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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

____ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO LUIS DO ESTADO


DO MARANHÃO

JOANA MARIA, (qualificação), por seu advogado que esta subscreve,


cujo instrumento de procuração possui poderes especiais, segue anexo (doc. 01), vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos dos arts. 41 e 44 do Código
de Processo Penal bem como no artigo 100, §2º, CP, oferecer

QUEIXA-CRIME

contra TASSIO GONZALEZ (qualificação), endereço e RUY

PALMA (qualificação), endereço, pelos seguintes motivos a seguir expostos:

DOS FATOS

Os fatos aconteceram da seguinte e pormenorizada forma, a Sra. Joana


Maria em uma reunião de condomínio foi insultada por alguns moradores, pois na
condição de membro do conselho de fiscal, estaria supostamente, desviando dinheiro da
conta corrente.
Em discurso feito, os querelados, TASSIO GONZALEZ e RUY PALMA,
com áudio gravado em dispositivo móvel da Administradora Condominial, mesmo
sabedores da inocência da querelante Sra. Joana Maria, alegaram que essa “Exerceu sua
função de conselheira com o intuito de subtrair patrimônio do condomínio para
incorporação do seu pessoal e assim o fez”.
Assim sendo, a Sra. Joana Maria, por iniciativa própria, fez uma auditoria
contábil, segundo o laudo apontou inexistência de indícios do suposto desvio.
Portanto, por conta dessas falsas acusações a querelante se sente com a sua
imagem desgastada, além de ter total convicção de sua inocência, vez que os querelados
gostariam de prejudica-la por motivos pessoais.
Por fim, a querelante vem a presença de Vossa Excelência oferecer a presente
queixa crime.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

De acordo com os fatos narrados acima, resta claro que os Senhores TASSIO
GONZALEZ e RUY PALMA ao imputarem falso fato criminoso de apropriação
indébita, praticaram o crime de calúnia, tipificado no artigo 138 do Código Penal
Brasileiro, haja vista que o elemento subjetivo específico do crime, qual seja a vontade
de atingir a honra objetiva da querelante, atribuindo falsamente e publicamente fato
definido como crime, senão vejamos:
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação,
a propala ou divulga.
A calúnia tem a sua efetivação assim que a falsa imputação de crime alcançar
terceiros, sendo considerados dos crimes contra a honra o mais grave, como abordado no
texto legal acima citado o agente propaga informação falsa e que configura crime,
atribuindo a outrem.
Nas palavras de GUILHERME NUCCI, Manual de Direito Penal, caluniar
alguém: “Significa atribuir a uma pessoa o cometimento de fato típico incriminador de
maneira não autêntica. O agente sabe que a vítima não cometeu o ilícito penal, mas
divulga o falso com o fim de manchar a sua reputação.”
Em analise ao caso concreto, vemos nítida a intenção dos querelados em
apenas degradar a imagem da querelante, imputando a ela fato criminoso totalmente sem
fundamento e suporte probatório, senão imputaram fato criminoso mesmo sabedores da
inocência da mesma.
Ressalta-se que além de imputarem falsamente prática de crime à Sra.
JOANA MARIA, os querelados proferiram a calúnia em um discurso, em um microfone,
facilitando assim a divulgação das falsas incriminações. Neste contexto, discorre o artigo
141, inciso III a respeitos das causas de aumento das penas dos crimes contra a honra:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de
um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Mesmo sabendo da inocência da querelante, o Sr. TASSIO GONZALEZ e
RUY PALMA não hesitaram em fazer falsas declarações, restando claro o dolo de
produzir o resultado danoso à integridade moral da querelante, objetivando prejudica-la
por motivos pessoais. Nesse sentido, se vislumbra o cabimento de indenização moral,
com o objetivo de reparar a exposição indevida sofrida pela querelante em razão das
calúnias proferidas pelos querelados Sr. TASSIO GONZALEZ e RUY PALMA.
Discorre o artigo 5º da Constituição Federal, além do artigo 63, parágrafo
único c/c art. 387 do Código Penal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;

Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,


poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito
da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou
seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado
nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem
prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente
sofrido.

