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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA

FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE MINAS GERAIS

JOSE JOAREZ PEREIRA DE ALMEIDA, brasileiro, casado,


aposentado, portadora do RG nº. MG4396109 SSP/MG, inscrito no CPF sob o nº.
635.695.588-00, residente e domiciliado na Rua José Mendes Ferreira, nº. 1009,
Bairro Colorado, no município de Contagem – MG, CEP: 32143-000, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seus advogados abaixo
assinados, propor a presente:

AÇÃO REVISIONAL DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


COM PEDIDO LIMINAR EM TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia


Federal, com endereço na Rua dos Tupinambás, nº. 351, Térreo, Bairro Centro, no
município de Belo Horizonte – MG, CEP: 30.120-070, na pessoa de seu Procurador,
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

Rua Matias Cardoso, 63, 705/708


Santo Agostinho – Belo Horizonte, MG - CEP 30170-050
Telefax: (031) 3330-4040
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1 – DOS FATOS E FUNDAMENTOS

A parte autora obteve a concessão do benefício previdenciário de


Aposentadoria por Tempo de Contribuição, conforme demonstrado no quadro
abaixo: (CARTA DE CONCESSÃO ANEXA).

Requerente Data do Início Nº. Valor do benefício à


do Benefício benefício Época da
(DIB) Aposentadoria

JOSE JOAREZ PEREIRA DE 25/01/2012 158367587-3 R$ 711,83


ALMEIDA

Destarte, assim como se comprova pela Carta de Concessão do


Benefício, o cálculo utilizado para obtenção do salário de benefício da parte autora
considerou a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição,
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo decorrido desde
a competência julho de 1994, observado o disposto nos termos do art. 3º da Lei
9.876/99, transcrito in verbis:

Art. 3o Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia


anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as
condições exigidas para a concessão dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-
benefício será considerada a média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no
mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo
decorrido desde a competência julho de 1994, observado o

disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213,


de 1991, com a redação dada por esta Lei.

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Entretanto, conforme se extrai dos documentos que acompanham essa
peça, a parte autora verteu contribuições de valores expressivos anteriormente ao
mês de julho de 1994, as quais foram desconsideradas no cálculo da RMI pelo
INSS.

Sendo assim, a autarquia violou literalmente o art. 29, I e II da Lei nº.


8.213/91, transcritos adiante, haja vista que tal regra lhe é mais favorável.

Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação dada pela


Lei nº 9.876, de 26.11.99)
I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do
inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por
cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo
fator previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h
do inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição correspondentes a
oitenta por cento de todo o período contributivo. (Incluído
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

O Superior Tribunal de Justiça em julgamento realizado pela 1ª


Sessão referente aos Resp 1.554.596/SC e 1.556.203/PR , em Recurso
Representativo de Controvérsia, adotou de forma unânime, a possibilidade de
aplicação da regra definitiva nos moldes do art. 29, I e II da Lei nº. 8.213/91, quando
mais favorável que a regra de transição estabelecida pela Lei nº. 9.876/99 aos
segurados que ingressaram no sistema anteriormente ao dia 26/11/1999, (data da
edição da Lei. 9.876/1999), senão veja-se:

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PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL AFETADO AO
RITO DOS REPETITIVOS.ENUNCIADO ADMINISTRATIVO
3/STJ. REVISÃO DE BENEFÍCIO. SOBREPOSIÇÃO DE
NORMAS. APLICAÇÃO DA REGRA DEFINITIVA PREVISTA
NO ART. 29, I E II DA LEI 8.213/1991, NA APURAÇÃO DO
SALÁRIO DE BENEFÍCIO, QUANDO MAIS FAVORÁVEL DO
QUE A REGRA DE TRANSIÇÃO CONTIDA NO ART. 3o. DA
LEI 9.876/1999, AOS SEGURADOS QUE INGRESSARAM NO
SISTEMA ANTES DE 26.11.1999 (DATA DE EDIÇÃO DA LEI
9.876/1999). CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO AO MELHOR
BENEFÍCIO. PARECER DO MPF PELO DESPROVIMENTO
DO FEITO. RECURSO ESPECIAL DO SEGURADO
PROVIDO.
1. A Lei 9.876/1999 implementou nova regra de cálculo,
ampliando gradualmente a base de cálculo dos benefícios que
passou a corresponder aos maiores salários de contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo do
Segurado.
2. A nova legislação trouxe, também, uma regra de transição,
em seu art. 3o., estabelecendo que no cálculo do salário de
benefício dos Segurados filiados à Previdência Social até o dia
anterior à data de publicação desta lei, o período básico de
cálculo só abarcaria as contribuições vertidas a partir de julho
de 1994.
3. A norma transitória deve ser vista em seu caráter
protetivo. O propósito do artigo 3o. da Lei 9.876/1999 e
seus parágrafos foi estabelecer regras de transição que
garantissem que os Segurados não fossem atingidos de
forma abrupta por normas mais rígidas de cálculo dos
benefícios.
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4. Nesse passo, não se pode admitir que tendo o Segurado
vertido melhores contribuições antes de julho de 1994, tais
pagamentos sejam simplesmente descartados no
momento da concessão de seu benefício, sem analisar as
consequências da medida na apuração do valor do
benefício, sob pena de infringência ao princípio da
contrapartida.
5. É certo que o sistema de Previdência Social é regido pelo
princípio contributivo, decorrendo de tal princípio a necessidade
de haver, necessariamente, uma relação entre custeio e
benefício, não se afigurando razoável que o Segurado verta
contribuições e não possa se utilizar delas no cálculo de seu
benefício.
6. A concessão do benefício previdenciário deve ser regida
pela regra da prevalência da condição mais vantajosa ou
benéfica ao Segurado, nos termos da orientação do STF e
do STJ. Assim, é direito do Segurado o recebimento de
prestação previdenciária mais vantajosa dentre aquelas
cujos requisitos cumpre, assegurando, consequentemente,
a prevalência do critério de cálculo que lhe proporcione a
maior renda mensal possível, a partir do histórico de suas
contribuições.
7. Desse modo, impõe-se reconhecer a possibilidade de
aplicação da regra definitiva prevista no art. 29, I e II da Lei
8.213/1991, na apuração do salário de benefício, quando se
revelar mais favorável do que a regra de transição contida no
art. 3o. da Lei 9.876/1999, respeitados os prazos prescricionais
e decadenciais. Afinal, por uma questão de racionalidade do
sistema normativo, a regra de transição não pode ser mais
gravosa do que a regra definitiva.
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8. Com base nessas considerações, sugere-se a fixação da
seguinte tese: Aplica-se a regra definitiva prevista no art.
29, I e II da Lei 8.213/1991, na apuração do salário de
benefício, quando mais favorável do que a regra de
transição contida no art. 3o. da Lei 9.876/1999, aos
Segurados que ingressaram no Regime Geral da
Previdência Social até o dia anterior à publicação da Lei
9.876/1999.
9. Recurso Especial do Segurado provido. (REsp 1554596/SC,
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 11/12/2019, DJe 17/12/2019)

