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Importante frisar que a relação jurídica existente foi inteiramente pactuada na localidade
da empresa, inclusive com o automóvel sendo guinchado até o local. Não restam dúvidas
que o negócio jurídico tem respaldo na Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor).
B) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da prova
ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º do Código de Defesa
do Consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.
Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto pelo
autor. Resta informar ainda que algumas provas seguem em anexo. Assim, as demais
provas que se acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas o
exposto na citação acima, pois se trata de princípios básicos do consumidor.
C) DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Apesar de o autor ter requerido inúmeras vezes que se realizasse o que havia sido
pactuado, o mesmo não o fez. Dessa forma, se faz imperioso a tutela do estado para que
obrigue a parte ré a realizar o contratado já que, passados longos 19 meses não cumpriu o
que foi prometido.
D) DO DANO MORAL
A demora excessiva na manutenção do veículo impossibilitou o autor de utilizar um bem
que é seu por 19 meses, sendo certo que tal fato não pode ser enquadrado no que a
doutrina classifica como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou danos ao Autor
que devem ser reparados.
Sucessivas ligações, visitas à oficina, promessas sem fim, somado a tudo isso a frustração de
não convencer o requerido a arrumar seu veículo configura, certamente, dano moral.
Lamentavelmente o autor da ação sofreu grande desgosto, humilhação, sentiu-se
desamparado, foi extremamente prejudicado, conforme já demonstrado. Nesse sentido, é
merecedor de indenização por danos morais. Maria Helena Diniz explica que dano
moral “é a dor, angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo
que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de espírito constituem o
conteúdo, ou melhor, a conseqüência do dano”. Mais adiante: “o direito não repara
qualquer padecimento, dor ou aflição, mas aqueles que forem decorrentes da privação de
um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente” (Curso de
Direito Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7ºv., c.3.1, p.92).
Assim, é inegável a responsabilidade do fornecedor, pois os danos morais são também
aplicados como forma coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta praticada
pela parte ré, que de fato prejudicou o autor da ação.
E) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
Para fixar o valor indenizatório do dano moral, deve o juiz observar as funções
ressarcitórias e putativas da indenização, bem como a repercussão do dano, a possibilidade
econômica do ofensor e o princípio de que o dano não pode servir de fonte de lucro. Nesse
sentido, esclarece Sérgio Cavalieri Filho que:
“(...) o juiz, ao valor do dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de acordo com seu prudente arbítrio, seja
compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela
vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias
mais que se fizerem presentes”.
Assim, o montante de R$ x (x reais) equivale a uma justa indenização por danos morais no
presente caso. Tendo em vista que, não enriquece a parte autora e adverte a parte ré.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto acima requer
a) Deferimento do pedido de tutela antecipada nos termos do art. 84 § 3º; e
b) Reconhecimento da relação de consumo e inversão do ônus da prova, nos termos do art.
6º, VIII, do CDC; e
c) Condenação da parte ré a pagar os danos morais no montante justo de R$ x (x reais); e
d) Citação da parte ré para que, querendo, apresente contestação no prazo legal, bem como
provas que achar pertinente para presente caso, sob pena de revelia; e
e) Condenação da parte ré ao pagamento das custas e honorários; e
f) A fixação dos honorários advocatícios;
Nestes termos, dá-se à causa o valor de R$ x (x reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília, x.
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x
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advogada
OAB nº xxx