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória


IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela
infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
Desta forma, desde já requer se a fixação de valor para a reparação dos danos
causados pela infração penal praticada pelos querelados.
Coadunado com esse entendimento o Egrégio Tribunal de Justiça de
Rondônia, em jurisprudência:
INDENIZAÇÃO. CALÚNIA. DANO MORAL
CONFIGURADO. RECURSO IMPROVIDO. Causa dano
moral indenizável a prática da ofensa verbal caluniosa por
parte dos Recorrentes que efetivamente ofenderam a parte
Recorrida, imputando-lhe falsamente a prática de crime. A
indenização no valor de R$ 2.000,00 - R$ 1.000,00 cada
requerido - para casos tais não se mostra excessiva, foi fixada
dentro da razoabilidade e da situação da partes, não fugindo ao
padrão indenizatório utilizado por esta Turma Recursal.
(TJ-RO - RI: 10018915920108220015 RO 1001891-
59.2010.822.0015, Relator: Juiz Marcelo Tramontini, Data de
Julgamento: 19/04/2013, Turma Recursal - Porto Velho, Data de
Publicação: Processo publicado no Diário Oficial em
25/04/2013.) (grifos nossos)
Sendo assim, para que não houvesse dúvidas a respeito da sua conduta a Sra.
Joana Maria, por conta própria fez uma auditória contábil (segue em anexo), que restou
comprovado que não houve nenhum desvio, ratificando que é falso o fato criminoso
imputado pelos querelantes.

DO PEDIDO CONDENATÓRIO
Assim, em razão da prática do crime previsto no art 138 do Código Penal, requer
a Vossa Excelência, após manifestação do Ministério Público, o recebimento da presente
exordial, que o querelado seja citado, processado e ao final condenado, nos precisos
termos dos artigos 138 c/c art 141, III do Código Penal.

DO PEDIDO INDENIZATÓRIO
Em razão do disposto nos artigos 63, parágrafo único c/c art. 387, IV, ambos do
Código de Processo Penal, nos termos da Lei nº 11.719, de 20 de junho de 2008, requer
seja fixado o valor para a reparação dos danos causados pela infração penal.

DA PRODUÇÃO DE PROVA
Requer, ainda, que sejam juntados os documentos em anexo, assim como que a
Administradora Condominial apresente em juízo o áudio do discurso gravado no dia do
fato, que se encontra em posse da mesma.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1- Testemunha 1 , qualificação 01
2- Testemunha 2, qualificação 02
3- Testemunha 3, qualificação 03
4- Testemunha 4 , qualificação 04
5- Testemunha 5, qualificação 05

DOCUMENTOS EM ANEXO

1- Documentos Pessoais
2- Laudo da Auditoria Contábil

São Luis/MA, (data)

____________________________
Advogado/ OAB/UF
PROCURAÇÃO

Por este instrumento particular de mandato, Joana Maria , brasileira, estado


civil, profissão, titular do RG n. _______ e do CPF n. ________, residente e domiciliado
nesta cidade, na Rua ______, no.______, Bairro _________, constitui e nomeia seu
bastante procurador, o ___________________, Advogado, OAB n. _______ , residente
e domiciliado nesta cidade, com escritório na Rua ________, nº _________, Bairro
_________, a quem confere todos os poderes, inclusive os da cláusula ad juditia,
especialmente para ajuizar a presente peça de queixa crime porque houve a prática de
crime de calúnia praticados pelos querelados Srs. Tassio Gonzalez e Ruy Palma ,
cometendo, dessa maneira, o crime previsto no art. 138 do Código Penal.

São Luís, (data)

________________________________
Joana Maria
OUTORGANTE

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