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31/07/2015

PRINCÍPIOS

Princípios- são os alicerces, as bases de uma


ciência, fornecendo as diretrizes básicas para
seu conhecimento.

PRINCÍPIOS
Princípio da Legalidade

É aquele segundo o qual não há crime sem


lei anterior que o defina, nem pena sem
previa cominação legal. É trazido pela CF e
pelo CP, consoante dispositivos transcritos a
seguir.

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PRINCÍPIOS
Dispositivos constitucionais

Art. 5º, XXXIX, da CF - não há crime sem lei


anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

Art. 1º, do CP - Não há crime sem lei anterior


que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.

PRINCÍPIOS
Princípios da legalidade e da
anterioridade
Princípio da legalidade X princípio da reserva
legal X princípio da anterioridade - o princípio
da legalidade deve ser entendido como
sendo uma moeda de duas faces: a da
reserva legal e a da anterioridade. Pela
reserva legal, exige-se uma lei que defina o
fato como criminoso. Pela anterioridade, essa
lei deverá ser anterior ao fato.

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PRINCÍPIOS
Medidas Provisórias

Medidas provisórias - como crime só pode ser


definido por lei em sentido estrito, medidas
provisórias, que não são leis em sentido
estrito, não podem fazer a previsão de um
crime, sob pena de serem inconstitucionais,
nos termos do artigo 62, 1º, I, b, da CF.
1º É vedada a edição de medidas
provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
b) direito penal, processual penal e
processual civil;

PRINCÍPIOS
Lei Estadual

É possível que lei estadual faça a previsão de


crime?
R: Somente a União pode dispor sobre Direito
Penal, mas a própria CF disciplina a
possibilidade de lei estadual criar figura
criminosa na hipótese de se tratar de matéria
específica daquele Estado, consoante
dispositivo transcrito a seguir.

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PRINCÍPIOS
Lei Estadual

Art. 22. Compete privativamente à União


legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
Parágrafo único. Lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste
artigo.

PRINCÍPIOS
Princípio da Taxatividade

É o principio pelo qual a descrição legal da


conduta típica deve ser a mais clara, a mais
precisa e determinada possível, evitando-se,
desta feita, previsões vagas e indeterminadas.
Quanto mais precisa for, menor a margem de
complementação que se dá ao intérprete e
maior a garantia do cidadão.

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PRINCÍPIOS
Princípio da Subsidiariedade ou
intervenção mínima

Aquele segundo o qual o Direito Penal


somente deve ser utilizado como última ratio,
quando os outros ramos do direito não se
mostrarem eficazes no tratamento da matéria.

PRINCÍPIOS
Princípio da Fragmentariedade

Trata-se de corolário do princípio da


subsidiariedade. Pelo referido princípio, o
direito penal só se preocupa e disciplina um
número mínimo de condutas, pequenos
fragmentos dentre as condutas levadas a
efeito pelo cidadão. Por esse princípio,
poderíamos compreender o direito penal
como um “arquipélago de pequenas ilhas
dentro do imenso mar do penalmente
irrelevante.”

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PRINCÍPIOS
Princípio da Lesividade ou da
ofensividade
Por esse princípio, apenas existirá crime
quando a conduta do agente representar um
dano ou um efetivo perigo de dano ao bem
jurídico tutelado pela norma.

PRINCÍPIOS
Princípio da Alteridade ou
trancendentalidade
Em virtude deste princípio, somente importam
ao direito penal aquelas condutas que,
extrapolando o âmbito do agente, venham a
atingir bens de terceiros. Aquelas condutas
que somente atinjam bens jurídicos do próprio
agente devem ser consideradas atípicas. Essa
é a razão pela qual o fato do agente aulesionar-
se não caracteriza o crime do artigo 129 do CP,
mas pode vir a caracterizar estelionato, nos
termos do artigo 171, 2º, V e mesmo o crime
do artigo 184 do Código Penal Militar.

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PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância ou
bagatela

Leciona que lesões insignificantes ao bem


jurídico tutelado pela norma devem ser
consideradas atípicas.

PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância ou
bagatela(cont.)

Insignificância e drogas - inaplicável aos


crimes descritos na Lei 11343/06, segundo os
nossos tribunais superiores, pois que os
mesmos são crimes de perigo abstrato à
saúde pública.

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PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância

Insignificância e crimes praticados com


violência- inaplicável o referido principio a
crimes como o de roubo, extorsão e outros em
que se utilize de violência para sua prática.

PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância

Insignificância e crimes contra a Administração


Pública- aplicável, já tendo sido reconhecida
pelos tribunais superiores com relação ao
crime de peculato e de descaminho

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PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância

Insignificância e crimes ambientais- aplicável,


consoante já entendeu o Plenário do STF, nos
autos da AP 439/SP:
CRIME - INSIGNIFICÂNCIA - MEIO AMBIENTE.
Surgindo a insignificância do ato em razão do
bem protegido, impõe-se a absolvição do
acusado.

PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância ou
bagatela(cont.)

Insignificância e crime de moeda falsa-


inaplicável o princípio ao crime de moeda falsa
em que a moeda falsificada seja de
pequeníssimo valor, como, por exemplo,
falsificar uma moeda de R$0,50 (cinqüenta
centavos).

