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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE

SANTOAMARO – II FORO REGIONAL DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

LUIZ CARLOS ALBERTO SANTOS, brasileiro, solteiro, Operador de

Guindaste, com documento Registro Geral Nº 3767562 (DGPC-GO) e inscrito no CPF/MF

Nº812.418.521-20, com endereço na Rua Venezuela, QD-17, LT-04, Setor Aeroporto, Uruaçu -

GO, CEP: 76400-000 e com endereço eletrônico (e-mail) lc.alberto.100@gmail.com, na

qualidade de seu bastante procurador, que está subscreve, DR. SAMUEL LUCCAS

PASCHUAL GOMES, inscrito na OAB n° 490.263, com endereço eletrônico (e-mail)

slpgomes.adv@gmail.com , onde, em atendimento à diretriz do art. 106, inc. I, do Novo Código

de Processo Civil, indicá-lo para as intimações necessárias, comparece, com o devido respeito à

presença de Vossa Excelência, para ajuizar, a presente:

AÇÃO REVISIONAL DE CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO C.C

PEDIDO LIMINAR C.C CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Em face do BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A., instituição financeira de

direito privado, inscrita no CNPJ/MF Nº 60.701.190/0001-04, com endereço sede na Praça

Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº100, Complemento Bloco Torre Olavo Setubal, Parque

Jabaquara, Município São Paulo - SP, CEP 04344-020, pelas razões de fato e de direito a seguir

expostas e, para os fins, ao final requerido.

I - PRELIMINAR

DO PLEITO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA


Restará destacado claramente nesta peça processual, em tópico

próprio, que A REQUERIDA COBROU JUROS CAPITALIZADOS INDEVIDAMENTE,

encargo esse, pois, arrecadado do Promovente durante o “período de normalidade” contratual,

BEM COMO DIVERSAS OUTRAS ILEGALIDADES E ABUSIVIDADES.

Diante disso, e segundo que será debatido nos referidos tópicos,

ajoujado às orientações advindas do c. Superior Tribunal de Justiça, AS REFERIDAS

ABUSIVIDADES COMETIDA NO CUMPRIMENTO DO CONTRATO, AFASTAM A MORA

DA DEVEDORA.

Nesse ponto, DEVE SER EXCLUÍDO O NOME DO AUTOR DOS

ÓRGÃOS DE RESTRIÇÕES, INDEPENDENTEMENTE DO DEPÓSITO DE QUALQUER

VALOR, POIS NÃO SE ENCONTRA EM MORA CONTRATUAL.

De outro norte, o Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a

tutela de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao

resultado útil do processo”:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida

quando houver elementos que evidenciem a

probabilidade do direito e o perigo de dano ou o

risco ao resultado útil do processo.

Há nos autos “prova inequívoca” da ilicitude cometida pela Ré,

fartamente comprovada por documentos imersos nesta querela, maiormente pela perícia

particular apresentada com a presente peça vestibular.

Desse modo, à guisa de sumariedade de cognição, os elementos

indicativos de ilegalidades contido na prova ora imersa e até mesmo da análise das cláusulas
contratuais antes mencionadas, traz à tona circunstâncias de que o direito muito

provavelmente existe.

Acerca do tema do tema em espécie, é do magistério de José Miguel

Garcia Medina as seguintes linhas:

“. . . sob outro ponto de vista, contudo, essa probabilidade é vista como

requisito, no sentido de que a parte deve demonstrar, no mínimo, que o

direito afirmado é provável (e mais se exigirá, no sentido de se demonstrar

que tal direito muito provavelmente existe, quanto menor for o grau de

periculum. “

Com esse mesmo enfoque, sustenta Nélson Nery Júnior, delimitando

comparações acerca da “probabilidade de direito” e o “fumus boni iuris”, esse professa, in

verbis:

“ Requisitos para a concessão da tutela de urgência: fumus boni iuris:

Também é pre ciso que a parte comprove a existência da plausibilidade do

direito por ela afirmado (fumus boni iuris). Assim, a tutela de urgência visa

assegurar a eficácia do processo de conhecimento ou do processo de

execução...”

Com efeito, a retomada do bem seguramente trará maiores danos

patrimoniais, nada beneficiando ambas as partes, uma vez que o mesmo não é capaz de cobrir

todo o montante do débito discutido.

Diante disso, a Autora vem pleitear, a liminar inaudita altera parte

(CPC/2015, art. 300, § 2º), independente de caução (CPC/2015, art. 300, § 1º), tutela de
urgência antecipatória no sentido de:

I. PLEITEIA, MAIS, SEJA CONCEDIDA MEDIDA JUDICIAL NO SENTIDO DA

MANUTENÇÃO DO VEÍCULO, OFERTADO EM GARANTIA, NA POSSE DA PARTE

AUTORA, ATÉ ULTERIOR DELIBERAÇÃO DESTE JUÍZO.

II. QUE A INSTITUIÇÃO REQUERIDA SE ABSTENHA DE EFETUAR O

CADASTRAMENTO DO NOME DA AUTORA EM BANCO DE DADOS DOS ÓRGÃOS

DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, QUAIS SEJAM SCPC E SERASA.

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA (CPC/2015, ART. 98, CAPUT)

A parte Autora, verdadeiramente, não tem condições de arcar com as

despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar

todas as despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.

Destarte, a Demandante ora formula pleito de gratuidade da justiça,

o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos

do CPC/2015, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório

acostado.

Nesse trilhar, é altamente ilustrativo mencionar os seguintes arestos:

JUSTIÇA GRATUITA – RENDA EM TORNO DE QUATRO

SALÁRIOS MÍNIMOS – DEFERIMENTO – SE A PARTE

PROVA A SUA INCAPACIDADE ECONÔMICO-

FINANCEIRA DE ARCAR COM AS CUSTAS

PROCESSUAIS, HÁ DE SER DEFERIDA A JUSTIÇA

GRATUITA, RESSALVADA A POSSIBILIDADE DE

REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO, A QUALQUER TEMPO, SE


MODIFICADA A SITUAÇÃO DO AUTOR – DECISÃO

REFORMADA – AGRAVO PROVIDO. (TJ-SP

21033435120188260000 SP 2103343-

51.2018.8.26.0000, RELATOR: PERCIVAL NOGUEIRA,

DATA DE JULGAMENTO: 15/06/2018, 6ª CÂMARA DE

DIREITO PRIVADO, DATA DE PUBLICAÇÃO:

15/06/2018)

Assim, apresenta a Autora na presente demanda, documentação

necessária para comprovar a insuficiência de recursos para que possa arcar com as despesas

processuais na presente demanda.

Com efeito, à luz da prova de hipossuficiência financeira trazida à

baila, REQUER-SE QUE SEJAM DEFERIDOS OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (CPC/2015, ART. 319, INC. VII)

A parte Autora OPTA PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA

CONCILIATÓRIA, razão qual requer a citação da Promovida, por carta (CPC/2015, art. 247,

caput).