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL AFETADO COMO


REPETITIVO. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ.
REVISÃO DE BENEFÍCIO. SOBREPOSIÇÃO DE NORMAS.
APLICAÇÃO DA REGRA DEFINITIVA PREVISTA NO ART.
29, I E II DA LEI 8.213/1991, NA APURAÇÃO DO SALÁRIO
DE BENEFÍCIO, QUANDO MAIS FAVORÁVEL DO QUE A
REGRA DE TRANSIÇÃO CONTIDA NO ART. 3o. DA LEI
9.876/1999, AOS SEGURADOS QUE INGRESSARAM NO
SISTEMA ANTES DE 26.11.1999 (DATA DE EDIÇÃO DA LEI
9.876/1999). CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO AO MELHOR
BENEFÍCIO. PARECER DO MPF PELO DESPROVIMENTO
DO FEITO. RECURSO ESPECIAL DO SEGURADO
PROVIDO.
1. A Lei 9.876/1999 adotou nova regra de cálculo dos
benefícios previdenciário, ampliando gradualmente a sua base
de cálculo dos benefícios que passou a corresponder aos
maiores salários de contribuição relativos a 80% de todo o
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período contributivo do Segurado, substituindo a antiga regra
que determinava o valor do benefício a partir da média
aritmética simples dos 36 últimos salários de contribuição dos
meses anteriores ao do afastamento do Segurado da atividade
ou da data da entrada do requerimento administrativo.
2. A nova lei trouxe, também, uma regra de transição, em seu
art. 3o., estabelecendo que no cálculo do salário de benefício
dos Segurados filiados à Previdência Social até o dia anterior à
data de publicação da Lei 9.876/1999, o período básico de
cálculo só abarcaria as contribuições vertidas a partir de julho
de 1994 (estabilização econômica do Plano Real).
3. A regra transitória deve ser vista em seu caráter protetivo,
como é típico do Direito Previdenciário. O propósito do art. 3o.
da Lei 9.876/1999 e seus parágrafos foi estabelecer regras de
transição que garantissem que os Segurados não fossem
atingidos de forma abrupta por regras mais rígidas de cálculo
dos benefícios.
4. Nesse passo, não se harmoniza com o Direito
Previdenciário admitir que tendo o Segurado recolhido
melhores contribuições antes de julho de 1994, tais
pagamentos sejam simplesmente descartados no
momento da concessão de seu benefício, sem analisar as
consequências da medida na apuração do seu valor (do
benefício), sob pena de infringência ao princípio da
contrapartida.
5. É certo que o sistema de Previdência Social é regido pelo
princípio contributivo, decorrendo de tal princípio a
consequência de haver, necessariamente, uma relação entre
custeio e benefício, não se afigurando razoável que o
Segurado realize contribuições e não possa se utilizar delas no
cálculo de seu benefício.
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6. A concessão do benefício previdenciário deve ser
regida pela regra da prevalência da condição mais
vantajosa ou mais benéfica ao Segurado, nos termos
da orientação do STF e do STJ. Assim, é direito do
Segurado o recebimento de prestação previdenciária
mais vantajosa dentre aquelas cujos requisitos
cumpre, assegurando, consequentemente, a
prevalência do critério de cálculo que lhe proporcione
a maior renda mensal possível, a partir do histórico de
suas contribuições.
7. Desse modo, impõe-se reconhecer a possibilidade de
aplicação da regra definitiva prevista no art. 29, I e II da Lei
8.213/1991, na apuração do salário de benefício, quando se
revelar mais favorável do que a regra de transição contida no
art. 3o. da Lei 9.876/1999, respeitados os prazos prescricionais
e decadenciais.Afinal, por uma questão de racionalidade do
sistema normativo, a regra de transição não pode ser mais
gravosa do que a regra definitiva.
8. Com base nessas considerações, sugere-se a fixação da
seguinte tese: Aplica-se a regra definitiva prevista no art. 29, I e
II da Lei 8.213/1991, na apuração do salário de benefício,
quando mais favorável do que a regra de transição contida no
art. 3o. da Lei 9.876/1999, aos Segurados que ingressaram no
Regime Geral da Previdência Social até o dia anterior à
publicação da Lei 9.876/1999.
9. Recurso Especial do Segurado provido. (REsp 1596203/PR,
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 11/12/2019, DJe 17/12/2019)

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Confirmando o entendimento já adotado pelo Superior Tribunal de
Justiça. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no julgamento do Recurso
Extraordinário de n.º 1276977, fixou a Tese Representativa de Controvérsia
reconhecendo o direito do aposentado a optar pela regra que lhe for mais benéfica,
nos seguintes termos:

"O segurado que implementou as condições para o


benefício previdenciário após a vigência da Lei
9.876, de 26.11.1999, e antes da vigência das novas
regras constitucionais, introduzidas pela EC
103/2019, tem o direito de optar pela regra
definitiva, caso esta lhe seja mais favorável", nos
termos do voto do Ministro Alexandre de Moraes
(Redator para o acórdão). Não votou o Ministro
André Mendonça, sucessor do Ministro Marco
Aurélio (Relator). Ausente, justificadamente, o
Ministro Nunes Marques. Presidência da Ministra
Rosa Weber. Plenário, 1º.12.2022.