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PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância

Insignificância e reiteração na prática de


pequenos delitos- a jurisprudência
reconhece que inadmissível a utilização do
principio da insignificância quando o
agente reitera o comportamento, fazendo
do crime seu modo de vida.

PRINCÍPIOS
Princípio da insignificância

Requisitos exigidos pelo STF para aplicação


do princípio da insignificância:

a) mínima ofensividade da conduta do


agente;
b) nenhuma periculosidade social da ação;
c) reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento;
d) inexpressividade da lesão jurídica
provocada.

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PRINCÍPIOS
Princípio da Adequação Social

Aquele segundo o qual não se deve


considerar típica uma conduta socialmente
adequada, ou seja, que não contrarie o
sentimento de justiça de uma determinada
sociedade.

PRINCÍPIOS
Princípio da Adequação Social

O princípio da adequação social e o jogo do


bicho - o princípio em estudo não pode ser
usado para revogar leis, isso porque a lei
penal não pode ser revogada pelo costume.

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PRINCÍPIOS
Princípio da Humanidade

Cuida-se de princípio mais importante até


mesmo que o princípio da legalidade, sendo
o alicerce de todo o Direito Penal. Na CF de
88, é usado especialmente com relação è
pena, vedando penas cruéis, de trabalho
forçado, de morte, violadoras da dignidade
da pessoa humana, consoante dispositivo
transcrito a seguir.

PRINCÍPIOS
Princípio da Humanidade

CF, XLVII - não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

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PRINCÍPIOS
Princípio da Personalidade

Por esse princípio, a pena não pode passar da


pessoa do condenado. Lembrar, entretanto,
que, com relação à perda de bens e valores,
esse princípio não se aplica, nos termos da
Constituição Federal.
Art 5º,XLV - nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento
de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido;

PRINCÍPIOS
Princípio da Culpabilidade ou da
Responsabilidade Subjetiva

Segundo o princípio em estudo, não se


pode admitir responsabilidade penal sem
dolo e sem culpa, nos termos do artigo 19
do CP.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Tempo do crime
Tempo do crime: Teoria adotada pelo Código
Penal Brasileiro - adotou-se a teoria da
atividade ou da ação, pela qual se considera
praticado o crime no momento da ação ou da
omissão, ainda que o resultado venha em
outro momento, nos termos do artigo 4º do
Código Penal.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Fixação do tempo do crime
continuado
No crime continuado, não se tem apenas um,
mas dois ou mais crimes, que, por ficção
jurídica, serão considerados apenas um por
ocasião da fixação da pena. Assim, para o
crime continuado adotou-se no CP Brasileiro
a teoria da ficção jurídica e não a teoria da
unidade real. Destarte, sendo dois ou mais
crimes, cada um terá o seu próprio tempo, de
acordo com o disposto no artigo 4º do CP.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Fixação do tempo do crime
permanente
Como a ação no crime permanente se
prolonga no tempo, o crime estará
acontecendo durante todo o período pelo
qual a ação se prolongar. Assim, o tempo do
crime permanente é todo o tempo durante o
qual a ação se prolongar.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Fixação do tempo do crime habitual

O crime habitual é aquele cuja prática de uma


única conduta se caracteriza como um
indiferente penal, sendo necessária sua a
reiteração para que tenhamos o crime. Um
exemplo é a manutenção de casa de
prostituição. O tempo do crime habitual será
todo aquele durante o qual a conduta estiver
sendo reiterada e não aquele de cada
conduta isoladamente considerada.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Tempo e lugar do crime

Teoria usada pelo CP brasileiro para fixação


do lugar do crime - adota-se a teoria da
ubiqüidade, podendo-se considerar o crime
praticado no lugar da ação ou da omissão ou
no lugar do resultado, nos termos do artigo
6º do CP.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Lei Penal excepcional, especial e
temporária

Leis excepcionais - são aquelas que são


editadas para atenderem uma situação
especial, peculiar e que somente terão
vigência enquanto essa situação especial
perdurar.

Leis temporárias - são leis autorrevogáveis,


tendo dia de início e de fim, não sendo
necessária a edição de uma lei para retirá-
las do ordenamento jurídico.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Lei Penal excepcional, especial e
temporária
Leis temporárias e excepcionais, aplica-se
Princípio da Ultratividade - é o princípio pelo
qual se pode aplicar uma lei não mais
vigente a um fato praticado durante sua
vigência.

Art. 3º, do CP - A lei excepcional ou


temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Territorialidade e extraterritorialidade
da Lei Penal
Princípio da territorialidade - é aquele
segundo o qual se aplicam as leis de um país
aos crimes praticados no seu território.

Princípio da extraterritorialidade- é aquele


pelo qual se pode aplicar a lei de um país a
um crime praticado fora dos limites do seu
território. No CP brasileiro, a
extraterritorialidade está disciplinada no
artigo 7º.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)
Art. 7º, do CP - Ficam sujeitos à lei brasileira,
embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da
União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem
está a seu serviço;

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)

Art. 7º, do CP - (cont.)

d) de genocídio, quando o agente for


brasileiro ou domiciliado no Brasil;

1º - Nos casos do inciso I, o agente é


punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)
Art. 7º, do CP - (cont.)

II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)
Art. 7º, do CP - (cont.)

