Você está na página 1de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ TITULAR DA VARA DO

TRABALHO DA CIDADE DE PIRACICABA/SP

ARMANDO SILVA, brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito do CPF


123.456.789-00, portador de identidade de Nº 98.765.432-1 – SSP/SP,
residente e domiciliado na Avenida Amando Salles Oliveira, nº 69, Piracicaba,
São Paulo, vem, por seus advogados infra firmados, instrumento de procuração
em anexo, os quais deverão receber todos os avisos e notificações no
endereço profissional na Av. Armando Salles de Oliveira, N° 639 - Centro,
Piracicaba - SP, propor a presente.

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face do empregador BANCO X, em Piracicaba/SP, pessoa jurídica, CNPJ:


55.666.777/0250-12, sitiado na Avenida Dependente, 1150, Piracicaba, CEP:
13435-666, Piracicaba, São Paulo, pelas razões de fato e de direito a seguir
transcritas.
DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

Nos termos do art. 14, parágrafo 1° da Lei 5.585/1970, das Leis 1.060/1950 e
7.115/1983, bem como do art. 790, parágrafo 3° da CLT, o reclamante declara
para os devidos fins e sob pena da Lei, ser pobre, encontrando-se
desempregado e não tendo como arcar com o pagamento de custas e demais
despesas processuais sem o prejuízo de seu sustento, pelo que requer os
benefícios da justiça gratuita.

DOS FATOS

A Reclamante relata que cursava o 4º ano de Fisioterapia e após um longo


processo de seleção, tornou-se estagiário da Reclamada na cidade de
Piracicaba, firmando um contrato de estágio com a devida participação da
Instituição de Ensino onde recebia uma bolsa auxílio de R$ 850,00, ajudando
no atendimento ao público, contando numerário e separação de cheques.

A Reclamante cumpria a seguinte jornada de trabalho: De Segunda à Sexta


das 09:00 às 17:00, com 01:30 hora e meia de intervalo para almoço e
descanso para então retornar ao labor.

Durante o cumprimento do contrato do trabalho, estava subordinado ao Sr.


Pereira o qual direcionava as ordens e cumprimento das tarefas, bem como
determinava as regras comerciais a Reclamante, que por sua vez, cumpria com
bastante rigor e afinidade. A Reclamante salienta também que em muitas
ocasiões chegava a ultrapassar o limite de jornada de horas, principalmente
quando ocorria o pagamento dos pensionistas que recebiam pelo Banco, e
ainda, representava o Banco em situações exteriores, como a exemplo
repartições públicas, eventos, reuniões e afins.

Importante registrar, que a Reclamante desenvolvia além das tarefas já


dispostas realizava também as funções de outros funcionários que se
ausentavam do trabalho, principalmente nos períodos de recesso escolar,
exercendo a função de Caixa, sendo inclusive reconhecido por seu superior
que chegava a premiá-lo pela competência e dedicação a reclamada, mesmo
sendo portador de necessidades especiais, o que não impedia de alcançar as
metas aplicadas.

Tendo o contrato de estágio mencionado iniciado no dia 19/05/2011 e o


encerramento com a Instituição em 28/12/2014.

1. DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO.

A Reclamante foi contratada no dia 19/05/2011, para exercer a função de


Estagiário, foi dispensado sem justa causa no 28/12/2014, quando recebia um
salário de R$850,00.

Vale ressaltar que, a Reclamante não teve sua CTPS assinada bem como não
percebeu nenhuma verba rescisória devido ao seu tipo de contrato.

Porém apesar de todo o empenho do estagiário quanto a realização de seus


serviços frente o reclamado este que não cumpriu suas obrigações como
empregador, obrigando-o a realizar trabalhos aquém de sua designação como
estagiário inclusive durante seu período de recesso na instituição de ensino e
sequer assinou a CTPS, descumprindo assim o que preceitua o artigo 29 da
CLT. Senão vejamos:

“A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente


apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o
admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar,
especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições
especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual,
mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho”.