Desta forma, resta incontroverso o direito dos aposentados em optar


pela regra que melhor lhe convier, assegurando a revisão de seu benefício.

No caso em debate, conforme pode se observar das planilhas de


cálculo que acompanham esta inicial, ao aplicar a totalidade de suas contribuições
vertidas para a previdência social, observa-se que o benefício da autora possui
condição mais vantajosa, conforme se observa de quadro abaixo:

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Requerente Valor Atual do Benefício RMI Correta Diferença Devida
(R$) (Mensal)

JOSE JOAREZ R$ 1.288,17 R$ 3.736,74 R$ 2.448,57


PEREIRA DE
ALMEIDA

Assim, conforme demonstrado documentalmente através do


CÁLCULO DA REVISÃO e EXTRATO BANCÁRIO ANEXOS, a parte autora faz jus
ao recebimento das diferenças entre o cálculo da RMI efetivamente concedida nos
termos do art. 3º da Lei 9876/99 e a RMI como deveria ter sido calculada nos termos
do art. 29, I e II da Lei nº. 8.213/91.

Pelo exposto, a revisão do Benefício Aposentadoria por Tempo de


Contribuição da parte autora é medida que se impõe, devendo serem computadas
todas as contribuições vertidas ao INSS desde a sua data de filiação, CONFORME
CÁLCULO e CNIS ANEXOS.

3 – DA DIFERENÇA SOBRE O RETROATIVO

Como já debatido exaustivamente no tópico anterior, quando da


Concessão do Benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição o cálculo
utilizado para obtenção do salário de benefício da parte autora considerou a média
aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondentes a oitenta
por cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de
1994, observado o disposto nos termos do art. 3º da Lei 9.8976/99.

Todavia, conforme demonstrado documentalmente através do


CÁLCULO DA REVISÃO e EXTRATO BANCÁRIO ANEXOS, a parte autora faz jus
ao recebimento das diferenças entre o cálculo da RMI efetivamente concedida nos

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termos do art. 3º da Lei 9876/99 e a RMI como deveria ter sido calculada nos termos
do art. 29, I e II da Lei nº. 8.213/91.

Nota-se que a parte autora foi totalmente prejudicada pela Autarquia


Previdenciária ao utilizar para fins do Cálculo da RMI, a regra de transição nos
termos do art. 3º da Lei 9.8976/99.

Caso a parte ré tivesse implantado o Benefício da parte autora


utilizando-se da regra prevista no art. 29, I e II da Lei nº. 8.213/91, o valor atingido na
RMI teria sido muito mais benéfico, senão veja-se:

O quadro abaixo demonstra a perda real, não corrigida, da parte autora


por todo período imprescrito:

Período (Ano) Valor do RMI Correta Diferença Diferença


Benefício Devida (Mensal) Devida
(Anual)

2018 R$ 1.026,20 R$ 2.976,75 R$ 1.950,55 R$ 23.406,60

2019 R$ 1.061,39 R$ 3.078,85 R$ 2.017,46 R$ 24.209,52

2020 R$ 1.108,94 R$ 3.216,78 R$ 2.107,84 R$ 25.294,08

2021 R$ 1.169,37 R$ 3.392,10 R$ 2.222,73 R$ 26.672,76

2022 R$ 1.288,17 R$ 3.736,74 R$ 2.448,57 R$ 29.382,84

VALOR TOTAL R$128.965,80

Observa-se que a diferença entre o valor efetivamente recebido e o


valor que deveria ter recebido, sem qualquer correção ou atualização, atinge a
monta de R$ 128.965,80 (Cento e Vinte e Oito Mil e Novecentos e Sessenta e
Cinco Reais e Oitenta Centavos).
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Desta forma, deve a autarquia ser condenada no ressarcimento à
autora da diferença entre o valor que deveria ser pago e o valor efetivamente pago,
devidamente corrigido e atualizado, observado o quinquênio anterior à propositura
da ação, a ser apurado em sede de liquidação de sentença.

