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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ....

VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAPÁ DO ESTADO DO AMAPÁ

10 linhas

SUPERMERCADOS PORTO GRANDE LTDA., pessoa jurídica representada


por JOÃO SANTANA, brasileiro, casado, administrador, RG sob o n° ..... e inscrito
no CPF sob n° ......., residente e domiciliado na Rua ........, /, por meio de seu
procurador substabelecido em instrumento de mandato, vem presente V. Exa. propor
a presente
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL
em face de FERREIRA GOMES & CIA LTDA., representada por seu
administrador WLADMIR RIBEIRO, brasileiro, casado, administrador, RG sob o n°
..... e inscrito no CPF sob n° ....., residente e domiciliado na Rua ....., /, conforme os
fatos abaixo:

I – DOS FATOS
A Ré, Ferreira Gomes & Cia Ltda. tem débitos assumidos com a sociedade
“Supermercados Porto Grande Ltda.” e, atualmente, está em grave crise econômico-
financeira desde 2012, com vários títulos protestados, negativação em cadastros de
proteção ao crédito e execuções individuais ajuizadas por credores. Desta forma, vem
a autora, por este meio, providenciar a cobrança imediata de devidos pela sociedade.

II – DO CABIMENTO DA PRESENTE AÇÃO EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL

A Ação de Execução de Título Extrajudicial está prevista no art. 784 do Código de


Processo Civil de 2015, que estabelece em seu rol taxativo aqueles documentos que
podem ser considerados como títulos executivos extrajudiciais, in verbis:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture
e o cheque;
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo
devedor;
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)
testemunhas;
(...)
destacamos.
O Exequente possui os seguintes documentos acostados nessa presente açao:
a) nota promissória subscrita por Ferreira Gomes & Cia Ltda. no valor de R$
4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), vencida em 30/9/2013, apresentada
a protesto em 17/03/2014, com medida judicial de sustação de protesto
deferida e em vigor (doc. 01);
b) boleto de cobrança bancária no valor de R$ 12.900,00 (doze mil e
novecentos reais) referente ao fornecimento de alimentos no período de
janeiro a março de 2014, vencido, com repactuação de dívida com
parcelamento em seis meses, a contar de outubro de 2014 (doc. 02);
c) 23 (vinte e três) duplicatas de compra e venda, acompanhadas das
respectivas faturas, vencidas entre os meses de janeiro de 2013 a fevereiro de
2014, no valor total de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais), todas aceitas pelo
sacado Ferreira Gomes & Cia Ltda. e submetidas ao protesto falimentar em
26/3/2014 (doc. 03);

Desta forma, a presente ação se encontra nas consonâncias de cabimento de Ação de


Execução de Título Extrajudicial, visto que os documentos mencionados se trata de
títulos executivos extrajudiciais previstos taxativamente no rol do art. 784 do CPC;]
Como se não bastasse, o art. 779 do CPC também admite a propositura de ação dessa
natureza contra o devedor.
Ademais, ressalta-se a legitimidade ativa do credor, que é empresário regular inscrito
na Junta Comercial do Estado do Amapá (doc. 04), cuja se encontra em conformidade
com o art. 97, IV e § 1º da Lei n. 11.101/20051 e nos termos do art. 566, I, do CPC,
in verbis:
Art. 566. Podem promover a execução forçada:
I - o credor a quem a lei confere título executivo;
[...]”

Nos termos do art. 568, I, do CPC, a sociedade empresária Ferreira Gomes & Cia.
Ltda., ora executada, é parte legítima para configurar o polo passivo da presente
demanda.

1 Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:


I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art.
101 desta Lei.
Pode se notar que apenas as 23 (vinte e três) duplicatas reúnem, somadas, as condições
do art. 94, I, e seu § 3º, da Lei n. 11.101/2005 para a propositura da ação.

III – DO DIREITO
III.I - DO TÍTULO EXECUTIVO
O nosso Código Civil prevê a possibilidade de o credor buscar a satisfação de seu
crédito mediante a propositura da ação pertinente.
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em
título de obrigação certa, líquida e exigível.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque;

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça
a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título
executivo.

O art. 15, I, da Lei n. 5.474/68 também dispõe que:


Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de
conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos
extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil,
quando se tratar:

I - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;


II- de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que,
cumulativamente: obrigação líquida não paga sem relevante razão
de direito;

III.II - DO PROCEDIMENTO PARA A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA


Deve ser decretada a falência do devedor que sem não tiver pagado, até o vencimento
sem razão relevante de direito, a obrigação materializada em títulos executivos
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na
data do pedido de falência, conforme disposto no art. 94, §3º, da Lei n. 11.101/05.
Portanto, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do
parágrafo único do art. 9º desta Lei2, acompanhados, em qualquer caso, dos
respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação
específica.

2Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º , § 1º , desta Lei deverá conter:
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se
estiverem juntados em outro processo.
Preconiza o artigo 397 do Código Civil:
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu
termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.

Ocorre que, até presente momento, o Executado não efetuou o pagamento dos
débitos, estando em mora com a Exequente, conforme disposto no art. 394 do
Código Civil:
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o
pagamento, e o credor que o não quiser receber no tempo, lugar e
forma convencionados.

Com o aceite das duplicatas, o aceitante torna-se responsável direto pelo pagamento
e, não o fazendo nas datas dos vencimentos, caracteriza-se sua impontualidade,
cabendo a execução das duplicatas com fundamento no art.15, I, da Lei n. 5.474/68.
Portanto, poderá o Autor instaurar a execução porque o devedor não satisfez a
obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo, com
fundamento no art. 580 do CPC.

IV - DOS PEDIDOS

Ex positis, é a presente para requerer, que Vossa Excelência se digne:

a) a citação do réu para oferecer contestação no prazo de 10 (dez) dias, com base
no art. 98, caput da Lei n. 11.101/2005, bem como, para o para pagamento da
quantia devida ou do valor de R$ 31.000,00 (trinta e um mil reais), com os
acréscimos de juros e atualização monetária, requerer a condenação do Réu ao
pagamento das custas e honorários advocatícios;

b) a procedência do pedido para ser decretada a falência do devedor; c) a


condenação do réu ao pagamento das custas e honorários advocatícios.

Dá-se o valor da causa em R$......, com fundamento no art. 282, V, do CPC.

Data, Macapá/AP,
Advogado....
OAB/AP

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