II - DOS FATOS

A parte Autora celebrou com a Requerida, em 26 de janeiro de 2021,

um pacto de financiamento bancário denominado Cédula de Crédito Bancário de n° 06628645-

1, para aquisição de um veículo marca Volkswagen, modelo Amarok – CD 4x4, ano/modelo

2013/2013, de placas AVR4A80, de cor PRATA, conforme contrato em anexo:


(CONTRATO DE FINANCIAMENTO - BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A.)

O presente contrato fora pactuado entre as partes sendo o valor do

referido veículo de R$ 84.000,00 (OITENTA E QUATRO MIL REAIS), sendo abatido a

entrada de R$ 8.400,00(oito mil e quatrocentos reais), sendo financiado R$

79.043,17(SETENTA E NOVE MIL E QUARENTA E TRÊS REAIS), os quais resultaram no

financiado em parcelas em 60 prestações iguais no valor R$ 2.113,68 (DOIS MIL , CENTO E

TREZE REAIS E SESSENTA E OITO CENTAVOS), com primeiro pagamento em 22 de

fevereiro de 2021, mais taxas inclusas ao financiamento:


(DESCRITIVO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO - BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A.)

Contudo, RESTARÁ CABALMENTE COMPROVADO, haver a

Requerida, diante do poder econômico que possui, TER APLICADO NO REFERIDO

CONTRATO TAXA DE JUROS COMPOSTOS, ONERANDO O VALOR TOTAL PAGO AO

FINAL, BEM COMO A COBRANÇA INDEVIDA DE TAXAS DE SERVIÇOS DE TERCEIROS

NO REFERIDO FINANCIAMENTO.

Restou-lhe, assim, buscar o Poder Judiciário, PARA DECLARAR A

ABUSIVIDADE DA COBRANÇA ILEGAL DE TAXAS NÃO CONTRATADAS, bem como,

DAS TAXAS DE JUROS APLICADAS NO REFERIDO CONTRATO, AFASTANDO OS

EFEITOS DA INADIMPLÊNCIA, ONDE PRETENDE A REVISÃO DAS CLÁUSULAS

CONTRATUAIS (E SEUS REFLEXOS) QUE IMPORTAM NA REMUNERAÇÃO E NOS

ENCARGOS MORATÓRIOS PELA INADIMPLÊNCIA.

III - DO MÉRITO

DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Vossa Excelência resta claro a existência entre o Autor e a instituição


Requerida, uma relação de consumo, o qual o Código de Defesa do Consumidor preceitua em

seus artigos 2º e 3º, senão vejamos:

Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que

utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,

pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como

os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades

de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Diante disso, EXISTINDO RELAÇÃO DE CONSUMO, QUALQUER

CONTRATO OU ACORDO, FIRMADO ENTRE AS PARTES, ESTAS DEVEM ESTAR EM

CONSONÂNCIA COM OS DISPOSITIVOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

(LEI N. º 8.078/90).

O ARTIGO 4º, I, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR,

que trata da Política Nacional de Relações de Consumo, reconhece, expressamente, a

CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR NO MERCADO DE CONSUMO.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem

por objetivo o atendimento das necessidades dos

consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e

segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a

melhoria da sua qualidade de vida, bem como a

transparência e harmonia das relações de consumo,

atendidos os seguintes princípios.


I - Reconhecimento da vulnerabilidade do

consumidor no mercado de consumo.

Segundo a doutrina, esta vulnerabilidade pode ser classificada da

seguinte forma:

 TÉCNICA – quando o consumidor não possui conhecimentos específicos sobre o

objeto que está adquirindo ou sobre o serviço que lhe está sendo prestado;

 CIENTÍFICA – a falta de conhecimentos jurídicos específicos, contabilidade ou

economia;

 FÁTICA OU SOCIOECONÔMICAS – quando o prestador do bem ou serviço impõe

sua superioridade a todos que com ele contrata, fazendo valer sua posição de monopólio fático

ou jurídico, por seu grande poder econômico ou em razão da essencialidade do serviço.

Além disso, SABE-SE QUE ATUALMENTE A MAIORIA DOS

CONTRATOS DE CONSUMO SÃO DE “ADESÃO”, onde o banco ou financeira já possui um

contrato padrão previamente elaborado, CABENDO AO CONSUMIDOR APENAS ACEITÁ-

LO EM BLOCO SEM DISCUSSÃO, seja em face da sua vulnerabilidade técnica, seja em face

da falta de alternativa.

Nessa conformidade, o instituto da inversão do ônus da prova,

presente no Código de Defesa do Consumidor (Artigo 06º, inciso VIII) foi construído visando à

facilitação da defesa do consumidor em juízo, bastando, para sua aplicabilidade, que Vossa

Excelência vislumbre a presença alternativa da verossimilhança das alegações ou

hipossuficiência.

E no presente, A HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA DA AUTORA SE

MOSTRA EVIDENTE EM RELAÇÃO AO REQUERIDO, de modo a ser perfeitamente aplicável


o artigo 06º, Inciso VIII, do CDC.

Registra-se por oportuno, que ao contrário da Autora, o Requerido

terá maior facilidade em sua defesa, assim, comprovada a relação consumerista havida, com o

devido respeito, DEVE SER APLICADA A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA A FAVOR DA

AUTORA, em face de sua clara HIPOSSUFICIÊNCIA (PRINCIPALMENTE, TÉCNICA) na

lide, com fundamento no art. 6º, inc. VIII, do CDC e, também, no art. 373, § 1º do NCPC.

DELIMITAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS CONTROVERTIDAS

(CPC/2015, art. 330, § 2º)

Observa-se que a relação contratual entabulada entre as partes é de

financiamento/empréstimo, razão qual a parte Autora, à luz da regra contida no art. 330, § 2º,

da Legislação Adjetiva Civil, cuida de balizar, com a exordial, as obrigações contratuais alvo

desta controvérsia judicial.

A Promovente almeja alcançar provimento judicial de sorte a afastar

os encargos contratuais tidos por ilegais. Nessa esteira de raciocínio, a querela gravitará com a

pretensão de fundo para:

A) AFASTAR A COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS DIÁRIOS

Ao analisarmos o contrato, o Custo Efetivo Total da Operação – CET

informado no contrato de financiamento, OS JUROS MENSAIS DE 1,87% A.M.

MULTIPLICADOS POR 12 (MESES/ANO) SERIAM DE 22,44% A.A. AO INVÉS DE

25,26% A.A. CONFORME INFORMADO NO CONTRATO.


(CONTRATO DE FINANCIAMENTO - BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A.)

(CALCULO CONFORME VALORES INFORMADOS NO CONTRATO DE FINANCIMENTO

Nº 06628645-1 – ITAÚ UNIBANCO S.A.)

Diante disso, RESTA CLARO QUE A REQUERIDA NÃO CUMPRE

COM O CONTRATO ENTABULADO ENTRE AS PARTES, POIS, APESAR DE APLICAR A

TAXA DE JUROS CORRETA NO CONTRATO, A REQUERIDA VEM COBRANDO JUROS

CAPITALIZADOS, CONFORME DESMONSTRADO ACIMA E RESTARÁ DEMONSTRADO

ADIANTE.

