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I – DOS FATOS
Destarte, não restou ao autor alternativa senão propor a presente demanda visando à proteção de
sua posse, contra possível turbação ou até mesmo esbulho.
II – DO DIREITO
Primeiramente, é importante frisar que a Constituição Federal no caput de seu artigo 5º, dispõe de
direitos basilares de qualquer cidadão, estabelecendo que:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]” (grifo
nosso)
Nessa toada, evidencia-se que o requerente possui ameaça de lesão a direitos tidos como
fundamentais, que não seja apenas o da propriedade, onde também cabe a posse, mas também
atenta contra à segurança do autor, visto que não se sabe a intenção dos membros do grupo que ali
estão.
Assim, o requerente e legítimo possuidor da propriedade, com justo receio à posse, detém o direito
de entrar com ação para que sua posse não seja molestada, o que violaria seu direito constitucional,
o direito à propriedade. Dito isso, o Código de Processo Civil, em seu art. 567, garante que:
“O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse
poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante
mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso
transgrida o preceito.”
Assim, sendo o autor proprietário e possuidor do bem imóvel rural, tem o legítimo direito de propor
a presente ação para afastar justo receio à sua posse, além de iminente violência.
Diante do exposto, não há dúvidas de que o pedido formulado nesta inicial há de ser julgado
procedente. Contudo, é cabível a concessão de liminar para que desde logo conceda-se o interdito
proibitório, visando manter a segurança e a posse do autor.
Observa-se que o interdito proibitório requer alguns requisitos para seu ajuizamento, requisitos
presentes nos arts. 567 e 568 do CPC, além do procedimento para manutenção e a reintegração de
posse, previsto no art. 560 e seguintes. Assim sendo, vejamos os artigos:
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado
na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena
pecuniária caso transgrida o preceito.
Além disso, o art. 560 do CPC diz que o “possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação e reintegrado em caso de esbulho”.
Portanto, nos termos do art. 562 do CPC “estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz
deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração (...)”.
Assim, considerando que existe a iminente lesão e ameaça de direito, se faz a concessão da liminar
sem que se ouça a outra parte.
IV – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja deferida a medida liminar pleiteada, determinando a expedição
do mandado liminar de interdito proibitório e, ao final seja confirmada a liminar, julgando
procedente o pedido da presente ação. Requer ainda a condenação dos réus ao pagamento de
custas, despesas processuais e honorários advocatícios.
Porém, caso Vossa Excelência não entenda possível que se conceda a medida liminar, requer a
designação de audiência de justificação nos termos dos arts. 562 e 563 do CPC.
Em conclusão, requer que seja aplicada aos réus multa diária, no valor de R$ 600,00 (seiscentos
reais), ou outra quantia que Vossa Excelência entender conveniente, por cada ato de esbulho ou
turbação, nos termos do art. 555, parágrafo único, inciso I do CPC.
a) A citação dos requeridos, para que apresentem resposta no prazo legal, sob pena de revelia;
b) Seja à presente aplicado o art. 554 do CPC, reconhecendo a fungibilidade entre as ações
possessórias, caso Vossa Excelência entenda não ser esta a medida judicial cabível para que o autor
faça jus à adequada proteção possessória;
Termos em que
Pede deferimento.
Cidade..., data...
Advogado, assinatura/OAB