2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da


lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em
que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles
pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)
Art. 7º, do CP - (cont.)

d) não ter sido o agente absolvido no


estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Extraterritorialidade (cont.)
Art. 7º, do CP - (cont.)

3º - A lei brasileira aplica-se também ao


crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

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A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro


atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas.

A LEI PENAL NO TEMPO E NO


ESPAÇO
Eficácia da sentença cumprida no
Estrangeiro
Necessidade de homologação da sentença
estrangeira- uma sentença prolatada em outro
país somente poderá ser executada no Brasil se
aqui homologada.
Consequências da homologação da sentença
estrangeira - Com a homologação da sentença
estrangeira, a sentença estrangeira passa a se
constituir um título executivo judicial, nos termos
do artigo 475-N, inciso VI, do CPC, ou seja, a
homologação confere à sentença estrangeira
eficácia para sua execução.

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INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

Interpretação lógica ou teleológica

Aquela em que o interprete vai buscar a


intenção, a finalidade da norma. Para a
interpretação lógica, o legislador se vale da
análise da ratio legis, da análise sistemática,
de elementos históricos, do Direito
Comparado. Assim, o interprete deverá se
preocupar com as razões que levaram á
edição da norma, com o conjunto da legislação
e princípios gerais do direito, os elementos
históricos que levaram a edição da lei, o
confronto com o Direito de outros países.

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

Classificação quanto ao resultado

 Declarativa
 Restritiva
 Extensiva

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INFRAÇÃO PENAL

Sistema dicotômico adotado pelo Brasil.

Infrações Penais

Crimes (ou delitos) Contravenções

OBS: Há países que adotam o sistema


tricotômico ou divisão tripartida, para
classificar as infrações penais como crimes,
delitos e contravenções.

INFRAÇÃO PENAL
Objeto jurídico x Objeto material

Objeto jurídico é o bem tutelado pela norma.

Objeto material é a coisa ou a pessoa sobre


a qual recai a conduta criminosa do agente.
EX: no furto, é a coisa alheia móvel
subtraída; no homicídio, é a pessoa
atingida.

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SUJEITOS DA INFRAÇÃO PENAL

Sujeitos do crime

Ativo Passivo

CONCEITO DE CRIME
O crime e seus elementos

O crime é fato típico, ilícito (ou antijurídico) e


culpável.(SISTEMA CLASSIFICATÓRIO
TRIPARTIDO)

A culpabilidade é mesmo elemento do crime?


Muitos dizem que não, que se trata de mero
pressuposto para aplicação da pena.
(SISTEMA CLASSIFICATÓRIO BIPARTIDO)

Obs: Punibilidade não é elemento do crime

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FATO TÍPICO

O fato típico é o comportamento humano


comissivo ou omissivo, que provoca um
resultado e é previsto como infração penal
(crime ou contravenção). É, assim, composto
pela conduta, resultado, nexo causal e
tipicidade.

FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos

Conceito de conduta adotado no CP


brasileiro - adotamos a teoria finalista. Assim,
a conduta é a ação ou omissão humana,
consciente e voluntária, dirigida a uma
finalidade,
Conceito de conduta para a teoria finalista- para
os finalistas não se pode conceber a ação sem
análise de seu conteúdo final, ou seja, toda
conduta humana é dirigida a uma finalidade e é
preciso sabermos a que finalidade se dirige a
vontade. Não basta, assim, sabermos que houve
vontade, mas que a vontade dirigiu-se a esta ou
àquela finalidade.

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FATO TÍPICO
Excludentes da conduta

Afastam a conduta os estados de


inconsciência e ausência de vontade. EX:
caso fortuito, força maior, coação física
irresistível, hipnose, sonambulismo etc.

OBS: não confundir ausência de vontade


com vontade viciada.

FATO TÍPICO
Do resultado

Espécies de resultado- na teoria do crime,


quando falamos em resultado, devemos
lembrar que existem duas espécies de
resultado: o resultado naturalístico e o
resultado normativo.

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FATO TÍPICO
Do resultado naturalístico

Conceito de resultado naturalístico - o


resultado naturalístico é a modificação do
mundo exterior provocada pela conduta do
agente. Assim, no crime de furto, o resultado
naturalístico é a subtração patrimonial; no
homicídio, a morte.

FATO TÍPICO
Do resultado normativo

Conceito de resultado normativo - toda


norma incriminadora visa a tutela de um
determinado bem jurídico. O resultado
normativo seria a lesão ou perigo de lesão
ao bem jurídico tutelado pela norma.
Assim, no crime de furto, por exemplo, o
resultado normativo é a lesão ao bem
jurídico patrimônio.

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FATO TÍPICO
Nexo causal ou relação de
causalidade

Conceito de nexo causal - terceiro elemento


do fato típico, é o liame que se estabelece
entre a conduta do agente e o resultado.

Estabelecer nexo causal significa estabelecer


que o agente, com seu comportamento, deu
causa ao resultado, só havendo sentido em
estabelecer nexo causal em crimes materiais,
ou seja, naqueles em que há um resultado
naturalístico exigido para a consumação.