B) A CORREÇÃO DA APLICAÇÃO DA TAXA DE JUROS

Ainda sobre a aplicação dos juros, há de ser observado que A

REQUERIDA APLICA NO REFERIDO CONTRATO, TAXA DE JUROS COMPOSTOS

ONERANDO O VALOR TOTAL FINANCIADO AO FINAL DO CONTRATO ONDE O AUTOR

ESTARIA EFETUANDO O PAGAMENTO no decorrer do financiamento de um valor de R$

50.979,26 (CINQUENTA MIL, NOVECENTOS E SETENTA E NOVE REAIS E VINTE E

SEIS CENTAVOS) SOMENTE DE JUROS, conforme demonstrado pelo simulador do próprio

Banco Central do Brasil, apresentado em anexo:


(BCB - CALCULADORA DO CIDADÃO)

Da mesma forma, APRESENTA-SE AINDA, UMA SEGUNDA

SIMULAÇÃO, ONDE CONSTATOU-SE UM RESULTADO IDENTICO AO APRESENTADO

PELO SIMULADOR DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, conforme anexo:

(PLANILHA DE CALCULOS - JUROS SIMPLES - CONTRATO)

Diante disso, não restam dúvidas que A PARTE AUTORA VEM

SENDO PREJUDICADA, SENDO COLOCADA EM DESVANTAGEM NA PRESENTE

RELAÇÃO JURÍDICA, UMA VEZ QUE A REQUERIDA UTILIZA NO PRESENTE

CONTRATO A APLICAÇÃO DA TAXA DE JUROS EM SUA FORMA COMPOSTA, O QUE

ACABA POR ONERAR O CONTRATO CONFORME CALCULOS EM ANEXO.

DA CORRETA APLICAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS


Conforme informado anteriormente, se a requerida estivesse

utilizando A TAXA DE JUROS INFORMADA NO CONTRATO, QUAL SEJA, 2,43%A.M. EM

SUA FORMA SIMPLES, o valor do financiamento seria abaixo do que fora pactuado,

conforme podemos verificar abaixo:

(PLANILHA DE CALCULOS - JUROS SIMPLES - CONTRATO)

Ocorre que, por mais que pareça mínima a diferença entre o valor

pago atualmente e o valor correto que a Autora deveria estar pagando, RESULTAM AO

FINAL UMA DIFERENÇA DE R$ 22.135,20 (VINTE E DOIS MIL, CENTO E TRINTA E

CINCO REAIS E VINTE CENTAVOS).

Assim, diante do resultado obtido pelo cálculo apresentado pela parte

Autora, verifica-se que as parcelas do referido financiamento, CASO ESTIVESSEM COM A

TAXA DE JUROS MÉDIA INFORMADA PARA UTILIZAÇÃO PELO BANCO CENTRAL DO

BRASIL, QUAL SEJA 1,23% A.M., APLICADA EM FORMA SIMPLES, resultariam no valor

mensal para pagamento mensal de R$ 1.390,21 (HUM MIL, TREZENTOS E NOVENTA

REAIS E VINTE UM CENTAVOS .


(CÁLCULO CONFORME TAXA MÉDIA DE JUROS DO BCB)

(TABELA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL – TAXA DE JUROS

ITAÚ UNIBANCO DE 22/01/2021)

Assim, diante do narrado, VERIFICA-SE QUE A AUTORA VEM

PAGANDO TANTO NAS PARCELAS DE SEU FINANCIAMENTO COMO EM SEU

CONTRATO DE REFINANCIAMENTO OBTIDO JUNTO A REQUERIDA, UM VALOR

MAIOR DO QUE DEVERIA, estando totalmente em desvantagem perante a Requerida, QUE

SE UTILIZA DE TODO O SEU PODER ECONOMICO PARA APLICAR AO PRESENTE

CONTRATO VARIAS ABUSIVIDADES, AS QUAIS ONERAM E DEIXA O AUTOR EM

CONDIÇÕES TOTALMENTE DESPROPORCIONAIS.

C) DEMONSTRATIVO DOS REAIS VALORES A SEREM PAGOS PELO AUTOR

Destarte, tendo em conta as disparidades legais supra anunciadas, o

promovente demonstra o valor a ser pago:


 VALOR DA OBRIGAÇÃO AJUSTADA NO CONTRATO DE FINANCIAMENTO – R$

79.043,17(SETENTA E NOVE MIL E QUARENTA E TRÊS REAIS E DEZESETE

CENTAVOS) ;

 VALOR DA OBRIGAÇÃO TOTAL DO CONTRATO SEM REVISÃO - R$126.820,80

(CENTO E VINTE MIL, OITOCENTOS E VINTE REAIS E OITENTA CENTAVOS);

 VALOR DA OBRIGAÇÃO TOTAL DO CONTRATO COM REVISÃO – R$ 100.801,28

(CEM MIL, OITCENTOS E UM REAIS E VINTE OITO CENTAVOS);

DIFERENÇA DE R$ 26.019,52 (VINTE E SEIS MIL E DEZENOVE REAIS E

CINQUENTA E DOIS CENTAVOS);

 VALOR CONTROVERSO DA PARCELA – R$ 2.113,68 (DOIS MIL, CENTO E TREZE

REAIS E SESSENTA E OITO CENTAVOS);

 VALOR DA PARCELA APURADO NA REVISÃO COM JUROS SIMPLES – R$

1.680,02 (HUM MIL, SEISCENTOS E OITENTA REAIS E DOIS CENTAVOS) ;

Assim, temos que o VALOR INCONTROVERSO COM A TAXA

MÉDIA DE JUROS INFORMADO PELO BANCO CENTRAL PARA UTILIZAÇÃO À ÉPOCA,

QUAL SEJA DE 1,23% A.M. EM SUA FORMA SIMPLES, APLICANDO-SE AINDA A

DESCAPITALIZAÇÃO DOS VALORES PAGOS A MAIOR PELA PARTE AUTORA NO

DECORRER DO REFERIDO CONTRATO, RESULTARIA NO PAGAMENTO DAS


PARCELAS NO VALOR DE R$ 1.390,21 (HUM MIL, TREZENTOS E NOVENTA REAIS E

VINTE UM CENTAVOS), ATÉ O ULTERIOR FIM DO CONTRATO.

(PRESTAÇÃO RECALCULADA COM A TAXA MÉDIA DE JUROS DO BCB 1,23% A.M)

A ratificar os fundamentos acima mencionados, urge evidenciar

julgado recente ACOLHENDO O PLEITO DE DEPÓSITO DO VALOR INCONTROVERSO,

esse delimitado pela Autora com a inaugural, verbis:

AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE, EM

AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL COM PEDIDO

CUMULADO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO,

DEFERIU O DEPÓSITO JUDICIAL DAS PARCELAS NO

VALOR INCONTROVERSO INDICADO PELO AGRAVADO.

AGRAVADO QUE AJUIZOU AÇÃO REVISIONAL FUNDADA

EM COBRANÇA EXCESSIVA, REQUERENDO O DEPÓSITO

DO VALOR INCONTROVERSO DAS PARCELAS DO

CONTRATO DE FINANCIAMENTO, OBSERVADOS OS

CRITÉRIOS QUE ELE APONTOU COMO SENDO OS

CORRETOS. PENDENTE A CONTROVÉRSIA QUANTO À

LEGITIMIDADE DOS VALORES COBRADOS, AFIGURA-SE

RAZOÁVEL A AUTORIZAÇÃO DE DEPÓSITO JUDICIAL


DO VALOR INCONTROVERSO. TUTELA ANTECIPADA

CONCEDIDA QUE NÃO É IRREVERSÍVEL, POIS CASO A

DECISÃO FINAL SEJA DESFAVORÁVEL AO AGRAVADO

PODERÁ SER COBRADA EVENTUAL DIFERENÇA POR ELE

DEVIDA. PRECEDENTES DO STJ E TJRJ.

DESPROVIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (TJ-

RJ - AI: 00171206120178190000 RIO DE JANEIRO

BANGU REGIONAL 1 VARA CIVEL, RELATOR: ANA

MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA, DATA DE JULGAMENTO:

25/05/2017, VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL

CONSUMIDOR, DATA DE PUBLICAÇÃO: 29/05/2017)

Nesse compasso, com supedâneo na regra processual ora invocada,

A AUTORA REQUER QUE VOSSA EXCELÊNCIA DEFIRA O DEPÓSITO, EM JUÍZO, DA

PARTE INCONTROVERSA E PLEITEIA QUE A PROMOVIDA SEJA INSTADA A ACATAR

O PAGAMENTO DA QUANTIA INCONTROVERSA, QUAL SEJA R$ 1.390,21 (HUM MIL,

TREZENTOS E NOVENTA REAIS E VINTE UM CENTAVOS), acima mencionada, a qual será

paga junto ao Banco do Brasil desse fórum.

DA EXCLUSÃO DOS ENCARGOS MORATÓRIOS

Diante do que fora informado, HÁ DE SE OBSERVAR QUE A

AUTORA NÃO SE ENCONTRA EM MORA, POSTO QUE FORAM COBRADOS ENCARGOS

ILEGAIS DURANTE O PERÍODO DE NORMALIDADE, NÃO SENDO ASSIM, DEVIDOS

OS ENCARGOS COBRADOS PELA MORA.

Neste sentido, é o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça de

São Paulo, o qual transcrevemos:


CONTRATO BANCÁRIO – MORA DO EXECUTADO –

DESCARACTERIZAÇÃO - EXECUÇÃO FUNDADA EM

CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO (CAPITAL DE GIRO) -

SENTENÇA QUE ACOLHEU OS EMBARGOS OPOSTOS À

EXECUÇÃO PARA RECONHECER A ILEGALIDADE DA

COBRANÇA

DA TAXA DE ABERTURA DE CRÉDITO E A ABUSIVIDADE

DA TAXA DOS JUROS REMUNERATÓRIOS PREVISTA NO

CONTRATO EXCUTIDO, DETERMINANDO A SUA

REDUÇÃO PARA A TAXA MÉDIA DE MERCADO

DIVULGADA PELO BACEN (25,31% A .A.) –

RECONHECIMENTO DA ABUSIVIDADE NOS ENCARGOS

EXIGIDOS NO PERÍODO DE NORMALIDADE

CONTRATUAL QUE TEM COMO CONSEQUÊNCIA A

DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA – ADOÇÃO DO

ENTENDIMENTO PACIFICADO NO STJ EM SEDE DE

RECURSO REPETITIVO: RESP N. 1.061.530 –

EMBARGOS À EXECUÇÃO PROCEDENTES EM PARTE,

MAS EM MAIOR EXTENSÃO, PARA AFASTAR A

COBRANÇA DOS ENCARGOS MORATÓRIOS, ANTE A

DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA IMPUTADA AO

EXECUTADO - SENTENÇA REFORMADA – RECURSO

PROVIDO. (TJ-SP 10575498320168260100 SP

1057549-83.2016.8.26.0100, RELATOR: ÁLVARO

TORRES JÚNIOR, DATA DE JULGAMENTO: 11/06/2018,

20ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO, DATA DE

PUBLICAÇÃO: 14/06/2018)
Diante disso, RESTA DEMONSTRADO QUE A AUTORA NÃO SE

ENCONTRA EM MORA, diante de todas as abusividades praticadas pela requerida, QUAIS

SEJAM, APLICAÇÃO DA TAXA DE JUROS ACIMA DO QUE FORA PACTUADO,

APLICAÇÃO DA TAXA DE JUROS ACIMA DA MÉDIA INFORMADA PELO BACEN NA

DATA DA ASSINATURA DO CONTRATO, COBRANÇA DE TARIFAS DE TERCEIROS

INCLUSAS INDEVIDAMENTE NO REFERIDO CONTRATO.

DA AUSÊNCIA DE MORA

A mora reflete uma inexecução de obrigação diferenciada,

maiormente quando representa o injusto retardamento ou o descumprimento culposo da

obrigação. Assim, na espécie incide a regra estabelecida no artigo 394 do Código Civil, com a

complementação disposta no artigo 396 desse mesmo Diploma Legal.

Art. 394 - Considera-se em mora o devedor que não

efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo

no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção

estabelecer.

Art. 396 - Não havendo fato ou omissão imputável ao

devedor, não incorre este em mora

Nesse sentido é a doutrina de Washington de Barros Monteiro:

“A mora do primeiro apresenta, assim, um lado objetivo e um lado

subjetivo. O lado objetivo decorre da não realização do pagamento no

tempo, lugar e forma convencionados; O lado subjetivo descansa na culpa

do devedor. Este é o elemento essencial ou conceitual da mora solvendi.

Inexistindo fato ou omissão imputável ao devedor, não incide este em mora.


Assim se expressão art.396 do Código Civil de 2002.“

Como bem advertem Cristiano Chaves de Farias e Nélson Rosenvald:

“Reconhecido o abuso do direito na cobrança do crédito, resta completo

descaracterizada a mora solvendi. Muito pelo contrário, a mora será do

credor, pois a cobrança de valores indevidos gera no devedor razoável

perplexidade, pois não sabe se postula a purga da mora ou se contesta a

ação. “

Na mesma linha de raciocínio, Silvio Rodrigues averba:

“Da conjunção dos arts. 394 e 396 do Código Civil se deduz que sem culpa

do devedor não há mora. Se houve atraso, mas o mesmo não resultar de

dolo, negligência ou imprudência do devedor, não se pode falar em mora.“

Em face dessas considerações, conclui-se que a mora cristaliza o

retardamento por um fato, quando imputável ao devedor. É dizer, quando o credor exige o

pagamento do débito, agregado com encargos excessivos, retira-se do devedor a possibilidade

de arcar com a obrigação assumida. Por conseguinte, não pode lhes ser imputados os efeitos

da mora.