3 – DA NECESSIDADE DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR EM TUTELA


PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA // ART. 311, II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Conforme demonstrado nesta exordial, a pretensão autoral à revisão


do benefício encontra guarida em julgamento de temas repetitivos tanto pelo STJ,
quanto pelo STF:

STJ/Tema 999
Relator: Min. Napoleão Munes Maia Filho
REsp 1554596/SC / Resp 1596203/PR
Questão Submetida a Julgamento:
Possibilidade de aplicação da regra definitiva prevista no art. 29, I
e II da Lei 8.213/1991, na apuração do salário de benefício,
quando mais favorável do que a regra de transição contida no art.
3º da Lei 9.876/1999, aos Segurados que ingressaram no sistema
antes de 26.11.1999 (data de edição da Lei 9.876/1999).
Tese Firmada:
Aplica-se a regra definitiva prevista no art. 29, I e II da Lei
8.213/1991, na apuração do salário de benefício, quando mais
favorável do que a regra de transição contida no art. 3o. da
Lei 9.876/1999, aos Segurado que ingressaram no Regime
Geral da Previdência Social até o dia anterior à publicação da
Lei 9.876/1999.

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STF/Tema 1102
- Possibilidade de revisão de benefício previdenciário medi-
ante a aplicação da regra definitiva do artigo 29, incisos I e II,
da Lei nº 8.213/91, quando mais favorável do que a regra de
transição contida no artigo 3º da Lei nº 9.876/99, aos segura-
dos que ingressaram no Regime Geral de Previdência Social
antes da publicação da referida Lei nº 9.876/99, ocorrida em
26/11/99.
Há Repercussão? Sim
Relator(a): MIN. MARCO AURÉLIO
Leading Case: RE 1276977
Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos
artigos 2º; 5º, caput; 97; 195, §§ 4º e 5º; e 201 da Constituição
Federal, bem como do art. 26 da Emenda Constitucional nº
103/19, se é possível a aplicação da regra definitiva do artigo 29,
incisos I e II, da Lei nº 8.213/91, na apuração do salário de
benefício, quando mais favorável ao segurado do que a regra de
transição contida no artigo 3º da Lei nº 9.876/99, aos segurados
que ingressaram no sistema antes de 26/11/99, data da
publicação da Lei nº 9.876/99.
Tese: O segurado que implementou as condições para o
benefício previdenciário após a vigência da Lei 9.876, de
26.11.1999, e antes da vigência das novas regras
constitucionais, introduzidas pela EC 103/2019, tem o direito
de optar pela regra definitiva, caso esta lhe seja mais
favorável.

Neste sentido, observam-se presentes os requisitos autorizadores da


concessão de Tutela Provisória de Evidência, conforme prevê o Código de Processo
Civil:

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Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano
ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas


apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;

Outrossim, ainda que não se admitisse a concessão da Tutela de


evidência, é de se notar que a pretensão autoral também preenche os requisitos da
Tutela de Urgência, prevista no artigo 300 do CPC, que assim dispõe:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.

De fato, o direto da parte autora encontra amparo não apenas na


legislação, nos artigos 29, incisos I e II da Lei 8.213/91, como também no
posicionamento jurisprudencial confirmado e reconhecido tanto pelo Superior
Tribunal de Justiça quanto pelo Supremo Tribunal Federal em julgamento de tema
repetitivo.

Ademais, o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo é


evidente, uma vez que se trata de pessoa idosa, e a não concessão da tutela
provisória poderá implicar na impossibilidade de desfrutar em vida o direito à revisão
do seu benefício.