FATO TÍPICO
Nexo normativo de causalidade

É o que se estabelece na omissão do


garantidor, nos termos do artigo 13, 2º, do
Código Penal. O garantidor, ao se omitir,
pode ser responsabilizado pelo resultado que
tinha o dever de agir para impedir.
Garantidores são os que tem dever legal ou
contratual de agir para impedir o resultado,
bem como aqueles que, com seu
comportamento anterior, criaram o risco da
ocorrência do resultado.

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FATO TÍPICO
Teoria da conditio sine qua non
Conceito de causa - causa, nos termos do
artigo 13 do CP, é tudo aquilo sem o que o
resultado não teria ocorrido (como
ocorreu).

OBS: Não esquecer o processo hipotético


de eliminação. Assim, se for suprimido um
antecedente e o resultado não
desaparecer, é porque aquele antecedente
não é causa do resultado.

FATO TÍPICO
Espécies de causas

absolutamente sempre
independentes “rompem”
o nexo
CAUSAS causal

relativamente podem
independentes “romper”,
ou não, o
nexo
causal

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FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos

Causa relativamente independente:

Que se encontra no desdobramento


causal natural do comportamento anterior –
não “rompe” o nexo causal e ao agente,
assim, se pode imputar o resultado;

Que inaugura um novo curso causal,


dando, por si só, causa ao resultado –
“rompe” o nexo causal (art. 13, 1 º, do CP),
não se podendo ao agente imputar o
resultado, apenas os atos já praticados.

FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos
Conceito de tipicidade – tipicidade ≠ tipo;
Tipicidade é adequação da conduta ao
modelo legal ( conceito de tipicidade formal).

Tipicidade penal = tipicidade formal +


tipicidade material.

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FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos

Tipicidade material é a efetiva lesão ou perigo


de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma;

Tipicidade material é afastada pela


insignificância, pela adequação social e pela
ausência de lesividade.

OBS: Lembrar da aula de princípios,


ok??Adequação social não pode servir para
revogar a norma. Posição do STF.

FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos
Adequação típica direta ou imediata: ocorre
quando a conduta se adequa imediatamente
ao modelo legal.

Adequação típica mediata: ocorre quando


é necessário usar normas de extensão
para entendermos que a conduta se
adequa ao tipo. Ex. de normas de
extensão: art. 13, 2º, art. 14, II, e art. 29
do CP.

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DO FATO TÍPICO
O fato típico e seus elementos

TIPO OBJETIVO
TIPO PENAL (descrição legal da
conduta)

TIPO SUBJETIVO
(dolo)

ILICITUDE

Conceito de Ilicitude ou antijuridicidade:

Contradição entre a conduta e o


ordenamento jurídico como um todo.

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ILICITUDE
Relação entre Ilicitude e
Tipicidade

Todo fato típico é também, em princípio,


antijurídico, sendo esta a razão pela qual se
afirma que a tipicidade é um indício da
antijuridicidade- teoria da ratio cognoscendi.

CULPABILIDADE

Conceito

Juízo de reprovação pessoal que recai


sobre o comportamento típico e ilícito do
agente

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CULPABILIDADE

Elementos

Imputabilidade (tema a ser


estudado no Item 8 do Edital);
Potencial consciência da ilicitude;
 Exigibilidade de conduta diversa.

OBS: As causas excludentes serão


estudadas quando da análise do
Item 08 do Edital.

PUNIBILIDADE

Punibilidade

É a possibilidade jurídica de se impor uma


sanção penal àquele que praticou uma
conduta criminosa. Não se trata de elemento
do crime.

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ILICITUDE

Conceito de Ilicitude ou antijuridicidade:

Contrariedade entre a conduta e o


ordenamento jurídico como um todo.

ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO
Elementos da Legítima defesa:

Agressão injusta – agressão humana;


Atual ou iminente – não pode ser revide!
Meios necessários – os meios de que o
agente dispuser;
Forma moderada – para fazer cessar a
agressão;
Proteção de direito próprio ou de terceiros
– necessidade de autorização do 3º se for
bem disponível.

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ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO
Estado de necessidade:

Justificante Exculpante
(afasta ilicitude) (afasta o estado de
necessidade)

ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO

No Brasil – Teoria Unitária :

Estado de necessidade só afasta a ilicitude.

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ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO
Estado de necessidade:

Perigo atual;
Inevitabilidade;
Causação não voluntária do perigo.
OBS: quem causar culposamente o perigo,
pode alegar a justificação;
Bem próximo ou de 3º - necessidade de
autorização se o bem for disponível;
Inexigibilidade de sacrifício do bem
ameaçado.

ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO

Exercício regular do direito: violência


desportiva, exercício da medicina.

Estrito cumprimento do dever legal –


só para relações de direito público.

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ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO
Causas de exclusão:

Art. 23 - Não há crime quando o agente


pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.