Entende-se ainda nesse sentido que, UMA VEZ CONSTATADO A

COBRANÇA DE ENCARGOS ABUSIVOS DURANTE O “PERÍODO DA NORMALIDADE”

CONTRATUAL, RESTARÁ AFASTADA EVENTUAL CONDIÇÃO DE MORA DO

PROMOVENTE.
O Superior Tribunal de Justiça, ao concluir o julgamento de recurso

repetitivo sobre revisão de contrato bancário (REsp nº. 1.061.530/RS), quanto ao tema de

“configuração da mora” destacou que:

“ORIENTAÇÃO 2 – CONFIGURAÇÃO DA MORA O reconhecimento da

abusividade nos encargos exigidos no período da normalidade contratual

(juros remuneratórios e capitalização) descaracteriza a mora; não

descaracteriza a mora o ajuizamento isolado de ação revisional, nem mesmo

quando o reconhecimento de abusividade incidir sobre os encargos

inerentes ao período de inadimplência contratual. “

E do preciso acórdão em liça ainda podemos destacar que:

“Os encargos abusivos que possuem potencial para descaracterizar a mora

são, portanto, aqueles relativos ao chamado ‘período da normalidade’, ou

seja, aqueles encargos que naturalmente incidem antes mesmo de

configurada a mora. “

Assim, DIANTE DE TODAS AS ABUSIVIDADES APRESENTADAS,

NÃO HÁ QUE SE FALAR EM MORA DO AUTOR.

Por todo o exposto, DE RIGOR O AFASTAMENTO DOS

ENCARGOS MORATÓRIOS, OU SEJA, COMISSÃO DE PERMANÊNCIA, MULTA

CONTRATUAL E JUROS MORATÓRIOS.

DA IMPERTINÊNCIA DA COBRANÇA DE JUROS CAPITALIZADOS

É consabido que a cláusula de capitalização, por ser de importância


crucial ao desenvolvimento do contrato, ainda que ajuste eventualmente existisse nesse pacto,

deve ser redigida de maneira a demonstrar exatamente ao contratante do que se trata e quais

os reflexos gerarão ao plano do direito material.

O pacto, à luz do princípio consumerista da transparência, que

significa informação clara, correta e precisa sobre o contrato a ser firmado, mesmo na fase pré-

contratual, teria que necessariamente conter:

a. Redação clara e de fácil compreensão (art. 46 do CDC);

b. Informações completas acerca das condições pactuadas e seus reflexos no

plano do direito material;

c. Redação com informações corretas, claras, precisas e ostensivas, sobre as

condições de pagamento, juros, encargos, garantia (art. 54, parágrafo 3º, c/c art.

17, I, do dec. 2.181/87);

Nesse mesmo compasso é o magistério de Cláudia Lima

Marques:

A grande maioria dos contratos hoje

firmados no Brasil é redigida unilateralmente pela economicamente mais

forte, seja um contrato aqui chamado de paritário ou um contrato de

adesão. Segundo instituiu o CDC, em seu art. 46, in fine, este fornecedor

tem um dever especial quando da elaboração desses contratos, podendo a

vir ser punido se descumprir este dever tentando tirar vantagem da

vulnerabilidade do consumidor. O importante na interpretação da norma é

identificar como será apreciada „a dificuldade de compreensão ‟do

instrumento contratual. É notório que a terminologia jurídica apresenta

dificuldades específicas para os não profissionais do ramo; de outro lado, a

utilização determos atécnicos pode trazer ambiguidades e incertezas ao


contrato. “(MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do

Consumidor: o novo regime das relações contratuais. 6ª Ed. São Paulo: RT,

2011. Pág. 821-822)

Por esse Norte, a situação em liça traduz uma a relação jurídica que,

sem dúvidas, é REGULADA PELA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. Por isso, uma vez seja

constada a onerosidade excessiva e a hipossuficiência do consumidor, RESTA AUTORIZADA

A REVISÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS, INDEPENDENTEMENTE DO CONTRATO

SER "PRÉ" OU "PÓS" FIXADO.

Nesse trilhar, O PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA

CONTRATUAL (PACTA SUNT SERVANDA) DEVE CEDER E SE COADUNAR COM A

SISTEMÁTICA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

Além disso, a relação contratual também deve atender à função social

dos contratos, agora expressamente prevista no artigo 421 do Código Civil, "a liberdade de

contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato".

De outra banda, é certo que o Superior Tribunal de Justiça já

consagrou entendimento de que “a previsão no contrato bancário de taxa de juros anual

superior ao duodécuplo da mens al é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual

contratada.”

No entanto, nesta contenda, RESTA CLARO QUE A REQUERIDA

FERE A BOA-FÉ OBJETIVA PREVISTA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COM

O REFERIDOCONTRATO. De regra, nessas situações, há uma relação de consumo firmada

entre banco e mutuário.

Destarte, resta comprometido o dever de informação ao consumidor

no âmbito contratual, maiormente à luz dos ditames dos artigos 4º, IV e art. 6º, III do CDC.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem

por objetivo o atendimento das necessidades dos

consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e

segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a

melhoria da sua qualidade de vida, BEM COMO A

TRANSPARÊNCIA E HARMONIA DAS RELAÇÕES DE

CONSUMO, ATENDIDOS OS SEGUINTES

PRINCÍPIOS:

(...)

IV - educação e INFORMAÇÃO DE FORNECEDORES

E CONSUMIDORES, QUANTO AOS SEUS DIREITOS

EDEVERES, com vistas à melhoria do mercado de

consumo;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

III - a informação adequada e clara sobre os

diferentes produtos e serviços, com especificação

correta de quantidade, características,

composição, qualidade, tributos incidentes e

preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

ADEMAIS, A FORMA DE COBRANÇA DOS JUROS, SOBRETUDO

NOS CONTRATOS BANCÁRIOS, É INCOMPREENSÍVEL À QUASE TOTALIDADE DOS

CONSUMIDORES.É preciso dizer, o CDC reclama, por meio de cláusulas, a prestação de

informações detalhadas, precisas, corretas e ostensivas.

Todavia, no pacto em debate HOUVERA SIM COBRANÇA


INDEVIDA DA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, PORÉM FORA ADOTADA OUTRA FORMA

DE EXIGÊNCIA IRREGULAR; UMA “OUTRA ROUPAGEM”.

É cediço que as Instituições Financeiras, SE APROVEITAM DA

FRAGILIDADE DE SEUS CLIENTES PARA IMPUTAREM ABUSIVIDADES MASCARADAS

NOS CONTRATOS, onde, inclusive, são em sua grande maioria, são contratos de adesão,

NÃO PODENDO SEQUER, OS CLIENTES QUESTIONAREM TAIS CLAUSULAS,

CORRENDO O RISCO DE TER O VISADO CRÉDITO NEGADO.

Obviamente que uma vez identificada e reconhecida a ilegalidade da

cláusula que prevê a capitalização diária dos juros, esses não poderão ser cobrados em

qualquer outra periodicidade (mensal, bimestral, semestral, anual). É que, lógico, INEXISTE

PREVISÃO CONTRATUAL NESSE SENTIDO; DO CONTRÁRIO, HAVERIA NÍTIDA

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA AO ACERTO ENTABULADO CONTRATUALMENTE.

Com efeito, a corroborar as motivações retro, convém ressaltar os

ditames estabelecidos na Legislação Substantiva Civil:

Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por

ela não se transmite, apenas se declaram ou

reconhecem direitos.

Nesse passo, é altamente ilustrativo transcrever o seguinte aresto:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXECUÇÃO POR

TÍTULO JUDICIAL. INCIDENTE DE EXECUÇÃO. DECISÃO

PROCLAMANDO O VALOR ATUALIZADO DO DÉBITO.

IRRESIGNAÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE.

