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EXMO(A). SR(A). DR(A).

JUIZ(A) DE DIREITO DA ______ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


CIDADE.../ESTADO...

CRISTIANO DA SILVA, estado civil ....., profissão ......, portador da Cédula de


Identidade RG nº ......, inscrito no CPF/MF sob o nº ....., usuário do endereço eletrônico ......,
residente e domiciliado em Rua ......, número ....., bairro ......, CEP ....., na cidade de Campinas/SP,
vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado que a esta subscreve, com
escritório em Rua ....., número ......, bairro ......, CEP ......, na cidade de ......, com base no art. 1.210 do
Código Civil e nos artigos 567 e 568 do Código de Processo Civil, propor a presente

AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO COM PEDIDO DE LIMINAR

Em face de MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TERRA, sociedade organizada sem


personalidade jurídica e mais grupos de pessoas, pela impossibilidade de qualificação de todos os
requeridos, devido o número de pessoas. Onde se encontram acampados em frente a Fazenda .....,
situada na Estrada geral denominada ....., Km ....., Zona Rural em cidade...

I – DOS FATOS

O autor proprietário e possuidor da Fazenda... em Cidade... no Estado de..., no dia 18 de dezembro


do ano passado, deparou-se com uma barraca montada em frente à sua propriedade. Nesse dia,
apenas uma família estava residindo na barraca. Uma semana depois, chegam mais duas famílias ao
local e, ao final do mês, o acampamento já contava com pelo menos 40 (quarenta) famílias, onde
todas se utilizavam de bandeiras e designações do movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Assim,
o Sr. Cristiano da Silva tomou conhecimento de que a maioria das fazendas naquela região já
sofreram invasões do grupo, porém até a presente ação não houve qualquer tipo de invasão por
parte do grupo na propriedade.

Destarte, não restou ao autor alternativa senão propor a presente demanda visando à proteção de
sua posse, contra possível turbação ou até mesmo esbulho.

II – DO DIREITO

Primeiramente, é importante frisar que a Constituição Federal no caput de seu artigo 5º, dispõe de
direitos basilares de qualquer cidadão, estabelecendo que:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]” (grifo
nosso)
Nessa toada, evidencia-se que o requerente possui ameaça de lesão a direitos tidos como
fundamentais, que não seja apenas o da propriedade, onde também cabe a posse, mas também
atenta contra à segurança do autor, visto que não se sabe a intenção dos membros do grupo que ali
estão.

Assim, o requerente e legítimo possuidor da propriedade, com justo receio à posse, detém o direito
de entrar com ação para que sua posse não seja molestada, o que violaria seu direito constitucional,
o direito à propriedade. Dito isso, o Código de Processo Civil, em seu art. 567, garante que:
“O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse
poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante
mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso
transgrida o preceito.”

Do mesmo modo, o Código Civil, em seu art. 1.210, afirma que:


“O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.”

Assim, sendo o autor proprietário e possuidor do bem imóvel rural, tem o legítimo direito de propor
a presente ação para afastar justo receio à sua posse, além de iminente violência.

III – DA LIMINAR POSSESSÓRIA

Diante do exposto, não há dúvidas de que o pedido formulado nesta inicial há de ser julgado
procedente. Contudo, é cabível a concessão de liminar para que desde logo conceda-se o interdito
proibitório, visando manter a segurança e a posse do autor.

Observa-se que o interdito proibitório requer alguns requisitos para seu ajuizamento, requisitos
presentes nos arts. 567 e 568 do CPC, além do procedimento para manutenção e a reintegração de
posse, previsto no art. 560 e seguintes. Assim sendo, vejamos os artigos:
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado
na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena
pecuniária caso transgrida o preceito.

Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção II deste capítulo.

Além disso, o art. 560 do CPC diz que o “possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação e reintegrado em caso de esbulho”.

Portanto, nos termos do art. 562 do CPC “estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz
deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração (...)”.

Assim, considerando que existe a iminente lesão e ameaça de direito, se faz a concessão da liminar
sem que se ouça a outra parte.

IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferida a medida liminar pleiteada, determinando a expedição
do mandado liminar de interdito proibitório e, ao final seja confirmada a liminar, julgando
procedente o pedido da presente ação. Requer ainda a condenação dos réus ao pagamento de
custas, despesas processuais e honorários advocatícios.

Porém, caso Vossa Excelência não entenda possível que se conceda a medida liminar, requer a
designação de audiência de justificação nos termos dos arts. 562 e 563 do CPC.

Em conclusão, requer que seja aplicada aos réus multa diária, no valor de R$ 600,00 (seiscentos
reais), ou outra quantia que Vossa Excelência entender conveniente, por cada ato de esbulho ou
turbação, nos termos do art. 555, parágrafo único, inciso I do CPC.

O autor requer ainda:

a) A citação dos requeridos, para que apresentem resposta no prazo legal, sob pena de revelia;

b) Seja à presente aplicado o art. 554 do CPC, reconhecendo a fungibilidade entre as ações
possessórias, caso Vossa Excelência entenda não ser esta a medida judicial cabível para que o autor
faça jus à adequada proteção possessória;

c) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova disponíveis.

Dá-se a presente causa o valor de R$ .......

Termos em que

Pede deferimento.

Cidade..., data...

Advogado, assinatura/OAB

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