ILICITUDE E CAUSAS DE
EXCLUSÃO

Art. 23, do CP - Parágrafo único - O agente,


em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Não está amparado pela causa de justificação

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TEORIA DO ERRO

Erro de tipo X Erro de proibição


Erro sobre a pessoa
aberratio ictus ou erro na execução
Erro de tipo essencial x erro de tipo
acidental
Erro de tipo essencial – consequências

Inevitável Exclui dolo e culpa


Evitável Exclui o dolo, mas permite
punição a título de culpa

TEORIA DO ERRO
Erro nas descriminantes putativas –
Art. 20, 1º

Inevitável Evitável

Isenta de Pena Exclui o dolo, mas


permite punição a
título de culpa

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TEORIA DO ERRO
Natureza do erro nas descriminantes
putativas

Teoria limitada da culpabilidade


(itens 17 e 19 da exposição de motivos do
Código Penal) Erro de tipo permissivo

Obs: para a teoria extremada, erro de


proibição indireto; para a teoria que
remete às consequências jurídicas, erro
sui generis

IMPUTABILIDADE PENAL
Afastam a imputabilidade

 Menoridade

Artigo 27, do CP: Os menores de 18 (dezoito)


anos são penalmente inimputáveis, ficando
sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.

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IMPUTABILIDADE PENAL
Afastam a imputabilidade (cont.)
Doença mental - se o agente, ao tempo da
ação, era totalmente incapaz de entender
caráter ilícito do fato e de se comportar de
acordo com esse entendimento.
Artigo 26, do CP - É isento de pena o agente
que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

IMPUTABILIDADE PENAL
Afastam a imputabilidade (cont.)

Embriaguez involuntária completa

Art. 28, 1º - É isento de pena o agente que,


por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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31/07/2015

IMPUTABILIDADE PENAL
Afastam a imputabilidade (cont.)

 Dependência química que retire


completamente do agente, no momento da
ação ou da omissão, sua capacidade de
entender o caráter ilícito do fato e de se
determinar de acordo com esse
entendimento.

IMPUTABILIDADE PENAL

Afasta a potencial consciência da


ilicitude: erro de proibição.

Art. 21, do CP: O desconhecimento da lei é


inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável,
poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

42
31/07/2015

IMPUTABILIDADE PENAL

Afastam a exigibilidade de conduta


diversa: coação moral irresistível e
obediência hierárquica.

Art. 22, do CP: Se o fato é cometido sob


coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da
coação ou da ordem.

OBS: co-autor e superior hierárquico são


autores mediatos.

IMPUTABILIDADE PENAL

Afastam a exigibilidade de conduta


diversa: coação moral irresistível e
obediência hierárquica.

Art. 22, do CP: Se o fato é cometido sob


coação irresistível ou em estrita obediência a
ordem, não manifestamente ilegal, de
superior hierárquico, só é punível o autor da
coação ou da ordem.

43
31/07/2015

CONCURSO DE PESSOAS

 Concurso necessário:
crimes plurissubjetivos a pluralidade
de agentes é elementar ao crime.

 Concurso eventual:
crimes monossubjetivos que,
eventualmente, podem ser praticado
por duas ou mais pessoas.

CONCURSO DE PESSOAS
Requisitos do concurso eventual:
Pluralidade de condutas;
Pluralidade de agentes;
Liame subjetivo entre os agentes;
Contribuição causal das condutas;
Unidade de crime

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31/07/2015

CONCURSO DE PESSOAS

Formas de concurso

Coautoria Participação

CONCURSO DE PESSOAS

Conceito de autor

Teoria Objetiva – formal Teoria do Domínio


quem realiza a conduta do fato – quem tem
nuclear do tipo. o domínio do fato.

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31/07/2015

CONCURSO DE PESSOAS

Conceito de autor mediato:se utiliza de


outra pessoa como instrumento.

Hipóteses: utilização do inimputável,


de pessoa coagida irresistivelmente, de
subordinado no cumprimento de ordem não
manifestamente ilegal, de alguém que atua
como erro.

CONCURSO DE PESSOAS
12. 2 Participação:

Conceito de participação: Teoria da


acessoriedade limitada: partícipe é todo
aquele que, contribuindo para o crime, não
seja autor. Para que o partícipe seja
responsabilizado, a conduta do autor há de
ser típica e ilícita.

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31/07/2015

PENAS
13 – Espécies
 Privativa de liberdade
 Restritiva de direitos
 Multa
 Outras, conforme autorizado pela CF, artigo
5º, XLVI:” A lei regulará a individualização
da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.”

PENAS
13. 1 – Penas privativas de
liberdade
Detenção e reclusão

OBS: Para as contravenções penais a pena


privativa de liberdade é a pena de
prisão simples

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31/07/2015

PENAS
13. 2 – Penas restritivas de
direitos
Artigo 44, do CP

As penas restritivas de direitos são


autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade
não superior a quatro anos e o crime não
for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a
pena aplicada, se o crime for culposo;
II - o réu não for reincidente em crime
doloso;

PENAS
13. 2 – Penas restritivas de direitos
Artigo 44, do CP
III - a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente.
2o Na condenação igual ou inferior a um
ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de
direitos; se superior a um ano, a pena
privativa de liberdade pode ser substituída
por uma pena restritiva de direitos e multa
ou por duas restritivas de direitos.

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31/07/2015

PENAS
13. 2 – Penas restritivas de
direitos
Artigo 44, do CP

3o Se o condenado for reincidente, o juiz


poderá aplicar a substituição, desde que,
em face de condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado em
virtude da prática do mesmo crime.

PENAS
13. 2 – Penas restritivas de
direitos
Artigo 44, do CP

4o A pena restritiva de direitos converte-


se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado
da restrição imposta. No cálculo da pena
privativa de liberdade a executar será
deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo
mínimo de trinta dias de detenção ou
reclusão.