ANTECEDENTE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL

SUBSTITUÍDO POR TRANSAÇÃO. INCABÍVEL, ASSIM, O


CÔMPUTO DA MULTA MORATÓRIA PREVISTA NO

PRIMITIVO TÍTULO. APLICAÇÃO DO ART. 843 DO CC, A

DISPOR QUE A TRANSAÇÃO NÃO COMPORTA

INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. JUROS PREVISTOS NO

INSTRUMENTO DA TRANSAÇÃO, DE 1,5% A.M.,

INCIDINDO ATÉ O EFETIVO CUMPRIMENTO DA

OBRIGAÇÃO. EVIDENTE A MÁ-FÉ PROCESSUAL NA

CONDUTA DA CREDORA, POR TER COMPUTADO OS

JUROS DE MODO MENSALMENTE CAPITALIZADO, EM

TOTAL INFRAÇÃO AO ORDENAMENTO JURÍDICO DA

ÉPOCA E SEM QUE O INSTRUMENTO DA TRANSAÇÃO

ISSO AUTORIZASSE. QUADRO ENSEJANDO A

APLICAÇÃO DA MULTA DO ART. 18 DO CPC, DE 1%

SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA EXECUÇÃO. AGRAVO

A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO. (TJSP; AI

2187868- 05.2014.8.26.0000; AC. 8269858; SÃO

PAULO; DÉCIMA NONA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO;

REL. DES. RICARDO PESSOA DE MELLO BELLI; JULG.

23/02/2015; DJESP 13/03/2015)

Diante disso, conclui-se que declarada nula a cláusula que estipula a

capitalização diária, resta vedada a capitalização em qualquer outra modalidade.

DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E OUTROS ENCARGOS

Entende a parte Autora, inclusive fartamente alicerçado nos

fundamentos antes citados, que o mesmo não se encontra em mora. Caso este juízo entenda

pela impertinência desses argumentos, o que se diz apenas por argumentar, DEVEMOS

TAMBÉM DESTACAR QUE É ABUSIVA A COBRANÇA DA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA

CUMULADA COM OUTROS ENCARGOS MORATÓRIOS/REMUNERATÓRIOS, AINDA


QUE EXPRESSAMENTE PACTUADA.

É pacífico o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça, no

sentido de que em caso de previsão contratual para a cobrança de comissão de permanência,

cumulada com correção monetária, juros remuneratórios, juros de mora e multa contratual,

impõe-se a exclusão da incidência desses últimos encargos. Em verdade, a comissão de

permanência já possui a dupla finalidade de corrigir monetariamente o valor do débito e de

remunerar o banco pelo período de mora contratual.

Como já demonstrado anteriormente, em momento algum do referido

contrato, fora convencionado sobre a cobrança da comissão de permanência, muito menos sua

cumulação com outros encargos.

Perceba que no pacto há estipulação contratual pela cobrança de

comissão de permanência com outros encargos moratórios.

DESSE MODO, OS MESMOS DEVEM SER AFASTADOS PELA VIA

JUDICIAL.

DA COBRANÇA DE TARIFA DE CADASTRO, REGISTRO DE CADASTRO FINANCIADOS

E TARIF DE AVALIAÇÃO DE BENS, ILEGALIDADE E ABUSIVIDADE.

A requerida cobra de seus contratantes alguns valores denominados

“TARIFA DE AVALIAÇÃO DO BEM” no valor de R$ 570,00 (QUINHENTOS E SETENTA

REAIS), assim como o “REGISTRO DO CONTRATO” no valor R$ 350,00 (TREZENTOS E

CINQUENTA REAIS) respectivamente, conforme demonstrado:


(CONTRATO DE FINANCIAMENTO - BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A.)

TARIFA DE AVALIAÇÃO DE BEM – COMPROVAÇÃO DO SERVIÇO PRESTADO E

AUSÊNCIA DE ONEROSIDADE EXCESSIVA

No que se refere à tarifa de avaliação de bens, o Superior Tribunal de

Justiça, no julgamento do REsp 1.578.553 (recurso repetitivo), fixou a tese de que a validade

das cláusulas que preveem as tarifas de registro de contrato e de avaliação do bem ficam

adstritas à efetiva prestação do serviço para serem consideradas válidas, bem como à

possibilidade de controle da onerosidade excessiva, em cada caso concreto. 4. É abusiva a

estipulação de tarifas de registro de contrato e de avaliação de bens, se tais encargos não

remuneram nenhum serviço prestado em benefício do consumidor. Ao revés, a beneficiária

é a própria instituição financeira, devendo ela arcar com os custos disso, o que

implica violação ao disposto no art. 39, V e art. 51, IV, XII e § 1°, todos do CDC.”

Acórdão 1221300, 07011325220188070001, Relator:

SEBASTIÃO COELHO, 5ª Turma Cível, data de julgamento:

4/12/2019, publicado no DJE: 21/1/2020.

Trecho de acórdão

“Sobre a tarifa de avaliação do bem e de registro do contrato,


o c. STJ, no julgamento do REsp 1578553/SP (Tema 958), sob

a sistemática dos recursos repetitivos, decidiu pela sua

validade, sendo a cobrança abusiva quando o serviço não for

efetivamente prestado.

(...)

Nesses termos, reputa-se, em regra, válida a cobrança de tais

tarifas, desde que o serviço seja efetivamente prestado ao

consumidor. No caso dos autos, observa-se que como tarifa de

avaliação foi cobrado o valor de R$ 420,00 e como registro do

contrato a quantia de R$ 322,00. Embora a tarifa de avaliação

do bem conste da especificação do crédito na cédula (item VI),

não há qualquer menção a ela nas cláusulas referentes às

condições gerais, e não há notícia de que o serviço tenha sido

prestado. Dessa forma, como alega o apelante, o encargo lhe

foi repassado de forma indeterminada, sem nenhum benefício

correspondente, pois, como visto, não há evidencia de que a

avaliação tenha sido realizada, o que possibilita o

reconhecimento de sua abusividade e a restituição da quantia.”

Acórdão 1220883, 07082524920188070001, Relator: CESAR

LOYOLA, 2ª Turma Cível, data de julgamento: 4/12/2019,

publicado no DJE: 19/12/2019.

Todavia, conforme entendimento firmado pelo Conselho Monetário

Nacional (CMN) é proibido a cobrança das referidas tarifas.


AS TARIFAS DE AVALIÇÃO DO VEÍCULO E DE REGISTRO DO

CONTRATO NO DETRAN NÃO PODEM SER ATRIBUÍDAS AO CONSUMIDOR FINAL,

VEZ QUE VEDADAS PELA RESOLUÇÃO 3.954/11 DO CMN.

Na mesma esteira firma-se a interpretação sistemática do art. 39, V,

do código de defesa do consumidor, BANINDO A ABUSIVA COBRANÇA DE VANTAGENS

MANIFESTAMENTE EXCESSIVAS AO CONSUMIDOR.