Destaque-se ainda que o fato do reclamado não ter assinado a CTPS fez com
que o mesmo laborasse “clandestinamente”, ficando fora do ordenamento
jurídico pátrio que protege o trabalhador, a maior prova disso é que o
reclamante não teve o depósito de INSS e FGTS deste período.
Tais fatos comprovam que o Reclamado descumpriu o que estabelece a norma
do artigo 29 do Diploma Legal Consolidado.

Desta forma, requer o reconhecimento do vínculo de emprego do obreiro, com


o consequente pagamento dos depósitos fundiários e previdenciários, na forma
da lei, de 19/05/2011 a 28/12/2014, em face da projeção do aviso prévio, bem
como o pagamento das seguintes verbas rescisórias: Saldo salário de do mês
de dezembro de 2014; Aviso prévio de 30 dias; Férias período aquisitivo de
(19/05/2011 a 28/12/2014), com acréscimo do terço constitucional; 13º salário
do anos de 2011 a 2014; Depósito e liberação mediante alvará judicial do
FGTS; Multa do artigo 477, § 8º da CLT no valor de um salário mínimo além da
declaração de nulidade do contrato de trabalho anterior, como estagiário.

2. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

No prazo estabelecido no artigo 477, §6º, da CLT, nada foi pago ao


Reclamante, pelo que se impõe o pagamento de uma multa equivalente a um
mês de salário revertido em favor do Reclamante, conforme §8º do mesmo
artigo.

3. DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3

O Reclamante tem direito a receber o período incompleto de férias, acrescido


do terço constitucional, em conformidade com o artigo 146, parágrafo único da
CLT e artigo 7º, XVII da CF/88.

O parágrafo único do artigo 146 da CLT, prevê o direito do empregado ao


período incompleto de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou
fração superior a 14 dias.

Sendo assim, tendo o contrato iniciado no dia 19/05/11 e terminado em


28/12/14, o Reclamante faz jus às férias das quais tinha direito nesse período
acrescidas do terço constitucional como já mencionado anteriormente.
4. MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

A Reclamada deverá pagar ao Reclamante, no ato da audiência, todas as


verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme artigo 467 da
CLT, transcrito a seguir:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia


sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta
por cento”.

Dessa forma, protesta o Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas


incontroversas na primeira audiência.

5. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O artigo 133 da Constituição Federal, norma cogente, de interesse público, das


partes e jurisdicional, tornou o advogado indispensável à administração da
Justiça, revogando o "JUS POSTULANDI". Sendo necessária a presença do
profissional em Juízo, nada mais justo e coerente do que o deferimento de
honorários advocatícios, inclusive ao advogado particular, por força do princípio
da sucumbência (artigos 769 da CLT e 20 do CPC).

DOS PEDIDOS

Diante das considerações expostas, requer o Reclamante:

1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à


difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o
processo, sem prejuízo próprio.
2. A notificação da Reclamada apresentar as provas que pretende apresentar
defesa a presente reclamação e acompanha-la em todos os seus termos, sob a
pena de revelia e confissão;

3. Declaração da nulidade do contrato de trabalho anterior.

4. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação,


declarando o vínculo empregatício existente entre as partes, condenando a
empresa RECLAMADA a:

a) Reconhecimento do vínculo empregatício durante o período mencionado de


19/05/2011 a 28/12/2014.

b) Pagar todas a verbas devidas nesse período de 5 anos que inclui o Aviso
Prévio Indenizado, Saldo de Salário, Décimo Terceiro de todos os anos, salário
proporcional, Férias e Férias Proporcionais + 1/3 de todos os anos, os
depósitos de FGTS de todo o período acrescido de multa de 40% à título de
indenização bem como os benefícios fornecidos pelo banco as funcionários
dessa categoria durante todo período que laborou neste;

c) Liberar as guias do seguro-desemprego ou pagar indenização


correspondente e do FTGS;

d) Aplicação de multa do artigo 467 e do 477 ambos da CLT;

e) Honorários advocatícios.

Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no § 8º,


do art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as parcelas incontroversas na
primeira audiência, seja aplicada a multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de
correção monetária e juros moratórios.

Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito permitidos,


notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais) para efeitos fiscais.

Nestes termos, pede e espera deferimento.


Piracicaba, 29 de abril de 2015

_____________________________________________________

Vinicius Fernando de Freitas

Janaina Soraia Patreze Rode

Você também pode gostar