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PESSOA - PB
Processo: 98.765
1-DOS FATOS
A reclamante trabalhou na empresa floricultura da reclamada durante o período de
25/10/2012 à 29/12/2017.
A reclamante exerceu jornada de trabalho das 10h às 20hs, com 2 horas de intervalo, de
segunda à sexta-feira e, aos sábados, das 16h às 20hs, recebendo mensalmente o valor
correspondente a dois salários mínimos.
PRELIMINAR DE MÉRITO
3- DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
A reclamante trabalhou pelo período de 25/10/2012 à 29/12/2017 na empresa reclamada e
ajuizou a reclamação trabalhista em 27/02/2018.
Como dispõe o Art. 7o, XXIX, da CF/88 e Art. 11, da CLT a pretensão quanto a créditos
trabalhistas prescreve em cinco anos após a extinção do contrato de trabalho e a Súmula
308, I, do TST dispõe que respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a
prescrição quinquenal contada da data do ajuizamento da reclamação Trabalhista.
Por tanto é certa a prescrição em relação às pretensões anteriores a 27/02/2013, tendo em
vista que o ajuizamento da ação se deu em 27/02/2018.
MÉRITO
4.DA RECONVENÇÃO
Conforme fundamentação no Art. 343 do CPC/15, na contestação, é lícito ao Réu propor
reconvenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o
fundamento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a seguir.
A Reclamante ao saber do aviso prévio teve uma reação violenta, gritando e dizendo-se
injustiçada, necessário que a segurança a contivesse e acompanhasse até a porta de saída.
Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e pegou uma pedra que arremessou
violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a quebrar uma das vidraças, razão pela
qual a empresa gastou R$300,00 na recolocação do vidro atingido, conforme nota fiscal
anexa.
Conforme disposto no Art. 186 do CC, aquele que por ação, violar o direito e causar dano a
outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do mesmo diploma legal, assegura que, aquele que,
por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Sendo assim, requer o valor de R$300,00, relativo ao vidro quebrado pela Reclamante.
5- DO ADICIONAL DE PENOSIDADE
A Reclamante requer o recebimento de adicional de penosidade, na razão de 30% sobre o
salário-base, pois enquanto realizava seu trabalho, era constantemente furada pelos
espinhos das flores que manuseava, mas apesar de ser previsto no Art. 7o, XXIII, da CF/88
o adicional de remuneração para as atividades penosas, ainda não foi regulamentado.
Sendo assim, o pedido de pagamento de adicional de penosidade na proporção de 30%
sobre o salário-base não deve prosperar, uma vez que não há previsão na CLT e não foi
regulamentado em lei especial.
6- DA HORA EXTRA
A Reclamante alega que faz jus ao recebimento de horas extras com adição de 50%, em
razão da jornada de trabalho, pois trabalhava de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h,
com intervalo de 2 horas para refeição, e aos sábados, das 16h às 20h, sem intervalo,
totalizando 44h semanais.
O Art. 58 da CLT dispõe que a duração normal do trabalho, para os empregados em
qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias e o Art. 7o, XIII da CF/88 dispõe que
a duração do trabalho normal não será superior às 8h diárias e 44h semanais. Vale destacar
que o Art. 71, § 2o da CLT alinha que os intervalos não serão computados na duração do
trabalho.
Por tanto a Reclamante não faz jus ao recebimento das horas extras pleiteadas, pois não
houve extrapolação de 8h diárias e 44h semanais.
8- DO PLANO DE SAÚDE
A Reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, assinado
na admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal, sendo
que, no ato da admissão, a Reclamante assinou o documento autorizando o desconto de
plano de saúde.
A Súmula 342 do TST dispõe que são válidos os descontos salariais efetuados pelo
empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em
planos de assistência médico-hospitalar, o que não fere o disposto no Art. 462 da CLT, salvo
se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico, não
sendo este o caso.
Ademais, o Art. 818, I da CLT e o Art. 373, I, do CPC/15 estabelecem que o ônus da prova
incumbe ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
Decorrente disso, o desconto a título de plano de saúde ocorreu dentro da legalidade, sem
haver qualquer vício de vontade em relação à assinatura, já que é válida a autorização de
desconto feita no momento da admissão, cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer
ilegalidade nesse sentido, não devendo prosperar a sua alegação.