Ressalte-se que NO CASO EM TELA A ABUSIVIDADE ESTÁ

CONSUBSTANCIADA NA COBRANÇA DO VALOR DENOMINADO APENAS COMO

“TARIFA DE AVALIAÇÃO DE BEM”

Devendo ser reconhecida, ainda, A NULIDADE DA COBRANÇA DE

TARIFA OU TAXA PARA FINS DE REEMBOLSAR A PARTE DEMANDADA DAS

DESPESAS ADMINISTRATIVAS QUE TEVE PARA A CONCESSÃO DO FINANCIAMENTO,

assim, como para sua renegociação.

Tal encargo ofende o artigo 46 do Código de Defesa do Consumidor,

assim como o artigo 51, inciso IV do mesmo diploma.

Ademais, a cobrança se manifesta nula, pois o contrato não traz

explicita a razão da cobrança desta taxa, pois nele, apenas consta o seu valor, e também,

porque transfere o custo administrativo da operação financeira ao financiado, COLOCANDO-O

EM DESVANTAGEM EXAGERADA.

Na defesa dos mais fracos, CABE AO JULGADOR O PODER DE

MODIFICAR, REVER, OU ANULAR CLÁUSULAS QUE CRIEM ONEROSIDADE

EXCESSIVA PARA OS CONSUMIDORES, proibindo tal prática comercial caracterizada como


abusiva, conforme artigo 39 do mesmo Código:

Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos ou

serviços, dentre outras práticas abusivas:

(...)

V – exigir do consumidor vantagem

manifestamente excessiva.

Ressalte-se ainda, a nota técnica nº 777/2005 do Ministério da

Justiça que conclui:

“Pelo exposto, percebe-se, então que a cobrança das despesas

de emissão de boleto bancário ao consumidor viola o disposto

nos arts. 39, inciso V e 51, IV e § 1º, incisos I, II, III, todos do

CDC”.

Tais taxas cobradas representam uma soma significativa dos

encargos contratuais praticados cuja aplicação eleva a dívida de forma surpreendente e

ACARRETANDO UMA EXCESSIVA VANTAGEM AO PRESTADOR DE SERVIÇO COM

CONSEQÜENTE DESEQUILÍBRIO NA RELAÇÃO CONTRATUAL.

No caso “sub examen” é gritante a desvantagem exagerada para o

consumidor que paga os chamados “ENCARGOS FINANCEIROS”; “despesas de cadastro” e

“registro de cadastro”, os quais representam lucros exorbitantes em que arvoram as

instituições financeiras.

A este respeito, tem entendido o Egrégio Tribunal de Justiça do RS:


EMBARGOS INFRINGENTES. APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO

REVISIONAL DE CONTRATO DE FINANCIAMENTO COM

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ACÓRDÃO, NÃO UNANIMA

QUE CONDICIONA A TUTELA ANTECIPADA O

PAGAMENTO DAS PARCELAS INCONTROVERSAS.

OUTROSSIM, TAMBÉM POR MAIORIA, DE OFÍCIO,

REDUZIU OS JUROS REMUNERATORIOS PARA 12% AO

ANO E DECRETOU A NULIDADE DAS CLAUSULAS

CONTRATUAIS ATINENTES À TAXA DE ABERTURA DE

CARNÊ. A DIVERGÊNCIA RELATIVA À TUTELA

ANTECIPADA NÃO DIZ RESPEITO AO MÉRITO, EM SI,

DA SENTENÇA, NÃO DEVENDO SER CONHECIDOS OS

EMBARGOS INFRINGENTES, NESTE PONTO, PORQUE

NÃO PRESENTE REQUISITO DO ARTIGO 530 DO CPC.

NO MAIS, APLICÁVEL, NA ESPÉCIE, O CÓDIGO DE

DEFESA DO CONSUMIDOR, NORMA DE ORDEM

PUBLICA. AS CLAUSULAS ABUSIVAS SÃO NULAS DE

PLENO DIREITO E COMO TAL, ESTAS NULIDADES

DEVEM SER RECONHECIDAS INDEPENDENTEMENTE DE

INICIATIVA DA PARTE. NO CASO, NÃO HÁ EM DEVER

DE OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS NON REFORMATIO

IN PEJUS E TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM

APELLATUM. EMBARGOS INFRINGENTES CONHECIDOS

EM PARTES, À UNANIMIDADE E NA PARTE CONHECIDA

POR MAIORIA, DESACOLHIDOS. (EMBARGOS

INFRINGENTES N° 70013529409, 7° GRUPO CÍVEL DO

TJRWS, REL. ISABEL DE BORBA LUCAS J. 17.03.2006).


Assim, conforme demonstrado, O REFERIDO ENCARGO ORA

DISCUTIDO É TOTALMENTE ABUSIVO e, portanto, NECESSÁRIA SE FAZ A

DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO MESMO, NÃO HAVENDO RAZÕES QUE JUSTIFIQUEM

A SUA COBRANÇA.

Entretanto, visto a ilegalidade dos valores cobrados, bem como a

desvantagem excessiva gerada por tais cláusulas, DEVENDO A MESMA SER DECLARADA

NULA DE PLENO DIREITO, E DEVIDAMENTE RESTITUÍDA EM DOBRO PELA

REQUERIDA, conforme art. 940 do Código Civil de 2002.

Todavia, AFIGURA-SE ABUSIVA A EXIGÊNCIA, por parte da

instituição financeira, de valores a este título, POR CUIDAR-SE DE TRANSFERÊNCIA

INDEVIDA DE CUSTO ADMINISTRATIVO AO CONSUMIDOR.

Ademais, embora indicada na avença, não estão especificados que

serviços são efetivamente remunerados em razão da cobrança de tal encargo, violando o

disposto no artigo 6°, incisos III e IV, do Código de Defesa do Consumidor.

Acerca do tema, veja-se o seguinte julgado:

APELAÇÕES CPÍVEIS. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM

GARANTIA. AÇÃO REVISIONAL (...). 6. TARIFAS DE

AVALIAÇÃO DO BEM E REGISTRO DE CONTRATO. (...)

RECURSO DO DEMANDANTE PARCIALMENTE PROVIDO.

RECURSO DO DEMANDADO IMPROVIDO. (APELAÇÃO

CÍVEL N° 70064354327, DÉCIMA QUARTA CÂMARA

CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR:


JUDITH DOS SANTOS MOTTECY, JULGADO EM

30/04.2015)

Diante disso, resta demonstrada a ilegalidade da cobrança da referida

tarifa de avaliação, DEVENDO O VALOR PAGO PARA TAL SER DEVOLVIDO EM DOBRO

PELA REQUERIDA.

Assim, restando demonstrada claramente a ilegalidade da inclusão do

Seguro Prestamista no referido financiamento, DEVENDO O VALOR PAGO PARA TAL SER

DEVOLVIDO EM DOBRO PELA REQUERIDA.

IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

POSTO ISSO, como últimos requerimentos desta Ação Revisional, a

Autora expressa o desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:

a) O AUTOR OPTA PELA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA,

razão qual requer a citação da Promovida, por carta (CPC/2015, art. 247, caput);

b) REQUER DESDE JÁ, A CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA

GRATUITA.

