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1º OFÍCIO GERAL – Boa Vista/RR

AO JUÍZO DA 3ª VARA FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA SJRR

URGENTE: PROCEDIMENTO DE SAÚDE e PESSOA IDOSA


PAJ/DPU: 2021/005-01122

CLARICE LIMA BARROS COSTA, brasileira, solteira, do lar, portadora do RG n.


197844 SSP/RR e CPF n. 224.357.943-04 residente e domiciliada na Al. Sebastião
Ferreira da Costa, Q-401, L-40, Bairro Paraviana, CEP n. 69307-205, Boa Vista/RR,
telefone: (95)99131-1218, com fundamento perante este Juízo, vem por meio da Defensoria
Pública da União (DPU), com poderes deferidos pelo art. 44, I e XI, da Lei Complementar
(LC) nacional 80/19941 – Lei Orgânica Nacional da Defensoria Pública (LONDP), bem como
do art. 186 do Código de Processo Cível (CPC)2, propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER com pedido de TUTELA PROVISÓRIA DE


EVIDÊNCIA/URGÊNCIA,

em face (art. 183, § 1º, CPC) das seguintes pessoas jurídicas de direito público interno:
UNIÃO, inscrita no CNPJ sob o n. 26.994.558/0001-23, com representação processual na
Advocacia Geral da União (AGU) sediada na Rua Souza Júnior, 927 - São Francisco. Boa
Vista-RR, CEP: 69305-040; 
ESTADO DE RORAIMA, inscrito no CNPJ n. 84.012.012/0001-26, podendo ser citado na
Procuradoria Geral do Estado (PGE), com endereço na Av. Ville Roy, 5249, bairro Centro,
Boa Vista - RR, 69301-000, Boa Vista/RR; e
1
LEI COMPLEMENTAR 80/1994
Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União:
I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e
grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos; (...)
IX - manifestarse em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;

2
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º 
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MUNICÍPIO DE BOA VISTA/RR, inscrito no CNPJ n. 05.943.030/0001-55, podendo ser


citado por meio Procuradoria Geral do Município de Boa Vista/RR (PGM), localizada na Av.
General Penha Brasil, 1011, bairro São Francisco; pelos fatos e fundamentos que passa a
expor:

1- GRATUIDADE DA JUSTIÇA e PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO (IDOSA)

A Autora é pessoa idosa (63 anos), que não dispõe de recursos necessários para
pagar custas judiciais, honorários advocatícios e demais despesas ínsitas ao acesso à
justiça sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, razão pela qual requer desde já o
reconhecimento do direito à gratuidade de justiça, nos termos dos arts. 5º, LXXIV, da CRFB
e 98 do CPC.
Deste modo, requer a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita e
prioridade de tramitação processual, tendo em vista o disposto no art. 71 3 do Estatuto do
Idoso (10.741/2003).

2 - DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

Como é cediço, o membro da Defensoria Pública tem assegurada a prerrogativa de


contagem em dobro de todos os prazos processuais, mediante remessa dos autos com
vista, nos termos do artigo 44, I, da Lei Complementar n. 80/94, com redação introduzida
pela LC 132/2009. Assim, requer-se que, doravante, todas as intimações sejam feitas
pessoalmente, na Sede deste órgão, situado na Av. Penha Brasil, nº 1262, Bairro São
Francisco - CEP 69.305-130 - Boa Vista/RR, observando-se a duplicação dos prazos
processuais.

3 - DOS FATOS

A Autora idosa possui necessidade urgente de REALIZAÇÃO DE EXAMES


COMPLEMENTARES chamados de CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA e
3
Lei 10.741/2003 – ESTATUTO DO IDOSO
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais
em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
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ELETRONEUROMIOGRAFIA, já que sente dores severas e crônicas devido ao seu


quadro de hipertensão arterial sistêmica, miocardiopatia hipertensiva, dislipidemia,
obesidade, além de doenças ateroscleróticas coronarias em investigação, todas
essas doenças (CID: I10; I25.9; E78) estão a incapacitando de fazer até as coisas mais
simples no seu dia-a-dia, pois ocorre com enorme frequência da parte autora sentir a
dispinéia (falta de ar) aos pequenos e moderados esforços que tende a realizar.

