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SÍNTESE DO PROCESSO:
Consta que a reclamante prestava serviços para a reclamada durante o
período de 25/10/2012 a 29/12/2017 a qual era floricultora e laborava de
segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, com 2h de intervalo, e aos sábados,
das 16h às 20h. Ademais, gozava mensalmente do valor correspondente a dois
salários-mínimos e foi desligada da empresa sem justa causa.
1. PRELIMINAR DE MÉRITO
1.1. DA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Conforme artigo Art. 114, IX, da CF/88, compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar controvérsias decorrentes da relação de trabalho, não
abrangendo penalidade criminal. Assim, a justiça do trabalho não possui
competência para julgar penalidades criminais no processo.
De mesmo modo, o Art. 337, II, do CPC/15, diz que cabe ao réu, antes
de discutir o mérito alegar a incompetência absoluta e relativa.
Portanto, o pedido feito pela reclamante não deve prosperar, tendo em
vista que a incompetência absoluta da Justiça do Trabalho.
2. PREJUDICIAL DE MÉRITO
2.1. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
Consta que a reclamante trabalho para a reclamada de 25.10.2012 a
29.12.2017 e apenas ajuizou a reclamação trabalhista em 27.10.2018.
Assim como previsto no artigo 7º inciso XXIX da Constituição Federal, é
previsto a prescrição nas relações trabalhistas, tanto no que se relaciona ao
prazo para a ação, bem como para a cobrança dos créditos trabalhistas.
Portanto, não há como pleitear a análise das verbas trabalhistas que
ultrapassem o período de 5 (cinco) anos contados da data do ajuizamento da
ação, conforme a Súmula nº. 308, Tribunal Superior do Trabalho.
Sendo assim, requer-se o reconhecimento da prescrição quinquenal dos
pedidos anteriores a 27/10/2013, extinguindo o processo com resolução do
mérito a esses pedidos.
3. MÉRITO
3.1. DO PLANO DE SAÚDE
Alega a reclamante que era obrigada a adotar o desconto para o plano
de saúde, tendo assinado na admissão, contra a sua vontade, um documento
autorizando a subtração mensal.
Entretanto, consta que quando foi contratada, a Reclamante assinou o
documento autorizando o desconto de plano de saúde.
Sustenta a OJ 160 da SBDI-1 que é inválida a presunção de vício de
consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente
com descontos salariais na oportunidade da admissão. Vale ressaltar que é de
se exigir demonstração concreta do vício de vontade.
Sob essa égide, a Súmula 342 do TST diz é valido a incidência dos
descontos salarial efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por
escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência médico-
hospitalar, o que não afronta o disposto no Art. 462 da CLT, salvo se ficar
demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico,
não sendo este o caso.
De mesmo modo, conforme artigo 818, I da CLT e o Art. 373, I, do
CPC/15 é estabelecido que o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao
fato constitutivo de seu direito.
Portanto, é certo dizer que não ocorreu nenhuma ilegalidade quanto ao
desconto do plano de saúde, nem vicio de vontade no que tange à assinatura,
já que é válida a autorização de desconto feita no momento da admissão,
cabendo a Reclamante o ônus de provar qualquer ilegalidade nesse sentido.
Assim, tal alegação não deve prosperar.
4. DA RECONVENÇÃO
Conforme art. 343 do CPC/15, na contestação, é lícito ao Réu propor
reconvenção, para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal
ou com o fundamento da defesa, o que faz pelas razões de fato e de direito a
seguir.
A reclamante após ser informada acerca do aviso-prévio, teve atitudes
violentas no qual ao se sentir injustiçada, gritou e diante de sua conduta
agressiva, foi solicitado que os seguranças contivessem e acompanhassem até
a porta de saída. Quando deixava o prédio, a Reclamante correu e pegou uma
pedra que arremessou violentamente contra o prédio da Reclamada, vindo a
quebrar uma das vidraças. A empresa gastou R$ 300,00 na recolocação do
vidro danificado, conforme nota fiscal (doc. Anexo).
Assim, requer o valor de $ 300,00, relativo ao vidro quebrado pela
Reclamante, observando o Art. 186 do CC/02, que dispões que aquele que por
ação, violar o direito e causar dano a outrem, comete ato ilícito, já o Art. 927 do
mesmo diploma legal, assegura que, aquele que, por ato ilícito, causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
5. CONCLUSÃO
De acordo com os fatos e fundamentos acima apresentados, em sede
de Contestação, requer a Vossa Excelência:
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Nome do advogado
OAB/SP nº XXX