Ante o exposto e por tudo mais que dos autos consta, pugna a

autora, para que se digne Vossa Excelência em:

I. Primeiramente, CONCEDER A TUTELA ANTECIPADA ALMEJADA, como

adiantamento da providência jurisdicional, PARA QUE O REQUERIDO SE ABSTENHA DE

INGRESSAR COM AÇÃO OBJETIVANDO-SE À RETOMADA DO BEM, ou seja, MANTER O

AUTOR NA POSSE DO BEM, ATÉ A DECISÃO FINAL DA PRESENTE DEMANDA , tendo


em vista a presença dos elementos que a possibilitam, UMA VEZ QUE A AUTORA ESTÁ

FADADO À PERDA DO BEM, uma vez que, a parte contraria poderia objetivar uma ação de

busca e apreensão do bem ora discutido, mesmo com o tramite da presente ação judicial, a

qual discute a ilegalidade da cobrança de valores contidos no financiamento;

II. DE IGUAL FORMA E TAMBÉM EM SEDE DE TUTELA ANTECIPADA,

DETERMINAR QUE A INSTITUIÇÃO REQUERIDA SE ABSTENHA DE EFETUAR O

CADASTRAMENTO DO NOME DO AUTOR EM BANCO DE DADOS DOS ÓRGÃO DE

PROTEÇÃO AO CRÉDITO, sob pena de multa diária a ser fixada por Vossa Excelência;

III. EXCLUIR DO ENCARGO MENSAL E/OU DIÁRIOS OS JUROS

CAPITALIZADOS;

IV. SEJA AUTORIZADO O PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES MENSAIS, À

PARTIR DA PARCELA 25/60, NO VALOR INCONTROVERSO DE R$ 1.390,21 (HUM

MIL, TREZENTOS E NOVENTA REAIS E VINTE UM CENTAVOS), conforme memória de

cálculo em anexo, onde restou apurado que este é o valor correto para pagamento das futuras

36 parcelas restantes;

V. QUE EXPEDIDO SEJA O MANDADO CITATÓRIO AO REQUERIDO,

através da citação postal, com os benefícios do artigo 212 do CPC/2015 para o endereço

mencionado no preambulo da presente peça exordial, qual seja na PRAÇA ALFREDO

EGYDIO DE SOUZA ARANHA, Nº100, COMPLEMENTO BLOCO TORRE OLAVO

SETUBAL, PARQUE JABAQUARA, MUNICÍPIO SÃO PAULO - SP, CEP 04344-020;

VI. SEJAM AFASTADOS TODO E QUALQUER ENCARGO CONTRATUAL

MORATÓRIO, tendo em vista, conforme demonstrado, que o Autor não se encontra em mora,

ou, como pedido sucessivo, a exclusão do débito de juros moratórios, juros remuneratórios,
correção monetária e multa contratual, em face da ausência de inadimplência, TENDO EM

VIAS AS DISPARIDADES E ILEGALIDADE COMETIDOS PELA REQUERIDA NO

PRESENTE CONTRATO;

No mérito, roga para que a presente ação seja JULGADA

TOTALMENTE PROCEDENTE, sendo Revisado o Contrato, OCASIÃO ONDE SERÁ FIXADO

O SALDO DEVEDOR ATUALIZADO DE R$ 50.047,56 (CINUENTA MIL, QUARENTA E

SETE REAIS E CINQUENTA E SEIS CENTAVOS), referente as parcelas mensais no importe

R$ 1.390,21 (HUM MIL, TREZENTOS E NOVENTA REAIS E VINTE UM CENTAVOS)

/MÊS.

VII. REQUER SEJA EXCLUÍDA/COMPENSADA À DIFERENÇA COBRADA A

MAIOR PELA REQUERIDA DO VALOR COBRADO DA AUTORA , por ser superior ao

permitido em Lei, conforme pode ser antevisto pela memória de cálculo em anexo, elaborada

no sistema legal GAUSS, devendo tal quantia ser diluída nas prestações futuras conforme

requerido, por compensação;

VIII. APLICAR AO CONTRATO O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR;

IX. APLICAR AO FINANCIAMENTO ORA DISCUTIDO, A TABELA DE JUROS

GAUSS, CONFORME JÁ REQUERIDO EM TÓPICO PRÓPRIO.

X. QUE SEJAM REVISADAS, TODAS AS CLÁUSULAS DO CONTRATO DE

FINANCIAMENTO CONSIDERADAS ABUSIVAS, EM ESPECIAL, AS CLÁUSULAS QUE

FIXAM AS TARIFAS E DESPESAS (VEDADAS PELA RESOLUAÇÃO 3.954/11 DO CMN),

TAXAS, JUROS E VALORES DA AVENÇA, sendo estas:


 TARIFA DE AVALIAÇÃO DO BEM – R$ 570,00 (QUINHENTOS E SETENTA

REAIS);

 REGISTRO DO CONTRATO – R$ 350,00 (TREZENTOS E CINQUENTA REAIS);

 TAXA DE JUROS MENSAL / ANUAL – 2,43% A.M. / 33,43% A.A.

 VALOR PARCELA MENSAL – R$ 2.113,68 (DOIS MIL, CENTO E TREZE REAIS E

SESSENTA OITO CENTAVOS);

 VALOR TOTAL FINANCIADO AO FINAL – R$ 126.820,80 (CENTO E VINTE

SEIS MIL, OITOCENTOS E VINTE REAIS E OITENTA CENTAVOS).

XI. Pede, caso sejam encontrados valores cobrados a maior durante a relação

contratual, SEJAM OS MESMOS DEVOLVIDOS A PROMOVENTE EM DOBRO

(REPETIÇÃO DE INDÉBITO), ou sucessivamente, sejam compensados os valores

encontrados (devolução dobrada) com eventual valor ainda existente como saldo devedor;

XII. A esse alvitre, PROTESTA PROVAR O ALEGADO POR TODA ESPÉCIE DE

PROVA ADMITIDA (CF, art. 5º, inciso LV), juntada posterior de documentos como

contraprova, em especifico PERÍCIA CONTÁBIL (COM ÔNUS INVERTIDO), exibição de

documentos, tudo de logo requerido;

XIII. SEJA A RÉ CONDENADA A PAGAR O TODOS OS ÔNUS PERTINENTES À


SUCUMBÊNCIA, NOMEADAMENTE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, esses de já

pleiteados no patamar máximo de 20% (vinte por cento) sobre o proveito econômico obtido

pelo Autor ou, não sendo possível mensurá-los, sobre o valor atualizado da causa (CPC/2015,

art. 85, § 2º).

Por fim, REQUER-SE AINDA QUE TODAS AS PUBLICAÇÕES,

NOTIFICAÇÕES E INTIMAÇÕES sejam feitas em nome do patrono da presente demanda Dr.

SAMUEL LUCCAS PASCHUAL GOMES, OAB N° 490.263, sob pena de nulidade, conforme

artigo 272, § 2ª do Código de Processo Civil.

Atribui-se à causa o valor do contrato, segundo o artigo 259, inciso V

do CPC, qual seja R$ 126.820,80 (CENTO E VINTE SEIS MIL, OITOCENTOS E VINTE

REAIS E OITENTA CENTAVOS).

Termos em que,

Pede deferimento.

São Caetano do Sul - SP, 7 de fevereiro de 2024.

SAMUEL LUCCAS PASCHUAL GOMES

OAB/SP Nº490.263

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