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Contra ato praticado pelo _____ (autoridade coatora), qualificação, com sede de
suas atividades no endereço, o qual é vinculado a pessoa jurídica de direito público, ÓRGÃO
FEDERAL DA UNIÃO, nos termos do art 5º, LXIX da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1998 e da Lei nº 12.016/09, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos.
RESUMO FÁTICO
Ocorre que fora surpreendido com negativa do ÓRGÃO FEDERAL competente, ato
esse praticado pelo Sr. ____, que aduziu que o impetrante não preencheu os requisitos legais.
Dentre eles, está a exigência, em que pese descabida, de o requerente pertencer a determinada
etnia, vez que a justificativa é que o programa é exclusivo de inclusão social para integrantes
de grupo étnico descrito no edital, podendo, ao arbítrio da Administração, ocorrer integração
de outras pessoas, caso ocorra saldo no orçamento do programa. O que revela ser totalmente
inconstitucional, por violar diretamente princípios fundamentais e princípios da
Administração.
O impetrado, informou que existe saldo e que, por isso, o requerimento do
impetrante ficará no aguardo do prazo estabelecido em regulamento. Porém, cumpre destacar
que, o referido prazo não consta na lei que instituiu o programa, tão pouco, especificou a
limitação do financiamento para grupos étnicos. Assim, violando diretamente o princípio da
legalidade.
Desta forma, o impetrante não encontrou outra saída, senão buscar via judicial,
seu direito líquido e certo, pelo presente Writ, rogando para que ao final, tenha uma deslinde
satisfatória.
Neste ponto, cumpre destacar que o ato normativo que instituiu o programa de
bolsa não limita, tão pouco menciona qualquer exclusividade do financiamento a
determinados grupos étnicos, o que por inversamente faz o instrumento editalício, visto que
limita tal financiamento, dando origem a violação ao direito líquido e certo do impetrante.
Dessa maneira, há clara violação ao princípio da legalidade, visto que o
instrumento editalício criar arbitrariamente requisito não previsto em lei, afrontando
diretamente o texto constitucional.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
É direito de todos os brasileiros, independente de raça, cor e etnia, o acesso à
educação, de forma igualitária e sem discriminação. Assim sendo, a negativa do Órgão federal
baseada na limitação disposta em Edital, viola não somente a legalidade, como também,
ofende ao princípio da Isonomia.
In casu, clara fica a violação a igualdade, pois o Órgão Federal não poderia usar
do financiamento para beneficiar somente uma determinada etnia.
“Art. 206 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola
Evidente é violação no caso concreto, pois as limitações impostas e a negativa do
impetrado, resultaram na suspensão da matricula do impetrante, que sem a bolsa do programa
não tem as mínimas condições de arcar com os valores do curso superior na Universidade.
Ademais, destaca se que ato arbitrário de poder incluir outras pessoas caso ocorra
saldo no orçamento do programa ofende diretamente os princípios da Administração Pública,
exemplificados no art. 37 da CF/88:
Com muita propriedade, nos ensina o professor Celso Bandeira de Mello (2002,
p.83): “Não se confundem discricionariedade e arbitrariedade. Ao agir arbitrariamente o
agente estará agredindo a ordem jurídica, pois estará se comportando fora do que lhe
permite a lei. Seu ato, em consequência, é ilícito e por isso mesmo corrigível judicialmente.”.
Em relação ao fumus boni iuris, o bom direito está demonstrado através de todas
as fundamentações expostas, encontrando amparo em jurisprudências, e na Constituição
Federal, que comprovam o direito líquido e certo do Sr. MÉVIO, devendo prevalecer seu
direito fundamental a educação, atendendo aos princípios da legalidade e isonomia.
Assim como o periculum in mora, que nada mais é do que o proeminente perigo,
que é indiscutível no caso em tela, haja vista de que se não concedida a liminar, o direito de o
impetrante cursar seu ensino superior, legalmente conquistado, irá ser lesado. Ainda, visto que
a matricula do mesmo está suspensa, enquanto o período letivo aproxima-se, há iminente
perigo de prejuízos educacionais, podendo resultar em perda da própria bolsa de estudos ora
em lide.
DOS PEDIDOS
Dá-se o valor da causa R$ 1.000,00 (hum mil reais) para fins legais
Nestes termos
PEDE DEFERIMENTO
Advogado/OAB
Cidade/Estado W