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31/07/2015

PENAS
13. 2 – Penas restritivas de
direitos
Artigo 44, do CP

5o Sobrevindo condenação a pena


privativa de liberdade, por outro crime, o
juiz da execução penal decidirá sobre a
conversão, podendo deixar de aplicá-la se
for possível ao condenado cumprir a pena
substitutiva anterior.

PENAS
13. 3 – Multa

Nunca pode ser convertida em


privativa de liberdade, mesmo que não
tenha sido paga.

Consequência do NÃO pagamento:


Inscrição na dívida ativa

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA

Homicídio

 Tutela vida
Início do parto
Bem indisponível - eutanásia é crime !
Homicídio privilegiado: quando praticado
por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob domínio de violenta emoção logo em
seguida a injusta provocação da vítima.

CRIMES CONTRA A PESSOA


Homicídio:

Homicídio qualificado:
- Por motivo torpe;
-Por motivo fútil;
-Pelo uso de meio insidioso, cruel ou de que
possa resultar perigo comum;
- Por modo que impossibilite ou dificulte a
defesa da vítima;
- Para garantir execução, impunidade ou
ocultação de outro crime.
-feminicidio
-homicidio praticado contra policiais e
agentes das forças de segurança e familiares

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Homicídio:

Homicídio culposo e aumento de pena por


inobservância de regra técnica de arte, ofício
ou profissão e omissão de socorro.
Homicídio culposo e perdão judicial:
5º - Na hipótese de homicídio culposo, o
juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o
próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária.
Só cabe perdão judicial no homicídio
culposo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

CRIMES CONTRA A PESSOA


Homicídio:

Homicídio culposo no trânsito – art. 302 do


CTB. Cabe perdão judicial se o agente tem
relações com a vítima ou quando sofre
graves sequelas em virtude do acidente.
Abalo psicológico de pessoa desconhecida
não pode caracterizar perdão judicial.
RESP 1455178

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Infanticídio:
Infanticídio só doloso

Art. 123, do CP - Matar, sob a influência do


estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

Na verdade é hipótese de homicídio praticado


pela mãe contra o filho nascente ou recém
nascido, e sob efeito das transformações
havidas em virtude do estado puerperal.

CRIMES CONTRA A PESSOA


Aborto:
Aborto: Crime doloso contra a vida.

- auto aborto – Art. 124 CP

- c/ consentimento – Art. 126 CP


ABORTO
- s/ consentimento – Art. 125 CP

- c/ morte da gestante – Art. 127 CP

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Aborto:

Aborto com morte da gestante no


artigo 127 do CP, a morte é culposa!

CRIMES CONTRA A PESSOA


Aborto:

Aborto que não é crime:

 Terapêutico ou necessário – Art. 128, I


Humanitário ou ético – Art. 128, II
Feto inviável. Ex: anencefálico. Decisão do
Supremo Tribunal Federal.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Competência:

Crime doloso contra a vida é sempre do Júri!


Homicídio, infanticídio, aborto, cooperação no suicidio

CRIMES CONTRA A PESSOA


Lesão corporal
Lesão corporal:

só se for contra a pessoa –Art. 129 do CP

OBS: autolesão e art. 171, 2º, V; autolesão


militar

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Lesão corporal:

Lesão corporal

Tentativa de homicídio

CRIMES CONTRA A PESSOA


Lesão corporal:
Lesão Corporal seguida de morte

O agente queria lesionar e acabou


provocando a morte.

Homicídio culposo

O agente jamais quis lesionar


ou matar, mas acabou provocando a morte.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Lesão Corporal
Lesão corporal culposa no trânsito e perdão
judicial.

Art. 303 do CTB: Praticar lesão corporal


culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos
e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Calúnia

Difamação

Injúria

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Honra objetiva
(o que os outros pensam de nós)

Calúnia–Art. 138 Difamação–Art. 139


Caluniar alguém, Difamar alguém,
imputando-lhe imputando-lhe
falsamente fato ofensivo
fato definido a sua reputação
como crime

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Calúnia:
Imputação de fato criminoso – falsa

Difamação:
Imputação de fato não criminoso ofensivo à
honra – Não precisa ser falsa

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Honra subjetiva

Injúria – Art. 140


Injuriar alguém,
ofendendo-lhe a
dignidade ou o
decoro

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Injúria real

Injúria – Art. 140, 2º


Se a injúria consiste em violência ou
vias de fato, que, por sua natureza ou
pelo meio empregado, se considerem
alvitantes

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:
Injúria preconceituosa, qualificada
ou discriminatória

Art. 140, 3º - Se a injúria consiste na


utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência

Racismo–Art. 20, Lei 7.716 - Praticar, induzir ou


incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional.

CRIMES CONTRA A PESSOA


Crimes contra a honra:

Injúria preconceituosa – prescritível e


afiançável; Ação pública condicionada à
representação

Racismo – imprescritível e inafiançável; Ação


pública incondicionada

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31/07/2015

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


6. Crimes contra o patrimônio:

Sem
violência Admitem o princípio da
insignificância.

