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em face (art. 183, § 1º, CPC) das seguintes pessoas jurídicas de direito público interno:
UNIÃO, inscrita no CNPJ sob o n. 26.994.558/0001-23, com representação processual na
Advocacia Geral da União (AGU) sediada na Rua Souza Júnior, 927 - São Francisco. Boa
Vista-RR, CEP: 69305-040;
ESTADO DE RORAIMA, inscrito no CNPJ n. 84.012.012/0001-26, podendo ser citado na
Procuradoria Geral do Estado (PGE), com endereço na Av. Ville Roy, 5249, bairro Centro,
Boa Vista - RR, 69301-000, Boa Vista/RR; e
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LEI COMPLEMENTAR 80/1994
Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União:
I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e
grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos; (...)
IX - manifestarse em autos administrativos ou judiciais por meio de cota;
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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1º
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A Autora é pessoa idosa (63 anos), que não dispõe de recursos necessários para
pagar custas judiciais, honorários advocatícios e demais despesas ínsitas ao acesso à
justiça sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, razão pela qual requer desde já o
reconhecimento do direito à gratuidade de justiça, nos termos dos arts. 5º, LXXIV, da CRFB
e 98 do CPC.
Deste modo, requer a concessão do benefício da assistência judiciária gratuita e
prioridade de tramitação processual, tendo em vista o disposto no art. 71 3 do Estatuto do
Idoso (10.741/2003).
3 - DOS FATOS
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De acordo com o laudo médico anexo a está inicial, datado em 03.09.2021, pelo
Médico especialista em cardiologia o Dr. Jaime Galvão (CRM/RR - 1764), destaca a
URGÊNCIA em realizar o exame, uma vez que a paciente enquanto não diagnosticada
permanece sob risco de desenvolver a qualquer momento um infarto agudo do miocárdio.
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miocárdica, ocorre que a parte autora não demanda de “tempo” para aguardar o s trâmites
administrativos processuais, pois ela corre risco de morte.
De acordo com Paulo Gustavo Gonet Branco, em seu livro Direito Constitucional,
diz que:
“A existência humana é o pressuposto elementar de todos os demais
direitos e liberdades disposto na Constituição e que esses direitos têm nos
marcos da vida de cada individuo os limites máximos de sua extensão
concreta. O direito a vida é a premissa dos direitos proclamados pelo
constituinte, não faria sentido declarar qualquer outro se, antes, não
fosse assegurado o próprio direito estar vivo para usufruí-lo. O seu
peso abstrato, inerente à sua capital relevância, é superior a todo outro
interesse. O direito à vida é o bem mais relevante de todo ser humano
e a dignidade da pessoa humana é um fundamento da República Federativa
do Brasil e não há dignidade sem vida”. 4
Portanto sendo assim inquestionável a premissa do bem mais valioso ser a vida,
deixar a parte autora em uma constante de risco de morte devido a “trâmites administrativos
processuais” é o oposto do que está previsto nas garantias constitucionais.
4- DO DIREITO
4.1 LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO, DO ESTADO DE RORAIMA E DO
MUNICÍPIO DE BOA VISTA/RR
A CRFB dispôs minuciosamente acerca da saúde, seja como direito fundamental,
seja como política pública. Senão, vejamos:
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Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/o-direito-a-vida/>.
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De início, cumpre registrar que tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto
no Superior Tribunal de Justiça (STJ) é pacífico o entendimento de que “o funcionamento
do Sistema Único de Saúde - SUS é de responsabilidade solidária da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, sendo qualquer deles, em conjunto ou isoladamente,
parte legítima para figurar no polo passivo de demanda que objetive a garantia de
acesso a medicamentos adequado para tratamento de saúde”.
A propósito, confira-se:
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Com efeito, é mais do que evidente que o Estado tem o dever de fornecer o
medicamento/suplemento pleiteado. Trata-se da efetivação de um direito social (art. 6º,
CRFB), que sujeita o Estado à obrigação de realizar prestações positivas, um facere.
Assim, a omissão estatal configura frontal violação a diversas normas jurídicas.
E essa atuação estatal positiva foi atribuída pelo próprio constituinte aos entes
federativos (União, Estados e Municípios), de forma SOLIDÁRIA, independentemente de
eventual repartição interna de atribuição administrativa. E sendo solidária a obrigação
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à
redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. (...)
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
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de fazer imposta aos entes públicos, compete ao titular do direito à saúde violado eleger
quais entes pretende demandar, como se extrai do art. 2646 do Código Civil (CC).
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CÓDIGO CIVIL
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com
direito, ou obrigado, à dívida toda.
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Ademais:
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Com maestria, já decidiu o Min. Celso de Mello, do STF, ao apreciar a Pet. 1.246-
SC:
Entre proteger a inviolabilidade do direito à vida e à saúde, que se qualifica
como direito subjetivo inalienável assegurado a todos pela própria
Constituição da República (art. 5º, caput e art. 196), ou fazer prevalecer,
contra essa prerrogativa fundamental, um interesse financeiro e secundário
do Estado, entendo – uma vez configurado esse dilema – que razões de
ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só e possível opção: aquela
que privilegia o respeito indeclinável à vida e à saúde humana.
Desta forma, negar ou procrastinar a prestação de saúde pública,
indeferindo a tutela provisória de urgência quando presente todos os
requisitos necessários para tal, é incorre em flagrante violação ao acesso
efetivo da justiça, indo em contramão aos preceitos das ondas renovatórias
no processo civil, como observam os doutrinadores Mauro Cappelletti e
Bryant Garth:
A justiça que não cumpre suas funções dentro de um prazo razoável é, para
muitas pessoas, uma justiça inacessível, ao passo que a demora pode
representar, ao final, a denegação da própria justiça(Grifei).
Desse modo, constatada a probabilidade do direito da Autora e o evidente risco de
dano grave de incerta reparação, requer a concessão da tutela provisória de urgência em
caráter inaudita altera pars.
6 -DOS PEDIDOS
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