De acordo com o laudo médico anexo a está inicial, datado em 03.09.2021, pelo
Médico especialista em cardiologia o Dr. Jaime Galvão (CRM/RR - 1764), destaca a
URGÊNCIA em realizar o exame, uma vez que a paciente enquanto não diagnosticada
permanece sob risco de desenvolver a qualquer momento um infarto agudo do miocárdio.

Com efeito, segue laudo de solicitação exames datados desde setembro de


2020,informando que o tratamento mencionado é estritamente necessário e, além disso, é
o único meio viável e seguro para a possível resolução do problema. Em outras palavras,
não há forma menos onerosa aos cofres públicos. O caso é de tratamento com custo
significativo, de modo que a Autora, pessoa de baixa renda, não tem como arcar com tais
valores.

Ressalte-se, ainda, que o tratamento mencionado é coberto pelo Sistema Único


de Saúde, conforme seguem as páginas da tabela de procedimentos do Sistema Único de
Saúde (SUS), anexa, disponível no site
http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp .

Portanto, necessita realizar TFD com acompanhante, em razão de o Estado de


Roraima não dispor de material e especialista. Consoante a resposta do Ofício nº
816/2021, encaminhado ao secretário de saúde do Estado de Roraima, ele informou que “a
empresa CLÍNICA DE IMAGENOLOGIA NEUROSCAN S/C - EPP, apresentou
documentação para credenciamento, sendo que no momento está em fase
contratualização”. E isso somente em diz respeito ao exame de Cintilografia de perfusão

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miocárdica, ocorre que a parte autora não demanda de “tempo” para aguardar o s trâmites
administrativos processuais, pois ela corre risco de morte.
De acordo com Paulo Gustavo Gonet Branco, em seu livro Direito Constitucional,
diz que:
“A existência humana é o pressuposto elementar de todos os demais
direitos e liberdades disposto na Constituição e que esses direitos têm nos
marcos da vida de cada individuo os limites máximos de sua extensão
concreta. O direito a vida é a premissa dos direitos proclamados pelo
constituinte, não faria sentido declarar qualquer outro se, antes, não
fosse assegurado o próprio direito estar vivo para usufruí-lo. O seu
peso abstrato, inerente à sua capital relevância, é superior a todo outro
interesse. O direito à vida é o bem mais relevante de todo ser humano
e a dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federativa
do Brasil e não há dignidade sem vida”. 4

Portanto sendo assim inquestionável a premissa do bem mais valioso ser a vida,
deixar a parte autora em uma constante de risco de morte devido a “trâmites administrativos
processuais” é o oposto do que está previsto nas garantias constitucionais.

Assim, não restou alternativa senão socorrer-se ao atendimento da DPU para


ajuizar a presente ação.

4- DO DIREITO
4.1 LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO, DO ESTADO DE RORAIMA E DO
MUNICÍPIO DE BOA VISTA/RR
A CRFB dispôs minuciosamente acerca da saúde, seja como direito fundamental,
seja como política pública. Senão, vejamos:

Art. 6º São direitos sociais a educação, A SAÚDE, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (...)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios: (...)
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;(...)

4
Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-direito-a-vida/>.
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Art. 30. Compete aos Municípios: [...] VII - prestar, com a cooperação


técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população; (...)
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento; (...)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (...)
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
de acordo com as seguintes diretrizes: (...)
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais; (Grifei)

Detalhando as previsões constitucionais acima, veio a lume a Lei nº 8.080/90, que


assim dispõe:
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
(...)
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: [...] III - a
assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas. (...)
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde (SUS): [...] I - a execução de ações: [...] d)
de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

De início, cumpre registrar que tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto
no Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífico o entendimento de que “o funcionamento
do Sistema Único de Saúde - SUS é de responsabilidade solidária da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, sendo qualquer deles, em conjunto ou isoladamente,
parte legítima para figurar no polo passivo de demanda que objetive a garantia de
acesso a medicamentos adequado para tratamento de saúde”.