Com
Violência Não admitem aplicação
da insignificância.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Furto e Roubo:

Furto de uso Roubo de uso

Atípico Típico

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31/07/2015

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Furto:

Furto de energia e furto de


sinal de TV a cabo.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Furto e Roubo:

Furto de automóvel e
Roubo de automóvel

Que é transportado Que é transportado


para outro Estado para outro país

Qualificadora aumento de pena


do furto do roubo
(Art. 155, 5º) (Art. 157, IV)

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31/07/2015

O FATO E SEUS ELEMENTOS


Extorsão e roubo:

Extorsão 158 X Roubo 157

Art. 158 do CP - Constranger alguém, mediante


violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
fazer alguma coisa.
Art. 157 do CP - Subtrair coisa móvel alheia, para
si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Extorsão:

Extorsão 158 X Extorsão mediante


sequestro 159

Art. 158 do CP - Constranger alguém, mediante


violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
fazer alguma coisa
Art. 159 do CP - Sequestrar pessoa com o fim de
obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate

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31/07/2015

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Extorsão:

Falso sequestro para obter vantangem

Art. 158 – Não é extorsão mediante


sequestro.

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Receptação

Receptação simples dolo direto

Art. 180, caput do CP - Adquirir, receber,


transportar, conduzir ou ocultar, em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte

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31/07/2015

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


Receptação:

Receptação qualificada dolo indireto

Art. 180, 1º do CP - Adquirir, receber,


transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à
venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro

Art. 213, caput, do CP - Constranger


alguém, mediante violência ou grave
ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez)
anos.

Aqui a vítima não pode ser menor de 14


anos, deficiente mental, nem estar
impossibilitada de oferecer resistência.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro

Art. 213, 1º, do CP - 1o Se da


conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de
18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze)
anos.

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro

Art. 213, 2º, do CP - Se da conduta


resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos

Aqui a morte foi causada culposamente

OBS: se houver dolo com relação à


morte, o agente deve responder por
estupro e homicídio, em concurso
material.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro de vulnerável

Art. 217- A do CP - Ter conjunção carnal ou


praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze)


anos.

Não importa se houve violência ou grave


ameaça

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro de vulnerável

Art. 217- A, 1o do CP - Incorre na


mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não
tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro de vulnerável

Art. 217- A,

3o Se da conduta resulta lesão corporal


de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte)
anos.

4o Se da conduta resulta morte:


Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta)
anos.

CRIMES CONTRA DIG. SEXUAL


Estupro de vulnerável

Art. 217- A, 1o do CP - Incorre na


mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não
tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra
causa, não pode oferecer resistência.

68
31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a
perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e
multa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Aumento de pena
1º - As penas aumentam-se de um
terço:
I - se o crime é cometido com intuito
de obter vantagem pecuniária em proveito
próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a
habitação;
b) em edifício público ou destinado a
uso público ou a obra de assistência social
ou de cultura;

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
c) em embarcação, aeronave, comboio
ou veículo de transporte coletivo;
d) emESTAÇÃO FERROVIÁRIA ou
aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível
ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de
mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou
floresta.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Incêndio culposo
2º - Se culposo o incêndio, é pena
de detenção, de seis meses a dois anos.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de
outrem, mediante explosão, arremesso ou
simples colocação de engenho de dinamite
ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e
multa.
1º - Se a substância utilizada não é
dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Aumento de pena
2º - As penas aumentam-se de um
terço, se ocorre qualquer das hipóteses
previstas no 1º, I, do artigo anterior, ou é
visada ou atingida qualquer das coisas
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Modalidade culposa
3º - No caso de culpa, se a
explosão é de dinamite ou substância de
efeitos análogos, a pena é de detenção, de
seis meses a dois anos; nos demais casos,
é de detenção, de três meses a um ano.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Uso de gás tóxico ou asfixiante


Art. 252 - Expor a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de
outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa.

72
31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é
culposo:
Pena - detenção, de três meses a um
ano

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Fabrico, fornecimento, aquisição
posse ou transporte de explosivos
ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir,
possuir ou transportar, sem licença da
autoridade, substância ou engenho
explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, e multa.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo
a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e
multa, no caso de dolo, ou detenção, de
seis meses a dois anos, no caso de culpa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Perigo de inundação
Art. 255 - Remover, destruir ou
inutilizar, em prédio próprio ou alheio,
expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem, obstáculo
natural ou obra destinada a impedir
inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e
multa.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Desabamento ou desmoronamento

Art. 256 - Causar desabamento ou


desmoronamento, expondo a perigo a vida,
a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos,
e multa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é
culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um
ano

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Subtração, ocultação ou
inutilização de material de
salvamento
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar,
por ocasião de incêndio, inundação,
naufrágio, ou outro desastre ou
calamidade, aparelho, material ou qualquer
meio destinado a serviço de combate ao
perigo, de socorro ou salvamento; ou
impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos,
e multa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Formas qualificadas de crime de
perigo comum
Art. 258 - Se do crime doloso de
perigo comum resulta lesão corporal de
natureza grave, a pena privativa de
liberdade é aumentada de metade; se
resulta morte, é aplicada em dobro. No
caso de culpa, se do fato resulta lesão
corporal, a pena aumenta-se de metade; se
resulta morte, aplica-se a pena cominada
ao homicídio culposo, aumentada de um
terço.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Difusão de doença ouPRAGA


