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SENTENÇA
Vistos, etc.
Relatório dispensado na forma do artigo 852-I, da CLT.
DECIDO
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Declara-se a inexigibilidade das pretensões
anteriores a 28.07.2016 (art. 7º, XXIX, da CF/88).
NO MÉRITO
DOS DOMINGOS TRABALHADOS
Desacolho o pedido de item c do rol, pois, além ser
narrada a existência de 1 folga a cada 5 dias laborados, a
reclamante não trouxe aos autos as CCTs que invoca como
fundamento à sua pretensão
DA REVALIDAÇÃO FUNCIONAL
Aduz a autora que não conseguiu comparecer ao curso
anual de habilitação profissional custeado pela ré, pois
estava de férias e seu filho havia falecido.
Por consequência, precisou arcar por conta própria a
sua atualização funcional, já que a ré não reagendou a
formação.
Em defesa, a reclamada afirma que “desconhece qualquer
circunstância a esse respeito” (id 1ae2df2 - Pág. 30 / fl.
235).
Diante da negativa defensiva, cabia à reclamante o
ônus de comprovar os fatos constitutivos do direito
vindicado, nos termos do artigo 818, I, da CLT, encargo do
qual não se desincumbiu, pois não juntou comprovação de que
efetivamente pagou pela sua revalidação funcional.
Posto isso, improcede o pedido do item d do rol da
exordial.
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Foi produzida prova técnica (id f772fcd), cujo perito
foi diligente em explicitar que “pode-se constatar que a
reclamada fez o enquadramento INCORRETO, visto que a
reclamante permanecia em área de risco com atividade de
abastecimento de inflamáveis, visto que a reclamante
acessava a área de operações, conforme veremos a seguir”
(fl. 2071).
Em seguida, o expert concluiu que “Com base na análise
ambiental realizada no local de trabalho da reclamante e
após o exame do PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS,
PCMSO e dos Laudos de Periculosidade dos anos de labor da
reclamante, da diligência pericial realizada, e
considerando o disposto na NR-16, Anexo 2, e FISPQ’s dos
produtos, o Perito do Juízo é de parecer conclusivo
favorável à reclamante, concluindo por considerar as suas
atividades exercidas como periculosas.” (id f772fcd – pág.
15 / fl. 2082).
O perito, em seus esclarecimentos do id 3e549ca,
apresentados diante das impugnações da ré, ratificou as
suas conclusões.
Não obstante a nova impugnação apresentada pela ré no
id d1eff47, não há nos autos elementos técnicos capazes de
infirmar as conclusões da perícia, razão pela qual acolho
integralmente o teor do laudo apresentado.
Por conseguinte, prospera o pleito do item b do rol da
exordial, nos termos do artigo 193, § 1º, da CLT, do marco
prescricional até a dispensa.
São devidos também os reflexos em férias, décimo
terceiro salário e aviso prévio, nos limites do pedido
(item f).
DA LIQUIDAÇÃO
Liquidação por simples cálculos.
A correção monetária adotará o IPCA-E na fase pré-
judicial e, a partir do ajuizamento da ação, será utilizada
a taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), nos termos das
decisões proferidas pelo STF nas ADCs 58 e 59, e nas ADIs
5867 e 6021, que conferiram interpretação conforme a
Constituição aos artigos 879, § 7º, e 899, § 4º, ambos da
CLT, na redação dada pela Lei 13.467/2017.
Ademais, levando em conta que a taxa SELIC engloba os
juros de mora, não será aplicada a regra prevista no artigo
39 da Lei 8.177/1991.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Considerando a remuneração inferior ao marco de 40% do
limite máximo do RGPS, defiro a gratuidade de justiça à
reclamante, nos termos da nova redação do artigo 790, § 3º,
da CLT.
CONCLUSÃO