A propósito, confira-se:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR. TRATAMENTO FORA DO
DOMICÍLIO - TFD. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES
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FEDERATIVOS. CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO. FATOS E PROVAS. JUÍZO


DE VALOR. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ.
1. É assente o entendimento de que a Saúde Pública consubstancia direito
fundamental do homem e dever do Poder Público, expressão que abarca a
União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios, todos em
conjunto.
2. O Superior Tribunal de Justiça, em reiterados precedentes, tem decidido
que o funcionamento do Sistema Único de Saúde - SUS é de
responsabilidade solidária dos entes federados, de forma que qualquer
deles tem legitimidade para figurar no polo passivo de demanda que
objetive o acesso a medicamentos.
3. Outrossim, se o Tribunal de origem, soberano na análise probatória,
decidiu ser o recorrido o detentor do direito ao tratamento fora do domicílio
(TFD), não cabe ao STJ adentrar esse mérito, tendo em vista o óbice da
Súmula 7/STJ.
4. Recurso Especial de que não se conhece.
(STJ. REsp 1689944/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,
julgado em 17/10/2017, DJe 23/10/2017) (Grifei).
 
Assim, podem ser acionados em conjunto ou isoladamente, à escolha da parte
Autora, como já sufragado pelo STF, em sede de recurso extraordinário com repercussão
geral reconhecida:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.


DIREITO À SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL
RECONHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O tratamento
médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado,
porquanto responsabilidade solidária dos entes federados. O polo passivo
pode ser composto por qualquer um deles, isoladamente, ou conjuntamente.
(STF. RE 855178 RG, Relator Min. Luiz Fux, julgado em 05/03/2015,
processo eletrônico repercussão geral – mérito, DJe-050, publicação 16-03-
2015) (Grifei).
 
Convém ressaltar que os recentes tribunais têm entendido pela legitimidade
passiva solidária dos entes federados em questões envolvendo medicamentos,
conforme a seguir:

SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. LEGITIMIDADE


PASSIVA. MULTA DIÁRIA.
1. União, Estados-Membros e Municípios têm legitimidade passiva e
responsabilidade solidária nas causas que versam sobre fornecimento
de medicamentos.(...)

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3. É cabível a aplicação de multa diária contra a Fazenda Pública como


meio coercitivo para o cumprimento da medida imposta.
(TRF-4 - Agravo de Instrumento : AG 5036484-47.2018.4.04.0000 5036484-
47.2018.4.04.0000, julgamento 29/05/2019) (Grifei).

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OMISSÃO.


INEXISTÊNCIA. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.
SOLIDARIEDADE DOS ENTES FEDERADOS. MÉRITO ANALISADO SOB
O ENFOQUE ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL. (...)
2. Outrossim, conforme se depreende do acórdão recorrido, nota-se que
este se encontra alinhado ao posicionamento do STJ, no sentido de que o
funcionamento do Sistema Único de Saúde é de responsabilidade
solidária da União, do Estados e dos Municípios. Dessa forma,
qualquer um destes Entes tem legitimidade ad causam para figurar no
polo passivo da demanda. (STJ. REsp 1770780 PB 2018/0254310-1,
julgamento 04/12/2018) (Grifei).
 
Deste modo, há que se reconhecer a legitimidade dos três entes federativos para
figurar no polo passivo da lide.

4.2 OBRIGAÇÃO DO ESTADO E DIREITO À SAÚDE


A CRFB assegura, como fundamento da República Federativa do Brasil a
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB). Paralelamente, prevê o direito à vida e à
saúde como fundamental, trazendo no art. 5º, caput, e 6º, disposições de que esses
direitos se estendem a todos, sem distinção de qualquer natureza.

Ao tratar da Ordem Social, no contexto da Seguridade Social, a CRFB novamente


confere extrema relevância ao direito à saúde, vide art. 196, in verbis:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas


sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação. (Grifei).
 
Neste sentido, além de consagrar a universalidade do direito à saúde, garantiu
o constituinte atendimento integral quanto ao direito à saúde (arts. 198, II, CRFB; art.
2º, caput e § 1º, art. 7º, I e II, Lei 8.080/19905).
5
LEI 8.080/1990
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
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Ressalta-se que o direito à saúde não passou despercebido nos tratados


internacionais de direitos humanos, cuja relevância não permite a ausência de menções. O
art. 12.1 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC)
– internalizado pelo Decreto presidencial 591/1992, reconhece que todos têm o direito
de desfrutar do mais elevado nível possível de saúde, tendo os Estados a obrigação
de criar condições que assegurem a todos assistência médica e serviços médicos
em caso de enfermidade (art. 12.3, d, PIDESC).