Art. 259 - Difundir doença ou
PRAGA que possa causar dano a floresta,
plantação ou animais de utilidade
econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos,
e multa.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Modalidade culposa
Parágrafo único - No caso de culpa, a
pena é de detenção, de um a seis meses,
ou multa.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE


PÚBLICA
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS
SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário


Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço
de estrada de ferro:

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE


PÚBLICA
I - destruindo, danificando ou desarranjando,
total ou parcialmente, linha férrea, material
rodante ou de tração, obra-de-arte ou
instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do
movimento dos veículos ou interrompendo
ou embaraçando o funcionamento de
telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV - praticando outro ato de que possa
resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e
multa.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE


PÚBLICA
Desastre ferroviário
1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e
multa.
2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
3º - Para os efeitos deste artigo, entende-
se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que circulem veículos de
tração mecânica, em trilhos ou por meio de
caboAÉREO

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Atentado contra a segurança de
transporte marítimo, fluvial ouAÉREO

Art. 261 - Expor a perigo embarcação


ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar
qualquer ato tendente a impedir ou
dificultar navegação marítima, fluvial ou
aérea:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

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31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Sinistro em transporte marítimo,
fluvial ouAÉREO

1º - Se do fato resulta
naufrágio, submersão ou encalhe de
embarcação ou a queda ou destruição
de aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a
doze anos.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Prática do crime com o fim de


lucro
2º - Aplica-se, também, a pena de
multa, se o agente pratica o crime com
intuito de obter vantagem econômica, para
si ou para outrem.

80
31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Modalidade culposa
3º - No caso de culpa, se ocorre o
sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois
anos.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Atentado contra a segurança de
outro meio de transporte
Art. 262 - Expor a perigo outro meio
de transporte público, impedir-lhe ou
dificultar-lhe o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
1º - Se do fato resulta desastre, a
pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
2º - No caso de culpa, se ocorre
desastre:
Pena - detenção, de três meses a um
ano.

81
31/07/2015

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

Forma qualificada
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 260 a 262, no caso de
desastre ou sinistro, resulta lesão corporal
ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra
veículo, em movimento, destinado ao
transporte público por terra, por água ou
pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta
lesão corporal, a pena é de detenção, de
seis meses a dois anos; se resulta morte, a
pena é a do art. 121, 3º, aumentada de
um terço.

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CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Atentado contra a segurança de serviço
de utilidade pública
Art. 265 - Atentar contra a segurança
ou o funcionamento de serviço de água,
luz, força ou calor, ou qualquer outro de
utilidade pública:
Pena - reclusão, de um a cinco anos,
e multa.
Parágrafo único - Aumentar-se-á a
pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o
dano ocorrer em virtude de subtração de
material essencial ao funcionamento dos
serviços.

CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA
Interrupção ou perturbação de
serviço telegráfico, telefônico,
informático, telemático ou de
informação de utilidade pública
Art. 266 - Interromper ou
perturbar serviço telegráfico,
radiotelegráfico ou telefônico, impedir
ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena - detenção, de um a três
anos, e multa.

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CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PÚBLICA

1o Incorre na mesma pena quem


interrompe serviço telemático ou de
informação de utilidade pública, ou
impede ou dificulta-lhe o
restabelecimento.
2o Aplicam-se as penas em dobro
se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Peculato desvio:

Art. 312, caput, do CP - Apropriar-se o


funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e
multa.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Peculato desvio

Desvio de verba pública


Art. 315, do CP - Dar às verbas ou rendas
públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Peculato furto:

Art. 312, 1º, do CP - 1º - Aplica-se a


mesma pena, se o funcionário público,
embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que
lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Peculato culposo:

Art. 312, 2º, do CP - Se o funcionário


concorre culposamente para o crime de
outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Consequências da reparação de dano


no peculato:

 Doloso: Art. 16 do CP - Nos crimes


cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Consequências da reparação de dano no


peculato (cont.):

Culposo: Art. 312, 3º, do CP - No caso


do parágrafo anterior, a reparação do
dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena
imposta.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Peculato:

Peculato eletrônico

Art. 313, A, do CP - Inserir ou facilitar, o


funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos
sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração Pública com o
fim de obter vantagem indevida para si
ou para outrem ou para causar dano

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Concussão x Corrupção:
Concussão – Art. 316, do CP - Exigir, para
si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida

Corrupção – Art. 317, do CP - Solicitar ou


receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão
dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Corrupção:
Corrupção passiva - Art. 317 do CP - Solicitar
ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem.
Corrupção ativa - Art. 333 do CP - Oferecer
ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um
terço, se, em razão da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou omite ato
de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Prevaricação :
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de
Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Condescendência criminosa:

Art. 320 - Deixar o funcionário, por


indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um
mês, ou multa.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Advocacia administrativa

Art. 321, do CP - Patrocinar, direta ou


indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou
multa.
Parágrafo único - Se o interesse é
ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano,
além da multa.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato


legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo
ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois
anos.
1º - Se o ato, em razão da resistência,
não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
2º - As penas deste artigo são
aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à violência.

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CRIMES CONTRA A ADMIN.


Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de


funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis
meses, e multa.

CRIMES CONTRA A ADMIN.


Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público


no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa.

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