absorvido pelo crime de
estelionato.
Falsa identidade
Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter Detenção, de 3 meses a 1 ano,
Material velado/intensivo I 2013
Direito Penal
g
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a ou multa, se o fato não constitui
outrem: elemento de crime mais grave
Apesar do legislador não lhe conferir um nomen juris, em âmbito doutrinário convencionou chama-lo de
“uso de documento de identidade alheia”
A consumação do crime de falsa identidade depende da obtenção da vantagem pretendida pelo
agente, com a atribuição falsa da identidade. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. (Crime
formal, vantagem é mero exaurimento).
O crime de certidão ou atestado falso consuma-se com o uso do documento falsificado e enseja
a punição da falsidade material e da falsidade ideológica.
Crime de uso de documento de identidade alheia previsto no art. 308 do Código Penal/é
correto afirmar que não se exige que o uso do documento de identidade alheia tenha por
finalidade a obtenção de vantagem.
Desviá-lo, em Peculato-desvio
proveito próprio /próprio
ou alheio
Os crimes praticados por funcionário público contra a administração pública, em regra, são
afiançáveis, havendo previsão legal para que o acusado apresente resposta preliminar, à vista
da qual o juiz poderá rejeitar a denúncia se convencido da inexistência do crime.
Servidor público que, na qualidade de agente fiscal, exigir vantagem indevida para deixar de
emitir auto de infração por débito tributário e de cobrar a consequente multa responderá,
independentemente do recebimento da vantagem, pela prática do crime de concussão, previsto
na parte especial do Código Penal (CP). Art. 3º, II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício,
mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de
lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de
3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. É um crime contra ordem tributária.
Material velado/intensivo I 2013
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Pratica corrupção passiva um agente de polícia que recebe dinheiro da vítima para utilizá-la na
aquisição de gasolina para a viatura, a fim de ir ao local do crime investigar.
Solicita para si vantagem indevida em razão da função pública que exerce incide no crime de
corrupção passiva.
Caso um policial federal preste ajuda a um contrabandista para que este ingresse no país e
concretize um contrabando, consumar-se-á o crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país com a mercadoria.
O funcionário público que, por imprudência, deixar aberta a porta do setor em que trabalha,
facilitando, assim, a entrada de terceiros que furtem bens da administração pública, deverá
responder pelo crime de peculato furto, pois, consoante o CP, terá concorrido de qualquer
forma para o crime. Peculato culposo.