Ademais, o Protocolo de San Salvador – internalizado pelo Decreto


presidencial 3.321/1999, demonstra que a pretensão autoral é integralmente acolhida em
suas disposições. Nesta senda, o art. 10:

Artigo 10 - Direito à saúde


1. Toda pessoa tem direito à saúde, entendida como o gozo do mais alto
nível de bem-estar físico, mental e social.
2. A fim de tornar efetivo o direito à saúde, os Estados Partes
comprometem-se a reconhecer a saúde como bem público e especialmente
a adotar as seguintes medidas para garantir este direito:(...);
b) Extensão dos benefícios dos serviços de saúde a todas as pessoas
sujeitas à jurisdição do Estado;(...);
f) Satisfação das necessidades de saúde dos grupos de mais alto risco e
que, por suas condições de pobreza, sejam mais vulneráveis (Grifei).

Com efeito, é mais do que evidente que o Estado tem o dever de fornecer o
medicamento/suplemento pleiteado. Trata-se da efetivação de um direito social (art. 6º,
CRFB), que sujeita o Estado à obrigação de realizar prestações positivas, um facere.
Assim, a omissão estatal configura frontal violação a diversas normas jurídicas.
 
E essa atuação estatal positiva foi atribuída pelo próprio constituinte aos entes
federativos (União, Estados e Municípios), de forma SOLIDÁRIA, independentemente de
eventual repartição interna de atribuição administrativa. E sendo solidária a obrigação

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à
redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. (...)
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
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de fazer imposta aos entes públicos, compete ao titular do direito à saúde violado eleger
quais entes pretende demandar, como se extrai do art. 2646 do Código Civil (CC).

Considerada a magnitude do direito à saúde, a conclusão a que se chega é que


compõe o núcleo, o cerne do mínimo existencial, de modo que a sua garantia é, para o
Estado, uma verdadeira imposição, e não uma conduta discricionária.

O próprio STF, diante da contraposição entre o mínimo existencial e a reserva do


possível, afirmou – inclusive apreciando questão que envolvia o direito à saúde – que a
reserva do possível é cláusula inaplicável quando se está diante do núcleo central do
mínimo existencial, já que as normas constitucionais, por apresentarem indiscutível força
normativa, impõem deveres, representando verdadeiro limite dos limites:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 12.322/2010) –


MANUTENÇÃO DE REDE DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE – DEVER ESTATAL RESULTANTE DE NORMA
CONSTITUCIONAL – CONFIGURAÇÃO, NO CASO, DE TÍPICA
HIPÓTESE DE OMISSÃO INCONSTITUCIONAL IMPUTÁVEL AO
MUNICÍPIO – DESRESPEITO À CONSTITUIÇÃO PROVOCADO POR
INÉRCIA ESTATAL (RTJ 183/818-819) – COMPORTAMENTO QUE
TRANSGRIDE A AUTORIDADE DA LEI FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA
(RTJ 185/794-796) – A QUESTÃO DA RESERVA DO POSSÍVEL:
RECONHECIMENTO DE SUA INAPLICABILIDADE, SEMPRE QUE A
INVOCAÇÃO DESSA CLÁUSULA PUDER COMPROMETER O NÚCLEO
BÁSICO QUE QUALIFICA O MÍNIMO EXISTENCIAL (RTJ 200/191-197) –
O PAPEL DO PODER JUDICIÁRIO NA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS INSTITUÍDAS PELA CONSTITUIÇÃO E NÃO EFETIVADAS
PELO PODER PÚBLICO – A FÓRMULA DA RESERVA DO POSSÍVEL NA
PERSPECTIVA DA TEORIA DOS CUSTOS DOS DIREITOS:
IMPOSSIBILIDADE DE SUA INVOCAÇÃO PARA LEGITIMAR O INJUSTO
INADIMPLEMENTO DE DEVERES ESTATAIS DE PRESTAÇÃO
CONSTITUCIONALMENTE IMPOSTOS AO PODER PÚBLICO – A TEORIA
DA “RESTRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES” (OU DA “LIMITAÇÃO DAS
LIMITAÇÕES”) – CARÁTER COGENTE E VINCULANTE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS, INCLUSIVE DAQUELAS DE CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO, QUE VEICULAM DIRETRIZES DE POLÍTICAS
PÚBLICAS, ESPECIALMENTE NA ÁREA DA SAÚDE (CF, ARTS. 6º, 196 E
197) – A QUESTÃO DAS “ESCOLHAS TRÁGICAS” – A COLMATAÇÃO DE
OMISSÕES INCONSTITUCIONAIS COMO NECESSIDADE