Desta forma, há de ser concedida a tutela provisória, assegurando à


parte autora o implemento da diferença sobre o seu benefício de imediato
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Pelo exposto, REQUER a Concessão da Medida Liminar em Tutela
Provisória de Evidência nos termos do art. 311, II do CPC a fim de majorar o
Benefício de Aposentadoria por Tempo de Contribuição da parte autora, aplicando-
se ao cálculo, a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período contributivo
desde a data de sua filiação;

Caso não seja do entendimento deste juízo pela concessão da Tutela


de Evidência, requer seja concedida a tutela de urgência, uma vez que também
preenchidos os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil.

Concedida a Liminar em Tutela Provisória, REQUER seja a parte ré


oficiada com URGÊNCIA, no endereço constante do preâmbulo, ou pela via
Eletrônica, para IMEDIATO cumprimento da decisão;

4 – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

4.1 – LIMINARMENTE

a) A concessão da Medida Liminar em Tutela Provisória de Evidência,


inaudita altera pars, determinando-se ao INSS, a Revisão do
Benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição, utilizando-se
80% das maiores contribuições em todo o período contributivo
contados a partir da date de sua filiação que se deu em 12/03/1973,
sob pena de multa diária de R$1.000,00 (mil reais);

b) Alternativamente, caso não entenda este d. Juízo pela concessão


da Tutela de Evidência, requer seja concedida, inaudita altera pars,
Tutela de Urgência, uma vez preenchido os requisitos do artigo 300
do Código de Processo Civil, determinando-se ao INSS a Revisão
do Benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição, utilizando-
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se 80% das maiores contribuições em todo o período contributivo
contados a partir da data de sua filiação que se deu em 12/03/1973,
sob pena de multa diária de R$1.000,00 (mil reais);

c) Deferida a Medida Liminar em Tutela Provisória, REQUER, seja a


parte ré OFICIADA COM URGÊNCIA, no endereço constante do
preâmbulo, ou pela via Eletrônica, para IMEDIATO cumprimento da
decisão;

4.2 – DO MÉRITO

d) A citação do INSS, no endereço declinado no preâmbulo, para,


querendo, contestar a presente ação;

e) Seja confirmada a Liminar em Tutela Provisória de Evidência


tornando-a em caráter definitivo, ou deferida em sede de sentença,
julgando-se procedente o pedido para determinar ao INSS a
Revisão do Benefício Aposentadoria por Tempo de Contribuição,
utilizando-se 80% das maiores contribuições em todo o período
contributivo contados a partir da date de sua filiação que se deu em
12/03/1973;

f) A condenação do INSS no pagamento das diferenças apuradas,


observando o quinquênio anterior à propositura da ação até a sua
efetiva revisão, bem como as prestações a ser apurado ao final do
processo, devidamente corrigida e atualizada;

g) A condenação da parte, ainda, ao pagamento dos honorários


advocatícios no importe de 20% (vinte por cento);

h) A concessão dos benefícios da justiça gratuita à parte autora, por


não possuir meios de arcar com as custas processuais e demais

Rua Matias Cardoso, 63, 705/708


Santo Agostinho – Belo Horizonte, MG - CEP 30170-050
Telefax: (031) 3330-4040
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despesas sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, nos
termos do art. 98 e s.s do CPC, assim como da Declaração de
Hipossuficiência Financeira anexa.

i) Por fim, REQUER provar o alegado, por todos os meios de provas


em direito admitidos, a saber, prova testemunhal, depoimento
pessoal, pericial e principalmente prova documental;

Dá à causa para fins de alçada e fiscal o valor de R$ 158.348,64


(Cento e Cinquenta e Oito Mil e Trezentos e Quarenta e Oito Reais e Sessenta e
Quatro Centavos)

Nestes termos
pede deferimento.

Belo Horizonte, 21 de janeiro de 2023

ANDRÉ MANSUR BRANDÃO


OAB/MG 87.242

Rua Matias Cardoso, 63, 705/708


Santo Agostinho – Belo Horizonte, MG - CEP 30170-050
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