6
CÓDIGO CIVIL
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com
direito, ou obrigado, à dívida toda.
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INSTITUCIONAL FUNDADA EM COMPORTAMENTO AFIRMATIVO DOS


JUÍZES E TRIBUNAIS E DE QUE RESULTA UMA POSITIVA CRIAÇÃO
JURISPRUDENCIAL DO DIREITO – CONTROLE JURISDICIONAL DE
LEGITIMIDADE DA OMISSÃO DO PODER PÚBLICO: ATIVIDADE DE
FISCALIZAÇÃO JUDICIAL QUE SE JUSTIFICA PELA NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA DE CERTOS PARÂMETROS CONSTITUCIONAIS
(PROIBIÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL, PROTEÇÃO AO MÍNIMO
EXISTENCIAL, VEDAÇÃO DA PROTEÇÃO INSUFICIENTE E PROIBIÇÃO
DE EXCESSO) – DOUTRINA – PRECEDENTES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS DELINEADAS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (RTJ
174/687 – RTJ 175/1212-1213 – RTJ 199/1219-1220) – EXISTÊNCIA, NO
CASO EM EXAME, DE RELEVANTE INTERESSE SOCIAL – RECURSO
DE AGRAVO IMPROVIDO.
(STF. Segunda Turma, ARE 745.745-AgR, rel.  Min. Celso de Mello, DJe
19.12.2014) (Grifei).
 
No caso concreto, essa limitação constitucional é bastante evidente, visto que a
doença que acomete a Autora é extremamente grave, pois a impossibilita de ter uma
vida normal.
Ressalta-se que a autora é idosa, circunstância pessoal que exige do Estado
atuação com prioridade absoluta, garantindo-lhe o direito à vida, consoante preceitua a
Constituição Federal de 1988:

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as


pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
 
Ainda, assegura a Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso):

“Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder


público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e
convívio do idoso com as demais gerações;

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V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em


detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou
careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria
e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais” (Grifei).

Ademais:

Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa


humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta lei,
assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade. (...)
Art. 9º É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à
saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
 
Assim, configurando-se a omissão estatal, cabe o controle judicial quanto às
políticas públicas não implementadas, visto que embora a gestão dos recursos públicos
compita ao Poder Executivo, o não direcionamento de tais recursos à concretização de
direitos fundamentais ou sociais implica violação de direito, abarcada pelo princípio da
inafastabilidade da jurisdição, previsto no art. 5º, XXXV, da CRFB.

No caso concreto, comprovada que a omissão estatal é inconstitucional e


anticonvencional, impõe-se a tutela jurisdicional como última forma de assegurar o direito
da Autora.

5- TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA INAUDITA ALTERA PARS


O art. 300 do CPC trata dos requisitos para a concessão de tutela provisória de
urgência, nos seguintes termos:

Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

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§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após
justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
(Grifei)
 
No caso concreto, estão preenchidos os requisitos para a concessão dessa
modalidade de tutela de urgência.
Com efeito, está presente a probabilidade do direito, uma vez que a Autora
possui a solicitação de TFD expedida por médico ortopedista do Hospital Estadual Coronel
Mota.
Da mesma forma, estão presentes, no caso concreto, o perigo de dano e o risco
ao resultado útil do processo, visto que há a Autora estará sujeita a permanecer
debilitada aguardando a resolução administrativa que já se estende injustamente.
Por outro lado, não há que se falar em perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão concessiva da tutela de urgência.
Por fim, é importante lembrar que antecipação dos efeitos da tutela em face da
Fazenda Pública só é restringida nas hipóteses taxativamente previstas nas Leis
4.384/1964, 5.021/1966, 8.437/1992, 9.494/1997 e 12.016/2009. E não é o caso, como
bem entende o STJ:

ADMINISTRATIVO. DIREITO À SAÚDE. AÇÃO JUDICIAL PARA O


FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS
DA TUTELA JURISDICIONAL CONTRA A FAZENDA PÚBLICA.
POSSIBILIDADE. PRESSUPOSTOS DO ART. 273 DO CPC. SÚMULA
7/STJ. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS
PELO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO. 1. É possível a
concessão de antecipação dos efeitos da tutela contra a Fazenda Pública
para obrigá-la a fornecer medicamento a cidadão que não consegue ter
acesso, com dignidade, a tratamento que lhe assegure o direito à vida,
podendo, inclusive, ser fixada multa cominatória para tal fim, ou até mesmo
proceder-se a bloqueio de verbas públicas. Precedentes (...). [Segunda
Turma, AgRg no REsp 1.291.883/PI, rel. Min. Castro Meira, DJe 01.07.2013]
(Grifei)
 
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Com maestria, já decidiu o Min. Celso de Mello, do STF, ao apreciar a Pet. 1.246-
SC:
Entre proteger a inviolabilidade do direito à vida e à saúde, que se qualifica
como direito subjetivo inalienável assegurado a todos pela própria
Constituição da República (art. 5º, caput e art. 196), ou fazer prevalecer,
contra essa prerrogativa fundamental, um interesse financeiro e secundário
do Estado, entendo – uma vez configurado esse dilema – que razões de
ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só e possível opção: aquela
que privilegia o respeito indeclinável à vida e à saúde humana.
Desta forma, negar ou procrastinar a prestação de saúde pública,
indeferindo a tutela provisória de urgência quando presente todos os
requisitos necessários para tal, é incorre em flagrante violação ao acesso
efetivo da justiça, indo em contramão aos preceitos das ondas renovatórias
no processo civil, como observam os doutrinadores Mauro Cappelletti e
Bryant Garth:
A justiça que não cumpre suas funções dentro de um prazo razoável é, para
muitas pessoas, uma justiça inacessível, ao passo que a demora pode
representar, ao final, a denegação da própria justiça(Grifei).
 
Desse modo, constatada a probabilidade do direito da Autora e o evidente risco de
dano grave de incerta reparação, requer a concessão da tutela provisória de urgência em
caráter inaudita altera pars.

6 -DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:


6.1 concessão da gratuidade da justiça, por força dos arts. 98 e 99, § 3º, do
CPC e 5º, LXXIV, da CRFB;
6.2 tramitação processual em prioridade, com fundamento no art. 71 do
estatuto do idoso, tendo em vista a Autora possuir mais de 60(sessenta) anos de
idade;
6.3 a concessão da tutela provisória de urgência ou evidência, inaudita
altera pars, com a consequente intimação dos Réus, para que providenciem a
imediata realização dos EXAMES MÉDICOS e Tratamento Fora do Domicílio (TFD ;
6.3.1 ou autorizar, para tanto, a contratação direta de qualquer instituição
médica igualmente capaz de realizar o procedimento requerido com um menor
ônus aos cofres públicos;

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6.3.2 imposição de multa diária, no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais),


ou então o bloqueio de verbas públicas suficientes para a realização do
procedimento;
6.4 A citação dos Réus para, querendo, apresentarem contestação;
6.5 que as intimações para comparecimento às eventuais audiências sejam
feitas na pessoa da Autora, com fulcro no art. 186, § 2º, do CPC, em face da
peculiaridade das atribuições da DPU;
6.6 julgando-se inteiramente procedentes os pedidos, confirmando da tutela
de urgência ou evidência solicitada no pedido 4.3;
6.7 condenação dos Réus ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios de sucumbência, na forma do art. 4º, XXI, da LONDP, afastando-se a
incidência do verbete 421 da Súmula do STJ, em virtude da autonomia
constitucionalmente conferida à Defensoria Pública no art. 134 da CRFB, consagrada
ao longo de uma série de Emendas Constitucionais (EC): 45/2004, 69/2012, 74/2013 e
80/2014.
6.8 protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em
Direito, em especial a documental e a pericial (com a remessa dos autos à junta
médica que oficia perante este Juízo para dar parecer sobre a indispensabilidade do
procedimento), inclusive com a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 373, §
1º, do CPC.

Atribui-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

Boa Vista/RR, datado eletronicamente.

JAQUELINE GUEDES MARINHO


Defensora Pública Federal

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